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AMANDA FARIA Mudanças do Organismo Materno VISÃO GERAL O organismo materno durante a gestação passa por diversas mudanças consideradas normais para o período, essas mudanças são decorrentes de fatores hormonais e mecânicos, que geram alterações fisiológicas. POSTURA E DEAMBULAÇÃO Dentro das modificações sistêmicas do organismo materno, há alterações na postura e na deambulação. POSTURA Durante a gestação, há mudança postura da mulher se altera antes mesmo da expansão do útero. Isso ocorre, pois a matriz evadida da pelve se apoia na parede abdominal e as mamas estão dilatadas, fazendo com que o centro de gravidade se desvie para frente devido ao peso no tórax. Para compensar tais alterações, o corpo se projeta para trás, isso é mais bem visto em pé, uma vez que há o aparecimento da lordose da coluna vertebral e ampliação do polígono de sustentação (afastamento dos pés e projeção das espáduas para trás). Atitude similar a alguém que carrega um objeto pesado, segurando-o com as mãos na frente da barriga. Tais alterações posturais fazem com que a gestante se queixe de dores cervicais e lombares, uma vez que grupos musculares que não possuíam funções nítidas ou constantes, passam a atuar, se estirando e contraindo, a dor é devido à fadiga muscular. DEAMBULAÇÃO A gestante apresenta uma marcha chamada de marcha anserina, que lembra a deambulação dos gansos devido aos movimentos oscilantes e mais curtos. Isso se dá porque a base da sustentação está mais ampliada e os ângulos estão aumentados entre os pés e a linha mediana (principalmente à direita devido ao dextrodesvio). METABOLISMO No metabolismo são vistas grandes alterações, uma vez que há maior exigência de suprir as necessidades para o crescimento e desenvolvimento do bebê. METABOLISMO GLICIDICO Nesse período, organismo possui um outro consumidor de glicose, tendo uma demanda permanente (parasitismo verdadeiro). O transporte de glicose para o feto se dá por difusão facilitada, os níveis fetais de glicose são cerca de 20mg/dl. Sendo assim, há mecanismos para menor utilização da glicose por parte da gestante, tais como: 1. Diminuição do uso periférico: ocorre por ação dos hormônios contrainsulares pela placenta; 2. Uso de lipídios: ocorre preservação de glicose e aminoácidos ao se utilizar lipídios, liberando excessivamente ácidos graxos livres, que serve como fonte de energia. Isso ocorre por ação do hPL (hormônio lactogênio placentário humano), que aumenta no 1º e 2º trimestre e tem máxima concentração nas últimas 4 semanas, ele tem seu efeito considerado diabetogênico, uma vez que AGL cursa com o desenvolvimento de diabetes mellitus do tipo II. Como alteração do organismo, ocorre também maior resistência à insulina no final do 2º trimestre devido hormônio lactogênio placentário humano (hPL); hormônio do crescimento placentário humano (hPGH); adipocinas, como leptinas, adiponectinas, TNF-a e IL-6. Sabe-se que os AGL e a resistência insulínica são mecanismos envolvidos na diabetes melitus tipo II. AMANDA FARIA METABOLISMO LIPÍDICO O corpo gravídico precisa se adaptar a grande necessidade de nutrientes pela placenta, os nutrientes mais abundantes que atravessam a placenta são a glicose e aminoácidos. A placenta é praticamente impermeável aos lipídios, exceto aos AGL e aos corpos cetônicos. Basicamente ocorre duas alterações no organismo materno em relação ao metabolismo lipídico: 1. Acúmulo de lipídios: é o principal responsável pelo aumento de peso materno na gestação (excluindo o peso do concepto), está relacionado com a hiperfagia e pela lipogênese aumentada; 2. Hiperlipidemia gestacional: na gravidez há um aumento normal de triglicerídeios plasmáticos e pequeno acréscimo no colesterol. Ocorre aumento de LDL e HDL, porém o maior acúmulo corresponde ao VLDL, essas lipoproteínas carregam