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AULA 03

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EQUIP. E INSTRUMENTOS NA SEGURANÇA DO TRABALHO
Aula 3: Agentes Químicos
Apresentação
Prezados alunos. Nesta nossa importante aula, abordaremos os principais agentes químicos que podem fazer parte do
grupo de agentes nocivos nos ambientes de trabalho e são capazes de causar diversos tipos de afastamentos dos
trabalhadores, tanto por doenças ocupacionais quanto por acidentes de trabalho. Vamos apresentar ainda as principais
doenças relacionadas ao trabalho, especialmente aquelas apontadas pelo anuário previdenciário, seguindo o nexo técnico
epidemiológico. Por �m, apresentaremos as principais técnicas de medições quantitativas ou avaliações qualitativas
destes agentes químicos, especialmente em linha com os parâmetros estabelecidos pela norma regulamentadora NR 15 e
os conceitos de limites de tolerância para os mesmos.
Objetivos
Conhecer os diversos tipos de agentes químicos presentes nos ambientes de trabalho;
Identi�car as doenças ocupacionais mais recorrentes e que tanto afastam os trabalhadores de suas atividades
laborais;
Entender as principais metodologias de avaliações técnicas dos diversos agentes químicos por meio dos
equipamentos de medições.
Os agentes químicos
Muitas são as preocupações dos pro�ssionais que atuam no campo da prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais em
relação aos agentes que compõem o grupo dos riscos químicos, cuja natureza e a concentração poderão gerar danos
irreversíveis aos trabalhadores.
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Comentário
Não há dúvidas que este é um tema extremamente importante e fundamental para que possamos apresentar as diversas
medidas preventivas e análises técnicas para a sua identi�cação, eliminação ou mitigação em sua natureza.
Iremos, então, atuar no ambiente sempre que possível, ou nos expostos (trabalhadores que sofrem com esses agentes
nocivos), por meio de recursos individuais.
Inicialmente, precisamos de�nir o que, efetivamente, são agentes químicos: são as substâncias que possam atingir o
organismo pela via respiratória, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão. São encontradas em estado líquido, sólido ou gasoso (a avaliação técnica será
fundamental para sua identi�cação).
Assim, esses agentes podem estar concentrados no ambiente de trabalho, em suspensão, podendo causar diversos malefícios
à saúde dos trabalhadores.
Exemplo
Podemos muito bem exempli�car a presença destes agentes por meio de solventes e minerais presentes em áreas de produção,
dos diversos tipos de conservantes, entre outros.
Vários são os seguimentos econômicos que manipulam os produtos químicos em suas atividades e operações. Vejam no caso
dos trabalhadores do seguimento agrícola que manipulam e utilizam pesticidas e fertilizantes em suas atividades, o que em
grande parte resulta no afastamento dos trabalhadores deste seguimento.
Comentário
É interessante notar que, apesar de já ter sido muito divulgado, no Brasil as empresas ainda não se deram conta que quanto mais
afastamentos ocupacionais, maiores são os valores de tributos incidentes em folha de pagamento, como no caso das alíquotas
do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), mensuradas pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP). Logo, conhecer os agentes
químicos e encontrar as melhores práticas de prevenção é, acima de tudo, um investimento onde todos ganham.
 Fonte: Pixabay
Os agentes químicos
Existe um grupo de agentes químicos em forma de aerodispersóides, ou grupo dos materiais particulados sólidos: poeiras,
fumos e �bras. Vamos conceituá-los.
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Poeiras: poeiras são partículas sólidas formadas pela ruptura mecânica de um sólido. Como exemplo de atividade onde
há exposição a poeiras, podemos citar o corte de pedras (como nas marmorarias), o corte de madeira etc.;
Poeira 
Fumos: são partículas sólidas formadas pela condensação/oxidação de vapores de substâncias sólidas à temperatura
normal. As operações mais comuns onde há a presença de fumos são as de soldagem e fundição;
Fumos 
Fibras: segundo a NHO-04, as �bras podem ser de�nidas como longos e �nos �lamentos de um material. Entre os
exemplos que encontramos em nossa atividade, destaca-se a do amianto.
