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Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
Problema 1: intermediária 
 
Objetivos: 
1- Elucidar os mecanismos fisiopatológicos da febre e a resposta imune inata na inflamação. 
2- Explanar sobre a fisiopatologia da infecção no adulto e no neonato, bem como a semiotécnica e 
classificação da febre e os critérios de internação dos pacientes febris. 
3- Diferenciar os mecanismos de ação, dosagem e possíveis vias de administração entre os principais 
antipiréticos e antibióticos de acordo com a faixa etária. (Amoxicilina + clavulanato, ampicilina). 
 
Fisiopatologia da febre 
A febre representa uma das queixas mais frequentes entre todos os atendimentos pediátricos, tanto em 
consultas ambulatoriais como em atendimentos de emergência. 
A elevação da temperatura corporal observada com a febre, e não na hipertermia, é uma das 
manifestações clínicas de uma complexa reação orgânica a agressões geralmente externas. Os agentes 
capazes de desencadear febre são denominados de pirógenos exógenos, e podem ser classificados como 
infecciosos (vírus, fungos, bactérias e toxinas) e não- -infecciosos (complexos antígeno-anticorpo e 
antígenos resultantes da destruição celular. 
Quando os pirógenos exógenos entram em contato com os macrófagos teciduais, induzem a produção 
dos pirógenos endógenos representados, principalmente, pelas interleucinas (IL) 1 e IL-6 e o Fator de 
Necrose Tumoral Alfa (TNF-α), entre outros, que ganham a corrente sanguínea e se dirigem ao SNC 
onde ativam o centro termorregulador, para produzir a prostaglandina E2 (PgE2), elemento 
responsável pela elevação do ponto de termorregulação. 
 Via humoral 1: consiste na ativação dos receptores TLR-4 na barreira hematoencefálica pelos 
fatores exógenos (principalmente microorganismos). Estes pirogênios exógenos estimulam os 
leucócitos a liberar pirogênios endógenos como a IL-1 e o TNF que aumentam as enzimas (ciclo-
oxigenases) responsáveis pela conversão de ácido araquidônico em prostaglandina. No 
hipotálamo, a prostaglandina (principalmente a prostaglandina E2) promove a ativação de 
receptores do núcleo pré-optico, levando ao aumento do ponto de ajuste hipotalâmico. 
 Via humoral 2: pode ser direta ou indireta. No caso da via indireta, as citocinas irão ativar os 
receptores TLR-4 na barreira hematoencefálica, desencadeado toda a sequência descrita na via 
humoral 1. Já na via direta, as citocinas atuam diretamente no núcleo pré-óptico, aumentando o 
ponto de ajuste hipotalâmico. 
A elevação da temperatura corporal desencadeada pelos pirógenos endógenos é modula�da pela 
liberação de hormônios. Estes, agindo como antipiréticos endógenos impedem o descontrole da 
temperatura corporal. 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
Os glicocorticoides e o hormônio antidiurético, bem como o TNF-α desempenham esse papel modulador 
da resposta ao estímulo do centro termorregulador. Os glicocorticoides e o hormônio antidiurético, bem 
como o TNF-α desempenham esse papel modulador da resposta ao estímulo do centro termorregulado. 
 A elevação da temperatura corporal decorrente da febre, dentro de certos parâmetros, acelera a 
atividade enzimática, produzindo aumento da atividade metabólica de todas as células do 
organismo e induzindo maior atividade celular, acompanhada de aumento de consumo de oxigênio, 
com todos os seus benefícios e consequências; 
 Num quadro febril, observa-se uma aceleração da migração dos leucócitos para os tecidos onde 
estiver ocorrendo um processo inflamatório, aumentando, assim, a população de macrófagos 
(células de defesa); 
 Nos quadros febris, observa-se diminuição da estabilidade da membrana lisossomal, 
potencializando a atividade bactericida dos macrófagos; 
 Há estimulação da transformação dos linfócitos com a finalidade de facilitar e acelerar a produção 
de anticorpos; 
 O principal mecanismo de defesa indireto observado nos quadros febris é fruto das alterações 
observadas no metabolismo do ferro. Ocorre inibição da absorção de ferro pelo intestino e aumento 
de sua captação pelo fígado, acentuado pelo aumento da destruição de hemácias mais maduras pelo 
baço, resultando em diminuição da dosagem de ferro sérico e, consequentemente, da hemoglobina. 
O ferro é um micronutriente de fundamental importância no metabolismo da multiplicação 
bacteriana. Portanto, sua menor disponibilidade, observada quando ocorre um processo infeccioso, 
retarda e limita a proliferação bacteriana. 
Medidas da febre 
 Temperatura retal acima de 38 - 38,3ºC; 
 Temperatura oral acima de 37,5 - 37,8ºC; 
 Temperatura axilar acima de 37,2 - 37,3ºC; 
 Temperatura auricular acima de 37,8 - 38ºC. 
No Brasil e em muitos países, a febre é definida quando a 
temperatura axilar ultrapassa 37,3ºC. 
