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Imunologia Clínica Aula 2 – Reações imunoenzimáticas Imunocromatografia Vantagens: Rápido – 15 seg. a 2 minutos; Específico; Não requer automação Desvantagens: Qualitativo; Pouco sensível; Efeito Hook Placa: Se abrir ele, dentro tem uma fitinha (polímero clássico -impermevável) e em cima dele é colocado uma substancia, um papel absorvente específico (sem cargas elétricas), para que se coloque a amostra ali e ela deslize/se difunda por concentração. Nesse caminho, o fabricante coloca alguns reagentes que interessam. No início se coloca a amostra (25/50 microlitros), geralmente ali tem uma quantidade significativa de anticorpos ligado a ouro coloidal. Na hora que coloca a amostra, que é líquida, esse ouro começa a andar junto com o anticorpo na fita. No final, existem dois locais, o controle e teste. No T, tem anticorpo contra o antígeno que se esta pesquisando, ex. Beta HCG. No caso da paciente não ter beta HCG, o anticorpo que veio com o ouro coloidal passa por cima da parte T, e após isso há uma outra parte com um outro anticorpo contra IgG de camundongo, dando o risquinho do controle (para ter certeza que a amostra veio, que o anticorpo funcionou e ele foi capturado no final, validando o teste). No caso da amostra ser positiva, quando ela é colocada na fita, no começo onde há ouro coloidal, um dos epítopos (antígeno tem dois epítopos –na imagem: um redondo e um pontudo), e o anticorpo vai então se ligando. Quando chegam na primeira etapa, onde tem os anticorpos anti beta HCG, o anticorpo se liga em uma outra região, que não a região do primeiro anticorpo (ele captura o beta HCG que estava passando). Consequentemente, o anticorpo com o ouro coloidal, ira ficar sequestrado na linha do teste. No entanto, sempre há excesso ali, para que consiga chegar no controle final, sobrando anticorpos que vão ser capturados no final. Por isso, no caso de ser positivo a linha do controle fica um pouco mais fraca, pois metade dos anticorpos já fico no teste. Hoje em dia, já existem imunocromatografias que detectam anticorpos diferentes, ex. Teste rápido para dengue que detecta IgM e IgG. FPIA (Fluorescence Polarization Immunoassay – fluorescência polarizada) Vantagens: Rápido; sensível; Fácil operação (automações) Desvantagens: Background (Ruído); Apenas para haptenos; Requer branco da amostra Teve bastante uso na década de 90, hoje em dia perdeu bastante espaço. Equipamento: mandava uma luz polarizada (vários movimentos de onda) e junto tinha um tubo e um anticorpo com fluoresceína (substancia fluorescente), estando livre no líquido. Na hora que se coloca a amostra, a amostra negativa tem menos atrito dentro do líquido, e a luz que passa é despoarizada. No caso de uma amostra positiva, o anticorpo se liga na amostra, diminuindo a velocidade de rotação pelo aumento de atrito dentro do tubo, consequentemente a luz passa mais, despolarizando menos luz. Existe então, uma luz polarizada, um tubo com anticorpos e um equipamento que detecta. *É um método muito rápido, mas a imuno em geral não tem exames de urgência, não havendo necessidade dessa rapidez. Imunoensaios Heterogeneos RIA (Radioimmunoassay) Reagentes marcados: Antígeno marcado – I125 (Raios gama); H3 (Raios beta) -> cada um precisa de um equipamento, pois são radiações diferentes uma da outra; radioisótopo mais utilizado é o I125 (57,5 dias); H3 tem meia vida de 12,3 anos (precisa ser armazenado por muito tempo para poder ser descartado). Ensaios com marcadores radioativos *Só pessoas com curso específico podem comprar e usar os equipamentos. Pouco usado na rotina atual: exige profissional com credenciamento na CNEN (curso de seis meses em São Paulo) Um dos componentes do sistema é marcado com isótopo radioativo Ensaios competitivos : o reagente marcado é = à substância que se quer dosar (antígeno) (RIA/RIE) (maioria são competitivos) Ensaios não competitivos: o reagente marcado é um segundo anticorpo (IRMA) Radioimunoensaio clássico (RIA): Tem um tubo com anticorpos fixados, quando coloca a amostra, ela se liga, mas, ao mesmo tempo, o equipamento colocava amostra marcada (pontinho amarelo-imagem), havendo então uma competição, entre o que tem na amostra do paciente e o que esta no reagente. Os dois então se ligam, é lavado e o equipamento mede o quanto tem de radiação. É um teste inversamente proporcional: quanto maior a radiação, menor o resultado. *Teste competitivo sempre tem um analito marcado, e ele sempre vai ser colocado em uma quantidade fixa em todos os tubos (amostra/padrão/calibrador), o que muda é a amostra. IRMA: Alguns equipamentos usavam o IRMA que é uma modificação para fazer o teste imunométrico. Tinha uma fase sólida (podia ser um tubo), um anticorpo fixo, o analito e o anticorpo com iodo tem que se ligar a um epítopo diferente do que se liga o anticorpo do tubo. Se lava, e o equipamento le a radiação. Nesse caso, quanto mais radiação, maior o resultado -> teste diretamente proporcional. Quimioluminescencia Vantagens: Muito sensível; Testes rápidos; Detectam produtos com [ ] de fento (10-15) Desvantagens: Requer automações caras; Alto background ; Sistemas fechados Equipamento: Partícula magnética ligada a anticorpo (anti alfa-fetoproteína: AFP), a AFP se ligava, era lavado e era colocado um outro anticorpo marcado com uma substancia quimioluminescente (ester de acridina), lava, e coloca o substrato com o éster de acridina que vai estimula o substrato mudar de estado energético – fóton, liberando o fóton, no equipamento tem um fotomultiplicador (detector), que detecta fótons. *Não tem enzimas que muda de cor, há uma substancia que muda de estado de energia e libera elétron que vira fóton, e é detectado. Enzimoimunoensaio (ELISA) ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay), ou EIA (Enzyme immune assay), ou EIE (Ensaio imuno enzimático) Princípio básico: Um dos reagentes é imobilizado na fase sólida (agarose, poliacrilamida, poliestireno) enquanto o outro reagente é ligado a uma enzima. Constituintes básicos de uma reação: Fase sólida com ag, ac ou ag/ac ligados; Amostra biológica; Sistema de revelação (conjugado/cromógeno); Reagente de parada da reação (geralmente ácido). Fase sólida (ou suporte da reação): São confeccionadas em poliestireno Tipos de fase sólida: placas com fundo chato (mais utilizadas), tubos, pérolas plásticas, micropartículas, etc (alguns fabricantes utilizam substâncias que melhoram a absorção das proteinas. Ex. NUNC que usa polysorbent). - Conjugado: Varia de acordo com o desenho do teste e pode ser composto de: anti-imunoglobulina ligada com enzima; antígeno ligado com enzima (mais raro). (anticorpo ou antígeno conjugado enzima -> quem decide é o fabricante) - Substrato/ Cromógeno: Será quebrado por uma enzima, e geralmente é uma peroxidase (barata, fácil de coleta), geralmente vem em frasco escuro, pois são fotossensíveis. Enzima: peroxidase Cromógenos ou doadores de hidrogênio: ortofenilenodiamina (OPD); tetrametilbenzina (TMB). Os substratos cromogênicos dão origem a produtos coloridos solúveis por meio da degradação enzimática. Características do ELISA método heterogêneo (após cada etapa, as cavidades são lavadas!!!); elevada sensibilidade e especificidade; relativamente rápido; baixo custo; objetividade de leitura; possibilidade de automação; possibilidade de detectar Ags e Acs; pode ser qualitativo ou quantitativo. Método de competição com Ag. Marcado Tem a fase sólida com anticorpo e amostra, em seguida o equipamento pipeta o mesmo analito que esta sendo analisado, porém marcado, que vão competir pelo menos sítio de ligação, depois ele é lavado para tirar o excesso que não se ligo. Na segunda etapa vem o substrato com a enzima que vai ser quebrado e degradado conforme a quantidade de amostra que a enzima tem e isso ira produzir uma cor, que depende da quantidade de antígeno da amostra do paciente, de modo que a cor é inversamente proporcionala quantidade de antígeno. Método de competição com Ag. Marcado (-/+) Método competitivo mas o paciente não tinha, estava zerado. Tudo que se ligo foi marcado, consequentemente ira ter muita cor. Agora, se tiver muito do paciente no competitivo, irá deslocar o reagente, vai ter muita mais ligação do paciente que o reagente. Consequentemente há menos cor. (-):Cor é inversamente proporcional a quantidade de antígeno sérico. (Ensaio negativo.) (+):Cor é inversamente proporcional a quantidade de antígeno sérico. (Ensaio positivo.) ELISA Ensaio não competitivo tipo sanduiche Pesq. Ag. (+) Agora não há competição, ou seja, a amostra ira se ligar, depois é lavada (tirar o excesso de anticorpos que não se ligo), adiciona um conjugado marcado com a enzima, formando um sanduiche: anticorpo-antígeno-anticorpo. Cor diretamente proporcional a conc. Do Ag. (quanto mais amostra, mais cor). ELISA Indireto pesquisa de anticorpo (+) Tem a fase sólida com antígeno, e se pesquisa um anticorpo do paciente. Na parte sólida com o antígeno coloca a amostra do paciente para ter os anticorpos, deixa um tempo, lava e depois coloca um outro anticorpo (geralmente feito em animal) contra anticorpo humano (ex. IgG, IgM), marcado com enzima, lava, coloca substrato e será formada uma cor, que nesse caso é diretamente proporcional a quantidade de anticorpo. ELISA indireto (-) Nesse caso não tem anticorpo para pesquisar, tem uma placa sem nada, que deve ser lavada, adiciona um conjugado que não se liga, consequentemente ele sera lavado, e na hora que coloca o substrato, não tem enzima par quebrar o substrato, consequentemente irá ficar sem cor. ELISA - captura de IgM Na placa da fase sólida tem um anticorpo e coloca a amostra do paciente. A amostra do paciente pode ter várias IgM, ira incubar, lavar e ai inventaram a grande sacada para diminuir os valores de falso positivos que estava dando, o kit manda