triglicerídeos derivados do AGL e glicerol. METABOLISMO PROTEICO A concentração da maioria dos aminoácidos diminui na gravidez. As proteínas plasmáticas têm concentração diminuída devido à hemodiluição, apesar de haver aumento em seu número. A concentração de albumina apresenta uma nítida redução, alguns fármacos se ligam à albumina durante a distribuição. METABOLISMO HIDROELETROLÍTICO O aumento do metabolismo hidroeletrolítico é visto com o aumento da retenção de líquido na gravidez, cerca de 8 a 10L intra e extracelular, o que é mais bem visto com o aumento do volume plasmático, cujo aumento serve para um melhor débito cardíaco e melhor fluxo plasmático renal. O principal mecanismo para tal aumento é a retenção de sódio, causada pela maior liberação de aldosterona pela suprarrenal, devido ao efeito natriurético da progesterona. METABOLISMO DO CÁLCIO Na gravidez, o cálcio e o fósforo são transferidos da mãe para o feto por transporte ativo, tendo acúmulo de 25 a 30g de cálcio no termo. Para que isso acontece, a absorção de cálcio no intestino dobra na gravidez, isso é decorrente do aumento da vitamina D3 de origem placentária e materna renal. A vitamina D3 abre os canais de cálcio voltagem-dependentes, gerando uma maior reabsorção de cálcio. Durante a lactação, a perda diária de cálcio pelo leite é de 220 a 340mg. SISTEMA CARDIOVASCULAR As alterações cardiovasculares contribuem para um ótimo crescimento e desenvolvimento do feto e protegem a mãe de perdas fisiológicas de sangue no parto. As principais alterações cardiovasculares na gravidez são: 1. Aumento da frequência cardíaca: aumenta cerca de 10 a 20%, isto é, acréscimo de 10 a 15bpm; 2. Aumento do volume sanguíneo: ocorre devido ao aumento de volume plasmático, devido a retenção de líquido; 3. Aumento do débito cardíaco: aumenta cerca de 40 a 50% e é auxiliado pelo aumento da frequência cardíaca e voluma sistólico, observado a partir da 5ª semana de gestação e prossegue até a 28ª a 32ª semana; 4. Redução da resistência vascular periférica; ocorre; 5. Redução da pressão arterial: ocorre uma vez que apesar de ter aumento volume plasmático e do débito cardíaco, há diminuição da resistência vascular periférica. As pressões sistólica e diastólica estão diminuídas de 5 a 10mmHg no 2º trimestre, atingindo valores médios de 105/60mmHg, já no 3º trimestre, a pressão eleva-se e normaliza-se no termo; 6. Vasodilatação periférica: ocorre no início da gravidez provavelmente por causa do aumento do óxido nítrico, que é um fator vasoativo e relaxante elaborado pelo endotélio vascular. A síndrome de hipotensão supina ocorre quando o útero da gestante comprime a veia cava inferior (o que ocorre a partir de 20 semanas), impedindo o retorno AMANDA FARIA venoso. Gestantes que sofrem dessa síndrome podem apresentar perda de consciência e o débito cardíaco é restaurado ao se adotar o decúbito lateral. SISTEMA SANGUINEO A alteração do volume plasmático vista na gestação normal causa hemodiluição da maioria dos fatores circulantes. HEMÁCIAS Há aumento na produção de hemácias/eritrócitos na gravidez, porém essa produção é ofuscada pelo aumento do volume sanguíneo, o que afeta alguns índices hematológicos que dependem do volume plasmático, como contagem de hemácias, hematócrito, concentração de hemoglobina. Em especial, a concentração de hemoglobina reduz de 13g/dl para 11 g/dl no 1º trimestre, 10g/dl no 2º e 3º trimestre, sendo essa a anemia fisiológica da gravidez. Há aumento da necessidade de ferro, pois o organismo precisa suprir a mãe e o feto, poresse motivo, a suplementação de ferro é aplicada. LEUCÓCITOS, PLAQUETAS E FATORES DE COAGULAÇÃO Os leucócitos, ao contrário das hemácias, estão aumentados na gestação, podendo alcançar no termo até 20 mil/mm³. Já a concentração de plaquetas está um pouco diminuída na gestação, cai de 250 para 210mil/mm³. Na gestação há um