 Caso: Luan teve sua temperatura aferida na axila 
 38 °C. 
O quadro clínico da febre caracteristicamente inclui: 
 Extremidades frias 
 Ausência de sudorese, sensação de frio e eventualmente tremores 
 Taquicardia e taquipneia. 
Considerações: 
A temperatura retal é considerada a mais próxima da temperatura central, mas não deve ser usada de 
rotina em crianças menores de 5 anos por ser desconfortável e invasiva. A medida da temperatura oral 
também deve ser evitada; 
Não se recomenda o uso de termômetros de mercúrio pelo risco de quebra e toxicidade do metal; 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
A medida axilar com termômetro digital é recomendada em todas as crianças, mas a medida timpânica 
usando termômetro infravermelho só é recomendado para maiores de 1 mês. 
Semiotécnica da febre 
Anamnese: 
 Início: Pode ser súbito ou gradual. No primeiro caso, percebe-se de um momento para outro a 
elevação da temperatura. Nesse caso, a febre se acompanha quase sempre dos sinais e sintomas que 
compõem a síndrome febril. É frequente a sensação de calafrios nos primeiros momentos da 
hipertermia. 
 Intensidade: A intensidade da febre depende da causa e da capacidade de reação do organismo. 
 Duração: A queixa de febre por um tempo superior a três dias, bem como a recorrência frequente 
de episódios febris (em um período maior de seis meses), são situações de alerta 
 Modo de evolução: A rigor, só se poderá saber o modo de evolução da febre por meio da análise de 
um quadro térmico, mas a simples informação obtida da anamnese pode servir de base para se 
conhecer essa característica. 
 Febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de até 1 °C e 
sem grandes oscilações; por exemplo, febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia. 
 Febre irregular ou séptica: registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas 
baixas ou períodos de apirexia. Não há qualquer caráter cíclico nestas variações. Mostram-se 
totalmente imprevisíveis e são bem evidenciadas quando se faz a tomada da temperatura várias 
vezes ao dia; um exemplo típico é a septicemia. Aparece também nos abscessos pulmonares, no 
empiema vesicular, na tuberculose e na fase inicial da malária. 
 Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1 °C e sem períodos de 
apirexia. Ocorre na septicemia, pneumonia, tuberculose. 
 Febre intermitente: nesse tipo, a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de 
temperatura normal; isto é, registra-se febre pela manhã, mas esta não aparece à tarde; ou então, 
em 1 dia ocorre febre, no outro, não. Por vezes, o período de apirexia dura 2 dias. A primeira se 
denomina cotidiana, a segunda terçã e a última quartã. O exemplo mais comum é a malária. 
Aparece também nas infecções urinárias, nos linfomas e nas septicemias. 
 Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal que dura 
dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. Durante a 
fase de febre não há grandes oscilações; por exemplo: brucelose, doença de Hodgkin e outros 
linfomas. 
 Gravidade dafebre: A gravidade da febre está relacionada a alguns fatores, como: temperatura 
ambiente, idade do paciente, existência de intercorrências clínicas, infecções graves, reações 
autoimunes, desidratação, inflamações do sistema nervoso central (snc) e distúrbios metabólicos. A 
temperatura corporal alta pode causar danos à função intelectual com desorientação e delírio, 
especialmente em pessoas que tenham demência, aterosclerose cerebral ou alcoolismo. 
Exame físico: Um exame físico detalhado pode ser a chave para se chegar a um diagnóstico. Obviamente 
ele deve ser direcionado em casos com queixas específicas. Mas em casos complexos, não deixar de 
pesquisar todos os segmentos do corpo. 
 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
Avaliação da criança febril 
A avaliação da criança febril começa por anamnese detalhada, passa por exame físico completo, 
destacando-se a presença ou ausência de sintomas e sinais que possam ser utilizados para prever o grau 
de risco 
 Atenção para Frequência Cardíaca em batimentos por minuto (bpm): 
 < 12 meses (≥160 bpm) 
 12 a 24 meses (≥ 150 bpm) 
 2 a 5 anos (≥ 140 bpm). 
 Observe a Frequência Respiratória (respirações/minuto): 
 50 (6 a 12 meses) 
 40 para os maiores de 12 meses e, saturação de oxigênio ≤ 95%. 
 Avaliar o tempo de enchimento capilar, alerta se > 3 segundos. 
 Atenção para o grau de hidratação, avaliar mucosas e turgor da pele. 
 Importante analisar a criança quanto ao grau de atividade e responsividade aos estímulos. 
Em muitos casos, após toda avaliação clínica, é impossível a identificação do foco febril, esta situação é 
conhecida como febre sem sinais localizatórios (FSSL), definida como: ocorrência de febre com menos 
de 7 dias de duração em uma criança em que a história clínica e o exame físico não revelaram a causa. 
