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Imunologia Clínica

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Imunologia Clínica 
Aula 2 – Reações imunoenzimáticas  
Imunocromatografia 
Vantagens: Rápido – 15 seg. a 2 minutos; Específico; Não requer automação 
Desvantagens: Qualitativo; Pouco sensível; Efeito Hook  
Placa: Se abrir ele, dentro tem uma fitinha (polímero clássico -impermevável) e em cima dele é 
colocado uma substancia, um papel absorvente específico (sem cargas elétricas), para que se 
coloque a amostra ali e ela deslize/se difunda por concentração. Nesse caminho, o fabricante 
coloca alguns reagentes que interessam. No início se coloca a amostra (25/50 microlitros), 
geralmente ali tem uma quantidade significativa de anticorpos ligado a ouro coloidal. Na hora que 
coloca a amostra, que é líquida, esse ouro começa a andar junto com o anticorpo na fita. No final, 
existem dois locais, o controle e teste. No T, tem anticorpo contra o antígeno que se esta 
pesquisando, ex. Beta HCG. No caso da paciente não ter beta HCG, o anticorpo que veio com o 
ouro coloidal passa por cima da parte T, e após isso há uma outra parte com um outro anticorpo 
contra IgG de camundongo, dando o risquinho do controle (para ter certeza que a amostra veio, 
que o anticorpo funcionou e ele foi capturado no final, validando o teste). 
 
No caso da amostra ser positiva, quando ela é colocada na fita, no começo onde há ouro coloidal, 
um dos epítopos (antígeno tem dois epítopos –na imagem: um redondo e um pontudo), e o 
anticorpo vai então se ligando. Quando chegam na primeira etapa, onde tem os anticorpos anti 
beta HCG, o anticorpo se liga em uma outra região, que não a região do primeiro anticorpo (ele 
captura o beta HCG que estava passando). Consequentemente, o anticorpo com o ouro coloidal, 
ira ficar sequestrado na linha do teste. No entanto, sempre há excesso ali, para que consiga chegar 
no controle final, sobrando anticorpos que vão ser capturados no final. Por isso, no caso de ser 
positivo a linha do controle fica um pouco mais fraca, pois metade dos anticorpos já fico no teste. 
  
Hoje em dia, já existem imunocromatografias que detectam anticorpos diferentes, ex. Teste rápido 
para dengue que detecta IgM e IgG. 
 
FPIA ​(Fluorescence Polarization Immunoassay – fluorescência polarizada) 
Vantagens​: ​Rápido​; ​sensível​; ​Fácil operação (automações) 
Desvantagens: Background (Ruído); Apenas para haptenos; Requer branco da amostra 
Teve bastante uso na década de 90, hoje em dia perdeu bastante espaço. 
Equipamento: mandava uma luz polarizada (vários movimentos de onda) e junto tinha um tubo e 
um anticorpo com fluoresceína (substancia fluorescente), estando livre no líquido. Na hora que se 
coloca a amostra, a amostra negativa tem menos atrito dentro do líquido, e a luz que passa é 
despoarizada. No caso de uma amostra positiva, o anticorpo se liga na amostra, diminuindo a 
velocidade de rotação pelo aumento de atrito dentro do tubo, consequentemente a luz passa mais, 
despolarizando menos luz. Existe então, uma luz polarizada, um tubo com anticorpos e um 
equipamento que detecta. 
*É um método muito rápido, mas a imuno em geral não tem exames de urgência, não havendo 
necessidade dessa rapidez. 
 
 
Imunoensaios Heterogeneos 
RIA (Radioimmunoassay) 
Reagentes marcados: Antígeno marcado – I​125​ (Raios gama); H​3 ​(Raios beta) -> cada um precisa 
de um equipamento, pois são radiações diferentes uma da outra; radioisótopo mais utilizado é o 
I​125​ (57,5 dias); H​3​ tem meia vida de 12,3 anos (precisa ser armazenado por muito tempo para 
poder ser descartado). Ensaios com marcadores radioativos 
*Só pessoas com curso específico podem comprar e usar os equipamentos. 
Pouco usado na rotina atual: exige profissional com credenciamento na CNEN (curso de seis 
meses em São Paulo) 
Um dos componentes do sistema é marcado com isótopo radioativo  
Ensaios competitivos : o reagente marcado é = à substância que se quer dosar (antígeno) 
(RIA/RIE) (maioria são competitivos) 
Ensaios não competitivos: o reagente marcado é um segundo anticorpo (IRMA) 
Radioimunoensaio clássico (RIA): Tem um tubo com anticorpos fixados, quando coloca a 
amostra, ela se liga, mas, ao mesmo tempo, o equipamento colocava amostra marcada (pontinho 
amarelo-imagem), havendo então uma competição, entre o que tem na amostra do paciente e o que 
esta no reagente. Os dois então se ligam, é lavado e o equipamento mede o quanto tem de 
radiação. É um teste inversamente proporcional: quanto maior a radiação, menor o resultado. 
*Teste competitivo sempre tem um analito marcado, e ele sempre vai ser colocado em uma 
quantidade fixa em todos os tubos (amostra/padrão/calibrador), o que muda é a amostra.  
 
IRMA: Alguns equipamentos usavam o IRMA que é uma modificação para fazer o teste 
imunométrico. Tinha uma fase sólida (podia ser um tubo), um anticorpo fixo, o analito e o 
anticorpo com iodo tem que se ligar a um epítopo diferente do que se liga o anticorpo do tubo. Se 
lava, e o equipamento le a radiação. Nesse caso, quanto mais radiação, maior o resultado -> teste 
diretamente proporcional.  
 
 
Quimioluminescencia 
Vantagens: Muito sensível; Testes rápidos; Detectam produtos com [ ] de fento (10​-15​) 
Desvantagens: Requer automações caras; Alto background ; Sistemas fechados 
Equipamento: Partícula magnética ligada a anticorpo (anti alfa-fetoproteína: AFP), a AFP se 
ligava, era lavado e era colocado um outro anticorpo marcado com uma substancia 
quimioluminescente (ester de acridina), lava, e coloca o substrato com o éster de acridina que vai 
estimula o substrato mudar de estado energético – fóton, liberando o fóton, no equipamento tem 
um fotomultiplicador (detector), que detecta fótons. 
 
*Não tem enzimas que muda de cor, há uma substancia que muda de estado de energia e libera 
elétron que vira fóton, e é detectado. 
 
Enzimoimunoensaio (ELISA) 
ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay), ou EIA (Enzyme immune assay), ou EIE 
(Ensaio imuno enzimático) 
Princípio básico: Um dos reagentes é imobilizado na fase sólida (agarose, poliacrilamida, 
poliestireno) enquanto o outro reagente é ligado a uma enzima. 
Constituintes básicos de uma reação: Fase sólida com ag, ac ou ag/ac ligados; Amostra biológica; 
Sistema de revelação (conjugado/cromógeno); Reagente de parada da reação (geralmente ácido). 
Fase sólida (ou suporte da reação): ​São confeccionadas em poliestireno 
Tipos de fase sólida: placas com fundo chato (mais utilizadas), tubos, pérolas plásticas, 
micropartículas, etc (alguns fabricantes utilizam substâncias que melhoram a absorção das 
proteinas. Ex. NUNC que usa polysorbent). 
- Conjugado: Varia de acordo com o desenho do teste e pode ser composto de: 
anti-imunoglobulina ligada com enzima; antígeno ligado com enzima (mais raro). (anticorpo ou 
antígeno conjugado enzima -> quem decide é o fabricante) 
- Substrato/ Cromógeno:​ ​Será quebrado por uma enzima, e geralmente é uma peroxidase (barata, 
fácil de coleta), geralmente vem em frasco escuro, pois são fotossensíveis.  
Enzima: peroxidase 
Cromógenos ou doadores de hidrogênio: ortofenilenodiamina (OPD); tetrametilbenzina (TMB). 
Os substratos cromogênicos dão origem a produtos coloridos solúveis por meio da degradação 
enzimática. 
 
 
Características do ELISA 
método heterogêneo (após cada etapa, as cavidades são lavadas!!!); elevada sensibilidade e 
especificidade; relativamente rápido; baixo custo; objetividade de leitura; possibilidade de 
automação; possibilidade de detectar Ags e Acs; pode ser qualitativo ou quantitativo. 
Método de competição com Ag. Marcado 
Tem a fase sólida com anticorpo e amostra, em seguida o equipamento pipeta o mesmo analito 
que esta sendo analisado, porém marcado, que vão competir pelo menos sítio de ligação, depois 
ele é lavado para tirar o excesso que não se ligo. Na segunda etapa vem o substrato com a enzima 
que vai ser quebrado e degradado conforme a quantidade de amostra que a enzima tem e isso ira 
produzir uma cor, que depende da quantidade de antígeno da amostra do paciente, de modo que a 
cor é inversamente proporcionala quantidade de antígeno.  
 
 
Método de competição com Ag. Marcado (-/+) 
Método competitivo mas o paciente não tinha, estava zerado. Tudo que se ligo foi marcado, 
consequentemente ira ter muita cor. Agora, se tiver muito do paciente no competitivo, irá deslocar 
o reagente, vai ter muita mais ligação do paciente que o reagente. Consequentemente há menos 
cor. (-):Cor é inversamente proporcional a quantidade de antígeno sérico. (Ensaio negativo.) 
(+):Cor é inversamente proporcional a quantidade de antígeno sérico. (Ensaio positivo.) 
 
ELISA Ensaio não competitivo tipo sanduiche Pesq. Ag. (+) 
Agora não há competição, ou seja, a amostra ira se ligar, depois é lavada (tirar o excesso de 
anticorpos que não se ligo), adiciona um conjugado marcado com a enzima, formando um 
sanduiche: anticorpo-antígeno-anticorpo. 
 
Cor diretamente proporcional a conc. Do Ag. (quanto mais amostra, mais cor). 
 
ELISA Indireto pesquisa de anticorpo (+) 
Tem a fase sólida com antígeno, e se pesquisa um anticorpo do paciente. Na parte sólida com o 
antígeno coloca a amostra do paciente para ter os anticorpos, deixa um tempo, lava e depois 
coloca um outro anticorpo (geralmente feito em animal) contra anticorpo humano (ex. IgG, IgM), 
marcado com enzima, lava, coloca substrato e será formada uma cor, que nesse caso é diretamente 
proporcional a quantidade de anticorpo. 
 
ELISA indireto (-) 
Nesse caso não tem anticorpo para pesquisar, tem uma placa sem nada, que deve ser lavada, 
adiciona um conjugado que não se liga, consequentemente ele sera lavado, e na hora que coloca o 
substrato, não tem enzima par quebrar o substrato, consequentemente irá ficar sem cor. 
 
