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6 Mercado e Formação de Preços

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DESCRIÇÃO
Aplicação básica dos conceitos de investimento, custo e preço na prática e seu uso para
tomada de decisões gerenciais.
PROPÓSITO
Explicar os conceitos de custo, investimento, despesa e formação de preços e suas aplicações
nas mais variadas situações e contextos profissionais.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os custos diretos, indiretos, variáveis e fixos de um produto
MÓDULO 2
Analisar lucro e margem de contribuição
MÓDULO 3
Calcular o preço de venda de um produto
MÓDULO 1
 Identificar os custos diretos, indiretos, variáveis e fixos de um produto
INTRODUÇÃO
No Brasil, cerca de 60% das empresas fecham suas portas em até 5 anos após a sua criação.
Além disso, em 2018, 96% das empresas que faliram no Brasil eram pequenas. Isso demonstra
tanto a dificuldade do mercado brasileiro quanto a falta de preparo do pequeno empreendedor
nacional.
SEM TER UMA NOÇÃO PRÁTICA DE COMO SE
CALCULA UMA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO,
SEM SABER QUAIS SÃO OS CUSTOS FIXOS E
VARIÁVEIS DE UM NEGÓCIO E,
PRINCIPALMENTE, SEM TER UMA BASE PARA
SE DEFINIR O PREÇO DE VENDA DE UM
PRODUTO, AS CHANCES DO SUCESSO DE UM
NEGÓCIO, QUE JÁ SÃO PEQUENAS, TORNAM-
SE ÍNFIMAS.
Por esta razão o tema Mercado e Formação de Preços é tão relevante. Aqui, nós exploraremos
os conceitos contábeis básicos e as nomenclaturas, depois aprenderemos como calcular os
custos e, por fim, usaremos esses resultados dos custos tanto para verificar a viabilidade de
um negócio quanto para definir o preço de venda de um produto.
Antes de iniciarmos nossos estudos, assista a este vídeo no qual o professor Antônio Carlos
Magalhães da Silva fala sobre os conceitos que serão apresentados ao longo do módulo 1.
CONCEITO DE CUSTO, DESPESA E
INVESTIMENTO
A teoria de formação de preços vem de uma parte da Contabilidade que é chamada de
Contabilidade de Custos.
 DICA
Você já deve ter ouvido falar que a “Contabilidade é a língua dos negócios” e, como qualquer
língua, se você não souber as principais palavras, termos e estruturas, não vai conseguir usá-la
para se comunicar eficientemente. Assim é com a Contabilidade de Custos: para aplicá-la de
forma eficaz e eficiente à sua tomada de decisão, você precisa conhecer seus principais
termos.
Toda vez que compramos algo (na Contabilidade, isso é chamado de dispêndio de caixa )
estamos pagando um custo, realizando uma despesa ou fazendo um investimento. Essas três
palavras têm conceitos específicos e são importantes para identificar quais os tipos de gastos
(dispêndios de caixa ) que estamos realizando.
DISPÊNDIO DE CAIXA
São as saídas de dinheiro do caixa, ou seja, aquilo que se paga em um negócio.
INVESTIMENTO
Vamos começar abordando o conceito de investimento:
javascript:void(0)
INVESTIMENTOS PODEM SER ENTENDIDOS
COMO A AQUISIÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
QUE IRÃO GERAR MAIS RIQUEZA PARA OS
SÓCIOS DA EMPRESA NO FUTURO.
 
 ATENÇÃO
Podemos diferenciar o investimento dos outros tipos de gastos, pelo fato de o investimento
sempre resultar na aquisição de um ativo (bem ou direito) que a empresa pode utilizar para
realizar a sua operação.
Veja, a seguir, dois exemplos de investimentos, levando em conta um contexto de oferta de
produto e outro de oferta de serviço:
PADARIA DO SR. JOSÉ
 
Imagem: Shutterstock.com
O Sr. José é proprietário de uma pequena padaria na qual ele também trabalha como padeiro.
Devido ao aumento da demanda, ele precisou ir até uma loja comprar um forno industrial para
assar a quantidade de pães necessária para atender a todos os seus fregueses. Esse tipo de
gasto que o Sr. José realizou foi um investimento.
CONSULTÓRIO DA DRA. MARCELA
 
Imagem: Shutterstock.com
Marcela é recém-formada em Medicina e decidiu abrir seu próprio consultório com alguns
colegas. O investimento para o consultório seria a compra de material para atendimento, tais
como estetoscópios, cama médica, mesas e cadeiras, entre outros, pois tudo isso seria usado
na atividade-fim da empresa (prestar o serviço de atendimento médico), o que, no final, geraria
mais riqueza. Outro exemplo de investimento para uma empresa seria a compra de um imóvel,
um veículo ou um computador. Em todos esses casos, a empresa está recebendo um bem
como contrapartida de seu gasto.
 SAIBA MAIS
Agora, vamos supor que uma empresa compre uma patente de outra, a fim de desenvolver um
produto. Esse é um tipo de investimento? Sim! Lembre-se de que o investimento é a aquisição
de um bem ou de um direito. Assim sendo, tanto a compra de um ativo físico quanto a de um
ativo intangível (como o caso de uma marca, patente, direito de exploração, concessão etc.)
são investimentos.
CUSTO
CUSTOS SÃO TODAS AS SAÍDAS DE DINHEIRO
QUE SÃO NECESSÁRIAS PARA QUE A
EMPRESA POSSA PRODUZIR UM BEM OU
PRESTAR UM SERVIÇO.
Como será que o custo pode ser classificado levando em consideração a padaria do Sr. José e
o consultório da doutora Marcela?
PADARIA DO SR. JOSÉ
 
Imagem: Shutterstock.com
Para fabricar os pães, o Sr. José precisa comprar farinha para servir de matéria-prima.
Diferentemente do fogão, que pode permanecer durante anos sendo usado pela padaria, esse
ativo será consumido rapidamente na produção do seu produto. Isto é, a farinha será utilizada
de forma bem mais rápida para se fabricar os pães. Logo, esse tipo de gasto difere do
investimento, pois a farinha faz parte do pão (produto final). Portanto, tal gasto é classificado
como custo.
CONSULTÓRIO DA DRA. MARCELA
 
Imagem: Shutterstock.com
Como o consultório presta serviço de atendimento clínico através de médicos, o salário dos
médicos é um custo. Além disso, como é necessário um imóvel para que as consultas ocorram,
o aluguel do imóvel também será um custo, bem como o álcool usado para se limpar um
paciente, entre outros.
Posteriormente, nós entraremos em mais detalhes sobre as tipologias de custos. Por enquanto,
o importante é que você entenda a diferença entre investimento e custo.
Investimento
O investimento é um gasto alocado em outros tipos de ativos como maquinário, equipamentos,
imóveis, veículos etc.

Custo
O custo se diferencia do investimento porque ele é o gasto alocado em um produto.
DESPESA
AS DESPESAS SÃO TODOS OS GASTOS QUE
NÃO ESTÃO DIRETAMENTE LIGADOS À
ATIVIDADE-FIM DA EMPRESA.
Será que existe diferença no conceito de despesa quando se oferece produto ou serviço?
Vamos ver, a seguir, o que é considerado despesa para a padaria e para o consultório.
PADARIA DO SR. JOSÉ
 
Imagem: Shutterstock.com
O Sr. José deseja reformar a sua padaria e consegue um empréstimo bancário para poder
realizar essa reforma.
O valor que ele pagará pelo empréstimo é chamado de despesa financeira, pois este é um
valor que não se transformou em um ativo (portanto, não é investimento) e nem pode ser
alocado no produto, porque o gasto não foi utilizado na produção do produto (logo, não é
custo).
Se o Sr. José contratasse um caixa para atender aos seus clientes, o valor do salário
pago seria também um tipo de despesa.
CONSULTÓRIO DA DRA. MARCELA
 