A maioria dessas crianças apresenta uma doença infecciosa aguda autolimitada ou está no pródromo 
de uma doença infecciosa benigna; poucos têm uma infecção bacteriana grave ou potencialmente 
grave.15 Com o intuito de padronizar a abordagem e diagnóstico precoce das infecções bacterianas 
graves várias estratégias foram elaboradas para avaliar crianças menores de 3 anos de idade com FSSL, 
utilizando-se da associação de critérios clínicos e laboratoriais, como exemplo os critérios de Rochester, 
que procura separar os lactentes de 3 meses de idade em dois grupos: alto e baixo risco para presença 
de doença bacteriana grave na vigência de FSSL e para os maiores de 3 meses utiliza-se os critérios de 
Baraff. 
Tratamento 
O combate à febre deve ser feito por meio de medidas gerais e mediante o uso de medicamentos 
antitérmicos. As medidas gerais resumem-se na hidratação adequada do paciente, que é feita com a 
oferta frequente de água, para repor a perda líquida que ocorre nos processos febris. A importância da 
reposição hídrica é tanto maior quanto menor for a idade da criança, devido à conhecida hidrolabilidade 
que é mais proeminente no lactente do que em crianças maiores. O paciente deve utilizar roupas leves 
e estar em ambiente com temperatura moderada e boa aeração. 
Antitérmicos: 
O mecanismo de ação de todos antitérmicos é o mesmo: inibem a ação das enzimas cicloxigenases COX1 
e COX2 de modo não seletivo. Com isso reduzem a produção da PgE2, a prostaglandina responsável pela 
elevação da temperatura no termostato hipotalâmico. 
Não há indicação para se usar a combinação de dois deles, intercalando-os para melhor efeito 
terapêutico (baixar a temperatura), pois o risco de eventos adversos, com essa prática, multiplica- -se 
sem qualquer melhora nos objetivos almejados. 
Aspirina: 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
 É anti-inflamatório, analgésico e antitérmico. 
 Crianças: a dose utilizada é de 50-75 mg/kg/dia, de 4/4 horas ou de 6/6 horas. Quando se 
pretender melhor ação antiinflamatória, recomenda-se a dose de 75-100 mg/kg/dia, de 6/6 
horas. 
 Adultos: a dose indicada é de 300-900 mg, de 4/4 horas ou de 6/6 horas. 
Dipirona: 
 Tem ação antitérmica e analgésica, sem efeitos anti-inflamatórios. 
 O seu início de ação é de 30 a 60 minutos e duração de 4 a 6 horas. Entre as reações adversas, 
urticária e rash cutâneo, anafilaxia, broncoespasmo e agranulocitose, destacamos a hipotensão, 
muito frequente na rotina pediátrica. Esse sintoma deve-se principalmente ao uso incorreto da 
dose farmacológica da dipirona, preconizada em 10 a 12 mg/kg/dose 
 Crianças: a dose indicada é de 10-12 mg/kg, o que equivale a 0,4-0,6 gota/kg, três a quatro vezes 
ao dia. Na prática tem-se observado que a dose usada é de uma gota por/kg, o que vale dizer, 
quase que o dobro da dose preconizada, o que constitui um erro grosseiro, com suas inevitáveis 
consequências. 
 Adultos: a dose é de 0,5-1g três vezes ao dia. 
Ibuprofeno: 
 Derivado de ácido propiônico. 
 Quando se deseja uma ação antitérmica e/ou analgésica o ibuprofeno deve ser utilizado em 
doses de 5 a 10 mg/kg/dose, a ação anti- -inflamatória será observada ao se administrar o 
ibuprofeno em doses de 15 a 20 mg/kg. 
Paracetamol: 
 É um derivado do para-amino�fenol, com ação analgésica e antitérmica, sem ação anti-
inflamatória. Sua dose terapêutica varia de 10 a 15mg/kg/dose, e a dose máxima diária é de 
75mg/kg. A dose tóxica é de 120mg/kg em crianças e 6,5g em adultos. O paracetamol em doses 
elevadas tem sido associado à doença hepática tóxica, 
 Crianças: a dose recomendada é de 10-15 mg/kg de 6/6 horas ou até de 4/4 horas, tomando-se 
o cuidado de não ultrapassar a dose de 75 mg/kg/dia. 
 Adultos: a dose é de 1 comprimido (de 500mg ou de 750 mg) de 6/6 horas ou até de 4/4 horas, 
tendo-se em consideração que não se deve ultrapassar a dose total diária de 4 gramas. 
Inflamação aguda e infecção 
A inflamação aguda é uma resposta rápida que leva leucócitos e proteínas plasmáticas para os locais da 
lesão. Uma vez lá, os leucócitos removem os invasores e iniciam o processo de digerir e se livrar dos 
tecidos necróticos. 
