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Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas

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Farmacotécnica II
Karolina Marques Rodrigues
Incorporação de princípios 
ativos em formulações 
líquidas e semissólidas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os principais métodos de incorporação de princípios ativos 
em formulações líquidas e semissólidas.
 � Descrever os métodos de incorporação de princípios ativos em for-
mulações líquida e semissólidas.
 � Reconhecer pontos críticos do processo de incorporação de princípios 
ativos em formulações líquidas e semissólidas.
Introdução
Na maioria das fórmulas preparadas na manipulação, ocorre a mistura de 
uma base farmacêutica (líquidos, semissólidos ou sólidos), já selecionada, 
com um princípio ativo. Esse processo é chamado de aditivação, e deve 
levar em consideração alguns fatores, como a solubilidade do fármaco na 
base desejada e a melhor forma de incorporar esse fármaco para que o 
produto final atenda a todas as especificações de aparência, estabilidade 
físico-química e durabilidade.
Neste capítulo, você irá estudar as principais técnicas de incorporação 
de princípios ativos em formas farmacêuticas líquidas e semissólidas, além 
de reconhecer as maiores dificuldades dessas técnicas.
Métodos de incorporação de princípios ativos: 
bases líquidas
O uso de medicamentos na forma líquida tem fácil aceitação entre a maioria dos 
pacientes, principalmente entre aqueles com maior dificuldade de deglutição, 
como crianças e idosos. Essa forma farmacêutica também tem uma absorção 
mais fácil e rápida, uma vez que o fármaco já se encontra em estado semi-
processado. Entre as formulações líquidas, é possível destacar as seguintes, 
segundo a Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2019):
 � Soluções: são compostas por uma ou mais substâncias dissolvidas em 
determinado solvente ou mistura de solventes.
 � Xaropes: preparações aquosas com altas concentrações de açúcar ou 
algum adoçante, além de aditivos para melhorar o sabor. 
 � Elixires: são misturas contendo de 20 a 50% de álcool, com aditivos 
para melhorar seu sabor e aparência, além de poderem ser misturados 
com xaropes. São preparações menos doces e viscosas. 
 � Suspensões: são preparações líquidas que contém o princípio ativo 
em partículas finamente divididas e em um veículo, no qual o fármaco 
apresenta uma mínima solubilidade.
 � Emulsões: são dispersões de duas fases de uma mistura, não miscíveis 
entre si, que, com o auxílio de um agente tensoativo, são capazes de 
formar um sistema homogêneo. As emulsões podem ser de quatro tipos, 
cada uma com diferentes características entre si:
 ■ óleo/água; 
 ■ água/óleo; 
 ■ emulsões múltiplas;
 ■ microemulsões.
Preparo de soluções
A maioria das soluções é preparada apenas com a adição do fármaco dese-
jado à base escolhida. Para tanto, o farmacêutico deve ficar atento quanto 
à solubilidade desse fármaco, que deve ser incorporado a um solvente com 
características idênticas às suas, para garantir total incorporação. 
Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas2
Para determinar a solubilidade de determinado composto, deve-se usar um 
solvente idêntico àquele que se pretende utilizar no produto final, quer essa 
substância se dissolva, quer não. A rapidez com que ela se dissolve depende da 
natureza do solvente e do soluto. Acompanhe no Quadro 1 os termos utilizados 
para descrever a solubilidade de compostos e seu significado.
Fonte: Adaptado de Brasil (2019).
Termo descritivo
Volumes aproximados de 
solvente em milímetros por 
grama de substância
Muito solúvel Menos de 1 parte
Facilmente solúvel De 1 a 10 partes
Solúvel De 10 a 30 partes
Moderadamente solúvel De 30 a 100 partes
Pouco solúvel De 100 a 1.000 partes
Muito pouco solúvel De 1.000 a 10.000 partes
Praticamente insolúvel ou insolúvel Mais de 10.000 partes
Quadro 1. Termos descritivos de solubilidade e seus significados
Tendo esse conceito em mente na hora de preparar soluções, devemos 
levantar algumas questões, segundo Thompson (2006):
 � Fármacos e seus adjuvantes podem se dissolver no solvente desejado?