estado de hipercoagulabilidade devido ao aumento significante de diversos fatores de coagulação, principalmente o fibrinogênio, o qual pode atingir 400 a 600 mg/dl no 3º trimestre, além de ter redução da atividade fibrinolítica. Isso é responsável pela hemostasia fisiológica após o desprendimento da placenta no secundamento. Contudo, essa hipercoagulabilidade aumenta o risco de trombose. SISTEMA URINÁRIO O sistema urinário sofre modificações anatômicas e fisiológicas na gravidez. O volume urinário na gravidez não é maior, o que aumenta é a frequência urinária devido a compressão do útero gravídico na bexiga. MODIFICAÇÕES ANATÔMICAS No sistema urinário superior, há deslocamento para cima dos rins, devido ao aumento do útero (maior no lado direito pela dextrorrotação), além de aumento do tamanho dos rins em cerca de 1cm, devido ao aumento do volume vascular renal e do espaço intersticial (hidronefrose). Os ureteres estão comprimidos pelo útero expandido e a progesterona promove hipotonia (relaxamento da musculatura lisa, causando ureteroectasia. A dilatação do sistema urinário superior pode aumentar a estase urinária, deixando a gestante mais propensa a infecções urinárias, como a pielonefrite. No sistema urinário inferior, a anatomia da bexiga está distorcida pela compressão direta do útero gravídico. Além disso, os níveis circulantes elevados de estrogênica determinam hiperemia e congregação da mucosa uretral e vesical. Há redução contrátil do colo vesical a estímulos alfa-adrenergicos e diminuição do suporte pélvico da parede vaginal anterior e da uretra, alterações que contribuem para elevada incidência de incontinência urinária na gestação. MODIFICAÇÕES FISIOLOGIAS Quanto à fisiologia, as mudanças do sistema urinário se caracterizam por aumento do fluxo plasmático renal e da taxa de filtração glomerular (TFG). A elevação da TFG resulta em diminuição da creatinina plasmática, que alcança valores de m média de 0,5 a 0,8mg/dl, o que pode causar repercussão na excreção de certos medicamentos. Cabe citar que os valores de creatinina que indicam insuficiência renal podem estar mais baixos. A glicosúria é fisiologia na gravidez, ocorrendo devido ao aumento da TFG, sendo assim, a taxa de glicose na urina não é indicada para o diagnóstico de diabetes na gestação. De modo similar, a proteinúria (microalbuminúria) também é fisiológica na gravidez, sendo normais valores de proteína na urina de até 300 mg/dia. SISTEMA RESPIRATÓRIO Diversas alterações são vistas no sistema respiratório durante a gestação. DIAFRAGMA E CAIXA TORÁCICA Outras alterações vista no sistema respiratório é a elevação do diafragma em 4cm em decorrência do útero gravídico. AMANDA FARIA Apesar dessa elevação, a função respiratória não se encontra comprometida, uma vez que há expansão da caixa torácica de 5 para 7cm, isso ocorre porque os ligamentos das costelas relaxam, aumentando o ângulo subcostal de 68 para 103°, havendo aumento dos diâmetros anteroposterior e transverso. Contudo, com a evolução da gravidez, a complacência da caixa torácica diminui. TROCAS GASOSAS Na gravidez, há uma hiperventilação, o que favorece as trocas gasosas, sendo assim há maior concentração e O2 (PO2) alveolar e no sangue arterial, além de haver maior consumo de CO2 em 15 a 20%. Esse maior consumo de CO2, isto é, diminuição da concentração de CO2 (PCO2) causa a alcalose respiratória, o que é compensada pela excreção de bicarbonato na urina, diminuindo a sua concentração no plasma. Sendo assim, o pH arterial não se altera significativamente (pH = 7,4), sendo esse mecanismo a alcalose respiratória compensada. Gestantes podem sentir dispneia que está relacionada à percepção da hiperventilação, ocorre em 60 a 70% das gestantes durante o 1º e 2º trimestre. VOLUMES Ao elevar o diafragma, diminui-se o volume de reserva respiratório e o volume residual, em 