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INTRODUÇÃO QUAL O OBJETIVO DA SEMIOLOGIA? • Quais os instrumentos da semiologia? • Semiologia oncológia? O que prestar atenção? Fazer diagnóstico, estabelecer tratamento e prognóstico de uma doença → são os principais objetivos da semiologia médica • Intrumentos da semiologia: ► Anamnese ► Exame físico *Nós temos algumas características importantes no paciente oncológico; em geral, no início dos sinais e sintomas ele não nos oferece muito dados. Temos que ficar atentos com a localização das queixas; *Ex.: dor epigástrica, dor torácica, sensação de “caroço” na região abdominal.... então uma das características semiológicas importante é a LOCALIZAÇÃO semiológica da dor, é a partir disso que iremos avaliar presença ou não de metástases ALGUNS SINTOMAS FUNDAMENTAIS: • A DOR, que tem data de início, fatores de melhora e de piora, irradiação – geralmente a dor aparece do meio da doença para o final, passando de uma leve incomodo para uma dor insuportável – realizar a classificação dessa dor ► Tumores que comprimem vasos → paciente se queixa de dormência (parestesia), cianose, púrpuras, petéquias e até mesmo necrose • A perda de peso é em geral de 10-15% do peso do paciente, e de rápida instalação • Outros sintomas relacionados ao TGI: é a inapetência, alterações digestórias, dispesias, refluxo gastroesofágico, dificuldades de evacuações • Dispneia: no início pode ser leve e pode se tornar uma dispneia de pequenos esforços, em um ponto que o paciente não consegue nem se deslocar. • Sangramentos: visíveis ou ocultos – sempre se atentar para pesquisa de sangue oculto nas fezes por exemplo; sangramentos de trato genital e urinário também são sinais de alerta • Devemos nos atentar para a situação emocional do paciente, angústias; • Idade Ex.: jovem dizendo que há 3 semanas surgiram glânglios pouco dolorosos na região axilar esquerda e alguns dolorosos na região axilar direita; devemos nesses casos avaliar a consistência: DURA, IMÓVEL (aderido), se é DOLOROSO, se há presença de conteúdo líquido (temos que tomar muito cuidado, não podemos sair drenando qualquer coisa que aparece em nossa pele); Em um caso desses, devemos pensar: o que tem na região axilar: pele, tecido adiposo, músculos, artérias e veias, glândulas sudoríparas e sebáceas; Toda inflamação glandular na região da axila pode vir de glândulas sebáceas (cisto sebáceo) ou sudorípadas (hidrosadenite) – essas são nossas primeiras hipóteses benignas. 2ª hipótese: pensar no sistema de drenagem, ou seja, pode ser uma tumoração de linfonodos, que pode ser apenas uma adenite (um glânglio inflamado por um processo local) ou até uma inflamação na mama que drenou para esses linfonodos. 3ª hipótese, podemos pensar em uma lesão primária como os linfomas! *Como proceder na análise após esse tipo de queixa? 1º você pode iniciar com exames não invasivos (de imagem) – RX, USG, TC ou RM; e 2º você pode pensar em exames invasivos (PAAF ou biópsia) *O exame mais simples para observar nódulos em partes moles seria o USG *Lembrar que na região axilar é comum ser metástase de melanomas (então toda vez que encontrar ganglios axilares ou inguinais, deve-se investigar a pele do paciente para verificar a presença de alguma pinta) – toda vez que o paciente estiver com um melanoma cutâneo, devemos verificar se á a presença de um gânglio sentinela! CASO CLÍNICO Luiz, um adolescente de 16 anos, veio encaminhado de um hospital geral, onde há um mês fazia tratamento para o que acreditavam ser osteomielite, uma infecção grave por staphylococcus aureus. Em razão da fratura óssea de fêmur esquerdo, foi submetido à cirurgia com colocação de fixador exertno. Durante a cirurgia, foi realziada biópsia óssea *O staphylococcus epidermidis é o mais comumente presente na nossa pele. Então, quando fizermos cultura de lesão de pele, e encontrar-mos essa bactéria, isso é contaminação da lesão, porque ele faz parte da nossa flora. Em geral ele necessita de mecanismos de quebra de defesa para aparecer na nossa pele; *Staphylococcus aureus: Ele é uma bactéria que gosta muito da região nasal, podendo causar piodermites como o impetigo ou pneumonias mais