Imagem: Shutterstock.com
No caso do consultório da doutora Marcela, a atividade-fim é prestar serviço médico. Sendo
assim, são classificados como despesas o salário da recepcionista do seu consultório, a TV a
cabo que está disponível na recepção, para que seus pacientes possam se entreter enquanto
aguardam, a água do filtro que é fornecida, entre outras.
 ATENÇÃO
Perceba que, por mais que esses gastos sejam, muitas vezes, importantes, em nada
influenciam de forma direta a atividade-fim da padaria que é vender pães ou do consultório,
que é atender aos pacientes. E é por esse simples detalhe que esses gastos são classificados
como despesa nos dois tipos de negócio.
Vamos, então, entender os conceitos de forma resumida:
INVESTIMENTO
Caso você gaste um valor para comprar um ativo, este é um investimento.
CUSTO
Se você gasta um valor para comprar matérias-primas ou outros tipos de insumos para
produção (ou, ainda, se você compra diretamente um produtoacabado para revenda), este
gasto é um custo.
DESPESA
Gasto relativo ao consumo de Bem ou serviço que tem relação direta ou indireta com o
processo de obtenção de receitas da entidade. Ou seja, caso você gaste com outras
finalidades que não compõem o custo do produto nem se encaixam como aquisição de ativo,
então você incorreu em uma despesa.
Os custos são o foco da Contabilidade de Custos.
POR QUE ELES SÃO TÃO ESPECIAIS PARA
MERECEREM TODA UMA SUBDIVISÃO DA
CONTABILIDADE PARA ELES?
Justamente porque eles são essenciais para uma boa tomada de decisão com relação à
fabricação de produtos e na decisão de quais produtos são mais rentáveis, tendo em vista que
são gastos diretamente relacionados com a operação da empresa, pois são ligados aos
produtos.
Que tal testarmos se você compreendeu os conceitos que foram trabalhados até aqui? Leia as
questões e assinale a alternativa correta:
ATIVIDADE
1. (TÉCNICO EM CONTABILIDADE DA PREFEITURA DE INDAIATUBA ‒
2018) UM GASTO RELATIVO A UM BEM OU SERVIÇO UTILIZADO NA
PRODUÇÃO DE OUTROS BENS OU SERVIÇOS É CONSIDERADO, NA
TERMINOLOGIA DA MATÉRIA, COMO:
A) Custo
B) Investimento
C) Desembolso
D) Despesa
2. (AUDITOR DE CONTROLADORIA DA PREFEITURA DE JATAÍ ‒ 2019)
SEGUNDO A TERMINOLOGIA APLICADA À CONTABILIDADE DE
CUSTOS, DENOMINA‐SE DESPESA O:
A) Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária.
B) Pagamento resultante da aquisição de bem ou serviço, que pode ocorrer antes, durante ou
após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não desde o momento do gasto.
C) Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
D) Bem ou serviço consumido, direta ou indiretamente, para a obtenção de receitas.
GABARITO
1. (Técnico em Contabilidade da Prefeitura de Indaiatuba ‒ 2018) Um gasto relativo a um
bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços é considerado, na
terminologia da matéria, como:
A alternativa "A " está correta.
O custo é o gasto para se produzir outro produto, bem ou serviço.
2. (Auditor de Controladoria da Prefeitura de Jataí ‒ 2019) Segundo a terminologia
aplicada à Contabilidade de Custos, denomina‐se despesa o:
A alternativa "D " está correta.
Despesa é todo o desembolso de dinheiro para a obtenção de receita. Dessa forma, a única
resposta que mais se assemelha a essa definição é a letra D, uma vez que a letra A é a
definição de perda, a letra B é a definição de desembolso de caixa e a letra C é a definição de
custo.
CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS
Custos diretos
São aqueles em que a atribuição do custo a um produto é fácil. Por exemplo, a matéria-prima é
um tipo de custo direto, tendo em vista que é possível atribuí-la diretamente a um produto
específico. Outro exemplo é a mão de obra direta, visto que o trabalhador executou o seu
serviço diretamente no produto.

Custos indiretos
São mais difíceis de ser diretamente atribuídos a um produto. Exemplos são a energia elétrica
de uma fábrica ou a mão de obra indireta (pessoas que não trabalham diretamente na
fabricação do produto).
 EXEMPLO
No caso da padaria do Sr. José, podem ser considerados custos diretos o valor da farinha
utilizada nos pães e o valor que o Sr. José paga a si mesmo por atuar como padeiro. Já
quando se trata do consultório, o valor gasto com a impressão das fichas dos pacientes,
atestados e receitas médicas são considerados custos diretos, da mesma forma que a compra
de insumos como algodão, seringa e outros materiais utilizados no cuidado dos pacientes.
 
Entretanto, a energia elétrica e o valor do salário da balconista/recepcionista são exemplos de
custos indiretos tanto da padaria quanto do consultório.
 
Caso a padaria possuísse um funcionário especificamente contratado para carregar e/ou
descarregar, e manter arrumado o depósito de matérias primas (farinha, fermento, e os demais
itens necessários para a produção dos pães e bolos), este funcionário seria um exemplo de
custo indireto.
 
Caso o consultório realizasse procedimentos de exames e tenha um funcionário
especificamente contratado para entregar todo o tipo de material coletado em exames nos
laboratórios de análises clínicas e depois buscar os laudos destes exames, este funcionário
também seria um exemplo de custo indireto.
 
Nestes 2 casos, estes exemplos de funcionários que atuam no produto/serviço, mas a atividade
deles não é facilmente atribuída a cada produto/serviço que a padaria e o consultório realizam
são exemplos típicos de custos indiretos. E dessa forma, estes gastos podem ser enquadrados
como custos indiretos e sendo utilizado um critério de rateio para distribuir o gasto com estes
funcionários para cada produto/serviço.
 
Geralmente, quanto maior a complexidade de uma organização e maior o número de produtos
produzidos/comercializados ou serviços prestados, mais exemplos de custos indiretos podem
ocorrer.
DEFINIR CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS PODE
SER MAIS COMPLEXO DO QUE IMAGINAMOS...
Nos exemplos anteriores, citamos que a energia elétrica é um tipo de custo indireto. Entretanto,
se uma fábrica instalar diferentes medidores de energia e conseguir alocar o valor da conta de
eletricidade entre os variados processos de produção, então este poderá ser um exemplo de
custo direto.
Outro caso que mostra a dificuldade de se atribuir um custo como direto ou indireto é o da
remuneração do Sr. José. Ele trabalha como padeiro, mas, como também é o dono da padaria,
tem que administrar o negócio. Em vista disso, na sua remuneração estão inclusos tanto os
valores de custos diretos (a mão de obra direta do seu trabalho como padeiro) quanto os
indiretos (a mão de obra indireta do seu trabalho como administrador). Assim, é preciso
segregar os dois valores, pois cada parcela se refere a um tipo de custo.
Uma dúvida que pode surgir na cabeça do administrador ou do dono do negócio é:
POR QUE EU TENHO QUE TER TODO ESSE
TRABALHO EM SEGREGAR OS MEUS CUSTOS
ENTRE DIRETOS E INDIRETOS?
RESPOSTA
A contabilidade não existe como um fim em si mesma, mas, sim, como um meio de
ilustrar e auxiliar a tomada de decisão. Assim sendo, saber quais são seus custos diretos e
indiretos auxilia na tomada de decisão de uma empresa. Vamos ver como isso ocorre?
 ATENÇÃO
Já que os custos diretos podem ser diretamente alocados nos produtos, não é necessário um
rateio geral. Porém, os custos indiretos precisam ser rateados entre todos os produtos.
No caso da padaria do Sr. José, ele trabalha 6 horas por dia fazendo pães e 2 horas por dia
fazendo bolos, portanto é fácil alocar o custo do salário de padeiro dele nos dois tipos de
produtos: 3/4 são alocados nos pães e 1/4 nos bolos.
Todavia, o salário do funcionário que cuida do depósito de matérias primas, não tem como ser
diretamente alocado nos pães e nos bolos, então o rateio pode ser feito de forma proporcional
a quantidade total produzida. Se são produzidos 1.000 pães e 50 bolos por dia, uma forma de
rateio seria dividir o valor do salário mensal pela proporção que cada produto contribui na
fabricação total, ou seja, pães terão a proporção de 1.000/1050 (que é aproximadamente 95%)
e bolos de 50/1.050 (que é aproximadamente 5%). Sendo assim, se o funcionário do depósito
tem um salário mensal de $2.000,00, esse custo indireto será alocado proporcionalmente para
os pães em $1.900 e em bolos $100.
Mas, esta não é a única forma de se alocar os custos nos produtos/serviços. Veremos em
seguida a diferença entre custos variáveis e fixos, e como funciona a alocação entre eles.
CUSTOS VARIÁVEIS E FIXOS
javascript:void(0)
Uma forma adicional de se medir os custos de um produto pode ser posta em prática, caso a
nossa análise seja pautada no comportamento do custo, quando alteramos a produção e
fazemos a separação entre os custos que variam, de acordo com a produção, e os que não
variam. Por exemplo, caso você aumente ou diminua a sua produção, os custos das matérias-
primas irão aumentar ou diminuir conforme a sua produção.
PORÉM, VOCÊDEVE ESTAR SE
PERGUNTANDO: 
TODOS OS CUSTOS NO FIM NÃO VARIAM DE
ACORDO COM A PRODUÇÃO? 
 
