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TEORIAS DE AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM Behaviorista (ou comportamentalista), Inatista e Interacionista - Semiologia e Diagnóstico em Linguagem I

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS CURSO DE 
FONOAUDIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCIANE LIMA VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA E DIAGNÓSTICO EM LINGUAGEM I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA 
2021 
3. TEORIAS DE AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 
 
3.1 Ideias centrais das teorias 
 Cada teoria se baseia em explicar como acontece o desenvolvimento humano e 
tentar prever o tipo de comportamento que pode ocorrer em certas situações, 
começando pelas crianças recém nascidas até a senescência. A análise do vídeo da 
Alice com 1 ano e 5 meses acontecerá concomitanmente com as teorias apresentadas. 
Existem várias teorias baseadas na perspectiva psicanalítica, da aprendizagem, 
cognitiva, contextual e evolucionista/sociobiológica. Porém, o que vai ser abordado são 
as teorias Behavioristas ou Comportamentalistas, Inatistas e Interacionistas, (de 
Vygotsky, Piaget e Wallon). A importância do estudo sobre cada estágio de vida é 
compreender os diferentes tipos de desenvolvimento para observar como em cada fase 
da vida, os problemas são encarados e como as novas descobertas acontecem. 
 
3.3. Pontos fortes 
 O principal ponto forte é que esse tipo de estudo inspira outras pesquisas que estão 
ou podem ser desenvolvidas no futuro, a fim de complementar cada teoria e sugerir 
hipóteses a mais. Cada comportamento foi observado com objetivo de analisar o ser 
humano para avaliar o que acontece em cada fase da vida e o que esperar delas. Hoje 
sabemos então, que crianças que não falam na idade esperada, indicam alguma 
alteração no seu desenvolvimento. Entendendo o que a criança quer dizer nos seus 
primeiros estágios da vida, facilita a rotina dos pais e professores para lidar com a 
demanda dessa criança e ensiná-la e orientá-la da maneira mais adequada possível. 
 
3.4. Pontos fracos 
 Por outro lado, cada teoria nunca pode ser provada, mas podem pelo menos 
incorporar outras descobertas posteriores. Há a possibilidade das teorias serem ou não 
verdadeiras, portanto isso dá lugar para elas serem modificadas com o tempo para 
explicar o que faltou para serem acomodadas às descobertas novas. Outro ponto, é que 
muitas vezes, cada teoria pode ter conflitos entre si, ou seja, cada teórico explica o 
desenvolvimento com base em uma de suas questões: se as pessoas são ativas ou 
reativas ao seu desenvolvimento; e se o desenvolvimento é contínuo ou ocorre em 
estágios da vida. 
 Apesar dos indícios de mudança, ainda não traz esclarecimentos sobre essas 
questões, pois o tempo não é uma variável psicológica, mas sim uma escala. Partindo 
dessa afirmação, há de se explicar como as questões internas e o meio externo 
provocam tais mudanças no indivíduo que tem que se adaptar ao longo do seu ciclo 
vital (infância, adolescência e envelhecimento) e que acontecem em múltiplos 
contextos. 
3.5. Teorias: 
 
3.4.1.Behaviorista (ou comportamentalista) 
O Behaviorismo ou teoria comportamentalista, faz parte dos teóricos da 
aprendizagem que se dividem em duas importantes teorias: behaviorismo e teoria da 
aprendizagem social. O Behaviorismo se baseia na resposta do comportamento à 
experiência vivida pelo indivíduo, ou seja, o ambiente tem forte influência no 
desenvolvimento e comportamento. Essa teoria compara os seres humanos com os 
organismos, enfatizando a ideia de que as pessoas reagem a certas condições do 
ambiente que são agradáveis, dolorosos ou ameaçadores. No caso da Alice, ela vive em 
um contexto que não é o brasileiro, porém recebe a educação de seus pais que são 
nativos do país enriquecendo sua compreensão e vocabulário. 
O foco do Behaviorismo é a aprendizagem associativa, que possui dois tipos: 
condicionamento clássico e o condicionamento operante. O condicionamento clássico 
se trata de uma resposta à um certo estímulo que é associada por ser repetida várias 
vezes, no qual faz surgir a essa mesma resposta. Essa teoria veio de Ivan Pavlov que 
fez experimentos com cães e, mais tarde, foi repetida por Watson que aplicou essa teoria 
em um bebê. Esse tipo de condicionamento dentro dessa teoria pode ser observado no 
vídeo, pois ao final Alice pede para a mãe voltar ao início do livro, promovendo a 
repetição das respostas. 
Já o condicionamento operante se trata da consequência que a ação do indivíduo 
faz sobre o ambiente, sendo um comportamento voluntário. B. F. Skinner descobriu que 
o organismo pode repetir uma mesma resposta reforçada e eliminar uma resposta que 
foi punida ou enfraquecida. Como toda teoria é sujeito à falhas, a teoria de Skinner é 
limitada por não considerar as diferenças individuais, influências culturais e sociais e 
entre outros aspectos variáveis. No contexto de vida da Alice, ela vive em uma variável 
que é a pandemia e também por morar em outro país que é uma variável cultural, embora 
os pais dela reforcem a leitura e educação no lugar das telas, reforçando a cultura nativa 
e o aprendizado da língua portuguesa. 
 