A inflamação aguda possui dois componentes principais: 
1. Alterações vasculares: alterações do calibre vascular que resultam em aumento do fluxo 
sanguíneo (vasodilatação) e alterações nas paredes vasculares que permitem que as proteínas 
plasmáticas deixem a circulação (aumento da permeabilidade vascular). Além disso, as células 
endoteliais são ativadas, resultando no aumento de adesão dos leucócitos e sua migração através 
das paredes dos vasos. 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
2. Eventos celulares: emigração dos leucócitos da 
microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão (recrutamento 
e ativação celular), tornando-os aptos para eliminar o agente 
agressor. Os principais leucócitos na inflamação aguda são os 
neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares). 
Estímulos para a inflamação aguda: 
 Infecções; 
 Trauma; 
 Necrose tecidual; 
 Corpos estranhos; 
 Reaçõeimunológicas/hipersensibilidade 
Reconhecimento de Micróbios, Células Necróticas e Substâncias Estranha: 
Uma questão fundamental relacionada à ativação da resposta do hospedeiro é de que modo as células 
reconhecem a presença de agentes potencialmente prejudiciais, como micróbios. 
Esses receptores são chamados de “receptores-padrão de reconhecimento” por reconhecerem 
estruturas (isto é, padrões moleculares) que são comuns a muitos microrganismos ou células mortas. 
As duas mais importantes famílias desses receptores são: 
 Receptores do tipo Toll (TLRs): estão localizados nas membranas plasmáticas e nos 
endossomos, e são capazes de detectar microrganismos extra e intracelulares. 
 Inflamassomo: reconhece produtos das células mortas, como ácido úrico e ATP extracelular. A 
ativação do inflamossomo resulta na ativação de uma enzima chamada caspase 1, que cliva as 
formas precursoras da citocina inflamatória interleucina 1b(IL-1b) em sua forma 
biologicamente ativa (a IL-1 é umimportante mediador no recrutamento de leucócitos na 
resposta inflamatória aguda) 
 Alterações vasculares: 
As principais reações vasculares da inflamação aguda são o aumento do fluxo sanguíneo 
resultante da vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular, ambos destinados a trazer 
células sanguíneas e proteínas para os sítios de infecção ou lesão. 
 Alterações no fluxo e calibre vasculares: 
Após vasoconstrição transitória (que dura apenas segundos), ocorre vasodilatação das arteríolas, 
resultando em aumento do fluxo sanguíneo e abertura dos leitos capilares. Isso é a causa da 
vermelhidão (eritema) e calor. 
Como a microcirculação torna-se mais permeável, o líquido rico em proteínas extravasa para dentro 
dos tecidos extravasculares. A perda de líquido faz com que as hemácias fiquem mais 
concentradas, aumentando, assim, a viscosidade do sangue e diminuindo a velocidade da circulação. 
Essas alterações são refletidas, microscopicamente, pela presença de numerosos pequenos vasos 
dilatados, repletos de hemácias, um processo chamado estase. 
Quando a estase se desenvolve, os leucócitos (principalmente os neutrófilos) começam a se acumular 
ao longo da superfície endotelial vascular, um processo chamado marginação. 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 Aumento da permeabilidade vascular: 
Leva à saída de líquido rico em 
proteínas e células sanguíneas para os 
tecidos extravasculares. O acúmulo de 
líquido rico em proteínas resultante é 
chamado exsudato. Os exsudatos devem 
ser distinguidos dos transudatos, que são 
acúmulos de líquido intersticial, causados 
pelo aumento da pressão hidrostática, 
geralmente como consequência da 
redução do retorno venoso. 
Resumindo: 
A vasodilatação é induzida por 
mediadores químicos como a histamina e é a causa de eritema e estase do fluxo sanguíneo. 
O aumento da permeabilidade vascular é induzido pela histamina, cininas e outros mediadores que 
produzem aberturas entre as células endoteliais; por lesão endotelial direta ou induzida por leucócito 
e pelo aumento da passagem de líquidos através do endotélio; o aumento da permeabilidade 
vascular permite a entrada de leucócitos e proteínas plasmáticas nos locais da infecção ou da 
lesão do tecido; o líquido que extravasa dos vasos sanguíneos resulta em edema. 
 Eventos celulares: recrutamento e ativação dos leucócitos: 
Uma importante função da resposta inflamatória é transportar os leucócitos ao local da lesão e ativá-
los. Os leucócitos ingerem agentes ofensivos, destroem bactérias e outros micróbios, e eliminam os 
tecidos necróticos e substâncias estranhas 
Normalmente, os leucócitos fluem rapidamente no sangue e, na inflamação, eles têm de ser 
parados e levados ao agente agressor ou ao local da lesão tecidual, sítios tipicamente 
extravasculares. 
 Os leucócitos são recrutados do sangue para o tecido extravascular, onde estão localizados os 
patógenos infecciosos ou tecidos lesados, e são ativados para executar suas funções. 
 O recrutamento dos leucócitos é um processo de múltiplas etapa, consistindo em aderência 
transitória e rolagem no endotélio (mediadas por selectinas), aderência firme ao endotélio 
(mediada por integrinas) e migração por entre os espaços interendoteliais. 