 
ELISA - captura de IgM 
Na placa da fase sólida tem um anticorpo e coloca a amostra do paciente. A amostra do paciente 
pode ter várias IgM, ira incubar, lavar e ai inventaram a grande sacada para diminuir os valores de 
falso positivos que estava dando, o kit manda inserir um reagente (antígeno), ex. Antígeno 
codificado para toxoplasma, nesse caso, os anticorpos que forem contra a doença vão capturar o 
antígeno, e os que não forem não vão ficar, vai lavar e tirar o excesso do que não esta ligado. 
Depois disso, coloca um anticorpo conjugado enzima contra o antígeno e não contra IgM, se 
ligando ao antígeno, lava-se novamente, coloca o substrato e revela. É um método diretamente 
proporcional, sem competição, o que se ganha é especificidade, mas se perde tempo, pois tem uma 
etapa a mais -> colocar um antígeno para se ligar no anticorpo que foi capturado = captura. 
*Elisa captura só é feito para IgM 
 
Por que para a dosagem de IgM foi desenvolvida a metodologia de captura? E não se utiliza mais 
o indireto ? 
Resposta: Falso Positivos; Fator reumatóide (FR) -> muita gente tem fator reumatóide positivo 
mesmo não tendo artrite, dando falso positivo. 
Antigamente então tinha-se a plaquinha com os anticorpos, se colocava o soro do paciente, depois 
era colocado o substrato e revelava. O detalhe era que poderia ter um falso negativo, caso a pessoa 
tivesse muita IgG, pois o antigeno não sabe que anticorpo ira se ligar nele, se o paciente tivesse 
ex. Muita IgG para rubéola, fechava os sítios de ligação dos anticorpos do tipo IgM, 
consequentemente elas ficam livres, iam ser lavadas e teria um falso negativo. Pou outro lado, por 
ex. O fator reumatóide (anticorpo que produzimos: é uma IgM que se liga a IgG; muita gente tem 
o fator circulante mas não desenvolve a doença, pelas diferenças de cada sistema imune), se esse 
fator reumatóide se liga a IgG também, ira ter o IgG da doença ligada, que não ira se revelar, mais 
o fator reumatóide se liga, e se tem um falso positivo. Ou seja, não era IgM da doença, é fator 
reumatóide. 
ELISA de primeira geração 
Pensando por exemplo no HIV, existe uma janela imunológica (tempo que leva para uma pessoa 
infectada ter o primeiro teste positivo) de 6-8 semanas, pois o kit era feito com culturas de células 
infectadas , se colocava a amostra do paciente, os anticorpos se ligavam, era lavado, colocava-se 
um anti-anticorpo para cada enzima, lavava, colocava substrato e dava a cor. Só que se tinha uma 
célula infectada que demora para pegar o vírus, degradar ele, apresentar antígenos na sua 
superfície externa para que se tenha um teste demonstrando máximo de antígeno para capturar os 
anticorpos, então, para se ter um teste positivo era necessário grande quantidade de anticorpos. 
ELISA de segunda geração  
No inicio dos anos 90, houve um salto na janela imunológica, agora de 28-30 dias, por uma 
modificação nas células infectadas por peptídeos sintéticos. Já se era capaz de produzir o peptídeo 
do vírus de forma sintética, que era colocada na placa, aumentando a sensibilidade, precisando de 
quantidade menor de anticorpos. 
ELISA de terceira geração 
Na terceira geração, além dos peptídeos sintéticos, foram colocados também antígenos 
recombinantes, altamente específicos também para IgM (aparece antes), não pegava apenas IgG, 
detectava ambos. Além disso, ao invez de colocar anticorpo se coloca antígeno marcado 
(capturado tanto por IgM quanto por IgG), lavava e colocava o substrato. 
ELISA de terceira geração 
Janela imunológica de 15 dias, pois, há na placa um antígeno do vírus e anticorpo anti p-24 
(primeira proteína que o vírus fabrica quando penetra no corpo humano em grande quantidade), 
dando positividade no teste quando as vezes não teve nem resposta imune ainda. Detectam então 
anticorpos do tipo IgM, IgG, e antígeno p24. Por conta disso, acaba tendo “muita coisa” no poço: 
vírus, anticorpo e antígeno, tendo campo de ligação na plaquinha para os três (IgM, IgG e p24), 
vai ser lavado, e o reagente é uma mistura de antígeno marcado e anticorpo marcado, porque os 
dois devem ser revelados, é lavado e revela. É diretamente proporcional, mas agora se faz a 
relação de duas coisas em um mesmo ELISA.  
*É um teste muito sensível, mas é difícil de confirmar, tendo que muitas vezes se refazer o teste 
mais para frente para conseguir confirmar. 
*Já existem pesquisa para outras doenças com ELISA de 4 geração. 
Imuno Blotting 
Não é feita eletroforese – antígenos purificados (5 + controle) fixados em locais específicos: 
Detecta apenas IgG; Rápido 20 min; é uma metodologia criada por brasileiros, baseada no teste 
rápido, e faz a pesquisa para mostrar quais anticorpos o paciente tem (mais barato que o western 
blott -> se faz eletroforese, onde as proteínas que se ligam antes tem carga elétrica). Nesse caso, a 
amostra da pessoa é colocada, ela vai “nadando” e os anticorpos vão sendo capturados no seu 
lugar. Depois passa o ouro coloidal em cima de todos, de uma forma lateral para que não pare no 
primeiro 
 
Aula 3 – Reações imunoenzimáticas 
Os valores de referencia dependem da população que esta sendo estudada, utilizando 
epidemiologias locais. Os nossos valores tem como base valores estudados no EUA. Antes de 
darmos um resultado, existem dois conceitos, que nos exames imunológicos, aparecem quase 
todos os dias: sensibilidade e especificidade. 
Cut off 
Limiar de reatividade 
 
Analisando o gráfico, existe a população saudável e a população doente. Além disso, existem 
pessoas que são doentes, mas tem o marcador usado no laboratório baixo, assim como, existem 
pessoas na população que são saudáveis, mas tem aquele marcador, utilizado para a doença X alto. 
Logo, existe uma faixa de resultados que não são completamente confiáveis, ficando próximo do 
valor de referencia. Por isso, na imunologia existe um “terceiro” valor de referencia, além dos 
reagentes (curva b) e dos não reagentes (curva a), existem os resultados indeterminados (estão na 
faixa “duvidosa” gerando resultados falsos positivos e falsos negativos). De qualquer forma, existe 
sempre um valor que determina quem é doente e quem é saudável (título 40 no gráfico), que é o 
ponto de corte = cut off, sendo ele o melhor ponto, onde se pega poucos falso positivos e poucos 
falso negativos. Por isso, valor de referencia não é uma verdadeabsoluta.  
Se a pessoa quisesse deixar o teste dela mais sensível, ela poderia mudar o cut off, de 40, para, por 
exemplo, 20, de forma que a população doente de sempre positivo, no entanto, isso aumenta os 
falsos positivos. Por isso, o melhor ponto é onde há equilíbrio entre os falsos positivos e falsos 
negativos. Também pode-se querer aumentar a especificidade do teste, mas consequentemente, 
perde-se sensibilidade. 
 
*Quanto mais falso negativo (em pessoas doentes), menor a sensibilidade 
*Quanto menos falso positivo, mais específico (quanto mais próximo de 1 melhor) 
Gráfico: 
Limiar de reatividade 
- Se adotar alpha como cut off = aumenta falsos positivos 
- Se adotar gama como cut off = aumenta falsos negativos 
 
Cálculo cut off 
Fórmula = Média dos controles negativos (NC) x 3 
*É multiplicado pelo valor que o kit determinar 
Exemplo: Cálculo da média do NC  
NC 1 DO = 0,070   
NC 2 DO = 0,090   
Média DO = 0,080   
Cut-off = 0,080 x 3 = 0,240 
O valor indeterminado (ou zona cinza/ grey zone/ border line) é dado por +10% e -10% do valor 
cut-off (importante) 
Dessa forma, os valores de referencia variam, dependendo das amostras, ex. Cut off feito durante 
a manha e pela tarde. 
Cut-Off Exemplo de um Kit da Roche 
Fórmula = (a x NC) + (b x PC)  
Onde a = 1 b = 0,15 (Dados fornecidos pela empresa) 
Ex: 
Cálculo do NC (-) Cálculo do PC (+) 
NC 1 DO = 0,030 CP 1 DO = 1,151 
NC 2 DO = 0,020 CP 2 DO = 1,129 
Média DO = 0,025 CP 3 DO = 1,143 
 Média DO = 1,141 
Resultado da fórmula = 0,196 (faz-se 10% para cima e para baixo) 
Critérios de Interpretação dos Resultados - INDEX - 
Para evitar que tenha que se fazer mais de um cálculo ao dia, e diminuir chance de erro, se usa o 
Index, baseado que, cada vez que se faça uma analise, cada analista faz de uma forma, mas os 
resultados são proporcionais (para cada analista).  
DO/Cut-off < 0.90 Não Reagente 
0.90 > DO/Cut-off < 1.1 Inconclusiva 
DO/Cut-off > 1.1 Reagente 
Ex.: DO = 2.10/1.80 = 1.17 (Reagente) 
DO = absorbância de cada amostra 
Cut-off: de cada rotina (exemplo: manha ou tarde); a bula que diz como deve ser feito 
Deverão ser repetidos: 
- Todos os casos com DO maior que o limite de leitura do equipamento; 
- Todos os casos negativos com DO < que Zero com evidência clínica ou laboratorial 
*Não existe absorbância negativa, mas as vezes acontece do limite de detecção estar abaixo  
Interpretação dos Resultados como (+ ou -) 
Amostra Positiva: apresentar dois resultados reagentes em rotinas diferentes 
Amostra Negativa: apresentar resultado não reagente em uma rotina válida.  
Amostra Inconclusiva: apresentar resultados dentro da zona cinza ou discordantes entre rotinas 
diferentes 
*No kit de HIV de 4 geração, pegava-se o antígeno p24 que é formado antes do primeiro anticorpo 
do tipo IgM. Para liberar o resultado, deve-se confirmar por uma metodologia mais especifica, 
dando não reagente. O resultado devia ser liberado como suspeita, para repetir o teste, para que de 
tempo dele soro converter. Por isso, se voltou a utilizar kits de 3 geração. Quem faz 4 geração 
pode confirmar com carga viral, mas é muito caro. 
Elisa quantitativo 
1​o​.) Calibradores com concentrações conhecidas  
2​o​.) Faz-se o procedimento normal de ELISA, segundo recomendações do fabricante 
3​o​.) Ao final plota-se os resultados de [ ] x DO  
Conc. (UI/mL)  Abs (DO) 
0  0,021 
1  0,067 
2  0,114 
4  0,312 
8  0,761 
 
A curva do gráfico normalmente é linear (proporcional ou inversamente proporcional), 
dependendo se for um ELISA competitivo ou imunométrico. 
Calibradores conhecidos 
 