A RESPOSTA É SIM!
Por exemplo, o valor que uma empresa paga para alugar um prédio para utilizá-lo como fábrica
vai aumentar se ela aumentar a sua produção e precisar alugar um espaço maior. Contudo,
quando falamos do valor para o custo variar estamos falando na variação de curto prazo e de
alterações não muito grandes na produção. Assim, caso uma empresa varie um pouco sua
produção, o custo do aluguel não mudará.
ESSES TIPOS DE CUSTOS QUE NÃO VARIAM
SÃO CHAMADOS DE FIXOS, ENQUANTO OS
OUTROS CUSTOS SÃO CHAMADOS DE
VARIÁVEIS.
 
( Imagem: Andrew Rybalko / Shutterstock.com)
CUSTOS VARIÁVEIS E FIXOS NA PADARIA
CUSTO VARIÁVEL
No caso da padaria do Sr. José, a farinha que ele utilizou para fazer seus pães é um tipo de
custo variável, assim como a água que ele usou para misturar na farinha e fazer a massa,
todos os demais ingredientes e também o gás do fogão. Todos esses tipos de custos vão
aumentar se a produção aumentar, e diminuir caso ela diminua.
CUSTO FIXO
Um exemplo de custo fixo seria o valor pago para o salário do caixa. Não importa a produção
de pães do Sr. José, o salário do funcionário que trabalha no caixa permanecerá o mesmo.
 ATENÇÃO
Lembre-se sempre de que estamos falando de custos de curto prazo. Pode ser que, caso o Sr.
José aumente a sua padaria e abra uma filial, ele precise contratar um novo caixa. Porém, isso
não significa que tal custo é classificado como variável, pois ele é fixo em curto prazo.
 
( Imagem: Andrew Rybalko / Shutterstock.com)
CUSTOS VARIÁVEIS E FIXOS NO CONSULTÓRIO
CUSTO VARIÁVEL
Quando o valor se altera conforme a quantidade de bens produzidos ou serviços prestados,
esse custo deve ser classificado como custo variável. Então, o papel usado para forrar a cama
médica toda vez que se atende um novo paciente, os palitos de madeira usados para se
analisar a garganta de cada paciente, entre outros custos que variam conforme se atende a um
paciente, são classificados como custo variável.
CUSTO FIXO
São todas as despesas para a prestação do serviço de atendimento médico que não se
alteram conforme a quantidade de pacientes que são atendidos. Logo, é possível exemplificar
como custo fixo o aluguel do imóvel, pois independente do fato de eles decidirem trabalhar 8
horas por dia e atender x pacientes ou trabalhar 24 horas por dia, alternando em escalas, e
atender 3x pacientes, o aluguel do consultório permanecerá o mesmo.
RELAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE CUSTO
Notamos aí que existe uma relação entre os dois tipos de custos que vimos até agora:
direto/indireto e fixo/variável. Normalmente, custos diretos, por serem diretamente e
facilmente relacionados ao produto, tendem a variar com a produção, sendo, assim, variáveis.
O mesmo vale para os custos indiretos: por eles não serem tão associados com a produção,
tendem a ser considerados fixos.
 ATENÇÃO
Isso é uma tendência geral, e não uma regra! Um exemplo é a energia elétrica, que é um
custo indireto, porém variável: quanto maior a produção, normalmente maior é a utilização de
energia elétrica. Outro exemplo é a mão de obra direta. Ela é um custo direto, porém fixo em
curto prazo para pequenas variações na produção.
Tais reconhecimentos variam de área para área. Na padaria do Sr. José, caso sejam
produzidos 500, 800 ou 1.000 pães por dia, apenas um padeiro irá trabalhar, o Sr. José.
Portanto, para essa empresa, a mão de obra direta é um custo fixo.
Já no consultório, onde cada médico possui uma especialidade, caso se queira aumentar a
oferta de consultas, deverão ser contratados novos profissionais, tornando esse custo variável.
O RATEIO DOS CUSTOS SEGUE UM PADRÃO
PARECIDO COM O EXEMPLO QUE VIMOS DOS
CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS. OS CUSTOS
FIXOS SÃO RATEADOS ENTRE TODOS OS
PRODUTOS, ENQUANTO OS VARIÁVEIS NÃO
PRECISAM SER RATEADOS, PORQUE JÁ SE
SABE O VALOR PARA CADA UNIDADE DO
PRODUTO.
Uma vantagem da análise através do custeio variável/fixo é que os valores dos custos fixos
alocados na unidade do produto, como não tendem a mudar muito com a escalada da
produção, tendem a diminuir conforme a produção aumenta. Assim, se uma empresa tem
custos fixos de R$100.000,00 na produção de 200.000 produtos, a parcela do custo fixo em
cada produto é de R$0,50, mas se ela produzir 250.000 produtos, o custo fixo cai para R$0,40
a unidade. Isso também pode ser uma armadilha, tão sutil e devastadora, que tem o nome em
inglês de death spiral (espiral da morte). Vamos saber mais informações sobre isso em
seguida.
DEATH SPIRAL (ESPIRAL DA MORTE)
Imagine que uma empresa, que tem lucro, produz quatro tipos de produtos: A, B, C e D.
 
( Imagem: Studio_G / Shutterstock.com)
Ao analisar a produção do produto D, o empresário percebeu que a receita de vendas desse
produto é menor do que a soma do custo variável e do custo fixo alocados para o produto D.
“Não vale a pena, portanto, continuar fabricando o produto D, já que estou tendo
prejuízo nele”, pensa o administrador e, assim, a linha de produção do produto D é encerrada.
 
( Imagem: Studio_G / Shutterstock.com)
Embora isso acabe com os custos variáveis associados ao produto D, os custos fixos
associados a ele não desaparecem (são fixos!) e, portanto, devem ser alocados agora aos
outros produtos. Devido ao aumento dos custos fixos alocados aos produtos A, B e C, o
produto C tem seus custos (variáveis e fixos alocados a ele) maiores que a receita de vendas
dele.
 
( Imagem: Studio_G / Shutterstock.com)
Já percebeu para onde isso está indo? Usando a mesma justificativa, o gestor decide eliminar
os produtos, C, B e A, respectivamente, pois os custos fixos que iam sendo alocados a eles
aumentavam, devido a outra linha de montagem ser descontinuada.
 
