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Infortunística Acidentária

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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ 
CENTRO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CAMPUS VIII – MARABÁ 
CURSO DE BIOMEDICINA 
Disciplina: Medicina Forence 
Data: 17/02/2022 
Profa. Daniela 
Discente: Dayelle Rodrigues Lima 
ATIVIDADE: LAUDO PERICIAL 
O Sr. WALLACE DANTAS ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa TOYOTA DO BRASIL 
LTDA, alegando existir no desempenho de suas funções em condições de INSALUBRIDADE (NR 15 – 
Anexos nº 01 ao nº 14) e de PERICULOSIDADE (NR - 16, anexos nº 01, 02, 03, 04, (*) e Decreto nº 93.412 
de 14 de outubro de 1986 do Ministério do Trabalho e Emprego), não percebendo os referidos adicionais 
prescritos na lei nº 6.514 de 22 de dezembro de 1977 e Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 do 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
Cumpre-nos, portanto, a missão de analisar as condições existentes no ambiente de trabalho do reclamante e 
verificar se tais situações poderiam se constituir em riscos potenciais à saúde do autor. 
 
O reclamante atuava como Pintor no setor Pintura em área denominada “Top Coat” em três postos de 
trabalho conhecidos como Inspeção, Reparo e “Wax” envolvendo pintura de automóvel em área fechada e 
climatizada. O autor atualmente desenvolve atribuição associada aos processos de qualidade do setor. O 
autor alegou afastamento médico temporário. Segundo o autor, o mesmo utilizava sapato de segurança, 
protetor auricular (nem sempre trocado a cada 3 meses como recomendado), luva de pano, óculos de 
segurança, respirador com filtro químico contra vapores orgânicos, de forma habitual, sendo que a aplicação 
de creme de proteção recomendado (mãos) ocorria de forma esporádica. Não há confirmação de uso de luvas 
adequadas contra produto químico. Tolueno era usado como solvente para a tinta no ambiente de trabalho 
com presença de dois vasilhames pulmão de aproximadamente 20 litros de tintas e um vasilhame de 
aproximadamente 5 litros de álcool isopropílico no setor. As fotos abaixo ilustram os locais periciados. 
 
 
 
 
 
Análise feita pela NR-15 – “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do MTE 
Enquadramento Conclusão 
(salubre ou 
insalubre) 
Período 
trabalha
do 
NR-15 - ANEXO Nº 01 - Limites de Tolerância para Ruído 
Contínuo ou Intermitente 
 
Salubre 
13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 02 - Limites de Tolerância para Ruídos de 
Impacto 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 03 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor Salubre 
13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 04 – Iluminamento Revogado 
13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 05 - Limite de Tolerância para Radiações 
Ionizantes 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 06 - Trabalho sob condições Hiperbáricas 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 07 - Radiações não Ionizantes 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 08 – Vibrações 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 09 – Frio 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 10 – Umidade Salubre 
13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 11e13 - Agentes Químicos – 
Quantitativos/ Qualitativos 
Insalubre 
Médio 20% 
13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 12 - Limites de Tolerância para Poeiras 
Minerais 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-15 - ANEXO Nº 14 - Agentes Biológicos 
Salubre 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
 
Análise feita NR-16 – “Atividades e Operações Perigosas”, da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho e 
Emprego. 
Enquadram
ento 
Conclusão (perigoso ou 
não perigoso) 
Período 
NR-16 - ANEXO Nº 01 – Atividades e Operações Perigosas 
com Explosivos 
Não Perigosa 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-16 - ANEXO Nº 02 – Atividades e Operações Perigosas 
com Inflamáveis 
Não Perigosa 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-16 - ANEXO Nº 03 – Atividades e Operações perigosas 
com exposição a roubos ou outras espécies de violência física 
nas atividades profissionais de segurança pessoal e patrimonial 
Não Perigosa 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-16 - ANEXO Nº 04 – Lei nº 7.369/85 e Decreto nº 
93.412/86 – Atividades e Operações Perigosas com Eletricidade 
Não Perigosa 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
NR-16 - ANEXO (*) – Atividades e Operações Perigosas com 
Radiações Ionizantes ou Substâncias Radioativas 
Não Perigosa 13 meses entre julho/2012 a 
abril/2015 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO LAUDO: 
INTRODUÇÃO 
O Sr. WALLACE DANTAS ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa TOYOTA DO 
BRASIL LTDA., alegando existir no desempenho de suas funções condições de condições de 
INSALUBRIDADE (NR 15 – Anexos nº 01 ao nº 14) e de PERICULOSIDADE (NR - 16, anexos 
nº 01, 02, 03, 04, (*) e Decreto nº 93.412 de 14 de outubro de 1986 do Ministério do Trabalho e 
Emprego), não percebendo os referidos adicionais prescritos na lei nº 6.514 de 22 de dezembro de 
1977 e Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Cumpre-nos, portanto, a missão de analisar as condições existentes no ambiente de trabalho 
do reclamante e verificar se tais situações poderiam se constituir em riscos potenciais à saúde do 
autor. O estudo e a análise destes riscos potenciais, diante de parâmetros considerados como 
toleráveis e das experiências relatadas, será o enfoque do presente laudo. 
Data da Perícia: 17/02/2022 
Hora da Perícia: 14:00min 
Local da Perícia: Não apresentados 
Tipo de empresa: Indústria Automobilística. 
Apresentação Laudo às Partes: 17/03/2022. 
 
