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Tema 2 As diferentes formas do conhecimentos

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As diferentes formas do conhecimento
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
O ser humano, em busca de conhecer o que o cerca, desenvolve novos conhecimentos, 
assim, o progresso da ciência é produto da atividade humana que transforma o mundo, trans-
forma a natureza e produz cultura.
Desta forma, o ser humano produz conhecimento que se reúne em senso comum, teológico, 
científico e filosófico. Vamos compreender como isto funciona? Acompanhe!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender quais são os tipos de conhecimento.
1 Diferentes formas do conhecimento
Acompanhando a história da humanidade, observamos que o ser humano reuniu por séculos, 
diversas formas de conhecer, sempre em busca de explicar o mundo, o ambiente que o cerca.
Na antiguidade, o indivíduo encontrava no mito, no sobrenatural, a explicação da sequência 
dos eventos terrestres, desde a origem da terra até o surgimento da raça humana. Com a desco-
berta da escrita, o ser humano iniciou também um processo de descoberta do poder da cura, para 
os males da vida. Povos antigos, como os do vale do Tigre e do Eufrates, às margens do Nilo, por 
meio da observação e experimentação, descobriram a matemática, na forma de medir e demarcar 
áreas. Assim, estabeleceram o calendário e registraram, por exemplo, o aparecimento de eclipses 
(FACHIN, 2006).
Com o passar do tempo, o conhecimento dos povos antigos foi sendo aprimorado, e suas 
contribuições permitiram o avanço da ciência. Conhecimentos matemáticos e filosóficos, como 
os de Aristóteles, Francis Bacon, Descartes até August Comte, mostram um retrato do desenvolvi-
mento do saber, em busca de métodos que explicassem a aquisição de conhecimento, bem como 
indicassem as formas de se conhecer o mundo (FACHIN, 2006). 
O desenvolvimento da erudição permite a aquisição de novas formas de saber, assim como 
a reunião e a integração dessas formas, representam o avanço rápido e intenso do saber humano, 
que se modifica, altera-se, a cada nova descoberta, adapta-se e se reconstrói sempre em busca de 
outros conhecimentos (FACHIN, 2006).
O ser humano é capaz de reunir diversas formas de conhecer para interpretar o mundo, sendo 
elas, por exemplo: o senso comum, a religião, a ciência e a filosofia.
SAIBA MAIS!
As diferentes formas do saber evidenciam a especificidade do saber humano, 
ao mesmo tempo em que mostram a gama de conhecimentos adquirida pelo ser 
humano ao longo de sua existência. Para cada tipo de saber, obtemos uma forma de 
conhecer o mundo e ampliamos o nosso conhecimento. Veja a obra de Maria Lúcia 
de Arruda Aranha “Filosofia da educação”, (2006), em que a autora aborda as diversas 
formas de observar a realidade, a partir de cada ramo do saber. 
1.1 O senso comum
O conhecimento do senso comum é adquirido independentemente de provas concretas e 
dos estudos aprofundados. É transmitido de geração em geração, através das vivências dos indi-
víduos, fazendo parte da cultura de um povo.
FIQUE ATENTO!
O saber empírico, ou o conhecimento do senso comum, abre as portas para a inves-
tigação científica, pois ele é uma forma de saber que estabelece o primeiro contato 
com o mundo.
O contato direto com a natureza, com o mundo, relaciona-se ao conhecimento empírico, sendo 
este o primeiro contato entre o sujeito e o objeto, entre o intelecto e o mundo sensível. Observe 
que o senso comum se contenta com simples imagens superficiais das coisas, constituindo uma 
visão ingênua e muitas vezes sem crítica do mundo. Essa forma de saber não estabelece relações 
significativas de suas interpretações, não possui fundamentos científicos ou métodos de análise, 
e caracteriza-se como uma imagem fragmentária da realidade (FACHIN, 2006).
Figura 1 – O saber do senso comum
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
Se por um lado, o senso comum caracteriza um saber não fundamentado um conhecimento 
da vida cotidiana, por outro, mostra, em sua simplicidade, o primeiro contato do ser humano com 
a realidade.
Reparem que o conhecimento empírico é a estrutura para se chegar ao conhecimento cien-
tífico; embora de nível inferior, não deve ser menosprezado. Ele é a base fundamental do 
conhecer, e já existia muito antes de o ser humano imaginar a possibilidade da existência 
da ciência (FACHIN, 2006, p. 15). 
EXEMPLO
Observar que uma vidraça se quebra quando se arremessa uma pedra, é um saber do 
senso comum, mas saber o porquê o vidro quebra, ultrapassa essa forma de saber, 
cabendo a um saber mais elaborado, como a ciência, a descoberta desta causa a 
partir do seu efeito.
Portanto, mesmo o senso comum não sendo um saber comprovado, ele representa um saber 
empírico, que por sua vez, é a base para a experimentação do conhecimento científico. 
1.2 O conhecimento religioso
O conhecimento religioso ou teológico está ligado ao sobrenatural, como um produto do inte-
lecto do ser humano ligado à fé, com interpretações do mundo por intermédio de mensagens ou 
manifestações divinas (FACHIN, 2006). Representado na figura de um ser superior, um Deus, que 
se faz presente por diversos nomes, o ser humano se relaciona com ele pela sua fé, transmutando 
esse ser superior à imagem do ser humano muitas vezes.
Na busca por aquilo que transcende o conhecimento humano, procuramos por explicações 
que não cabem ao saber científico ou filosófico, que não conseguem explicar determinados fenô-
menos, recorrendo à crença em uma entidade divina que possa responder a questões inexplicá-
veis. A teologia procura integrar os conhecimentos da razão com os dados da fé.