*Pelo gráfico, se sabe que esse ensaio é imunométrico, pois conforme aumenta a concentração, 
aumenta a absorbancia -> linear 
*Aparelhos fazem isso 
Quanto mais próximo de 1 o r, melhor (indica proporcionalidade entre x e y). O y (absorbancia) 
que deve ser substituido para saber o resultado do teste. 
*O número de casas depois da vírgula depende do calibrador. 
Cálculo: 
[ ] do analito = DO + 0,030 
0,095 
Ex.: se minhas amostras fossem 
1) 0,504… 
2) 0,112… 
COMO CLASSIFICAR OS RESULTADOS ? 
VR.: > 5 UI (Reagente) 
 < 5 UI (Não Reagente) 
 
 
 
 
 
Sistema do Complemento 
 
É uma cascata de proteínas que quando ativadas agem em conjunto em forma de cascata para 
produzir um resultado, que esta muito relacionado com a resposta imune. Pode-se dizer que ele é 
parte da resposta imune inata (não mantem padrão de reconhecimento específico), porém, se levar 
em consideração que a principal via de ativação do sistema complemento requer o reconhecimento 
do antígeno com anticorpo, faz parte da resposta imune adaptativa. Logo, os conceitos se 
misturam. 
Jules Bordet, foi o primeiro homem que percebeu que tinha alguma coisa dentro do soro fresco 
que complementava a ação dos anticorpos (já se sabia dos anticorpos -> proteínas específicas que 
agem contra um antígeno). Ele viu também, que quando ele deixava esse soro de um dia para o 
outro, a reação já não acontecia direito, ou seja, o complemento só esta presente no soro fresco 
(depois degrada, além disso, as proteínas do sistema complemento são termolábeis -> se aquecer o 
soro, ou armazenar de forma inadequada, há degradação do sistema complemento).  
*O complemento é a atividade do soro que complementa a ação dos anticorpos. 
Existem 3 vias principais que ativam a cascata para formar MAC (complexo de ataque a 
membrana): 
- Via clássica (precisa de anticorpo/reconhecimento antígeno-anticorpo), via alternativa (não tem 
anticorpo) e a via da lectina (é um aminoácido) 
“Paul Ehrlich (1894); ​Sistema enzimático ativado em cascata; ​Representa a atividade lítica do 
soro fresco; Essa atividade é destruída pelo aquescimento do soro por 30 min. a 56​o​C; O sistema 
age tanto na Imunidade Inata quanto na Adquirida.”  
O sistema complemento em laboratório, está muito relacionado com o acompanhamento de 
doenças auto-imunes. Quando a pessoa esta doente, existem dois grupos de doenças auto-imunes, 
as órgãos específicas (ex. Doença de hashimoto) e não específicas (ex. Lupus eritematoso). De 
qualquer forma, o fundamento é ter anticorpo contra tecido, o antigen ligado a anticorpo. Logo, 
esses pacientes tem a ativação do sistema complemento. Em um momento o sistema complemento 
fica baixo, pois se “satura” (dificulta o fígado a produzir mais proteínas) as proteinas utilizadas, e 
esse valor que determina alguma coisa, pois significa que ele esta sendo consumido. Esse paciente 
ira ser tratado, a relação antigeno-anticorpo ira diminuir e o fígado ira conseguir estabilizar o 
sistema complemento de novo. O aumento do sistema complemento não quer dizer muita coisa. 
As dosagens mais feitas são do C3 ou C4, pois estão envolvidas nas diversas vias. 
Existem deficiencias primárias (pode ser genética), onde não tem a produção de uma proteína 
importante do sistema imune; tem pessoas que tem deficiencia na produção de C3, por exemplo, 
que é uma imunodeficiencia primária, tendo um problema na ativação do sistema complemento, 
causando maior suceptibilidade a infecções por gram negativos. 
*Sistema complemento só é utilizado para acompanha doença, não para dar diagnostico, a menos 
que seja uma imunodeficiencia primária. 
*Diagnóstico e acompanhamento de doença auto imune é difícil. 
 
 
 
 
 
 
Resumindo: existem 3 vias de ativação, cada uma delas tem um ativador, exemplo: via alternativa 
-> componentes de superfície de microrganismos acham o C3, ativando a via; na via da lectina 
precisa de bactérias gram negativas (repetições de manose) -> resposta inata contra sequencia de 
aminoácidos externo mas que nossas células também tem. O nosso organismo não ativa, pois 
nossas células tem uma substancia chamada ácido ciárico (?), que recobrem-as; pessoas com 
deficiência nesse ácido tem ativaçãodo sistema complemento. 
Funções do Complemento 
Benefícios: 
Lise de bactérias e células infectadas  
Opsonização – estímulo à fagocitose 
Degranulação de mastócitos e basófilos 
Eliminação de complexos imunes (problemas aqui estão relacionados com doenças auto-imunes) 
Eliminação de células apoptóticas (para que não haja lberação dos constituintes internos das 
células) 
Prejuízos: 
Inflamação e anafilaxia 
*Tratamento de meningite bacteriana se usa corticoide, pois os antibióticos usados são 
bactericidas, que rompem a bactéria, liberando um monte de constituinte interno que são 
reconhecidos pelo sistema imune e ele consequentemente ataca, causando sequelas graves, pela 
necrose no SNC. 
 
Proteínas do Complemento (Nomenclatura) 
- C1(qrs), C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9 
- Fatores B, D, properdina (P) 
- Lectina ligante de manose 
- Proteases associadas (MASP-1 MASP-2) 
- C1 inibidor (C1-INH) 
*Naturalmente temos inibidores para controlar o inicio, por exemplo, pessoas que tem 
deficiencia de inibidor C1, tem edemas muito fáceis. 
“Componentes ativados geralmente apresentam um linha acima das proteínas (C1qrs); 
Quando clivados enzimativamente, ligam-se a um complexo ativado ou a uma membrana e 
um pequeno peptídio é liberado; A letra “b” é usada para os peptídios maiores​ ​e “a” para os 
menores: C3b/C3a, C4b/C4a, C5b/C5a). -> existem exceções” 
*C3/C4/C5/.. quando ativados que formam o “a” e “b” 
Definições 
- Ativação do Complemento: alterações das proteínas do complemento com interação com o 
próximo componente da cascata 
- Fixação do Complemento: utilização do complemento por complexos antígeno/anticorpo. 
- Unidade Hemolítica (CH50): diluição do soro que lisa 50% de uma suspensão controle de 
eritrócitos sensibilizados com anticorpos. 
*Hoje em dia já tem o CH100 
- Inativação do complemento: desnaturação enzimática pelo calor 
- Convertase/esterase: proteína alterada que atua como enzima proteolíca para outra fração 
do complemento. 
 
Vias de ativação do complemento 
 
A via clássica foi a primeira descoberta, e é anticorpo dependente (pode ser considerada parte 
da resposta imune adaptativa), enquanto as duas outras vias são anticorpo independente 
(podem ser consideradas parte da resposta imune inata). Existem momentos de ativação onde 
se tem mais de uma resposta e menos de outra (no caso de ser adaptativa ou inata). Todas elas 
são fundamentais para a ativação de C3, que gera a C5 convertase que ativa C5, que faz o 
complexo de ataque a membrana (principal função do complemento). 
Via Clássica 
C1(q; r; s) -> entre C1 tem cálcio, C2, C3 e C4 
Supondo que há um microrganismo com parede celular que possuem dois epítopos (servem 
também para controle do sistema complemento, pois precisa de dois epítopos repetidos para 
que ative) e dois anticorpos do tipo IgG fazem essa ligação (apenas uma IgM é suficiente, mas 
o IgG precisa de dois). Para ter o anticorpo e ele ligue, o organismo já deve ter tido um 
contato com o microrganismo. Tendo então o anticorpo e ele se ligando, o C1 é capturado e 
ele precisa que os dois IgG estejam próximos para que ele consiga ser capturado. No 
momento em que ele se liga, ele sofre uma mudança conformacional, para que o próximo 
constituinte (C4) seja capturado. Quando o C4 se liga, ele também quebra, ficando a porção b 
ligada ao C1 e a porção a some. Essa ligação prepara o C4 para receber o C2, que se liga e 
também quebra, sendo que o C2a se liga na imediações do C4 e o C2b é liberado. O C4b2a é 
conhecido como C3 convertase. O C3 que estava “nadando” se liga ao C3 convertase e sofre a 
quebra, liberando o C3a e o C3b se liga ao C4b2a, formando o C4b2a3b, que é a C5 
convertase, sendo a partir daqui idêntico as outras vias (inicio ao ataque a membrana). 
 
As partes que foram “jogadas fora” também tem funções, principalmente para o processo 
inflamatório, chamados de anafilotoxinas, pois o C2b produz edema, o C3a ativa basófilo a 
libera histamina. 
 
Via da lectina ligadora de manose 
Componentes: MBL, MASP1, MASP2, C2, C3 e C4. 
Reconhece bactérias gram negativas que tenham repetidos domínios de manose. Pode ser 
ativada pela Proteína Ligante de Manose (MBP) que se ligam a resíduos desse 
monossacarídeo presente na parede celular de microrganismos.  
Além da MBP, atuam as serina-proteases 1 e 2 associadas à MBP (MASP-1 e MASP-2), que 
são capazes de se combinar à MBP, que previamente se ligou a um microrganismo. MASP-1 
e 2 atuam na clivagem de C4 e C2.  
 
 
A adaptação no inicio da via, imita o reconhecimento do antígeno-anticorpo, mas tem o 
MASP-1 e 2, como se fosse o C1, então, desenvolvemos na nossa evolução, uma forma de 
reconhecer bactérias altamente virulentas.  
Via alternativa 
Componentes: CB, B, P e D 
Existe uma membrana onde o C3 se liga direto e sofre clivagem expontanea (complexo 
C3Bb3b). Pode ser ativada pelas C3b, ou por alguns tipos de parede celular (alguns 
microrganismos específicos que fazem isso); Properdina ou fator P (estabiliza a C3 
convertase). 
C5 convertase 
A geração de C5 convertase leva ao ataque à membrana -> Via lítica 
 
Via Lítica 
Inserção do complexo na membrana celular 
Componentes: C5, C6, C7, C8 e C9 
O C5b ele fica na periferia da membrana, vem o C6, depois o C7 que se liga e consegue 
ancorar na membrana, mas sem furar, depois o C7 que ancora e consegue perfurar, vendo em 
seguida várias subunidades de C9, formando como se fosse um cano na membrana, levando a 
morta da bactéria, pois a concentração do lado de fora é maior, levando a morte da mesma. 
 
O C5a é um baita mediador inflamatório em termos de ativação de neutrófilos, aumentando a 
adesão dele na parede do vaso, que se aderi, depois transmigra do vaso para o tecido, indo em 
direção as citocinas que estão liberadas. 
  
