Buscar

ENFERMAGEM_-_M_DULO_III_-_SAUDE_COLETIVA

Prévia do material em texto

Técnico em 
Enfermagem
Módulo III
SAÚDE COLETIVA
Introdução
➢ Esta disciplina visa promover a capacitação técnica e senso 
crítico ao aluno em relação à realidade de saúde e seus serviços, 
estimulando sua participação efetiva na prestação de assistência 
de enfermagem e no planejamento de saúde, compatíveis com 
as necessidades de saúde da população. 
Política Nacional de Atenção à Saúde 
CAPÍTULO I - DA ATENÇÃO BÁSICA
1 - DOS PRINCÍPIOS GERAIS
➢ A Atenção Básica caracteriza-se 
por um conjunto de ações de 
saúde, no âmbito individual e 
coletivo, que abrangem a 
promoção e a proteção da 
saúde, a prevenção de agravos, 
o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação e a manutenção da 
saúde. 
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais 
e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de 
trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios 
bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade 
sanitária, considerando a dinamicidade existente no 
território em que vivem essas populações. 
➢ Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa 
densidade, que devem resolver os problemas de saúde de 
maior frequência e relevância em seu território. É o contato 
referencial dos usuários com os sistemas de saúde.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ Orienta-se pelos princípios da universalidade, da 
acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e 
continuidade, da integralidade, da responsabilização, da 
humanização, da equidade e da participação social. A 
Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na 
complexidade, na integralidade e na inserção sociocultural e 
busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento 
de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que 
possam comprometer suas possibilidades de viver de modo 
saudável. 
➢ Possui a Saúde da Família como estratégia prioritária para 
sua organização de acordo com os preceitos do Sistema 
Único de Saúde.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ A Atenção Básica tem como fundamentos
I - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde 
de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de 
entrada preferencial do sistema de saúde, com território adscrito 
de forma a permitir o planejamento e a programação 
descentralizada, e em consonância com o princípio da equidade;
II - efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: 
integração de ações programáticas e demanda espontânea; 
articulação das ações de promoção à saúde, prevenção de 
agravos, vigilância à saúde, tratamento e reabilitação, trabalho de 
forma interdisciplinar e em equipe, e coordenação do cuidado na 
rede de serviços;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
III - desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre 
as equipes e a população adscrita garantindo a continuidade 
das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado;
IV- valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e 
do acompanhamento constante de sua formação e 
capacitação; 
V- realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos 
resultados alcançados, como parte do processo de 
planejamento e programação;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
VI - estimular a participação popular e o controle social. 
Visando à operacionalização da Atenção Básica definem-se 
como áreas estratégicas para atuação em todo o território 
nacional na eliminação da hanseníase, no controle da 
tuberculose, no controle da hipertensão arterial, diabetes 
mellitus, eliminação da desnutrição infantil, na saúde da 
criança, na saúde da mulher, na saúde do idoso, na saúde bucal 
e promoção da saúde.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA ESFERA DE GOVERNO
➢ Os municípios e o Distrito Federal, como gestores dos 
sistemas locais de saúde, são responsáveis pelo 
cumprimento dos princípios da Atenção Básica, pela 
organização e execução das ações em seu território.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito 
Federal:
I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de 
Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu território, 
incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela 
União;
II - incluir a proposta de organização da Atenção Básica e da 
forma de utilização dos recursos do PAB fixo e variável, nos 
Planos de Saúde municipais e do Distrito Federal;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
III - inserir preferencialmente, de acordo com sua capacidade 
institucional, a estratégia de Saúde da Família em sua rede de 
serviços, visando à organização sistêmica da atenção à saúde;
IV - organizar o fluxo de usuários, visando a garantia das 
referências aos serviços e ações de saúde fora do âmbito da 
Atenção Básica;
V - garantir infraestrutura necessária ao funcionamento das 
Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, 
equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações 
propostas;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
VI - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que 
compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica, 
inclusive os da Saúde da Família, em conformidade com a 
legislação vigente;
VII - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base 
territorial, utilizando instrumento de programação nacional ou 
correspondente local;
VIII - alimentar as bases de dados nacionais com os dados 
produzidos pelo sistema de saúde municipal, mantendo 
atualizado o cadastro de profissionais, de serviços e de 
estabelecimentos ambulatoriais, públicos e privados, sob sua 
gestão;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
IX - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e 
avaliação da Atenção Básica na esfera municipal;
X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias 
organizacionais de qualificação de recursos humanos para 
gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção 
Básica;
XI - definir estratégias de articulação com os serviços de saúde 
com vistas à institucionalização da avaliação da Atenção Básica;
XII - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da 
Atenção Básica no seu território, divulgando anualmente os 
resultados alcançados;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XIII - verificar a qualidade e a consistência dos dados 
alimentados nos sistemas nacionais de informação a serem 
enviados às outras esferas de gestão;
XIV - consolidar e analisar os dados de interesse das equipes 
locais, das equipes regionais e da gestão municipal, disponíveis 
nos sistemas de informação, divulgando os resultados obtidos;
XV - acompanhar e avaliar o trabalho da Atenção Básica com ou 
sem Saúde da Família, divulgando as informações e os 
resultados alcançados;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XVI - estimular e viabilizar a capacitação e a educação 
permanente dos profissionais das equipes; e
XVII - buscar a viabilização de parcerias com organizações 
governamentais, não governamentais e com o setor privado 
para fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do seu 
território.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal
I - Contribuir para a reorientação do modelo de atenção à saúde 
por meio do apoio à Atenção Básica e estímulo à adoção da 
estratégia Saúde da Família pelos serviços municipais de saúde 
em caráter substitutivo às práticas atualmente vigentes para a 
Atenção Básica;
II - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, estratégias, 
diretrizes e normas de implementação da Atenção Básica no 
Estado, mantidos os princípios gerais regulamentados nesta 
Portaria;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
III - estabelecer, no Plano de Saúde Estadual e do Distrito 
Federal, metas e prioridades para a organização da Atenção 
Básica no seu território; 
IV - destinar recursos estaduais para compor o financiamento 
tripartite da Atenção Básica;
V - pactuar com a Comissão IntergestoresBipartite e informar à 
Comissão Intergestores Tripartite a definição da utilização dos 
recursos para Compensação de Especificidades Regionais;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
VI - prestar assessoria técnica aos municípios no processo de 
qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da 
estratégia Saúde da Família, com orientação para organização 
dos serviços que considere a incorporação de novos cenários 
epidemiológicos;
VII - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e 
avaliação da Atenção Básica na esfera estadual;
VIII - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias 
organizacionais de qualificação de recursos humanos para 
gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção 
Básica;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
IX - definir estratégias de articulação com as gestões municipais 
do SUS com vistas à institucionalização da avaliação da Atenção 
Básica;
X - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da 
Atenção Básica no território estadual, divulgando anualmente os 
resultados alcançados;
XI - estabelecer outros mecanismos de controle e regulação, 
monitoramento e avaliação das ações da Atenção Básica e da 
estratégia Saúde da Família no âmbito estadual ou do Distrito 
Federal;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XII - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, pelo 
monitoramento da utilização dos recursos da Atenção Básica 
transferidos aos municípios e ao Distrito Federal;
XIII - submeter à CIB, para resolução acerca das irregularidades 
constatadas na execução do PAB fixo e variável, visando:
a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as 
irregularidades;
b) comunicação ao Ministério da Saúde; e
c) bloqueio do repasse de recursos ou demais providências 
consideradas necessárias e regulamentadas pela CIB;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XIV - assessorar os municípios para implantação dos sistemas de 
informação da Atenção Básica, como instrumentos para 
monitorar as ações desenvolvidas;
XV - consolidar, analisar e transferir os arquivos dos sistemas de 
informação enviados pelos municípios para o Ministério da 
Saúde, de acordo com os fluxos e prazos estabelecidos para cada 
sistema;
XVI - verificar a qualidade e a consistência dos dados enviados 
pelos municípios por meio dos sistemas informatizados, 
retornando informações aos gestores municipais;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XVII - analisar os dados de interesse estadual, gerados pelos 
sistemas de informação, divulgar os resultados obtidos e utilizá-
los no planejamento;
XVIII - assessorar municípios na análise e gestão dos sistemas de 
informação, com vistas ao fortalecimento da capacidade de 
planejamento municipal;
XIX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e 
pedagógicos que facilitem o processo de formação e educação 
permanente dos membros das equipes;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XX - articular instituições, em parceria com as Secretarias 
Municipais de Saúde, para capacitação e garantia de educação 
permanente aos profissionais de saúde das equipes de Atenção 
Básica e das equipes de saúde da família;
XXI - promover o intercâmbio de experiências entre os diversos 
municípios, para disseminar tecnologias e conhecimentos 
voltados à melhoria dos serviços da Atenção Básica; e,
XXII - viabilizar parcerias com organismos internacionais, com 
organizações governamentais, não-governamentais e do setor 
privado para fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do 
estado e do Distrito Federal.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ Compete ao Ministério da Saúde:
I - Contribuir para a reorientação do modelo de atenção à 
saúde no País, por meio do apoio à Atenção Básica e do 
estímulo à adoção da estratégia de Saúde da Família como 
estruturante para a organização dos sistemas municipais de 
saúde;