Fibras 
Agora, no mesmo alinhamento, vamos ao grupo dos materiais particulados líquidos: névoas e neblinas.
Névoa
Suspensão de partículas líquidas formadas
pela ruptura mecânica de líquidos.
Podemos exempli�car neste caso as
atividades e operações com pintura em
pistolas. 
Neblina
Suspensão de partículas formadas pela
condensação do vapor de uma substância
que está em estado líquido em
temperatura normal. Realmente existem
muitas di�culdades em diferenciar as
névoas das neblinas.
Agora que já conhecemos as fases líquidas e sólidas dos aerodispersóides, vamos ter a oportunidade de entender os
contaminantes em suas fases gasosas. Para tanto, chamo-lhes a atenção para que veri�quem as diversas abordagens e
exemplos apresentados pois este tema pode gerar muitas dúvidas quanto aos seus enquadramentos e classi�cações.
Saiba mais
Portanto, para que não tenhamos dúvidas, caso um contaminante esteja em condições normais num determinado ambiente de
trabalho, iremos classi�cá-lo como gás. Caso este contaminante seja um líquido em suas condições normais, será classi�cado
como vapor.
Para ampliar este entendimento, apresento a seguir um quadro expositivo com estes enquadramentos e classi�cações.
Vejamos:
 Gases de contaminantes gasosos (GCG) Fonte: autor
 Os agentes químicos e as doenças relacionadas ao trabalho
 Clique no botão acima.
Agora que conhecemos plenamente os agentes químicos presentes num ambiente de trabalho, será fundamental
conhecermos as doenças relacionadas às diversas exposições dos trabalhadores e que são responsáveis diretas por
seus afastamentos.
 
Vamos apresentar algumas destas doenças que, de acordo com o Anuário da Previdência Social, caracteriza o nexo
técnico epidemiológico NETEP, referente a tais atividade e operações.
Lembrando que o NETEP está vinculado diretamente entre o código internacional da doença ocupacional e a
classi�cação nacional de atividades econômicas (conforme estabelece o Quadro I da NR 4): NETEP = CID 10 x CNAE
Dermatose ocupacional: doença de pele caracterizada por manifestações alérgicas constantes (formação de
bolhas, coceiras, in�amações e descamação da pele). A exposição prolongada a agentes nocivos pode afetar o
trabalhador, assim como a alta luminosidade ou radiação, provocando a doença.
Câncer: Apesar de ser uma doença que afeta grande parte da população, o que muitos não sabem é que um
câncer pode ser desenvolvido em ambientes de trabalho. Tumores podem estar ligados às condições de trabalho
dos operários. Há uma in�nita possibilidades quanto às causas dessa doença, mas a exposição diária a agentes
químicos cancerígenos como níquel e cromo pode ser uma delas.
Doenças respiratórias: Entre todas as doenças ocupacionais, as respiratórias são as mais frequentes, porque
muitos fatores podem contribuir para o aparecimento do problema. Inalar essas substâncias por longos períodos
pode resultar em uma alergia crônica. Caso não seja solucionada, essa alergia pode causar a obstrução das vias
respiratórias.
Problemas de visão: Dependendo da função ou da atividade exercida pelo trabalhador, seus olhos podem estar
vulneráveis a vários riscos. Essas doenças podem se tornar perceptíveis quando o funcionário começa a sentir
leves desconfortos nos olhos, podendo progredir para transtornos mais graves como a cegueira.
Todos esses agentes podem contaminar o trabalhador de diferentes maneiras:
Contato com a pele;
Aspiração de gases tóxicos;
Contato com a mucosa, ao ingerir alimentos ou itens em ambientes nos quais é feito o manuseio de produtos
químicos.
Muitos agentes podem causar graves irritações no indivíduo ou provocar reações corrosivas. Dependendo dasubstância química e do tempo de exposição, o efeito pode ser devastador!
Finalizando, vamos falar sobre a natureza dessas exposições e as respectivas doenças relacionadas ao trabalho.