inserir um reagente (antígeno), ex. Antígeno codificado para toxoplasma, nesse caso, os anticorpos que forem contra a doença vão capturar o antígeno, e os que não forem não vão ficar, vai lavar e tirar o excesso do que não esta ligado. Depois disso, coloca um anticorpo conjugado enzima contra o antígeno e não contra IgM, se ligando ao antígeno, lava-se novamente, coloca o substrato e revela. É um método diretamente proporcional, sem competição, o que se ganha é especificidade, mas se perde tempo, pois tem uma etapa a mais -> colocar um antígeno para se ligar no anticorpo que foi capturado = captura. *Elisa captura só é feito para IgM Por que para a dosagem de IgM foi desenvolvida a metodologia de captura? E não se utiliza mais o indireto ? Resposta: Falso Positivos; Fator reumatóide (FR) -> muita gente tem fator reumatóide positivo mesmo não tendo artrite, dando falso positivo. Antigamente então tinha-se a plaquinha com os anticorpos, se colocava o soro do paciente, depois era colocado o substrato e revelava. O detalhe era que poderia ter um falso negativo, caso a pessoa tivesse muita IgG, pois o antigeno não sabe que anticorpo ira se ligar nele, se o paciente tivesse ex. Muita IgG para rubéola, fechava os sítios de ligação dos anticorpos do tipo IgM, consequentemente elas ficam livres, iam ser lavadas e teria um falso negativo. Pou outro lado, por ex. O fator reumatóide (anticorpo que produzimos: é uma IgM que se liga a IgG; muita gente tem o fator circulante mas não desenvolve a doença, pelas diferenças de cada sistema imune), se esse fator reumatóide se liga a IgG também, ira ter o IgG da doença ligada, que não ira se revelar, mais o fator reumatóide se liga, e se tem um falso positivo. Ou seja, não era IgM da doença, é fator reumatóide. ELISA de primeira geração Pensando por exemplo no HIV, existe uma janela imunológica (tempo que leva para uma pessoa infectada ter o primeiro teste positivo) de 6-8 semanas, pois o kit era feito com culturas de células infectadas , se colocava a amostra do paciente, os anticorpos se ligavam, era lavado, colocava-se um anti-anticorpo para cada enzima, lavava, colocava substrato e dava a cor. Só que se tinha uma célula infectada que demora para pegar o vírus, degradar ele, apresentar antígenos na sua superfície externa para que se tenha um teste demonstrando máximo de antígeno para capturar os anticorpos, então, para se ter um teste positivo era necessário grande quantidade de anticorpos. ELISA de segunda geração No inicio dos anos 90, houve um salto na janela imunológica, agora de 28-30 dias, por uma modificação nas células infectadas por peptídeos sintéticos. Já se era capaz de produzir o peptídeo do vírus de forma sintética, que era colocada na placa, aumentando a sensibilidade, precisando de quantidade menor de anticorpos. ELISA de terceira geração Na terceira geração, além dos peptídeos sintéticos, foram colocados também antígenos recombinantes, altamente específicos também para IgM (aparece antes), não pegava apenas IgG, detectava ambos. Além disso, ao invez de colocar anticorpo se coloca antígeno marcado (capturado tanto por IgM quanto por IgG), lavava e colocava o substrato. ELISA de terceira geração Janela imunológica de 15 dias, pois, há na placa um antígeno do vírus e anticorpo anti p-24 (primeira proteína que o vírus fabrica quando penetra no corpo humano em grande quantidade), dando positividade no teste quando as vezes não teve nem resposta imune ainda. Detectam então anticorpos do tipo IgM, IgG, e antígeno p24. Por conta disso, acaba tendo “muita coisa” no poço: vírus, anticorpo e antígeno, tendo campo de ligação na plaquinha para os três (IgM, IgG e p24), vai ser lavado, e o reagente é uma mistura de antígeno marcado e anticorpo marcado, porque os dois devem ser revelados, é lavado e revela. É diretamente proporcional, mas agora se faz a relação de duas coisas em um mesmo ELISA. *É um teste muito sensível, mas é difícil de confirmar, tendo que muitas vezes se refazer o teste mais para frente para conseguir confirmar. *Já existem pesquisa para outras doenças com ELISA de 4 geração. Imuno Blotting Não é feita eletroforese – antígenos purificados (5 + controle) fixados em locais específicos: Detecta apenas IgG; Rápido 20 min; é uma metodologia criada por brasileiros, baseada no teste rápido, e faz a pesquisa para mostrar quais anticorpos o paciente tem (mais barato que o western blott -> se faz eletroforese, onde as proteínas que se ligam antes tem carga elétrica). Nesse caso, a amostra da pessoa é colocada, ela vai “nadando” e os anticorpos vão sendo capturados no seu lugar. Depois passa o ouro coloidal em cima de todos, de uma forma lateral para que não pare no primeiro Aula 3 – Reações imunoenzimáticas Os valores de referencia dependem da população que esta sendo estudada, utilizando epidemiologias locais. Os nossos valores tem como base valores estudados no EUA. Antes de darmos um resultado, existem dois conceitos, que nos exames imunológicos, aparecem quase todos os dias: sensibilidade e especificidade. Cut off Limiar de reatividade Analisando o gráfico, existe a população saudável e a população doente. Além disso, existem pessoas que são doentes, mas tem o marcador usado no laboratório baixo, assim como, existem pessoas na população que são saudáveis, mas tem aquele marcador, utilizado para a doença X alto. Logo, existe uma faixa de resultados que não são completamente confiáveis, ficando próximo do valor de referencia. Por isso, na imunologia existe um “terceiro” valor de referencia, além dos reagentes (curva b) e dos não reagentes (curva a), existem os resultados indeterminados (estão na faixa “duvidosa” gerando resultados falsos positivos e falsos negativos). De qualquer forma, existe sempre um valor que determina quem é doente e quem é saudável (título 40 no gráfico), que é o ponto de corte = cut off, sendo ele o melhor ponto, onde se pega poucos falso positivos e poucos falso negativos. Por isso, valor de referencia não é uma verdadeabsoluta. Se a pessoa quisesse deixar o teste dela mais sensível, ela poderia mudar o cut off, de 40, para, por exemplo, 20, de forma que a população doente de sempre positivo, no entanto, isso aumenta os falsos positivos. Por isso, o melhor ponto é onde há equilíbrio entre os falsos positivos e falsos negativos. Também pode-se querer aumentar a especificidade do teste, mas consequentemente, perde-se sensibilidade. *Quanto mais falso negativo (em pessoas doentes), menor a sensibilidade *Quanto menos falso positivo, mais específico (quanto mais próximo de 1 melhor) Gráfico: Limiar de reatividade - Se adotar alpha como cut off = aumenta falsos positivos - Se adotar gama como cut off = aumenta falsos negativos Cálculo cut off Fórmula = Média dos controles negativos (NC) x 3 *É multiplicado pelo valor que o kit determinar Exemplo: Cálculo da média do NC NC 1 DO = 0,070 NC 2 DO = 0,090 Média DO = 0,080 Cut-off = 0,080 x 3 = 0,240 O valor indeterminado (ou zona cinza/ grey zone/ border line) é dado por +10% e -10% do valor cut-off (importante) Dessa forma, os valores de referencia variam, dependendo das amostras, ex. Cut off feito durante a manha e pela tarde. Cut-Off Exemplo de um Kit da Roche Fórmula = (a x NC) + (b x PC) Onde a = 1 b = 0,15 (Dados fornecidos pela empresa) Ex: Cálculo do NC (-) Cálculo do PC (+) NC 1 DO = 0,030 CP 1 DO = 1,151 NC 2 DO = 0,020 CP 2 DO = 1,129 Média DO = 0,025 CP 3 DO = 1,143 Média DO = 1,141 Resultado da fórmula = 0,196 (faz-se 10% para cima e para baixo) Critérios de Interpretação dos Resultados - INDEX - Para evitar que tenha que se fazer mais de um cálculo ao dia, e diminuir chance de erro, se usa o Index, baseado que, cada vez que se faça uma analise, cada analista faz de uma forma, mas os resultados são proporcionais (para cada analista). DO/Cut-off < 0.90 Não Reagente 0.90 > DO/Cut-off < 1.1 Inconclusiva DO/Cut-off > 1.1 Reagente Ex.: DO = 2.10/1.80 = 1.17 (Reagente) DO = absorbância de cada amostra Cut-off: de cada rotina (exemplo: manha ou tarde); a bula que diz como deve ser feito Deverão ser repetidos: - Todos os casos com DO maior que o limite de leitura do equipamento; - Todos os casos negativos com DO < que Zero com evidência clínica ou laboratorial *Não existe absorbância negativa, mas as vezes acontece do limite de detecção estar abaixo Interpretação dos Resultados como (+ ou -) Amostra Positiva: apresentar dois resultados reagentes em rotinas diferentes Amostra Negativa: apresentar resultado não reagente em uma rotina válida. Amostra Inconclusiva: apresentar resultados dentro da zona cinza ou discordantes entre rotinas diferentes *No kit de HIV de 4 geração, pegava-se o antígeno p24 que é formado antes do primeiro anticorpo do tipo IgM. Para liberar o resultado, deve-se confirmar por uma metodologia mais especifica, dando não reagente. O resultado devia ser liberado como suspeita, para repetir o teste, para que de tempo dele soro converter. Por isso, se voltou a utilizar kits de 3 geração. Quem faz 4 geração pode confirmar com carga viral, mas é muito caro. Elisa quantitativo 1o.) Calibradores com concentrações conhecidas 2o.) Faz-se o procedimento normal de ELISA, segundo recomendações do fabricante 3o.) Ao final plota-se os resultados de [ ] x DO Conc. (UI/mL) Abs (DO) 0 0,021 1 0,067 2 0,114 4 0,312 8 0,761 A curva do gráfico normalmente é linear (proporcional ou inversamente proporcional), dependendo se for um ELISA competitivo ou imunométrico. Calibradores conhecidos *Pelo gráfico, se sabe que esse ensaio é imunométrico, pois conforme aumenta a concentração, aumenta a absorbancia -> linear *Aparelhos fazem isso Quanto mais próximo de 1 o r, melhor (indica proporcionalidade entre x e y). O y (absorbancia) que deve ser substituido para saber o resultado do teste. *O número de casas depois da vírgula depende do