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Conflitos de Interesses no Processo Penal

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1 Isabele Espairani - DPP 
 
 
 
 
 
LIDE: conflitos de interesses qualificado por 
uma pretensão resistida ou insatisfeita. Em 
que um não se submete a pretensão do outro. 
Da prática de um delito nasce o litígio entre o 
direito de punir do Estado e o direito de 
liberdade do acusado. Esse litígio, transposto 
para o processo penal, se transforma em lide, 
que consiste em um conflito de interesses 
entre a acusação e a defesa: uma parte requer 
a punição, a outra resiste a essa pretensão. 
O direito de punir sempre será exercido pelo 
juiz e o processo penal sempre visa a 
liberdade de acusado. 
Composição da lide penal (processo): 
forma de composição de litígios. Estado julga 
quem possui razão. Utiliza-se do processo 
para resolver a lide. 
Processo: Sucessão de atos coordenados 
com os quais se procura dirimir o conflito de 
interesses. Ele é o instrumento compositivo de 
litígio. Através do processo do Estado 
desenvolve sua atividade jurisdicional. 
Prestar jurisdição: é compor a LIDE penal, 
isto é, dizer no caso concreto quem está com 
razão. 
Direito Processual Penal: conjunto de 
normas e princípios que regulam a aplicação 
jurisdicional do direito penal objetivo, a 
sistematização dos órgãos de jurisdição e 
respectivos auxiliares, bem como a 
persecução penal. 
 
 
Ciência autônoma: objeto e princípios 
próprios. O objeto é a prestação jurisdicional 
(solução do conflito). Os princípios são 
pilastras de sustentação do Processo Penal. 
 
 
 
 
Caráter instrumental: meio para fazer atua o 
direito material penal. 
Normatividade: disciplina normativa, de 
caráter dogmático. Expõe seu sistema através 
de normas jurídicas. 
Finalidade Mediata: paz social. 
Finalidade Imediata: conseguir a realização 
da pretensão punitiva. Fazer valer o direito 
penal. 
Só o Juiz pode aplicar a sanção penal, por 
isso o estado provoca o juiz. 
Natureza jurídica: Caráter publicístico (direito 
público). Os próprios interesses encontrados 
na lide tem natureza jurídica publica - e o 
estado está sempre presente como parte ou 
fiscal da lei. Em todas as ações penais o 
interesse de punir é do Estado. 
Objeto: Solução do conflito, composição da 
lide, prestação jurisdictional. 
 
 
 Tudo aquilo de onde provém um preceito 
jurídico. 
Fonte de produção 
- Fonte Material: que cria o direito, produz o 
direito e quem faz isso é o parlamento/ união. 
União: Art. 22. Compete privativamente à 
União legislar sobre: I – direito civil, comercial, 
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
União e Estado: Art. 24. Compete à União, 
aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: I – direito tributário, 
financeiro, penitenciário, econômico e 
urbanístico; IV – custas dos serviços forenses; 
X – criação, funcionamento e processo do 
juizado de pequenas causas; XI – 
procedimentos em matéria processual. 
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e os Estados criarão: I – juizados 
Espécies de interpretação 
Considerações Iniciais 
Características 
Fontes 
 
2 Isabele Espairani - DPP 
especiais, providos por juízes togados, ou 
togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de 
causas cíveis de menor complexidade e 
infrações penais de menor potencial ofensivo, 
mediante os procedimentos oral e su-
mariíssimo, permitidos, nas hipóteses 
previstas em lei, a transação e o julgamento 
de recursos por turmas de juízes de primeiro 
grau; 
Estado: Art. 125. Os Estados organizarão sua 
Justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta Constituição. § 1o A 
competência dos tribunais será definida na 
Constituição do Estado, sendo a lei de 
organização judiciária de iniciativa do Tribunal 
de Justiça. 
- Fonte formal: que revela o direito, através 
de: 
Fonte formal direta, primária e imediata: 
leis e tratados. 
Art. 5º, §2º CF. Os direitos e garantias expressos 
nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte. §3º Os 
tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Art. 22 CF. Compete privativamente à União 
legislar sobre: I – direito [...] penal, processua [...]. 
Fonte formal indireta, secundária e 
mediata: costumes e princípios gerais do 
direito 
Costume: (praxe forense) regra de conduta 
praticada de modo geral, constante e 
uniforme, acostuma-se à ela devido a 
consciência de sua obrigatoriedade. 
Princípios gerais do direito: premissas 
éticas extraídas da legislação e do 
ordenamento jurídico. 
Art. 3º CPP. A lei processual penal admitirá 
interpretação extensiva e aplicação analógica, 
bem como o suplemento dos princípios gerais de 
direito. 
Ex: “a ninguém é lícito alegar sua própria 
torpeza”, isto é, ninguém pode tirar proveito de 
um prejuízo que ele próprio causou. 
 