Deficiências do Complemento e Doenças: Via Clássica 
 
Deficiências do Complemento e Doenças: Via Lectina 
 
Complemento 
 
Anticorpo se liga a bactéria, mas não é o suficiente para o fagócito reconhecer, por isso o C3b 
também se liga, tendo agora dois sítios de ligação para o fagócito, aumentando a chance de 
reconhecimento. O sistema complemento faz opsonização.  
(mais dois slides) 
*O que se faz na rotina é acompanhar tratamento de pacientes que tem doenças auto imunes, 
ou que esta mudando o tratamento, ou que não esta havendo resposta efetiva para o tratamento 
normal; dosagens específicas não são corriqueiras. Além disso, tem as proteínas de fase aguda 
(proteínas produzidas na resposta imune inata na fase bem aguda da infecção, ele é 
reconhecido e o fígado começa a produzir -> PCR (mais conhecidas), C3, C4. 
 
Aula 4 – Tolerância imunológica e Autoimunidade  
 
Tolerância 
Mecanismo pelo qual o Sistema Imune não responde a antígenos determinados aos quais foi 
exposto anteriormente (ou seja, não há produção de sistema imune e de memória); Tolerância 
a autoantígenos – discriminação self / non self (principal objetivo da tolerância do sistema 
imune); Tolerância a antígenos exógenos: Ags tolerogênicos (agentes externos que não 
devemos responder). 
Dois tipos principais: Tolerância Central – nos órgãos aonde há geração e maturação dos 
linfócitos (LT – Timo, LB- Medula Óssea); Tolerância Periférica – nós órgãos imunes 
periféricos e tecidos. A Tolerância ocorre de maneira ESPECÍFICA; Levando em 
consideração que os principais agentes do gerenciamento da resposta imune são os linfócitos). 
A Tolerância Central (ocorre nos órgãos onde há formação -> medula óssea, e maturação -> 
linfócito T: timo, dos linfócitos, onde outras células apresentam partes antigênicas próprias, 
dos tecidos, sequencia de proteínas, para que os linfócitos reconhecam aquilo e saibam que é 
próprio e não deve atacar) é o mecanismo primário para deleção dos clones de linfócitos 
auto-reativos e parte fundamental da maturação dos linfócitos T e B; 
A Tolerância Periférica é expressão das características da interação Linfócito-APC: estrutura 
do antígeno, presença de co-estimuladores, ocorrência de segundo sinal, ambiente decitocinas. 
Conceito de Ignorância Clonal e Anergia 
São mecanismos de controle, com os quais as células possam ser sinalizadas para que elas não 
tomem frente e não realizem um ataque/não produzem defesa. Os linfócitos tem seus 
receptores de antígeno, quando em contato com um antígeno imunogênico, essa célula ira 
passar por vários processos de maturação, se proliferar e se diferenciar; Se for um linfócito B: 
em células produtoras de plasmócitos (produtora de anticorpos), se for linfócito T: em 
linfócito T helper (tipo 1, 2..), etc. No momento que esse linfócito T esta dentro do timo, e 
tem sua superfície tem contato com um antígeno imunogênico, ex. Bactéria, a célula terá dois 
caminhos, entrar em anergia (célula não responde/ausência de resposta) ou apoptose, que é o 
comum em um processo tolerogenico. No entanto, também existe o processo de ignorância, 
que é quando tem um antígeno que não é imunogênico (geralmente haptenos), não tendo peso 
molecular/capacidade de ativar qualquer célula, então a célula não responde, mas não entra 
em processo de anergia (que “não serve mais para nada”), ela vai ficar parada, mas quando 
entra em contato com antígeno imunogenico, gerando resposta (proliferação e diferenciação).  
Tolerancia central em linfócitos T (processo de seleção tímica) 
Tem a medula óssea, precursor linfoide, que ira se produzir e diferenciar, de forma que ira 
produzir os linfócitos T que são direcionados ao timo (órgão primário), estando com seus 
marcadores de superfície. Se o clone se diferencia, ele ira produzir no final linfócito produtor 
desse tipo de anticorpo, contra aquele antígeno. Então, os dois últimos, entraram em contato 
no timo com antígeno próprio, que esta presente no próprio timo, consequentemente, esses 
linfócitos vão entrar em apoptose, já sendo eliminado. Os outros dois clones que não tiveram 
contato, ou, aqueles receptores de superfície não reconheceram nenhum antígeno próprio, 
seguem adiante -> vão circular, passar pelos nódulos linfáticos secundários, sendo agora 
linfócitos maduros e tendo novamente dois caminhos para seguir: ou ele entra de novo em 
contato com tecido próprio, podendo entrar em anergia ou apoptose, mas o mais comum é 
acontecer do linfócito não ter tido contato na medula, e no linfonodo secundário é apresentado 
ao antígeno estranho, que foi fagocitado por um macrófago (ex. Uma bactéria), o linfócito 
reconhece e deflagra uma resposta imune.   
*Existem 4 tipos de linfócitos T, que se diferenciam no receptor de superfície, ou seja, são 
linfócitos T contra diferentes antígenos.  
*Existem portanto vários pontos de controle. 
 
Tolerância central em linfócitos B 
Com o linfócito B, ainda na medula óssea quando esta sendo produzido, antes de ir para a 
corrente sanguínea, ele terá contato nos receptores de superfície com antígenos próprios, 
existindo duas possibilidades: ele entra em apoptose, se for muitos antígenos, mas ele pode ser 
editado, alterando os receptores de superfície. Mas, pode acontecer de mesmo na medula 
óssea, uma reação antígeno-anticorpo mais ou menos avida, ex. Na toxoplasmose o IgM pode 
levar uns 6 meses para diminuir, e da para verificar quanto que o paciente tem de IgG de 
baixa e alta avidez (infecção inicial a avidez é menor, aumenta com o tempo, substituindo os 
anticorpos IgG por de alta avidez). Se for de baixa avidez, a célula B se torna anergica. 
*Avidez: intensidade/afinidade de ligação com o antígeno. 
 
Tolerância periférica em linfócitos T (ausência ou baixa co-estimulação) 
Em uma resposta normal, tem um linfócito T e um TCR (receptor de célula T), e um 
macrófago (célula apresentadora de antígeno profissional), que fagocita algo e apresenta o 
antígeno, no entanto, apenas isso não é suficiente para que haja resposta, ainda precisa de 
co-receptores, para reforçar que realmente é um sinal. Havendo então uma co-estimulação, há 
resposta. Mas caso não haja outros co-receptores, ele entra em anergia.  
Existem também receptores inibitórios. Os receptores CTL-4 vai se liga no B7, e esse é um 
sinal para a célula entrar em anergia, existindo portanto controle positivo e negativo.  
Dependendo do antígeno, os próprios T helper vão se dividir, tendo algum que ira prevalecer, 
então, cada um deles tem diferenças nos seus marcadores de superfície e as citocinas que 
produz.   
 
 
Existe ainda os linfócitos T helper regulatórios (ou T regulatórios), que fazem o controle 
negativo, são direcionados contra todos os linfócitos, servindo para desativar eles, mas não 
por contato direto, e sim pela liberação de citocinas (algumas citocinas anti-inflamatórias). 
 
 
 
Tolerância periférica em linfócitos B (Quando um Linfócito B reconhece um tecido próprio na 
periferia) 
Depois de sair da medula, pode ter contato com auto-antígeno no linfonodo secundário, existindo 
3 possibilidades: ser deletado, entrar em anergia ou dependendo do tipo de antígeno, pode sofrer 
uma reprogramação e aparecer novos receptores de superfície inibitórios (é re-editado no 
linfonodo -> depende muito da avidez do auto-antígeno). 
 
 
 
TOLERÂNCIA POR ANTÍGENOS ESTRANHOS (Fatores determinantes da Tolerogenicidade) 
 
Há quebra da tolerância quando se perde o poder de discriminação do que é próprio/não próprio, 
causado auto-imunidade.  
Mecanismos de auto-imunidade 
Falha na Tolerância Central; Falha na Tolerância Periférica; Predisposição Genética (HLA); 
Falhas no Mecanismo de Apoptose; Lesões e Traumas em Tecidos de Privilégio Imunológico 
(cérebro, olhos, testículos, útero –feto-); Agentes Infecciosos;  
Predisposição Genética – Restrição ao MHC (MHC = HLA -> complexo principal de 
histocompatibilidade) –> tabela e imagens slide 
 
 
Deficiencia de Gene C4: Causa predisposição a lupus eritematoso sistemico, pois há falha na 
tolerancia do linfócito T, complexo circulante.  
*Nem todas as doenças auto-imunes são via anticorpos. 
 
Antígenos Leucocitários Humanos – HLA 
 
Classificação dos transplantes 
Autólogo (​Autografts​): Tecido transplantado de um parte do corpo da mesma pessoa. 
Singênico (​Isografts​): Tecido transplantado entre duas pessoas geneticamente idênticas (gemeos 
identicos). 
Alogênico (​Allografts​): Tecido transplantado entre duas pessoas geneticamente diferentes, mais da 
mesma espécie (mais comum). 
Xenogênico (​Xenografts​): Tecido transplantado entre indivíduos de espécies diferentes. 
MHC/LHA 
Conjunto de genes altamente polimórficos, que originam proteínas expressas na superfície celular 
(carteira de identidade da célula); No homem, o MHC é referido como o complexo HLA – 
Antígenos leucocitários humanos, e está localizado no DNA, no cromossomo 6; Descoberto em 
1937 (estudos sobre transplantes). 
HLA = Recebem essa designação no homem por terem sido inicialmente detectados nos 
leucócitos. 
Localização cromossômica 
O complexo HLA consiste de cerca de 4 milhões de bases de DNA no braço curto do cromossomo 
6; Os genes estão organizados em 3 regiões diferentes, que codificam 3 classes de moléculas. São 
codominantes, nenhum domina o outro. 
Classe 1, classe 2 (mais importantes) e classe 3 (não é muito usada para similação de órgãos) 
(slide) 
 
Importância: Resposta Imune; Associação com doenças; Transplantes de órgãos; 
Principal função: responde a antígeno e reconhecer o que é próprio, e ao mesmo tempo, tolerar o 
que esta ali e não é próprio. 
Classes de HLA 
Classe I: moléculas HLA - ​A​, HLA - ​B​ e HLA – C: São glicoproteínas expressas (estruturas) na 
superfície de todas as células nucleadas e plaquetas, é a impressão digital da célula; 
Classe II: ​DR​, DP e DQ: São glicoproteínas expressas nas APC´s (macrófagos, células dendríticas, 
Linfócitos B e T ativados); 
*​Antígenos clássicos de transplantes 
Função 
HLA Classe I: Processamento e apresentação de antígenos intracelulares a linfócitos CD8 (células 
infectadas por vírus -> essa resposta basicamente produz células para matar a célula infectada, 
pois a produção de anticorpos não é efetiva a ponto de destruir o agenteque a maioria do tempo 
estará intracelular); Mas também há produção de anticorpo, pois o sistema imune é uma balança e 
chega uma hora da infecção que a célula morre e o virion fica livre para infectar outra célula, 
sendo reconhecido como agente extracelular e tendo a produção de anticorpos, que é detectado no 
laboratório através do ELISA. 
HLA Classe II: Processamento e apresentação de proteínas extracelulares a linfócitos CD4. 
Os receptores dos linfócitos T não conseguem reconhecer os antígenos solúveis -> Requerem a 
presença de moléculas do HLA. 
Estruturas e classes das moléculas 
As moléculas de classe I dos HLA são compostas de uma cadeia ​α​ e um complexo não covalente 
chamado ​β​2​-microglobulina não codificado pelo MHC. As moléculas da classe II contêm duas 
cadeias polimórficas codificadas pelo MHC, uma cadeia ​α​ e uma cadeia ​β​.  
 
