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DC4 aula 03

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FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ - FAP 
DIREITO CIVIL IV 
PROF. JUAREZ GADELHA 
 
DIREITOS REAIS 
5 POSSE 
 
 Na análise do conceito de posse deve-se abordar duas teorias que ganharam 
notoriedade: a teoria subjetiva e a teoria objetiva. 
 
5.1 Teorias Fundamentais da Posse 
 
a) Teoria de Savigny – Sua teoria é simples. A posse consiste no poder 
exercido sobre determinada coisa, com a intenção, o propósito, de tê-la para 
si. Seu conceito pode ser decomposto em dois elementos: animus (a intenção 
de domínio, a vontade de ter a coisa como sua) e corpus (o poder, o contato 
direito sobre a coisa, a apreensão física da “res”). Por ser carregada de 
subjetivismo, esta teoria foi duramente criticada por Ihering. Ademais, não 
explicava bem a posse indireta, eis que a noção de “corpus” não estaria 
nítida. A despeito de suas falhas, indiscutivelmente, esta teoria influenciou- e 
influencia – inúmeros sistemas no mundo. 
 
b) Teoria de Ihering – Seu pensamento é um pouco diferente. A posse não 
precisaria ser decomposta em dois elementos, pois o corpus não seria 
requisito independente. Seria um elemento implícito. Posse é, simplesmente, 
em uma análise objetiva, a exteriorização da propriedade. Em outras 
palavras, possuidor é a pessoa que exerce poderes de proprietário, 
imprimindo destinação econômica à coisa. Por considerar irrelevante a prova 
do animus – intenção de ter a coisa como sua -, esta teoria conseguiu 
explicar, de maneira bem mais satisfatória, a posse indireta. 
 
 
 
 
FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ - FAP 
DIREITO CIVIL IV 
PROF. JUAREZ GADELHA 
 
 
Disponível em http://juarezgadelha.pro.br 
 
 Segundo a professora Mariana Santiago, países que sofreram influência do 
direito romano, como França, Portugal, Itália, Espanha, Argentina seguiram a teoria 
subjetiva de Savigny. Já países como Alemanha, Suíça, China, México e Peru 
optaram pela teoria objetiva de Ihering (“Teoria Subjetiva da Posse”, a fonte é o 
excelente site: www.jus.com.br). 
 
 O Código Civil Brasileiro, ao regular a posse, em seu art. 1196, optou, em 
nosso sentir, pela teoria objetiva (constitucionalmente reconstruída com base no 
princípio da função social), mas, em diversos dispositivos, deixa-se influenciar 
pela corrente saviniana, a exemplo da disciplina da usucapião (vide, v.g., no art. 
1238, a referência inequívoca feita ao animus: “possuir como seu”). 
 
 Assim, podemos resumir que: 
 Savigny, jurista genial, é o principal responsável pela formulação da teoria 
subjetiva, na qual define posse como “o poder físico sobre a coisa, com a intenção 
de tê-la para si”. Verificando-se, então, a existência de dois requisitos para a 
caracterização da posse: corpus + animus 
 O corpus seria o contato físico com a coisa, isto é, a detenção da coisa, ao 
passo que o animus, compreenderia a intenção de possuí-la como dono. 
 Sendo assim, o locatário e usufrutuário não seriam possuidores, pois deteriam 
a coisa em nome alheio, sendo considerados apenas detentores. 
 
 Ihering, célebre jurisconsulto, principal idealizador da teoria objetiva, teceu 
diversas críticas a teoria subjetiva defendida por Savigny, sustentando que a 
existência da posse dependeria exclusivamente do corpus, dispensando-se a 
presença do animus, o qual, segundo ele, estaria implícito ao corpus. 
 O aspecto subjetivo do animus fez com que ele afirmasse a desnecessidade 
de verificar a intenção do sujeito para saber se ele tinha ou não a posse. 
 Ihering empregou novo conceito de corpus, diverso do preconizado pelos 
 
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DIREITO CIVIL IV 
PROF. JUAREZ GADELHA 
 
 
Disponível em http://juarezgadelha.pro.br 
 
subjetivistas. 
 Corpus, então, para Ihering, seria “o comportamento de dono”. 
 Define-se, daí, posse como “a exteriorização da visibilidade da propriedade’. 
 Possuidor seria todo aquele que se comporta como real proprietário, o que 
nos leva a digredir que o inquilino e usufrutuário seriam possuidores, apesar de 
deterem a coisa em nome de terceiro. Assim, pode-se morar em Belém e ser 
possuidor de um imóvel em Salinópolis. 
 Resumindo, para ser possuidor basta comportar-se como dono. 
 O Código Civil de 2002 consagra a teoria de Ihering, quando no art.1.196 
afirma que “todo aquele que tem de fato o exercício, pleno, ou não, de algum 
dos poderes inerentes à propriedade”. 
 Quem exerce um ou algum dos poderes da propriedade já é considerado 
possuidor. 
 Os poderes inerentes a propriedade são os poderes de; 
- usar 
- gozar 
- dispor 
- reinivincar 
 
 Assim, a posse é a exteriorização do domínio. Nem sempre, porém, a 
aparência de dono revela a existência de posse. É o que acontece com o detentor 
que apesar da aparência de proprietário, a lei não lhe considera possuidor. 
 Detentor é aquele que, achando-se em relação de dependência para com 
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou por 
instruções suas, bem como aquele que pratica os atos por mera permissão ou 
tolerância. 
 O detentor (ou Fâmulo de Posse) tem contato físico com a coisa em situação 
de dependência para com outrem, ou por mera permissão ou tolerância, (arts. 1.198 
e 1.208, CC). 
 