 � Qual o tempo até ser dissolvido?
 � Esse fármaco permanecerá dissolvido, ou vai se precipitar? 
3Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas
No dia a dia do farmacêutico, são necessárias informações mais precisas sobre a 
solubilidade de cada fármaco. Para isso, sites como o The Index Merck (em inglês), da 
Royal Society of Chemistry, são úteis e muito confiáveis. Pelo link a seguir, você pode 
acessar esse site. 
https://qrgo.page.link/FUpFN
O conhecimento das características químicas dos princípios ativos que o 
farmacêutico possui permite a seleção do solvente com a maior afinidade pela 
substância que se deseja solubilizar. Na maioria dos casos, a água pode ser 
utilizada como solvente principal, especialmente quando falamos de soluções. 
A água pode ser considerada como solvente universal, pois é compatível com 
grande número de compostos, não altera sabor ou aparência da formulação, 
além de ser barata e de fácil manuseio e obtenção.
Quando a água for usada como o solvente principal, normalmente é neces-
sário o uso de um solvente auxiliar, para garantir a estabilidade físico-química 
final da formulação. Os solventes auxiliares mais utilizados são o etanol, 
a glicerina e o propilenoglicol, conforme Loyd, Popovich e Ansel (2013). 
Outros solventes, como acetona, éter etílico e álcool isopropílico, são muito 
tóxicos para uso em preparações de formas farmacêuticas, mas são úteis como 
solventes na química orgânica.
A maioria das soluções utilizadas para administração oral contém flavorizantes e 
corantes para tornar o medicamento mais atraente e agradável ao paladar. Quando 
necessário, elas também podem conter estabilizantes, para manter a estabilidade 
química e física do fármaco, e conservantes, para prevenir o crescimento de micror-
ganismos na solução. O farmacêutico deve tomar cuidado com as possíveis interações 
químicas entre os vários componentes de uma solução, que podem alterar a potência 
e/ou a estabilidade da preparação (LOYD; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas4
Com relação ao tempo de dissolução dos compostos em diferentes sol-
ventes, observa-se que algumas substâncias requerem mais tempo para se 
dissolverem do que outras. No dia a dia, quando é necessário, algumas técnicas 
podem ser utilizadas para reduzir esse tempo. As principais são: 
 � aplicar calor; 
 � reduzir o tamanho das partículas do soluto;
 � usar um agente solubilizante;
 � submeter os componentes à agitação vigorosa.
A técnica de aplicar calor em uma solução permite que grandes quantida-
des do soluto se dissolvam de forma mais rápida. Entretanto o efeito do calor 
consiste, simplesmente, em aumentar a velocidade de dissolução, e não a solu-
bilidade em si, ou seja, para que aja a completa dissolução do soluto, ele precisa 
ser solúvel no solvente desejado. Essa técnica é usada, principalmente, para o 
preparo de soluções saturadas, nas quais se empregam grandes quantidades 
de soluto, o que torna difícil sua completa dissolução à temperatura ambiente.
Os farmacêuticos são relutantes em utilizar o aquecimento para facilitar a 
dissolução e, quando necessário usar essa técnica, fazem cuidadosamente, para 
não exceder a temperatura mínima necessária para que ocorra a dissolução, 
uma vez que muitos fármacos são sensíveis ao calor e podem ser degradados, 
perdendo sua ação terapêutica. 
Na maioria dos casos é possível optar por outras formas de aumentar a 
velocidade da solubilidade de um composto, uma vez que, na manipulação, 
praticamente não se trabalha com soluções saturadas. Sendo assim, em vez de 
elevar a temperatura do solvente para aumentar a velocidade de dissolução, é 
possível reduzir o tamanho da partícula do soluto, o que pode ser realizado por 
meio da moagem de um sólido a um estado mais fino, com um gral e pistilo. 