 
Processamento de antígenos 
A metade esquerda da figura, mostra o destino dos peptídeos derivados de antígenos e de 
patógenos extracelulares. O material extracelular é captado por endocitose e fagocitose ao sistema 
vesicular da célula, um macrófago. As proteases nessas vesículas degradam as proteínas para 
produzir peptídeos que são ligados a moléculas MHC de classe II, que foram transportadas às 
vesículas pelo retículo endoplasmático (RE) e pelo aparelho de Golgi. O complexo peptídeo:MHC 
classe II é transportado à superfície da célula nas vesículas que se dirigem ao exterior. A metade 
direita da figura mostra o destino dos peptídeos gerados no citosol como resultado de infecção 
com vírus ou com bactérias intracitosólicos. As proteínas desses patógenos são degradadas no 
citosol pelo proteassoma em peptídeos, que penetram no retículo endoplasmático. Ali, os 
peptídeos são ligados a moléculas MHC classe I. O complexo peptídeo:MHC classe I é 
transportado à superfície da célula através do aparato de Golgi. 
 
*MHC tipo 1: principalmente para antígenos intracelulares (apresenta para CD8 – produz resposta 
celular); MHC tipo 2: principalmente para antígenos extracelulares (apresenta para CD4 – produz 
resposta por anticorpos). 
Há uma distribuição tecidual de MHC, dependendo do tecido tem mais de um, ou de outro, ou em 
maior proporção. O eritrócito é uma célula que não possui MHC de classe I, uma propriedade que 
pode facilitar sua infecção persistente por parasitas maláricos. 
Apresentação de antígenos 
LT CD8: Glicoproteínas expressas na superfície de todas as células nucleadas, apresentação de 
peptídeos antigênicos ao Linfócito T citolítico (CD8); Célula infectada por vírus, CD8 encaixa no 
HLA de classe I. O receptor de cél T tbém se liga ao HLA (reconhecimento do Ag pelo receptor T 
: duplo reconhecimento. 
Vírus incorpora-se ao DNA celular, ativa célula CD8 que gera porfirinas que irão matar a célula. 
LT CD4: apresentação de Ags extracelulares ao Linfócito T helper (CD4); para ativar a resposta 
imune com Acs e ativação de células citolíticas. Ag externo é fagocitado, processado e quebrado 
em peptídeos menores. Ao mesmo tempo, também são gerados HLA classe II. O peptídeo se liga à 
fenda do HLA II. Duplo reconhecimento, célula CD4 passa a gerar citocinas. 
 
 
 
P2 – Doenças Auto Imunes 
  
Existe um componente básico da doença auto-imune, que é a mediação por um auto-anticorpo que 
reconhece algo próprio. Na natureza existem antígenos reconheciveis e imunogenicos (sistema 
imunológico reconhece que não é próprio e ataca) e antígenos ignoráveis (próprio).  
*Existem erros basais onde célula T ataca algo próprio (auto-anticorpo), mas é insignificante 
(auto-anticorpo em baixo título em indivíduos saudáveis), o problema é o quanto produz e com 
que frequencia que isso acontece. Além de estar em altos títulos, a pessoa deve ser pré-disposta 
geneticamente. 
Todas as doenças auto-imunes tem dois componentes: genética e ambiente. A proporção depende 
da doença.  
Quando o linfócito T reconhece algo estranho apresentado pela APC, ele passa a informação para 
o linfócito B que produz anticorpo. O anticorpo “vai atrás” do antigeno e forma-se 
imunocomplexo, ativando a via clássica do sistema complemento (c1qr que se liga e ativa 
complemento). Essa ativação faz recrutamento de monócitos para o local, que entra no tecido e se 
torna macrofago, que libera citocinas pró-inflamatórias. O complemento libera porções a (c3a, 
c5a, aflotoxinas) que favorecem a destruição do antigeno. Quando há predisposição genetica para 
doença auto-imune, o indivíduo reconhece algo que não deveria reconhecer, produz anticorpo e 
ocorre o que foi citado anteriormente da mesma forma. Logo, a consequencia da produção de 
auto-anticorpo é dano tecidual, pois esta atacando algo que é próprio.  
As doenças auto-imunes podem ser divididas em: órgão específicas e não orgão específicas.  
Tireóide 
TRH (Hormônio liberador de tireotropina): produzido no hipotálamo;
 estimula a síntese e 
secreção de TSH  
TSH (thyroid stimulating hormone): produzido na adenohipófise;
 estimula síntese e secreção de 
hormônios tireoidianos (t3 e t4) nas células epiteliais da tireóide;  
Hormônios tireoidianos
tiroxina (T4) - precursor inativo
triiodotironina (T3) – forma 
biologicamente ativa
; células-alvo;
 tecidos periféricos inativam t4 por conversão a T3 reverso;
 
T3 reverso é inativado pela conversão em T2;
 T4 é ativado em T3 por desiodação do anel 
externo da molécula de t4. 
 
A função da tireoide é produção de hormonios T3 e T4 que modulam o metabolismo, promovem o 
equilibrio entre o metabolismo de macromoléculas (lipideos, proteinas, aminoácidos, glicose, 
respiração celular, energia, etc), então, todo metabolismo basal também é regulado por eles. Para 
que haja a produção de T3 e T4 há necessidade de um estímulo externo: TSH – hormonio 
estimulador de tireoide que é produzido pela hipófise, liberado na corrente sanguinea e vai para a 
tireoide (ação endócrina). O TSH é regulado pelo TRH (hormonio liberador de tireotropina – 
produzido no hipotálamo, tendo um receptor na hipófise para ele, que quando se liga promove a 
liberação do TSH).  
*T3 é biologicamente ativo e T4 é reserva/armazenamento rápido, é inativo, mas com a perda de 
um iodo se torna T3. 
Quando os hormonios estão baixos, por feedback negativo o TSH é liberado, da mesma forma que 
quando as concentrações de T3 e T4 circulante estão adequadas, essas concentrações modulam a 
não liberação de TSH. A tireoide saudavel por tanto libera T3 e T4 na medida que precisa e é 
regulado pelo TRH e TSH (meia vida longa; é metabolicamente inativo – só tem ação na tireoide; 
tem receptor específico para o TSH na tireoide, sendo que quando ele se liga a produção dos 
hormonios; molécula muito estavel na circulação; sai do cerébro e cai na circulação para chegar a 
tireoide, sendo facilmente dosado -> pode ser dosado por quimioluminescencia). O grande 
marcador é TSH, independente da doença.  
Dentro das células foliculares (ou folículos tireoidianos) há um colóide, tudo que esta mais escuro 
é núcleo de célula na imagem, e dentro é um liquid (colóide), onde acontece a síntese dos 
hormonios T3 e T4 (que só acontece se o TSH se ligar no receptor de alguma dessas células, 
sendo que quanto mais se ligam, maior a produção dos hormonios). 
  
O T4 que perde um iodo pode ser transformado em T3 reverso​, ​que é quando o iodo é retirado do 
lugar errado (e a estrutura especial fica alterada), ele é transformado provavelmente quando as 
concentrações de T3 e T4 estão altas e o organismo quer se desfazer de tudo, inativando 
irreversivelmente o T4 que é inativo mas pode se tornar ativo, a menos que seja transformado em 
T3 reverso, sendo inativo para sempre. 
Tiroxina (T4) - precursor inativo; 
triiodotironina (T3) – forma biologicamente ativa. Tecidos 
periféricos inativam T4 por conversão a T3 reverso;
 T3 reverso é inativado pela conversão em 
T2;
 T4 é ativado em T3 por desiodação do anel externo da molécula de t4; Enzimas – 
iodotironinas desiodases (retira iodo). 
*Também pode ser transformado ainda em T2 (inativo ->sem atividade).  
  
 
Um indivíduo tem uma disfunção tireoidiana por não produzir T3 e T4 (hipotireoidismo), podendo 
ser por várias razões, sendo auto-imune na maioria das vezes. Nesse caso, os autoanticorpos 
atacam a tireoide, que se torna necrótica, fibrotica, não tendo mais colóide, células foliculares. Há 
muio TSH, mas não há tecido para produzir os hormonios, por isso o paciente precisa fazer 
reposição de hormonios. Em termos farmacológicos, o medicamento utilizado é um T4 (que é 
inativo) que para ser ativo precisa que um iodo seja retirado, mas é um metabolismo local (o que 
acontece em individuos saudaveis). O medicamento deve ser tomado em jejum para ser absorvido, 
sendo esse o maior problema da farmacocinética do farmaco, a absorção gástrica/intestinal.   
Anticorpos Tireoidianos ​ ​(autoanticorpos) 
 
Existe a produção e o reconhecimento de alguns autoanticorpos contra proteínas que são 
exclusivas da tireoide, por isso as tireoidites são órgão específicas. 
São proteinas que fazem parte da síntese do T3 e T4. Quando há ligação do TSH com receptor, há 
sintese de uma proteina específica -> tireoglobulina, que pode ser peroxidada, chamada também 
de tireoperoxidase, então, essas duas proteínas são sintetizadas quando o TSH se liga nos 
receptores, sendo jogada no colóide e serve de ancora de sustentação para produção de T3 E T4, 
de forma que as enzimas vão ancorando os iodos e formando o T3 e ancorando os iodos e 
formando o T4. Iodo só existe na tireoide, 100% do iodo que comemos (ex. Sal iodado), vai para a 
tireoide, e ele entra quando há o estímulo pelo TSH, que se junta a molécula de tireoglobulina e 
formara então molécula de T3 e T4. Essas moléculas então voltam do colóide para a célula, existe 
a quebra da tireoglobulina, e a liberação de T3 e T4. 
*A tireoglobulina fica dentro da célula folicular, faz parte dela. 
Tem pessoas que tem predisposição genética para reconhecer a tireoglobulina, e começam a 
produzir anti-tireoglobulina ou anti-TPO, que são proteínas (uma enzima e outra de ancora) que 
estão ali para ancorar e quebrar a sintese de T3 e T4, elas estão dentro do folículo tireoidiano. 
Uma vez que essas proteínas são reconhecidas (não se sabe o porque exatamente), há então a 
produção de autoanticorpo contra essas proteínas que estão no folículo (hipotireoidismo). Existe 
um outro tipo de autoanticorpo, que é um anticorpo contra receptor de TSH, no entanto, o receptor 
entende que é um TSH se ligando, havendo hiperfunção, muita produção de T3 e T4 
(hipertireoidismo).  
“- As células foliculares da tireóide sintetizam moléculas de tireoglobulina, que são secretadas 
para o colóide do folículo da tireóide;
- Às moléculas de tireoglobulina (no aminoácido tirosina) 
são fixadas o iodo oxidado (I3), formando a monoiodotirosina e a diiodotirosina; - A tiroxina, 
assim como a triiodotironina, são formadas usando a tireoglobulina como base, que é armazenada 
na glândula.
- As moléculas são clivada e os hormônios T3 e T4 são liberados separadamente.
-- 
A clivagem é feita pelas peroxidases encontradas nos lisossomos.” 
 