graves. Ainda, ele criou uma resistência aos antibióticos. *Fraturas abertas (expostas) que permanecem assim por 6 horas aberta, já consideramos contaminadas RESPONDAM A ESTAS DÚVIDAS • Quais sinais e sintomas de osteomielite aguda (AO)? Em geral são todos os sinais flogísticos: dor, rubor, calor; • Quais os locais mais comuns de se ter osteomielite? Nos ossos longos, devido a sua vascularização; não é comum ter osteomielite em ossos curtos (mas entre elas, é comum ter no escafóide, que são casos mais graves) • Como se diferencia osteomielite aguda e crônica (OC)? A crônica acentua os sinais locais e produz lesões fistulosas, formando úlceras ou fístulas com drenagem de secreção purulenta. Na aguda, geralmente temos sinais inflamatórios • Qual o principal agente etiológico? Staphylococcus aureus • Entre os fatores epidemiológicos quais estão relacionados a formação de osteomielite? Porque forma-se um biofilme cheio de bactérias, que “cola” nesse osso, e dificilmente vai sair sem remoção cirurgica • Qual o melhor exame para diagnosticar osteomielite? Os RX não são bons porque na maioria das vezes nao nos dizem nada; o melhor exame é a RM • A osteomielite pode induzir tumores benignos ou malignos? Pode! Devido a frequente agressão pelas bactérias; as duas lesões mas frequêntes: osteossarcoma (no osso) e o carcinoma espinocelular (na pele) FATORES DE RISCO MAIS RELEVANTES • Traumatismo • Presença de material de osteossíntese • Diabetes • Doença vascular periférica • Alcoolismo, tabagismo • Uso crônico de esteróides • Imunossupressão • Anemia falciforme LAUDO HISTOPATOLÓGICO: • Luiz fez uma biópsia histopatológica que diagnosticou um osteossarcoma . • Foram realizados exames para a avaliação da extensão da doença e realizar o tratamento mais adequado. Nessa ocasião, além de doença localmente avancançada, havia metástases pulmonares bilaterais. O adolescente apresentava-se como algém caseiro, estudioso e que gostava de comer. Ao falar sobre o longo tempo de internação, sinalizava certa dificuldade para respirar, porém dizia aceitar que fosse para o seu bem e para a sua saúde • Nos dias seguintes, o paciente teve uma piora em seu quadro clínico, precisando ser transferido da enfermaria para o centro de terapia intensiva pediátrico, onde necessitou ser entubado e consequentemente sedado. • Após realizar exames e discutir o estado clínico do adolescente, a equipe indicou a cirurgia de desarticulação de sua perna, que era o foco de infecção. Naquele momento, houve certa preocupação da equipe e da família, em pensar como seria para Luiz “acordar” e perceber-se sem perna, já que, antes da sedação, ele ainda não sabia sobre essa possibilidade. *Surge a semilogia psiquiátrica gerada pela situação da amputação do membro • A cirurgia de desarticulação da perna esquerda foi autorizada pelos pais do paciente e realizada sem intercorrências clínicas. Com o passar dos dias, o quadro clínico de luiz possibilitou a redução do seu nível de sedação. Conforme a sedação diminuía, a angústia de seus pais aumentava, já que esses não sabiam cmoo contar ao filho o que tinha acontecido • Quando o paciente ainda oscilava, o estado de consciência aponta em direção à perna amputada fazendo certo questionamento ao seu pai, que escreve no caderno: ‘’Filho, precisaram tirar sua perna para que você ficasse bem”. • Os atendimentos psicológicos de Luiz intercalavam partidas de UNO a diversas perguntas feitas no caderno. Os questionamentos diziam respeito aos aparelhos, à sua saúde, queixas do incômodo causado pelotubo, falas sobre o seu desejo de poder se alimentar (degustar os alimentos) e do estranhamento de seu corpo ‘curto-circuitado’, pelo qual passou a “comer pelo nariz, fazer xixi pela sonda, respirar pelo pescoço e usar fralda.” Pedia que a psicóloga manejasse sua relação com a equipe e demonstravainteresse em saber sobre seu tratamento, sobre o que era quimioterapia e radioterapia e quais seriam os seus efeitos em seu corpo. Após os atendimentos, o adolescente pegava as folhas que havia escrito no caderno, as arrancava, rasgava e pedia para que a psicóloga as jogasse fora. • O adolescente entendia a importância da cirurgia para salvar sua vida, porém ainda não era possível elaborar o luto referente à perda de uma parte de seu corpo, conforme suas palavras: “sei que tiraram minha perna para que ficasse bem, mas depois vão colocá-la de volta?”