calibrador. Cálculo: [ ] do analito = DO + 0,030 0,095 Ex.: se minhas amostras fossem 1) 0,504… 2) 0,112… COMO CLASSIFICAR OS RESULTADOS ? VR.: > 5 UI (Reagente) < 5 UI (Não Reagente) Sistema do Complemento É uma cascata de proteínas que quando ativadas agem em conjunto em forma de cascata para produzir um resultado, que esta muito relacionado com a resposta imune. Pode-se dizer que ele é parte da resposta imune inata (não mantem padrão de reconhecimento específico), porém, se levar em consideração que a principal via de ativação do sistema complemento requer o reconhecimento do antígeno com anticorpo, faz parte da resposta imune adaptativa. Logo, os conceitos se misturam. Jules Bordet, foi o primeiro homem que percebeu que tinha alguma coisa dentro do soro fresco que complementava a ação dos anticorpos (já se sabia dos anticorpos -> proteínas específicas que agem contra um antígeno). Ele viu também, que quando ele deixava esse soro de um dia para o outro, a reação já não acontecia direito, ou seja, o complemento só esta presente no soro fresco (depois degrada, além disso, as proteínas do sistema complemento são termolábeis -> se aquecer o soro, ou armazenar de forma inadequada, há degradação do sistema complemento). *O complemento é a atividade do soro que complementa a ação dos anticorpos. Existem 3 vias principais que ativam a cascata para formar MAC (complexo de ataque a membrana): - Via clássica (precisa de anticorpo/reconhecimento antígeno-anticorpo), via alternativa (não tem anticorpo) e a via da lectina (é um aminoácido) “Paul Ehrlich (1894); Sistema enzimático ativado em cascata; Representa a atividade lítica do soro fresco; Essa atividade é destruída pelo aquescimento do soro por 30 min. a 56oC; O sistema age tanto na Imunidade Inata quanto na Adquirida.” O sistema complemento em laboratório, está muito relacionado com o acompanhamento de doenças auto-imunes. Quando a pessoa esta doente, existem dois grupos de doenças auto-imunes, as órgãos específicas (ex. Doença de hashimoto) e não específicas (ex. Lupus eritematoso). De qualquer forma, o fundamento é ter anticorpo contra tecido, o antigen ligado a anticorpo. Logo, esses pacientes tem a ativação do sistema complemento. Em um momento o sistema complemento fica baixo, pois se “satura” (dificulta o fígado a produzir mais proteínas) as proteinas utilizadas, e esse valor que determina alguma coisa, pois significa que ele esta sendo consumido. Esse paciente ira ser tratado, a relação antigeno-anticorpo ira diminuir e o fígado ira conseguir estabilizar o sistema complemento de novo. O aumento do sistema complemento não quer dizer muita coisa. As dosagens mais feitas são do C3 ou C4, pois estão envolvidas nas diversas vias. Existem deficiencias primárias (pode ser genética), onde não tem a produção de uma proteína importante do sistema imune; tem pessoas que tem deficiencia na produção de C3, por exemplo, que é uma imunodeficiencia primária, tendo um problema na ativação do sistema complemento, causando maior suceptibilidade a infecções por gram negativos. *Sistema complemento só é utilizado para acompanha doença, não para dar diagnostico, a menos que seja uma imunodeficiencia primária. *Diagnóstico e acompanhamento de doença auto imune é difícil. Resumindo: existem 3 vias de ativação, cada uma delas tem um ativador, exemplo: via alternativa -> componentes de superfície de microrganismos acham o C3, ativando a via; na via da lectina precisa de bactérias gram negativas (repetições de manose) -> resposta inata contra sequencia de aminoácidos externo mas que nossas células também tem. O nosso organismo não ativa, pois nossas células tem uma substancia chamada ácido ciárico (?), que recobrem-as; pessoas com deficiência nesse ácido tem ativaçãodo sistema complemento. Funções do Complemento Benefícios: Lise de bactérias e células infectadas Opsonização – estímulo à fagocitose Degranulação de mastócitos e basófilos Eliminação de complexos imunes (problemas aqui estão relacionados com doenças auto-imunes) Eliminação de células apoptóticas (para que não haja lberação dos constituintes internos das células) Prejuízos: Inflamação e anafilaxia *Tratamento de meningite bacteriana se usa corticoide, pois os antibióticos usados são bactericidas, que rompem a bactéria, liberando um monte de constituinte interno que são reconhecidos pelo sistema imune e ele consequentemente ataca, causando sequelas graves, pela necrose no SNC. Proteínas do Complemento (Nomenclatura) - C1(qrs), C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9 - Fatores B, D, properdina (P) - Lectina ligante de manose - Proteases associadas (MASP-1 MASP-2) - C1 inibidor (C1-INH) *Naturalmente temos inibidores para controlar o inicio, por exemplo, pessoas que tem deficiencia de inibidor C1, tem edemas muito fáceis. “Componentes ativados geralmente apresentam um linha acima das proteínas (C1qrs); Quando clivados enzimativamente, ligam-se a um complexo ativado ou a uma membrana e um pequeno peptídio é liberado; A letra “b” é usada para os peptídios maiores e “a” para os menores: C3b/C3a, C4b/C4a, C5b/C5a). -> existem exceções” *C3/C4/C5/.. quando ativados que formam o “a” e “b” Definições - Ativação do Complemento: alterações das proteínas do complemento com interação com o próximo componente da cascata - Fixação do Complemento: utilização do complemento por complexos antígeno/anticorpo. - Unidade Hemolítica (CH50): diluição do soro que lisa 50% de uma suspensão controle de eritrócitos sensibilizados com anticorpos. *Hoje em dia já tem o CH100 - Inativação do complemento: desnaturação enzimática pelo calor - Convertase/esterase: proteína alterada que atua como enzima proteolíca para outra fração do complemento. Vias de ativação do complemento A via clássica foi a primeira descoberta, e é anticorpo dependente (pode ser considerada parte da resposta imune adaptativa), enquanto as duas outras vias são anticorpo independente (podem ser consideradas parte da resposta imune inata). Existem momentos de ativação onde se tem mais de uma resposta e menos de outra (no caso de ser adaptativa ou inata). Todas elas são fundamentais para a ativação de C3, que gera a C5 convertase que ativa C5, que faz o complexo de ataque a membrana (principal função do complemento). Via Clássica C1(q; r; s) -> entre C1 tem cálcio, C2, C3 e C4 Supondo que há um microrganismo com parede celular que possuem dois epítopos (servem também para controle do sistema complemento, pois precisa de dois epítopos repetidos para que ative) e dois anticorpos do tipo IgG fazem essa ligação (apenas uma IgM é suficiente, mas o IgG precisa de dois). Para ter o anticorpo e ele ligue, o organismo já deve ter tido um contato com o microrganismo. Tendo então o anticorpo e ele se ligando, o C1 é capturado e ele precisa que os dois IgG estejam próximos para que ele consiga ser capturado. No momento em que ele se liga, ele sofre uma mudança conformacional, para que o próximo constituinte (C4) seja capturado. Quando o C4 se liga, ele também quebra, ficando a porção b ligada ao C1 e a porção a some. Essa ligação prepara o C4 para receber o C2, que se liga e também quebra, sendo que o C2a se liga na imediações do C4 e o C2b é liberado. O C4b2a é conhecido como C3 convertase. O C3 que estava “nadando” se liga ao C3 convertase e sofre a quebra, liberando o C3a e o C3b se liga ao C4b2a, formando o C4b2a3b, que é a C5 convertase, sendo a partir daqui idêntico as outras vias (inicio ao ataque a membrana). As partes que foram “jogadas fora” também tem funções, principalmente para o processo inflamatório, chamados de anafilotoxinas, pois o C2b produz edema, o C3a ativa basófilo a libera histamina. Via da lectina ligadora de manose Componentes: MBL, MASP1, MASP2, C2, C3 e C4. Reconhece bactérias gram negativas que tenham repetidos domínios de manose. Pode ser ativada pela Proteína Ligante de Manose (MBP) que se ligam a resíduos desse monossacarídeo presente na parede celular de microrganismos. Além da MBP, atuam as serina-proteases 1 e 2 associadas à MBP (MASP-1 e MASP-2), que são capazes de se combinar à MBP, que previamente se ligou a um microrganismo. MASP-1 e 2 atuam na clivagem de C4 e C2. A adaptação no inicio da via, imita o reconhecimento do antígeno-anticorpo, mas tem o MASP-1 e 2, como se fosse o C1, então, desenvolvemos na nossa evolução, uma forma de reconhecer bactérias altamente virulentas. Via alternativa Componentes: CB, B, P e D Existe uma membrana onde o C3 se liga direto e sofre clivagem expontanea (complexo C3Bb3b). Pode ser ativada pelas C3b, ou por alguns tipos de parede celular (alguns microrganismos específicos que fazem isso); Properdina ou fator P (estabiliza a C3 convertase). C5 convertase A geração de C5 convertase leva ao ataque à membrana -> Via lítica Via Lítica Inserção do complexo na membrana celular Componentes: C5, C6, C7, C8 e C9 O C5b ele fica na periferia da membrana, vem o C6, depois o C7 que se liga e consegue ancorar na membrana, mas sem furar, depois o C7 que ancora e consegue perfurar, vendo em seguida várias subunidades de C9, formando como se fosse um cano na membrana, levando a morta da bactéria, pois a concentração do lado de fora é maior, levando a morte da mesma. O C5a é um baita mediador inflamatório em termos de ativação de neutrófilos, aumentando a adesão dele na parede do vaso, que se aderi, depois transmigra do vaso para o tecido, indo em direção as citocinas que estão liberadas. Deficiências do Complemento e Doenças: Via Clássica Deficiências do Complemento e Doenças: Via Lectina Complemento Anticorpo se liga a bactéria, mas não é o suficiente para o fagócito reconhecer, por isso o C3b também se liga, tendo agora dois sítios de ligação para o fagócito, aumentando a chance de reconhecimento. O sistema complemento faz opsonização. (mais dois slides) *O que se faz na rotina é