 Várias citocinas promovem expressão de selectinas e ligantes de integrina no endotélio (TNF, IL-
1), aumentam a afinidade das integrinas por seus ligantes (quimiocinas) e promovem a migração 
direcional dos leucócitos (também quimiocinas); muitas dessas citocinas são produzidas pelos 
macrófagos do tecido e outras células que respondem aos patógenos ou tecidos lesados. 
 Os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório inicial e são depois substituídos pelos 
macrófagos. 
 Os leucócitos podem eliminar micróbios e células mortas através de fagocitose seguida de 
destruição nos fagolisossomas. 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
 A destruição é causada por radicais livres (ERO,NO) gerados nos leucócitos ativados e nas 
enzimas lisossômicas. 
 As enzimas e as ERO podem ser liberadas para o meio extracelular. 
 Os mecanismos que funcionam para eliminar micróbios e células mortas (que é o papel 
fisiológico da inflamação) também são capazes de lesar tecidos normais (consequências 
patológicas da inflamação). 
OBS: inflamação aguda possui um dos três resultados: resolução, regeneração e reparo; inflamação 
crônica ou cicatrização 
 Mediadores químicos: 
Os mediadores podem ser produzidos localmente pelas células no local da inflamação ou circular no 
plasma (sintetizados pelo fígado), como precursores inativos que são ativados no local da inflamação. 
Derivados de células: 
 Aminas vasoativas: histamina, serotonina: seus principais efeitos são a vasodilatação e o 
aumento da permeabilidade vascular. 
 Metabólitos do ácido araquidônico — prostaglandinas e leucotrienos: existem em várias 
formas e estão envolvidos nas reações vasculares, na quimiotaxia dos leucócitos e outras reações 
da inflamação; são antagonizados pelas lipoxinas. 
 Citocinas: proteínas produzidas por muitos tipos celulares, geralmente atuam em curto alcance; 
medeiam múltiplos efeitos, principalmente no recrutamento e migração dos leucócitos; as 
principais na inflamação aguda são TNF, IL-1, IL-6 e quimiocinas. 
 ERO, espécies reativas do oxigênio: papel na destruição microbiana e lesão tecidual. 
 Óxido nítrico: vasodilatação, destruição microbiana. 
 Enzimas lisossômicas: papel na destruição microbiana, lesão tecidual 
OBS 1: são sintetizados sob demanda (estímulo) e possuem ação mais tardia: prostaglandinas, 
leucotrienos, citocinas e óxido nítrico. 
OBS 2: possuem ação rápida e precoce: histamina, serotononina e enzimas lisossomais/proteases. 
Derivados de proteínas plasmáticas: 
 Proteínas do complemento: a ativação do sistema complemento por micróbios ou anticorpos 
leva à geração de vários produtos de degradação que são responsáveis pela quimiotaxia dos 
leucócitos, opsonização e fagocitose de micróbios e outras partículas e destruição celular. 
 Proteínas da coagulação: a ativação do fator XII desencadeia a coagulação, as cininas e as 
cascatas do complemento e ativa o sistema fibrinolítico. 
 Cininas: produzidas por clivagem proteolítica dos precursores, modulam a reação vascular e a 
dor. 
Infecção 
A infecção é o estabelecimento da interação parasito-hospedeiro e doença infecciosa é o conjunto de 
manifestações clínicas e patológicas quando ocorre dano naquela relação. 
Os germes ou parasitos patogênicos para o homem são capazes de causar doenças infecciosas e 
parasitárias pelos seguintes mecanismos gerais: 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
 Invasão e destruição dos tecidos por ação mecânica, por reação inflamatória ou por ação 
de substâncias líticas (lisinas) 
 Ação de toxinas específicas produzidas pelos germes infectantes e parasitos, capazes de 
causar danos locais e a distância nas células do hospedeiro 
 Indução de reação de hipersensibilidade no hospedeiro como resposta imune, sendo 
capaz de produzir lesões em suas próprias células e tecidos. 
Virulência e patogenicidade: 
Virulência é a capacidade de invasão e multiplicação de um agente infeccioso em um organismo e de 
causar danos em suas células e tecidos, e patogenicidade é a capacidade desse agente. Portanto, são 
conceitos complementares. 
Mecanismo de infecção no neonato 
A análise da distribuição etária dos processos infecciosos graves, em particular aqueles de origem 
bacteriana, mostra que sua incidência é proporcionalmente muito mais elevada no período neonatal. A 
resposta inflamatória que acompanha a infecção é normalmente seguida por febre. A infecção só 
acontece quando um patógeno supera as respostas inata não específica, adaptativa humoral específica 
e celular imune. A microflora natural normal, as barreiras físicas do hospedeiro (p.ex.,pele, mucosas, 
cílios) e os fatores solúveis (p.ex., citocinas, complemento) fornecem barreiras importantes à invasão 
dos patógenos. 