20%, reduzindo a capacidade residual funcional. No 1º trimestre, é visto um aumento de 30 a 40% no volume-minuto (produto do volume-corrente pela frequência respiratória), por aumento do volume corrente, contudo a frequência respiratória não se altera. HIPEREMIA E EDEMA Durante a gravidez pode ocorrer hiperemia e edema da mucosa do sistema respiratório superior devido à expansão do volume sanguíneo e vasodilatação. Tais alterações podem causar congestão nasal, epistaxe e até alteração da voz. SISTEMA DIGESTÓRIO O organismo materno também apresenta alterações no sistema digestório. NÁUSEAS E VÔMITOS A maioria das mulheres apresentam náuseas e vômitos no 1º trimestre da gravidez, os quais geralmente ocorrem pela manhã e não possuem uma causa muito conhecida, apesar de estarem relacionados com o hCG (hormônio da gonadotrofina coriônica) e estrogênios. GENGIVITE E CÁRIES A gengivite é o acúmulo de placa bacteriana na margem gengival, causando eritema, sangramento e intumescimento da zona afetada. Há discussão da relação dessas alterações periodontais e com o parto pré-termo. Há uma tendencia ao aparecimento de cáries dentárias, ainda não se sabe a etiologia, porém pode estar relacionada com a queda do pH bucal. SISTEMA GASTROINTESTINAL O sistema gastrointestinal (esôfago, estômago, vesícula e intestino) permanece atônico durante toda a gestação devido a fatores hormonais. Uma consequência imediata dessa atonia é a pirose, causada pelo relaxamento do esfíncter gastresofágico e ao aumento da pressão intra-abdominal (por causa do útero gravídico). Outra consequência da atonia, é a constipação intestinal devido a atonia do cólon. Além disso, a vesícula fica hipotônica, distendida, com bile viscosa e com grande tendência da formar cálculo. SISTEMA ENDÓCRINO – TIREÓIDE Dentre as glândulas do sistema endócrino, a tireoide é a que sofre alterações mais significativas e tais alterações podem ser confundidas com doenças da tireoide. AMANDA FARIA 1. Aumento do volume: aumenta 30% no 3º trimestre devido à hiperplasia e maior vascularidade. Aumento fisiológico; 2. Aumento de tireoxina total (T4T): aumentam 1,5 vezes até 16 semanas, se estabilizando após esse período pela elevação da globulina de ligação da tireoxina (TBG) estimulada por estrogênios; 3. Diminuição de TSH (tireotrofina): apresenta níveis diminuídos nas 12ª semanas iniciais da gravidez devido a menor estimulação dos receptores de TSH causada pelo hCG. T4 L Até 12 semanas, a tireoide do feto não é capaz de concentrar iodo e sintetizar o hormônio da tireoide, sendo assim, a mãe transfere ao feto o T4L, durante toda a gravidez, principalmente nessas 12 semanas. O T4L é importante para o desenvolvimento normal do cérebro fetal. Os níveis de T4L na gravidez são valores entre 0,8 e 2,0 ou 0,9 e 2,0 ng/dl, apesar de isso não ser consenso na comunidade. TSH Os níveis de TSH recomendados na gravidez são: 1. 1º trimestre: 01, a 2,5 mUI/L; 2. 2º trimestre: 0,2 a 3,0 mUI/L; 3. 3º trimestre: 0,3 a 3,0 mUI/L. IODO Mulheres em idade fértil devem ter aporte diário de 150mg de iodo, durante a gravidez e o aleitamento essa dose é de 250mg/dia. PELE E FÂNEROS As alterações na pele e nos fâneros são a hiperpigmentação, telangiectasias e hipertricose. HIPERPIGMENTAÇÃOAs gestantes apresentam aumento da pigmentação na linha alva do abdome inferior (linea nigra), da vulva, das aréolas mamárias e da face (cloasma). Isso ocorre uma vez que o hormônio melanotrófico da hipófise atua sobre os melanoblastos epidérmicos, acentuando sua pigmentação, além do sistema nervoso autônomo influenciar na formação do pigmento nas gestantes. ESTRIAS GRAVÍDICAS OU VÍBICES A maioria das gestantes apresentam no abdome no 3º trimestre da gravidez (podendo aparecer nos seios também), elas são vermelhas a primeiro momento e depois tornam-se brancas ou nacaradas. TELANGIECTASIAS É comum o aparecimento