II - garantir fontes de recursos federais para compor o 
financiamento do Piso da Atenção Básica – PAB fixo e variável;
III - prestar assessoria técnica aos estados, ao Distrito Federal e 
aos municípios no processo de qualificação e de consolidação 
da Atenção Básica e da estratégia de Saúde da Família;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
IV - estabelecer diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos 
técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de capacitação e 
educação permanente dos profissionais da Atenção Básica;
V - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as 
Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, 
para capacitação e garantia de educação permanente para os 
profissionais de saúde da Atenção Básica;
VI - articular com o Ministério da Educação estratégias de 
indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação na 
área da saúde, em especial de medicina, enfermagem e 
odontologia, visando à formação de profissionais com perfil 
adequado à Atenção Básica;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
VII - assessorar estados, municípios e o Distrito Federal na 
implantação dos sistemas de informação da Atenção Básica;
VIII - analisar dados de interesse nacional, relacionados com a 
Atenção Básica, gerados pelos sistemas de informação em 
saúde, divulgando os resultados obtidos;
IX - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e 
avaliação da Atenção Básica de âmbito nacional;
X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias 
organizacionais de qualificação de recursos humanos para 
gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção 
Básica;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XI - definir estratégias de articulação com as gestões estaduais 
e municipais do SUS com vistas à institucionalização da 
avaliação da Atenção Básica;
XII - monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção 
Básica, no âmbito nacional, divulgando anualmente os 
resultados alcançados;
XIII - estabelecer outros mecanismos de controle e regulação, 
de monitoramento e de avaliação das ações da Atenção Básica 
e da estratégia de Saúde da Família no âmbito nacional;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
XIV - promover o intercâmbio de experiências e estimular o 
desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o 
aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e 
conhecimentos voltados à Atenção Básica; 
XV - viabilizar parcerias com organismos internacionais, com 
organizações governamentais, não governamentais e do setor 
privado, para fortalecimento da Atenção Básica e da estratégia 
de saúde da família no País.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
3 - DA INFRAESTRUTURA E DOS RECURSOS NECESSÁRIOS
➢ São itens necessários à realização das ações de Atenção 
Básica nos municípios e no Distrito Federal:
I - Unidade(s) Básica(s) de Saúde (UBS) com ou sem Saúde da 
Família inscrita(s) no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 
Saúde do Ministério da Saúde, de acordo com as normas 
sanitárias vigentes;
II - UBS com ou sem Saúde da Família que, de acordo com o 
desenvolvimento de suas ações, disponibilizem:
Política Nacional de Atenção à Saúde 
III - equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, 
cirurgião dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico 
em higiene dental, auxiliar de enfermagem ou técnico de 
enfermagem e agente comunitário de saúde, entre outros;
IV - consultório médico, consultório odontológico e consultório 
de enfermagem para os profissionais da Atenção Básica;
V - área de recepção, local para arquivos e registros, uma sala 
de cuidados básicos de enfermagem, uma sala de vacina e 
sanitários, por unidade; 
Política Nacional de Atenção à Saúde 
VI - equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações 
propostas, de forma a garantir a resolutividade da Atenção 
Básica;
VII - garantia dos fluxos de referência e contra referência aos 
serviços especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico, 
ambulatorial e hospitalar; e
VIII - existência e manutenção regular de estoque dos insumos 
necessários para o funcionamento das unidades básicas de 
saúde, incluindo dispensaçãode medicamentos pactuados 
nacionalmente.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
4 - DO PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO 
BÁSICA
São características do processo de trabalho das equipes de 
Atenção Básica:
I - definição do território de atuação das UBS;
II - programação e implementação das atividades, com a 
priorização de solução dos problemas de saúde mais 
frequentes, considerando a responsabilidade da assistência 
resolutiva à demanda espontânea; 
Política Nacional de Atenção à Saúde 
III - desenvolvimento de ações educativas que possam interferir 
no processo de saúde-doença da população e ampliar o 
controle social na defesa da qualidade de vida;
IV - desenvolvimento de ações focalizadas sobre os grupos de 
risco e fatores de risco comportamentais, alimentares e/ou 
ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a 
manutenção de doenças e danos evitáveis;
V - assistência básica integral e contínua, organizada à 
população adscrita, com garantia de acesso ao apoio 
diagnóstico e laboratorial;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
VI - implementação das diretrizes da Política Nacional de 
Humanização, incluindo o acolhimento;
VII - realização de primeiro atendimento às urgências médicas e 
odontológicas;
VIII - participação das equipes no planejamento e na avaliação 
das ações;
IX - desenvolvimento de ações intersetoriais, integrando projetos 
sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde; e 
X - apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local e do 
controle social.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE
➢ A educação permanente dos 
profissionais da Atenção 
Básica é de responsabilidade 
conjunta das SMS e das SES, 
nos estados, e da Secretaria 
de Saúde do Distrito Federal. 
Devem compor o 
financiamento da Educação 
Permanente recursos das três 
esferas de governo acordados 
na CIT e nas CIBs.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
DO FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
➢ O financiamento da Atenção Básica se dará em composição 
tripartite. O Piso da Atenção Básica (PAB) constitui-se no 
componente federal para o financiamento da Atenção Básica, 
sendo composto de uma fração fixa e outra variável. 
➢ O somatório das partes fixa e variável do Piso da Atenção Básica 
(PAB) comporá o Teto Financeiro do Bloco Atenção Básico 
conforme estabelecido nas diretrizes dos Pactos pela Vida, em 
Defesa do SUS e de Gestão. 
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ A parte fixa (PAB fixo) é destinada a todos os municípios e a parte 
variável (PAB variável) que consiste em recursos financeiros 
destinados a estimular a implantação das seguintes estratégias 
nacionais de reorganização do modelo de atenção à saúde: 
• Saúde da Família – SF;
• Agentes Comunitários de Saúde – ACS; 
• Saúde Bucal – SB;
• Compensação de Especificidades Regionais; 
• Saúde Indígena – SI; 
• Saúde no Sistema Penitenciário.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ Os repasses realizados em conta aberta especificamente para 
essa finalidade, com o objetivo de facilitar o acompanhamento 
pelos Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos 
estados e do Distrito Federal.
➢ Os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde 
da Família implantadas serão transferidos a cada mês, tendo 
como base o número de Equipe de Saúde da Família (ESF) 
registrado no cadastro de equipes e profissionais do Sistema de 
Informação de Atenção Básica – SIAB, no mês anterior ao da 
respectiva competência financeira.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ O número máximo de ESF pelas quais o município e o Distrito 
Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos financeiros 
específicos será calculado pela fórmula: população / 2400. A 
fonte de dados populacionais a ser utilizada para o cálculo será a 
mesma vigente para cálculo da parte fixa do PAB.
➢ São estabelecidas duas modalidades de financiamento para as 
ESF:
• ESF Modalidade 1 
• ESF Modalidade 2 
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ ESF Modalidade 1 - São as ESF que atendem aos seguintes 
critérios:
➢ I - estiverem implantadas em municípios com Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH) igual ou inferior a 0,7 e 
população de até 50 mil habitantes nos Estados da Amazônia 
Legal, e até 30 mil habitantes nos demais Estados do País;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ II - estiverem implantadas em municípios que integraram o 
Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS) e que 
não estão enquadrados no estabelecido na alínea I deste item; e
➢ III - estiverem implantadas em municípios não incluídos no 
estabelecido nas alíneas I e II e atendam a população 
remanescente de quilombos ou residente em assentamentos de 
no mínimo 70 (setenta) pessoas, respeitado o número máximo 
de equipes por município, publicado em portaria específica.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ ESF Modalidade 2 - São as ESF implantadas em todo o território 
nacional que não se enquadram nos critérios da Modalidade 1:
➢ Com relação aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) os 
valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS 
implantadas são transferidos a cada mês, tendo como base o 
número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), registrados 
no cadastro de equipes e profissionais do Sistema de 
Informação de Atenção Básica – SIAB, na respectiva 
competência financeira.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ O número máximo de ACS pelos quais o município e o Distrito 
Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos financeiros 
específicos será calculado pela fórmula: população IBGE/ 400. 
Para municípios dos estados da Região Norte, Maranhão e Mato 
Grosso, a fórmula será: população IBGE da área urbana / 400 + 
população da área rural IBGE/ 280.
➢ Quanto as Equipes de Saúde Bucal (ESB) os valores dos 
incentivos financeiros para as Equipes de Saúde Bucal 
implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base o 
número de Equipes de Saúde Bucal (ESB) registrados no 
cadastro de Equipes e profissionais do Sistema de Informação de 
Atenção Básica – SIAB, na respectiva competência financeira.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ São estabelecidas duas modalidades de financiamento para as 
ESB:
➢ I - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 1 - Composta por no 
mínimo1 cirurgião-dentista e 1 auxiliar de consultório 
dentário;
➢ II - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 2 - Composta por no 
mínimo 1 cirurgião-dentista, 1 auxiliar de consultório 
dentário e 1 técnico de higiene dental.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
REQUISITOS MÍNIMOS PARA MANUTENÇÃO DA TRANSFERÊNCIA 
DO PAB
➢ Os requisitos mínimos para a manutenção da transferência do 
PAB são aqueles definidos pela legislação federal do SUS.
• O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal, 
aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde e atualizado a 
cada ano, deve especificar a proposta de organização da 
Atenção Básica e explicitar como serão utilizados os recursos 
do Bloco da Atenção Básica. Os municípios e o Distrito 
Federal devem manter a guarda desses Planos por no 
mínimo 10 anos, para fins de avaliação, monitoramento e 
auditoria.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
• O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a aplicação 
dos recursos financeiros resultou em ações de saúde para a 
população, incluindo quantitativos mensais e anuais de 
produção de serviços de Atenção Básica, e deverá ser 
apresentado anualmente para apreciação e aprovação pelo 
Conselho Municipal de Saúde.