Quanto mais fino for opó, maior a área de superfície que entra em contato 
com o solvente e mais rápido é o processo de dissolução.
Outra opção, que também é usada para aumentar a velocidade da disso-
lução, é colocar o pó em um frasco com uma porção do solvente e agitar, 
vigorosamente, por determinado período de tempo. Dessa maneira, quanto 
maior a agitação, maior a quantidade de solvente não saturado que entra em 
contato com o fármaco e mais rápida a formação da solução.
5Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas
As soluções são preparações líquidas destinadas à administração oral, 
tópica, nasal, oftálmica ou até mesmo parenteral. Elas contêm uma ou mais 
substâncias ativas dissolvidas em água ou em um sistema solvente aquoso, e são, 
frequentemente, preparadas por meio da dissolução direta. As soluções orais 
podem conter adjuvantes para melhorar sua palatabilidade, estabilidade e/ou 
aparência. Exemplos de tais ingredientes incluem flavorizantes, edulcorantes 
ou corantes, agentes para aumentar a viscosidade, tampões, antioxidantes e 
conservantes. 
Como descrito anteriormente, os xaropes são soluções orais com elevadas 
concentrações de açúcares. Essas soluções podem conter outros polióis, como 
glicerina ou sorbitol, que previnem o cap-lock (fechamento da tampa) ao 
inibir a cristalização do açúcar na tampa e em áreas adjacentes do recipiente. 
Dependendo do poliol, esses aditivos também podem servir como agentes 
edulcorantes, conservantes, cossolventes e agentes para aumentar a viscosidade, 
melhorando a “impressão sensorial”.
Na farmácia de manipulação, uma das formulações líquidas mais comuns 
de serem preparadas é o xarope. Em muitos casos, pacientes diabéticos optam 
por mandar manipular seus medicamentos, por terem a facilidade de obter um 
produto na forma desejada e livre de açúcares, como nos medicamentos de 
referência. Um exemplo de xarope manipulado citado por Thompson (2006) é o 
gliconato de potássio 10 mEq/15 mL em base de xarope sem açúcar ou álcool. 
Antes de iniciar qualquer preparação, o farmacêutico sempre deve fazer 
um levantamento de todos os componentes da fórmula, a fim de garantir sua 
solubilidade e estabilidade, como mostrado no Quadro 2.
A solubilidade do gliconato de potássio na concentração prescrita deve ser 
verificada e alterada junto com o médico, caso seja necessário. Com relação 
à estabilidade química, o gliconato de potássio é muito estável; para o xarope 
isento de açúcar, um gel de metilcelulose 1.500 cps a 1% seria o veículo pre-
ferido, mas esse produto não é compatível com o elevado teor de eletrólitos 
da solução de gliconato de potássio. 
Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas6
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7Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas
A carboximetilcelulose sódica (CMC) é mais estável em soluções concen-
tradas de sais; assim, um gel de CMC de média viscosidade a 1%, flavorizado 
com concentrado de uva e edulcorado com sacarina sódica, foi o veículo 
selecionado. Os conservantes comuns para líquido oral, benzoato de sódio e 
sorbato de potássio, não são eficazes no pH básico (7,5) dessa solução. Nesse 
caso, o farmacêutico deve usar uma solução estoque de parabenos previamente 
preparada na farmácia, que contém 9% de metilparabeno e 1% de propilpara-
beno em propilenoglicol. Em uma concentração de 2 mL de solução estoque 
por 100 mL de solução de preparação, ela fornece 0,18% de metilparabeno, 
0,02% de propilparabeno e 2% de propilenoglicol. 
Para preparar a fórmula solicitada, o farmacêutico deve pesar os 56,16 g 
de gliconato de potássio e 30 mg de sacarina sódica e transferi-los para um 
béquer limpo de 400 mL. Então, deve adicionar 170 mL de água purificada e 
agitar para dissolver. Sob agitação, adicionar 120 a 150 mL de solução de CMC 
sódica a 1%, 7,2 mL de solução estoque de parabeno e 10 gotas de flavorizante 
concentrado de sabor uva (qualquer flavorizante solúvel em água é aceito). 
