Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Natasha Ferreira ATM25 Acúmulos celulares INTRODUÇÃO Acumulo intracelular de quantidades anormais de várias substâncias, advindas dos processos metabólicos Mecanismos • Remoção inadequada (esteatose) • Acumulo de substancia endógena anormal (proteínas) • Falha na degradação de metabolitos (doenças de depósito) • Depósito de substancias exógenas (pigmentos) ACÚMULO DE PROTEÍNAS Amiloidose • Depósito de proteínas amiloide no coração, rim, fígado • Coloração vermelho-congo • Se da na forma de gotículas, vacúolos ou agregado de material eosinofílico no citoplasma celular • Muito bem percebido na parede dos vasos • Para confirmar o diagnóstico colocamos a lâmina em luz polarizada, se positivo a estrutura vai ficar fluorescente PIGMENTOS Endógenos – hiperprodução e acumulo no citoplasma • Melanina: pigmento castanho à negro • Hemossiderina: amarelo à marrom claro (derivado da hemoglobina, sendo umas das formas de armazenamento de ferro) – presente em locais que sofreram hemorragia a mais tempo • Lipofuxina: castanho-amarelado (marcador biológico de envelhecimento celular) – devemos pensar em lesão por radicais livres Obs: Podemos diferenciar as substâncias através de colorações especiais nos exames (com exceção da melanina) Exógeno – através do ar, alimentos ou inoculados • Carbono (poeira de carvão): pigmento negro ou antracótico (geralmente em moradores que vivem em cidades com alto teor de poluição atmosférica 2 Natasha Ferreira ATM25 − Presente também na pneumoconiose (dos mineiros de carvão) – alta exposição a poeira que gerou uma alteração fibroblástica pulmonar e áreas de enfisema, causando fibrose e lesão alveolar • Tatuagem: em geral não apresenta reação inflamatória associada GLICOGÊNIO Encontra-se de forma normal em: • Epitélio escamoso (esôfago, vulva, colo uterino, mucosa oral, etc) • Músculos • Fígado • Endométrio (pós ovulação) Já o depósito anormal é encontrado em: • Diabéticos: núcleo de hepatócitos, túbulos renais proximais no curso de glicosúria • Glicogenoses: doenças do armazenamento glicogênico • Tumores ósseos e de cartilagem Obs: Identificamos o glicogênio através da coloração de PAS (rosa) LIPÍDIOS ESTEATOSE Acúmulo de lipídios neutros no citoplasma de células parenquimatosas Órgãos mais visados • Fígado • Rim • Coração CAUSA MOTIVO Desnutrição produção de lipoproteínas e lipólise Diabetes lipólise Alcoolismo oxidação e síntese produção de lipoproteínas e lipólise Drogas lipoproteínas Corticoterapia lipólise Congestão hepática a beta-oxidação (geração de energia pela queima de lipídeos) devido a menor fluxo sanguíneo no fígado, o aporte de Oxigênio. Infecções lipoproteínas Hiperingesta lipídica e calórica Acúmulo e síntese de lipídios Esteatose Hepática Entendendo o mecanismo ❶ Ác. Graxos do tec. Adiposo ou alimento são transportados para os hepatócitos ❷ Ác. Graxos são esterificados em triglicerídeos ❸ Convertidos em colesterol e fosfolipideos OU oxidados a corpos cetônicos Obs: A liberação dos triglicerídeos pelos hepatócitos depende de apoproteínas a fim de que se formem lipoproteínas capazes de circular na corrente sanguínea Mecanismos em si • Maior aporte – maior ingesta de gordura, maior acumulo de gordura • Maior síntese – produz mais gordura, maior depósito calórico • Menor oxidação – acumulo de triglicerídeos, acumulo de ác. Graxos 3 Natasha Ferreira ATM25 • Menor formação de lipoproteínas hepáticas – não consegue enviar triglicerídeos para a corrente sanguínea, sendo acumulados • Maior lipólise – maior quebra, pelo corpo todo, de gordura, e assim muita gordura circulando e sendo acumulada. Seguindo