Poeiras minerais: têm como origem diversos minerais, como sílica, asbesto, carvão mineral, e provocam silicose
(quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconiose;
 Poeiras vegetais: são produzidas pelo tratamento industrial de algumas culturas, como bagaço de cana-de-
açúcar e algodão, que causam bagaçose e bissinose, respectivamente;
 Poeiras alcalinas: provêm, em especial, do calcário, causando doenças pulmonares obstrutivas, como en�sema
pulmonar;
 Poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho,
tornando-os mais nocivos à saúde;
 Fumos metálicos: geradas pelo uso industrial de metais, causando doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de
fumos metálicos e intoxicações. 
Avaliações técnicas dos agentes químicos
Vamos agora tratar das avaliações técnicas quantitativas dos agentes ambientais de natureza química, que nos permitirão
realizar ações mitigadoras ou até mesmo de eliminação dos riscos, conforme nossas ações higienistas.
Alguns dos principais instrumentos que apresentaremos têm o objetivo de apresentar as chamadas amostras para serem
avaliadas. Após os resultados apresentados por meio destes equipamentos de medições, poderemos compará-los com os
limites aceitáveis para cada situação de risco.
Muitos desses equipamentos são portáteis e podem acompanhar as atividades dos trabalhadores, conforme suas rotinas e
tempo de exposições em seus diversos postos de trabalho.
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Atenção
É de extrema importância que os equipamentos atendam às normas de qualidade dos instrumentos (IEC, ANSI e outras) além das
normas especí�cas, com realização de testes em laboratórios acreditados pela rede brasileira de calibração do INMETRO. Possuir
estabilidade e precisão na leitura no decorrer de uso também é fundamental na escolha do aparelho.
Uma questão que absolutamente será abordada nesta aula é a questão da amostragem ambiental. Você deve estar se
perguntando por que fazer uma amostragem, especialmente em relação aos agentes químicos. Então, vamos apresentar a
seguir a importância de uma avaliação quantitativa para a implementação das medidas de proteção posteriormente.
No caso especí�co dos agentes químicos, a amostra nos permitirá
identi�car quais tipos de substâncias e produtos tóxicos podem estar
presentes no meio ambiente de trabalho, conforme sua concentração.
Vamos lembrar que estas ações estão plenamente relacionadas às chamadas etapas preventivas propostas pela higiene
ocupacional, ou seja:
Antecipação;
Reconhecimento;
avaliação e controle dos agentes.
Com isso, a amostragem dos agentes químicos nos permitirá estimar as exposições dos trabalhadores aos diversos produtos,
seguindo os parâmetros estabelecidos pela norma regulamentadora NR 15 em seus limites de tolerância.
Saiba mais
Essa amostragem deve ser feita com qualquer produto que possa ser absorvido pelo trabalhador por via respiratória, através da
pele ou a partir da ingestão.
Conforme disposto na NR 9, esses agentes de risco podem aparecer na forma de fumos, poeiras, gases, vapores ou neblinas.
Quer ver um exemplo? A sílica pode ser considerada um risco químico, pois, quando uma pessoa �ca exposta a esse elemento
em longo prazo, pode desenvolver silicose.
Vamos agora apresentar os modelos de amostragens para os agentes químicos: amostragem ativa e amostragem passiva.
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Processo em que o ar é levado para dentro de um dispositivo utilizando uma bomba de amostragem individual (sistema
de indução mecânica) e de um outro sistema coletor composto por �ltros, de acordo com o tipo de contaminante. Essa
bomba funciona em vazões altas ou baixas, que variam de 0,1L por minuto até 6L por minuto.
Os �ltros para coleta podem ser feitos com diferentes materiais, como te�on, �bra de vidro, PVC ou celulose. Já os tubos,
geralmente, são compostos por materiais absorventes, como resina xad, sílica gel entre outros.