• Os valores fixos do PAB serão corrigidos anualmente 
mediante cumprimento de metas pactuadas para 
indicadores da Atenção Básica. 
➢ Excepcionalmente o não alcance de metas poderá ser avaliado e 
justificado pelas Secretarias Estaduais de Saúde e pelo 
Ministério da Saúde de maneira a garantir esta correção
Política Nacional de Atenção à Saúde 
SUSPENSÃO DO REPASSE DE RECURSOS DO PAB
➢ O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos do PAB 
aos municípios e ao Distrito Federal, quando:I - Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e 
do Distrito Federal, dos bancos de dados nacionais de 
informação, a saber:
a) Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) – para os 
municípios e o Distrito Federal, caso tenham implantado ACS 
e/ou ESF e/ou ESB;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
b) Sistema de Informações Ambulatorial - SIA;
c) Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM;
d) Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC;
e) Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN;
f) Sistema de Informações de Agravos de Notificação - SINAN;
g) Sistema de Informações do Programa Nacional de 
Imunizações SIS-PNI.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ Considera-se alimentação irregular:
I- A ausência de envio de informações por 2 meses 
consecutivos ou 3 meses alternados no período de um ano;
II- Forem detectados, por meio de auditoria federal ou 
estadual, malversação ou desvio de finalidade na utilização 
dos recursos.
➢ A suspensão será mantida até a adequação das irregularidades 
identificadas.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
SUSPENSÃO DO REPASSE DE RECURSOS DO PAB VARIÁVEL
➢ O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos dos 
incentivos a equipes de Saúde da Família ou de Saúde Bucal ao 
município e/ou ao Distrito Federal, nos casos em que forem 
constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão 
direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de 
Saúde ou por auditoria do DENASUS, alguma das seguintes 
situações: 
I - inexistência de unidade de saúde cadastrada para o trabalho 
das equipes e/ou;
Política Nacional de Atenção à Saúde 
II - ausência de qualquer um dos profissionais da equipe por 
período superior a 90 (noventa) dias, com exceção dos 
períodos em que a contratação de profissionais esteja 
impedida por legislação específica e/ou;
III - o descumprimento da carga horária para os profissionais 
das Equipes de Saúde da Família ou de Saúde Bucal 
estabelecida nesta Política.
Política Nacional de Atenção à Saúde 
➢ O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos dos 
incentivos, relativos aos Agentes Comunitários de Saúde, ao 
município e/ou ao Distrito Federal, nos casos em que forem 
constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão 
direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual de 
Saúde, ou por auditoria do DENASUS, diante das seguintes 
situações:
I - inexistência de unidade de saúde cadastrada como 
referência para a população cadastrada pelos ACS e/ou; 
Política Nacional de Atenção à Saúde 
II - ausência de enfermeiro supervisor por período superior a 
90 (noventa) dias, com exceção dos períodos em que a 
legislação eleitoral impede a contratação de profissionais, nos 
quais será considerada irregular a ausência de profissional por 
e/ou;
III - ausência de ACS, por período superior a 90 (noventa) dias 
consecutivos, e/ou;
IV - descumprimento da carga horária estabelecida nesta 
Política, para os profissionais.
Estratégia de Saúde da Família
1 - PRINCÍPIOS GERAIS
➢ A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da 
Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema 
Único de Saúde. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a 
estratégia Saúde da Família deve:
I - Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica 
tradicional nos territórios em que as Equipes Saúde da Família 
atuam;
Estratégia de Saúde da Família
II - atuar no território, realizando cadastramento domiciliar, 
diagnóstico situacional, ações dirigidas aos problemas de saúde 
de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando 
o cuidado dos indivíduos e das famílias ao longo do tempo, 
mantendo sempre postura proativa frente aos problemas de 
saúde-doença da população;
III - desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a 
programação realizada com base no diagnóstico situacional e 
tendo como foco a família e a comunidade;
Estratégia de Saúde da Família
IV - buscar a integração com instituições e organizações sociais, 
em especial em sua área de abrangência, para o 
desenvolvimento de parcerias; e 
V - ser um espaço de construção de cidadania.
Estratégia de Saúde da Família
2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA NÍVEL DE GOVERNO
➢ Além das responsabilidades propostas para a Atenção Básica, 
em relação à estratégia Saúde da Família, os diversos entes 
federados têm as seguintes responsabilidades:
➢ Competem às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito 
Federal:
I - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua rede de 
serviços visando à organização do sistema local de saúde;
Estratégia de Saúde da Família
II - definir, no Plano de Saúde, as características, os objetivos, 
as metas e os mecanismos de acompanhamento da estratégia 
Saúde da Família;
III - garantir infraestrutura necessária ao funcionamento das 
equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e das unidades 
básicas de referência dos Agentes Comunitários de Saúde, 
dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos 
suficientes para o conjunto de ações propostas;
Estratégia de Saúde da Família
IV - assegurar o cumprimento de horário integral – jornada de 
40 horas semanais – de todos os profissionais nas equipes de 
saúde da família, de saúde bucal e de agentes comunitários de 
saúde, com exceção daqueles que devem dedicar ao menos 32 
horas de sua carga horária para atividades na equipe de Saúde 
da Família e até 8 horas do total de sua carga horária para 
atividades de residência multiprofissional e/ou de medicina de 
família e de comunidade, ou trabalho em hospitais de pequeno 
porte, conforme regulamentação específica da Política Nacional 
dos Hospitais de Pequeno Porte;
Estratégia de Saúde da Família
V - realizar e manter atualizado o cadastro dos ACS, dos 
enfermeiros da equipe PACS e dos profissionais das equipes de 
Saúde da Família e de Saúde Bucal, bem como da população 
residente na área de abrangência das equipes de Saúde da 
Família, de Saúde Bucal e ACS, nos Sistemas Nacionais de 
Informação em Saúde definidos para esse fim; e 
VI - estimular e viabilizar a capacitação específica dos 
profissionais das equipes de Saúde da Família.
Estratégia de Saúde da Família
➢ Competem às Secretarias Estaduais de Saúde:
I - pactuar com a Comissão Intergestores Bipartite estratégias, 
diretrizes e normas de implementação e gestão da Saúde da 
Família no Estado, mantidos os princípios gerais 
regulamentados nesta Portaria;
II - estabelecer no Plano de Saúde estadual metas e prioridades 
para a Saúde da Família;
Estratégia de Saúde da Família
III - submeter à Comissão Intergestores Bipartite (CIB), no prazo 
máximo de 30 dias após a data do protocolo de entrada do 
processo, a proposta de implantação ou expansão de ESF, ESB e 
ACS elaborada pelos municípios e aprovada pelos Conselhos de 
Saúde dos municípios;
IV - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de 
acompanhamento do cadastramento dos profissionais das 
Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS nos 
sistemas de informação nacionais, definidos para esse fim;
Estratégia de Saúde da Família
V - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de 
descredenciamento e/ou o bloqueio de recursos diante de 
irregularidades constatadas na implantação e no 
funcionamento das Equipes de Saúde da Família, de Saúde 
Bucal e ACS, a ser publicado como portaria de resolução da CIB, 
visando à regularização das equipes que atuam de forma 
inadequada;
VI - analisar e consolidar as informações enviadas pelos 
municípios, referentes à implantação e ao funcionamento das 
Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS;
Estratégia de Saúde da Família
VII - enviar, mensalmente, ao Ministério da Saúde o 
consolidado das informações encaminhadas pelos municípios, 
autorizando a transferência dos incentivos financeiros federais 
aos municípios;
VIII - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde pelo 
monitoramento, o controle e a avaliação da utilização dos 
recursos de incentivoda Saúde da Família transferidos aos 
municípios no território estadual;
IX - prestar assessoria técnica aos municípios no processo de 
implantação e ampliação da SF;
Estratégia de Saúde da Família
X - articular com as instituições formadoras de recursos 
humanos do estado estratégias de expansão e qualificação de 
cursos de pós-graduação, residências médicas e 
multiprofissionais em Saúde da Família e educação 
permanente, de acordo com demandas e necessidades 
identificadas nos municípios e pactuadas nas CIBs; e
XI - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvimento da 
estratégia Saúde da Família nos municípios, identificando 
situações em desacordo com a regulamentação, garantindo 
suporte às adequações necessárias e divulgando os resultados 
alcançados.
Estratégia de Saúde da Família
➢ Compete ao Distrito Federal:
I - estabelecer, no Plano de Saúde do Distrito Federal, metas e 
prioridades para a Saúde da Família;
II - analisar e consolidar as informações referentes à 
implantação e ao funcionamento das equipes de Saúde da 
Família, de Saúde Bucal e ACS;.
Estratégia de Saúde da Família
III - responsabilizar-se junto ao Ministério da Saúde pelo 
monitoramento, o controle e a avaliação da utilização dos 
recursos de incentivo da Saúde da Família transferidos ao 
Distrito Federal; e
IV - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvimento da 
estratégia de Saúde da Família no Distrito Federal, 
identificando e adequando situações em desacordo com a 
regulamentação e divulgando os resultados alcançados.