acompanhar tratamento de pacientes que tem doenças auto imunes, ou que esta mudando o tratamento, ou que não esta havendo resposta efetiva para o tratamento normal; dosagens específicas não são corriqueiras. Além disso, tem as proteínas de fase aguda (proteínas produzidas na resposta imune inata na fase bem aguda da infecção, ele é reconhecido e o fígado começa a produzir -> PCR (mais conhecidas), C3, C4. Aula 4 – Tolerância imunológica e Autoimunidade Tolerância Mecanismo pelo qual o Sistema Imune não responde a antígenos determinados aos quais foi exposto anteriormente (ou seja, não há produção de sistema imune e de memória); Tolerância a autoantígenos – discriminação self / non self (principal objetivo da tolerância do sistema imune); Tolerância a antígenos exógenos: Ags tolerogênicos (agentes externos que não devemos responder). Dois tipos principais: Tolerância Central – nos órgãos aonde há geração e maturação dos linfócitos (LT – Timo, LB- Medula Óssea); Tolerância Periférica – nós órgãos imunes periféricos e tecidos. A Tolerância ocorre de maneira ESPECÍFICA; Levando em consideração que os principais agentes do gerenciamento da resposta imune são os linfócitos). A Tolerância Central (ocorre nos órgãos onde há formação -> medula óssea, e maturação -> linfócito T: timo, dos linfócitos, onde outras células apresentam partes antigênicas próprias, dos tecidos, sequencia de proteínas, para que os linfócitos reconhecam aquilo e saibam que é próprio e não deve atacar) é o mecanismo primário para deleção dos clones de linfócitos auto-reativos e parte fundamental da maturação dos linfócitos T e B; A Tolerância Periférica é expressão das características da interação Linfócito-APC: estrutura do antígeno, presença de co-estimuladores, ocorrência de segundo sinal, ambiente decitocinas. Conceito de Ignorância Clonal e Anergia São mecanismos de controle, com os quais as células possam ser sinalizadas para que elas não tomem frente e não realizem um ataque/não produzem defesa. Os linfócitos tem seus receptores de antígeno, quando em contato com um antígeno imunogênico, essa célula ira passar por vários processos de maturação, se proliferar e se diferenciar; Se for um linfócito B: em células produtoras de plasmócitos (produtora de anticorpos), se for linfócito T: em linfócito T helper (tipo 1, 2..), etc. No momento que esse linfócito T esta dentro do timo, e tem sua superfície tem contato com um antígeno imunogênico, ex. Bactéria, a célula terá dois caminhos, entrar em anergia (célula não responde/ausência de resposta) ou apoptose, que é o comum em um processo tolerogenico. No entanto, também existe o processo de ignorância, que é quando tem um antígeno que não é imunogênico (geralmente haptenos), não tendo peso molecular/capacidade de ativar qualquer célula, então a célula não responde, mas não entra em processo de anergia (que “não serve mais para nada”), ela vai ficar parada, mas quando entra em contato com antígeno imunogenico, gerando resposta (proliferação e diferenciação). Tolerancia central em linfócitos T (processo de seleção tímica) Tem a medula óssea, precursor linfoide, que ira se produzir e diferenciar, de forma que ira produzir os linfócitos T que são direcionados ao timo (órgão primário), estando com seus marcadores de superfície. Se o clone se diferencia, ele ira produzir no final linfócito produtor desse tipo de anticorpo, contra aquele antígeno. Então, os dois últimos, entraram em contato no timo com antígeno próprio, que esta presente no próprio timo, consequentemente, esses linfócitos vão entrar em apoptose, já sendo eliminado. Os outros dois clones que não tiveram contato, ou, aqueles receptores de superfície não reconheceram nenhum antígeno próprio, seguem adiante -> vão circular, passar pelos nódulos linfáticos secundários, sendo agora linfócitos maduros e tendo novamente dois caminhos para seguir: ou ele entra de novo em contato com tecido próprio, podendo entrar em anergia ou apoptose, mas o mais comum é acontecer do linfócito não ter tido contato na medula, e no linfonodo secundário é apresentado ao antígeno estranho, que foi fagocitado por um macrófago (ex. Uma bactéria), o linfócito reconhece e deflagra uma resposta imune. *Existem 4 tipos de linfócitos T, que se diferenciam no receptor de superfície, ou seja, são linfócitos T contra diferentes antígenos. *Existem portanto vários pontos de controle. Tolerância central em linfócitos B Com o linfócito B, ainda na medula óssea quando esta sendo produzido, antes de ir para a corrente sanguínea, ele terá contato nos receptores de superfície com antígenos próprios, existindo duas possibilidades: ele entra em apoptose, se for muitos antígenos, mas ele pode ser editado, alterando os receptores de superfície. Mas, pode acontecer de mesmo na medula óssea, uma reação antígeno-anticorpo mais ou menos avida, ex. Na toxoplasmose o IgM pode levar uns 6 meses para diminuir, e da para verificar quanto que o paciente tem de IgG de baixa e alta avidez (infecção inicial a avidez é menor, aumenta com o tempo, substituindo os anticorpos IgG por de alta avidez). Se for de baixa avidez, a célula B se torna anergica. *Avidez: intensidade/afinidade de ligação com o antígeno. Tolerância periférica em linfócitos T (ausência ou baixa co-estimulação) Em uma resposta normal, tem um linfócito T e um TCR (receptor de célula T), e um macrófago (célula apresentadora de antígeno profissional), que fagocita algo e apresenta o antígeno, no entanto, apenas isso não é suficiente para que haja resposta, ainda precisa de co-receptores, para reforçar que realmente é um sinal. Havendo então uma co-estimulação, há resposta. Mas caso não haja outros co-receptores, ele entra em anergia. Existem também receptores inibitórios. Os receptores CTL-4 vai se liga no B7, e esse é um sinal para a célula entrar em anergia, existindo portanto controle positivo e negativo. Dependendo do antígeno, os próprios T helper vão se dividir, tendo algum que ira prevalecer, então, cada um deles tem diferenças nos seus marcadores de superfície e as citocinas que produz. Existe ainda os linfócitos T helper regulatórios (ou T regulatórios), que fazem o controle negativo, são direcionados contra todos os linfócitos, servindo para desativar eles, mas não por contato direto, e sim pela liberação de citocinas (algumas citocinas anti-inflamatórias). Tolerância periférica em linfócitos B (Quando um Linfócito B reconhece um tecido próprio na periferia) Depois de sair da medula, pode ter contato com auto-antígeno no linfonodo secundário, existindo 3 possibilidades: ser deletado, entrar em anergia ou dependendo do tipo de antígeno, pode sofrer uma reprogramação e aparecer novos receptores de superfície inibitórios (é re-editado no linfonodo -> depende muito da avidez do auto-antígeno). TOLERÂNCIA POR ANTÍGENOS ESTRANHOS (Fatores determinantes da Tolerogenicidade) Há quebra da tolerância quando se perde o poder de discriminação do que é próprio/não próprio, causado auto-imunidade. Mecanismos de auto-imunidade Falha na Tolerância Central; Falha na Tolerância Periférica; Predisposição Genética (HLA); Falhas no Mecanismo de Apoptose; Lesões e Traumas em Tecidos de Privilégio Imunológico (cérebro, olhos, testículos, útero –feto-); Agentes Infecciosos; Predisposição Genética – Restrição ao MHC (MHC = HLA -> complexo principal de histocompatibilidade) –> tabela e imagens slide Deficiencia de Gene C4: Causa predisposição a lupus eritematoso sistemico, pois há falha na tolerancia do linfócito T, complexo circulante. *Nem todas as doenças auto-imunes são via anticorpos. Antígenos Leucocitários Humanos – HLA Classificação dos transplantes Autólogo (Autografts): Tecido transplantado de um parte do corpo da mesma pessoa. Singênico (Isografts): Tecido transplantado entre duas pessoas geneticamente idênticas (gemeos identicos). Alogênico (Allografts): Tecido transplantado entre duas pessoas geneticamente diferentes, mais da mesma espécie (mais comum). Xenogênico (Xenografts): Tecido transplantado entre indivíduos de espécies diferentes. MHC/LHA Conjunto de genes altamente polimórficos, que originam proteínas expressas na superfície celular (carteira de identidade da célula); No homem, o MHC é referido como o complexo HLA – Antígenos leucocitários humanos, e está localizado no DNA, no cromossomo 6; Descoberto em 1937 (estudos sobre transplantes). HLA = Recebem essa designação no homem por terem sido inicialmente detectados nos leucócitos. Localização cromossômica O complexo HLA consiste de cerca de 4 milhões de bases de DNA no braço curto do cromossomo 6; Os genes estão organizados em 3 regiões diferentes, que codificam 3 classes de moléculas. São codominantes, nenhum domina o outro. Classe 1, classe 2 (mais importantes) e classe 3 (não é muito usada para similação de órgãos) (slide) Importância: Resposta Imune; Associação com doenças; Transplantes de órgãos; Principal função: responde a antígeno e reconhecer o que é próprio, e ao mesmo tempo, tolerar o que esta ali e não é próprio. Classes de HLA Classe I: moléculas HLA - A, HLA - B e HLA – C: São glicoproteínas expressas (estruturas) na superfície de todas as células nucleadas e plaquetas, é a impressão digital da célula; Classe II: DR, DP e DQ: São glicoproteínas expressas nas APC´s (macrófagos, células dendríticas, Linfócitos B e T ativados); *Antígenos clássicos de transplantes Função HLA Classe I: Processamento e apresentação de antígenos intracelulares a linfócitos CD8 (células infectadas por vírus -> essa resposta basicamente produz células para matar a célula infectada, pois a produção de anticorpos não é efetiva a ponto de destruir o agenteque a maioria do tempo estará intracelular); Mas também há produção de anticorpo, pois o sistema imune é uma balança e chega uma hora da infecção que a célula morre e o virion fica livre