A resposta da fase aguda, desencadeada por esse rompimento, fornece a atividade antimicrobiana 
direta e prepara o desenvolvimento da imunidade adaptativa mediada por linfócitos e macrófagos. Essa 
resposta inflamatória desempenha um importante papel na contenção da infecção. Infelizmente, uma 
resposta exagerada pode piorar o quadro clínico. É a resposta neutrofílica que causa o dano observado 
na artrite séptica, e a resposta imune não controlada que precipita a síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica 
A pele, que habitualmente é uma barreira segura contra os microrganismos, é penetrada com mais 
facilidade no RN, em particular no prematuro. O mesmo ocorre com as mucosas que, além de 
apresentarem fragilidade maior, muitas vezes são lesadas primariamente por eventos ligados ao parto, 
como aspiração e outros procedimentos realizados durante a reanimação. 
A presença de uma superfície cruenta, como a do umbigo, representa uma porta de entrada aberta para 
a circulação portal e mesmo para a circulação sistêmica se ainda houver permeabilidade do dueto 
venoso. Soma-se a essas agressões o sistema secretor praticamente ausente no primeiro mês de vida, 
aumentando o risco de colonização e invasão das mucosas, em particular dos tratos respiratório e 
digestivo. O colostro e o leite materno, fornecendo imunoglobulinas específicas, lgA secretora, lgA, lgG 
e lgM, produtos da célula T, fatores não-específicos derivados do sistema complemento, fatores 
quimiotáxicos, properdina, proteínas como a lactoferrina e a transferrina e um componente celular de 
linfócitos Te B, neutrófilos e macrófagos, constituem um dos melhores agentes profiláticos contra as 
infecções neonatais. 
Resposta imune 
A defesa contra microrganismos é mediada por respostas sequenciais e coordenadas que são 
denominadas imunidade inata e adaptativa. 
Febre, inflamação e infecção. 
Ana Clara Silva Freitas 
A imunidade inata é mediada por mecanismos que já existem antes da ocorrência de uma infeção (por 
isso inata) e que facilitam rápidas respostas contra microrganismos invasores. 
O sistema imune adaptativo reconhece e reage a um grande número de substâncias microbianas e não 
microbianas chamadas antígenos. A resposta imune inata aos microrganismos fornece os primeiros 
sinais de perigo que estimulam as respostas imunes adaptativas. Por outro lado, as resposta imunes 
adaptativas frequentemente trabalham intensificando os mecanismos protetores da imunidade inata, 
tornando-os mais capazes de combater efetivamente os microrganismos. 
O sistema imune de cada indivíduo é capaz de reconhecer, responder e eliminar muitos 
antígenos estranhos (não próprios), mas normalmente não reage contra antígenos e tecidos do 
próprio indivíduo. Em decorrência da capacidade de linfócitos e de outras células imunes em circular 
pelos tecidos, a imunidade é sistêmica. Isso significa que uma resposta imune iniciada em um local 
poderá conferir proteção em locais distantes. Essa característica é, obviamente, essencial para o sucesso 
da vacinação. 
As respostas imunes são reguladas por um sistema de alças de feedback positivo que amplificam a 
reação e por mecanismos de controle que previnem reações inapropriadas ou patológicas. Esse 
feedback positivo é importante para capacitar o pequeno número de linfócitos, que são específicos para 
qualquer microrganismo, a gerarem a ampla resposta necessária à erradicação daquela infecção. 
 
Imunidade inata 
O sistema imune inato responde quase imediatamente a microrganismos e células lesadas. Muitas 
células da imunidade inata, tais como macrófagos, DCs e mastócitos, estão sempre presentes na maioria 
dos tecidos, onde atuam como sentinelas em busca de microrganismos invasores. A resposta imune 
inata combate microrganismos por meio de duas reações principais — pelo recrutamento de fagócitos 
e outros leucócitos que destroem os microrganismos, no processo chamado inflamação; e pelo bloqueio 
da replicação viral ou pelo killing de células infectadas por vírus, sem a necessidade de uma reação 
inflamatória. 
Infecção no neonato 
As infecções que se manifestar no RN podem ser adquiridas antes, durante ou após o nascimento. 
Qualquer agente infeccioso pode estar presente, mas existe a predominância de alguns em virtude da 
exposição a flora matema e aos comunicantes domiciliares hospitalares. Revisões históricas mostram 
Febre, inflamação e infecção. 
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que os patógenos as- associados com as infecções neonatais variam conforme a época e os locais 
analisados. Entre os agentes mais frequentes de infecções adquiridas durante ou após o parto estão: 
Escherichia coli, streptococcus do grupo B. Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase-
negativos e a Candida albicans. 
Os microrganismos podem chegar ao RN por meio de contato direto ou indireto (contato com utensílios, 
instrumentos e mãos contaminadas); perdigotos (gotículas respiratórias produzidas durante a tosse, 
espirro, fala e procedimentos como aspiração e broncoscopia e propelidas a curta distância); 
transmissão aérea ou por aerossóis. 
Os sinais clínicos mais frequentes da infecção pós-natal podem ser divididos em gerais e de localização. 
