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Resenha crítica sobre Sonhos Tropicais

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL
ADMINISTRAÇÃO EM SISTEMAS E SERVIÇOS EM SAÚDE
HISTÓRIA DA SAÚDE E DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
Porto Alegre
Professora: Gisele Martins Gomes
Nome: Juliane Corin Acosta 								Ano: 2022/1
Resenha crítica sobre “Sonhos Tropicais”
O filme Sonhos Tropicais foi feito em 2002. É dirigido por André Sturm. A pelicula é uma adaptação do romance Sonhos Tropicais (1992), do escritor e médico Moacyr Scliar. A trama conta a história do médico Oswaldo Cruz (Bruno Giordano) e da prostituta Esther (Carolina Kasting). O primeiro personagem é histórico, foi muito importante na luta pela reforma sanitária no Rio de Janeiro. Já a prostituta é uma alegoria das muitas mulheres desafortunadas que chegavam aos nossos portos.
O filme retrata a sociedade carioca do início do século 20, mas foi rodado quase inteiramente nas cidades de Castro e Antonina, no Paraná, onde é mais fácil recriar a situação. A tensão do filme está nos eventos da Revolta da Vacina, que começou em 1889 e terminou em 1904. Osvaldo é cercado pelo prestígio da medicina e pelo mau tempo da política da nova república. Esther representa as "Polacas da Lapa", moças do exterior que são enganadas pela promessa de casamento. Tornaram-se prostitutas no Brasil e foram escravizadas por cafetões como os Rotchilds (Antônio Petrin).
A película é construída com o passado em mente: os personagens se vestem de maneira semelhante aos trajes típicos da época, e as antigas mansões nos colocam em contato com um país distante. O diretor é como um antiquário, integrando a história à sua arte. A filmagem faz bom uso dos espaços antigos e da própria história. No conflito entre ficção e realidade, aconteceu esse evento extraordinário na sociedade brasileira. A arte apresenta problemas populacionais famintos por soluções higiênicas e políticas e questiona a autoridade do governo sobre as pessoas.
Embora a história se passe há mais de um século, as pessoas que evoluíram como civilização no século 21 parecem enfrentar os mesmos problemas sociais e políticos. Se houver histórico, seja devido às epidemias de dengue, chikungunya e Zika, além de aumentos passados/presentes no número de casos de HIV ocorridos desde 2015. Algo mais atual, como o COVID-19 onde ficou mais explícito a aversão de parte da população a vacina mostra que o filme trata, ainda, de assuntos que por mais que retrate o século passado, nunca se mostrou tão atual. E, se a morbidade persiste na história, também persistirá o autoritarismo dos governantes e a violência policial para defender o país. O Brasil continua sendo espectador da mesma opressão, vítima da mesma violência autoritária.