( Imagem: Studio_G / Shutterstock.com)
Agora, a empresa, que antes era lucrativa, acaba indo à falência, mesmo tomando decisões
que pareciam fazer sentido. Essa é a armadilha da espiral da morte!
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA? OS CUSTOS
FIXOS SÃO FIXOS! QUANDO FAZEMOS UM
RATEIO DOS CUSTOS FIXOS É PARA TOMADA
DE APENAS ALGUMAS DECISÕES GERENCIAIS.
ENTRETANTO, EXISTEM DECISÕES EM QUE
SOMENTE OS CUSTOS VARIÁVEIS DEVEM SER
CONSIDERADOS.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (ANALISTA FINANCEIRO JR. EMDEC ‒ 2019) EM DETERMINADO
PERÍODO, A EMPRESA XX, QUE FABRICA E COMERCIALIZA DOIS TIPOS
DE PRODUTOS (PRODUTO A E PRODUTO B), INCORREU NOS
SEGUINTES GASTOS, APRESENTADOS NA TABELA A SEGUIR:
GASTOS VALORES R$
MATÉRIA-PRIMA 200.000,00
MÃO DE OBRA DIRETA 300.000,00
COMISSÕES SOBRE AS VENDAS 80.000,00
ALUGUEL DA FÁBRICA 150.000,00
SALÁRIOS E ENCARGOS DOS SUPERVISORES 120.000,00
SALÁRIOS E ENCARGOS DA SECRETÁRIA DA
DIRETORIA
50.000,00
TOTAL 900.000,00
 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA TABELA UTILIZE A
ROLAGEM HORIZONTAL
COM RELAÇÃO AOS GASTOS INCORRIDOS NO PERÍODO,
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA INFORMAÇÕES
CORRETAS:
A) O total de custos diretos foi R$500.000,00 e o total dos custos indiretos R$350.000,00.
B) O total dos custos indiretos foi R$270.000,00 e o total das despesas operacionais
R$130.000,00.
C) O total dos custos diretos foi R$650.000,00 e dos custos indiretos R$120.000,00.
D) O total das despesas operacionais foi R$400.000,00.
2. JOSÉ HERDOU A GRANJA DE GALINHAS DA SUA FAMÍLIA APÓS SE
FORMAR NA FACULDADE. PENSANDO EM EXPANDIR OS NEGÓCIOS
PARA UMA ESCALA NACIONAL, A PRIMEIRA EXIGÊNCIA DE JOSÉ FOI A
DE ANALISAR OS CUSTOS DO NEGÓCIO. ELE OBTEVE OS SEGUINTES
DADOS:
CUSTO FIXO R$165.000,00
CUSTO VARIÁVEL R$250.000,00
 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA TABELA UTILIZE A
ROLAGEM HORIZONTAL
ALÉM DISSO, FOI EXPLICADO PARA JOSÉ QUE, COMO A
ATIVIDADE-FIM DO NEGÓCIO É A CRIAÇÃO E VENDA DE AVIÁRIO,
TUDO O QUE AS GALINHAS PRECISAVAM ERA DE RAÇÃO E
ÁGUA, O QUE VARIAVA CONFORME A QUANTIDADE DE
GALINHAS QUE ELE TIVESSE. DESSA FORMA, APÓS ENTENDER
O NEGÓCIO, JOSÉ DECIDIU QUE EXPANDIR ERA A MELHOR
ESTRATÉGIA E CALCULOU OS NOVOS CUSTOS NECESSÁRIOS
PARA A EXPANSÃO,QUE SERIAM ADICIONADOS AOS CUSTOS
ANTERIORES, CONFORME ABAIXO:
RAÇÃO R$300,000.00
ALUGUEL R$90,000.00
SEGURO R$2,000.00
ÁGUA R$150,000.00
ELETRICIDADE R$20,000.00
 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA TABELA UTILIZE A
ROLAGEM HORIZONTAL
COM ESSES NOVOS CUSTOS, COMO FICARIAM DIVIDIDOS OS
CUSTOS DA GRANJA?
A) Custo fixo 300.000,00 e custo variável 350.000,00.
B) Custo fixo 277.000,00 e custo variável 450.000,00.
C) Custo fixo 277.000,00 e custo variável 700.000,00.
D) Custo fixo 270.00,00 e custo variável 300.000,00.
GABARITO
1. (Analista Financeiro Jr. EMDEC ‒ 2019) Em determinado período, a empresa XX, que
fabrica e comercializa dois tipos de produtos (produto A e produto B), incorreu nos
seguintes gastos, apresentados na tabela a seguir:
GASTOS VALORES R$
GASTOS VALORES R$
MATÉRIA-PRIMA 200.000,00
MÃO DE OBRA DIRETA 300.000,00
COMISSÕES SOBRE AS VENDAS 80.000,00
ALUGUEL DA FÁBRICA 150.000,00
SALÁRIOS E ENCARGOS DOS SUPERVISORES 120.000,00
SALÁRIOS E ENCARGOS DA SECRETÁRIA DA
DIRETORIA
50.000,00
TOTAL 900.000,00
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Com relação aos gastos incorridos no período, assinale a
alternativa que contenha informações corretas:
A alternativa "B " está correta.
 
Utilizando-se dos cálculos abaixo:
Custos diretos: matéria-prima + mão de obra = 200.000 + 300.000 = 500.000
Custos indiretos: aluguel da fábrica + salários/encargos dos supervisores = 150.000 +
120.000 = 270.000
Despesas operacionais (despesas restantes que não são custos): comissões sobre as
vendas + secretária da diretoria = 80.000 + 50.000 = 130.000
2. José herdou a granja de galinhas da sua família após se formar na faculdade.
Pensando em expandir os negócios para uma escala nacional, a primeira exigência de
José foi a de analisar os custos do negócio. Ele obteve os seguintes dados:
Custo fixo R$165.000,00
Custo variável R$250.000,00
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Além disso, foi explicado para José que, como a atividade-fim do
negócio é a criação e venda de aviário, tudo o que as galinhas
precisavam era de ração e água, o que variava conforme a
quantidade de galinhas que ele tivesse. Dessa forma, após
entender o negócio, José decidiu que expandir era a melhor
estratégia e calculou os novos custos necessários para a
expansão, que seriam adicionados aos custos anteriores, conforme
abaixo:
Ração R$300,000.00
Aluguel R$90,000.00
Seguro R$2,000.00
Água R$150,000.00
Eletricidade R$20,000.00
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Com esses novos custos, como ficariam divididos os custos da
granja?
A alternativa "C " está correta.
 
Para se resolver a questão, primeiramente é necessário classificar os novos custos entre fixos
e variáveis. Foi explicado que os únicos custos que variavam na criação e venda de galinhas
eram a ração e a água, que somados dão R$450.000,00. Adicionalmente, como não foi
especificado que a eletricidade seria um custo variável, devemos assumir que é um custo fixo
(pois a granja precisa de iluminação constante, independentemente da quantidade de galinhas
que ela possua), enquanto o aluguel e o seguro não se alteram conforme a quantidade de
galinhas. Dessa forma, os custos fixos são R$112.000,00. Como a questão explicitou que os
novos custos vão ser adicionados aos anteriores, então deve-se somar os novos custos fixos e
variáveis aos anteriores, ficando um total de custo fixo de R$277.000,00 e custo variável de
R$700.000,00.
MÓDULO 2
 Analisar lucro e margem de contribuição
Antes de iniciarmos, assista a este vídeo no qual o professor Antônio Carlos Magalhães da
Silva introduz os tópicos que serão trabalhados neste módulo.
ANÁLISE DO CUSTO X VOLUME X LUCRO
A ANÁLISE DE CUSTO-VOLUME-LUCRO
(TAMBÉM CHAMADA DE CVL) É FUNDAMENTAL
PARA SE VERIFICAR A SUSTENTABILIDADE DO
NEGÓCIO E O QUANTO ELE É FACTÍVEL.
Utilizando o exemplo da padaria do Sr. José, quantos pães ele precisa produzir e vender para o
seu negócio ser sustentável? Essa quantidade é factível? A fim de realizar essa análise, nós
faremos a divisão dos custos dessa padaria entre fixos e variáveis.
Abaixo, estão os custos que o Sr. José apurou:
Custos fixos (mensais)
Aluguel da padaria R$4.000
Salário do caixa R$2.000
Remuneração do Sr. José R$4.500
Depreciação do fogão R$300
Custos variáveis (por pão)
Matéria-prima (farinha, água, sal etc.) R$0,06
Gás R$0,04
Energia elétrica R$0,02
Custos fixos (mensais)
Valor de venda do pão R$0,15/un.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Agora, para analisarmos esses números, nós temos que, em primeiro lugar, entender o
conceito de lucro contábil. Na contabilidade, o lucro é a diferença entre as receitas e as
despesas se essa diferença for positiva (e prejuízo se negativa).
Portanto, temos a seguinte relação:
LUCRO = RECEITAS ‒ DESPESAS
 
 
(Fonte: Sira Anamwong / Shutterstock)
A receita é o valor de quanto a empresa conseguiu vender por mês, ou seja, é a quantidade
vendida vezes o preço unitário. Já a despesa tem a parte que varia de acordo com as unidades
vendidas (custos variáveis) e a que não varia (custos fixos). Assim, temos a seguinte relação
que deriva da primeira:
LUCRO = PREÇO X QUANT. VENDIDA ‒ CUSTO
VARIÁVEL - DESPESA VARIÁVEL X QUANT.
VENDIDA ‒ CUSTO FIXO
 