Sinais gerais: 
 Anomalias da curva ponderal: embora não se deva esquecer dependem muito do tempo de 
jejum pós-natal e do regime de fornecimento de água e de alimento nos primeiros dias, a perda 
de peso prolongada ou exagerada, além dos limites da perda fisiológica, chama a atenção para 
um possível processo infeccioso × 
 Anomalias térmicas: a febre e pouco encontrada nos RN infectados. Entretanto, a elevação de 
temperatura mantida por mais de 1 hora em RN de termo associa-se frequentemente a um 
processo infeccioso. Mais ainda, e raro o encontro de febre sem outros sinais infecção. Em 
prematuros, a hipotermia e mais frequente. No entanto, a verificação diária e cuidadosa da curva 
térmica poderá surpreender pequenas elevações do temperatura que podem sugerir o início de 
uma infecção. × 
 Sinais gastrintestinais: a recusa do alimento e, talvez, a alteração mais encontrada na infecção. 
Vômitos e diarreia são frequentes. O aumento do resíduo gástrico nos RN alimentados por sonda 
gástrica também deve ser considerado. × Modificações do aspecto geral - são a prostração, a 
hipotonia e as demais alterações apontadas anteriormente como manifestações de infecção 
amniótica. A icterícia é encontrada com frequência, sendo geralmente precoce e de tipo misto 
(por hemólise e por colestase) × 
 Sinais de localização: Dependem da porta de entrada do sistema acometido a da etiologia. Os 
principais são: umbilicais, cutâneos, neurológicos, respiratórios, hepatoesplênica e 
gastrintestinais. Os problemas respiratórios, como a apneia, a taquipneia aumento da 
necessidade de oxigênio no ar inspirado, podem fazer parte do quadro da sepse, mesmo sem 
haver comprometimento infeccioso do parênquima pulmonar Quando os dados clínicos não 
forem suficientes para o diagnóstico da infecção, deve-se lançar mão do laboratório. As culturas 
de locais habitualmente estéreis, em particular a hemocultura, indicam diagnóstico etiológico. O 
hemograma e as reações de fase aguda do soro, em especial a proteína C reativa, são exames que 
orientam a diagnóstico quando analisados em conjunto. Todos eles estão sujeitos às dificuldades 
de interpretação próprias do período etário. 
Coto umbilical: 
De modo geral, seu processo de mumificação ou desidratação inicia-se logo após a secção, visto que 
devido à contração dos vasos e suspensão do aporte sanguíneo, ocorre a necrose séptica. O coto passa 
por duas fases de cicatrização. A fase inicial está restrita às primeiras horas de vida do recém-nascido 
(RN) e se apresenta gelatinosa, de coloração branca azulada, úmida e brilhante. Asegunda fase se 
Febre, inflamação e infecção. 
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caracteriza pela desidratação que ocorre logo após o nascimento e a partir do segundo dia adquire uma 
coloração escura, correspondente ao processo de mumificação. 
O coto umbilical necessita de vigilância e cuidados por favorecer a ocorrência de infecções, como 
onfalite e sepse. 
Onfalite: 
A onfalite é uma infeção da pele e dos tecidos moles do umbigo e regiões circundantes. Se não for 
tratada, pode atingir uma maior área da parede abdominal e tecidos profundos ou causar infecção 
generalizada. 
Causas: 
Os fatores de risco de onfalite são: parto pré-termo, baixo peso ao nascimento, rotura prolongada de 
membranas, infecção materna, uso de cateteres umbilicais, parto sem assepsia e parto em casa. 
Sinais e sintomas: 
A doença localizada caracteriza-se por drenagem purulenta ou com cheiro fétido através do coto 
umbilical, associada a inchaço, vermelhidão e maior sensibilidade cutânea na região periumbilical. Em 
alguns casos pode ocorrer sangramento. A infecção pode estender-se para as zonas circundantes, 
podendo a pele ficar com uma coloração violácea, com inchaço, vermelhidão e, por vezes, vesículas e 
bolhas. Sinais gerais como diminuição da atividade, irritabilidade, recusa ou intolerância alimentar e 
febre são sugestivos de complicação ou infecção grave. Nestes casos, a progressão da doença pode levar 
a disseminação da infecção e a compromisso de funções vitais manifestado por febre alta ou baixa, 
alteração dos batimentos cardíacos, pressão arterial baixa, dificuldade em respirar, distensão 
abdominal e fraqueza muscular. 
 Caso: Luan estava com coto não mumificado, com edema, eritema e temperatura elevada ao redor 
do umbigo. Logo, suspeita diagnóstica: onfalite. 
 
Tratamento: 
No tratamento de recém-nascidos com onfalite não complicada está indicada a administração 
endovenosa de antibióticos. Este tratamento deverá ter uma duração mínima de 10 dias, podendo nas 
situações não complicadas e nos lactentes maiores ser completada por via oral. A melhoria clínica, 
com redução visível dos sinais inflamatórios, deve ser notada nas primeiras 12 a 24 horas depois 
do início dos antibióticos. 