 
 
Normas que por sua generalidade e 
abrangência, irradiam-se por todo o 
ordenamento jurídico, informando e norteando 
a aplicação e a interpretação das demais 
normas de direito, ao mesmo tempo em que 
conferem a unidade ao sistema normativo e 
em alguns casos, diante da inexistência de 
regra, resolvendo diretamente os conflitos. 
Devido processo legal: A garantia de um 
processo desenvolvimento na forma que 
estabelece a lei. A ação e o processo penal 
somente respeitam o referido princípio, caso 
todos os princípios norteadores do direito 
penal e do processo penal sejam, fielmente, 
respeitados durante a persecução penal. 
(sinônimo de garantia fundamental do 
cidadão). Direito pleno de defesa 
O devido processo legal é garantir ao cidadão 
os seus direitos, dando a ele o direito pleno de 
defesa. 
artigo 5º, LIV CF. Ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal.’ 
Verdade real: a função punitiva do Estado só 
pode atuar em relação àquele que tenha 
cometido uma infração. Permite que o juiz 
tenha mais poderes, para que ele tente na 
medida do possível aproximar-se de como os 
fatos realmente ocorreram, para não cometer 
deslizes. Autoriza o juiz a buscar a verdade no 
mundo real de como os fatos ocorreram, para 
chegar pôr fim a verdadeira justiça que tenha 
cometido uma infração. 
Deve-se buscar a verdade real, a verdade 
material, como fundamento da sentença. O 
juiz penal não deve satisfazer-se com a 
verdade formal. 
Art. 156 CPP. A prova da alegação incumbirá a 
quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de 
ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
Princípios 
 
3 Isabele Espairani - DPP 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de 
proferir sentença, a realização de diligências para 
dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
Art. 209 CPP. O juiz, quando julgar necessário, 
poderá ouvir outras testemunhas, além das 
indicadas pelas partes. 
Juiz natural, Juiz Legal ou Juiz 
Constitucional: órgão do Estado que por 
previsão constitucional esteja investido de 
jurisdição e que exerça este poder de julgar 
dentro das atribuições fixadas por lei, segundo 
as prescrições constitucionais. Nenhum 
cidadão poderá ser julgado, a não ser pelo 
órgão autorizado pela constituição. 
 Art. 101 CF. O Supremo Tribunal Federal 
compõe-se de onze Ministros, escolhidos 
dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e 
menos de sessenta e cinco anos de idade, de 
notável saber jurídico e reputação ilibada. 
Art. 125 CF. Os Estados organizarão sua 
Justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta Constituição. 
Autorizado pela constituição e instituído pela 
lei. 
Nenhum cidadão deverá ser julgado a não ser 
pelo órgão autorizado na constituição. 
É uma garantia grandiosaconstitucional, dada 
aos cidadãos para ter a segurança de ter um 
julgamento justo. 
Para que tenhamos a segurança de termos 
um julgamento justo. 
Competência ampla para julgar. Justiça militar 
não deve julgar civil, mas sim militares. 
Imparcialidade do juiz: juiz imparcial é 
aquele que tem condições objetivas e 
subjetivas, de proferir veredicto sem a menor 
inclinação por qualquer das partes envolvidas, 
fazendo-o com discernimento, lucidez e 
razão, com o de aplicar a lei ao caso concreto. 
Magistrado deve julgar o processo com 
absoluta distância do animo vivenciada pelas 
partes, sem se contaminar com eventual 
amizade ou inimizade. 
No sentido de que deve conduzir o processo 
com absoluta distância do âmbito vivenciado 
pelas partes, não podendo se contaminar com 
a propositura do autor, eventual amizade ou 
inimizade, isto é, deverá ficar distante das 
partes e analisar os fatos. Caso desrespeite, 
será afastado do processo. 
Igualdade das partes: paridade processual, 
desdobramento do princípio da isonomia ou 
da igualdade. As partes devem ter os mesmos 
direitos e deveres. 
Art.5°, caput, CF. Todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes. 
Persuasão racional ou do livre 
convencimento (motivado): Concede 
liberdade ao juiz na formação de sua 
convicção acerca dos elementos da prova. 
É aquele que concede, que permite ao juiz a 
livre apreciação das provas com o necessário 
fundamento, desde que ele motive 
(fundamente) o seu raciocínio. 
Artigo 155. O juiz formará sua convicção pela 
livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na 
investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Contraditório e ampla defesa: A parte 
contraria deve ser ouvida sobre os atos e 
termos processuais. 
Art. 5 CF LIV. Ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; LV. os litigantes, em processo 
judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes. 
Contraditório: Direito de saber o que a outra 
parte fez no processo, ter ciência dos atos 
praticados pela outra para conseguir rebater. 
Contraditório real: aquele feito 
concomitantemente (simultaneamente) a 
 