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 Diz o art. 1.208, do CC, “Não induzem posse os atos de mera permissão 
ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou 
clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.” 
 Permissão é a concessão expressa enquanto que a Tolerância é a 
concessão tácita. A pessoa que permitiu ou tolerou pode a qualquer tempo revogar 
unilateralmente a ordem, pois se trata de mero favor. 
 Posse é a exteriorização do domínio, excepcionado-se os casos de mera 
detenção, pois esta não gera efeitos jurídicos. 
 O detentor jamais poderá ser autor ou réu de uma ação possessória. Jamais 
obterá usucapião, pois falta-lha a posse. 
 O único efeito jurídico que o detentor pode fazer uso é a possibilidade de 
defesa direta da posse. 
 Portanto, segundo o parágrafo único do art.1.198, “Aquele que começou a 
comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à 
outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.” 
 
5.2 Posse no código civil (art. 1.196 a 1224) 
 
 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou 
não, de algum dos direitos inerentes ao domínio (ao direito de propriedade). 
 Posse é a detenção de uma coisa em nome próprio e com conduta de dono 
(difere-se da detenção na medida em que aquela é ato de mera custódia exercido 
em nome de outrem. Ex: caseiro). 
 
 O objeto da posse é toda coisa passível de domínio (propriedade), 
podendo recair sobre bens corpóreos e incorpóreos. 
 
 Alguns doutrinadores, diferem o conceito de domínio de propriedade, 
restringindo ao domínios as coisas corpóreas e à propriedade a todas as coisas 
 
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(corpóreas e incorpóreas). 
A posse é um direito real? 
 
Segundo o Código Civil de 2002, são direitos reais: 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) 
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) 
 
Pela lei a posse não seria um direito real, mas um direito decorrente dos direitos 
reais. 
 
 
5.3 ESPÉCIES DE POSSE 
 
5.3.1 Principais Classificações 
 
A) Posse Direta (ou Imediata) e Posse Indireta (ou Mediata); 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm#art10
 
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quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o 
indireto. 
Ex. O proprietário exerce a posse direita enquanto o locatário, o usufrutuário e o 
depositário exercem a posse direta. Ambos podem invocar o direito de proteção 
possessória contra terceiros. A posse neste caso pode ser desmembrada 
sucessivamente, do proprietário para o locatário, e deste, para o usufrutuário, e 
assim, sucessivamente, mantendo a posse direta o último da cadeia de sucessões, 
restando aos demais a posse indireta. 
A posse direta ou indireta pode ser classificada segundo a doutrina em: 
-Posse Exclusiva: um só possuidor exerce os poderes inerentes à propriedade. 
-Composse: duas ou mais pessoas exercem simultaneamente os poderes inerentes 
à propriedade. 
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma 
exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros 
compossuidores. 
Pode ser entendida como condomínio (composse de coisas) e comunhão 
(composse de direitos) 
Ex. Regime de comunhão do casamento ou regime hereditário dos herdeiros. 
A composse pode ser classificada em: 
Composse pro indiviso: Quando as pessoas que possuem em conjunto um bem, 
têm apenas uma parte ideal do bem; 
Composse pro diviso: ocorre, quando, embora não haja uma divisão de direito, já 
existe uma repartição de fato, que faz com que cada um dos três compossuidores já 
possua uma parte certa. 
B) Posse Justa e Posse Injusta (art. 1200); 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
Posse Justa: é aquela isenta de vícios, aquela que não repugna ao direito, 
-Que não é violenta: que não se adquire pela força física ou moral; 
-Que não é clandestina: que não se estabelece ás ocultas daquele que tem 
 
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interesse em conhecê-la. 
-Que não é precária: por não se originar do abuso de confiança por parte de quem 
recebe a coisa com o dever de restituí-la. 
Posse Injusta: é aquela que se reveste de algum vício (violência = roubo, 
clandestinidade=furto, precariedade=apropriação indébita). Pode ser defendida 
contra terceiros. 
 
C) Posse de Boa-Fé e Posse de Má-Fé; 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que 
impede a aquisição da coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, 
salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta 
presunção. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em 
que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui 
indevidamente. 
A posse de boa fé se caracteriza quando o possuidor acredita que a coisa 
realmente lhe pertence. Ex. Foi-lhe dada em comodato e ele acredita que foi-lhe 
doada. 
A posse de má fé: é aquele em que o possuidor tem ciência da ilegitimidade do seu 
direito de posse, em virtude de vício ou outro obstáculo impeditivo de sua aquisição. 
 
D) Posse Nova e Posse Velha (O CC-02 não repetiu os arts. 507 e 508 do CC anterior, que 
diferenciavam posse nova e velha, para efeito de pedido de liminar. Entretanto, entende-se que, 
nesse ponto, permanece em vigor o art. 924 do CPC); 
É nova a posse se tiver menos de ano e dia; onde cabe o desforço próprio 
(art.1210, parágrafo primeiro, CC), reintegração de posse (art.926, CPC), ou 
Concessão de tutela antecipada; 
É velha a posse se tiver mais de ano e dia. 
 
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