PARTICIPANTES DA PERÍCIA TÉCNICA 
Reclamante Advogados 
Wallace Dantas Não informado 
Reclamado 
 Não informado 
 
CARACTERÍSTICAS DO LOCAL DE TRABALHO 
O reclamante atuava como Pintor no setor Pintura em área denominada “Top Coat” em três postos de 
trabalho conhecidos como Inspeção, Reparo e “Wax” envolvendo pintura de automóvel em área fechada e 
climatizada. As fotos abaixo ilustram os locais periciados. 
 
 
DESCRIÇÃO OCUPACIONAL 
CARGOS/FUNÇÕES DESEMPENHADOS (AS): 
 Período Laboral Completo: 12/07/2010- Contrato Vigente. 
 Período Laboral Imprescrito: 27/07/2012 - Contrato Vigente. 
 • Função/Cargo: Pintor. 
• Horário de Trabalho: 05h17min às 15h50min. 
 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA 
 
ANÁLISE DE INSALUBRIDADE 
 ANEXO Nº 01 DA NR-15 – RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE - Através da 
vistoria no local de trabalho, o reclamante estava submetido ao ruído dos equipamentos 
existentes no setor de Pintura revelando intensidade entre 78 e 85 dB(A) obtidos no dia da 
perícia e de 79,9 dB(A), conforme monitoramento ambiental apresentado pela reclamada 
através do PPRA ao longo do pacto laboral, descaracterizando-se o enquadramento legal da 
insalubridade conforme anexo nº 01, da NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
 ANEXO Nº 02 DA NR-15 – RUÍDO DE IMPACTO Através da vistoria no local de 
trabalho, constatou-se que não há existência de fonte de ruído de impacto excessiva, 
descaracterizando-se o enquadramento legal da insalubridade pelo Anexo nº 02 da NR-15 da 
Portaria nº 3.214/78. 
 ANEXO Nº 03 DA NR-15 – EXPOSIÇÃO AO CALOR Através da vistoria no local de 
trabalho, constatou-se que não há existência de fonte de calor excessiva para atividade 
classificada como moderada conforme quadro 3 do referido anexo com estabelecimento de 
índice máximo de calor de 26,7IBUTG, considerando que o autor atuava em área 
climatizada e o índice de calor obtido no dia da perícia não superou 23 IBUTG, 
descaracterizando-se, assim, o enquadramento legal da insalubridade pelo Anexo nº 03 da 
NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
 ANEXO Nº 04 DA NR-15 – BAIXO ILUMINAMENTO O nível de iluminamento era 
previsto no Anexo nº 04 da NR-15da Portaria nº 3.214/78, porém foi revogado por meio da 
Portaria nº 3.751/90 do MTE, não mais se caracterizando como agente insalubre. 
 ANEXO Nº 05 DA NR-15 – RADIAÇÕES IONIZANTES Através das descrições das 
atividades do reclamante, constatou-se que não há existência de fontes ou máquinas 
emissoras de radiação ionizante ou substâncias radioativas no setor, descaracterizando-se o 
enquadramento legal da insalubridade pelo Anexo nº 05 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
 ANEXO Nº 06 DA NR-15 – TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS Através 
da vistoria no local de trabalho, constatou-se que não há existência de trabalhos sob 
condições hiperbáricas, ou seja, sob condições de pressão maiores que a atmosférica, 
descaracterizando-se o enquadramento legal da insalubridade pelo Anexo nº 06 da NR-15 da 
Portaria nº 3.214/78. 
 ANEXO Nº 07 DA NR-15 – RADIAÇÕES NÂO IONIZANTES Através da vistoria no 
local de trabalho, constatou-se que não há existência de fontes ou máquinas emissoras de 
radiação não ionizante, descaracterizando-se o enquadramento legal da insalubridade pelo 
Anexo nº 07 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78 
 ANEXO Nº 08 DA NR-15 – VIBRAÇÕES Através da perícia no local de trabalho, 
constatou-se que não há existência de fontes de vibrações excessivas e prolongada para o 
organismo do trabalhador, descaracterizando-se o enquadramento legal da insalubridade 
pelo Anexo nº 08 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
 ANEXO Nº 09 DA NR-15 – FRIO Através da vistoria no local de trabalho, constatou-se que 