Figura 2 – Conhecimento religioso
Fonte: FreddEP/Shutterstock.com
O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Não é preciso ver para crer, e a crença ocorre 
mesmo que as evidências apontem no sentido contrário. As verdades religiosas são registradas 
em livros sagrados ou são reveladas por seres espirituais, por meio de alguns iluminados, santos 
ou profetas (FACHIN, 2006).
FIQUE ATENTO!
Enquanto a mitologia apresenta deuses para explicar o mundo, a religião monote-
ísta obtém em um único Deus a sua crença, assim, o ser humano crê pela fé e pela 
aceitação do saber divino.
Desta maneira, a religião se faz presente na vida do ser humano, manifestando-se de diferentes 
formas. A força da fé e a crença em dogmas é o que fundamenta a vida religiosa, e seus seguidores, 
no caso das religiões monoteístas, acreditam em um Deus soberano como força espiritual que per-
mite a continuação da vida após a morte.
EXEMPLO
Com o mito, a causa de um trovão poderia ser a manifestação da ira dos deuses. Para 
a religião, uma criação divina. Já para a ciência, o trovão evidencia o efeito causado 
pelo raio em decorrência de tempestade, possuindo uma explicação científica sobre 
energia, força e elementos da natureza que provocam esse acontecimento.
Vale lembrar que a religião é uma forma de observar e interpretar a realidade, acreditando em 
dogmas e crenças, apoiados na fé pela existência de um ser superior. O que não significa dizer que 
as religiões não se fundamentam na racionalidade (BERGER, 2004).
1.3 A ciência e a filosofia
Historicamente, a ciência e a filosofia caminharam juntas, mas, com a revolução científica 
ocorrida no século XVII, elas se separam em dois saberes. A ciência vai se fragmentando em 
conhecimentos especializados, como a física, a astronomia, química, biologia, psicologia, sociolo-
gia, entre outros, delimitando o seu campo de saber (ARANHA, 2006).
A filosofia, por sua vez, continuou a tratar sobre os mesmos assuntos da ciência, mas, ao con-
trário dessa, que se ocupa de recortes da realidade, pela especificação de seus saberes, a filosofia se 
ocupa com o todo, com uma visão de conjunto, buscando a causa última de todas as coisas.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar nessa relação entre filosofia e ciência, leia o artigo “Entre a Filosofiae a Ciência: Merleau-Ponty e a Psicologia”, que apresenta não só uma relação 
entre esses dois saberes, como apresenta a visão de um filósofo e uma forma 
especializada de ciência, a psicologia. Disponível no link: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>.
O conhecimento da ciência se ocupa da abordagem sistemática dos objetos da natureza (os 
fenômenos), tendo em vista as relações de causa e efeito, possui métodos que instrumentaliza o 
pesquisador, evidenciando etapas para o processo do conhecer.
O conhecimento científico pressupõe aprendizagem superior. Caracteriza-se pela presença 
do acolhimento metódico e sistemático dos fatos da realidade sensível. Por meio da clas-
sificação, da comparação, da aplicação dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador 
extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento 
rigorosamente válido e universal (FACHIN, 2006, p. 15).
A ciência procura atingir a verdade dos fatos pela observação da natureza por aplicação de 
pesquisas metódicas e sistemáticas. Por meio de instrumentos de coleta e análise de dados da 
realidade, o conhecimento científico pode ser adquirido por experimentação, demonstração e pes-
quisa, um saber que se estabelece na prática, com teorias e hipóteses, com o fim último de des-
vendar os segredos da realidade. 
Figura 3 – Conhecimento científi co
Fonte: Kotoffei/Shuterstock.com
O conhecimento fi losófi co conduz a refl exão crítica, que busca o conhecimento último de 
todas as coisas, transcendendo o saber do ser humano, utilizando a razão como a faculdade mais 
elevada do espírito, a qual ordena nossos pensamentos e constitui conceitos e princípios sobre os 
objetos do mundo. 
Figura 4 – O saber fi losófi co
Fonte: Chinnapong/Shutterstock.com
Tanto a filosofia quanto a ciência possuem um saber rigoroso, mas, enquanto a ciência se 
ocupa com um saber especializado, a filosofia trata com um saber de conjunto. E, enquanto a 
ciência evidencia um conhecimento por causa e efeito, a filosofia busca a causa última que funda-
menta todo o saber.
FIQUE ATENTO!
Por mais que a ciência e a filosofia investiguem o mesmo objeto, cada qual consti-
tui uma forma específica de conhecimento.
A filosofia e a ciência podem explicar e fundamentar o conhecimento da realidade e a partir 
daí originar novos saberes, como a fenomenologia (no caso da filosofia) e a física quântica (no 
caso da ciência).
Fechamento
Compreendemos que há várias formas de se observar a realidade, atrelada aos diversos 
saberes, cada qual expondo uma maneira de adquirir conhecimento.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender a diversidade de formas de conhecer;
 • entender como se dá o conhecimento do senso comum e o saber da religião;
 • identifica o saber da ciência e o saber filosófico.
Referências 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006. 
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teologia sociológica da religião. 5. ed. São 
Paulo: Paulus Editora, 2004. 
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
VERISSIMO, Danilo Saretta; FURLAN, Reinaldo. Entre a Filosofia e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psi-
cologia. Paideia, Ribeirão Preto, São Paulo, v. 17, n. 38, p. 331-342, 2007. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>. Acesso em: 28 abr. 2017.

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