Estratégia de Saúde da Família
➢ Compete ao Ministério da Saúde
I - definir e rever, de forma pactuada, na Comissão 
Intergestores Tripartite, as diretrizes e as normas da Saúde da 
Família;
II - garantir fontes de recursos federais para compor o 
financiamento da Atenção Básica organizada por meio da 
estratégia Saúde da Família;
III - apoiar a articulação de instituições, em parceria com 
Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito 
Federal, para capacitação e garantia de educação permanente 
específica aos profissionais da Saúde da Família;
Estratégia de Saúde da Família
IV - articular com o Ministério da Educação estratégias de 
expansão e de qualificação de cursos de pós-graduação, 
residências médicas e multiprofissionais em Saúde da Família e 
em educação permanente;
V - analisar dados de interesse nacional relacionados com a 
estratégia Saúde da Família, gerados pelos sistemas de 
informação em saúde, divulgando os resultados obtidos; e
VI - para a análise de indicadores, de índices de valorização de 
resultados e de outros parâmetros, o cálculo da cobertura 
populacional pelas ESF, ESB e ACS será realizado a partir da 
população cadastrada no sistema de informação vigente.
Estratégia de Saúde da Família
3 - DA INFRAESTRUTURA E DOS RECURSOS NECESSÁRIOS
➢ São itens necessários à implantação das Equipes de Saúde da 
Família:
I - Existência de equipe multiprofissional responsável por, no 
máximo, 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 
3.000 habitantes, com jornada de trabalho de 40 horas 
semanais para todos os seus integrantes e composta por, no 
mínimo, médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem ou 
técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde;
Estratégia de Saúde da Família
II - número de ACS suficiente para cobrir 100% da população 
cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 
ACS por equipe de Saúde da Família;
III - existência de Unidade Básica de Saúde inscrita no Cadastro 
Geral de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, 
dentro da área para o atendimento das Equipes de Saúde da 
Família que possua minimamente:
a) consultório médico e de enfermagem para a Equipe de 
Saúde da Família, de acordo com as necessidades de 
desenvolvimento do conjunto de ações de sua 
competência;
Estratégia de Saúde da Família
b) área/sala de recepção, local para arquivos e registros, 
uma sala de cuidados básicos de enfermagem, uma sala de 
vacina e sanitários, por unidade;
c) equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações 
programadas, de forma a garantir a resolutividade da 
Atenção Básica à saúde;
IV - garantia dos fluxos de referência e contra referência aos 
serviços especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico, 
ambulatorial e hospitalar; e
V - existência e manutenção regular de estoque dos insumos 
necessários para o funcionamento da UBS.
Estratégia de Saúde da Família
NECESSIDADE DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE BUCAL NAS EQUIPES 
DE SAÚDE DA FAMÍLIA
I - No caso das Equipes de Saúde Bucal (ESB), Modalidade 1: 
Existência de equipe multiprofissional, com composição básica 
de cirurgião dentista e auxiliar de consultório dentário, com 
trabalho integrado a uma ou duas ESF, com responsabilidade 
sanitária pela mesma população e território que as ESF às quais 
está vinculada, e com jornada de trabalho de 40 horas 
semanais para todos os seus componentes;
Estratégia de Saúde da Família
II - No caso das ESB, Modalidade 2: 
Existência de equipe multiprofissional, 
com composição básica de cirurgião 
dentista, auxiliar de consultório 
dentário e técnico de higiene dental, 
com trabalho integrado a uma ou duas 
ESFs, com responsabilidade sanitária 
pela mesma população e território 
que as ESFs, às quais está vinculada, e 
com jornada de trabalho de 40 horas 
semanais para todos os seus 
componentes;
Estratégia de Saúde da Família
III - Existência de Unidade de Saúde inscrita no Cadastro Geral 
de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, dentro 
da área para atendimento das equipes de Saúde Bucal, que 
possua minimamente:
a) consultório odontológico para a Equipe de Saúde Bucal, 
de acordo com as necessidades de desenvolvimento do 
conjunto de ações de sua competência; e,
b) equipamentos e materiais adequados ao elenco de 
ações programadas, de forma a garantir a resolutividade da 
Atenção Básica à saúde.
Estratégia de Saúde da Família
➢ É prevista a implantação da estratégia de Agentes Comunitários 
de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma 
possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica. São 
itens necessários à organização da implantação dessa estratégia:
I - A existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no 
Cadastro Geral de estabelecimentos de saúde do Ministério da 
Saúde, de referência para os ACS e o enfermeiro supervisor;
II - a existência de um enfermeiro para até 30 ACS, o que 
constitui uma equipe de ACS;
Estratégia de Saúde da Família
III - o cumprimento da carga horária de 40 horas semanais 
dedicadas à equipe de ACS pelo enfermeiro supervisor e pelos 
ACS;
IV - definição das microáreas sob responsabilidade de cada 
ACS, cuja população não deve ser superior a 750 pessoas; e
V - o exercício da profissão de Agente Comunitário de Saúde 
regulamentado pela Lei nº 10.507/2002.
Estratégia de Saúde da Família
PROCESSO DE TRABALHO DA SAÚDE DA FAMÍLIA
➢ Além das características do processo de trabalho das equipes de 
Atenção Básica, são características do processo de trabalho da 
Saúde da Família:
I - Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos 
indivíduos e utilizar, de forma sistemática, os dados para a 
análise da situação de saúde considerando as características 
sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas 
do território; 
Estratégia de Saúde da Família
II - definição precisa do território de atuação, mapeamento e 
reconhecimento da área adstrita, que compreenda o segmento 
populacional determinado, com atualização contínua;
III - diagnóstico, programação e implementação das atividades 
segundo critérios de risco à saúde, priorizando solução dos 
problemas de saúde mais frequentes;
IV - prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por meio 
do conhecimento da estrutura e da funcionalidade das famílias 
que visa propor intervenções que influenciem os processos de 
saúde-doença dos indivíduos, das famílias e da própria 
comunidade;
Estratégia de Saúde da Família
V - trabalho interdisciplinare em equipe, integrando áreas 
técnicas e profissionais de diferentes formações;
VI - promoção e desenvolvimento de ações intersetoriais, 
buscando parcerias e integrando projetos sociais e setores 
afins, voltados para a promoção da saúde, de acordo com 
prioridades e sob a coordenação da gestão municipal;
VII - valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva 
de uma abordagem integral e resolutiva, possibilitando a 
criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e 
respeito;
Estratégia de Saúde da Família
VIII - promoção e estímulo à participação da comunidade no 
controle social, no planejamento, na execução e na avaliação 
das ações; e 
IX - acompanhamento e avaliação sistemática das ações 
implementadas, visando à readequação do processo de 
trabalho.
Doenças Transmissíveis
➢ Na década de 30, as doenças transmissíveis eram a principal 
causa de morte nas capitais brasileiras, respondendo por mais 
de um terço dos óbitos registrados nestes locais, percentual 
provavelmente muito inferior ao que ocorria na área rural, da 
qual não se tem registros adequados. 
➢ As melhorias sanitárias, o 
desenvolvimento de novas 
tecnologias como as vacinas e os 
antibióticos, a ampliação do 
acesso aos serviços de saúde e as 
medidas de controle, fizeram com 
que este quadro se alterasse 
significativamente.
Doenças Transmissíveis
➢ A partir da década de 60 as doenças do aparelho circulatório 
passaram a ser a principal causa de morte no Brasil, superando a 
mortalidade por doenças transmissíveis, que passou a ocupar o 
quinto grupo de doenças responsáveis pelo óbito. 
➢ Todavia, apesar desta considerável redução, as doenças 
transmissíveis ainda tem um impacto importante sobre a 
morbidade, principalmente por aquelas doenças para as quais 
não se dispõe de mecanismos eficazes de prevenção e/ou que 
apresentam uma estreita associação com causas ambientais, 
sociais e econômicas.
Doenças Transmissíveis
➢ A alteração do quadro de morbimortalidade, com a perda de 
importância relativa das doenças transmissíveis, dá a impressão 
de que essas doenças estariam todas extintas ou próximas a 
isso. Contudo, essa não é a realidade no Brasil nem mesmo em 
países mais desenvolvidos.
➢ Nos Estados Unidos, por exemplo, no ano de 2003, observou-se 
o registro de um total de 1.588 casos de doença meningocócica. 
As meningites assépticas (geralmente causadas por vírus) 
registraram uma média anual de 10 mil casos no início da 
década passada, quando ainda eram de notificação compulsória.
Doenças Transmissíveis
➢ A doença de Lyme, transmitida por um tipo de carrapato, 
acometeu 18.387 pessoas no ano de 2003. A coqueluche 
apresentou uma tendência de crescimento desde o início da 
década de 80, chegando ao patamar de 8.483 casos em 2003, e 
a varicela (catapora) apresentou um registro de 13.474 neste 
mesmo ano.
➢ Agregando-se à ocorrência destas doenças infecciosas que já 
vinham sendo registradas no país, nas últimas décadas, novas 
doenças infecciosas têm sido introduzidas e disseminadas em 
todo seu território.
Doenças Transmissíveis
➢ A AIDS tem sido uma das doenças mais emblemáticas deste 
processo denominado de "emergência das doenças infecciosas", 
a partir do seu surgimento no início da década de 80 naquele 
país. Mais recentemente uma doença originada na África e 
transmitida por mosquitos, a febre do oeste do Nilo, a partir de 
sua introdução em Nova Iorque, desde 1999 vem gerando surtos 
com elevado número de casos e óbitos. Somente no último ano 
foram registrados 1.933 casos.
➢ Mesmo doenças que já estão sendo eliminadas em todo o 
continente americano, como o sarampo, apresenta transmissão 
ainda em vários países do continente europeu, representando 
um risco constante para sua disseminação para os países que 
conseguiram a sua eliminação. 