não há existência de fonte de frio artificial excessiva ou trabalho em câmaras frigoríficas, 
descaracterizando-se o enquadramento legal da insalubridade pelo Anexo nº 09 da NR-15 da 
Portaria nº 3.214/78. 
 ANEXO Nº 10 DA NR-15 – UMIDADE Através da vistoria no local de trabalho, constatou-
se que não há existência de umidade excessiva ou locais encharcados, nem vapor d'água 
excessivo, descaracterizando-se o enquadramento legal da insalubridade pelo Anexo nº 10 
da NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
Através da vistoria no local de trabalho, constatou-se que não há existência de concentrações 
excessivas de agentes químicos, conforme avaliações químicas demonstradas no PPRA ao longo do 
pacto laboral, ou seja, as concentrações dos produtos químicos em suspensão não ultrapassam. 
Por outro lado, de acordo com as atividades do reclamante, o mesmo atuava no posto de 
trabalho reparo e pintura, onde a presença comprovada da substância álcool isopropílico e tolueno, 
as quais são facilmente absorvidas pela pele, conforme quadro do referido anexo, exigiria o uso 
contínuo de luvas adequadas e aplicação de creme protetivo. 
Quando identificado um agente químico com características de absorção também através da 
pele, não há limites seguros de exposição, tornando a avaliação qualitativa, conforme requer o item 
2 do anexo 11 e Manual de Proteção Respiratória referência Técnica no Brasil. A legislação em seu 
item 2 do anexo 11, onde cita: “Todos os valores fixados no Quadro N 1 – Tabela de Limites de 
Tolerância – são válidos para absorção apenas por via respiratória.” 
Não há limites mínimos quando a contaminação também ocorrer pela pele, uma vez que as 
substâncias com esse tipo de característica podem ser rapidamente metabolizadas pelo organismo, 
tal como tivessem sido inaladas. 
Quando o agente químico entra em contato com o tecido, diferentes eventos podem ocorrer, 
entre eles, o agente químico pode se difundir na epiderme, glândulas sebáceas, sudoríparas, 
folículos pilosos, e ingressar na corrente sanguínea para posterior ação sistêmica. Os efeitos 
resultam da atuação de agentes tóxicos sobre as células ou tecidos situados distantes do local de 
acesso, após sua absorção e distribuição pelo organismo. 
Dessa forma, mesmo identificadas em baixa concentração, as substâncias tolueno e álcool 
isopropílico, possuindo como características absorção também pela pele, são nocivas ao organismo 
do reclamante. 
 
CONCLUSÕES DE INSALUBRIDADE 
Conforme o ANEXO Nº 13 DA NR-15 – AGENTES QUÍMICOS – QUALITATIVOS, 
através da vistoria no local de trabalho, constatou-se que há existência de operação de pintura 
envolvendo pistola pneumática com uso de tintas automotivas contendo solventes da família dos 
hidrocarbonetos aromáticos, tolueno, xileno. A névoa de tinta em contato com a pele do autor de 
forma prolongada é nociva à saúde do autor. Quanto a proteção das mãos, não tendo sido observado 
entrega e uso de creme de proteção ou luvas com material impermeável aprovado contra produtos 
químicos, não se pode concluir pela proteção adequada da pele. Sendo a avaliação qualitativa, 
independe a concentração ou duração da atividade, uma vez confirmado o contato habitual da pele 
do autor com esses agentes nocivos, sem a devida comprovação da entrega regular, validade e 
características técnicas de cremes e luvas de proteção 
 
ANÁLISE DE PERICULOSIDADE 
Conforme a NR-15, anexo nº 13 (agentes químicos): Hidrocarbonetos e outros compostos de 
Carbono:  Emprego de produtos contendo hidrocarbonetos aromáticos como solventes ou em 
limpeza de peças são considerados insalubres em grau máximo. HAP – Hidrocarbonetos 
Aromáticos Policíclicos (Carcinogênicos Cat. 2), cuja principal via de absorção é a pele. 
 