Usando um medidor de pH portátil, deve verificar e registrar o pH da solução, 
transferi-la do béquer para um frasco pré-calibrado de 360 mL e quantidade 
suficiente para fazer a marca de 360 mL com solução de CMC sódica a 1%. 
Então, deve fechar o frasco e agitar bem para misturar, rotular e liberar.
Métodos de incorporação de princípios ativos: 
bases semissólidas
Segundo a Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2019), pomadas, pastas, cremes, 
espumas e géis são formas farmacêuticas semissólidas destinadas à aplicação 
tópica. Uma propriedade comum para todas essas formas é sua capacidade 
de adesão à superfície, que foi aplicada por um tempo razoável, antes de ser 
removida por lavagem ou ação mecânica. Essa adesão é devida à capacidade 
dos semissólidos de manterem sua forma e aderirem como um filme, até a 
aplicação de uma força externa.
As bases semissólidas podem ser aplicadas sobre a pele, na superfície 
dos olhos, ou utilizadas por via nasal, vaginal e retal. A aplicação de uma 
preparação tópica tem como objetivos a ação local — como em um produto 
dermatológico de ação tópica, que libera o fármaco na superfície da pele para 
o tratamento de alterações dérmicas — ou a absorção sistêmica — como nos 
produtos transdérmicos, que liberam o fármaco através da pele e o fármaco 
cai na corrente sanguínea, a fim de obter efeitos sistêmicos. Também existem 
Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas8
aquelas preparações não medicamentosas, que são utilizadas devido a seus 
efeitos físicos, como ação protetora ou lubrificante.
Preparo de pomadas 
Para a manipulação das pomadas ou outras bases semissólidas, o farmacêu-
tico deve conhecer a natureza dos componentes da formulação, e só depois 
empregar alguma técnica. Os métodos mais comuns usados nas farmácias são 
a incorporação direta de princípios ativos na base ou o processo de fusão, que 
utiliza calor para facilitar a solubilidade.
Na técnica de incorporação, os componentes são misturados até a mistura 
ficar uniforme. Segundo Lachman, Lieberman e Kanig (2006), na manipu-
lação, o farmacêutico pode misturar a base escolhida com o princípio ativo 
usando gral e pistilo.
Com frequência, é desejável a redução do tamanho de partícula de um pó ou material 
cristalino antes de sua incorporação à base para pomada ou semissólidos em geral, 
para evitar que o produto final seja áspero.Isso pode ser obtido por levigação, que 
consiste na mistura do material sólido com um veículo no qual ele é insolúvel, para 
conseguir uma dispersão lisa. O agente de levigação (por exemplo, óleo mineral para 
bases com fase externa oleosa e glicerina para fase externa aquosa) deve apresentar 
compatibilidade física e química com o fármaco e a base. O volume do agente de 
levigação deve ser similar ao do material sólido. Um gral e um pistilo podem ser 
utilizados na levigação, permitindo a redução simultânea do tamanho da partícula e 
a dispersão da substância no veículo. Após a levigação, a dispersão é incorporada na 
base desejada (LOUYD et al., 2013).
Além de utilizar o gral para fazer a incorporação, o farmacêutico, na farmá-
cia de manipulação, pode triturar o princípio ativo na forma de pó e espatular 
a base em uma superfície dura até que o produto esteja liso e uniforme. Por 
exemplo, a base para pomada é colocada em uma extremidade da superfície 
de trabalho, e os componentes sólidos em outra; uma pequena porção do pó 
é misturada com uma porção da base até que seja obtida uma mistura homo-
gênea, e isso é feito até todo o pó ter sido incorporado na base. Essa técnica 
requer paciência do manipulador, para garantir um produto final uniforme.
9Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas
Durante a manipulação de semissólidos, também é necessário, em alguns 
casos, a incorporação de princípios ativos na forma líquida. Para que isso seja 
possível, o farmacêutico deve fazer um levantamento e garantir que a base 
escolhida conseguirá incorporar todo o líquido e manter suas características 
físico-químicas. Ele deve ter em mente que apenas uma quantidade muito 
pequena de solução aquosa pode ser incorporada em uma pomada hidrofóbica, 
enquanto uma pomada hidrofílica aceita mais facilmente soluções aquosas.
A segunda técnica mais comum usada na manipulação de formas semis-
sólida é a fusão, na qual todos os princípios ativos desejados são misturados 
à base e submetidos a aquecimento até seu ponto de fusão. Essa mistura é 
então mantida sob agitação constante até seu resfriamento e solidificação. 
O farmacêutico deve ficar atento à composição da fórmula; se algum composto 
for termolábil ou volátil, ele deve ser adicionado depois, quando a temperatura 
da mistura estiver baixa o suficiente para não degradar o composto. Substâncias 
podem ser adicionadas à mistura que está solidificando na forma de soluções 
ou de pós insolúveis, levigados com uma porção da base.
Para a incorporação de um material pegajoso, como a cânfora, pode ser utilizada a 
pulverização por intervenção. O material é dissolvido em um solvente e espalhado 
sobre uma superfície lisa e impermeável. O solvente evapora, originando um filme do 
material, sobre o qual os outros componentes são espalhados. O material resultante 
é então incorporado aos componentes por espatulação.
Na preparação de pomadas do tipo emulsão, o método de preparação 
envolve fusão e emulsificação, em que os componentes imiscíveis em água, 
como os óleos e as ceras, são fundidos em banho-maria até uma tempera-
tura aproximada de 75 °C. Ao mesmo tempo, uma solução aquosa de todos 
os componentes termoestáveis e hidrossolúveis é aquecida a essa mesma 
temperatura; essa solução aquosa é então vertida lentamente, com agitação 
mecânica, sobre a mistura fundida dos componentes oleosos. A temperatura 
é mantida por 5 ou 10 minutos e, a seguir, inicia-se a etapa de resfriamento 
sob agitação lenta, até que a preparação solidifique.
Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas10
As diferentes formas farmacêuticas semissólidas têm as funções de proteger 
a pele ou as mucosas contra produtos químicos ou físicos irritantes no ambiente 
e permitir o rejuvenescimento do tecido; promover a hidratação da pele devido 
a um efeito emoliente; e fornecer um veículo para aplicar um medicamento 
de efeito local ou sistêmico. Para fazer a manipulação de formas semissólidas 
em sua farmácia, o farmacêutico deve ter em mente alguns princípios gerais: 
para a incorporação de sólidos, estes devem estar no estado mais fino de sub-
divisão possível, e devem ser solubilizados na base desejada, formando uma 
preparação homogênea. Para isso, agentes auxiliares, como agentes levigantes 
e solventes, podem ser adicionados durante a formação da fórmula desejada.
As formulações que incluem líquidos requerem o uso de bases semissólidas 
que sejam capazes de absorvê-los. Ao adicionar um líquido não viscoso, como 
uma solução a uma base semissólida, o farmacêutico precisa apresentar uma 
boa técnica e ter cuidado durante a manipulação, uma vez que essas bases, 
mesmo as que aceitam maiores quantidades de líquidos, devem ser espatuladas 
com o líquido. Uma boa técnica usada pelos farmacêuticos farmacotécnicos é 
colocar a base em uma pedra ou vidro, criar uma depressão no meio da base e, 
cuidadosamente, verter o líquido nessa depressão em pequenas quantidades. 
O líquido então é espatulado com a base, até a mistura se tornar homogênea 
e na textura desejada. 
Um exemplo de preparação semissólida usa como veículo a aquabase e 
mistura hidrocortisona e ureia na sua formulação, como mostrado no Quadro 3.