Doenças Transmissíveis
➢ Tais dados ajudam na compreensão do verdadeiro momento em 
que se encontram as doenças transmissíveis. O enorme êxito 
alcançado na prevenção e controle de várias destas doenças, 
que hoje ocorrem em proporção ínfima quando em comparação 
com algumas décadas atrás, não significa que foram todas 
erradicadas. Essa é uma falsa percepção e uma expectativa 
irrealizável, pelo menos em curto prazo e com os meios 
tecnológicos atualmente disponíveis.
Doenças Transmissíveis
➢ Por causa das diferenças associadas às condições sociais, 
sanitárias e ambientais, as doenças transmissíveis ainda se 
constituem em um dos principais problemas de saúde pública 
no mundo. 
➢ Doenças antigas ressurgem com outras características e doenças 
novas se disseminam com uma velocidade impensável há 
algumas décadas. A varíola, ainda é o único do produto de anos 
e décadas de esforços contínuos dos governos e sociedade.
➢ A seguir descreveremos algumas doenças transmissíveis:
Doenças Transmissíveis
➢ Difteria: 
➢ A difteria é uma doença transmissível aguda, toxi-infecciosa, 
causada por bacilo toxigênico que frequentemente se aloja nas 
amígdalas, na faringe, na laringe, no nariz e, ocasionalmente, em 
outras mucosas e na pele. 
➢ O número de casos de difteria 
notificados no Brasil vem decrescendo 
progressivamente, provavelmente em 
decorrência do aumento da utilização 
da vacina tríplice bacteriana (DTP).
Doenças Transmissíveis
➢ Em 1990, foram notificados 640 casos, com coeficiente de 
incidência de 0,45/100.000 habitantes, número que foi 
progressivamente decaindo até 58 casos em 2000 (coeficiente 
de incidência de 0,03/100.000 habitantes).
➢ Em 2003, registraram-se 40 casos (coeficiente de incidência de 
0,02). A cobertura vacinal com a DTP vem se elevando neste 
período, passando de 66% em 1990 para mais de 90% desde 
2002.
Doenças Transmissíveis
➢ Coqueluche
➢ A morbidade da coqueluche no país também já foi elevada. No 
início da década de 80 eram notificados mais de 40 mil casos 
anuais, e o coeficiente de incidência era superior a 30/100.000 
habitantes. Este número caiu abruptamente a partir de 1983, 
mantendo desde então, uma tendência decrescente. 
➢ Na década de 90, foram notificados 15.329 casos, resultando em 
um coeficiente de incidência de 10,64/100.000 habitantes, 
sendo que a partir de 1996, o número de casos anuais não 
excedeu 2.000, mantendo-se com coeficiente de incidência em 
torno de 1/100.000 habitantes.
Doenças Transmissíveis
➢ Com o Programa Nacional de Imunizações, em 1973, a vacina 
tríplice bacteriana (DTP) passou a ser recomendada para 
crianças menores de 7 anos, observando-se a partir disso o 
decréscimo na incidência da coqueluche. A partir dos anos 90, a 
cobertura foi se elevando, principalmente a partir de 1998, 
resultando em uma modificação importante no perfil 
epidemiológico desta doença. 
➢ Entretanto, nos últimos anos, surtos de coqueluche vêm sendo 
registrados em populações com baixa cobertura vacinal, 
principalmente em populações indígenas.
Doenças Transmissíveis
➢ Tétano
➢ O tétano é uma doença transmissível, não contagiosa, que 
apresenta duas formas de ocorrência: acidental e neonatal. A 
primeira forma geralmente acomete pessoas que entram em 
contato com o bacilo tetânico ao manusearem o solo ou através 
de ferimentos ou lesões ocorridas por materiais contaminados, 
em ferimentos na pele ou mucosa. 
➢ O tétano neonatal é causado pela contaminação durante a 
secção do cordão umbilical pelo uso de instrumentos 
esterilizados inadequadamente; pelo uso de substâncias 
contaminadas no coto umbilical como teia de aranha, pó de 
café, fumo, esterco.
Doenças Transmissíveis
➢ As mortes pelo tétano acidental acompanham uma tendência 
declinante, das 713 ocorrências anuais registradas em 1982, 
para menos de 300 desde 1998. Tal enfermidade apresenta uma 
letalidade média de 70%, o que implica em um impacto 
importante na mortalidade infantil neonatal.
➢ O tétano acidental pode ser evitado pelo uso da vacina DPT na 
infância e com a vacina dupla adulto (dT) em adultos, além dos 
reforços a cada dez anos para quem já tem o esquema 
completo.Doenças Transmissíveis
➢ Outra medida importante é a adoção de procedimentos 
adequados de limpeza e desinfecção de ferimentos ou lesão 
suspeita para tétano, nas unidades de saúde. Com relação ao 
tétano neonatal pode ser evitado principalmente por meio da 
vacinação das gestantes durante o pré-natal.
Doenças Transmissíveis
➢ Poliomielite
➢ A poliomielite responsável pela paralisia infantil, doença que 
pode deixar sequelas graves e levar ao óbito, chegou a acometer 
3.596 crianças no ano de 1975. A intensificação da vigilância e 
ações de controle, particularmente a ampliação da vacinação de 
rotina e a introdução das Campanhas Nacionais de Vacinação 
diminuíram o número de casos confirmados nos anos de 1987 e 
1988, sendo em 1989 notificado o último caso com isolamento 
do polivírus selvagem no país, sendo erradicado em 1994 no 
Brasil.
Doenças Transmissíveis
➢ O alcance da erradicação foi possível devido às estratégias de 
coberturas vacinal adequada de forma homogênea em todo o 
território nacional e cumprimento de metas adequadas dos 
indicadores de vigilância epidemiológica.
Doenças Transmissíveis
➢ Sarampo: 
➢ Em 1980, essa doença provocou aproximadamente 3.236 
mortes. O sarampo é uma doença transmissível e contagiosa, 
que acometeu de 2 a 3 milhões de crianças nos anos epidêmicos 
na década de 70. Apresentando redução em 1991 a 2000, sendo 
que em 2001 alcançou-se a eliminação da circulação do vírus 
autóctone, apesar do surto ocorrido em 1997. 
➢ O Ministério da Saúde implantou o Plano de Erradicação do 
Sarampo em 1999 com o intuito de intensificar as ações de 
vigilância epidemiológica objetivando detectar e investigar de 
forma oportuna todos os casos suspeitos de sarampo e rubéola
Doenças Transmissíveis
➢ Com isso, realizar de forma oportuna o bloqueio vacinal diante 
de todos os casos suspeitos e garantir que todos os municípios 
atinjam a cobertura vacinal adequada na rotina, de 95% nas 
crianças de um ano de idade.
➢ Em 2001 e 2002, apenas 1 caso 
foi confirmado de sarampo 
importado do Japão. Em 2003 
mais dois casos importados foram 
confirmados, sendo o caso índice 
procedente da Alemanha. Esse 
quadro reforça a expectativa de 
garantir a execução do objetivo 
de erradicar a doença no Brasil.
Doenças Transmissíveis
➢ Rubéola: 
➢ Introduzida na lista de doenças de notificação compulsória no 
Brasil na segunda metade da década de 90. Em 1997, ano em 
que o país enfrentou a última epidemia de sarampo, foram 
notificados cerca de 30.000 casos de rubéola. 
➢ No período de 1999/2001 ocorreram surtos desta doença em 
vários estados do Brasil. Em 2001, a rubéola chegou a 5/105 
mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos e de 6,3/105 mulheres 
na faixa etária de 20-29 anos.
Doenças Transmissíveis
➢ A partir do Plano de Erradicação do Sarampo no país, em 1999, 
houve um aumento na vigilância e controle dos casos. Em 2002, 
ocorreram 443 casos de rubéola no Brasil, representando uma 
diminuição de 90% se comparado à incidência de 1997. 
➢ Consequência da realização de uma campanha de vacinação em 
massa dirigida às mulheres em idade fértil em todo o país com 
uma cobertura média de 95,68% e introdução da vacina dupla 
ou tríplice viral no calendário básico de imunização. 
Doenças Transmissíveis
➢ Atualmente a vacinação de mulheres em idade fértil tem 
possibilitado uma importante redução dos casos de SRC, 
alcançando a ocorrência de 13 casos registrados em todo o país, 
o que indica a possibilidade de interrupção na sua transmissão.
Doenças Transmissíveis
➢ Raiva Humana:
➢ Doença infecciosa aguda, de etiologia viral, transmitida por 
mamíferos, que apresenta dois ciclos principais de transmissão: 
urbano e silvestre. Apresenta letalidade de 100% e é passível 
eliminação no ciclo urbano por meio de medidas eficientes de 
prevenção tanto em relação ao homem quanto à fonte de 
infecção, cão e gato por exemplo. No Brasil, o morcego 
hematófago é o principal responsável pela manutenção da 
cadeia silvestre.
Doenças Transmissíveis
➢ Nas duas últimas décadas houve uma redução significativa no 
número de casos humanos registrados por ano, caindo de 173, 
em 1980, para 17 casos em 2003, tendo o cão como o principal 
transmissor da doença. Atualmente esses casos estão 
concentrados principalmente na Região Norte e Nordeste.
➢ Desde 2003 todas as Unidades da Federação disponibilizam, na 
rede de serviços de saúde, vacina de alta qualidade para a 
profilaxia da Raiva Humana, a vacina de cultivo celular.
Doenças Transmissíveis
➢ Doença de Chagas:
➢ Transmitida, principalmente por um inseto que se alimentam de 
sangue (hematófago), o barbeiros, apresentava uma elevada 
incidência no Brasil no fim da década de 70, em cerca de 100 mil 
casos novos por ano.