CONCLUSÕES DE PERICULOSIDADE 
Através da perícia no local de trabalho, constatou-se que há presença de substâncias tóxicas 
capazes de causar danos ao organismo do autor, caracterizando-se o enquadramento legal da 
insalubridade, em grau médio, Julho/2012, Novembro e Dezembro/2012, Julho/2013, Novembro e 
Dezembro/2013, Abril/2014 a Setembro/2014 e Janeiro/2015, totalizando 13 meses, conforme item 
5 do Anexo nº 11 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
 
 
QUESITOS 
 
1.Qual era a função efetivamente exercida pelo reclamante? 
R: O reclamante atuava como Pintor 
 
2.Exercendo a função referida no quesito anterior, quais eram as atividades desenvolvidas 
pelo reclamante? 
R: O autor atualmente desenvolve atribuição associada aos processos de qualidade do setor. 
 
3.Qual o local de trabalho do reclamante? 
R: O local de trabalho, era uma área denominada “Top Coat” em três postos de trabalho conhecidos 
como Inspeção, Reparo e “Wax” envolvendo pintura de automóvel. 
 
4.Descreva o Sr. Perito, as características do local. 
R: O local se caracterizava por ser uma área fechada e climatizada. 
 
5. No local de trabalho e na atividade diária, o reclamante ficava exposto a agentes 
insalubres? 
R: Segundo o reclamante, o mesmo utilizava sapato de segurança, protetor auricular (nem sempre 
trocado a cada 3 meses como recomendado), luva de pano, óculos de segurança, respirador com 
filtro químico contra vapores orgânicos, de forma habitual, sendo que a aplicação de creme de 
proteção recomendado (mãos) ocorria de forma esporádica. 
 
Em caso positiva a resposta ao quesito anterior, quais os agentes encontrados, valores 
medidos, qual o tipo de amostragem, concentração do agente no ar, tempo de exposição e se os 
valores encontrados representam riscos, considerando-se os Limites de Tolerância (se 
possível). 
R: Através da perícia no local de trabalho, constatou-se que há presença de substâncias tóxicas 
capazes de causar danos ao organismo do autor, caracterizando-se o enquadramento legal da 
insalubridade, em grau médio (, Julho/2012, Novembro e Dezembro/2012, Julho/2013, Novembro e 
Dezembro/2013, Abril/2014 a Setembro/2014 e Janeiro/2015, totalizando 13 meses, conforme item 
5 do Anexo nº 11 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
 
6.Confirme o Sr. Perito que a substituição do protetor auricular, bem como do creme de 
proteção é realizada a cada 2 meses, ou quando necessário em menor prazo. 
R: Conforme alínea “h” do item 6.6.1 da NR 6, devendo a regularidade de fornecimento e 
características técnicas de cada EPI serem comprovadas através da Ficha de Controle de EPI 
mediante anotação da data de entrega, quantidadede entrega de EPI, descritivo de EPI, assinatura 
da autora e certificado de aprovação C.A. ou dispor de outros meios para confirmação da 
certificação do EPI utilizado na época de trabalho, o qual permite-se observar na Ficha de Controle 
de EPI. 
Segundo o autor, o mesmo utilizava sapato de segurança, protetor auricular, luva de pano, óculos de 
segurança, respirador com filtro químico contra vapores orgânicos, de forma habitual, sendo que a 
aplicação de creme de proteção ocorria de forma esporádica. Não há confirmação de uso de luvas 
adequadas contra produto químico, concluindo pela exposição do autor aos produtos químicos 
nocivos. As partes alegaram que o autor manteve-se em afastamento médico de Outubro/2014 a 
Dezembro/2014 e de Fevereiro/2015 a Abril/2015. Portanto, diante de método e condições de 
trabalho evidenciou-se falta de comprovação de uso de proteção das mãos do autor atuando como 
Pintor, em parte do pacto laboral, ou seja, Julho/2012, Novembro e Dezembro/2012, Julho/2013, 
Novembro e Dezembro/2013, Abril/2014 a Setembro/2014 e Janeiro/2015, havendo inobservância 
das alíneas do item 6.6.1 da NR 6. 
 