*São doenças silenciosas, tendo sintomatologia nos casos de hiper ou hipofunção. Em termos 
laboratoriais isso é visto pelo TSH. 
No hipotireoidismo, no exame de ultrassom (diagnostico primário) é possível observar 
micronódulos ou pseudo-nódulos que são benignos mas demonstram a atrofia da glandula, 
havendo um dano causado por autoanticorpo. Nódulos a cima de 1 cm não são hipofunção, pode 
ser cancer, ou outra coisa. 
Tireoidite de Hashimoto (hipofunção) 
Células T reconhecem o que é próprio, principalmente proteínas tireoglobulina e tireoperoxidase, 
que são as enzimas que estão envolvidas na síntese de T3 e T4, que fazem parte dos folículos 
tireoidianos, e são atacados/reconhecidos, há produção de anticorpos contra essas proteínas e esses 
autoanticorpos atacam o antigeno, formando imunocomplexo que leva a dano tecidual (necrose, 
apoptose, etc), e como as células foliculares não se regeneram. Esse dano não gera sintomatologia, 
só há sintomatologia quando não houver mais produção de T3 e T4. Não se trata antes de haver 
dano tecidual, quando há o dano suplementa o paciente com T4. Exemplo, no caso de ser feito um 
diagnostic de um paciente que tenha só 10% de dano da tireoide e ve que os autoanticorpos estão 
ativo no soro do paciente (por ELISA), o TSH ainda não esta alterado, o medico ira dizer para 
esperar, porque não tem como freiar a produção desses anticorpos, não existindo um tratamento 
seletivo que diga para a célula B não produzir o autoanticorpo. No caso de tratamento com 
imunossupressor o custo benefício para o paciente não compensa (existem doenças como lupus 
que se toma). 
*Hipotireoidismo: TSH a cima do valor de referencia, feito por quimioluminescencia -> 
hipofunção. 
  
A hipofunção não é necessariamente causada por doença autoimune, pode ser por medicamento, 
por radioatividade, etc. Para saber se é doença autoimune (90% dos casos) é possivel dosar os 
autoanticorpos (anti-TPO ou anti-tireoglobulina), que confirma diagnostico. Esses autoanticorpos 
tem produção flutuante no corpo, as vezes não tem, as vezes tem mais (stress é um fator que 
aumenta a produção, gravidez, entre outros).  
- 3 mecanismos propostos (slide 11) 
Deficiência de hormônios produzidos pela glândula tireoide: a tri-iodotironina (T3) e a tiroxina 
(T4).
; TRH aumentado (não é muito feito, pois é caro)
; TSH aumentado; T3 e T4 normais ou 
diminuídos (só serve associado ao TSH). 
 Manifestações clínicas como: Fadiga;
 sonolência
; lentidão muscular;
 aumento do peso 
corporal;
 diminuição da frequência cardíaca; Dislipidemia.  
 
Doença de Graves 
É basicamente mediada pelo autoanticorpo que se liga ao receptor de TSH, “mimetizando” o TSH 
e estimulando a produção dos hormonios, além do próprio TSH produzido pela hipófise. Ainda 
existe o controle tecidual de transformar T3 em T2, em T3 reverso, mas é tanto T3 e T4 que chega 
que existe hiperfunção, havendo um metabolismo totalmente acelerado.  
Nesse caso não há dano tecidual, há dano no receptor mas eles são renováveis, a grande 
consequencia é produção excessiva de T3 e T4. 
 
É usado iodo radioativo (todo iodo que ingerimos vai para a tireoide, por isso é muito seguro) para 
matar toda a tireóide (folículos tireoidianos) nesses casos, e suplementa com T4. 
Diagnóstico: TSH reduzido (por ter muito T3 e T4 circulante); TRH reduzido; T3 e T4 livres 
aumentados; Anti-rTSH  

Manifestações clínicas como: 
Batimento cardíaco acelerado ou irregular; 
Perda de peso; 

Nervosismo e irritabilidade; 
Tremores; 
Exoftalmia (casos não tratados); 
Aumento da tireóide 
(bócio); 
Excesso de suor; 
Mudanças nos padrões menstruais; 
Aumento da sensibilidade ao 
calor; 
Aumento do apetite; 
Fadiga (cansaço por excess de movimentação); 
Astenia (fraqueza 
muscular); Dificuldade para dormir; 
Pele grossa e cabelos finos e frágeis. 
 
*Exoftalmia: Excesso de T3 e T4 faz com que haja proliferação exacerbada do fibroblasto que 
ancora o globo ocular, projetando um novo tecido atras do globo ocular e ele “pula para frente”, 
mas não altera função, só estética. 
Exames laboratoriais (todos por quimioluminescencia)  
•Anti-TPO;
 
• Anti-receptor de TSH (TRAb);  
• Anti-tireoglobulina; 

• ​TSH
; 
• T3; 

• T4 livre;  
 
Doença Celíaca 
 
Esta relacionada com a exposição ao gluten (transgenicos aumentaram a incidencia -> 
farinha/trigo transgenicos tem mais gluten, pois o mercado exige coisas gostasas, faceis de fazer e 
mais baratas, presente em farinhas com mais gluten). A medida que o gluten quebra no nosso 
intestino, vamos tendo componentes antigenicos, e ele induz a uma auto-imunidade que ira 
danificar o intestino.  
Marcadores genéticos específicos  
  
A exposição ao gluten seria a exposição ambiental (50%), mas precisa dos outros fatores, 
predisposição genética, para ter a doença auto-imune. É diferente da intolerancia a lactose, que o 
individuo não tem a lactase e não quebra a lactose em glicose e galactose,não absorvendo essa 
lactose e levando a sintomatologia gastrointestinal que ocorre naquele momento, ou seja, retirando 
a lactose passa os sintomas. Já a intolerancia ao gluten autoimune, basta se expor um dia que o 
desencadeamento provocado pelo gluten leva uns tres meses para passear, levando a uma reação 
exacerbada autoimune, com hipersensibilidade prolongada.  
*O diagnóstico para doença celíaca só é confirmada 100% com biópsia intestinal; ou 
genotipagem. 
Desordens relacionadas ao gluten: Doença celíaca (tem marcador laboratorial reagente);
 
Sensibilidade ao glúten não celíaca (tem sintomatologia de celíaca mas não tem marcador 
laboratorial reagente – também é autoimune); Alergia ao trigo. (Autoimunes;
 Alérgicas;
 Não 
autoimunes, não alérgicas) -> em todas as situações é necessário retirar o gluten da dieta. 
Alergia: reação de hipersensibilidade mediada por IgE e mastócito; 
Bioquímica do Gluten 
O gluten ta dentro do grão do trigo, então, quando se come o trigo, existe a bioquimica das 
lectinas ou glutininas e das proteínas, que são quebradas em gluten, que se separa em dois tipos: 
gliadina e glutenina. Até então, se trata de antígenos não próprios, no entanto, a 
alpha/beta/gamma/omega-gliadina pode ser quebrada por um transglutaminase (enzima própria), 
que retira um grupamento glutamico. A gliadina é processada pela transglutaminase e é 
transformada em gliadina deaminada (produto que fica e é absorvido ou jogado nas fezes). 
Quando existe em individuos pré-dispostos geneticamente, A transglutaminase sai do tecido para 
deaminar a gliadina em gliadina deamiase, e ela é uma enzima que é reconhecida como antigenica 
(mesmo sendo própria), e começa a ser então produzido anticorpos anti-transglutaminase no 
lumen intestinal (anticorpos majoritoriamente IgA, mas também IgG).  
 
 
Fisiopatologia da Doença 
O gluten é quebrado em gliadina e a gliadina é deaminada pela transglutaminase (TG2) em uma 
microvilosidade do intestino.  
*Abaixo da célula epitelial tem a planta basal (nas microvilosidades) que é cheio de 
transglutaminase. 
No indivíduo pré-disposto geneticamente a desenvolver doença celíaca, a transglutaminase 
tecidual no momento que vai atuar na gliadina, para transformar ela em gliadina deaminada, ela se 
expõe, a uma célula apresentadora de antigeno que reconhece a TG2, passa as informações para o 
linfócito T, que passa as informações para o linfócito B, que se diferencia em plasmócito e há 
produção de anticorpo anti-TG2 (anti-transglutaminase tecidual), que cai na circulação ou fica e 
ataca a própria enzima, atacando o epitélio tecidual e gerando inflamação. Quando o anticorpo 
ataca, há formação de imunocomplexo, que leva a processo inflamatório constant e a sintomas 
gastro-intestinais (diarréia (nada é absorvido), sindrome de má absorção, vomito, nausea, etc). 
*Indivíduo adulto, saudavel com hemograma apresentando macrocitose normocromica -> 
deficiencia de B12/anemia megaloblástica ou anemia microcítica normocromica -> anemia 
ferropriva ​ ​ pode ser sindrome de má absorção por doença celíaca. 
Existe também a produção de IgA secretório anti-TG2 que pode ser liberada no lumen instestinal, 
mas não determinamos na secreção inststinal, e sim no soro, então isso é extravasado também para 
o soro.  
 