3.4.2.Inatista 
 Essa teoria é contra o Behaviorismo (concepção do autor Chomsky) e parte da 
ideia de que o ser humano nasce com a capacidade inata para a linguagem. Para esses 
teóricos a linguagem é dada como sintaxe, sendo a criança já nascida com seu 
“dispositivos de aquisição da linguagem (DAL)” que abre portas para a gramática e sua 
estrutura básica. Isso recebe o nome de Input. 
 Em outras palavras, a linguagem já vem com a criança, no qual está pré-construída 
e surge na primeira infância, como Alice, conforme o sistema nervoso central se 
desenvolve (output). Eles apontam que o cérebro humano tem estrutura maior do que a 
outra (hemisfério esquerdo), para a maioria as pessoas, o que sugere um mecanismo 
inato para processar o som e a linguagem nesse hemisfério. Porém, não se explica como 
esse mecanismo funciona. Apesar da Alice escutar os pais lendo junto com ela, mesmo 
não sabendo falar com apenas meses de vida, pode-se considerar que ela mesmo não 
sabendo falar todas as palavras com clareza como no vídeo, ela adquiriu a capacidade 
de compreensão das palavras que foram ouvidas, por isso ela sabe o que vai acontecer 
e contar a história mesmo não sabendo ler. 
 
3.4.3. Interacionistas 
 
3.4.3.1. Vygotsky 
 Esse autor, possui como teoria, os processos sociais e culturais que 
direcionam o desenvolvimento da criança, conhecido como Teoria 
Sociocultural. Esta, se trata da interação da criança em seu ambiente de 
forma ativa. Diferente de Piaget a seguir, Vygotsky via o crescimento 
cognitivo como processo colaborativo, ou seja, por meio da interação 
social. Quanto mais as atividades são compartilhadas, mais ajuda a criança 
integrar o pensar da sociedade e esses hábitos tornam-se os dela. Alice, 
por meio do vídeo, demonstra essa interação com o ambiente junto com o 
seu livro ilustrativo e com a sua mãe que a ajuda a contar a história. 
 Além disso, o autor defende que a linguagem é um meio fundamental 
para aprender e para pensar sobre o mundo. Segundo ele, os adultos 
capacitados e desenvolvidos podem organizar, ensinar e direcionar as 
crianças à aprendizagem, pois isso torna-se eficaz para a criança cruzar a 
chamada zona de desenvolvimento (ZDP) que diferencia o que a criança já 
sabem com o que ela precisa realizar com ajuda de alguém mais capaz do 
que ela, como a mãe da Alice no vídeo que a guia em certos momentos. 
 
