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Caso Clínico – Fisioterapia Neuropediátrica Criança do sexo feminino, 3 anos, única filha, mãe solteira, é acompanhada pelo Programa Intervenção Precoce do Hospital e atendida no serviço de Fisioterapia desde um ano de idade (idade corrigida). Mora com a mãe, avó e mais quatro pessoas da família em um bairro da periferia de uma grande cidade. A mãe relata que a filha nasceu prematura, de 31 semanas, após pré-eclâmpsia no parto, “não chorou” e ficou “amarela”, sendo necessária internação por três semanas até estabilização do quadro clínico. Aos 8 meses, ao perceber que a filha “não fazia as mesmas coisas que o primo, da mesma idade”, a mãe levou-a ao médico, que a encaminhou para avaliação fisioterapêutica. Ao exame clínico, a criança apresentou diplegia espástica, sistema de classificação Gross Motor Function Classification System (GMFCS) nível III (dificuldade de marcha comunitária), espasticidade grau 3 da musculatura extensora e adutora de MMII de acordo com escala de Ashworth, não sentava, não rolava e não engatinhava, sendo encaminhado ao ambulatório de fisioterapia. Na avaliação inicial foi utilizada a escala de Alberta Infant Motor Scale (AIMS), que mostrou percentil de 50%. Na época, a criança não rolava, não sentava sem apoio ou sustentava o próprio peso quando posta de pé. Atualmente, a criança frequenta a fisioterapia duas vezes na semana, trazida pela mãe nos braços. Faz uso de órteses suropodálicas rígidas bilateralmente, mas não anda sem apoio. A mãe queixa-se de dores nas costas e cansaço, porque precisa levar a criança nos braços durante os deslocamentos. Preocupa-se quanto ao futuro da criança, que ainda não frequenta a escola porque não anda e é muito dependente. A mãe relata que a criança tem “as pernas muito fracas e duras”, se cansa facilmente ao tentar andar, não se equilibra sem apoio, precisa de ajuda para banhar-se, comer e se vestir. A satisfação da mãe ao desempenho da criança, segundo a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) receberam nota 2 para deambulação, concomitantemente. Ao teste de força muscular manual, possui grau 3 em flexores de quadril e joelhos, grau II em extensores de quadril e joelhos e grau I em dorsiflexores, bilateralmente. Havia aumento do tônus muscular (hipertonia) no quadríceps e tríceps sural, associado à redução de ADM passiva em tornozelos, joelhos e quadris, por encurtamento de iliopsoas, tríceps sural e isquiostibiais, além da exacerbação dos reflexos profundos (hiperreflexia) patelar e aquileu. A fisioterapeuta verificou, em sua última avaliação bom controle de tronco na postura sentada, sendo necessário pouco auxílio para as transferências. Apresenta postura instável ao ortostatismo, mantendo- se independente por pouco tempo. A marcha tem padrão “ em agachamento”, é realizada com apoio de outra pessoa e demanda muito esforço, pelo reduzido condicionamento físico. Obteve pontuação da escola de Medida de Função Motora Grossa (Gross Motor Function Measurement – GMFM) mais comprometida nas dimensões C) engatinhado e ajoelhado; D) em pé; e E) andando. Na avaliação do Desempenho Funcional da criança pelo Inventário Pediátrico de Incapacidade (PEDI), observou-se discrepância entre as capacidades da criança (escore bruto= 39; escore contínuo = 48,85: boa habilidade funcional, com leve alteração no controle motor fino manual); e seu desempenho funcional (escore bruto= 30); escore contínuo = 86,31: necessidade de grande assistência do cuidador). Isso traduz a complexa relação entre as condições particulares da criança e os fatores contextuais (ambiente físico, social e cultural), confirmando a dependência da criança para as AVDs. De acordo com a explanação do caso clínico, responda as seguintes questões: 1. Com base nas condições de saúde da paciente, quais fatores contribuem para a limitação das atividades dessa criança? 2. Quais os objetivos e as intervenções mais adequados para esse nível de comprometimento motor de Paralisia Cerebral (GMFCS nível III)? 3. Quais possíveis complicações podem interferir na fisioterapia? 4. Qual o prognóstico da reabilitação fisioterapêutica? 5. De que forma os fatores contextuais podem influenciar os resultados esperados? 6. O que caracteriza uma diplegia espástica e qual a função das órteses suropodálicas rígidas? Anexe uma imagem desse tipo de órtese. 7. Cite e conceitue as escalas utilizadas durante a avaliação neuropediátrica. 8. De acordo com a conduta traçada para a criança com paralisia cerebral, escolha um recurso terapêutico (método ou terapia) citado na questão 2 para mostrar a sua eficácia no tratamento através da evidência científica. O artigo científico deve ser atualizado (a partir do ano de 2016) e deverá constar ao final do texto, a sua referência bibliográfica. Orientações Gerais: - Valor: 10,0. - Prazo entrega: 14/11/2020, até às 12 horas. - Organizar o trabalho de acordo com as normas da ABNT. - Salvar o arquivo em formato PDF. - Colocar o nome completo dos componentes do grupo. - Grupo de 3 alunos (apenas 3 alunos).
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