Amostragem ativa 
Aqui, diferente da amostragem ativa, utiliza-se um amostrador passivo para gases e vapores que depende diretamente do
funcionamento e do movimento das moléculas dos contaminantes presentes nos ambientes de trabalho, de acordo com
a característica de sua concentração. Resumindo, as moléculas passam de uma área de concentração mais alta para
uma mais baixa — do ambiente para a membrana do amostrador passivo.
Amostragem passiva 
Grupos Homogêneos de Exposição (GHE)
Para �nalizar nossa aula, veja alguns exemplos de equipamentos que separamos, que seguem os parâmetros das
amostragens, ativas ou passivas, que acabamos de de�nir.
Bomba para amostragem de gases e poeiras
Este instrumento coleta vapores, gases, neblinas, névoas e poeiras. As amostras coletadas são levadas para análise em
laboratórios.
Detectores de gás
Os detectores de gás têm a função de medir os vapores e gases existentes no ambiente de trabalho. Cada gás ou vapor
precisa de um sensor especí�co e calibrado para a atividade desejada.
Explosímetro
Este detector de gases determina o percentual do limite inferior de gases e vapores in�amáveis ou explosivos. Alguns
aparelhos disparam alarmes em caso de risco eminente de explosão.
Detector de Oxigênio
Medidor portátil e compacto para medir a concentração de oxigênio no ar. Ele facilita a medição de oxigênio em espaços
con�nados. Possui mostrador de cristal líquido de 3 1/2 dígitos com anunciadores de alarme e iluminação, facilitando a
leitura em ambientes com pouca luz. Possui também alarme sonoro, vibratório e visual para alertar o operador quando a
concentração de O2 estiver acima ou abaixo de parâmetros pré-determinados.
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Atividade
Quando abordamos as questões relacionadas aos agentes químicos, devemos sempre considerar o importante aspecto das
amostragens passivas. Para que serve o amostrador passivo nas avaliações químicas?
a) O amostrador passivo é um mecanismo utilizado exclusivamente em espaços confinados.
b) O amostrador passivo é utilizado para avaliação de gases e vapores nos diversos postos de trabalho.
c) O amostrador passivo é uma avaliação associada entre os agentes químicos, físicos e biológicos, conforme suas associações.
d) O amostrador passivo determinará a fadiga do trabalhador nos postos de trabalho para se evitar a doença ocupacional.
e) O amostrador passivo verifica a passagem das moléculas de uma área de concentração baixa para outra área classificada como alta.
Marque a seguir a função de uma “bomba de amostragem”:
a) Trata-se de um instrumento que permite coletar vapores, gases, neblinas, névoas e poeiras presentes nos ambientes de trabalho.
b) Trata-se de um equipamento que tem a função de avaliar os diversos agentes biológicos presentes em ambientes contaminados, como
salas de enfermagens.
c) Este instrumento avalia ruído e vibração ocupacional em áreas de produção.
d) A bomba de amostragem é um equipamento de proteção individual que deve ser instalado no trabalhador durante suas atividades.
e) Trata-se de um equipamento para avaliar a presença de partículas em suspensão capazes de causas explosões em qualquer ambiente.
Marque a seguir a única opção que não caracteriza uma exposição a poeiras minerais:
a) Exposição à sílica.
b) Exposição ao amianto.
c) Exposição ao quartzo.
d) Exposição ao carvão mineral.
e) Exposição ao algodão.
Notas
Título modal 1
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Referências
MORAES, Giovanni Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 6º edição. Rio de Janeiro, 2007.
 
SALIBA, Tu� Messias. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA: Avaliação e controle dos riscos ambientais. São
Paulo: Ltr, 2005.
 
SPINELLI, Robson; BREVIGLIERO, Ezio; e POSSEBON, José. Higiene Ocupacional: Agentes biológicos, químicos e físicos. 2º d.
São Paulo: Editora Senac SP, 2008.
Próxima aula
Medidas de controle dos agentes químicos, sejam de natureza coletiva ou individual;
Fichas de Informações de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ);
Modelos de equipamentos de medições para os diversos agentes químicos.
Explore mais
Consulte o material sobre segurança e medicina do trabalho disponível no site do Tribunal Superior do Trabalho.

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