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● Diante de um paciente com suspeita de comprometimento neurológico, o médico deverá avaliar as funções do sistema nervoso: 1. Existe disfunção do sistema nervoso? 2. Onde está localizada a lesão ou onde estão localizadas as lesões? 3. Quais as prováveis causas? ● Aspectos da história devem ser enfatizados: ▸ A forma de instalação da doença – súbita, rápida (porém não súbita) ou insidiosa. ▸ A evolução da enfermidade (estática, remitente-recorrente ou progressiva; neste último caso, averiguar se a progressão se deu de maneira rápida ou lenta e, ainda, se há períodos de exacerbação). ▸ História gestacional e revisão dos eventos perinatais (observar o APGAR) ESCALA DE APGAR Os sinais avaliados são: coloração da pele, pulso, irritabilidade reflexa, esforço respiratório, tônus muscular. 7-10: sem risco neurológico, 5-6: risco para lesão neurológica e 1-4: presença de lesão neurológica ▸ Revisão do desenvolvimento neurológico ▸ História familiar ● A avaliação da criança é feita em diferentes estágios do desenvolvimento neurológico. Vemos se ignora ou interage, se há interesse pelos componentes da sala, se responde aos estímulos sonoros ambientais ou táteis. Avaliamos o olhar, a movimentação, a emissão de sons vocálicos e o choro. ● Notar o aspecto geral da criança, em particular a con�guração facial e a presença de qualquer característica dismór�ca. ● A presença de um odor corporal não usual pode ser um distúrbio metabólico. ● Lesões cutâneas (manchas café com leite, hemangiomas e áreas de despigmentação) podem ser uma síndrome neurocutânea. ● No exame do crânio, devem ser apreciadas dimensões, forma, consistência e estado das suturas e fontanelas. ▸ Considera-se alterada a medida que se encontra abaixo de 2 desvios-padrão – DP (percentil 2,5) ou acima de 2 DP (percentil 97,5). ▸ Nos primeiros anos de vida fazer a palpação sistemática do crânio. ▸ A época do fechamento da fontanela anterior varia entre 6 e 18 meses. Atraso do fechamento após os 18 meses. ▸ Sempre que houver suspeita de malformação vascular intracraniana, há indicação de ausculta do crânio. ● Inspeção da coluna vertebral: ver se há presença de desvios patológicos. Estado mental e funções corticais superiores ● Observar a comunicação e atenção; 1 ● Coordenação de ideais (ex.: contar histórias); ● Funções executivas; ● Memória; ● Inteligência. Brincar e conversar com a criança é uma das melhores formas de avaliar as funções do sistema nervoso. Motricidade ● Estática ● Marcha ● Amplitude e velocidade dos movimentos voluntários ▸ Fazer movimento de pinça, abrir e fechar as mãos para segurar objeto, bater os calcanhares no chão repetidamente e o mais rápido possível (hipo ou bradicinesia) ● Força ● Tônus ● Coordenação ● Posturas e Movimentos Involuntários Sensibilidade A avaliação da sensibilidade é subjetiva. Seu exame busca constatar queixas especí�cas ou encontrar distúrbios de sensibilidade que usualmente acompanham a doença de base ou outros sinais 2 neurológicos veri�cados ao longo do exame neurológico. Quando não há queixas ou indícios de que a sensibilidade esteja comprometida, não há necessidade de examiná-la. ● Sensibilidade dolorosa ● Sensibilidade tátil ● Sensibilidade térmica ● Sensibilidade vibratória: uso do diapasão ● Propriocepção consciente: Responsável pela noção da posição das coisas em relação ao próprio corpo. Reflexos Reações transitórias ● R. de Moro: colocar a mão sob a cabeça da criança e deixá-la, de súbito, cair discretamente sem tirar a mão debaixo dela. A resposta normal consiste na abdução e extensão de todos os segmentos dos membros superiores, seguindo-se de um movimento semelhante a um abraço. ● R. de sucção: tocar nos lábios do recém-nascido ele faz movimentos de sucção. Desaparece até o 6º mês de vida. ● R. de preensão palmar e plantar: pressão das palmas e plantas. Geralmente a preensão plantar é mais fraca do que a palmar. Desaparece a partir do 6ºmês até os 12 meses de idade. ● R. tônico-cervical assimétrica: também conhecida como reação de Magnus-De Kleijn, é obtida pela rotação da cabeça da criança para um dos lados, enquanto mantém-se a região dorsal do tronco apoiada completamente no leito. A resposta normal é a extensão dos membros superior e inferior no mesmo lado para o qual a face foi rodada, com a flexão dos membros contralaterais. Desaparece até os 3 meses. Nervos Cranianos ● Nervo Olfatório (I): Na maioria das vezes, o examinador se limitará a perguntar se há alguma queixa. Procura-se veri�car se são reconhecidos odores como café, chocolate, essência de limão e hortelã, testando separado em cada narina. ● Nervo óptico (II): avaliar acuidade visual, campo visual, fundoscopia. 3 ● Nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI): São avaliados em conjunto. Consiste em avaliar o movimento dos olhos e �xação quando se usa um ponto luminoso. ● Nervo trigêmeo (V): pedir ao paciente que aperte os dentes, abra bem os olhos e deixe o maxilar parcialmente aberto. ● Nervo facial (VII): franzir a testa, fechar os olhos com força contra resistência, mostrar os dentes como num sorriso forçado e abrir a boca. ● Nervo vestibulococlear (VIII): com o uso do diapasão testar sensibilidade vibratória e de audição. ● Nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X): Pede-se ao paciente que abra a boca ao máximo. Após alguns segundos, deixando a língua descansar no assoalho da boca, será possível ver o palato sem usar o abaixador de língua. Pede-se ao paciente que diga “ah” de forma contínua e demorada e o palato deve se mover simetricamente para cima e para trás, permanecendo a úvula na linha média. ● Nervo acessório (XI): elevar os ombros (trapézio) e girar a cabeça para o lado (esternocleidomastoideo), aplicando uma força contrária e vendo a resistência destes músculos. ● Nervo hipoglosso (XII): pede ao paciente que abra boca e observe a língua em repouso. Depois coloca-se a língua para fora e observa se o paciente consegue manter ela na linha média. 4
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