Para preparar a fórmula do exemplo, o farmacêutico deve pesar 6,6 g de 
ureia e medir 10 mL de água purificada em uma proveta de 10 mL. Deve 
então transferir ambos para um béquer e agitar até a ureia se dissolver. Com 
uma seringa de 3 mL, deve separar 1,32 mL de solução estoque de parabeno-
-propilenoglicol (parabeno-PG) e adicionar à solução de ureia. Então pesar 
47,372 g de aquabase e 0,66 g de hidrocortisona em pó, que deve ser colocada 
em uma pedra ou vidro e levigada com uma pequena quantidade de aquabase; 
só depois o resto de aquabase é incorporado. 
Em seguida, o farmacêutico deve formar um pequeno “poço” na hidro-
cortisona-aquabase, como mencionado anteriormente, e acrescentar uma 
pequena quantidade de solução de ureia-parabeno. Usando uma espátula, o 
farmacêutico então incorpora, com cuidado, a solução de ureia na pomada, 
evitando a perda da solução, até obter uma pomada uniforme.
11Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas
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Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas12
Os géis, segundo Loyd, Popovich e Ansel (2013), são definidos como 
sistemas semissólidos constituídos por dispersões de pequenas partículas 
inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido. 
Alguns géis são sistemas transparentes como a água e outros são turvos, vistoque os componentes podem não estar dispersos molecularmente de forma 
completa (solúvel ou insolúvel) ou então formam agregados que dispersam a luz. 
A concentração os agentes gelificantes é, na maioria das vezes, me-
nor do que 10%, em geral, na faixa de 0,5 a 2,0%, com algumas exceções. 
Na preparação de géis, os polímeros em pó, quando adicionados à água, 
podem formar géis temporários, que reduzem a velocidade de dissolução. 
Visto que a água se difunde para dentro dos grumos, o seu exterior é, com 
frequência, constituído de partículas solvatadas que envolvem o pó seco. 
Os grumos do gel dissolvem-se muito lentamente devido à alta viscosidade e 
ao baixo coeficiente de difusão das macromoléculas. 
Os géis adquirem consistência semelhante às geleias pela adição de um agente 
gelificante. Os agentes gelificantes usados incluem as macromoléculas sintéticas, 
como o carbômero 934; os derivados de celulose, como a carboximetilcelulose ou a 
hidroxipropilmetilcelulose; e as gomas naturais, como a goma adragante. 
Além do agente gelificante e da água, as formulações de géis podem conter fármacos; 
solventes, como álcool e/ou propilenoglicol; conservantes antimicrobianos, como 
metil e propilparabeno ou gluconato de clorexidina; e estabilizantes, como o ácido 
etilenodiaminotetracético (EDTA) sódico. Géis medicamentosos podem ser preparados 
para administração por diversas vias, incluindo percutânea, ocular, nasal, vaginal e 
retal (THOMPSON, 2006).
Apesar de serem formas semissólidas, os géis também podem ser admi-
nistrados como fármacos de uso interno com ação antiácida. São citados por 
Loyd, Popovich e Ansel (2013), como exemplos, os casos dos géis de fosfato 
de alumínio e de hidróxido de alumínio.
O gel de hidróxido de alumínio é uma suspensão aquosa de um precipitado 
gelatinoso constituído de hidróxido de alumínio e óxido de alumínio hidratado. 
A fase dispersa do gel é, geralmente, preparada por meio de reação química, 
usando vários reagentes. Geralmente, a fonte de alumínio da reação é o cloreto 
de alumínio, que fornece o precipitado de hidróxido e óxido de alumínio. 
13Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas
A adição de óleo de hortelã, glicerina, sorbitol, sacarose, sacarina ou outros 
flavorizantes e edulcorantes, assim como de conservantes antimicrobianos, 
é permitida nessa preparação. 
Essa preparação antiácida é uma suspensão branca e viscosa. Ela é eficaz 
na neutralização de uma porção do ácido clorídrico gástrico e, em razão de 
sua característica viscosa e gelatinosa, reveste a superfície gástrica inflamada 
e talvez ulcerada, sendo útil no tratamento de hiperacidez e úlceras pépticas.