. A psicóloga diz a ele que a cirurgia foi necessária para que ele pudesse estar vivo naquele momento e que sua perna estava com uma doença e por isso precisou ser tirada e não poderia ser colocada de volta, mas que estaria ali para ajudá-lo a lidar com tal mudança em seu corpo. • O que é assustador, causa medo, mas ao mesmo tempo remete a algo que é conhecido e familiar. O adolescente, com seu corpo em processo de constituição, que ainda está sendo apropriado por ele, passou a se sentir um estranho, e não se reconhecia diante da imagem corporal do “menino sem perna”. Na tentativa de construir um véu para aquilo que lhe causa angústia, questiona-se como seria colocar uma prótese e os motivos pelos quais alguém poderia preferir não a usar, já que essa aparentemente “disfarçaria” a ausência da perna ao olhar do outro. • Mas permanece a questão: e o olhar de lucas • O adolescente procurasse poupar seus familiares, em especial sua mãe, de seu sofrimento. Em sua última internação, com suas fragilidades físicas e emocionais, Luiz percebia a vulnerabilidade e a angústia da mãe e tentava cuidar dela, para que essa conseguisse estar ao seu lado. Solicitava que a equipe oferecesse suporte a ela e, por vezes, pedia que ela recebesse suporte psicológico ANAMNESE • Identificação e queixa principal: paciente masculino, 52 anos, branco, casado, procedente e residente em camaquã-RS; procurou atendimento médico com queixa principal de “má-digestão e dor no estômago” *Perguntar o que ele come, que horas ele come, se ele deita após comer, se der ardor após comer, se a dor passar após comer, ou se a alimentação piora a dor, e oque a pessoa faz para tratar essa dor • Em seu relato, dizia que há aproximadamente 9 meses iniciou quadro de dispepsia e começou a fazer utilização de antiácidos (sonrisal) por conta própria (esse medicamente tem em sua fórmula AAS, e vai aos poucos lesando o estômago); Associa-se a isto, há 6 meses, quadro de plenitue gástrica, mesmo após pequenas refeições, e leve dor epigástrica, sem irrradiação, tendo alimentação como fator de alívio • HPMA: Há 5 meses a dor se tornou constante, associando quadro de inapetência e perda ponderal de 6kg. Há quatro meses, após perda de mais 4 kh e atenia. Referia constipação intestinal e fezes endureidas, vômitos desencadeados pela alimentação e anorexia. Negava hematêmese ou melena. ANTECEDENTES • Tinha o pai e uma tia paterna falecidos de câncer e mãe viva e hígida além de três filhos e mulher saudáveis. HÁBITOS DE VIDA • Condições de moradia regulares em casa de alvenaria e com saneamento básico. Fazia uso de água de poço. Tabagista 36 maços/ano, etilista 0,5L/dia de cachaça por 32 anos. EXAME FÍSICO • REG, emagrecido, fácies de dor, mucosas hipocoradas 3+/4+, anictérico, afebril, desidratado 1+/4+, lúcido. PA: 90x60mmHg. FC: 100bpm. FR: 22mrpm. Tax: 36 C. Peso: 54kg. Altura: 1,70m. • Cabeça e pescoço: prótese dentária, sem lesão em mucosas, linfonodos retroauriculáres, submentonianos, cervicais e supraclaviculares não identificados à palpação, fundo de olho sem alterações dignas de nota • Aparelho Cardiorrespiratório: Ausculta pulmonar sem alterações, ausculta cardíaca com RR2T com bulhas hiperfonéticas e presença de sopro sistólico 1+/4+. • Abdome: plano, doloroso à palpação superficial e profunda de epigástrio, presença de massa de limites imprecisos e consistência pétrea sem mobilidade de aproximadamente 9cm, fígado e baço não palpáveis, sem ascite identificável ao exame físico. • Extremidades: Apresentava edema em membros inferiores, com cacifo, 2+/4+. EXAMES LABORATORIAIS • Hb 8mg/dL • Hc: 24% • Hipoalbuminemia e presença de sangue oculto nas fezes. *Anemia, presença de sangue oculto nas fezes DIAGNÓSTICO • Endoscopia digestiva alta • Biópsia e histopatológico *Solicitar uma endoscopia digestiva alta que vai fazer uma biópsia e um histopatológico *HD: Diagnóstico de adenocarcinoma de estômago
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