3.4.3.2. Piaget 
 Jean Piaget desenvolveu sua teoria do desenvolvimento 
cognitivo, a partir da observação de seus filhos e outras crianças. Na teoria 
do desenvolvimento cognitivo Piaget diz que nascemos com a capacidade 
inata para se adaptar ao ambiente a nossa volta. Quanto mais a criança 
explora, mais competente ela se torna para lidar com o que está ao seu 
alcance, como no vídeo, no qual quanto mais ela é exposta à leitura, mais 
ela se torna capaz de compreender o contexto da história do livro. Esse 
crescimentoacontece em três processos: organização, adaptação e 
equilibração. 
 A organização, para Piaget, se trata da criação de sistemas 
organizados que, a medida que vai se desenvolvendo, fica cada vez mais 
complexo tornando-se o que são chamados esquemas, no qual organiza o 
mundo como ele é. O livro de Alice é colorido e cheio de ilustrações que 
ajudam na construção de um contexto mais complexo. A adaptação, se dá 
como as crianças lidam com as novas informações adquiridas com base no 
que elas já aprenderam antes. 
 Segundo Piaget, isso acontece por meio de dois processos: 
assimilação que é adquirir a nova informação e vincular com as estruturas 
cognitivas que já existem antes dessa nova; a acomodação é adaptar as 
suas estruturas cognitivas para introduzir a nova informação. Já a 
equilibração, se trata do trabalho em conjunto da assimilação e 
acomodação que produzem o equilíbrio, após a criança não conseguir lidar 
com experiências novas, causando assim, o desequilíbrio. 
 Piaget, considera que sua teoria é dividida em 4 estágios 
universais, no qual a criança se adapta e aprende coisas novas ou as 
modifica. As operações da mente evoluem da aprendizagem que se baseia 
na atividade sensório-motora mais básica até o pensamento lógico e 
abstrato. É evidente que a história que a Alice traz contando oralmente, 
também deixa claro que quanto mais ela aprende com a leitura dos pais, 
mais o pensamento adquire novas informações que vão se organizando em 
sistemas mais complexos dentro da mente dela. 
 
3.4.3.3. Wallon 
 Para Henri Wallon, a criança é em sua essência, o emocional 
que aos poucos vai se tornando um indivíduo sócio-cognitivo. Como ele é 
também teórico interacionista, ele traz que a criança precisa interagir com 
o outro que é fundamental para evoluir em desevolvimento, assim como 
Alice e sua mãe no vídeo. Portanto, Wallon traz a perspectiva 
psicogenética, no qual o sujeito, com seus genes de sua espécie, vai 
interagir com o ambiente no qual está inserido. Por pelo menos três anos 
de idade, a criança estará submersa num mundo cultural e simbólico, e 
assim, precisará da orientação do outro para definir suas ações e formas 
de expressão. Considera-se aqui o a maternidade responsável pela Alice, 
como o papel do outro que a ajuda a definir isso através da leitura do livro 
“Que Mundo Maravilhoso”. 
 Mesmo sem a linguagem falada, a criança comunica-se com o 
adulto por meio de suas ações e interpretações do meio humano, e assim, 
a criança constrói seus próprios processos comunicativos-expressivos de 
forma sistematizada. Isto acontece com a imitação, um meio de troca entre 
pessoas. Dessa forma, a criança consegue construir sua própria 
subjetividade, expressando-se mostrando seus desejos e se diferenciando 
dos outros. 
 Semelhante à Piaget, Wallon também apresenta em sua 
teoria, estágios de desenvolvimento, mas se diferencia por pensar que a 
criança não se desenvolve de maneira linear. Pensando nisso, Wallon diz 
que crianças ou adultos não se desenvolvem sem nenhum conflito. Análogo 
à Vygotski, Wallon também considera que o meio social é fundamental e 
também a cultura e linguagem que ajudam nessa evolução. 
 No que se refere aos estágios de desenvolvimento do ponto 
de vista afetivo, Wallon as separa em 5: 1º - impulsivo-emocional (0 a 1 
ano); 2º - sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos), no qual teoricamente a 
Alice está inserida por ter 1 ano e 5 meses até o momento do vídeo 
gravado; 3º - personalismo (3 a 6 anos); 4º - categorial (6 a 11 anos) e 5º - 
puberdade e adolescência (11 anos em diante). 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
MAHONEY, A. A.; ALMEIDA, L. R. de. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: 
contribuições de Henri Wallon. Psicol. educ, n. 20, p. 11–30, 2005. 
PAPALIA, D. E.; DUSKIN, R. Desenvolvimento Humano. 12. ed. Nova York: The McGraw-Hill 
Companies, 2012. 
SOARES, M. V. Aquisição da linguagem segundo a Psicologia Interacionista: três abordagens. 
Revista Gastilho, p. 1–24, 2009.

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