Note que a quantidade vendida está multiplicando tanto o preço quanto o custo variável na
equação anterior. Consequentemente, podemos colocar em evidência esse valor, assim como
mostrado abaixo:
LUCRO = (PREÇO ‒ CUSTO VARIÁVEL -
DESPESA VARIÁVEL) X QUANT. VENDIDA ‒
CUSTO FIXO
 
Esse termo descrito acima como a diferença entre o preço e o custo variável unitário é
chamado na contabilidade de Margem de Contribuição Unitária (MCU).
A margem de contribuição unitária é calculada pela diferença entre a preço de venda e os
custos e despesas variáveis:
MCU = PV – (CV + DV)
 
PONTO DE EQUILÍBRIO
PONTO DE EQUILÍBRIO É A QUANTIDADE
MÍNIMA QUE DEVE SER VENDIDA PARA QUE UM
RESULTADO SEJA ALCANÇADO.
Nesta seção, iremos utilizar dois tipos de pontos de equilíbrio: o contábil e o financeiro.
Assista a este vídeo no qual o professor Antônio Carlos Magalhães da Silva apresenta o
assunto Ponto de equilíbrio.
PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL (PEC)
O ponto de equilíbrio contábil (PEC) acontece quando o lucro é igual a zero, ou seja, é a
quantidade mínima para se vender sem ter prejuízo. Temos assim:
0 = MCU X QUANT. VENDIDA ‒ CUSTO FIXO
 
Como queremos achar a quantidade vendida, temos que isolar esse termo. A fórmula fica
então:
QUANT. VENDIDA (PEC) = CUSTO FIXO/MCU
 
 
(Fonte: Andrew Rybalko / Shutterstock)
PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PARA A
PADARIA
No caso do exemplo da padaria do Sr. José, podemos calcular o valor do ponto de equilíbrio
contábil da seguinte forma:
MCU = 0,15 (PREÇO) ‒ 0,06 (MATÉRIA-PRIMA) ‒ 0,04
(GÁS) ‒ 0,02 (ENERGIA) = 0,03 
 
CF = 4.000 + 2.000 + 4.500 + 300 = 10.800 
 
PEC = 10.800/0,03 = 360.000 PÃES POR MÊS (12.000
PÃES POR DIA)
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Note que a quantidade de pães diária que o Sr. José tem que produzir e vender é altíssima,
12.000 pães! Ao verificar isso, o Sr. José percebeu que, para conseguir manter a sua padaria
ativa, ele teria que diminuir a sua remuneração. Se ele não fizesse isso, não teria como atingir
o PEC.
Ele decidiu que, nesse início de operação, iria se pagar apenas R$2.000 (antes eram R$4.500,
portanto, uma redução de R$2.500 na remuneração) por mês e que ele só aumentaria a sua
remuneração quando o negócio já estivesse se expandindo o suficiente.
Agora, os CF ficam com o 10.800 — 2.500 = 8.300, e o novo PEC fica em 8.300/0,03 =
276.667 pães por mês, ou 9.222 pães por dia, o que é uma meta bem menor do que os
anteriores 12.000 pães diários.
 
(Fonte: Andrew Rybalko / Shutterstock)
PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PARAO
CONSULTÓRIO
No caso do consultório da Dra. Marcela, o ponto de equilíbrio é a quantidade mínima de
atendimentos que os médicos devem fazer por mês para que a empresa não dê prejuízo. Isto
é, dados todos os gastos mensais do consultório e o preço da consulta, quantos atendimentos
serão necessários para que o consultório saia no zero a zero?
Para se calcular o ponto de equilíbrio do consultório, basta usar a fórmula do lucro e substituir o
lucro por zero, conforme abaixo:
0 = (MCU X QUANT. DE ATENDIMENTO) ‒ CUSTOS E
DESPESAS FIXAS
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
E depois de isolar o termo quant. de atendimentos, temos:
QUANT . 
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O ponto de equilíbrio do consultório é composto pelos seguintes valores:
Isto é, os médicos precisam realizar, no mínimo, 71,42 atendimentos por mês para que o
consultório pague todos os seus custos e despesas.
PONTO DE EQUILÍBRIO: O PONTO DE
EQUILÍBRIO FINANCEIRO (PEF)
Nós iremos analisar outro ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio financeiro (PEF). Na
contabilidade, existem certos tipos de despesas que são puramente contábeis: depreciação,
amortização e exaustão. Essas despesas estão relacionadas com o uso do ativo, mas não
geram saída de recursos financeiros da empresa.
Assim, para se verificar o ponto de equilíbrio financeiro, elas são desconsideradas, pois nesta
análise não se quer verificar se o lucro é zero, mas se a empresa está gerando receita
suficiente para custear as suas despesas financeiras (retirando da conta as despesas
puramente contábeis).
 
(imagem: Shutterstock.com)
Portanto, o PEF é um ajuste do PEC e pode ser calculado como:
PEF = (CUSTOS FIXOS ‒ DEPRECIAÇÃO,
AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO)/MCU
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No caso do Sr. José, o PEF para quando ele se paga R$2.000 por mês ao invés dos R$4.500
fica em:
(8.300 ‒ 300)/0,03 = 266.667 PÃES POR MÊS, OU 8.889
PÃES POR DIA
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Note que esse valor é menor do que os 9.222 pães anteriores que o Sr. José tinha que vender.
Isso acontece porque no PEF o Sr. José não precisa cobrir os R$300 de depreciação do fogão
que acontece todo mês, assim, a quantidade necessária para se alcançar o ponto de equilíbrio
é menor.
Ainda existe mais um tipo de ponto de equilíbrio: o econômico. Mas, para calcularmos esse
índice, necessitamos de um novo conceito: o custo de oportunidade, que estudaremos a seguir.
CUSTO DE OPORTUNIDADE
“Nada na vida é de graça”, você já deve ter ouvido essa expressão. Ela reflete que cada
escolha é uma perda. Ao fazermos uma escolha, renunciamos a todas as escolhas possíveis
que poderíamos ter feito. Desta forma, a Contabilidade de Custos também incorpora esse fato
ao ajudar na tomada de decisão.
 
Imagem: Shutterstock.com
CUSTO DE OPORTUNIDADE PARA DRA. MARCELA
Quando decidiram montar um consultório médico, Marcela e seus sócios renunciaram usar
esse dinheiro para outras atividades, tais como investir na bolsa de valores, em um fundo de
investimentos, aplicar o dinheiro na poupança etc.
Essa renúncia, referente ao quanto se poderia ganhar aplicando o dinheiro em outro área, é
chamada de custo de oportunidade e deveria ser levada em consideração pelos médicos, pois
ela é importantíssima na tomada de decisão, já que é o custo de oportunidade que norteia os
médicos para definir se eles devem ou não abrir o consultório, pois, caso eles recebam no final
do mês de trabalho apenas R$10 cada, talvez optem por não abrir o consultório e trabalhar em
um hospital.
Para se calcular o PEE, utilizamos o custo de oportunidade como o nosso objetivo de lucro.
Sendo assim, temos a fórmula abaixo:
Vamos supor que a Dra. Marcela e seus sócios decidam que apenas compense trabalhar em
um consultório caso eles lucrem R$1.000 no final do mês, e considerando a tabela de custos a
seguir:
Custos Classificação Valor (R$)
Aluguel do imóvel + luz + água Custo fixo 500
Custo por atendimento Custo variável 1
Custo médico Custo variável 100
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Levando esses dados em conta, o cálculo do custo de oportunidade pode ser realizado como:
Dessa forma, é necessário que Marcela e seus sócios atendam no mínimo 214 pacientes por
mês para que seja favorável a eles trabalharem em um consultório.
 