para infectar outra célula, sendo reconhecido como agente extracelular e tendo a produção de anticorpos, que é detectado no laboratório através do ELISA. HLA Classe II: Processamento e apresentação de proteínas extracelulares a linfócitos CD4. Os receptores dos linfócitos T não conseguem reconhecer os antígenos solúveis -> Requerem a presença de moléculas do HLA. Estruturas e classes das moléculas As moléculas de classe I dos HLA são compostas de uma cadeia α e um complexo não covalente chamado β2-microglobulina não codificado pelo MHC. As moléculas da classe II contêm duas cadeias polimórficas codificadas pelo MHC, uma cadeia α e uma cadeia β. Processamento de antígenos A metade esquerda da figura, mostra o destino dos peptídeos derivados de antígenos e de patógenos extracelulares. O material extracelular é captado por endocitose e fagocitose ao sistema vesicular da célula, um macrófago. As proteases nessas vesículas degradam as proteínas para produzir peptídeos que são ligados a moléculas MHC de classe II, que foram transportadas às vesículas pelo retículo endoplasmático (RE) e pelo aparelho de Golgi. O complexo peptídeo:MHC classe II é transportado à superfície da célula nas vesículas que se dirigem ao exterior. A metade direita da figura mostra o destino dos peptídeos gerados no citosol como resultado de infecção com vírus ou com bactérias intracitosólicos. As proteínas desses patógenos são degradadas no citosol pelo proteassoma em peptídeos, que penetram no retículo endoplasmático. Ali, os peptídeos são ligados a moléculas MHC classe I. O complexo peptídeo:MHC classe I é transportado à superfície da célula através do aparato de Golgi. *MHC tipo 1: principalmente para antígenos intracelulares (apresenta para CD8 – produz resposta celular); MHC tipo 2: principalmente para antígenos extracelulares (apresenta para CD4 – produz resposta por anticorpos). Há uma distribuição tecidual de MHC, dependendo do tecido tem mais de um, ou de outro, ou em maior proporção. O eritrócito é uma célula que não possui MHC de classe I, uma propriedade que pode facilitar sua infecção persistente por parasitas maláricos. Apresentação de antígenos LT CD8: Glicoproteínas expressas na superfície de todas as células nucleadas, apresentação de peptídeos antigênicos ao Linfócito T citolítico (CD8); Célula infectada por vírus, CD8 encaixa no HLA de classe I. O receptor de cél T tbém se liga ao HLA (reconhecimento do Ag pelo receptor T : duplo reconhecimento. Vírus incorpora-se ao DNA celular, ativa célula CD8 que gera porfirinas que irão matar a célula. LT CD4: apresentação de Ags extracelulares ao Linfócito T helper (CD4); para ativar a resposta imune com Acs e ativação de células citolíticas. Ag externo é fagocitado, processado e quebrado em peptídeos menores. Ao mesmo tempo, também são gerados HLA classe II. O peptídeo se liga à fenda do HLA II. Duplo reconhecimento, célula CD4 passa a gerar citocinas. P2 – Doenças Auto Imunes Existe um componente básico da doença auto-imune, que é a mediação por um auto-anticorpo que reconhece algo próprio. Na natureza existem antígenos reconheciveis e imunogenicos (sistema imunológico reconhece que não é próprio e ataca) e antígenos ignoráveis (próprio). *Existem erros basais onde célula T ataca algo próprio (auto-anticorpo), mas é insignificante (auto-anticorpo em baixo título em indivíduos saudáveis), o problema é o quanto produz e com que frequencia que isso acontece. Além de estar em altos títulos, a pessoa deve ser pré-disposta geneticamente. Todas as doenças auto-imunes tem dois componentes: genética e ambiente. A proporção depende da doença. Quando o linfócito T reconhece algo estranho apresentado pela APC, ele passa a informação para o linfócito B que produz anticorpo. O anticorpo “vai atrás” do antigeno e forma-se imunocomplexo, ativando a via clássica do sistema complemento (c1qr que se liga e ativa complemento). Essa ativação faz recrutamento de monócitos para o local, que entra no tecido e se torna macrofago, que libera citocinas pró-inflamatórias. O complemento libera porções a (c3a, c5a, aflotoxinas) que favorecem a destruição do antigeno. Quando há predisposição genetica para doença auto-imune, o indivíduo reconhece algo que não deveria reconhecer, produz anticorpo e ocorre o que foi citado anteriormente da mesma forma. Logo, a consequencia da produção de auto-anticorpo é dano tecidual, pois esta atacando algo que é próprio. As doenças auto-imunes podem ser divididas em: órgão específicas e não orgão específicas. Tireóide TRH (Hormônio liberador de tireotropina): produzido no hipotálamo; estimula a síntese e secreção de TSH TSH (thyroid stimulating hormone): produzido na adenohipófise; estimula síntese e secreção de hormônios tireoidianos (t3 e t4) nas células epiteliais da tireóide; Hormônios tireoidianos tiroxina (T4) - precursor inativo triiodotironina (T3) – forma biologicamente ativa ; células-alvo; tecidos periféricos inativam t4 por conversão a T3 reverso; T3 reverso é inativado pela conversão em T2; T4 é ativado em T3 por desiodação do anel externo da molécula de t4. A função da tireoide é produção de hormonios T3 e T4 que modulam o metabolismo, promovem o equilibrio entre o metabolismo de macromoléculas (lipideos, proteinas, aminoácidos, glicose, respiração celular, energia, etc), então, todo metabolismo basal também é regulado por eles. Para que haja a produção de T3 e T4 há necessidade de um estímulo externo: TSH – hormonio estimulador de tireoide que é produzido pela hipófise, liberado na corrente sanguinea e vai para a tireoide (ação endócrina). O TSH é regulado pelo TRH (hormonio liberador de tireotropina – produzido no hipotálamo, tendo um receptor na hipófise para ele, que quando se liga promove a liberação do TSH). *T3 é biologicamente ativo e T4 é reserva/armazenamento rápido, é inativo, mas com a perda de um iodo se torna T3. Quando os hormonios estão baixos, por feedback negativo o TSH é liberado, da mesma forma que quando as concentrações de T3 e T4 circulante estão adequadas, essas concentrações modulam a não liberação de TSH. A tireoide saudavel por tanto libera T3 e T4 na medida que precisa e é regulado pelo TRH e TSH (meia vida longa; é metabolicamente inativo – só tem ação na tireoide; tem receptor específico para o TSH na tireoide, sendo que quando ele se liga a produção dos hormonios; molécula muito estavel na circulação; sai do cerébro e cai na circulação para chegar a tireoide, sendo facilmente dosado -> pode ser dosado por quimioluminescencia). O grande marcador é TSH, independente da doença. Dentro das células foliculares (ou folículos tireoidianos) há um colóide, tudo que esta mais escuro é núcleo de célula na imagem, e dentro é um liquid (colóide), onde acontece a síntese dos hormonios T3 e T4 (que só acontece se o TSH se ligar no receptor de alguma dessas células, sendo que quanto mais se ligam, maior a produção dos hormonios). O T4 que perde um iodo pode ser transformado em T3 reverso, que é quando o iodo é retirado do lugar errado (e a estrutura especial fica alterada), ele é transformado provavelmente quando as concentrações de T3 e T4 estão altas e o organismo quer se desfazer de tudo, inativando irreversivelmente o T4 que é inativo mas pode se tornar ativo, a menos que seja transformado em T3 reverso, sendo inativo para sempre. Tiroxina (T4) - precursor inativo; triiodotironina (T3) – forma biologicamente ativa. Tecidos periféricos inativam T4 por conversão a T3 reverso; T3 reverso é inativado pela conversão em T2; T4 é ativado em T3 por desiodação do anel externo da molécula de t4; Enzimas – iodotironinas desiodases (retira iodo). *Também pode ser transformado ainda em T2 (inativo ->sem atividade). Um indivíduo tem uma disfunção tireoidiana por não produzir T3 e T4 (hipotireoidismo), podendo ser por várias razões, sendo auto-imune na maioria das vezes. Nesse caso, os autoanticorpos atacam a tireoide, que se torna necrótica, fibrotica, não tendo mais colóide, células foliculares. Há muio TSH, mas não há tecido para produzir os hormonios, por isso o paciente precisa fazer reposição de hormonios. Em termos farmacológicos, o medicamento utilizado é um T4 (que é inativo) que para ser ativo precisa que um iodo seja retirado, mas é um metabolismo local (o que acontece em individuos saudaveis). O medicamento deve ser tomado em jejum para ser absorvido, sendo esse o maior problema da farmacocinética do farmaco, a absorção gástrica/intestinal. Anticorpos Tireoidianos (autoanticorpos) Existe a produção e o reconhecimento de alguns autoanticorpos contra proteínas que são exclusivas da tireoide, por isso as tireoidites são órgão específicas. São proteinas que fazem parte da síntese do T3 e T4. Quando há ligação do TSH com receptor, há sintese de uma proteina específica -> tireoglobulina, que pode ser peroxidada, chamada também de tireoperoxidase, então, essas duas proteínas são sintetizadas quando o TSH se liga nos receptores, sendo jogada no colóide e serve de ancora de sustentação para produção de T3 E T4, de forma que as enzimas vão ancorando os iodos e formando o T3 e ancorando os iodos e formando o T4. Iodo só existe na tireoide, 100% do iodo que comemos (ex. Sal iodado), vai para a tireoide, e ele entra quando há o estímulo pelo TSH, que se junta a molécula de tireoglobulina e formara então molécula de T3 e T4. Essas moléculas então voltam do colóide para a célula, existe a quebra da tireoglobulina, e a liberação de T3 e T4. *A tireoglobulina fica dentro da célula folicular, faz parte dela. Tem pessoas que tem predisposição genética para reconhecer a tireoglobulina, e começam a produzir anti-tireoglobulina ou anti-TPO, que são proteínas (uma enzima e outra de ancora) que estão ali para ancorar e quebrar a sintese de T3 e T4, elas estão dentro do folículo tireoidiano. Uma vez que essas proteínas