de telangiectasias, devido à alta de estrogênio. HIPERTRICOSE A hipertricose é o aparecimento de pelos na face e em outras regiões, é um fenômeno fisiológico na gravidez, havendo também presença de unhas quebradiças e surgimento de eritema palmar e hipertrofia das glândulas sudoríparas e sebáceas. MODIFICAÇÕES DOS ÓRGÃOS GENITAIS As principais alterações nos órgãos genitais são vistas na vulva e vagina (mudança de coloração e pH) e no útero o qual apresenta inúmeras alterações quanto á consistência, forma, volume, capacidade, posição, peso e espessura, uma vez que é o órgão que abriga o concepto e os anexos. VULVA E VAGINA A vulva e vagina se amolecem e apresentam coloração alterada, a vulva se pigmenta e a região limite com a extremidade inferior da vagina perde o tom normal róseo e se torna violácea, com ninfas e grandes lábios entreabertos, é o sinal de Jacquemier. Além disso, o epitélio vaginal se espessa por ação do estrogênio, o que faz com que haja maior produção de secreção vaginal com caráter mais ácido, alterando o pH vaginal (3,8 a 4,0), o que impede infecções via ascendente. A vagina aumenta sua vascularização na gravidez. ÚTERO Algumas alterações do útero são vistas ao exame físico de diagnóstico de gravidez, como: 1. Sinal de Hegar: diminuição da consistência e tônus); 2. Sinal de Piskacek: aumento do útero de modo desigual, sendo acentuado na zona de implantação; 3. Sinal de Nobile-Budin: matriz deixa de ser piriforme e passa a ser globosa; AMANDA FARIA FORMA O útero é esférico até o 4º a 5º mês, a partir daí, o alongamento predomina, dando ao útero uma forma cilíndrica. PESO E VOLUME O útero sofre elevado aumento de peso, mede de 4 a 70g na não gestante e passa a ser 1.100 a 1.200g na gestante a termo. Em relação ao volume, ele aumenta de 10mL para 5L durante a gravidez. VASCULARIZAÇÃO A vascularização do útero aumenta com a gravidez, sendo o aumento de tamanho acompanhado com elevação de 10x no fluxo sanguíneo. Além disso, há redistribuição do fluxo sanguíneo dentro do útero, sendo 80 a 90% dirigidos a placenta. DEXTRODESVIO OU DEXTRORROTAÇÃO No início da gravidez, o útero está anteversofletido, se apoiando na bexiga e causando polaciúria. Porém, com o decorrer da gestação, o crescimento alivia a pressão na bexiga, sendo o útero apoiado sobre a parede abdominal. Em 80%, a matriz se desvia para a direita, sendo isso chamado de dextrodesvio ou dextrorrotação. MIOMÉTRIO A espessura do miométrio passa de 7 a 12mm para 25mm nos primeiros meses, se mantendo assim até o 4º e 5º mês. A ampliação da cavidade uterina faz com que o miométrio se afine, por isso a termo ele tem 4 a 10mm. ENDOMÉTRIO As modificações do endométrio, que culminam na formação da decídua, de vital importância para a implantação e o desenvolvimento do ovo. COLO Por ação de estrogênio e progesterona, o colo se torna amolecido na gestação. 1. Ectrópio: O estrogênio estimula o crescimento do epitélio colunar (ou glandular) cervical, sendo visível na ectocérvice e é chamado de ectrópio ou eversão. Esse epitélio é mais frágil e sujeito a sangramento; 2. Coloração azulada: devido a maior vascularização; 3. Amolecimento do colo: as prostaglandinas induzem remodelação do colágeno cervical as colagenases também auxiliam esse amolecimento; 4. Posição: com o crescimento do corpo uterino, o colo se eleva e se orienta na vagina, situando- se posteriormente em direção ao côncavo sacro. É de difícil acesso ao toque e ao exame especular, porém quando ocorre insinuação da cabeça o colo desce e se centraliza na vagina; 5. Encurtamento do colo: é um prenúncio do parto, que se acentua até o apagamento completo. O apagamento é visto isoladamente nas primíparas e isso ocorre, uma vez que os ligamentos uterossacros que fixam o útero à pelve estão firmes e tensos na primeira gravidez.
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