➢ Atualmente, devido à estratégia de monitoramento para 
identificação do vetor e as ações de combate com inseticidas 
específicos, melhorias habitacionais realizadas nas áreas 
endêmicas, há um controle sobre a doença com uma 
prevalência de média geral de 0,13% de acordo com pesquisas 
realizadas.
Doenças Transmissíveis
➢ Doença de Chagas:
Doenças Transmissíveis
➢ Visando avaliar o impacto das ações de prevenção e controle da 
doença de Chagas, vem sendo desenvolvido em todo o país 
novo inquérito sorológico, que tem indicado uma importante 
redução na prevalência de infecção na população menor de 
cinco anos.
Doenças Transmissíveis
➢ Hanseníase:
➢ É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium 
leprae. A preferência por nervos periféricos confere 
características peculiares à bactéria, tornando o seu diagnóstico 
simples.
➢ A hanseníase tem apresentado uma redução significativa de sua 
prevalência, de 16,4 por 10.000 habitantes em 1985 para 4,52 
por 10.000 habitantes em 2003. 
Doenças Transmissíveis
➢ Mesmo assim, o Brasil continua 
sendo o segundo maior número de 
pacientes de hanseníase do mundo, 
excedido apenas pela Índia em 
relação ao total de casos, 
encontrando-se também entre os 
seis países que não atingiram a 
eliminação da hanseníase em 2005. 
Consequentemente, ainda é um 
problema de saúde pública no 
Brasil, exigindo esforços para um 
plano de intensificação das ações 
de eliminação e de vigilância.
Doenças Transmissíveis
➢ O Estado de Pernambuco por sua vez é considerado endêmico 
para hanseníase, com mais de 3.000 novos pacientes por ano e 
taxas de detecção por volta de 4 para cada 10.000. O maior 
número dos pacientes é encontrado na área metropolitana do 
Recife. 
➢ Sendo que em 2010, de acordo com o Sinan, foram registrados 
3.067 casos em PE e no Recife 994, ou seja, 32,4% dos números 
de casos do estado, demonstrando com isso que a doença se 
encontra propagada em diferentes áreas do Pernambuco.
Doenças Transmissíveis
➢ Com isso, os resultados encontrados demonstram a necessidade 
de continuar à execução das atividades que produzam efeito 
negativo quanto à transmissão da doença. O objetivo de acordo 
com o Plano de Eliminação da Hanseníase no Brasil estabelecido 
pelo Ministério da Saúde, é atingir a prevalência inferior a 1 
caso/10.000 habitantes em cada município de acordo.
Doenças Transmissíveis
➢ Febre Tifoide: 
➢ A febre tifoide é uma doença transmissível associada às 
precárias condições sanitárias, de higiene pessoal e ambiental, 
na maioria das vezes ocorre como surtos relacionados com água 
e/ou alimentos contaminados. 
➢ A imunidade adquirida após a infecção ou vacinação não é 
definitiva e a vacina não apresenta efetividade para o controle 
de surtos.
Doenças Transmissíveis
➢ A doença persiste de forma endêmica no Brasil, com 
superposição de epidemias especialmente nas regiões Norte e 
Nordeste. Desde a década de 80, e especificamente na década 
de 90, observa-se um declínio no coeficiente de incidência de 
1,4/100.000 hab. em 1990, para 0,5/100.000 hab. em 2000, 
como também na letalidade de 2,4% em 1990 para 1,3% em 
2000. Nos anos de 2002 e 2003 foi registrado um total de casos 
inferior a 500 em todo o país.Doenças Transmissíveis
➢ A estratégia de controle da febre tifoide está dirigida, no setor 
saúde, para o fortalecimento das vigilâncias epidemiológica, 
sanitária e ambiental visando a detecção de casos precoce e a 
adoção de medidas que impeçam a sua propagação.
Doenças Transmissíveis
➢ Oncocercose
➢ É uma doença causada por um verme nematódeo transmitido 
de uma pessoa infectada a outra por meio da picada de 
mosquitos vetores do gênero Simulium, e causa cegueira. No 
Brasil, a oncocercose é restrita à área uma área no Estado de 
Roraima de acordo com o Ministério da Saúde no período 
(1993-1997). 
➢ Em 1995, houve a disponibilização de drogas eficazes a doença, 
junto as atividades de controle, distribuição de medicamentos, 
atingindo 100% da área endêmica em 2001, tais ações 
possibilitarão a eliminação da doença.
Doenças Transmissíveis
➢ Filariose:
➢ É causada por um nematódeo, a Wucheceria bancrofti, e 
transmitida por mosquitos, Culex. No Brasil já foi muito 
prevalente, sendo que atualmente está localizada em focos 
endêmicos na região metropolitana do Recife e, em menor 
escala, em Maceió, cidades onde as condições ambientais e de 
drenagem favorecem a permanência de alto índice de 
população vetorial. Em Belém, 
onde a eliminação encontra-se
próxima, a infecção ocorre de 
forma residual.
Doenças Transmissíveis
➢ Filariose:
➢ Nos últimos anos o combate à filariose está apoiado no 
tratamento com Dietilcarbamazina da população que vive em 
área de foco. No Brasil a primeira experiência com esta forma de 
abordagem foi realizada em Recife em novembro de 2003.
➢ Faz-se também o controle do vetor, visando reduzir a densidade 
populacional do mosquito transmissor, atividades de educação 
em saúde, visando a eliminação dos criadouros.
Doenças Transmissíveis
➢ Peste:
➢ Transmitida por roedores silvestres, atualmente está restrita a 
algumas áreas serranas ou de planalto, principalmente na região 
Nordeste, sendo geralmente associada com o cultivo e 
armazenagem de grãos. Os últimos casos foram registrados no 
Estado da Bahia em 2000. 
➢ As atividades permanentes de vigilância sobre os roedores. A 
mortalidade por essa doença praticamente inexiste atualmente 
no país, com apenas um óbito registrado em toda a década de 
90.
Doenças Transmissíveis
➢ Malária:
➢ Acometia cerca de seis milhões de brasileiros por ano na década 
de 40, em todas as regiões. As mudanças sociais ocorridas e o 
intenso trabalho de controle desenvolvido por meio da 
Campanha de Erradicação da Malária possibilitaram o relativo 
controle da doença, que passou a apresentar uma ocorrência de 
menos de 100 mil casos anuais e restringindo-se a Amazônia 
Legal que responde por mais de 99% dos casos registrados no 
País.
Doenças Transmissíveis
➢ Com os projetos de desenvolvimento da Amazônia houve 
dispersão da malária pelas regiões Norte e Centro-Oeste, com 
um aumento significativo do número de casos, passando-se a 
alcançar níveis de 450 a 500 mil casos anuais.
➢ Diante disso, o Ministério da Saúde elaborou o Plano de 
Intensificação das Ações de Controle da Malária (PIACM), 
desencadeando uma série de ações na Região Amazônica.
➢ Estas ações, executadas em parceria com estados e municípios, 
colaboraram na inversão da tendência de crescimento desta 
endemia.
Doenças Transmissíveis
➢ Tuberculose: 
➢ A tuberculose (TB) é uma das 
enfermidades mais antigas e 
conhecidas do mundo, porém 
não é uma doença do 
passado, visto que foi 
decretada pela Organização 
Mundial de Saúde (OMS) 
como enfermidade 
reemergente desde 1993. 
Doenças Transmissíveis
➢ Ainda de acordo com a OMS, a doença possui atualmente como 
principais causas para a gravidade da situação no mundo os 
seguintes fatores: desigualdade social, advento da AIDS, 
envelhecimento da população, grandes movimentos 
migratórios.
➢ O Brasil ocupa a 18ª posição entre os 22 países responsáveis por 
80% dos casos de TB no mundo e contempla 35% dos casos 
notificados na Região das Américas de acordo com a 
Organização Mundial de Saúde em 2009. 
Doenças Transmissíveis
➢ Dentre as doenças infecciosas e parasitárias, a tuberculose de 
vias respiratórias é a maior causa de morte entre os idosos 
recifenses. Em 2010, PE apresentou 5.048 casos, Recife 2.506 
(49,6% dos casos de PE). Caracterizando-se assim, como uma 
doença negligenciada.
➢ A tuberculose tem sido objeto de ações e investimentos 
recentes do Ministério da Saúde e demais instâncias do Sistema 
Único de Saúde - SUS, com o intuito de garantir a continuidade 
do tratamento e ampliar a capacidade de detecção de novos 
casos e aumentar o percentual de cura. 
Doenças Transmissíveis
➢ Meningites:
➢ Caracterizado por processos inflamatórios das meninges que 
podem estar relacionados com uma grande variedade de 
agentes infecciosos como: vírus, bactérias, fungos e 
protozoários.
➢ Para a saúde pública são relevantes as meningites infecciosas, 
causadas por agentes etiológicos transmissíveis. O quadro 
clínico da doença pode variar de acordo com a etiologia, mas em 
geral a doença é grave e pode evoluir para óbito.
Doenças Transmissíveis
➢ A meningite constitui um problema complexo e multifacetado, 
por ser uma doença com diferentes etiologias, possui distintos 
impactos sobre a saúde pública e estratégias de prevenção e 
controle diversas.
➢ Durante a primeira metade da década de 90 observou-se um 
aumento no número de casos notificados de doença 
meningocócica, atingindo o pico em 1996, com o registro de 
7.321 casos. 