são reconhecidas (não se sabe o porque exatamente), há então a produção de autoanticorpo contra essas proteínas que estão no folículo (hipotireoidismo). Existe um outro tipo de autoanticorpo, que é um anticorpo contra receptor de TSH, no entanto, o receptor entende que é um TSH se ligando, havendo hiperfunção, muita produção de T3 e T4 (hipertireoidismo). “- As células foliculares da tireóide sintetizam moléculas de tireoglobulina, que são secretadas para o colóide do folículo da tireóide; - Às moléculas de tireoglobulina (no aminoácido tirosina) são fixadas o iodo oxidado (I3), formando a monoiodotirosina e a diiodotirosina; - A tiroxina, assim como a triiodotironina, são formadas usando a tireoglobulina como base, que é armazenada na glândula. - As moléculas são clivada e os hormônios T3 e T4 são liberados separadamente. -- A clivagem é feita pelas peroxidases encontradas nos lisossomos.” *São doenças silenciosas, tendo sintomatologia nos casos de hiper ou hipofunção. Em termos laboratoriais isso é visto pelo TSH. No hipotireoidismo, no exame de ultrassom (diagnostico primário) é possível observar micronódulos ou pseudo-nódulos que são benignos mas demonstram a atrofia da glandula, havendo um dano causado por autoanticorpo. Nódulos a cima de 1 cm não são hipofunção, pode ser cancer, ou outra coisa. Tireoidite de Hashimoto (hipofunção) Células T reconhecem o que é próprio, principalmente proteínas tireoglobulina e tireoperoxidase, que são as enzimas que estão envolvidas na síntese de T3 e T4, que fazem parte dos folículos tireoidianos, e são atacados/reconhecidos, há produção de anticorpos contra essas proteínas e esses autoanticorpos atacam o antigeno, formando imunocomplexo que leva a dano tecidual (necrose, apoptose, etc), e como as células foliculares não se regeneram. Esse dano não gera sintomatologia, só há sintomatologia quando não houver mais produção de T3 e T4. Não se trata antes de haver dano tecidual, quando há o dano suplementa o paciente com T4. Exemplo, no caso de ser feito um diagnostic de um paciente que tenha só 10% de dano da tireoide e ve que os autoanticorpos estão ativo no soro do paciente (por ELISA), o TSH ainda não esta alterado, o medico ira dizer para esperar, porque não tem como freiar a produção desses anticorpos, não existindo um tratamento seletivo que diga para a célula B não produzir o autoanticorpo. No caso de tratamento com imunossupressor o custo benefício para o paciente não compensa (existem doenças como lupus que se toma). *Hipotireoidismo: TSH a cima do valor de referencia, feito por quimioluminescencia -> hipofunção. A hipofunção não é necessariamente causada por doença autoimune, pode ser por medicamento, por radioatividade, etc. Para saber se é doença autoimune (90% dos casos) é possivel dosar os autoanticorpos (anti-TPO ou anti-tireoglobulina), que confirma diagnostico. Esses autoanticorpos tem produção flutuante no corpo, as vezes não tem, as vezes tem mais (stress é um fator que aumenta a produção, gravidez, entre outros). - 3 mecanismos propostos (slide 11) Deficiência de hormônios produzidos pela glândula tireoide: a tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4). ; TRH aumentado (não é muito feito, pois é caro) ; TSH aumentado; T3 e T4 normais ou diminuídos (só serve associado ao TSH). Manifestações clínicas como: Fadiga; sonolência ; lentidão muscular; aumento do peso corporal; diminuição da frequência cardíaca; Dislipidemia. Doença de Graves É basicamente mediada pelo autoanticorpo que se liga ao receptor de TSH, “mimetizando” o TSH e estimulando a produção dos hormonios, além do próprio TSH produzido pela hipófise. Ainda existe o controle tecidual de transformar T3 em T2, em T3 reverso, mas é tanto T3 e T4 que chega que existe hiperfunção, havendo um metabolismo totalmente acelerado. Nesse caso não há dano tecidual, há dano no receptor mas eles são renováveis, a grande consequencia é produção excessiva de T3 e T4. É usado iodo radioativo (todo iodo que ingerimos vai para a tireoide, por isso é muito seguro) para matar toda a tireóide (folículos tireoidianos) nesses casos, e suplementa com T4. Diagnóstico: TSH reduzido (por ter muito T3 e T4 circulante); TRH reduzido; T3 e T4 livres aumentados; Anti-rTSH Manifestações clínicas como: Batimento cardíaco acelerado ou irregular; Perda de peso; Nervosismo e irritabilidade; Tremores; Exoftalmia (casos não tratados); Aumento da tireóide (bócio); Excesso de suor; Mudanças nos padrões menstruais; Aumento da sensibilidade ao calor; Aumento do apetite; Fadiga (cansaço por excess de movimentação); Astenia (fraqueza muscular); Dificuldade para dormir; Pele grossa e cabelos finos e frágeis. *Exoftalmia: Excesso de T3 e T4 faz com que haja proliferação exacerbada do fibroblasto que ancora o globo ocular, projetando um novo tecido atras do globo ocular e ele “pula para frente”, mas não altera função, só estética. Exames laboratoriais (todos por quimioluminescencia) •Anti-TPO; • Anti-receptor de TSH (TRAb); • Anti-tireoglobulina; • TSH ; • T3; • T4 livre; Doença Celíaca Esta relacionada com a exposição ao gluten (transgenicos aumentaram a incidencia -> farinha/trigo transgenicos tem mais gluten, pois o mercado exige coisas gostasas, faceis de fazer e mais baratas, presente em farinhas com mais gluten). A medida que o gluten quebra no nosso intestino, vamos tendo componentes antigenicos, e ele induz a uma auto-imunidade que ira danificar o intestino. Marcadores genéticos específicos A exposição ao gluten seria a exposição ambiental (50%), mas precisa dos outros fatores, predisposição genética, para ter a doença auto-imune. É diferente da intolerancia a lactose, que o individuo não tem a lactase e não quebra a lactose em glicose e galactose,não absorvendo essa lactose e levando a sintomatologia gastrointestinal que ocorre naquele momento, ou seja, retirando a lactose passa os sintomas. Já a intolerancia ao gluten autoimune, basta se expor um dia que o desencadeamento provocado pelo gluten leva uns tres meses para passear, levando a uma reação exacerbada autoimune, com hipersensibilidade prolongada. *O diagnóstico para doença celíaca só é confirmada 100% com biópsia intestinal; ou genotipagem. Desordens relacionadas ao gluten: Doença celíaca (tem marcador laboratorial reagente); Sensibilidade ao glúten não celíaca (tem sintomatologia de celíaca mas não tem marcador laboratorial reagente – também é autoimune); Alergia ao trigo. (Autoimunes; Alérgicas; Não autoimunes, não alérgicas) -> em todas as situações é necessário retirar o gluten da dieta. Alergia: reação de hipersensibilidade mediada por IgE e mastócito; Bioquímica do Gluten O gluten ta dentro do grão do trigo, então, quando se come o trigo, existe a bioquimica das lectinas ou glutininas e das proteínas, que são quebradas em gluten, que se separa em dois tipos: gliadina e glutenina. Até então, se trata de antígenos não próprios, no entanto, a alpha/beta/gamma/omega-gliadina pode ser quebrada por um transglutaminase (enzima própria), que retira um grupamento glutamico. A gliadina é processada pela transglutaminase e é transformada em gliadina deaminada (produto que fica e é absorvido ou jogado nas fezes). Quando existe em individuos pré-dispostos geneticamente, A transglutaminase sai do tecido para deaminar a gliadina em gliadina deamiase, e ela é uma enzima que é reconhecida como antigenica (mesmo sendo própria), e começa a ser então produzido anticorpos anti-transglutaminase no lumen intestinal (anticorpos majoritoriamente IgA, mas também IgG). Fisiopatologia da Doença O gluten é quebrado em gliadina e a gliadina é deaminada pela transglutaminase (TG2) em uma microvilosidade do intestino. *Abaixo da célula epitelial tem a planta basal (nas microvilosidades) que é cheio de transglutaminase. No indivíduo pré-disposto geneticamente a desenvolver doença celíaca, a transglutaminase tecidual no momento que vai atuar na gliadina, para transformar ela em gliadina deaminada, ela se expõe, a uma célula apresentadora de antigeno que reconhece a TG2, passa as informações para o linfócito T, que passa as informações para o linfócito B, que se diferencia em plasmócito e há produção de anticorpo anti-TG2 (anti-transglutaminase tecidual), que cai na circulação ou fica e ataca a própria enzima, atacando o epitélio tecidual e gerando inflamação. Quando o anticorpo ataca, há formação de imunocomplexo, que leva a processo inflamatório constant e a sintomas gastro-intestinais (diarréia (nada é absorvido), sindrome de má absorção, vomito, nausea, etc). *Indivíduo adulto, saudavel com hemograma apresentando macrocitose normocromica -> deficiencia de B12/anemia megaloblástica ou anemia microcítica normocromica -> anemia ferropriva pode ser sindrome de má absorção por doença celíaca. Existe também a produção de IgA secretório anti-TG2 que pode ser liberada no lumen instestinal, mas não determinamos na secreção inststinal, e sim no soro, então isso é extravasado também para o soro. Dependendo da quantidade de gluten que o individuo esta ingerindo, pode haver progresso rápida ou lenta e o dano tecidual começa a acontecer independente da sintomatologia gastro-intestinal desencadeado pelo gluten. Essa inflamação persistindo por muito tempo (continuar com gluten na dieta) causa dano irreversível em microvilosidade (vista em biópisia intestinal). Existem 4 estágios que podem ser observadios: Estágio 1: Sem nenhum dano, paciente tem doença celíaca diagnosticada no inicio e retira o gluten da dieta. Estágio 2: Tem certa inflamação, e as microvilosidades já estão menos organizadas. Estágio 3: Há perda de microvilosidade (ainda é reversível) Estágio 4: Intestino praticamente liso, danificado, sem capacidade de absorção (irreversível). Nas porções mais anteriores das microvilosidades, existe uma protéina chamada endomísio. No indivíduo saudável, as