4 Isabele Espairani - DPP 
apresentação da prova. produção probatória). 
Se efetiva ao mesmo tempo da produção 
probatória. Exemplo: Audiência de instrução, 
ou seja, o contraditório é realizado durante a 
audiência, podendo o promotor ou advogado 
fazer contestações, perguntas. Há a instrução 
do juiz. 
Art. 402 CPP. Produzidas as provas, ao final 
da audiência, o Ministério Público, o 
querelante e o assistente e, a seguir, o 
acusado poderão requerer diligências cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou 
fatos apurados na instrução. (Redação dada 
pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Contraditório diferido: realizado 
posteriormente ao fato praticado (à produção 
probatória). Exemplo: Junção de 
documentos, laudos, e a outra parte vê 
depois. 
Ampla defesa: Todo réu tem o direito (primário 
e absoluto) de se defender da imputação 
delitiva utilizando todos os recursos 
permitidos no Direito. Autoriza que o cidadão 
demonstra que não é o autor do crime. Todo 
acusado goza do direito primário e absoluto de 
defesa. Defesa técnica é realizada pelo 
advogado/defensor público e autodefesa pelo 
réu sem necessitar da mediação de um 
advogado (para fazer petição, HC etc.). O réu 
tem o direito de mentir. 
Art. 261 CPP. Nenhum acusado, ainda que 
ausente ou foragido, será processado ou 
julgado sem defensor. 
Art. 263 CPP. Se o acusado não o tiver, ser-
lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado 
o seu direito de, a todo tempo, nomear outro 
de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, 
caso tenha habilitação. 
Art. 366 CPP. Se o acusado, citado por edital, 
não comparecer, nem constituir advogado, 
ficarão suspensos o processo e o curso do 
prazo prescricional, podendo o juiz determinar 
a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do 
disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei 
nº 9.271, de 17.4.1996) 
Defesa com prova ilícita poderão ser 
admitidas em favor do réu, se for para garantir 
a presunção de inocência e a liberdade do 
indivíduo. O entendimento majoritário da 
doutrina e da jurisprudência é no sentido do 
uso da prova ilícita em benefício do acusado 
no processo penal. 
PUBLICIDADE 
Publicidade ampla, plena, absoluta ou geral. 
Os atos processuais são públicos. O Estado 
deve dar transparência aos seus atos, tendo a 
responsabilidade de noticiar a comunidade 
sobre o seu pronunciamento do processo, 
condenando ou absolvendo o agente. 
Com esse princípio o juiz deve ter 
transparência e o dever se postar perante a 
comunidade e perante o réu; a comunidade 
pode fiscalizar o juiz; e o réu tem a segurança 
de não ser coagido, de não sofrer pressões. 
Art. 792 CPP. As audiências, sessões e os 
atos processuais serão, em regra, públicos 
[...]. 
Nos casos em que a defesa da intimidade ou 
interesse social exigirem, haverá exceção 
desse princípio. 
Art.5º, LX CF. A lei só poderá restringir a 
publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o 
exigirem. 
Exemplo: Casos de crimes de dignidade 
sexual. Apenas promotores, advogados e réu 
terão acesso ao julgamento e as informações 
do caso. Segredo de justiça. 
Exceção: defesa da intimidade ou interesse 
social exigirem-art.5º, LX-CF 
Publicidade restrita ou interna: 
determinados atos processuais, audiências e 
sessões serão públicos apenas para as 
partes, seus procuradores e um número 
reduzido de indivíduos. Responsabilidade de 
11. Sistema acusatório. Importância para 
comunidade fiscalizar o juiz. O réu tem a 
segurança de não ser coagido, de não sofrer 
pressões. 
 