7.Esclareça o Sr. Perito se estava o reclamante sujeito a qualquer tipo de insalubridade. Em 
caso positivo, em que grau se enquadraria e qual o fundamento técnico e legal? 
R: Sim. Através da vistoria no local de trabalho, constatou-se que não há existência de 
concentrações excessivas de agentes químicos, conforme avaliações químicas demonstradas no 
PPRA ao longo do pacto laboral, ou seja, as concentrações dos produtos químicos em suspensão 
não ultrapassam Por outro lado, de acordo com as atividades do reclamante, o mesmo atuava no 
posto de trabalho reparo e pintura, onde a presença comprovada da substância álcool isopropílico e 
tolueno, as quais são facilmente absorvidas pela pele, conforme quadro do referido anexo, exigiria o 
uso contínuo de luvas adequadas e aplicação de creme protetivo. 
Logo, Através da perícia no local de trabalho, constatou-se que há presença de substâncias tóxicas 
capazes de causar danos ao organismo do autor, caracterizando-se o enquadramento legal da 
insalubridade, em grau médio, Julho/2012, Novembro e Dezembro/2012, Julho/2013, Novembro e 
Dezembro/2013, Abril/2014 a Setembro/2014 e Janeiro/2015, totalizando 13 meses, conforme item 
5 do Anexo nº 11 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78. 
 
8.Considerando-se o que preconiza o Artigo 193 da Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), o reclamante mantinha contato permanente com inflamáveis em condições de risco 
acentuado? Existe no local condição de risco acentuado? 
R: Através da perícia no local de trabalho, constatou-se que não há existência de atividade e/ou 
operações perigosas ou armazenamento de explosivos, descaracterizando-se o enquadramento legal 
da periculosidade pelo Anexo nº 01 da NR-16 da Portaria nº 3.214/78. 
 
9.No local de trabalho do reclamante existe armazenamento de inflamáveis, conforme NR-16 
Anexo 2? 
R: Evidenciado o armazenamento de estoque de material inflamável em área dedicada (armário 
corta-fogo) com sistema de bombeamento de tinta automotiva por tubulação utilizado pelo posto de 
pintura de caixa de roda evitando operações de enchimento e mistura de tintas no local de trabalho. 
 
10.A atividade desempenhada pelo reclamante pode ser considerada periculosa, conforme o 
Anexo 2 da NR-16? Qual o fundamento técnico e legal? 
R: Não, pois conforme o exposto apresentado, a caracterização da periculosidade, qualitativamente, 
por inspeção no local de trabalho, deve ser ponderada a possível materialização do acidente, através 
de técnicas de análise de risco e comprovada o enquadramento da estrutura legal que embasa a 
conceituação de atividades perigosas explicitadas no Anexo 2 da NR 16, a qual tem como 
fundamento, no que se refere a segurança do trabalhador, as diversas prescrições técnicas constantes 
da NR 20, Decreto n.º 96.044/1988 e Resolução ANTT n.º 420/2004. Portanto, considerando a área 
classificada como não perigosa, as atividades do reclamante não se inserem em nenhuma das 
hipóteses do anexo 2 da NR 16, descaracterizando o enquadramento de periculosidade, durante todo 
o período laboral. 
 
11.BIBLIOGRAFIA 
- Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 
- Análise feita pela NR-15 – “Atividades e Operações Insalubres”, da Portaria N.º 3.214/78 do TEM 
- Análise feita NR-16 – “Atividades e Operações Perigosas”, da Portaria N.º 3.214/78 do Ministério 
do Trabalho e Emprego. 
- Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de Julho. 
- Código do Trabalho, n.º 2 do art. 310 
- Centro Nacional de Proteção contra Riscos Profissionais (CNPRP) 
 
12. ENCERRAMENTO 
 
Nada mais havendo a esclarecer, este signatário dá por encerrada a sua tarefa, com a elaboração 
do presente laudo, legalmente assinado, transmitido e protocolizado de forma eletrônica. 
 
 
Hortolândia, 20 de novembro de 2017. 
Assinado digitalmente 
Dayelle Rodrigues Lima

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