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AVA 1 - LITERATURA BRASILEIRA COLONIAL E ROMÂNTICA

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AVA 1 - LITERATURA BRASILEIRA COLONIAL E ROMÂNTICA
O imaginário contemporâneo em torno do padre José de Anchieta.
No Carnaval de 2007, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Gaviões da Fiel sagrou-se
campeão do grupo de acesso (segunda divisão) do desfile momesco paulistano com o
enredo “Anchieta, José do Brasil”, composto por Binho e Claudinho. O samba-enredo
cantava assim:
Vou contar essa história, que tem força e fé
Do jesuíta que aqui está pra nos abençoar.
Filho das Ilhas Canárias, fervoroso em sua formação,
Claro em suas palavras
Dos humildes e indefesos, incansável protetor.
Desde menino era o seu real valor
Um clarão iluminou
O arcanjo São Miguel surgiu
Por ordem da Senhora Imaculada
“És Anchieta, José do Brasil”.
Fez do novo mundo um paraíso
Da catequese missão dos céus
Onde o amor e o prazer em servir
Meditação, oração
Na sua vocação forças pra continuar.
Poemas, peças teatrais.
Eram naturais em suas pregações
Ouvindo a voz da natureza
Compreendia bem melhor os corações
Pajé, padre índio.
Caminhou seu caminhar,
Ensinou. Poetizou
A sua fé hoje ecoa nesse altar
É amor, é devoção
O que sinto por você.
Sou fiel, sou gavião
A paixão desta nação
Posicione-se criticamente sobre a memória formulada pelo samba-enredo em torno da
figura histórica do padre jesuíta José de Anchieta, comparando-a com aquela apresentada
nesta unidade.
José de Anchieta nasceu na Ilha de Tenerife, chegou ao Brasil aos dezenove anos e
tornou-se padre aos trinta e dois. Em 1955, aos vinte e um anos, tornou-se refém dos
Tamoios para evitar um ataque dos portugueses e assim proteger os índios. Anchieta
aprendeu o tupi para se comunicar com os índios e catequizá-los.
O padre utilizou o medo (de tudo que era sobrenatural ao índio, como fogo,
desastres naturais, etc) para infundir nos índios o conceito de morte e de vida eterna
cristãos. Em seus autos, representou os demônios como índios de grupos em conflito com
os Tupis e as práticas culturais indígenas tapuia e tupi (como a dança, a cauinagem, os
fumos e feitiços, etc) como o mal a ser combatido.
Embora Anchieta seja mostrado como um “padre índio” no samba-enredo, como
podemos ver no trecho abaixo, sua estratégia para catequizar os índios era demonizar as
práticas indígenas e oferecer, através do cristianismo, a libertação e a salvação ao povo
indígena.
Poemas, peças teatrais.
Eram naturais em suas pregações
Ouvindo a voz da natureza
Compreendia bem melhor os corações
Pajé, padre índio.
Anchieta “compreendia bem melhor os corações” dos índios, e utilizou esse
conhecimento para evangelizar e aculturar os povos indígenas.
REFERÊNCIAS
DA SILVA JUNIOR, Augusto Rodrigues e MAGALHÃES DE MEDEIROS, Ana Clara.
MICROHISTÓRIA DO TEATRO COLONIAL BRASILEIRO: PADRE ANCHIETA E A FESTA
DE SÃO LOURENÇO. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/index.php/cena/article/view/24083/24315 . Acesso em 05/11/2021.
ANCHIETA, José de. Auto representado na Festa de São Lourenço. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000145.pdf . Acesso em 05/11/2021.
https://seer.ufrgs.br/index.php/cena/article/view/24083/24315
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000145.pdf

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