5 Isabele Espairani - DPP 
Art. 792 CPP. As audiências, sessões e os 
atos processuais serão, em regra, públicos 
[...]. 
Nos casos em que a defesa da intimidade ou 
interesse social exigirem, haverá exceção 
desse princípio. Art.5º, LX CF. A lei só poderá 
restringir a publicidade dos atos processuais 
quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem. Exemplo: Casos de crimes 
de dignidade sexual. Apenas promotores, 
advogados e réu terão acesso ao julgamento 
e as informações do caso. Segredo de justiça. 
Publicidade imediata: as partes estão 
presentes e têm contato direto com os atos 
processuais. 
Publicidade mediata: resultante da 
divulgação de tais atos pelos meios de 
comunicação. O juiz está no gabinete, pratica 
os atos processuais, e as partes tomam 
conhecimento por meio da internet. 
 
Iniciativa das partes: Cabe à parte provocar 
a prestação jurisdicional. O juiz não pode agir 
de ofício, contendo algumas exceções. Não 
há juiz sem autor. 
Nemo judex sine actore, não há juiz sem 
autor. Ne procedat judex ex officio, o Juiz não 
pode proceder, não pode dar início ao 
processo, sem a provocação das partes. 
Art. 129 CF. São funções institucionais do 
Ministério Público: I - promover, 
privativamente, a ação penal pública, na forma 
da lei. 
Art. 40 CPP. Quando, em autos ou papéis de 
que conhecerem, os juízes ou tribunais 
verificarem a existência de crime de ação 
pública, remeterão ao Ministério Público as 
cópias e os documentos necessários ao 
oferecimento da denúncia. 
Na iniciativa das partes o estado juiz deve ser 
provocado, e ele não inicia um processo de 
ofício. 
Princípio do estado de inocência: 
Presunçãoda inocência ou princípio da não 
culpabilidade. Alberga uma garantia 
constitucional. Enquanto não definitivamente 
condenado, presume-se o réu inocente. 
Art. 5º, LVII CF. Ninguém será considerado 
culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória. 
Exemplo: Caso Escola Base. 
Princípio do favor rei (favor libertatis): 
Importante regra hermenêutica destinada a 
proteger a liberdade do acusado. 
No conflito entre o jus puniendi do Estado e o 
jus libertatis do acusado, deve-se privilegiar o 
último. Dentro do processo, depois do 
colhimento das provas, caso o juiz continuar 
tendo dúvidas sobre a autoria do caso, deve 
optar in dubio pro reo. 
Art. 386, VII CPP. O juiz absolverá o réu, 
mencionando a causa na parte dispositiva, 
desde que reconheça: VII - não existir prova 
suficiente para a condenação. 
Entre duas posições divergentes que possam 
gerar dúvida, a lide penal inclina-se em favor 
do réu. Na interpretação de duas normas e 
havendo dúvida razoável, deve-se optar pela 
mais favorável ao réu. 
NORMAS PROTETIVAS DO RÉU 
Reformatio in pejus: Art. 617 CPP. O 
tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas 
decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, 
no que for aplicável, não podendo, porém, ser 
agravada a pena, quando somente o réu 
houver apelado da sentença. 
Revisão criminal: Para não haver injustiças. 
Art. 621. A revisão dos processos findos será 
admitida: I - quando a sentença condenatória 
for contrária ao texto expresso da lei penal ou 
à evidência dos autos; II - quando a sentença 
condenatória se fundar em depoimentos, 
exames ou documentos comprovadamente 
falsos; III - quando, após a sentença, se 
descobrirem novas provas de inocência do 
condenado ou de circunstância que determine 
ou autorize diminuição especial da pena. 
Princípio do neme tenetur se detegere: 
Cidadão não é obrigado a cooperar com o 
Estado contra a si mesmo. Ninguém está 
 