Doenças Transmissíveis
➢ Esse aumento decorreu, em grande parte, de surtos localizados 
em municípios com grande contingente populacional, como São 
Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A partir de 1996 há 
uma tendência de redução constante no número de casos, de 
7.321 casos, neste ano, para 2.923 casos em 2003. 
➢ Alguns fatores podem ter colaborado com esta redução, dentre 
eles destacam-se a adoção oportuna das medidas de controle 
(quimioprofilaxia e vacinação de bloqueio), decorrente da 
ampliação da assistência à saúde da população. 
Doenças Transmissíveis
➢ Leishmaniose Visceral (LV):
➢ A leishmaniose visceral, calazar, era uma doença praticamente 
silvestre com características de ambientes rurais, que tem tido 
uma mudança de comportamento, fundamentalmente por 
modificações socioambientais, como o desmatamento que 
reduziu a disponibilidade de animais para servir de fonte de 
alimentação para o mosquito transmissor, colocando-lhe o cão e 
o homem como alternativas mais acessíveis. A doença ainda não 
dispõe de formas de prevenção completamente efetivas, como 
uma vacina.
Doenças Transmissíveis
➢ O comportamento epidemiológico da leishmaniose visceral é 
cíclico, com elevação dos casos em períodos médios a cada 
cinco anos, além de uma tendência crescente, se considerarmos 
o período de 1980 a 2003. Na década de 90, aproximadamente 
90% dos casos de LV ocorreram na região Nordeste e 
atualmente esta região representa 74% do total de casos do 
país.
Doenças Transmissíveis
➢ Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA):
➢ No período de 1980 a 2003, a LTA no Brasil vem apresentando 
coeficientes de detecção que oscilam entre 3,83 a 22,94 por 
100.000 habitantes. Ao longo desse período observou-se uma 
tendência ao crescimento, registrando os coeficientes mais 
elevados nos anos de 1994/1995, quando atingiram níveis de 
22,83 e 22,94 por 100.000 habitantes, respectivamente. Vale 
ressaltar que o ano de 1998 apresentou uma queda significativa 
neste coeficiente (13,47/100.000 habitantes).
Doenças Transmissíveis
➢ Observa-se no Brasil uma expansão geográfica, sendo que no 
início da década de 80 foram registrados casos em 20 unidades 
federadas e nos últimos anos todas as unidades federadas 
registraram casos autóctones da doença. 
➢ As regiões Nordeste e Norte contribuem com o maior número 
de casos registrados no período (cerca de 36,9% e 36,2% 
respectivamente), e a região Norte com os coeficientes mais 
elevados (99,85/100.000habitantes), seguida das regiões 
Centro-Oeste (41,85/100.000 habitantes e Nordeste 
(26,50/100.000 habitantes).
Doenças Transmissíveis
➢ A LTA por ser uma doença que apresenta grande diversidade e 
constantes mudanças nos padrões epidemiológicos de 
transmissão, em virtude das diferentes espécies de vetores, 
reservatórios e agentes etiológicos, associados à ação do 
homem sobre o meio ambiente, dificulta as ações de controle 
da mesma. 
Doenças Transmissíveis
➢ Febre Amarela Silvestre:
➢ A febre amarela urbana encontra-se erradicada de nosso país 
desde 1942 e é responsável por duas formas de aparecimento, a 
urbana e a silvestre. Todavia, com relação a febre amarela 
silvestre não é possível a sua erradicação devido ao seu ciclo 
natural de circulação entre os primatas não humanos das 
florestas tropicais. 
➢ Por causa da última epidemia ocorrida em Minas Gerais no ano 
de 2003, foi definida uma área indene de risco potencial para 
circulação viral, que compreende os municípios do sul de Minas 
Gerais e da Bahia e a região centro-norte do Espírito Santo.
Doenças Transmissíveis
➢ Em 2003, foram registrados 64 casos da doença com 23 óbitos. 
O surto de Minas Gerais foi responsável por 58 desse total de 
casos e por 75% de todos os óbitos do período (21 óbitos). Os 
demais casos de febre amarela foram registrados em Mato 
Grosso (n= 5) e Pará (n=1).
➢ A vacina antiamarílica é o único meio eficaz para prevenir e 
controlar a doença, já que interrompe o ciclo de transmissão, e 
tem por objetivos: conferir proteção individual e coletiva na 
população, bloquear a propagação geográfica da doença criando 
uma barreira de imunidade e prevenir epidemias.
Doenças Transmissíveis
➢ Hepatites: 
➢ As hepatites virais apresentam distribuição universal e 
magnitude variável de acordo com a região do país. As hepatites 
A e E apresentam alta prevalência nos países em 
desenvolvimento, onde as condições sanitárias e 
socioeconômicas são precárias. 
➢ A prevalência de hepatite B tem sido reduzida em países onde a 
vacinação foi implementada, contudo ainda possui uma alta 
prevalência em populações de risco acrescido e em países onde 
a transmissão vertical e horizontal intradomiciliar não é 
controlada.
Doenças Transmissíveis
➢ A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de dois 
bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B, 
tornando 325 milhões de portadores crônicos. 
➢ O Brasil por sua vez, segundo a Organização Pan-Americana de 
Saúde (OPAS) possui estimativa de infecção pelo HAV de 
aproximadamente 130 casos novos por 100.000 habitantes ao 
ano e de que mais de 90% da população maior de 20 anos tenha 
tido exposição ao vírus. 
Doenças Transmissíveis
➢ A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de dois 
bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B, 
tornando 325 milhões de portadores crônicos. 
➢ O Brasil por sua vez, segundo a Organização Pan-Americana de 
Saúde (OPAS) possui estimativa de infecção pelo HAV de 
aproximadamente 130 casos novos por 100.000 habitantes ao 
ano e de que mais de 90% da população maior de 20 anos tenha 
tido exposição ao vírus. 
➢ De acordo com o Ministério da Saúde, ainda não existem 
estudos capazes de estabelecer sua real prevalência no país, 
com relação a hepatite C. 
Doenças Transmissíveis
➢ Com base em dados da rede de hemocentros de pré-doadores
de sangue, em 2002, a distribuição variou entre as regiões 
brasileiras: 0,62% no Norte, 0,55% no Nordeste, 0,28% no 
Centro-Oeste, 0,43% no Sudeste e 0,46% no Sul.
➢ Contudo, a vigilância epidemiológica das hepatites virais no país 
utiliza o sistema universal e passivo, baseado na notificação de 
casos suspeitos. O número de notificações não reflete a real 
incidência da infecção, pois a maioria dos acometidos possuem 
formas assintomáticas ou oligossintomáticas.
Doenças Transmissíveis
➢ Leptospirose:
➢ A Leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial e 
notificação obrigatória no Brasil, apresentando grande 
incidência em algumas regiões, alto custo em internações 
hospitalares e alta taxa de letalidade. 
➢ É causada por um agente etiológico uma bactéria do gênero 
Leptospira, encontrada na urina de roedores e outros mamíferos 
infectados, que pode cursar de forma leve, moderada ou grave. 
Doenças Transmissíveis
➢ Pernambuco apresentou em 2010 o equivalente a 252 casos e a 
sua capital foi responsável por 178 (70,6%) desses casos o que 
pode estar associado ao alto índice de moradia subnormal, as 
condições socioambientais, interligados de forma convergentes 
com a ausência da corresponsabilidade da limpeza pública.
Doenças Transmissíveis
➢ Esquistossomose:
➢ A esquistossomose mansônica tem ampla distribuição 
geográfica no Brasil, com maior intensidade de transmissão na 
região Nordeste do país e norte de Minas Gerais. Desde o início 
da década de 1950 até o presente ano tem sido observada 
redução nas prevalências de infecção. 
Doenças Transmissíveis
➢ Nos últimos 20 anos o percentual tem situado entre 5,5 a 11,6% 
da população examinada. Os Estados de Alagoas, Pernambuco, 
Bahia, Sergipe, Paraíba e Minas Gerais, possuem os maiores 
percentuais da doença. 
➢ A tendência histórica para estes indicadores aponta para uma 
redução na morbidade e mortalidade por formas graves pela 
doença, para o país como um todo. Entretanto, nas áreas 
endêmicas da região Nordeste do Brasil, a ocorrência da forma 
hepatoesplênica, que pode levar ao óbito por hemorragia 
digestiva, ainda representa um importante problema de saúde.
Doenças Transmissíveis
➢ Aids:
➢ Identificada no Brasil em 1980, apresentou um crescimento na 
incidência até 1998, quando foram registrados 25.732 casos 
novos, com um coeficiente de incidência de 15,9 casos/100.000 
hab. 
➢ Posteriormente, observou-se uma desaceleração nas taxas de 
incidência de AIDS Brasil, a despeito da manutenção das 
principais tendências da epidemia: heterossexualização, 
feminização, envelhecimento e pauperização do paciente, 
aproximando-o cada vez mais do perfil socioeconômico do 
brasileiro médio.
Doenças Transmissíveis
➢ Desde o início da década de 80 até setembro de 2003, o 
Ministério da Saúde notificou 277.154 casos de AIDS no Brasil. 
Deste total, 197.340 foram verificados em homens e 79.814 em 
mulheres. 
➢ Em 2003, foram notificados 5.762 novos casos da epidemia e, 
destes, 3.693 foram verificados em homens e 2.069 em 
mulheres, evidenciando o aumento entra as mulheres. 
Atualmente verifica-se também o crescimento da AIDS em 
adolescentes do sexo feminino cuja faixa etária é de 13 a 19 
anos. 