Acompanhe no Quadro 4 alguns exemplos de géis tópicos.
Fonte: Adaptado de Loyd, Popovich e Ansel (2013).
Princípio 
ativo
Nome 
comercial
Gelificantes
Via de administração 
e usos
Ácido 
hialurônico
Hyalufen
Carbopol®
Synthalen®
Hidroxietilcelulose 
(HEC)
Natrosol®
Cellosize®
Vaginal: ressecamento 
vaginal
Peroxido de 
benzoila
Asepxia Tópico: tratamento 
de acne
Metronidazol Rozex Vaginal: vaginose 
bacteriana
Clindamicina Clindoxicil Tópico: tratamento 
de acne
Tretinoina Vitacid Tópico: tratamento 
de acne
Proprionato 
de clobetasol
Psorex Tópico: anti-inflamatório, 
tratamento de 
eczema e psoríase 
Quadro 4. Exemplos de géis tópicos
Pontos críticos do processo de incorporação
Sabendo que cada substância química apresenta uma solubilidade única, a 
seleção do veículo de dissolução ideal é baseada em características adicionais, 
como transparência, baixa toxicidade, viscosidade, compatibilidade com 
outros componentes da formulação, inércia química, palatabilidade (no caso 
das soluções), odor, cor e baixo custo. Levando-se essas características em 
Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas14
consideração, alguns cuidados devem ser tomados na hora de manipular e 
incorporar as substâncias escolhidas, para garantir a estabilidade do produto 
final. Vejamos alguns dos cuidados que o farmacêutico deve ter na hora de 
fazer a incorporação. 
Segundo Thompson (2006), a maioria das soluções utilizadas para admi-
nistração oral contém flavorizantes, corantes, estabilizantes e conservantes, 
sendo necessário tomar cuidado com as interações que esses compostos podem 
sofrer uns com outros. Por exemplo, ésteres do ácido de p-hidroxibenzoico 
(butilparabenos) são conservantes frequentemente usados em preparações 
orais, que apresentam sua ação diminuída na presença de alguns óleos es-
senciais. Isso acaba reduzindo a concentração efetiva dos conservantes no 
meio aquoso, ficando o produto farmacêutico com o nível de conservantes 
abaixo do necessário.
Qualquer substância ativa solúvel em água e estável em meio aquoso 
pode ser adicionada a um xarope com flavorizantes sintéticos ou naturais, 
como os óleos voláteis (óleo de laranja) e a vanilina, para tornar o gosto mais 
agradável. Esses flavorizantes devem ser, em sua grande maioria, solúveis 
em água. Quando algum flavorizante é pouco solúvel em agua, uma pequena 
quantidade de etanol é adicionada à solução, para facilitar sua dissolução.
Um corante cuja cor seja correlacionada ao sabor do flavorizante (por 
exemplo, verde com hortelã, marrom com chocolate), pode ser empregado para 
aumentar o apelo da solução. Esse corante deve ser solúvel em água, não deve 
reagir com os outros componentes da formulação e deve ser estável frente à 
variação do pH e às condições de intensidade luminosa às quais a formulação, 
provavelmente, será exposta durante o armazenamento.
No caso das bases semissólidas, conforme Loyd, Popovich e Ansel (2013), 
o farmacêutico pode incorporar fármacos sólidos na forma de pós ou líquidos. 
Quando é necessário o acréscimo de uma solução aquosa em uma base hidro-
fóbica, a solução pode antes ser incorporada em uma quantidade mínima de 
uma base hidrofílica e, a seguir, a mistura é adicionada à base hidrofóbica. 
Entretanto, todas as bases, mesmo as hidrofílicas, apresentam limites na 
capacidade de retenção de líquidos; se os níveis acrescentados excederem 
esses limites, ocorrem bases moles ou semilíquidas. 