células do sistema immune não chegam até o endomosio, que fica sempre escondido, portanto, nunca foi mostrada a um linfócito T. No caso de um indivíduo com doença celíaca que chega ao estágio 4, o endomísio começa a ficar exposto, e a APC reconhece e começa a ser produzido anticorpo anti-endomísio (IgA e IgG), piorando o quadro, pois há piora da inflamação tecidual. Testes Sorológicos O indivíduo pode ter anti-transglutaminase reagente, anti-endomísio não reagente -> é doença celíaca com epitélio intestinal preservado; ou anti-transglutaminase reagente e anti-endomísio reagente -> doença celíaca com dano tecidual importante. *Anticorpo IgA é majoritário, no entanto, 30% da população não produz IgA, portanto dara não reagente. Por isso, é necessário se certificar que o paciente é secretor de IgA, sendo necessário fazer o IgA total, no caso de ser não secretor, avalia o IgG. Anti-transglutaminase IgA: Há superioridade dos testes para determinação de anticorpo antiendomísio e do TTG, ambos da classe IgA, em relação ao teste para antigliadina. Considerando a maior facilidade da dosagem do TTG, aliado a elevadas sensibilidade e especificidade na população pediátrica e adulta, este é o teste sorológico de escolha para avaliação inicial dos indivíduos com suspeita de intolerância ao glúten. Anti-gliadina e anti-gliadina deaminada -> não tem sensibilidade; anti-transglutaminase Elisa indireto; Pesquisa de IgG; Pesquisa de IgA A deficiência de IgA atinge uma em cada 333 pessoas. A transmissão é autossômica dominante com penetrância incompleta. A deficiência de imunoglobulina A IgA < 10 mg/dl com IgG e IgM normais. Anti-endomísio IgA e IgG: IFI (imunofluorescencia indireta) em cortes de esôfago de primatas (ricos em endomísio) -> antigeno (a pesquisa é de anticorpos no soro do paciente). Endomisio (marcador de dano) é feito por manualmente por imunofluorescencia indireta, anti-TG2 é feito por ELISA. Aula 2 – Doenças Reumatológicas Donças com dores nas articulações. Artrite Reumatóide Doença mais comum das doenças auto-imunes de baixa prevalencia. A sintomatologia é muito variável de paciente para paciente, mas no geral, por ser uma doença muito agressiva os pacientes tem uma baixa qualidade de vida. A artrite reumatóide é uma doença que atinge todas as articulações, mas a prevalencia é maior em pequenas articulações, principalmente das mãos e cotovelos (membros superiores). Os mesmos marcadores laboratoriais do diagnostico são usados para prognóstico, para saber se o tratamento esta funcionando. A A.R. é exatamente 50/50 dos fatores ambientais e geneticos, ou seja, 50% culpa do ambiente (relacionado com o espectro de sintomatologia) e 50% culpa da genética. Tabagismo desencadeia fortemente A.R, fumaça, partículas de poluição, pois o auto-anticorpo se desenvolve no pulmão (erro na produção de alguns anticorpos que desencadeia na A.R). A idéia é que o indivíduo pré-disposto geneticamente começa a produzir dois auto-anticorpos, e a medida que há a junção do ambiente com a pré-disposição genetica, há produção dos anticorpos (fase de auto-imunidade), uma fase de transição, até que surge as primeiras sintomatologias (fase articular), onde há perda de cartilagem e degradação óssea (aumento da atividade osteoclástica -> retirada de materia óssea do osso; há equilibrio entre as atividades osteoclásticas e osteoblásticas -> formação de osso em pessoas saudáveis), causando perda óssea, dor constante, rigidez e perda de qualidade de vida. A A.R começa a aparecer em pessoas mais velhas, com uns 50 anos. Desde 1978 se tem determinado fatores para fazer o diagnostic genético, pois o diagnostico clinico laboratorial é dificil de ser feito, sendo que todos eles devem ser considerados para o diagnostico (clinico, laboratorial e genético).As vezes se começa o tratamento sem nem ter certeza se é A.R, e respondendo ao tratamento continua. A genotipagem pode ajudar, pois existe um gene específico relacionado com a pré-disposição para desenvolver a doença, no entanto, não são rotina e não são preconizados, mas se tem acesso se faz. *O HLA-DR4 esta muito associada a A.R e pode ser usada para fazer diagnostico (os teste genéticos são a ultima opção). A imagem abaixo é um pulmão, e onde entra o ar é onde entra coisas que podem desencadear o erro de formação do auto-anticorpo (Ex. Cigarro, partículas de silica, poluição, microrganismo, etc). Em pessoas pré-dispostas, essas partículas entram, chegam no pulmão e aumentam a expressão da enzima PAD, enzima que transforma o aminoácido arginina em citrulina (chamado citrulinação). O organismo faz isso em condições normais, pois em algumas situações há necessidade de termos aminoácidos que tenham citrulina (ex. Colágeno tem muitos aminoácidos com citrulina). A citrulina só é produzida no nosso organismo. No entanto, não é normal tem citrulinação em demasia (acontece na A.R). Então, as partículas de fumaça, poluição, etc, que chegam via pulmão, fazem com que a enzima aumente sua atividade e faça com que isso aconteca com maior facilidade, fazendo com que haja o maior numero de proteinas citruniladas, além disso, elas tem uma caracteristica cíclica, e são chamadas de proteinas ciclicas citruniladas, ou peptídeos cíclicos citrunilados. Os pulmões são ricos em células dendítricas (APC -> reconhecem e apresentam antígenos para as células produtoras de anticorpos), para reconhecer partículas não próprias/reconhecimento antigenico para defesa do organismo. No entanto, um pulmão que é rico em células dendríticas, em pacientes com A.R, começa a reconhecer as proteinas citruniladas que agora estão em grande quantidade, reconhecendo como algo estranho (antigeno) *Se a célula dendrítica e APC’s reconhecem algo como antigeno, o organismo produz anticorpo, sendo próprio ou não próprio. Então, as células dendríticas reconhecem as proteínas cíclicas citruniladas, passam as informações para o linfócito T que faz resposta atraves da produção de citocinas inflamatórias e passa informações para as células B que produzem anticorpo contras as proteínas cíclicas citruniladas (ACBA). Eles são responsáveis por 99% dos casos de A.R, pela detecção dos auto-anticorpos no soro do tipo IgG (majoritariamente) e IgA (IgA porque é no pulmão). Isso chega nas articulações por desencadeamento, sendo isso que acontece no pulmão o inicio, onde a pessoa não tem nem sintoma, demorando anos para ter sintomas. Aos poucos, o organismo começa a produzir cada vez mais os anticorpos anti-CCP. Esses anticorpos que começaram a serem produzidos no pulmão caem na circulação (IgG e IgA), e são produzidos constantemente. Depois que eles caem na circulação, eles param nas articulações pois elas são ricas em colágeno, que é rico em CCP. *CCP – proteínas cíclias citruniladas Toda vez que o anticorpo encontra o antígeno leva a toda a resposta imunológica com dano tecidual pelos fagócitos, liberação de citocinas pré-inflamatórias, etc e degradação de colágeno, que causa inflamação na articulação, com formação de nódulos e edemas. Então, antes do paciente perder o osso e ter rigidez, ele tem edema e dor, pela inflamação nas articulações. No indivíduo saudável, osso não encosta, tem matriz extracelular, colágeno, células sinoviais, liquid sinovial, tendão, musculatura. *Edema nas pequenas articulações é usado para fazer diagnostico de A.R, que precisa ser bilateral. Os macrófagos liberam TNF-alpha e IL-6 que são responsáveis por desencadear tudo, sendo responsável por 90% da sintomatologia. O anti-CCP encontra seu antigeno (CCP), forma imunocomplexo, recruta macrófago e libera citocinas pré-inflamatórias que produz TNF-alpha e IL-6 que causa inflamação da articulação e edema, sendo responsável por mais de 80% do dano. Majoriatoriamente os fármacos para tratamento (biológicos->anticorpos) são para amenizar essas duas citocinas. - Anti-CCP: esta presente em 95% (especificidade) do soro das pessoas com A.R. (melhor marcar diagnostico) Fator Reumatóide: Auto-anticorpo (anticorpo anti porção Fc de IgG), presente no soro de 75% (especificidade) das pessoas com A.R. *Porção Fc nunca muda, apenas sustenta a porção Fab que é a porção que reconhece os antígenos. Não tem muita função, logo tem pouca variabilidade, então a porção Fc de IgG é igual para todas as IgG (inclusive entre espécies), e é reconhecida pelo sistema imune na A.R, havendo produção de anticorpo anti-porção Fc de IgG (chamado fator reumatóide); A atividade osteoclástica (degrada osso) tem a atividade aumentada, pois quando o anticorpo anti-CCP reconhece uma CCP no osso, faz a ativação do osteoclasto, aumenta sua atividade e começa a “comer” o osso inteiro, e liberar CXCL8, que recruta neutrófilo, que produz IL-6 e mais CXCL8 que faz o reconhecimento de mais CCP e leva a inflamação. Nesse caso, ainda tem osso, individuo tem mais inflamacão e edema. A interleucina 17 (IL-17), é produzida por um linfócito e ela produz na presença de fibroblasto sinovial TNF e IL-1 (aumenta a atividade da enzima metaloproteinase), que degrada proteína (colágeno), havendo perda da cartilagem, que leva a dor e perda de mobilidade (rigidez). Critérios de classificação da A.R. (slide 12) -> não é necessário marcador laboratorial para dar diagnostico de A.R, mas sempre há pedidos laboratoriais. *Estudar protocolo clinico Tratamento da A.R é para inibir as citocinas pró-inflamatórias, não tem como inibir a produção do auto-anticorpo. Determinação do fator reumatoide - Aglutinação em látex (Prova de latex: reação qualitativa/semi-quantitativa) -Turbidimetria -Nefelometria Determinação de anticorpos anti- proteínas cíclicas citruniladas - Elisa anti-ccp IgG (proteínas citruniladas - descontinuado) - Elisa anti-ccp2 IgG (peptídeos clícicos citrunilados) - Elisa anti-ccp3 IgG (peptídeos clícicos citrunilados incluindo outros epítopos) - Elisa anti-ccp3.1 IgG e IgA Febre