este fluxograma, nós temos a rota da formação da esteatose hepática • Dieta ❶ maior aporte de lipídios = esteatose • Maior aporte calórico induz maior síntese ❷ hepática de lipídios = esteatose • Oxidação diminuída ❸ faz com que não oxide os ácidos graxos e tenha deposição de corpos cetônicos = esteatose • Diminui a formação de lipoproteínas ❹, não consegue mandar as proteínas e não vai formar lipoproteína, vai ter pouco tecido adiposo • Esse pouco tecido vai ter que ser quebrado pela lipólise ❺ e um dos seus efeitos vai levar a esteatose Aspectos do fígado Macro • Aumentado, com até 4Kg (normal 1,5Kg) • Amarelo • Macio e com bordas rombas “graxo” Micro • Hepatócitos com vacúolos • Corte de congelação + coloração Sudan III: gotas laranjas citoplasmáticas • Corte com coloração de Hematoxilina- eosina: vacúolos macrovesicular – microvesicular − Não é possível ver a gordura pois ele passa pelo Xilol que desfaz o material gorduroso Causas de esteatose Microvesicular • Síndrome de Reye − Rara, fatal, em geral desencadeada por infecção viral e pelo uso de aspirina – encefalopatia inflamatória com infiltração lipídica de várias vísceras • Intolerância a tetraciclinas • Diabete • Esteatose aguda da gravidez. Macrovesicular (geralmente) • Diabetes e demais causas ❶ ❷ ❸ ❺ ❹ 4 Natasha Ferreira ATM25 Esteatohepatites – alguns casos de esteatose progridem para hepatite • Não alcoólicas: obesidade, diabete, corticoide, nutrição parenteral, ressecção intestinal • Alcoólica: uso abusivo crônico de álcool. LEMBRAR Esteatose hepática é um processo reversível quando cessada a causa determinante No alcoolismo a persistência do consumo pode evoluir para fibrose hepática (não regride) e mais tarde a cirrose hepática (há estudos em que a cirrose pode ser revertida) Esteatose Renal Captação por pinocitose nas células tubulares renais do túbulo proximal No curso de lipidúria por hiperlipidemia Esteatose Cardíaca Pode ser por difusa na infecção da difteria ou em listras (tigroide) por anemias graves A difteria pode acometer não só o trato respiratório superior, mas também outros tecidos incluindo o coração Obs: No caso das anemias, o interessante é que, no coração, não acontece de forma uniforme, pode ter áreas mais afetadas e áreas menos afetadas. Isso dá um aspecto tigroide como se fosse a pele de tigre com áreas mais coradas com lipídeos e áreas sem coloração LIPOMATOSE Presença de tecido adiposo no interstício de órgãos – “infiltração adiposa” Mecanismo Transformação de um fibroblasto em adipócito, ou seja, tem uma célula de gordura no meio do tecido já formado LOCAL MECANISMO Coração Obesidade Pâncreas Obesidade Isquemia Músculo Atrofias (isquêmica) Neutrófica (pólio) Mamas Atrofia senil (hormonal) Gânglios linfáticos Atrofia sistema linfoide Medula óssea Atrofia medular senil OUTROS ACÚMULOS LIPÍDICOS Aterosclerose – refere-se a depósitos lipídicos em placas de ateroma. Xantomas – acúmulos de colesterol em hipercolesterolemias – refere-se a depósitos de colesterol na pele, no esôfago e no restante do tubo digestivo. Xantelasmas – acúmulos de colesterol em pálpebras – com ou sem hipercolesterolemia. Colesterolose – será vista em patologia da vesícula biliar – refere-se a depósitos de colesterol na lâmina própria da mucosa da vesícula biliar. 