 
Dependendo da quantidade de gluten que o individuo esta ingerindo, pode haver progresso rápida 
ou lenta e o dano tecidual começa a acontecer independente da sintomatologia gastro-intestinal 
desencadeado pelo gluten. Essa inflamação persistindo por muito tempo (continuar com gluten na 
dieta) causa dano irreversível em microvilosidade (vista em biópisia intestinal). Existem 4 estágios 
que podem ser observadios:  
Estágio 1: Sem nenhum dano, paciente tem doença celíaca diagnosticada no inicio e retira o gluten 
da dieta. 
Estágio 2: Tem certa inflamação, e as microvilosidades já estão menos organizadas. 
Estágio 3: Há perda de microvilosidade (ainda é reversível) 
Estágio 4: Intestino praticamente liso, danificado, sem capacidade de absorção (irreversível). 
Nas porções mais anteriores das microvilosidades, existe uma protéina chamada endomísio. No 
indivíduo saudável, as células do sistema immune não chegam até o endomosio, que fica sempre 
escondido, portanto, nunca foi mostrada a um linfócito T. No caso de um indivíduo com doença 
celíaca que chega ao estágio 4, o endomísio começa a ficar exposto, e a APC reconhece e começa 
a ser produzido anticorpo anti-endomísio (IgA e IgG), piorando o quadro, pois há piora da 
inflamação tecidual. 
Testes Sorológicos 
  
 
O indivíduo pode ter anti-transglutaminase reagente, anti-endomísio não reagente -> é doença 
celíaca com epitélio intestinal preservado; ou anti-transglutaminase reagente e anti-endomísio 
reagente -> doença celíaca com dano tecidual importante.  
*Anticorpo IgA é majoritário, no entanto, 30% da população não produz IgA, portanto dara não 
reagente. Por isso, é necessário se certificar que o paciente é secretor de IgA, sendo necessário 
fazer o IgA total, no caso de ser não secretor, avalia o IgG. 
Anti-transglutaminase IgA: Há superioridade dos testes para determinação de anticorpo 
antiendomísio e do TTG, ambos da classe IgA, em relação ao teste para antigliadina. 
Considerando a maior facilidade da dosagem do TTG, aliado a elevadas sensibilidade e 
especificidade na população pediátrica e adulta, este é o teste sorológico de escolha para avaliação 
inicial dos indivíduos com suspeita de intolerância ao glúten.  
Anti-gliadina e anti-gliadina deaminada -> não tem sensibilidade; anti-transglutaminase 
Elisa indireto; Pesquisa de IgG; Pesquisa de IgA 
 
A deficiência de IgA atinge uma em cada 333 pessoas. A transmissão é autossômica dominante 
com penetrância incompleta. 
A deficiência de imunoglobulina A
IgA < 10 mg/dl com IgG e IgM 
normais. 
 
Anti-endomísio IgA e IgG: IFI (imunofluorescencia indireta) em cortes de esôfago de primatas 
(ricos em endomísio) -> antigeno (a pesquisa é de anticorpos no soro do paciente). 
Endomisio (marcador de dano) é feito por manualmente por imunofluorescencia indireta, 
anti-TG2 é feito por ELISA. 
 
Aula 2 – Doenças Reumatológicas  
 
Donças com dores nas articulações. 
 
Artrite Reumatóide 
Doença mais comum das doenças auto-imunes de baixa prevalencia. A sintomatologia é muito 
variável de paciente para paciente, mas no geral, por ser uma doença muito agressiva os pacientes 
tem uma baixa qualidade de vida.  
A artrite reumatóide é uma doença que atinge todas as articulações, mas a prevalencia é maior em 
pequenas articulações, principalmente das mãos e cotovelos (membros superiores). Os mesmos 
marcadores laboratoriais do diagnostico são usados para prognóstico, para saber se o tratamento 
esta funcionando.  
A A.R. é exatamente 50/50 dos fatores ambientais e geneticos, ou seja, 50% culpa do ambiente 
(relacionado com o espectro de sintomatologia) e 50% culpa da genética. Tabagismo desencadeia 
fortemente A.R, fumaça, partículas de poluição, pois o auto-anticorpo se desenvolve no pulmão 
(erro na produção de alguns anticorpos que desencadeia na A.R).  
A idéia é que o indivíduo pré-disposto geneticamente começa a produzir dois auto-anticorpos, e a 
medida que há a junção do ambiente com a pré-disposição genetica, há produção dos anticorpos 
(fase de auto-imunidade), uma fase de transição, até que surge as primeiras sintomatologias (fase 
articular), onde há perda de cartilagem e degradação óssea (aumento da atividade osteoclástica -> 
retirada de materia óssea do osso; há equilibrio entre as atividades osteoclásticas e osteoblásticas 
-> formação de osso em pessoas saudáveis), causando perda óssea, dor constante, rigidez e perda 
de qualidade de vida. A A.R começa a aparecer em pessoas mais velhas, com uns 50 anos.  
Desde 1978 se tem determinado fatores para fazer o diagnostic genético, pois o diagnostico clinico 
laboratorial é dificil de ser feito, sendo que todos eles devem ser considerados para o diagnostico 
(clinico, laboratorial e genético).As vezes se começa o tratamento sem nem ter certeza se é A.R, e 
respondendo ao tratamento continua. A genotipagem pode ajudar, pois existe um gene específico 
relacionado com a pré-disposição para desenvolver a doença, no entanto, não são rotina e não são 
preconizados, mas se tem acesso se faz.  
*O HLA-DR4 esta muito associada a A.R e pode ser usada para fazer diagnostico (os teste 
genéticos são a ultima opção). 
A imagem abaixo é um pulmão, e onde entra o ar é onde entra coisas que podem desencadear o 
erro de formação do auto-anticorpo (Ex. Cigarro, partículas de silica, poluição, microrganismo, 
etc). Em pessoas pré-dispostas, essas partículas entram, chegam no pulmão e aumentam a 
expressão da enzima PAD, enzima que transforma o aminoácido arginina em citrulina (chamado 
citrulinação). O organismo faz isso em condições normais, pois em algumas situações há 
necessidade de termos aminoácidos que tenham citrulina (ex. Colágeno tem muitos aminoácidos 
com citrulina). A citrulina só é produzida no nosso organismo. No entanto, não é normal tem 
citrulinação em demasia (acontece na A.R). Então, as partículas de fumaça, poluição, etc, que 
chegam via pulmão, fazem com que a enzima aumente sua atividade e faça com que isso aconteca 
com maior facilidade, fazendo com que haja o maior numero de proteinas citruniladas, além disso, 
elas tem uma caracteristica cíclica, e são chamadas de proteinas ciclicas citruniladas, ou peptídeos 
cíclicos citrunilados. Os pulmões são ricos em células dendítricas (APC -> reconhecem e 
apresentam antígenos para as células produtoras de anticorpos), para reconhecer partículas não 
próprias/reconhecimento antigenico para defesa do organismo. No entanto, um pulmão que é rico 
em células dendríticas, em pacientes com A.R, começa a reconhecer as proteinas citruniladas que 
agora estão em grande quantidade, reconhecendo como algo estranho (antigeno) 
*Se a célula dendrítica e APC’s reconhecem algo como antigeno, o organismo produz anticorpo, 
sendo próprio ou não próprio. Então, as células dendríticas reconhecem as proteínas cíclicas 
citruniladas, passam as informações para o linfócito T que faz resposta atraves da produção de 
citocinas inflamatórias e passa informações para as células B que produzem anticorpo contras as 
proteínas cíclicas citruniladas (ACBA). Eles são responsáveis por 99% dos casos de A.R, pela 
detecção dos auto-anticorpos no soro do tipo IgG (majoritariamente) e IgA (IgA porque é no 
pulmão).  
  
Isso chega nas articulações por desencadeamento, sendo isso que acontece no pulmão o inicio, 
onde a pessoa não tem nem sintoma, demorando anos para ter sintomas. Aos poucos, o organismo 
começa a produzir cada vez mais os anticorpos anti-CCP. Esses anticorpos que começaram a 
serem produzidos no pulmão caem na circulação (IgG e IgA), e são produzidos constantemente. 
Depois que eles caem na circulação, eles param nas articulações pois elas são ricas em colágeno, 
que é rico em CCP. 
*CCP – proteínas cíclias citruniladas 
Toda vez que o anticorpo encontra o antígeno leva a toda a resposta imunológica com dano 
tecidual pelos fagócitos, liberação de citocinas pré-inflamatórias, etc e degradação de colágeno, 
que causa inflamação na articulação, com formação de nódulos e edemas. Então, antes do paciente 
perder o osso e ter rigidez, ele tem edema e dor, pela inflamação nas articulações. 
No indivíduo saudável, osso não encosta, tem matriz extracelular, colágeno, células sinoviais, 
liquid sinovial, tendão, musculatura.   
*Edema nas pequenas articulações é usado para fazer diagnostico de A.R, que precisa ser bilateral. 
Os macrófagos liberam TNF-alpha e IL-6 que são responsáveis por desencadear tudo, sendo 
responsável por 90% da sintomatologia. O anti-CCP encontra seu antigeno (CCP), forma 
imunocomplexo, recruta macrófago e libera citocinas pré-inflamatórias que produz TNF-alpha e 
IL-6 que causa inflamação da articulação e edema, sendo responsável por mais de 80% do dano. 
Majoriatoriamente os fármacos para tratamento (biológicos->anticorpos) são para amenizar essas 
duas citocinas.  
- Anti-CCP: esta presente em 95% (especificidade) do soro das pessoas com A.R. (melhor marcar 
diagnostico) 
Fator Reumatóide: Auto-anticorpo (anticorpo anti porção Fc de IgG), presente no soro de 75% 
(especificidade) das pessoas com A.R. 
*Porção Fc nunca muda, apenas sustenta a porção Fab que é a porção que reconhece os antígenos. 
Não tem muita função, logo tem pouca variabilidade, então a porção Fc de IgG é igual para todas 
as IgG (inclusive entre espécies), e é reconhecida pelo sistema imune na A.R, havendo produção 
de anticorpo anti-porção Fc de IgG (chamado fator reumatóide); 
A atividade osteoclástica (degrada osso) tem a atividade aumentada, pois quando o anticorpo 
anti-CCP reconhece uma CCP no osso, faz a ativação do osteoclasto, aumenta sua atividade e 
começa a “comer” o osso inteiro, e liberar CXCL8, que recruta neutrófilo, que produz IL-6 e mais 
CXCL8 que faz o reconhecimento de mais CCP e leva a inflamação. Nesse caso, ainda tem osso, 
individuo tem mais inflamacão e edema. A interleucina 17 (IL-17), é produzida por um linfócito e 
ela produz na presença de fibroblasto sinovial TNF e IL-1 (aumenta a atividade da enzima 
metaloproteinase), que degrada proteína (colágeno), havendo perda da cartilagem, que leva a dor e 
perda de mobilidade (rigidez).  
Critérios de classificação da A.R. (slide 12) -> não é necessário marcador laboratorial para dar 
diagnostico de A.R, mas sempre há pedidos laboratoriais. 
*Estudar protocolo clinico 
Tratamento da A.R é para inibir as citocinas pró-inflamatórias, não tem como inibir a produção do 
auto-anticorpo. 
Determinação do fator reumatoide  
- Aglutinação em látex (Prova de latex: reação qualitativa/semi-quantitativa) 
-Turbidimetria  
-Nefelometria  
Determinação de anticorpos anti- proteínas cíclicas citruniladas  
- Elisa anti-ccp IgG (proteínas citruniladas - descontinuado)  
- Elisa anti-ccp2 IgG (peptídeos clícicos citrunilados)  
- Elisa anti-ccp3 IgG (peptídeos clícicos citrunilados incluindo outros epítopos)  
- Elisa anti-ccp3.1 IgG e IgA 
 