 Caso: Luan apresentou melhora em dois dias. 
A ausência de resposta à terapêutica pode significar progressão da doença e o recém-nascido deve ser 
submetido a reavaliação médica. A cirurgia pode ser necessária no tratamento das complicações. 
 
 
 
Febre, inflamação e infecção. 
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Antibioticoterapia 
Aminopenicilinas 
A ampicilina e amoxicilina possui atividade antimicrobiana ampliada para incluir determinados 
microrganismos gram-negativos, como a E. coli. Além disso, frequentemente são administrados com 
inibidor da beta-lactamase, como o clavulanato, para impedir a hidrólise por beta-lactamase de amplo 
espectro (o que confere resitência aos antibióticos, pois expande acentuadamente o espectro de 
atividade dos fármacos). 
 Caso: foi prescrito para a mãe a associação de amoxicilina e clavulanato. 
Mecanismo de ação: inibição da síntese da parede celular bacteriana de peptidoglicano. 
Ampicilina: 
 É estável em ácido e bem absorvida depois da administração oral; 
 A dose oral de 0,5 mg chega a suas concentrações plasmáticas máximas em 2h; 
 A ingestão de alimentos antes da administração da ampicilina diminui sua absorção. 
Amoxicilina: 
 É sensível a penicilinase; 
 É estável em ácido e foi desenvolvida para uso oral; 
 É absorvida mais rápida e completamente no TGI; 
 A dose de 250 mg chega a suas concentrações plasmáticas em 2 h; 
 A presença de alimento não interfere em sua absorção. 
Indicações terapêuticas: 
 Infecções do trato urinário; 
 Meningite; 
 Infecções por salmonela; 
 Infecções das vias respiratórias superiores: 
 A ampicilina e a amoxicilina são ativas contra bactérias da influenza e pneumonia, por 
exemplo, as quais são importantes patógenos bacterianos das vias respiratórias 
superiores.O acréscimo de um inibidor da beta-lactamase: amoxicilina + cluvulanato 
amplia o espectro de forma a incluir a bactéria H. influenzae. 
 Caso: amoxicilina + cluvulanato foi prescrito para a mãe do bebê, que inclusive, 
apresentava sintomas de infecção das vias respiratórias superioresSuspeita diagnóstica. 
Inibidores de beta lactamase 
Ácido clavulânico: 
 Atua como inibidor suicida, ligando-se irreversivelmente às beta-lactamases produzidas pelos 
microrganismos gram – e +. 
 Pode ser administrado por via parenteral ou oral, mas quando combinado com a amoxicilina é 
oral. 
 Caso: amoxicilina + cluvulanato foi prescrito para a mãe do bebê, por via oral. 
Febre, inflamação e infecção. 
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 A dose deve ser ajustada para pacientes que têm insuficiência renal. 
Sulbactam: 
 Pode ser administrado por via oral ou parenteral, juntamente com um antibiótico beta-
lactâmico; 
 Está disponível para uso I.M ou I.V em associação com ampicilina; 
 A dose deve ser ajustada para pacientes com disfunção renal; 
 A combinação tem boa atividade contra gram +. Aeróbios gram – e anaeróbios. 
Critérios de internação do RN 
Algumas peculiaridades relacionadas à faixa etária requerem, no período neonatal, indicações próprias 
para hospitalização em unidades com graus variados de complexidade. 
O Departamento de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) propõe uma padronização 
para admissão e permanência hospitalar. 
 Unidade de Cuidados Intermediários: 
 Prematuridade (Quando IG < 36 semanas e PN < 2.000g) – primeiras 24 a 48h – mínimo; 
 Baixo peso ao nascer (Quando PN < 2000g) - primeiras 24 a 48h – mínimo; 
 Asfixia Perinatal ( Apgar de 5º min < 6 ) - primeiras 24 a 48h – mínimo; 
 Filho de mãe diabética - primeiras 24h – mínimo; 
 Desconforto respiratório leve – até a retirada do oxigênio; 
 Malformação congênita – até estabilidade clínica o Distúrbio hidroeletrolítico – até estabilização; 
 Infecção perinatal provável ou clínica o Nutrição parenteral em transição; 
 Tranferências da UTIN. 
 Unidade de Terapia Intensiva: 
 Peso de Nascimento ( PN ) < 1500g ou Idade Gestacional (IG) < 34 semanas; 
 Desconforto respiratório com indicação de CPAP ou Ventilação Mecânica o Anóxia grave ( Apgar 
6 de Portman o Hidropsia Fetal; 
 Sepse o Nutrição Parenteral; 
 Pós-operatório o Risco ou ocorrência de apnéia; 
 Exsanguineotransfusão o Distúrbios cardiovasculares: insuficiência cardíaca, arritmias, choque, 
etc.; 
 Enterocolite necrosante; 
 Instabilidade de parâmetros vitais por causas diversas: insuficiência renal e supra-renal, 
hemorragia cerebral, coma, convulsão, anomalias congênitas, etc.

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