5 Natasha Ferreira ATM25 Adaptações celulares INTRODUÇÃO São alterações reversíveis no tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica ou função da célula, em resposta a modificações do meio ambiente ATROFIA Redução volumétrica adquirida de um órgão ou tecido às custas da redução do volume celular (tamanho) • Associada muitas vezes à perda de função • Diminuição das necessidades celulares até o mínimo possível – mais que isso acarreta morte celular(dano persistente) Tipos • Fisiológica – ocorre durante todo o desenvolvimento − Cisto do ducto tireoglosso • Patológica Causas ❶ Diminuição da carga de trabalho Paciente engessado ou tala = atrofia muscular • Ocorre menor estímulo circulatório = nutricional celular ❷ Perda da inervação Poliomielite – atrofia muscular/lipomatose Neuropatia diabética + vasculopatia diabética – atrofia muscular/lipomatose ❸ Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia) Redução do cérebro (aterosclerose em carótida) Redução do rim (aterosclerose em artérias renais) ❹ Nutrição inadequada – menor oferta alimentar Atrofiam-se por inanição em ordem: tecido gorduroso, músculos, tecido linfoide, pele, glândulas, ossos, pulmões, coração e cérebro. Caqueixa – emagrecimento no câncer • Produção de citocinas inflamatórias que geram perda de apetite e depleção lipídica ❺ Perda de estimulação endócrina Central (hipofisária) – por destruição parcial da hipófise = atrofia dos órgãos alvo (tireóide, adrenais, ovários) Ovariana – atrofia de mamas, útero, genitália externa ❻ Atrofia senil (envelhecimento) Redução volumétrica orgânica (cérebro, ossos e mucosas) ❼ Compressão Compressão mecânica e vascular sobre um tecido ou órgão • Atrofia cerebral (hidrocefalia) • Fecaloma (megacolon – dilata e atrofia a parede) • Cálculos na vesícula (atrofia da parede) LEMBRAR Lipomatose Transformação de um tecido e acúmulo de adipócitos em outras regiões. Está diretamente ligado a atrofia 6 Natasha Ferreira ATM25 Devido ao adipócito necessitar de muito menos energia que uma célula muscular por ex HIPERTROFIA Aumento volumétrico O órgão aumenta, pois, o volume celular aumenta (não aumentam em quantidade) Causas ❶ Demanda funcional Hipertrofia unilateral – “braço de ferreiro” Hipertrofia muscular – atletas Hipertrofia cardíaca ventricular esquerda – HAS (devido a excessiva força para vencer a pós carga) ❷ Estimulação hormonal ❸ Fatores de crescimento HIPERPLASIA Aumento do volume de um órgão ou tecido às custas do aumento do número de células Tipos ❶ Fisiológica – ação hormonal ou de fatores de crescimento • Funcional – mamas na puberdade (proliferação de epitélio glandular) • Compensatória – doador de fígado ❷ Patológica – ação excessiva ou inapropriada dePólipos uterinos • Hiperplasia de glândulas endometriais – estimulo excessivo de estrogênio (prolifera glândulas endometriais) • Hiperplasia da próstata (multiplicação de glândulas e estroma) • Gânglios linfáticos aumentados em zonas de drenagem das inflamações, “íngua” Obs: Embora a hiperplasia seja diferente do câncer, a hiperplasia patológica constitui um terreno fértil no qual a proliferação cancerosa pode surgir Quando temos estimulo hormonal excessivo ou inadequado o órgão ou tecido pode sofrer hiperplasia. Se este persistir de forma indefinida, essa proliferação pode sofrer alguma mutação que evolua para algum tipo de neoplasia. METAPLASIA Transformação de uma célula adulta em outra diferente, sempre da mesma linhagem. Exemplo • Epitélio pseudoestratificado ciliado brônquico em epitélio escamoso em fumantes − Forma de proteger o brônquio das lesões • Epitélio colunar em epitélio escamoso no colo uterino em inflamações • DRGE - tecido escamoso do esôfago começa a ser dissolvido por ácido, uma vez que esse tecido está habituado a um ambiente mais alcalino, então ele vai se transformar em um tecido colunar, que consegue resistir melhor ao ácido − Pode acarretar em displasia e, futuramente, levar a uma neoplasia. 7 Natasha Ferreira ATM25
Compartilhar