Febre Reumática 
 
Doença autoimune sem auto-anticorpo. É um anticorpo mas não é um auto-anticorpo, mas se 
comporta como se fosse. Em termos de desencadeamento é igual a A.R, ambiente 50% (nesse 
caso a própria infecção por S. pyogenes) e genética 50%, mas quem desencadeia é o 
microrganismo Streptococcus pyogenes (coco gram positivo, hemólise total -> beta hemólise, 
sensivel a bacitracina). Algumas cepas são potencialmente patogênicas (potencial 
reumatogenico), e em indivíduos geneticamente pré-dispostos podem desenvolver febre 
reumática.  
S. pyogenes causa faringite, laringite, infecção no trato respiratório superior. Dos dois aos 
dezoito anos há muita prevalência de infecção no trato respiratório superior, por meio do 
contato principalmente (escola). Dessas pessoas que desenvolvem a infecção e tem 
pré-disposição genética para febre reumática terão crises reumatológicas.  
A sintomatologia é a partir de alguma infecção que leva a crise, fica por um mes, dois e 
depois some, por isso diminuindo a exposição ou tratando o paciente é possível diminuir as 
crises de febre reumática.  
O S. pyogenes possui fatores de virulência (proteínas produzidas pelo microrganismo que 
“lutam” contra o nosso sistema imunológico e vencem). Quando a bactéria tenta colonizar o 
tecido, alguns fatores de virulência facilitam a colonização e fazem com que a bactéria cresca 
e o sistema imune não da conta. Um dos fatores de virulência, é chamada de streptolisina, e é 
dividida em duas: streptolisina O (ambiente aerobio) e streptolisina S (ambiente anaerobio). A 
streptolisina O é bastante abundante e é liberada no local da infecção, e o individuo 
pré-disposto geneticamente desenvolve pela presença da streptolisina uma produção em 
excesso um anticorpo (anti-streptolisina O -> ASLO ou ASO). Logo, não é um 
auto-anticorpo, pois é um anticorpo contra um antígeno não próprio.Em pessoas saudáveis, ao entrar em contato com o S. pyogenes, desenvolver a infecção e 
fazer o tratamento, há a presença de streptolisina O, e o sistema imunológico reconhece, e 
produzira ASLO, mas isso não desenvolve febre reumática. O indivíduo saudável ,após uma 
infecção da orofaringe produz e libera na circulação ASLO menos que 200 UI/mL.  
O individuo pré-disposto geneticamente a desenvolver febre reumática pode produzir na 
presença de streptolisina O mil vezes mais que os 200 UI/mL que é encontrado em indivíduos 
saudáveis, sendo essa a diferença e o grande problema.  
A relação da streptolisina O com a doença é por causa de mimetismo molecular. A ASLO mil vezes 
aumentada na circulação vai se depositar em três locais e se liga em tecidos e reconhece antígenos que 
não deveria reconhecer, ou seja, a presença de uma quantidade exacerbada de ASLO circulante, faz 
com que esses anticorpos se depositem na articulação, coração (causando cardiopatias) e vasos 
periféricos, principalmente membros inferiores. A mais comum é nas articulações, onde o anticorpo se 
liga no colágeno/na cartilagem. A cartilagem não tem streptolisina O, e os anticorpos se ligam nesses 
tecidos porque estão em grande quantidade e se confundem (cross reactivity ou mimetismo molecular) 
(Ele se liga porque se engana e porque esta em altas concentrações). E isso causa dano 
tecidual/inflamação (levando a dores muito intensas, de não conseguir andar), mas é uma doença muito 
controlável, então não há muitos estudos e mecanismos elucidados. Mas a presença de anticorpos 
ASLO no soro de uma criança é 100% de certeza que ela esta tendo uma crise reumatologica por uma 
infecçãoo previa de orofaringe e tem pré-disposição genética. A longo prazo (depois de várias crises) 
há dano cardíaco, pois o anticorpo se liga e causa insufiecincia cardíaca, não tendo contração cardíaca 
adequada. Por isso é importante tratar para que não tenha crises, consequentemente dores articulares e 
não levar a um dano cardíaco. 
Logo, a presença do anticorpo (ASLO) no soro do paciente a cima de 200 é certo que ele tem febre 
reumática, mas a não presença não significa que ele não tem. O problema é que talvez não pegamos 
isso depois da crise, pois a instalação da infecção na orofaringe pode não se desenvolver por completo 
e há uma crise mais branda, que leva a uma dor articular e se confunde com outras coisas. 
O ​diagnóstico da febre reumática é clínico, não existindo sinal patognomônico ou exame 
específico. Os exames laboratoriais, apesar de inespecíficos, sustentam o diagnóstico do processo 
inflamatório e da infecção estreptocócica. 
Achados Laboratoriais 
  
*Pesquisas quando não se tem ASLO no soro; olhar as diretrizes da OMS 
Pesquisa de ASLO 
Pode ser por aglutinação em latex; turbidimetria; nefelometria. 
-> No geral até 2 anos as crianças não tem infecções de orofaringe, o diagnostico começa a 
aumentar depois dos 7 anos. 
 
Aula 3 - FAN-HEP 2 
 
Diagnóstico de grupo de doenças auto-imunes (FAN – pesquisa de anticorpos contra antígenos 
celulares). A maioria dos auto-anticorpos são contra estruturas do núcleo,mas hoje se sabe que 
também existem anticorpos conta outras estruturas da célula. Por isso o nome mudou para PAC 
(pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares), mas o nome FAN continuou. De 12-14% da 
população tem FAN reagente sem doença auto-imune (marcador pouco específico e pouco 
sensível), então o FAN só é pedido se tem dados clínicos que sugere doença auto-imune.  
Reações de Imunofluorescencia  
Reação onde o conjugado esta ligado a um fluorocromo. No FAN é feito imunofluorescencia 
indireta (pesquisa anticorpos), então há um antigeno no reagente. Então o substrato é um antigeno 
que esta fixado na lamina, coloca o soro do paciente, onde o anticorpo se liga no substrato e em 
seguida se coloca um conjugado (anticorpo anti IgG humano) ligado a um fluorocromo na porção 
Fc do anticorpo (ligação covalente), que tem capacidade de excitação e ele emite fótons de cor 
(verde -> isotiocianato de fluoresceina / FITC). 
*Na pesquisa direta se pesquisa antigeno, ex. Clamidia em amostra cervico-vaginal (é raro). 
Na lamina para se fazer a pesquisa de FAN, o fabricante coloca na lamina uma célula de laringe 
humana (HEP-2) (cresce bem e é grande). 
 
 
 
O microscópio de fluorescencia tem uma caixa acoplada com uma lampada UV no microscopio de 
luz. Além da lampada tem um espelho dicróico que capta a emissão da luz UV e dieciona 90 graus 
para a amostra, que pode ter ou não fluorocromo, que excita e libera fótons que vão ser vistos pela 
objetiva.  
Fluorocromo: São moléculas que absorvem luz em comprimento de onda baixo e elevada energia 
e emitem luz em comprimento de onda maior, de menor energia, fenômeno conhecido como 
fluorescência. A cor emitida depende da caracteristica quimica do fluorocromo e precisa de um 
filtro para ver em determinado comprimento de onda. 
Pesquisa de autoanticorpos em células Hepiteliais Humanas (HEp-2)  
Fator antinúcleo (FAN), hoje denominado “pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares” 
(PAAC) em soro de pacientes com suspeita de doença auto-imune.  
A célula de faringe humana (HEP-2) esta na lamina e se coloca o soro do paciente, que se tiver 
anticorpo ira se ligar. Coloca o conjugado, que se liga no anticorpo e no microscopio iremos ver 
fluorescencia (verde), nesse caso, é reagente. No entanto, o anticorpo (existem várias doenças) 
pode ser contra diferentes partes da célula (ex. Nucleo, nucléolo, mitocondria, etc), e isso pode ser 
evidenciado olhando no microscópio, no entanto não se sabe a exatamente o que é contra, por 
exemplo, lupus se ve que tem anticorpo contra núcleo, no caso é contra DNA, mas só se sabe que 
é contra o núcleo). Para distinguir uma doença e outra depende do padrão que se ve no 
microscopio, para saber de que tipo de anticorpo se trata. Existem cerca de 30 padrões diferentes 
na imunofluorescencia.  
A célula HEP-2 é uma célula normal, possui todas as estruturas. Quando ela esta em interfase ela 
não esta se dividindo, e quando ela esta em mitose ela esta se dividindo. Logo, elas podem estar 
nessas duas situações. As células em cultura celular são cultivadas para crescerem, lá tem todos os 
nutrients e substancias essenciais para isso. Existem células que “boiam”, não se aderem 
(geralmente células sanguineas, células circulantes), e outras que grudam/se aderem no plastico da 
garrafa de cultivo, pois possuem moleculas de adesão (caso da HEP-2), formando uma 
monocamada (elas não ficam uma em cima da outra, gostam de se aderir e ficam uma ao lado da 
outra). O fabricante faz esse cultivo e depois coloca essas células que se dividem na lamina até 
ocupar todo o espaço com tinta de alto relevo nos espaços sem a tinta. Depois de se dividir ela 
entra em interfase, ou seja, ela fica metabolicamente ativa. Quando o fabricante percebe que o 
espaço foi ocupado 95%, a lamina esta pronta e deve ser fixada (ex. com metanol, formaldeido) 
para matar a células mas preservar suas caracteristicas morfológicas, estando pronta para uso. No 
momento da fixação, 90% das células estão em interfase e 10% em mitose. No geral, a maioria 
desses 10% há mistura de metafase e telofase.   
É importante que se tenham células em interfase e em mitose, pois, por exemplo: Lupus é uma 
doença com anticorpo contra núcleo e existem outras doenças contra núcleo. Se a pessoa tem 
anticorpos anti-DNA (não é o mais comum), quando ele encontra o DNA da célula, ele faz 
inflamação e gera toda a sintomatologia do lupus (dores articulares, doença renal, etc). Então, a 
presenca de células em mitose e interfase garantem se o anticorpo é contra o DNA ou outra coisa 
que tem no núcleo mas não DNA (possuem caracteristicas diferentes na coloração).  
*Na metafase, o DNA esta na forma de cilindro.  
*No HU cerca de 14% dos FAN são reagentes 
Leitura 
Definição da região celular fluorescente 
  
*Reações em interfase; uma célula tem no máximo 6 nucléolos  
A célula em metafase é chamada de placa

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