Imagem: Shutterstock.com
CUSTO DE OPORTUNIDADE PARA O SR. JOSÉ
O Sr. José calcula que, além dos R$4.500 que ele gostaria de receber de salário fixo no futuro,
também gostaria que o negócio desse um lucro mensal de R$5.000, a fim de que ele pudesse
usar esse dinheiro para expandir a sua padaria para outras localidades no bairro.
Esses R$5.000 também são os valores mínimos que o Sr. José acredita que precisa ter de
lucro para compensar o fato do risco que é ter a sua própria padaria, ao invés de trabalhar
como padeiro em outro local (como empresário, ele não tem acesso a férias, décimo terceiro,
FGTS e seguro-desemprego, além do risco que é ter seu próprio negócio). Portanto, este valor
é o custo de oportunidade do Sr. José.
Conforme você já sabe, para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico (PEE), utilizamos o
custo de oportunidade como o nosso objetivo de lucro. Assim:
CUSTO DE OPORTUNIDADE = MCU X QUANT.
VENDIDA ‒ CUSTO FIXO
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ou seja, podemos calcular a quantidade necessária para se chegar ao PEE da seguinte
maneira:
QUANT. VENDIDA (PEE) = (CUSTO FIXO + CUSTO DE
OPORTUNIDADE)/MCU
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para o caso da padaria do Sr. José. temos que:
PEE = (10.800 + 5.000)/0,03 
 
PEE = 15.800/0,03 = 526.667 PÃES POR MÊS OU 17.556
PÃES POR DIA
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Isto é, para compensar o custo de oportunidade do Sr. José, ele teria que vender 17.556 pães
por dia. Assim, seu salário seria de R$4.500 e teria um lucro de R$5.000 para reinvestir no
negócio.
O Sr. José, ao analisar os números, verificou que eles estão muito altos e que não está sendo
compensatória a venda dos pães a R$0,15 a unidade. Ele decidiu, então, verificar se a política
de preços da sua padaria está adequada. No próximo módulo, iremos discutir a formação de
preços e como isso pode ajudar o Sr. José na sua jornada de empreendedor.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR DA UEPA ‒ 2020) A MARGEM DE
CONTRIBUIÇÃO REPRESENTA UMA IMPORTANTE FERRAMENTA DA
CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA O PROCESSO DECISÓRIO. DE
ACORDO COM OS DADOS A SEGUIR, DA PRODUÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS RABETA E CANOA, AS MARGENS
DE CONTRIBUIÇÃO DE CADA PRODUTO SÃO, RESPECTIVAMENTE:
PRODUTOS RABETA CANOA
PRODUTOS RABETA CANOA
PREÇO UNITÁRIO
DE VENDA
R$12.000,00 R$7.000,00
DESPESAS
VARIÁVEIS
R$3.000,00 R$1.800,00
DESPESAS FIXAS R$1.000,00 R$600,00
CUSTOS VARIÁVEIS R$4.000,00 R$1.200,00
CUSTOS FIXOS R$1.500,00 R$400,00
 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA TABELA UTILIZE A
ROLAGEM HORIZONTAL
A) Rabeta = 2.500,00; Canoa = 3.000,00.
B) Rabeta = 6.500,00; Canoa = 5.400,00.
C) Rabeta = 5.000,00; Canoa = 4.000,00.
D) Rabeta = 9.500,00; Canoa = 6.000,00.
2. (CONTADOR DA CÂMARA DE FEIRA DE SANTANA — 2018) SEGUNDO
PADOVEZE (2013), A MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E O PONTO DE
EQUILÍBRIO SÃO INFORMAÇÕES IMPORTANTES QUE AUXILIAM NA
TOMADA DE DECISÃO DAS EMPRESAS. A EMPRESA CONTROLE S/A,
QUE PRODUZ UM ÚNICO PRODUTO, NO ÚLTIMO MÊS VENDEU UM
TOTAL DE R$600.000,00 E TEVE COMO CUSTOS VARIÁVEIS O
MONTANTE DE R$120.000,00 E DESPESAS VARIÁVEIS DE R$60.000,00.
OS CUSTOS FIXOS DO PERÍODO TOTALIZARAM R$350.000,00.
SABENDO-SE QUE DURANTE O PERÍODO FORAM VENDIDAS 6.000
UNIDADES DO PRODUTO, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA
RESPECTIVAMENTE A MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIAEM
REAIS E O PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL DA EMPRESA EM
UNIDADES:
A) R$420.000,00 e 6.000 unidades.
B) R$70,00 e 6.000 unidades.
C) R$70,00 e 5.000 unidades.
D) R$80,00 e 5.125 unidades.
GABARITO
1. (Técnico de Nível Superior da UEPA ‒ 2020) A margem de contribuição representa uma
importante ferramenta da Contabilidade de Custos para o processo decisório. De acordo
com os dados a seguir, da produção e comercialização dos produtos Rabeta e Canoa, as
margens de contribuição de cada produto são, respectivamente:
Produtos Rabeta Canoa
Preço unitário de
venda
R$12.000,00 R$7.000,00
Despesas variáveis R$3.000,00 R$1.800,00
Despesas fixas R$1.000,00 R$600,00
Custos variáveis R$4.000,00 R$1.200,00
Custos fixos R$1.500,00 R$400,00
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A alternativa "C " está correta.
 
A margem de contribuição pode ser calculada usando a diferença do preço de venda e os
custos e despesas variáveis.
Rabeta = 12.000 ‒ 3.000 ‒ 4.000 = 5.000 
Canoa = 7.000 ‒ 1.800 ‒ 1.200 = 4.000
2. (Contador da Câmara de Feira de Santana — 2018) Segundo Padoveze (2013), a
margem de contribuição e o ponto de equilíbrio são informações importantes que
auxiliam na tomada de decisão das empresas. A empresa Controle S/A, que produz um
único produto, no último mês vendeu um total de R$600.000,00 e teve como custos
variáveis o montante de R$120.000,00 e despesas variáveis de R$60.000,00. Os custos
fixos do período totalizaram R$350.000,00. Sabendo-se que durante o período foram
vendidas 6.000 unidades do produto, assinale a alternativa que apresenta
respectivamente a margem de contribuição unitária em Reais e o ponto de equilíbrio
contábil da empresa em unidades:
A alternativa "C " está correta.
 
Se a empresa vendeu um total de 6.000 unidades a R$600.000,00, o valor unitário do produto
é igual a 600.000/6.000 = 100 reais. Podemos calcular os custos e despesas variáveis unitárias
da seguinte maneira:
CV unit.= 120.000/6.000 = R$20,00 
DV unit.= 60.000/6.000 = R$10,00
Assim, podemos calcular a MCU como 100 ‒ 20 ‒ 10 = 70 reais.
O PEC é a relação entre custos fixos e a MCU, que podemos calcular como 350.000/70 =
5.000.
MÓDULO 3
 Calcular o preço de venda de um produto
ESTRATÉGIAS PARA FORMAÇÃO DE
PREÇO
No vídeo a seguir o professor Antônio Carlos Magalhães da Silva fala sobre os tópicos a serem
trabalhados neste módulo. Assista:
Existem diversas formas de se determinar o preço de um produto, mas o importante é ter em
mente que o preço está intimamente relacionado com a demanda que o seu produto pode
ofertar. Por exemplo, se você dá um desconto no seu produto, a tendência é que você venda
mais unidades, porém, caso você aumente o valor do produto, venderá menos.
Na contabilidade, isso é chamado de dilema da margem versus giro. Caso você aumente seu
preço de venda (e, em consequência, a sua margem), você vai diminuir a sua quantidade
vendida (o seu giro). Agora, caso você diminua o seu preço, a margem cai, mas o seu giro
aumenta. O importante é que você saiba em que tipo de setor você está localizado.
 SAIBA MAIS
Existem setores que normalmente ganham através da margem, enquanto outros ganham
através do giro. Por exemplo, um supermercado ganha no giro (isto é, tem uma margem
pequena na revenda dos produtos, mas vende uma quantidade muito grande deles), enquanto
uma joalheria ganha na margem (vende poucos produtos, mas com uma margem de lucro
grande).
Sempre leve em consideração que não se pode aumentar o preço indiscriminadamente.
PORÉM, COMO SE PODE SABER QUAL O
PREÇO QUE AS PESSOAS ESTARIAM
DISPOSTAS A PAGAR? UMA DAS FORMAS É
PERGUNTAR A ELAS!
Esse tipo de método é chamado de método survey e consiste em fazer uma pesquisa para
saber se as pessoas comprariam um determinado produto com diferentes níveis de preços.
MÉTODO SURVEY (MÉTODO DA
PESQUISA)
 
(Fonte: Andrew Rybalko / Shutterstock)
MÉTODO SURVEY NO CONTEXTO DA PADARIA
O Sr. José, dono da padaria do nosso exemplo, resolveu perguntar no seu bairro quantas
pessoas comprariam pão com 5 valores unitários diferentes: R$0,15 (valor atual), R$0,18,
R$0,20, R$0,22 e R$0,25.
Ao entrevistar as pessoas, ele percebeu que 85% delas comprariam a R$0,15, 80%
comprariam a R$0,18, 60% comprariam a R$0,20, 45% comprariam a R$0,22 e 30%
comprariam a R$0,25. Atualmente, ele vende 8.000 pães por dia cobrando R$0,15 por cada
um.
 