Doenças Transmissíveis
➢ Tal crescimento pode estar relacionado com o início precoce da 
atividade sexual em relação aos adolescentes do sexo 
masculino, normalmente os homens com maior experiência 
sexual são mais expostos aos riscos de contaminação por 
doenças sexualmente transmissíveis (DST) e AIDS.
➢ As principais categorias de transmissão do HIV entre os homens 
e mulheres se dão através das relações sexuais correspondendo 
a 58% e 86,7% respectivamente dos casos de AIDS.
Doenças Transmissíveis
➢ Cólera:
➢ Apesar de todo o conhecimento acumulado durante 30 anos, 
esta doença continua sendo um desafio não somente em função 
das características do agente, mas principalmente pela 
vulnerabilidade de grande parcela da população mundial, 
sobrevivendo em condições de pobreza extrema.
➢ No Brasil, os primeiros casos foram detectados em abril de 
1991, no Estado do Amazonas, de onde se alastrou 
progressivamente pela região Norte. No final do ano atingiu o 
município de São Luiz do Maranhão e em 1992 todos os Estados 
do Nordeste.
Doenças Transmissíveis
➢ Entre 1991 e 2001 foram registrados no Brasil um total de 
168.598 casos e 2.035 óbitos, com registro de grandes 
epidemias na região nordeste. O coeficiente de incidência de 
cólera em 1993, ano em que ocorreu o maior número de casos, 
foi de 39,81/100.000 habitantes, com 670 óbitos e letalidade de 
1,11%.
➢ Estudosevidenciam a complexidade do processo de 
determinação da cólera e a importância dos determinantes 
sociais, do ambiente natural ou modificado. As condições 
ambientais precárias, abastecimento de água insuficiente e 
sistemas de esgoto inadequados são obstáculos para o controle 
do desenvolvimento de surtos e epidemias por cólera. 
Doenças Transmissíveis
➢ Com os esforços do sistema de saúde de reduzir de maneira 
drástica estes valores a partir de 1995, em 2001 registrou-se 
sete casos confirmados (quatro casos no Ceará e um caso em 
Pernambuco, Alagoas e Sergipe). Em 2002 e 2003, não foram 
detectados casos confirmados de cólera no Brasil.
➢ Contudo, o risco de sua reintrodução em áreas já atingidas ou 
ainda indenes continua presente tendo em vista que persistem 
as baixas coberturas de saneamento.
Doenças Transmissíveis
➢ As equipes técnicas de vigilância epidemiológica e ambiental 
dos três níveis de governo têm desenvolvido atividades de 
prevenção, com a realização de investigação de casos suspeitos, 
envolvendo a coleta de amostras clínicas e de amostras de água 
e de meio ambiente, principalmente nos mananciais que 
abastecem os sistemas de captação da água para consumo 
humano.
Doenças Transmissíveis
➢ Dengue:
➢ É uma arbovirose, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que 
se tornou um grave problema de saúde pública no Brasil, e em 
outras regiões tropicais do mundo. Sua transmissão 
essencialmente urbana, ambiente no qual se localizam fatores 
ideais para o seu desenvolvimento como o homem, o vírus, o 
vetor e principalmente as condições políticas, econômicas e 
culturais que formam a estrutura que permite o 
estabelecimento da cadeia de transmissão. 
Doenças Transmissíveis
➢ Tal doença é responsável por uma das maiores campanhas de 
saúde pública realizadas no país. O mosquito transmissor da 
doença que havia sido erradicado de diversos países do continente 
americano nas décadas de 50 e 60, retornou na década de 70, 
devido aos erros da vigilância epidemiológica, mudanças sociais e 
ambientais consequência de uma urbanização acelerada da época.
➢ Atualmente, o mosquito transmissor é encontrado numa larga faixa 
do continente americano, que se estende desde o Uruguai até o sul 
dos Estados Unidos, com registro de surtos importantes de dengue 
em vários países como Venezuela, Cuba, Brasil e Paraguai.
Doenças Transmissíveis
➢ De acordo com o Ministério da Saúde as dificuldades de 
erradicar um mosquito domiciliado têm exigido um esforço 
enorme da esfera da saúde, com um gasto estimado de quase 
R$ 1 bilhão por ano, quando computados todos os custos dos 
dez componentes do Programa Nacional de Controle da Dengue. 
➢ Entre 1999 e 2002 foi registrado um aumento na incidência de 
dengue, alcançando 794.219 casos notificados em 2002. Em 
2003, verificou-se uma redução de 56,6% no total de casos 
notificados em relação a 2002, o que este relacionado com o 
fortalecimento das ações para controlar a doença.
Doenças Transmissíveis
➢ Outro fator, contudo, poderá piorar esse cenário com a entrada 
em circulação de um novo tipo do vírus da dengue, o DENV-4. 
Com isso, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de 
Vigilância em Saúde junto com as Secretarias Estaduais e 
Municipais de Saúde vem executando um conjunto de ações 
com o aumento da intensificação das ações de combate ao 
vetor, fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica , 
integração das ações de vigilância e de educação sanitária com o 
Programa de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de 
Saúde e uma forte campanha de mobilização social e de 
informação para garantir a efetiva participação da população. 
Doenças Transmissíveis
➢ Hantaviroses:
➢ Doença emergente com duas formas clínicas: renal e 
cardiopulmonar. Sendo a primeira de maior frequência na 
Europa e na Ásia, e a segunda possui presença maior no 
continente americano. A doença se faz presente em quase todos 
os países da América do Norte e da América do Sul. 
➢ A infecção humana ocorre frequentemente, pela inalação de 
aerossois formados a partir de secreções e excreções dos 
reservatórios, que são roedores silvestres.
Doenças Transmissíveis
➢ No Brasil, os primeiros casos foram detectados em 1993 na 
cidade de São Paulo, nos dias atuais a doença tem sido 
detectada principalmente na região Sul, além dos estados de 
São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. De 1993 a 2003 foram 
registrados 338 casos em 11 estados brasileiros com uma 
letalidade média de 44,5%. 
➢ O Ministério da Saúde implantou da vigilância epidemiológica 
dessa doença, o desenvolvimento da capacidade laboratorial 
para realizar diagnóstico, a divulgação das medidas adequadas 
de tratamento com o intuito de reduzir a letalidade, e aumentar 
o conhecimento da situação de circulação de alguns hantavírus 
nos roedores silvestres brasileiros, objetivando o controle e a 
prevenção da doença.
Programa Nacional de Imunização
➢ O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi criado em 1973, 
com o objetivo de promover a vacinação da população brasileira 
e consequentemente diminuir ou erradicar, várias doenças no 
território brasileiro. O PNI é mantido pelo Ministério da Saúde, 
através da Secretaria de Vigilância em Saúde, e contribuiu de 
modo expressivo para erradicar a febre amarela urbana e varíola 
no país. 
➢ Destacando-se também, a ausência de registros da paralisia 
infantil há 14 anos e do sarampo há três. Além da imunização de 
crianças, o PNI também prevê a vacinação de adultos, 
principalmente de mulheres em idade fértil e de idosos a partir 
de 60 anos de idade.
Programa Nacional de Imunização
➢ A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) coordena o Programa 
Nacional de Imunizações (PNI). Define normas e procedimentos 
técnicos, mediante ações estratégicas sistemáticas de vacinação 
da população, com base na vigilância epidemiológica de doenças 
imunopreveníveis e no conhecimento técnico e científico da 
área. 
➢ Estando também sobre sua responsabilidade a aquisição, 
conservação e distribuição dos imunobiológicos que integram o 
PNI. 
Programa Nacional de Imunização
➢ O Ministério da Saúde, por intermédio do PNI, em atenção a 
Constituição da República Federativa do Brasil e a Lei Orgânica 
da Saúde, com vistas ao atendimento equitativo da população 
brasileira, oferece os chamados imunobiológicos especiais, 
disponibilizados nos Centros de Referência para Imunobiológicos
Especiais – CRIE estes destinados à vacinação de grupos 
portadores de quadros clínicos especiais, ou seja, portadores de 
imunodeficiências, seus comunicantes, usuários que 
apresentaram evento adverso pós-vacinação aos 
imunobiológicos disponibilizados pelo Ministério e profilaxia pré
e pós-exposição aos agentes imunopreveníveis. Além disso, 
grupos, como a população indígena. 
Programa Nacional de Imunização
Ano Histórico da vacinação
1804 Instituída a primeira vacinação no País - contra a varíola
1885 Introdução da primeira geração da vacina antirrábica
1897 Primeira geração da contra a peste
1904 Decreto da obrigatoriedade da vacinação contra varíola
1937 Produção e introdução da vacina contra a Febre Amarela
Início da década de 1950 - implantação do toxoide tetânico (TT) e a 
vacina DTP, em alguns estados
1961
Primeira campanha contra a poliomielite, projeto experimental em 
Petrópolis – RJ e Santo André – SP
1962 Primeira campanha nacional conta a varíola
Programa Nacional de Imunização
Ano Histórico da vacinação
1967
Introdução da vacina contra o sarampo para as crianças de oito 
meses a quatro anos de idade
1968 Inicia-se a vacinação com a vacina BCG
1970
Registros oficiais do Ministério da Saúde sobre casos de doenças 
preveníveis por vacinação:
▪ 11.545 casos – poliomielite
▪ 1.771 casos – varíola
▪ 10.496 casos – difteria
▪ 81.014 casos – coqueluche
▪ 109.125 casos – sarampo
▪ 111.945 casos – tuberculose
Programa Nacional de Imunização
Ano Histórico da vacinação
1971 Ocorrência no Brasil do último caso de varíola
1973

Continue navegando