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Unidade 4 Livro Didático Digital Dayanna dos Santos Costa Maciel Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autora DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL Dayanna dos Santos Costa Maciel Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando disciplinas como Planejamento Estratégico, Sustentabilidade e Gestão, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras ao nível de graduação e pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Agentes Químicos: Conceituação e Classificação....................10 Agentes Químicos: Conhecendo as vias de Penetração.............................10 Classificação dos Agentes Químicos................................................................................13 Limites de Tolerância e Avaliação dos Agentes Químicos.............20 Avaliação de Riscos Químicos: Visão Geral ................................................................20 Planejamento de amostragem............................................................................................25 Limites de Tolerância para Agentes Químicos....................................................30 Trabalho em Espaços Confinados, Radiações e Pressões Anormais.........................................................................................................33 Espaços Confinados: Conceito e Riscos Ocupacionais....................................33 Procedimentos de Segurança em Espaços Confinados...................................38 Radiações e Pressões Anormais ..........................................................................................43 Ergonomia no Ambiente Ocupacional: Uma Visão Geral ................47 Ergonomia: Noções Gerais........................................................................................................47 Metodologias de Avaliação Ergonômica...................................................................55 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 7 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL UNIDADE 04 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais8 INTRODUÇÃO Você sabe exatamente qual o risco que trabalhadores incorrem ao manipular substâncias químicas ou desenvolver suas atividades laborais em um ambiente ocupacional na presença dessas? Refletiu como se dá as exposição do trabalhador ao risco ocupacional em ambientes confinados? Ou imaginou como aspectos ergonômicos influenciam a saúde do trabalhador? Calma! Sei que muitas informações vieram a sua mente nesse momento e aqui vamos te ajudar a encontrar ordenadamente respostas para estes questionamentos. Pois bem nessa unidade vamos no primeiro momento aprofundar nosso conhecimento sobre agentes químicos conhecendo algumas definições centrais, a classificação, vias de penetração, limites de tolerância, legislação, avaliação, etc. Em um segundo momento, vamos aprender o que envolve uma atmosfera de um espaço confinado, e aprofundar nosso entendimento sobre radiação e pressões anormais. Por último, iremos definir ergonomia, vamos então entender como os princípios norteadores desse conceito são aplicados em diferentes ambientes ocupacionais. Então, ficou curioso(a)? Então prepare-se, ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar nesse mar de conhecimento! Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Entender as definições básicas relacionadas a agentes químicos e sua classificação; 2. Avaliar os riscos e limites de tolerância à exposição de agentes químicos atribuídos pela legislação em vigor; 3. Avaliar a atmosfera de espaços confinados, radiações e pressões anormais; 4. Compreender aspectos genéricos da ergonomia no ambiente ocupacional. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais10 Agentes Químicos: Conceituação e Classificação INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você terá conhecimento de uma base teórica que permitirá você entender o que são agentes químicos e como esses se classificam. Nesse sentido aqui você vai conhecer algumas definições básicas relacionadas ao organismo humano que estão diretamente vinculadas com os riscos químicos. Isso é de suma importância para a sua atuação profissional, uma vez que a partir desse conhecimento você terá condições de identificar em um ambiente de trabalho quais agentes químicos presentes podem provocar danos à saúde do trabalhador através da penetração desses no organismo humano por diferentes vias. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Agentes Químicos: Conhecendo as vias de Penetração Nessa unidade vamos aprofundar o conhecimento sobre agentes químicos. Em unidades anteriores abordamos os agentes químicos de forma breve, e agora é o momento e entendermos as especificidades desses agentes. Para tanto vamos recordar inicialmente o conceito de agente químicos. Revisando: Na higiene ocupacional, os agentes químicos são definidos como substâncias, elementos, compostos ou resíduos de composição química que, durante sua fabricação, armazenamento, manuseio e transporte pode exercer sua capacidade de ação tóxica sobre o organismo ou a contaminar o ar do ambiente de trabalho. No campo nas normatização desse tipo de agentes, os agentes químicos são definidos pela legislação brasileira pela norma NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (1978) como: [...] as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 11 poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade da exposição, possamter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão. (BRASIL/NR 09, 1978). Os agentes químicos se apresentam de forma massiva nos diferentes tipos de indústria. São exemplos de indústrias nesse sentido: produção de plásticos, fertilizantes, saneantes, álcool, galvanoplastia, têxtil, petroquímica, mineração, entre outras. Nesse sentido temos os produtos químicos que têm sido utilizados desde o princípio da civilização humana para os mais diversos fins. Agora que revisamos o conceito de agentes químicos e que sabemos esses se apresentam em diversos tipos de indústria podemos concluir que os trabalhadores nesse contexto diariamente lidam com essas substâncias. Então, como elas podem ser fonte de risco a saúde desses? Bem, sabemos que a danos à saúde ao trabalhador se dá quando esse entra em contado com os agentes químicos acima do limite permitido. Nesse contato, o agente químico pode penetrar no organismo humano por meio de diferentes vias: respiratória, via percutânea e digestiva. Vamos começar entendendo a penetração por via respiratória. Para tanto, você lembra quais órgãos compõem nosso sistema respiratório e como esse funciona? Se você faz tempo que estudou a anatomia humana ou se faltou a essa aula de biologia, vamos resgatar esse conteúdo aqui, pois nos ajudará a entender como em um ambiente ocupacional os agentes químicos podem penetrar por meio desse sistema e causar danos à saúde do trabalhador. A figura 1 ilustra o sistema respiratório humano. VOCÊ SABIA? O Sistema respiratório humano é “o conjunto de órgãos que controlam a entrada, filtragem, aquecimento, umidificação e saída do ar. A função do sistema respiratório é trocar os gases envolvidos no processo de respiração celular, logo tem como função captar oxigênio atmosférico e liberar o CO2 produzido no organismo para o meio ambiente. Esse processo de troca gasosa entre sistema respiratório e o sangue é denominado hematose. O processo respiratório é fundamental no fornecimento do oxigênio para todas as células do corpo humano para a manutenção da vida” (PEIXOTO; FERREIRA, 2013, p.15). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais12 Agora que você já recordou como nosso sistema respiratório e composto, é importante saber que ao inalar um agente químico acima dos limites de tolerância permitido dados a saúde do ser humano pode se manifestar em qualquer um desses órgãos, bem como nas demais partes do corpo uma vez que a substância química chega ao sangue. Além disso, deve-se considerar o no ambiente ocupacional o ar respirado deve ser respirável. A esse respeito assevera Peixoto e Ferreira (2013, p.18): Ar respirável se constitui em uma composição na qual o organismo humano possa ficar exposto sem sofrer danos ou incômodos. Constituem-se riscos respiratórios a exposição a ambientes com deficiência de oxigênio (<19,5 %), contaminados por aerodispersóides, gases e vapores que produzam situações ambientais que possam ser consideradas imediatamente perigosas à vida e saúde ou situações que produzam efeitos nocivos a curto ou longo prazo. Portanto devemos ter em mente que um ambiente ocupacional seguro trabalhador o ar deve conter oxigênio suficiente para a manutenção do organismo humano e estar livre de agentes químicos como aerodispersóides, gases e vapores. Isso porque a via respiratória é a principal via de penetração de agentes químicos no organismo humano, haja vista o trabalhador inalar grande volume de ar e a maioria dos agentes químicos contaminantes se misturam a esse em forma de poeira gases e vapores. Portanto lembre-se: em ambientes de manipulação de agentes químicos deve-se rigorosamente obedecer os limites de tolerância e fazer uso de equipamentos de proteção como máscaras respiradoras, uma vez que essa é a principal fonte de contaminação (o ar). Além da contaminação por vias respiratórias, o trabalhador pode se contaminar por meio da penetração da substância na pele (via percutânea) e pela ingestão (via digestiva). No caso da pele ela é um mecanismo de proteção a penetração de muitas substâncias, como a poeira por exemplo. Contudo uma poeira composta por agentes químicos pode em contato com a pele podem causar desde simples irritações até mesmo atingir o sangue dando origem a efeitos tóxicos. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 13 A respeito desse tipo de penetração devemos ter o cuidado em qualquer ambiente ocupacional com a presença e manipulação de agentes químicos, mesmo que os limites de tolerância atrelados ao ar sejam respeitados, uma vez que reações adversas na pele podem aparecer apenas com o contato independendo o grau de exposição do trabalhador. Nessas condições o ideal é que o trabalhador desenvolva suas atividades sempre protegido por equipamentos de proteção individual como luvas, capas e macacões resistentes a substância exposta. Por fim temos a contaminação por via digestiva, essa ocorre de forma acidental quando por exemplo um trabalhador pelo manuseio contamina um alimento e ingere. Para esse via de contaminação os mecanismos de prevenção são os cuidados de higiene como lavar as mãos, etc. Uma vez que agora conhecemos as vias de contaminação, passamos ao entendimento dos tipos de agentes químicos de risco e de como manipular corretamente produtos compostos por substâncias nocivas. Classificação dos Agentes Químicos Na unidade 2 aprendemos que os agentes químicos contaminantes podem apresentam-se objetivamente em forma de partículas (aerodispersóides) ou gases e vapores. Toda classificação portanto dos agentes químicos de baseia na forma como esses agentes se apresentam. A contaminação de partículas sólidas ou líquidas, ou seja, a contaminação por aerodispersóides é condicionada às seguintes variáveis da substância química: tamanho, forma, densidade, velocidade de reação e concentração na atmosfera. Por exemplo, o tamanho das partículas está relacionada diretamente com a forma de penetração do agente químico no organismo. Pelo tamanho da partícula os aerodispersóides são classificados em: inaláveis, torácicos, respiráveis e invisíveis. Essa classificação é apresentada no quadro 1. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais14 Quadro 1: Classificação do material particulado Tipo de Particulado Tamanho Aproximado (μm) Observação Inalável 0 a 100 Entra através do nariz e da boca. Torácico 0 a 25 Penetra através da laringe. Respirável 0 a 10 Penetra nos bronquíolos, atingindo a região de trocas gasosas. Visível Ø > 50 Partícula visíveis ao olho humano. Fonte: Peixoto e Ferreira (2013, p. 19) Por que então é importante conhecermos a classificação disposta no quadro 1? Uma vez conhecendo a classificação e o tamanho das partículas podemos na prática da higiene ocupacional identificar então qual a via de contaminação mais suscetível e priorizar medidas de proteção corresponde a essa via para reduzir o risco de contaminação do trabalhador no ambiente ocupacional. Além de serem classificadas pelo tamanho os aerodispersóides podem ser classificados pelo estado físico e pela sua ação no organismo humano, conforme aprendemos na Unidade 2 e revisa o quadro 2. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 15 Quadro 2: Classificação dos aerodispersóides Classificação Exemplos Forma Física Poeiras Exemplos de processos que produzem pós, podemos citar: mineração, moagem, jato de areia, transformação de calcário, amianto, pós de madeira, etc. Neblinas Partículas líquidas geradas pela condensação de vapores de um líquido. Exemplos neblina de água e de ácidos. Névoas Partículas líquidas geradas pela ruptura mecânica de um líquido. Exemplos: nebulização de agrotóxicos e pintura tipo spray. Fumos Partículas de fumo que se formam ao soldar, onde os vapores do metal fundido se esfriam, solidificam e são aerotransportadas. Também se produzem nos processosde fundição de metais. Fumaça Misturas de gases, vapores e aerodispersóides provenientes da combustão incompleta de materiais. Exemplos: fumaça proveniente da combustão de madeira e plástico. Fibras São partículas sólidas produzidas por rompimento mecânico com característica física de um formato alongado. Exemplo: amianto. Ação no orga- nismo humano Incômo- das Partículas não contendo asbesto (amianto) ou com teor de sílica cristalina abaixo de 1 %, sem efeito tóxico conhecido, mas que não podem ser consideradas biologicamente inertes. Exemplos: gesso, calcário, etc. São conhecidas como PNOC – Particulate Not Otherwise Classified, ou ainda, PNOS – Particulates Not Otherwise Specified. Fibrogêni- cas Alteram a estrutura celular dos alvéolos restringindo a capacidade de troca de oxigênio. Exemplos: sílica cristalina, amianto, berílio, ferro e algodão. Irritantes Irritam, inflamam e ulceram o trato respiratório. Exemplos: névoas ácidas ou alcalinas. Produtoras de febre Produzem calafrios e febre. Exemplos: fumos decobre e zinco. Sistêmicas Provocam danos em órgãos ou sistemas do organismo. Exemplos: cádmio, chumbo e manganês. Alergêni- cas Produzem reações alérgicas devido à formação de anticorpos. Exemplos: pólen, pelos de animais e fungos. Cancerí- genas Provocam câncer após período latente. Exemplos: amianto, cromatos e radionuclídeos. Mutagê- nicas e teratogê- nicas Induzem mutação e nível celular (mutagênicas) ou alterações genéticas (teratogênicas). Exemplos: chumbo e mercúrio. Fonte: Peixoto e Ferreira (2013, p. 20-22). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais16 No que tange a contaminação por partículas gasosas, essa pode dar-se por meio de gases e vapores. É importante que saibamos bem o que diferencia gás e vapor, embora na prática da higiene ocupacional as ações preventivas aplicadas a ambos são comuns. Por definição, segundo Forgaça (2018) gás é uma substância no estado gasoso quando submetida a condições normais de temperatura e pressão enquanto os vapores são substâncias no estado gasoso que, quando condicionados a temperatura ambiente de 25°C e pressão atmosférica de 760 mmHg, apresentam-se no estado líquido. EXPLICANDO MELHOR Para melhor compreendermos a diferença entre gás e vapor temos o seguinte exemplo: em um ambiente com na temperatura de 29°C e pressão de 760mmHg temos a presença de vapor de água e gás hélio, por um dado motivo qualquer esse ambiente foi esfriado a temperatura de 25°C. Após o resfriamento o hélio continuou no estado de gasoso mas o vapor de água passou a ser água em estado líquido ou sólido. No âmbito da higiene ocupacional tanto os gases como os vapores podem ser classificados tanto por sua composição, bem como por sua ação no organismo humano quando contaminado. O quadro 3 resume essa classificação. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 17 Quadro 3 – Classificação dos gases e vapores Classificação Exemplos Composição Vapores orgânicos Álcool etílico, benzeno e xileno. Gases ou Vapores ácidos Cloro, ácido clorídrico e CO2 Gases ou Vapores alcalinos Amônia e amina. Gases ou vapores especiais Monóxido de carbono e agrotóxicos. Ação no organismo humano Irritantes Irritantes primários atuam no local de contato com o organismo, isto e, não exercem ação tóxica no organismo como um todo (cloro e gás lacrimogêneo) e os irritantes secundários que além de atuar nos locais de contato produzem efeitos tóxicos em todo o organismo (gás sulfídrico). Sensibilizantes Produzem uma resposta imunológica do organismo a um químico. Alguns ramos de indústria utilizam substâncias que são sensibilizantes como: a indústria da borracha, dos corantes e dos aditivos de uma forma geral. Anestésicos Ação depressiva no sistema nervoso central (reduz a capacidade mental e física, diminuindo a habilidade para a realização de tarefas). Exemplos: eteno, benzeno, tolueno e álcool etílico. Asfixiantes Bloqueio dos processos vitais devido a falta de oxigenação. Podem ser simples, quando em altas concentrações no ar substituem o oxigênio (metano, etano e CO2) ou químicos, quando interferem na oxigenação das células (monóxido de carbono). Sistêmicos Provocam alterações funcionais em órgãos ou sistemas do organismo. Exemplos: mercúrio (sistema nervoso e rim) e fósforo (ossos). Alergênicos Resinas epóxi. Cancerígenos Cloreto de vinila e benzeno Mutagênicos e teratogênicos Diclorobuteno Fonte: Peixoto e Ferreira (2013, p. 22-23). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais18 Como podemos observar as substâncias químicas agem de forma diferente no organismo humano. Então, como podemos o potencial tóxicos dos aerodispersóides e dos gases de vapores? Para fazer essa avaliação é considerado os seguintes critérios: concentração, frequência respiratória e capacidade pulmonar, sensibilidade individual, toxicidade e tempo de exposição. A relação de cada um desses critérios com a ação da substância no organismo humano é apresentada no quadro 4. Quadro 4: Avaliação de agentes químicos com risco de contaminação. Critério Avaliação Definição/Observações Concentração Quanto maior a concentração, maiores serão os efeitos nocivos sobre o organismo humano. Torna muito importante dimensionar corretamente os métodos de amostragem, principalmente na escolha dos equipamentos de medição envolvidos, que devem ser adequados e precisos. Frequência respiratória e capacidade pulmonar Quanto maior a capacidade maior será a absorção do agente químico. Quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de trabalho. Sensibilidade individual Quanto maior os efeitos nocivos sobre o organismo humano. Nível de resistência varia de indivíduo para indivíduo. Portanto um trabalhador pode apresentar características pessoais que podem levá-lo a sofrer os efeitos da exposição ao trabalho, de forma bastante particular, mesmo com exposições abaixo dos valores estabelecidos como limites. Toxicidade Quanto maior os efeitos nocivos sobre o organismo humano. É o potencial tóxico da substância no organismo. Atenção redobrada deve ser dedicada aquelas substâncias que tem potencial tóxico mais elevado (normalmente limites de tolerância com valor muito pequeno), pois podem causar grandes efeitos nocivos mesmo em baixíssimas concentrações. Tempo de exposição Quanto maior o tempo de exposição maior será a absorção do agente químico. É o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante. No dimensionamento da exposição do trabalhador devemos considerar todas as situações que constituem o ciclo de trabalho e de exposição, para assegurar que a amostragem e verdadeiramente representativa daquela exposição. Fonte: Peixoto e Ferreira (2013, p. 23-24) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 19 SAIBA MAIS Gostaria de saber um pouco mais sobre exposição ocupacional aos resíduos de gases anestésicos? Então leia o artigo escrito por Oliveira (2009) disponível em: https://bit. ly/32whJ8z>. Agora você já conhecer os diferentes tipos de agentes químicos que podem ser fazer presente o ambiente ocupacional, bem como os principais critérios de avaliação de riscos ocupacionais relacionados a esses agentes. Ante a esses conhecimento no capítulo seguinte aprofundaremos sobre a avaliação, destacando os equipamentos de medição, limites de tolerância, entre outros aspectos importantes. RESUMINDO E agora? Você se sente capaz de definir e diferenciar os tipos de agentes químicos que podem se fazer presente em um ambiente ocupacional? Você reconhece quais as vias de contaminação do organismo nesse contexto? Para garantirmos vamos revisar o que vimos nesse capítulo. Inicialmente recordamos o conceito de agentes químicos, assim vimos que esses são substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade da exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão. Você também aprendeu aqui que a principal via de penetração de agentes químicos no organismo humano é a respiratória, seguida pela percutânea e digestiva. Por último vimos que os agentes químicos podem ser classificados com base na forma física com que se apresentam, seu tamanho, composição e principalmente pela sua ação no organismo contaminado. Assim sendo, deve-se avaliar esses agentes considerando os seguintes critérios em relação ao risco ocupacional: concentração, frequência respiratória e capacidade pulmonar, toxicidade e tempo de exposição. https://bit.ly/32whJ8z https://bit.ly/32whJ8z Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais20 Limites de Tolerância e Avaliação dos Agentes Químicos INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar os riscos e limites de tolerância à exposição de agentes químicos atribuídos pela legislação em vigor. Aqui você aprenderá quais são os instrumentos utilizados para medir a presença de agentes químicos no ambiente ocupacional, limites de tolerância, entre outras informações importantes referentes à avaliação de agentes químicos. Esses conceitos irão dever direcionar sua atuação profissional no que tange ao estabelecimento de medidas preventivas e de controle de riscos ocupacionais relacionados a exposição do trabalhador a agentes químicos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Avaliação de Riscos Químicos: Visão Geral Para a avaliarmos o risco químico a qual um trabalhador está exposto em um dado ambiente ocupacional o que devemos ter na nossa bagagem de conhecimento teórico? E na prática, por onde devemos começar o processo? Bem, essas são as perguntas que vamos responder aqui. Isso porque em sua prática profissional uma boa avaliação é condicionada ao seu conhecimento a respeito dos agentes de risco e do ambiente de trabalho, bem como a amostra do agente químico analisada. A figura 2 representa a abrangência do que devemos conhecer para avaliar a exposição do trabalhador ao risco ocupacional relacionados a agentes químicos. Veja que se você chegou até aqui nos estudos você já adquiriu conhecimento sobre os agentes químicos (tipos, interação dos agentes com o organismo humano, etc.), desse ponto em diante você vai adquirir conhecimento mais específicos sobre avaliação e coleta assim obtendo o todo conhecimento que o profissional responsável por uma avaliação nesse contexto deve ter. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 21 Figura 1 - Avaliação de risco ocupacional: o conhecimento necessário Fonte: o autor SAIBA MAIS A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGHI) ou Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais é uma associação privada de profissionais de higiene ocupacional e outros relacionados, sediada nos Estados Unidos da América (ANALYTICS BRASIL, 2020). Para saber mais sobre a importância da ACGHI no âmbito da avaliação de riscos ambientais acesse: <https://bit.ly/3gC8Yi8>. Ao analisarmos o conteúdo da figura 1 você vai perceber que a avaliação a exposição do trabalhador ao risco químico é algo complexo que reúne vários aspectos. Para ilustrar vejamos no quadro 5 um modelo https://bit.ly/3gC8Yi8 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais22 para uma avaliação qualitativa dos riscos decorrentes da exposição do trabalhador à poeira do gesso que retrata as condições de saúde e segurança na qual estão submetidos os trabalhadores em indústrias relacionadas. Quadro 5 – Modelo para Avaliação dos Riscos Decorrentes da Exposição do Trabalhador à Poeira do Gesso. Fonte: adaptado de Severo e Sousa (2017). Modelo para Avaliação dos Riscos Decorrentes da Exposição do Trabalhador à Poeira do Gesso O modelo consiste em um checklist (Figura A) e um questionário (Figura B) baseados nas normas técnicas e na legislação em vigor relacionadas a exposição do trabalhador a agentes químicos. Esse modelo pode ser aplicado em empresas produtoras de gesso para observar conformidades e não conformidades em relação às normas técnicas e legislação aplicável acerca da saúde e segurança do trabalhador expostos à poeira do gesso. Após a aplicação do checklist os dados serão avaliados com base nos parâmetros dispostos no quadro A, bem como os dados questionário com base no quadro B, ambos dispostos a seguir. Figura A: Checklist Fonte: Severo e Sousa (2017, p. 1140;1141) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 23 Figura B – Questionário Fonte: Severo e Sousa (2017, p. 1142). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais24 Quadro A– Parâmetros de Avaliação do Checklist Fonte: Severo e Sousa (2017, p. 1139) Quadro B– Parâmetros de Avaliação do Checklist Fonte: Severo e Sousa (2017, p. 1139). SAIBA MAIS Para saber mais sobre o Modelo para Avaliação dos Riscos Decorrentes da Exposição do Trabalhador à Poeira do Gesso leia o artigo completo de Severo e Sousa (2017) disponível em: <https://bit.ly/2EGhek8>. Como podemos ver, o quadro 5 traz um modelo que está embasado no conhecimento do agente químico avaliado e as normas vigentes de proteção ao trabalhador. Com base nesse modelo é possível elaborar modelos similares contemplando outros tipos de indústrias e agentes químicos. Contudo, o modelo apresentado permite uma análise qualitativa, mas quando se busca por exemplo medir e avaliar a concentração de uma substância química no ambiente ocupacional, ou seja um a análise quantitativa, como devemos proceder? Devemos então analisar uma amostra, conforme o apresentado no item a seguir. https://bit.ly/2EGhek8 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 25 Planejamento de amostragem Os riscos químicos presentes em um ambiente ocupacional só podem ser avaliados de forma quantitativa a partir do momento que o profissional responsável pela avaliação extrai uma amostra da ou das substâncias químicas presentes no ambiente estudado. Uma amostra é uma pequena porção do agente químico presente no ambiente analisado que deve representá-lo como um todo extraída por um processo denominado de amostragem. DEFINIÇÃO Amostragem de agentes químicos é processo ou técnica de escolha, seleção e coleta de agentes químicos presentes no ambiente ocupacional e que expõe ao trabalhador a danos em sua saúde. Um processo adequado de amostragem é importante para que permitir uma análise que represente o mais próximo possível o quanto o trabalhador é exposto a substâncias no ambiente ocupacional. A esse respeito assevera Peixoto e Ferreira (2013, p. 27): Evidentemente a amostragem de agentes químicos é complexa, e o que devemos sempre ter em mente é que uma avaliação bem realizada é aquela mais representativa possível da exposição do trabalhador. A exatidão e precisão dos resultados obtidos, bem como o grau de confiabilidade exigido, dependerão muito do correto dimensionamento da amostragem e da qualidade do sistema de medição adotado. [...]Quanto melhor for a sensibilidade, precisão e exatidão do sistema de medição e quanto maior for o número de amostras, mais próximo estará a avaliação da verdadeira concentração. Vejamos na colocação de Peixoto e Ferreira (2013) a importância da amostragem, ela é quem define a exatidão e precisão dos dados obtidos e a serem avaliados. Esse autores ainda destacam dois fatores importantes nesse contexto: dimensionamento da amostragem (tamanho da amostra, Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais26 quantidade de amostras) e sistema de medição (procedimentos e coleta). Para tanto, o profissional responsável deve antes de qualquer coisa planejar a sua amostragem. O planejamento de uma amostra envolve os seguintes elementos: tempo de amostragem, quantidade a amostras,tipo de amostragem, instrumentos utilizados (amostradores) e métodos de coleta. Quanto ao tempo de amostra, devemos ter em mente que ele é determinado pela análise do ciclo do trabalho, caraterística do agente a ser analisado, volume de ar a ser coletado que seja adequado para análise e quantidade mínima necessária do agente para permitir que a análise seja feita. IMPORTANTE Na NHO, NR 15, NIOSH podemos encontrar a normatização dos procedimentos que estabelecem tempos mínimos de amostragens em relação do volumes de contaminante a serem coletados para uma análise. A respeito da quantidade de amostras, temos que essa é condicionada ao que se busca avaliar e a variabilidade da exposição do trabalhador ao agente químico a ser analisado. Se essa exposição manter- se em termos de volume e tempo constantes uma quantidade pequena de amostra pode ser suficiente. Contudo se a exposição varia muito em tempo de volume da substância é necessário a coleta de várias amostras em períodos de tempos diferentes. Quanto ao tipo de amostragem, essas podem ser classificadas tendo como critérios a posição do amostrador (instrumento de coleta da amostra) ou duração da amostragem. O quadro 6 resume essa classificação. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 27 Quadro 6 –Tipos de amostragem. Critério de Classificação Tipo de Amostragem Definição Posição do amostrador Pessoal O amostrador acompanha o trabalhador durante todo o período de trabalho, e colocado próximo a região respiratória. Ambiental, de área ou estática O amostrador e fixado em um determinado local próximo a fonte e fornece informações sobre a emissividade dessa fonte. Duração da amostragem Instantâneas Curta duração (normalmente menores que 5 minutos), para verificarmos se o valor máximo ou valor teto foi atingido ou ainda avaliar os instantes de maior concentração. Contínuas Em períodos maiores que 30 minutos, sendo mais adequadas para avaliação da média ponderada. Contínuas de amostra única de período. Amostra única de período completo a avaliação da exposição é feita com base em uma única amostragem. Contínuas de amostras consecutivas de período Amostras consecutivas de período completo a amostragem é dividida em várias amostragens. Contínuas de amostras de período parcial Amostras de período parcial onde não é coberto integralmente o tempo de amostragem. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2013, p. 28-29) e NHO 08 (2009). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais28 IMPORTANTE A mostra única ou amostras consecutivas são utilizadas quando o objetivo da avaliação é verificar a média de concentração da substância a qual o trabalhador é exposto ao longo de uma jornada de trabalho. Já amostras de período parcial é mais adequada para em uma dada atividade/ operação específica se avaliar picos de concentração da substância a qual o trabalhador é exposto. Ainda no planejamento da amostragem deve-se definir o tipo de amostradores e o tipo de meio que será feito a coleta. Para facilitar a nossa visualização, o quadro a seguir apresenta a definição de cada tipo de amostrador e meios de coleta. Quadro 7 –Tipos de amostradores e meios coletores. . TIPO INFORMAÇÕES RELEVANTES Tipo de amostradores quanto a passagem do ar Ativos -Coletam de um volume conhecido de ar através da passagem forçada do ar através do emprego de bombas de fluxo. -O contaminante que está sendo investigado é coletado em filtros ou substâncias específicas. Os procedimentos de amostragem apropriados, de acordo com o contaminante, encontram-se em normas nacionais e internacionais. -Utiliza-se os amostradores ativos quando é necessário avaliar a concentração média no tempo (TWA). Passivos - Não exigem a passagem forçada do ar, pois agem por difusão molecular. -Utilizam a tendência natural dos gases e vapores de se moverem de uma área de maior concentração para uma área de menor concentração. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 29 Meios coletores Filtros de membrana - Utilizados na coleta dos aerodispersóides. - A retenção do contaminante se dá através da passagem forçada do ar (amostragem ativa) através desses filtros (cloreto de polivinila para poeiras, éster celulose para fumos metálicos e amianto) que os retém. Posteriormente esses filtros são enviados para análise em laboratórios especializados. Sólido adsorvente - As moléculas do contaminante são aderidas a uma superfície sólida específica (carvão ativado para solventes orgânicos e sílica gel para solventes polares). Líquido absorvente - As moléculas do contaminante introduzem-se em outra fase, normalmente, nos casos de avaliação ocupacional, líquida (impingers e borbulhadores). Tipos de amostradores quanto a leitura da concentração Leitura direta -Fornecem imediatamente a concentração do contaminante por leitura direta em superfícies graduadas (tubos colorimétricos) ou display de equipamentos (oxímetros, medidores de CO, CO2, H2S, SO2, explosímetros). - São indicados para monitoramento qualitativo, detecção de vazamentos, monitoramento contínuo e para sistemas de alarme. Leitura indireta -Caracterizam pela retenção do contaminante para posterior análise em laboratório. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2013, p. 30-33) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais30 Por fim em um planejamento de amostragem deve-se ainda definir os métodos de coleta, esses podem ser de dois tipos: de ar total ou com separação de contaminantes. A respeito desses métodos esclarece Peixoto e Ferreira (2013, p. 32-33): Ar total – quando uma amostra de ar e recolhida (sacos de amostragem, frascos de amostragem e seringas). [...]Com separação dos contaminantes – o contaminante é separado através de retenção em filtros, absorção em meio líquido, adsorção em meio sólido ou condensação de vapores, para posterior análise em laboratório. Neste tipo de amostragem um volume conhecido de ar contaminado passa através de um meio coletor adequado, separando-se, assim, os contaminantes do restante do ar. Em ambos os casos a análise deve ser realizada o mais rápido possível, pois o contaminante pode permear através das paredes plásticas ou sofrer dessorção, perdendo-se parte da amostra. Agora você já tem conhecimento suficiente para planejar uma análise por meio de amostragem de agentes químicos presentes no ambiente ocupacional. Portanto, feito esse planejamento o responsável pela análise deve coletar a amostra e analisar considerando os limites de tolerância dos agentes analisados. Vejamos a seguir os limites de tolerância. Limites de Tolerância para Agentes Químicos A questão que precisamos entender aqui é: Onde encontramos definidos os limites de tolerância referentes a agentes químicos a fim de compará-lo com as análises feitas baseadas na amostra coletada? Bem, os limites de tolerância para agentes químicos são definidos tanto na legislação brasileira como internacional, devendo-se então observar conformidades da prática no ambiente de trabalho de ambas as normativas. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 31 Lembre-se sempre que os limites de tolerância ou limites de exposição ocupacional refletem a concentração ou intensidade dos agentes químicos presentes no ambiente ocupacional a níveis aceitáveis, onde o trabalhador possa estar expostos frequentemente sem sofrer danos à saúde. Na legislação brasileira os limites de tolerância são definidos no anexo 11 da NR 15. Conforme apresenta dos quadros 8. Quadro 8 – Limites de tolerância segundo a NR 15 Fonte: Peixoto e Ferreira (2013, p.39). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais32 RESUMINDO E agora? Você já se sente capaz de avaliar os riscos e limites de tolerância à exposição de agentes químicos atribuídos pela legislação em vigor? Para mostrar que você nessecapítulo adquiriu conhecimento que te deixa apto nesse sentido, vamos recordar o que vimos aqui. Aprendemos que avaliar riscos relacionados a agentes químicos não é uma tarefa simples. Para cumprir essa tarefa é necessário conhecer os agentes químicos (características, ações no organismo, etc.), saber extrair uma amostra corretamente do ambiente ocupacional e por fim saber analisar tais agentes a partir dos limites de tolerância atribuídos na legislação. Nesse capítulo, você aprendeu que uma boa amostra é de sua importância, e para obtê-la deve- se planejá-la considerando os seguintes aspectos: tempo de amostragem, quantidade a amostras, tipo de amostragem, instrumentos utilizados (amostradores) e métodos de coleta. E por fim você aprendeu que os limites de tolerância são definidos pela NR 15, e esses refletem a concentração ou intensidade dos agentes químicos presentes no ambiente ocupacional a níveis aceitáveis, onde o trabalhador possa estar expostos frequentemente sem sofrer danos à saúde. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 33 Trabalho em Espaços Confinados, Radiações e Pressões Anormais INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar a atmosfera de espaços confinados, e a presença de radiações e pressões anormais nesse tipo de espaço. Nesse capitulo também você vai aprender aspectos específicos relacionados à higiene ocupacional em ambientes onde o trabalhador é exposto a radiações e pressões anormais. Isso porque aqui você vai compreender o que é um espaço confinado, e radiação e pressões anormais e os riscos que incorre o trabalhador nesse tipo de ambiente. Assim na sua prática profissional você saberá como atribuir procedimentos de segurança adequados para proteger o trabalhador. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Espaços Confinados: Conceito e Riscos Ocupacionais Pense rápido: O que vem em sua mente quando falamos na palavra confinamento? Acredito que em sua mente veio a imagem de um ambiente fechado, ou ainda um sentimento de estar entre quatro paredes. Bem, para iniciarmos nos estudos sobre ambientes confinados devemos ter em mente inicialmente o significado básico das palavras que compõe esse termo: espaço e confinamento. Para isso vamos recorrer a um dicionário. Vejamos as definições disposta pelo Dicionário Online de Português (2009-2020), segundo este espaço é uma extensão limitada, onde podemos entender por extensão por prolongamento de algo. Já a palavra confinamento remete a um estado ou condição do que ou de quem se encontra preso, cercado e impossibilitado de sair. Então lembra da reflexão inicial, bem se você sentiu ou imaginou uma situação em que estava preso você tem uma ideia na Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais34 prática do que seja desenvolver atividades em um ambiente confinado. A figura 3 representa um espaço ambiente de ocupação classificado como espaço confinado. Imagine a seguinte situação, temos dois homens trabalhando em uma espécie de caverna fechada e de difícil acesso. Nesse sentido agora temos uma ideia preliminar do que seja uma definição de ambiente confinado, contudo essa ideia ainda é abrangente quando remetemos ao campo da higiene ocupacional. Assim sendo, vejamos no quadro 9 algumas definições específicas de espaço confinados no âmbito da higiene e segurança do trabalho. Quadro 9 –Definições de espaços confinados. Fonte Definição Norma regulamentadora Nº 33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. Espaço confinado é aquele que é composto por área ou ambiente cujo projeto não foi feito para que houvesse uma exposição humana contínua, possuindo meios limitados de entrada e saída, com ventilação existente insuficiente para remoção de contaminantes ou onde possa existir deficiência ou enriquecimento de oxigênio. ABNT NBR 14787 Qualquer área que não tenha sido projetada para ocupação humana contínua, apresentando meios de entrada e saída na qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos, podendo ou não estar junto com os contaminantes, a deficiência ou enriquecimento de oxigênio que possa existir ou desenvolver. NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) Espaço que apresenta passagens limitadas de entrada e saída, com ventilação natural deficiente que contém ou produz perigosos contaminantes do ar e que não é destinado para ocupação humana contínua. Fonte: adaptado Peixoto e Ferreira (2013, p.114) Com base nas definições de ambientes confinados dispostas no quadro 9, temos que as características principais de um ambiente confinado são: projeção para não ocupação humana contínua; limitação Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 35 de locais de entrada e saída; presença de ventilação natural limitada e insuficiente para remoção de contaminantes perigosos. DEFINIÇÃO Espaço confinado é qualquer área que não tenha sido projetada para ocupação humana contínua, apresentando meios de entrada e saída na qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos, podendo ou não estar junto com os contaminantes, a deficiência ou enriquecimento de oxigênio que possa existir ou desenvolver (ABNT NBR 14787, 2001). Agora que você sabe o que caracteriza um espaço confinado, seria capaz de listar algumas profissões cujos os trabalhadores desenvolvem suas atividades nessas condições? Vejamos uma pequena lista no quadro 10. Quadro 10 – Exemplo de profissões que atuam em espaços confinados Profissão Descrição Alpinista industrial Trabalhador que, a serviço de uma empresa, realiza funções como limpeza ou restauração de vidros, fachadas, telhados e caixas d’água. Em 2009, foram regulamentadas as regras que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou para este tipo de trabalho, cujo acesso é por cordas. Os principais riscos da atividade são altura, vento forte, emissão de gases e perigo de explosão. Minerador O minerador é o profissional que perfura o minério com uma máquina hidráulica e o detona com explosivos. O produto dessas etapas é o minério fragmentado, que depois é transportado e processado. As minas dividem-se em dois tipos: subterrâneas e a céu aberto. Chama-se lavra o conjunto de operações da mineração, desde a extração de minérios até a etapa de aproveitamento industrial. Neste universo, os exemplos de espaço confinado são diversos. Técnico em proteção catódica Aplica corrente elétrica em dutos carregados, sejam eles de gás, derivados de petróleo ou com água. A junção entre corrente elétrica e materiais explosivos eleva muito o risco da profissão. A proteção catódica é a única solução para controlar a corrosão de estruturas enterradas ou imersas. O processo tem fases sequenciais: isolamento elétrico, revestimento do duto com material isolante e, por fim, passagem de corrente elétrica. Fonte: Intermercados (2018). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais36 Listamos no quadro 10 três profissões cujas atividades são realizadas em ambientes confinados, mas quais são efetivamente os riscos que correm esses profissionais? Em linhas gerais os riscos relacionados a esse tipo de ambiente ocupacional podem ser divididos em dois grupos: perigos atmosféricos e perigos físicos ou gerais. Os perigos atmosféricos remetem justamente a uma característica do ambiente confinado: presença de ventilação natural limitada e insuficiente para remoção de contaminantes perigosos. Em um ambiente confinado o trabalhador pode perder a consciência por falta de oxigênio ou inalação de substâncias químicas por exemplo, ou ainda em caso de emergência pode encontrar dificuldades de sair do ambiente. Para facilitar o nosso entendimento, o quadro 11 lista os principais riscos considerados perigos atmosféricos. Quadro 11 – Perigos atmosféricos em espaços confinados Riscos ImplicaçõesPara O Trabalhador Atmosfera corrosiva resultante de processos industriais as quais são produzidas por reações químicas ou biológicas. Em alguns casos, de acordo com propriedades das substâncias que ocupam o espaço e de sua quantidade, podem causar danos a pele ou aos olhos, não necessariamente de forma imediata, porém, não descartando a possibilidade de um efeito carcinogênico a uma exposição prolongada. Líquidos e gases inflamáveis, como o acetileno, o propano, o butano, o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), a gasolina e os álcoois. Estes produtos quando confinados e em mistura com o oxigênio do ar podem produzir uma explosão. Podemos incluir também os grãos, os fertilizantes à base de nitratos e produtos químicos aplicados no solo que produzem pós- combustíveis. Procedimentos industriais com o uso de gases inertes (como o nitrogênio, argônio, dióxido de carbono, etc.) para remoção do oxigênio (O2) do ar tornando o espaço confinado com deficiência de O2. Existem processos industriais que podem ocasionar a deficiência de O2 como soldagens, operações de corte e reações químicas e biológicas, como por exemplo, a oxidação do aço (ferrugem) e fermentação. As implicações para o trabalhador nesse caso podem ser observadas na figura 4. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 37 Atmosferas com excesso de oxigênio, com teor acima de 23 % em volume. Riscos de incêndio em espaços confinados assim como de aumentar a capacidade de ocorrer explosões. Formação de atmosferas perigosas por exposição de contaminantes no ar que podem ser liberados por meio de processos de fabricação, atividades de trabalho e materiais ou substâncias armazenadas. Reações adversas que variam conforme o contaminante. Exemplos: poeiras, vapores e gases tóxicos, principalmente, quando estes produtos encontram-se em concentrações próximas do IPVS. Fonte: Peixoto e Ferreira (2013, p.111-118) Figura 4 – Teores de oxigênio e implicações para a saúde do trabalhador. Fonte: Adaptado de Torloni (2003); NIOSH (1987) e Peixoto e Ferreira (2013, p.118). Quanto os riscos físicos ou gerais, se enquadram nesse grupo riscos físicos vinculados os diversos agentes físicos que estudamos em unidades anteriores: vibrações, ruídos; radiações, pressões anormais, entre outros. Além de riscos de acidentes como escorregamento, soterramento, afogamento, etc. Considerando os riscos que podem existir em um espaço confinado vamos a seguir estudar alguns procedimentos de segurança. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais38 Procedimentos de Segurança em Espaços Confinados A primeiro procedimento de segurança é analisar se o ambiente que o trabalhador possui todas as características para se classificado como espaço confinado. Para isso as seguintes perguntas devem ser feitas obtendo-se uma resposta positiva, conforme destaca Peixoto e Ferreira (2013, p. 119): Havendo ainda alguma dúvida de como identificar tecnicamente se um ambiente específico é um espaço confinado, podemos seguir um guia desenvolvido pela OSHA, que através de três perguntas, nos ajuda a avaliar se este ambiente é de fato um espaço confinado. As questões são: • O espaço é grande o suficiente para o trabalhador entrar e executar completamente o seu trabalho? • Há limitação significativa para entrar e sair e que dificulte uma fuga? • Este espaço não está desenhado para ocupação humana contínua, inadequado para ocupação em condição normal de trabalho e não oferece condições de segurança e de saúde adequada? Se para as questões acima todas as respostas forem do tipo “SIM”, o ambiente é considerado espaço confinado. Se assim for constatado, deve ser organizado e seguido um procedimento para a entrada do trabalhador de forma segura. Uma vez o ambiente sendo um espaço confinados os procedimentos de prevenção adotados devem seguir as normas NBR 1478 e NR 33. Esses normativas detalham como proceder antes, durante e depois que o trabalhador desenvolve suas atividades laborais no ambiente em questão. A partir dessas normas, podemos concluir que os procedimentos de segurança são: Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 39 a) Manter os funcionários informados sobre o conteúdo das normas e da importância do cumprimento dessas; b) Averiguar se existem perigos atmosféricos e gerais no espaço confinado onde será desenvolvido as atividades laborais; c) Informar os trabalhadores dos riscos que ele corre ao desempenhar suas atividades; d) Aplicar procedimento de entrada segura, que consiste: Sinalização e restrição de acesso: isso é feito a partir do uso de fitas e cones de segurança, além de colocada sinalização específica “espaço confinado identificado”, exigido por norma regulamentadora (NR 33), que informa a proibição da entrada e do risco de morte no local de entrada do espaço. A figura 5 apresenta essa sinalização. Figura 5 – Sinalização de espaço confinados Fonte: Peixoto e Ferreira. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais40 Solicitação da entrada: por escrito a partir do preenchimento de um formulário específico conforme ilustra a figura 6. Figura 6 – Anexo I (NR 33), parte informativa da permissão. Fonte: Peixoto e Ferreira. Verificação das condições do ambiente: Essa verificação consiste no preenchimento do formulário de permissão pelo supervisor de entrada do local, ilustrado na figura 7, a partir da verificação dos requisitos de segurança. Figura 7 – Anexo I (NR 33): procedimentos a serem atendidos antes da entrada. Fonte: Peixoto e Ferreira. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 41 Na verificação das condições do ambiente o supervisor de entrada (pessoa que controla a entrada no espaço confinado) deve aplicar testes atmosféricos para verificar a presença de oxigênio e substâncias presentes no ar que podem comprometer a saúde do trabalhador. IMPORTANTE Em espaços confinados nunca deve ser utilizado oxigênio puro para ventilar mesmo, isso por aumenta-se os riscos de incêndio e de explosão. Após a verificação criteriosa e o preenchimento do formulário de permissão, o supervisor deve conferir se todos os campos foram informados com “SIM”, autorizando a entrada do trabalhador Se, caso em algum momento dos campos for assinalado “não”, o trabalho não é autorizado e a entrada do trabalhador não poderá ser permitida. Uso de equipamentos de proteção: uma vez concedida a entrada, o trabalhador deve fazê-la com o uso de todos os equipamentos de proteção necessários. Nesse contexto destacam-se os seguintes equipamentos: máscara autônoma com cilindro de ar mandado, tripé, cinturões de segurança e aparelhos de rádio e de iluminação artificial. A figura 8 ilustra esses equipamentos. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais42 Figura 8 – Equipamentos de proteção e comunicação em espaços confinados. Fonte: Peixoto e Ferreira. Monitoração do trabalho pelo supervisor ou vigia: Ao autorizar a entrada o supervisor ou outro funcionário denominado de vigia deve ficar monitorando o ambiente enquanto o outro trabalhador permanece em seu interior. A função é monitorar para verificar alterações caso surjam e agir para evitar acidentes. O vigia deve estar atento a alarmes sonoros e detectores de gases que geralmente são instalados na cintura do trabalhador que está dentro do ambiente confinado. Preenchimento da finalização de permissão: Após o término dos serviços previstos, o supervisor deve fazer o encerramento da permissão de entrada de forma documentada, especificando o horário do fim do procedimento no formulário de controle. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 43 Agora que você já está ciente de como prevenir danos ao trabalhador em um ambiente confinado, é importante destacarmos dois agentes de riscos que podem se fazer presentes nesse tipo de ambiente: a radiação e as pressões anormais.Esses agentes foram estudados em unidades anteriores, contudo destacamos aqui alguns aspectos que precisam ser lembrados. Radiações e Pressões Anormais Na Unidade 2 quando estudamos riscos físicos entendemos no que consiste e como se classificam a radiação e pressões anormais, bem como vimos as possíveis consequências para o organismo humano quando exposto a esses agentes de risco acima dos limites de tolerância. Revisando: De um modo geral podemos definir radiação como emissão de raios ou partículas. No âmbito dos estudos ocupacionais a radiação e seus efeitos são analisados considerando os seus dois tipos: Radiações ionizantes e não ionizantes. Já a no que tange pressões anormais estamos falando de pressões acima ou abaixo da pressão atmosférica. Nos referindo a atividades laborais desenvolvidas em ambiente de pressão hiperbárica (acima), e abaixo a pressão hiperbárica. No contexto de espaços confinados havendo a presença de radiação deve ser avaliada, considerando seus tipos e implicações para o organismo humano. Conforme destaca o quadro 12. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais44 Quadro 12 – A radiação e as implicações para a saúde do trabalhador. Radiação Fontes Implicações Micro-ondas Produzidas em estações de radar, rádio transmissão e em alguns processos industriais e medicinais. Causam aquecimento localizado na pele. Radiação infravermelha Origem natural (sol) ou artificial (fornos, metais incandescentes, solda). Tem como característica ser pouco penetrante (alguns milímetros) e sua absorção causa, basicamente, o aquecimento superficial (pele). Radiação ultravioleta De origem natural (sol – UVA e UVB) ou artificial (arco voltaico em operações de solda, lâmpadas ultravioletas). Pouco penetrante e seus efeitos serão sempre superficiais, normalmente envolvendo a pele e os olhos. Um efeito importante e reconhecido da radiação ultravioleta é o câncer de pele. Radiofrequência Radiação de grande comprimento de onda encontradas em radiofusão AM, ondas VHF, UHF, radioamadorismo, radionavegação, radioastronomia Normalmente, não apresentam problemas ocupacionais. Os efeitos à saúde são predominantemente térmicos, ou seja, aquecimento por absorção da radiação pelos tecidos. Fonte: adaptado de Peixoto e Ferreira (2012, p. 46-48). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 45 Mas o que devemos destacar mesmo no contexto de ambientes confinados são as pressões anormais. No caso da pressão hiperbárica essa se dá em condições quem que o trabalhador realiza suas atividades em ambientes sob ar comprimido. Como a exemplo do tubulão pneumático ilustrado pela figura 9. Figura 9 – Tubulão pneumático. Fonte: de Persuhn. Assim sendo, o tubulão pneumático é um exemplo de ambiente confinado no qual o trabalhador exposto a alta pressão pode sofrer: lesões pulmonares, barotraumas (traumatismo provocado pela pressão), embolias, intoxicação por oxigênio, intoxicação por gás carbônico, toxicidade cerebral, etc. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais46 RESUMINDO Ops! Gostou de entender a atmosfera de espaços confinados, e a presença de radiações e pressões anormais nesse tipo de espaço. Aqui você aprendeu que são denominados de espaços confinados qualquer área que não tenha sido projetada para ocupação humana contínua, apresentando meios de entrada e saída na qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos, podendo ou não estar junto com os contaminantes, a deficiência ou enriquecimento de oxigênio que possa existir ou desenvolver (ABNT NBR 14787, 2001). Sendo assim, Em linhas gerais os riscos relacionados a esse tipo de ambiente ocupacional podem ser divididos em dois grupos: perigos atmosféricos e perigos físicos ou gerais. Aprendemos então que existem normas e procedimentos de segurança que devem ser cumpridos no desenvolvimento de atividades laborais em espaços confinados a fim de proteger o trabalhador. Por último, ainda destacamos como a radiação e as pressões anormais podem ser riscos presentes em espaços confinados. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 47 Ergonomia no Ambiente Ocupacional: Uma Visão Geral INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você será capaz de compreender aspectos genéricos da ergonomia no ambiente ocupacional. Isso mesmo! Nesse capítulo você vai aprender no que consiste a ergonomia no ambiente de trabalho como um agente de risco qual a higiene ocupacional deve dedicar atenção, uma vez que esse agente é fonte de várias doenças de trabalho. Nesse sentido, esse conhecimento irá ajudar você em sua prática profissional a realizar avaliações ergonômicas e estabelecer medidas de prevenção a saúde do trabalhador. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Ergonomia: Noções Gerais Quando você ouve o termo: “ergonomia no trabalho” você automaticamente associa a quais palavras ou imagens? Aqui nesse tópico vamos aprender direitinho o que envolve a ergonomia no trabalho. Primeiramente o que devemos ter em mente é que ela é um agente de risco ocupacional assim como os agentes físicos, químicos e biológicos que já estudamos. E como agente de risco, ela se apresenta nos mais diferentes contextos de trabalho e ambientes. Mas afinal o que é ergonomia? O Dicionário Online de Português (2009-2020) atribui o seguintes significados a palavra ergonomia: [...] Estudo científico que busca melhorar as condições de trabalho, visando um aumento de produtividade, através da análise das relações entre o homem e a máquina. Melhoria das condições de trabalho, através da utilização de mecanismos tecnológicos e/ou do uso de desenho industrial. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais48 O significado do dicionário nos conduz a concluir que a ergonomia está relacionada assim como os demais riscos ocupacionais as condições de trabalho mas com destaque a interação entre o homem, máquinas, equipamentos e tecnologia que o mesmo faz uso para desenvolver suas atividades. Para melhor pontuarmos o que abrange a ergonomia no âmbito da higiene ocupacional, vejamos algumas definições mais específicas de ergonomia no quadro 13. Quadro 13 – O que é ergonomia? Autor(Ano) Definição De Ergonomia Grandjean (1969) O estudo do comportamento do homem em seu trabalho Falzon (2007). A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e ambientes de trabalho. Seu objetivo é elaborar, com a colaboração das diversas disciplinas científicas que a compõe, um corpo de conhecimentos que, numa perspectiva de aplicação, deve ter como finalidade uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos de produção e dos ambientes de trabalho e de vida. Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2010). Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. Fonte: A Autora Além dos conceitos apresentados no quadro 13, é importante destacar a ergonomia como campo de estudo científico pode ser dividida diante os seus focos em: ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional conforme destaca a figura 10. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 49 Figura 10 – Subdivisões da ergonomia • Área de atuação compreende o estudo da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionadas com a atividade física. Os tópicos mais importantes são postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde do trabalhador. • Dedica-se ao estudo dos processos mentais, como percepção, memória, raciocínioe resposta motora, relacionadas entre as pessoas e os outros elementos do sistema. Na abordagem cognitiva os tópicos relevantes incluem: carga mental, tomada de decisão, interação homem-computador, estresse e treinamento. • Dedica-se da otimização dos sistemas sócio- técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, projeto de trabalho, programação do trabalho em grupos, projeto participativo, cultura organizacional, organizações de redes, trabalho e gestão de qualidade. Ergonomia física Ergonomia Cognitiva Ergonomia organizacional Fonte: Iida (2005) E agora? Tantos conceitos de ergonomia e focos? Afinal no âmbito da higiene ocupacional o como podemos definir ergonomia no ambiente de trabalho? Para responder a esse questionamento recordamos o conceito de higiene ocupacional e a abordagem multifuncional do estudo da saúde do trabalhador conforme apresenta a figura 11. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais50 DEFINIÇÃO Higiene ocupacional o campo de estudo científico que objetiva a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de riscos para a saúde, no ambiente de trabalho, com o foco de proteger a integridade física e o bem-estar do trabalhador e salvaguardar a comunidade em geral. Figura 11 – Abordagem multifuncional da saúde ocupacional. Fonte: Adaptado de Rossete (2014; p.9) Diante do conceito de higiene abordagem multifuncional da saúde ocupacional podemos concluir a ergonomia no âmbito da higiene ocupacional volta-se para o foco físico, podendo essa ser definida como: o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde do trabalhador como agentes de riscos à saúde do trabalhador. Desse modo, a ergonomia no trabalho ocupa em estabelecer relação entre o homem e seus meios, métodos e ambientes de trabalho objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 51 DEFINIÇÃO No campo da higiene ocupacional a ergonomia no trabalho pode ser definida como o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde do trabalhador como agentes de riscos à saúde do trabalhador. Agora sim, temos uma definição precisa do que é ergonomia no trabalho dentro do contexto que estamos estudando. Por exemplo, se nos referimos a ergonomia do trabalho em ambientes confinados, estamos buscando identificar como manuseio de materiais, movimentos repetitivo, postura, etc. dentro de um espaço confinado pode oferecer riscos à saúde do trabalhador. Para facilitar, podemos dizer que a ergonomia no trabalho tem sua definição vinculada aos seguintes palavras ou termos: trabalho, posto de trabalho, biomecânica ocupacional, posturas corporais e antropometria. De modo que para entender como se dá na prática dos estudos ergonômicos a identificação dos possíveis danos à saúde do trabalhador é necessário entendermos o que significa cada termo, conforme o disposto no quadro 14. Quadro 14 – Conceitos relacionados a definição de ergonomia no ambiente de trabalho. Termo Conceito (Significado) Trabalho O trabalho na perspectiva econômica é definido como um fator de produção, sendo esse considerado como toda e qualquer atividade desempenhada pelo homem com o objetivo de satisfação de necessidades. Posto de trabalho Ambiente laboral que interage com o trabalhador. É a configuração física do sistema humano-máquina- ambiente, ou seja, é a interação do trabalhador com as máquinas, equipamentos e procedimentos operacionais necessários para a transformação dos inputs em outputs. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais52 Biomecânica ocupacional É a parte da ergonomia que trata da análise postural e suas consequências. Postura corporal É a organização dos diversos segmentos corporais no espaço, e que, no processo de construção de um posto de trabalho ergonômico, ou de adequação do posto de trabalho aos padrões ergonômicos, da avaliação da postura é de fundamental importância. Antropometria É a técnica para expressar quantitativamente o corpo humano; a atividade ou prática científica relativa à observação, qualificação e análise do crescimento somático do homem com o objetivo de projetar dimensões adequadas ao trabalhador num determinado posto de trabalho. Fonte: Adaptado de Araújo (2005,26-39). Diante dos conceitos dispostos no quadro 14 devemos ter em mente que as condições de posto de trabalho e a postura corporal são agentes que podem causar danos à saúde do trabalhador e a ergonomia do ambiente ocupacional visa portanto a partir de estudos prevenir esses danos por meio da identificação de ações corretivas. Por exemplo, uma postura inadequada durante a operação de uma máquina no posto de trabalho constantemente pode ocasionar lesões na coluna. Vejamos no quadro 15 a relação entre postura e as implicações no organismo humano. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 53 Quadro 15 – Postura e suas implicações para o organismo humano Posição Implicações para o organismo humano Trabalho em pé Na imagem a pessoa 1 apresenta uma postura adequada diferente da pessoa 2. Uma postura inadequada por horas prolongadas pode implicar em: diminuição do retorno nervosos, causado por pouca atuação do fator motobomba muscular, altas exigências das válvulas venosas, acúmulo de sangue nos membros inferiores e nas veias da pélves, com a possibilidade de edemas nesta região, nutrição inadequada da pele, favorecendo o surgimento de úlceras. Trabalho sentado Na imagem apresenta duas pessoas trabalhando sentadas com o que se considera uma postura correta. De uma maneira mais sistêmica, a postura sentada pode causar consequências desfavoráveis para articulações do braço, para a coluna vertebral, para os membros do esqueleto e para coluna lombar. Fonte: adaptado de Araújo (2005,37-38 e Másculo (2011)). SAIBA MAIS Gostaria de saber qual a importância da ergonomia no ambiente de trabalho para a saúde dos trabalhadores? Se sim, leia o artigo escrito por Coimbra et.al (2015) intitulado “A importância da ergonomia para a saúde dos colaboradores”. Acesse: https://bit.ly/3jjHfEO https://bit.ly/3jjHfEO Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais54 Agora que você já sabe do que trata a ergonomia no ambiente ocupacional pare e reflita: Quais danos ocupacionais estão ligadas a essa? Pensou?! Então vejamos, são exemplos de danos relacionadas a ergonomia no ambiente ocupacional as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). O quadro 16 resume objetivamente esses danos e possíveis causas. Quadro 16 - LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) Danos Definição/ Exemplos Causas LER (Lesões por Esforços Repetitivos) Conjunto de doenças como a Tendinite (inflamação dos tendões), Bursite (inflamação da bursa que funciona como um amortecedor entre os ossos), Tenossinovite (inflamação da membrana que envolve os tendões), entre outras. Entre os fatores causadores da doença, os mais comuns são: os funcionários realizam de maneira incorreta suas atividades, não respeitando seus limites, não mantendo uma postura adequada para o desempenho de suas atividades, a ausência de pausas para descanso e o estresse que pode acarretar, principalmente, irritabilidade e descontrole emocional. DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) Distúrbios da DORT são devidos fundamentalmente à utilizaçãobiomecanicamente incorreta dos membros superiores, com força excessiva, manutenção de posturas incorretas, alta repetitividade de um mesmo padrão de movimento e compressão mecânica das delicadas estruturas dos membros superiores. Fonte: adaptado de Bernado et al. (2013, p.102). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 55 VOCÊ SABIA? As doenças LER/DORT foram detectadas no início do Século XVIII, porém somente a partir de 1970, essas doenças foram relacionadas ao ambiente de trabalho. Agora que já temos noções gerais sobre a ergonomia no ambiente ocupacional, podemos passar para o conhecimento de algumas metodologias de avaliação ergonômica as quais você poderá fazer uso em sua atuação profissional para diagnosticar possíveis agentes de risco ergonômico. Metodologias de Avaliação Ergonômica Uma metodologia de avaliação de um modo geral consiste em um guia de ações e procedimentos que norteiam o estudo de algo para um dado fim, objetivo. Podemos listar como metodologias e avaliação ergonômica: a Análise Ergonômica do Ambiente de trabalho (AET), a Técnica da Escola OCRA e a Elaboração de laudos técnicos. Vamos conhecer aqui objetivamente no que consiste essas metodologias, apontando para qual finalidade podem ser utilizadas, etapas metodológicas e variáveis consideradas para estudo. O quadro 17 apresenta objetivamente essas metodologias. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais56 Quadro 17 – Metodologias de avaliação ergonômica. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 57 Fonte: adaptado de Bristot (2013, p. 2019). Agora você conhece algumas metodologias que podem ser aplicados para análises ergonômicas em ambientes ocupacionais. Com base nas informações contidas no quadro 16 você pode escolher o método mais adequado para a situação que precisa analisar e definir técnicas de coleta de dados como observação das rotinas de trabalho, entrevistas, entre outros. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais58 TESTANDO Chegou o momento de testar sua compreensão a respeito de a ergonomia na higiene ocupacional. Corre lá no banco de questões! RESUMINDO Chegamos ao fim dessa unidade, e nesse finalzinho você compreender aspectos genéricos da ergonomia no ambiente ocupacional. Você aprendeu que no âmbito da higiene ocupacional a ergonomia é definida como o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde do trabalhador como agentes de riscos à saúde do trabalhador. Diante desse conceito, é necessário que estudos ergonômicos sejam realizados no contexto do ambiente ocupacional. Para realização desses estudos é importante a priori entender os seguintes conceitos relacionados a ergonomia: trabalho, posto de trabalho, biomecânica ocupacional, posturas corporais e astrometria. Em seguinte a realização de estudos ergonômicos requer o conhecimento das LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e de metodologias de avaliação que objetivam identificar e verificar riscos ergonômicos a qual os trabalhadores são expostos ao longo de sua jornada de trabalho. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 59 REFERÊNCIAS ANALYTICS BRASIL. Entenda a importância de saber ler e interpretar a ACGHI. Analytics Brasil, 2020. Disponível em:<https://www.analyticsbrasil. com.br/blog/entenda-a-importancia-de-saber-ler-e-interpretar-a- acgih/>. Acesso em: 15 abr. 2020. ARAUJO, G. A. Riscos ergonômicos nas atividades de manutenção industrial em espaços confinados. 2015. Dissertação de Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Disponível em:< https://repositorio.ufpe.br/ handle/123456789/15046>. Acesso em: 15 abr. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA (ABERGO). Desenvolvido pela ABERGO. Disponível em:<www.abergo.org.br>. Acesso em: 15 abr. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14787: Espaços confinados – Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção. Versão Corrigida. Rio de Janeiro, 2001. BERNARDO, D.C.R. et al. O estudo da ergonomia e seus benefícios no ambiente de trabalho: uma pesquisa bibliográfica. 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