Imagem: Ensine.me
Como ele pode utilizar esses dados para verificar que preço cobrar?
Primeiro, ele já sabe que 85% da demanda global equivale a 8.000, já que 85% das pessoas
responderam que comprariam o pão a R$0,15. Ou seja, a demanda global é de 8.000/0,85 =
9.412 pães.
Essa é a quantidade máxima de pães que ele conseguiria vender (100%). Utilizando os
percentuais acima, temos que as demandas são de 7.530 pães a R$0,18, 5.647 pães a
R$0,20, 4.235 pães a R$0,22 e 2.824 pães a R$0,22.
Agora, ele já pode calcular o seu lucro em cada um dos cenários usando a fórmula do lucro
que nós já vimos:
LUCRO = (PREÇO ‒ CUSTO VARIÁVEL) X QUANT.
VENDIDA ‒ CUSTO FIXO
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para cada preço, temos os seguintes lucros mensais (30 dias):
Lucro = (0,15 — 0,12) x 8.000 x 30 — 10.800 = (-)R$3.600 
Lucro = (0,18 — 0,12) x 7.530 x 30 — 10.800 = R$2.754 
Lucro = (0,20 ‒ 0,12) x 5.647 x 30 — 10.800 = R$2.753 
Lucro = (0,22 ‒ 0,12) x 4.235 x 30 — 10.800 = R$1.905 
Lucro = (0,25 ‒ 0,12) x 2.824 x 30 — 10.800 = R$213
 ATENÇÃO
Note que ele está cobrando muito barato pelo pão, pois está tendo um prejuízo agora. Porém,
em todos os outros cenários testados, ele está tendo lucro! Caso ele venda a R$0,18 a
unidade, o lucro esperado é de R$2.754, R$2.753 caso ele venda cada pão a R$0,20 a
unidade, R$1.905 de lucro se for a R$0,22 e, finalmente, R$213, caso o valor de venda seja de
R$0,25. Portanto, o Sr. José poderia escolher qualquer valor entre R$0,18 e R$0,20 para
vender seu pão, já que o lucro para R$0,18 e para R$0,20 é virtualmente idêntico.
 
(Fonte: Andrew Rybalko / Shutterstock)
MÉTODO SURVEY NO CONTEXTO DO
CONSULTÓRIO
Para calcular o preço ideal de suas consultas, a doutora Marcela e seus sócios fizeram
uma pesquisa de mercado entrevistando diversas pessoas para saber quanto elas
estariam dispostas a pagar por uma consulta médica. Após entrevistar diversas
pessoas, descobriram que elas estariam dispostas a pagar até R$20 por consulta
médica. Sendo assim, em um cenário com 4 médicos em que cada um pode atender até
50 pacientes (200 pacientes no final do mês), a receita máxima seria de R$4.000 (200
pacientes x R$20 por consulta).
Com isso, baseado na tabela abaixo, o lucro do consultório seria:
Custos Classificação Valor (R$)
Aluguel do imóvel + luz + água Custo fixo 500
Custo por atendimento Custo variável 1
Custo médico Custo variável 50
Quant. máxima cada médico atende por mês 50
Quant. salas de atendimento 4
Preço da consulta médica 20
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Quant. de Atendimentos = 4 médicos x 50 pacientes 
Quant. de Atendimentos = 200
Custo de Atendimento = 200 atendimentos x R$1 
Custo de Atendimento = R$200
Custo Médico = 4 médicos x R$50 atendimentos 
Custo Médico = R$200
Custo Variável Total = Custo de Atendimento + Custo Médico 
Custo Variável Total = 200 + 200 
Custo Variável Total = R$400
Então, temos:
Lucro = (Preço ‒ Custo Variável) x Quant. de Atendimentos ‒ Custos Fixos 
 
Lucro = (20 ‒ 2) x 200 ‒ 500 
 
Lucro = R$3.100
O método survey é um dos mais utilizados atualmente para se definir preço, desde a
introdução da internet e dos computadores, o que diminuiu em muito o custo de se fazer
uma pesquisa e de se analisar os dados.
Porém, você deve estar se perguntando:
EU GOSTARIA DE SABER POR QUAL PREÇO EU
DEVO VENDER MEU PRODUTO, MAS NÃO
TENHO COMO UTILIZAR O MÉTODO SURVEY
NESSE MOMENTO. COMO FAÇO PARA
CALCULAR O MEU PREÇO DE VENDA IDEAL?
 DICAUma forma alternativa é verificar os preços cobrados pelos concorrentes e fazer uma
estimativa do valor de venda.
A seguir, iremos discutir outra estratégia para formação de preço.
MARKUP
Quando não se tem dados reais sobre demanda e como ela se comporta com
determinados níveis de preços, devemos utilizar métodos alternativos para se calcular o
valor do preço para venda de um determinado produto. Todas essas fórmulas se
baseiam em um certo nível que queremos alcançar, seja ele um multiplicador do custo
ou um percentual de margem de contribuição unitária. Todas essas técnicas são
chamadas de markup.
UMA DAS FORMAS DE SE CALCULAR O
MARKUP É SE UTILIZANDO DO CUSTO
UNITÁRIO PARA SE CALCULAR UM
MULTIPLICADOR EM CIMA DO CUSTO.
 
(Fonte: Andrew Rybalko / Shutterstock)
MARKUP NO CONTEXTO DA PADARIA
Por exemplo, vamos supor que o Sr. José produza 8.000 pães por dia. O custo unitário
de cada produto é de R$0,12 + R$10.300/(8.000 x 30) (rateio do custo fixo) = R$0,16 por
unidade. Se ele quiser um markup de 0,25 em cima desse valor, ele calcula da seguinte
maneira: R$0,16 x 1,25 = R$0,20 como preço de venda. Podemos generalizar isso para:
PREÇO DE VENDA = (CUSTO VARIÁVEL + RATEIO DE
CUSTO FIXO) X (1 + MARKUP)
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
OUTRA FORMA DE SE CALCULAR É UTILIZAR O
MARKUP NÃO PARA O CÁLCULO DO PREÇO DE
VENDA, MAS COMO O CÁLCULO DA MARGEM
DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA DESEJADA.
Por exemplo, se o Sr. José deseja que cada pão tenha uma margem de contribuição de
R$0,06, então o valor de venda deve ser de R$0,12 + R$0,06 = R$0,18.
Ou seja, nesta forma de calcular o preço, nós usamos a seguinte fórmula:
PREÇO DE VENDA = MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DE
MARKUP + CUSTO VARIÁVEL
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
 
(Fonte: Andrew Rybalko / Shutterstock)
MARKUP NO CONTEXTO DO CONSULTÓRIO
O método markup se baseia no quanto a doutora Marcela e seus sócios esperam obter
de retorno por cada produto ou serviço vendido. Considerando que eles desejassem
obter de retorno R$5,00 por cada consulta médica que eles realizassem, então eles
deveriam calcular o preço ideal da consulta da seguinte forma, baseada na tabela
abaixo:
Custos Classificação Valor (R$)
Aluguel do imóvel + luz + água Custo fixo 500
Custo por atendimento Custo variável 1
Custos Classificação Valor (R$)
Custo médico Custo variável 100
Quant. máxima cada médico atende por mês 50
Quant. salas de atendimento 4
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Primeiro, era necessário que eles calculassem o rateio de custo fixo, isto é, que eles
incorporassem o custo fixo à quantidade de atendimentos. Em um cenário em que os 4
médicos atendam 50 pacientes, o que resulta em 200 atendimentos por mês, basta fazer
o seguinte cálculo:
Feito isso, basta completar a fórmula abaixo:
PREÇO DO ATENDIMENTO = (CUSTO VARIÁVEL +
RATEIO DE CUSTO FIXO) X (1 + MARKUP) 
 
PREÇO DO ATENDIMENTO = (2 + 2,50) X (1 + 5) 
 
PREÇO DO ATENDIMENTO = 4,5 X 6
 
PREÇO DO ATENDIMENTO = R$27
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Dessa forma, conforme o método markup, em que os médicos estipularam o valor de
R$5,00 de margem por atendimento, o preço da consulta deve ser R$27,00.
Esse método é mais simples que o anterior, pois não necessita do rateio do custo fixo e,
por conseguinte, você não precisa saber quantas unidades vai vender.
 