Reumática Doença autoimune sem auto-anticorpo. É um anticorpo mas não é um auto-anticorpo, mas se comporta como se fosse. Em termos de desencadeamento é igual a A.R, ambiente 50% (nesse caso a própria infecção por S. pyogenes) e genética 50%, mas quem desencadeia é o microrganismo Streptococcus pyogenes (coco gram positivo, hemólise total -> beta hemólise, sensivel a bacitracina). Algumas cepas são potencialmente patogênicas (potencial reumatogenico), e em indivíduos geneticamente pré-dispostos podem desenvolver febre reumática. S. pyogenes causa faringite, laringite, infecção no trato respiratório superior. Dos dois aos dezoito anos há muita prevalência de infecção no trato respiratório superior, por meio do contato principalmente (escola). Dessas pessoas que desenvolvem a infecção e tem pré-disposição genética para febre reumática terão crises reumatológicas. A sintomatologia é a partir de alguma infecção que leva a crise, fica por um mes, dois e depois some, por isso diminuindo a exposição ou tratando o paciente é possível diminuir as crises de febre reumática. O S. pyogenes possui fatores de virulência (proteínas produzidas pelo microrganismo que “lutam” contra o nosso sistema imunológico e vencem). Quando a bactéria tenta colonizar o tecido, alguns fatores de virulência facilitam a colonização e fazem com que a bactéria cresca e o sistema imune não da conta. Um dos fatores de virulência, é chamada de streptolisina, e é dividida em duas: streptolisina O (ambiente aerobio) e streptolisina S (ambiente anaerobio). A streptolisina O é bastante abundante e é liberada no local da infecção, e o individuo pré-disposto geneticamente desenvolve pela presença da streptolisina uma produção em excesso um anticorpo (anti-streptolisina O -> ASLO ou ASO). Logo, não é um auto-anticorpo, pois é um anticorpo contra um antígeno não próprio.Em pessoas saudáveis, ao entrar em contato com o S. pyogenes, desenvolver a infecção e fazer o tratamento, há a presença de streptolisina O, e o sistema imunológico reconhece, e produzira ASLO, mas isso não desenvolve febre reumática. O indivíduo saudável ,após uma infecção da orofaringe produz e libera na circulação ASLO menos que 200 UI/mL. O individuo pré-disposto geneticamente a desenvolver febre reumática pode produzir na presença de streptolisina O mil vezes mais que os 200 UI/mL que é encontrado em indivíduos saudáveis, sendo essa a diferença e o grande problema. A relação da streptolisina O com a doença é por causa de mimetismo molecular. A ASLO mil vezes aumentada na circulação vai se depositar em três locais e se liga em tecidos e reconhece antígenos que não deveria reconhecer, ou seja, a presença de uma quantidade exacerbada de ASLO circulante, faz com que esses anticorpos se depositem na articulação, coração (causando cardiopatias) e vasos periféricos, principalmente membros inferiores. A mais comum é nas articulações, onde o anticorpo se liga no colágeno/na cartilagem. A cartilagem não tem streptolisina O, e os anticorpos se ligam nesses tecidos porque estão em grande quantidade e se confundem (cross reactivity ou mimetismo molecular) (Ele se liga porque se engana e porque esta em altas concentrações). E isso causa dano tecidual/inflamação (levando a dores muito intensas, de não conseguir andar), mas é uma doença muito controlável, então não há muitos estudos e mecanismos elucidados. Mas a presença de anticorpos ASLO no soro de uma criança é 100% de certeza que ela esta tendo uma crise reumatologica por uma infecçãoo previa de orofaringe e tem pré-disposição genética. A longo prazo (depois de várias crises) há dano cardíaco, pois o anticorpo se liga e causa insufiecincia cardíaca, não tendo contração cardíaca adequada. Por isso é importante tratar para que não tenha crises, consequentemente dores articulares e não levar a um dano cardíaco. Logo, a presença do anticorpo (ASLO) no soro do paciente a cima de 200 é certo que ele tem febre reumática, mas a não presença não significa que ele não tem. O problema é que talvez não pegamos isso depois da crise, pois a instalação da infecção na orofaringe pode não se desenvolver por completo e há uma crise mais branda, que leva a uma dor articular e se confunde com outras coisas. O diagnóstico da febre reumática é clínico, não existindo sinal patognomônico ou exame específico. Os exames laboratoriais, apesar de inespecíficos, sustentam o diagnóstico do processo inflamatório e da infecção estreptocócica. Achados Laboratoriais *Pesquisas quando não se tem ASLO no soro; olhar as diretrizes da OMS Pesquisa de ASLO Pode ser por aglutinação em latex; turbidimetria; nefelometria. -> No geral até 2 anos as crianças não tem infecções de orofaringe, o diagnostico começa a aumentar depois dos 7 anos. Aula 3 - FAN-HEP 2 Diagnóstico de grupo de doenças auto-imunes (FAN – pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares). A maioria dos auto-anticorpos são contra estruturas do núcleo,mas hoje se sabe que também existem anticorpos conta outras estruturas da célula. Por isso o nome mudou para PAC (pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares), mas o nome FAN continuou. De 12-14% da população tem FAN reagente sem doença auto-imune (marcador pouco específico e pouco sensível), então o FAN só é pedido se tem dados clínicos que sugere doença auto-imune. Reações de Imunofluorescencia Reação onde o conjugado esta ligado a um fluorocromo. No FAN é feito imunofluorescencia indireta (pesquisa anticorpos), então há um antigeno no reagente. Então o substrato é um antigeno que esta fixado na lamina, coloca o soro do paciente, onde o anticorpo se liga no substrato e em seguida se coloca um conjugado (anticorpo anti IgG humano) ligado a um fluorocromo na porção Fc do anticorpo (ligação covalente), que tem capacidade de excitação e ele emite fótons de cor (verde -> isotiocianato de fluoresceina / FITC). *Na pesquisa direta se pesquisa antigeno, ex. Clamidia em amostra cervico-vaginal (é raro). Na lamina para se fazer a pesquisa de FAN, o fabricante coloca na lamina uma célula de laringe humana (HEP-2) (cresce bem e é grande). O microscópio de fluorescencia tem uma caixa acoplada com uma lampada UV no microscopio de luz. Além da lampada tem um espelho dicróico que capta a emissão da luz UV e dieciona 90 graus para a amostra, que pode ter ou não fluorocromo, que excita e libera fótons que vão ser vistos pela objetiva. Fluorocromo: São moléculas que absorvem luz em comprimento de onda baixo e elevada energia e emitem luz em comprimento de onda maior, de menor energia, fenômeno conhecido como fluorescência. A cor emitida depende da caracteristica quimica do fluorocromo e precisa de um filtro para ver em determinado comprimento de onda. Pesquisa de autoanticorpos em células Hepiteliais Humanas (HEp-2) Fator antinúcleo (FAN), hoje denominado “pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares” (PAAC) em soro de pacientes com suspeita de doença auto-imune. A célula de faringe humana (HEP-2) esta na lamina e se coloca o soro do paciente, que se tiver anticorpo ira se ligar. Coloca o conjugado, que se liga no anticorpo e no microscopio iremos ver fluorescencia (verde), nesse caso, é reagente. No entanto, o anticorpo (existem várias doenças) pode ser contra diferentes partes da célula (ex. Nucleo, nucléolo, mitocondria, etc), e isso pode ser evidenciado olhando no microscópio, no entanto não se sabe a exatamente o que é contra, por exemplo, lupus se ve que tem anticorpo contra núcleo, no caso é contra DNA, mas só se sabe que é contra o núcleo). Para distinguir uma doença e outra depende do padrão que se ve no microscopio, para saber de que tipo de anticorpo se trata. Existem cerca de 30 padrões diferentes na imunofluorescencia. A célula HEP-2 é uma célula normal, possui todas as estruturas. Quando ela esta em interfase ela não esta se dividindo, e quando ela esta em mitose ela esta se dividindo. Logo, elas podem estar nessas duas situações. As células em cultura celular são cultivadas para crescerem, lá tem todos os nutrients e substancias essenciais para isso. Existem células que “boiam”, não se aderem (geralmente células sanguineas, células circulantes), e outras que grudam/se aderem no plastico da garrafa de cultivo, pois possuem moleculas de adesão (caso da HEP-2), formando uma monocamada (elas não ficam uma em cima da outra, gostam de se aderir e ficam uma ao lado da outra). O fabricante faz esse cultivo e depois coloca essas células que se dividem na lamina até ocupar todo o espaço com tinta de alto relevo nos espaços sem a tinta. Depois de se dividir ela entra em interfase, ou seja, ela fica metabolicamente ativa. Quando o fabricante percebe que o espaço foi ocupado 95%, a lamina esta pronta e deve ser fixada (ex. com metanol, formaldeido) para matar a células mas preservar suas caracteristicas morfológicas, estando pronta para uso. No momento da fixação, 90% das células estão em interfase e 10% em mitose. No geral, a maioria desses 10% há mistura de metafase e telofase. É importante que se tenham células em interfase e em mitose, pois, por exemplo: Lupus é uma doença com anticorpo contra núcleo e existem outras doenças contra núcleo. Se a pessoa tem anticorpos anti-DNA (não é o mais comum), quando ele encontra o DNA da célula, ele faz inflamação e gera toda a sintomatologia do lupus (dores articulares, doença renal, etc). Então, a presenca de células em mitose e interfase garantem se o anticorpo é contra o DNA ou outra coisa que tem no núcleo mas não DNA (possuem caracteristicas diferentes na coloração). *Na metafase, o DNA esta na forma de cilindro. *No HU cerca de 14% dos FAN são reagentes Leitura Definição da região celular fluorescente *Reações em interfase; uma célula tem no máximo 6 nucléolos A célula em metafase é chamada de placa
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