Também é importante observar os princípios ativos que precisam de fusão 
para se incorporar à base selecionada. De forma geral, os materiais de maior 
ponto de fusão são aquecidos até atingirem a temperatura mínima requerida 
para ocorrer a fusão, e os demais materiais (com menor ponto de fusão) são 
adicionados durante o resfriamento, sob agitação constante. Dessa forma, 
15Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas
nenhum componente é submetido a temperaturas mais elevadas do que a 
necessária. 
Como método alternativo, Lachman, Lieberman e Kanig (2006) mostra 
que pode-se fundir, inicialmente, o componente com o menor ponto de fusão 
e acrescentar os componentes remanescentes em ordem crescente de ponto de 
fusão, ou ainda fundir todos os componentes juntos, aumentando a temperatura 
de modo muito lento. Nesses métodos, uma temperatura mais baixa em geral 
é suficiente para obter a fusão, devido à ação solvente exercida pelo primeiro 
componente fundido sobre os demais.
Farmacêuticos estão atentos ao fato de que, determinadas substâncias químicas, 
particularmente sais de cálcio, dissolvem-se em processos exotérmicos, liberando 
calor. Para tais materiais, o uso de calor prejudicaria a obtenção de uma solução. O 
melhor exemplo farmacêutico desse tipo de substância química é o hidróxido de 
cálcio, que é usado na preparação da solução tópica de hidróxido de cálcio USP. O 
hidróxido de cálcio é solúvel em água sob uma proporção de 140 mg por 100 mL 
a 2,5 °C e 170 mg por 100 mL a 15 °C. Obviamente, a temperatura na qual a solução 
é preparada ou armazenada afeta sua concentração na solução resultante (LOYD; 
POPOVICH; ANSEL, 2013).
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília, 
DF: Ministério da Saúde, 2019. v. 1 e 2. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/farmacopeia-brasileira. Acesso em: 11 out. 2019.
LACHMAN, L.; LIEBERMAN, H. A.; KANIG, J. L. Teoria e prática na indústria farmacêutica. 
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2006. v. 7.
LOYD, V. A.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação 
de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
THOMPSON, J. E. A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2006.
Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas16
Leituras recomendadas
AZEVEDO, M. G. B.; FALCÃO, J. de S. A. Microemulsão de cetoconazol para incorpo-
ração em xampu. GEINTEC, v. 8, n. 1, p. 4271−4270, 2018. Disponível em: http://www.
revistageintec.net/index.php/revista/article/view/901/852. Acesso em: 11 out. 2019.
CONRADO, M. F. L.; CORDEIRO, P. C. C.; CORDEIRO, P. P. M. Gestão farmacotécnica magistral. 
São Paulo: Basse, 2009. v. 1–3.
PERES, L. P. A.; DIAS, I. L. T. Desenvolvimento e avaliação de formulações em gel para 
veiculação de ácido salicílico. Revista Multidisciplinar da Saúde, v.3, n. 5, 26−36, 2011. 
Disponível em: https://revistas.anchieta.br/index.php/RevistaMultiSaude/article/
view/924/813. Acesso em: 11 out. 2019.
SILVA, C. R. C. Desenvolvimento farmacotécnico de loção hidratante a base de Aloe Vera L., para 
prevenção de dermatite atópica. 2017. Monografia (Graduação em Farmácia) – Faculdade 
de Filosofia, Ciências e Letras do Alto do São Francisco, Luz, 2017. Disponível em: http://
dspace.fasf.edu.br/bitstream/handle/123456789/16/Chayene%20R%c3%babia%20
Costa%20Silva%20%202017%20%20FA23.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 
11 out. 2019.
SINGH, M. V. et al. Desenvolvimento farmacotécnico e avaliação da estabilidade de gel 
com extrato aquoso de camomila para uso bucal. Revista Brasileira de Farmácia, v. 89, 
n. 2, p. 138−142, 2008. Disponível em: http://rbfarma.org.br/files/pag_134a138_desen-
volvimenteo_farmacotecnico.pdf. Acesso em: 11 out. 2019.
17Incorporação de princípios ativos em formulações líquidas e semissólidas

Outros materiais