6 Isabele Espairani - DPP 
obrigado a se descobrir, ninguém está 
obrigado a se autoincriminar, ninguém é 
obrigado a produzir prova contra si mesmo 
(imunidade à autoacusação). Decorre do 
estado de inocência e do direito de o réu 
manter-se calado. 
Modalidade de autodefesa passiva: 
inatividade do indivíduo sobre quem recai ou 
pode recair uma imputação. 
Proibição de uso de qualquer medida de 
coerção ou intimidação ao investigado ou 
acusado no decorrer da persecução para 
obtenção de uma confissão ou colaboração 
que posam ocasionar sua condenação. 
Medida coercitiva não poderá ser usada, ou 
seja, não pode coagir o cidadão a confessar e 
tem que conscientizá-lo dos seus direitos. 
Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos, art.14.3, g. Toda pessoa acusada de 
um delito terá direito, em plena igualdade, a, 
pelo menos, as seguintes garantias: De não 
ser obrigada a depor contra si mesma, nem a 
confessar-se culpada. 
Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos, art.8º, §2º, g. Toda pessoa acusada 
de delito tem direito a que se presuma sua 
inocência enquanto não se comprove 
legalmente sua culpa. Durante o processo, 
toda pessoa tem direito, em plena igualdade, 
às seguintes garantias mínimas: direito de 
não ser obrigado a depor contra si mesma, 
nem a declarar-se culpada. 
Além disso, os cidadãos devem ser 
conscientizados dos seus direitos. Não se 
resume apenas ao direito de ficar calado 
(direito ao silêncio). Art. 5, LXIII CF. O preso 
será informado de seus direitos, entre os quais 
o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de 
advogado. 
Assemelha-se ao Aviso de Miranda (Direito 
Norte Americano). Caso: Miranda X Arizona, 
1966, julgado pela Suprema Corte. Nenhuma 
validade pode ser conferida às declarações 
feitas pela pessoa à polícia, a não ser que 
antes ela tenha sido claramente informada. 
“Direitos de Miranda”, O acusado deve ser 
informado do direito de consultar um defensor 
antes e durante o interrogatório, do direito a 
não se autoincriminar antes do interrogatório 
policial, e de que ele não só entendeu esses 
direitos, mas voluntariamente os renunciou. 
“Advertência de Miranda” é o nome da 
advertência formal que o policial deve dar aos 
suspeitos de crimes nos Estados Unidos em 
custódia policial antes de serem interrogados. 
Na prova ilícita a gravação clandestina entre 
policiais e preso não é válida, mas a gravação 
de entrevista dada pelo réu a uma imprensa é 
válida e poderá ser colocada como prova de 
acusação. 
Este princípio abrange: 
- Direito ao silêncio ou direito de ficar calado; 
- Direito de não ser constrangido a confessar 
a prática de ilícito penal; inexigibilidade de 
dizer a verdade; 
- Direito de não praticar qualquer 
comportamento ativo que possa incriminá-lo; 
- Direito de não produzir nenhuma prova 
incriminadora invasiva. (prova não invasiva-
inspeção ou verificação corporal). 
O CPP admite a aplicação do princípio do in 
dubio pro societate em algumas hipóteses em 
que não há julgamento do mérito, como o 
recebimento da denúncia e a pronúncia do 
acusado – arts.395, 396 e 413-CPP). 
Princípio do duplo grau de jurisdição: 
Determina que o juiz deve prestar jurisdição 
com a maior serenidade possível. As decisões 
podem ser revistas por órgãos jurisdicionais 
de grau superior, por meio da interposição de 
recursos. Abrange as questões de fato e de 
direito. Não encontra previsão expressa na 
Constituição Federal. Dá maior certeza à 
aplicação do direito pelo reexame da causa. 
Corregedoria para analisar o motivo do 
processo não estar correndo. 
Art. 609 CPP. Os recursos, apelações e 
embargos serão julgados pelos Tribunais de 
Justiça, Câmaras ou Turmas criminais, de 
acôrdo com a competência estabelecida nas 
leis de organização judiciária. 
 
7 Isabele Espairani - DPP 
Art. 82 Lei n° 9.099/95. Da decisão de 
rejeição da denúncia ou queixa e da sentença 
caberá apelação, que poderá ser julgada por 
turma composta de três Juízes em exercício 
no primeiro grau de jurisdição, reunidos na 
sede do Juizado. 
Art. 197-Lei 7.210/84. Das decisões 
proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, 
sem efeito suspensivo. 
Princípio da duração razoável do processo 
penal: art. 5º, LXXVIII da CF, introduzido pela 
EC nº 45, de 30 de dezembro de 2004. 
Assegura a todos, no âmbito judicial ou 
administrativo, a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação. 
Art.8º, 1 Pacto de San Jose da Costa Rica. 
Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as 
devidas garantias e dentro de um prazo 
razoável, por um juiz ou tribunal competente, 
independente e imparcial, estabelecido 
anteriormente por lei, na apuração de 
qualquer acusação penal formulada contra 
ela, ou para que se determinem seus direitos 
ou obrigações de natureza civil, trabalhista, 
fiscal ou de qualquer outra natureza. 
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