(Fonte: Sira Anamwong / Shutterstock)
 
(Fonte: Sira Anamwong / Shutterstock)
Em compensação, você não vai conseguir calcular se o valor de venda está cobrindo o
rateio dos seus custos fixos, e pode ter prejuízo caso não consiga vender unidades
suficientes para cobrir esse custo.
Como você pode notar, essas técnicas de formação de preço não são tão precisas
quanto a técnica de survey, porém elas exigem menos esforço e podem ser úteis para
pequenos empreendedores que não conseguem ter acesso a recursos para fazer uma
pesquisa de demanda e de preços. Além disso, ambas são melhores do que o
empreendedor apenas chutar um valor sem conhecer direito seus custos fixos e
variáveis, aumentando, assim, a sua chance de fracasso.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (CONTADOR DO INAZ — 2019) SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: A INDÚSTRIA
CABROBÓ, QUE PRODUZ E COMERCIALIZA BONÉS, APRESENTOU
SEUS CUSTOS DE PRODUÇÃO: MP (MATÉRIA-PRIMA) R$5,50; MOD
(MÃO DE OBRA DIRETA) R$3,30; OS CIF (CUSTOS INDIRETOS DE
FABRICAÇÃO) SÃO APROPRIADOS COM BASE EM 200% DA MP.
DESPESAS GERAIS COMO ADMINISTRAÇÃO, PUBLICIDADE E FRETES
EQUIVALEM A R$2,00. A INDÚSTRIA CABROBÓ PRETENDE ALCANÇAR
UM LUCRO DE R$2,50 POR CADA UNIDADE VENDIDA DO BONÉ. DIANTE
DOS DADOS APRESENTADOS, O PREÇO QUE SERÁ PRATICADO NA
VENDA DO BONÉ EQUIVALE A:
A) R$21,80
B) R$19,80
C) R$20,80
D) R$24,30
2. (TÉCNICO EM CONTABILIDADE DA UFU — 2019) UMA FÁBRICA DE
CADERNOS PRODUZ E VENDE, MENSALMENTE, 2.500 CADERNOS AO
PREÇO DE R$5,00 CADA. AS DESPESAS VARIÁVEIS REPRESENTAM 20%
DO PREÇO DE VENDA E OS CUSTOS VARIÁVEIS SÃO DE R$1,20 POR
UNIDADE. 
 
A FÁBRICA TEM CAPACIDADE PARA PRODUZIR 5.000 CADERNOS POR
MÊS, SEM ALTERAÇÕES NO CUSTO FIXO ATUAL DE R$5.000,00. UMA
PESQUISA DE MERCADO REVELOU QUE, AO PREÇO DE R$4,00 A
UNIDADE, HAVERIA DEMANDA NO MERCADO PARA 6.000 UNIDADES
POR MÊS. PARA ATENDER À NOVA DEMANDA, A DESPESA VARIÁVEL
REDUZIRIA PARA 10% O PREÇO DE VENDA. 
 
CASO A EMPRESA ADOTE A REDUÇÃO DE PREÇO PARA APROVEITAR
O AUMENTO DE DEMANDA, MANTENDO A ESTRUTURA ATUAL DE
CUSTOS FIXOS E A CAPACIDADE PRODUTIVA, O RESULTADO FINAL DO
PERÍODO SERÁ DE:
A) R$7.000,00
B) R$9.400,00
C) R$5.000,00
D) R$2.400,00
GABARITO
1. (Contador do Inaz — 2019) Situação hipotética: A Indústria CABROBÓ, que produz e
comercializa bonés, apresentou seus custos de produção: MP (matéria-prima) R$5,50;
MOD (mão de obra direta) R$3,30; Os CIF (custos indiretos de fabricação) são
apropriados com base em 200% da MP. Despesas gerais como administração,
publicidade e fretes equivalem a R$2,00. A Indústria CABROBÓ pretende alcançar um
lucro de R$2,50 por cada unidade vendida do boné. Diante dos dados apresentados, o
preço que será praticado na venda do boné equivale a:
A alternativa "D " está correta.
 
Se os CIFs são no valor de 200% da MP, então eles são calculados como 2 x 5,50 =
R$11,00. Se eu quero um lucro de R$2,50, então o preço final deve ser de: Preço = 5,50
(MP) + 3,30 (MOD) + 11,00 (CIF) + 2,00 (DG) + 2,50 = 24,30
2. (Técnico em Contabilidade da UFU — 2019) Uma fábrica de cadernos produz e vende,
mensalmente, 2.500 cadernos ao preço de R$5,00 cada. As despesas variáveis
representam 20% do preço de venda e os custos variáveis são de R$1,20 por unidade. 
 
A fábrica tem capacidade para produzir 5.000 cadernos por mês, sem alterações no
custo fixo atual de R$5.000,00. Uma pesquisa de mercado revelou que, ao preço de
R$4,00 a unidade, haveria demanda no mercado para 6.000 unidades por mês. Para
atender à nova demanda, a despesa variável reduziria para 10% o preço de venda. 
 
Caso a empresa adote a redução de preço para aproveitar o aumento de demanda,
mantendo a estrutura atual de custos fixos e a capacidade produtiva, o resultado final do
período será de:
A alternativa "A " está correta.
 
O cálculo do lucro pode ser efetuado da seguinte maneira:
Vendas = 5.000 x 4,00 = 20.000,00 
(-) Custos fixos............. -5.000,00 
(-) Custos variáveis...... -6.000,00 (5.000 x 1,20) 
(-) Desp. variáveis........ -2.000,00 (Vendas x 10%) 
(=) Lucro........................ 7.000,00
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos módulos, foi possível definir o conceito de despesas, custos e
investimentos. Quais as peculiaridades de cada um, como se classificar os diferentes
gastos e como eles são usados nas tomadas de decisões estratégicas nas empresas.
Adicionalmente, transmitimos a forma correta de se precificar um produto ou bem e as
diferentes estratégias usadas por gestores para se encontrar o preço ideal.Dessa forma, esperamos que, ao chegar no final deste tema, o estudante tenha
entendido os principais pontos referentes à análise de custos e seja capaz de tomar
melhores decisões gerenciais, a fim de alcançar maiores eficiência e eficácia
empresarial.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
COELHO, Fabiano Simões. Formação Estratégica de Precificação: Como Maximizar o
Resultado das Empresas. Rio de Janeiro: Atlas, 2009.
FERREIRA, Ricardo. Contabilidade de Custos: Teoria e Questões Comentadas. 11. ed.
Rio de Janeiro: Ferreira, 2018.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018.
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Contabilidade de Custos: Livro de Exercícios. 11.
ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2015.
PINTO, Alfredo Augusto Gonçalves et al. Gestão de Custos. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV,
2017.
EXPLORE+
Para aprender mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
Contabilidade de Custos, MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. Rio de
Janeiro: Atlas, 2018.
Formação estratégica de precificação, COELHO, Fabiano Simões. Formação
Estratégica de Precificação: Como Maximizar o Resultado das Empresas. Rio de
Janeiro: Atlas, 2009.
Gestão de custos, PINTO, Alfredo Augusto Gonçalves et al. Gestão de Custos. 3.
ed. Rio de Janeiro: FGV, 2017.
Para aprender mais sobre os assuntos tratados neste tema, acesse:
Canal Finanças 101
Como Investir | ANBIMA;
Dinheirama;
Infomoney;
Portal do Investidor;
Portal Sebrae.
CONTEUDISTA
Rodrigo Leite
 CURRÍCULO LATTES
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