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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA II – 2021.2 Disciplina: Estágio em Educação Fundamental Coordenadora: Maria Celi Chaves Vasconcelos Tutora presencial: Maria Manuela dos Santos Aluno(a): Luana Valim do Carmo Matrícula: 20112080478 Polo: Rocinha Fontoura (2010, p.133) cita Dallari (1998, p.14) para definir cidadania: “expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”. Ainda de acordo com Fontoura (2010, p.133), “cidadania é definida como um dos princípios básicos da vida, onde o cidadão possa exercer seu papel na construção da democracia social. As instituições como as escolas e os atores sociais precisam estar comprometidos com a formação cidadã”. O analfabetismo e a desvalorização da educação constituem uma forma de silenciar as minorias, restringindo o poder de manifestação e direito à cidadania de diversos grupos. A educação deve ser abrangente, baseada em valores inclusivos, emancipatórios e que considerem as características individuais de cada indivíduo. O desenvolvimento da criança, conforme explica Fontoura (2010, p.137), está ligado não somente às duas experiências no núcleo familiar, mas às diferentes relações que estabelece em outros ambientes, incluindo a escola. “A escola, então, enfatiza os modelos de organização social e de relações interpessoais que reforçam uma situação de assimetria que fecha possibilidades de participação genuína, de negociação para a construção de uma cidadania baseada em princípios de emancipação. A pandemia trouxe um aumento na carga de trabalho dos profissionais de educação. Segundo Santos (2008), “entre os inúmeros desafios postos para o professor, podemos destacar a atualização profissional, a criatividade, a organização do trabalho pedagógico por meio da ação de planejar, a mediação do processo ensino aprendizagem, a relação interpessoal entre professor e aluno, bem como a parceria escola e família”. A pandemia de coronavírus terá impactos significativos ainda não dimensionados sobre a sociedade. Outras pandemias se desenvolveram em cenários nos quais não havia tanta integração entre as pessoas quanto atualmente. As mudanças nas nossas formas de nos relacionar estão em transformação e são sentidas por todos neste momento. Além das novas formas de interação, o isolamento social também obrigou o mundo a se adaptar às formas digitais de trabalho, ensino e aprendizagem. Os professores vivenciaram novas formas de ensinar e novas ferramentas de avaliação, bem como os estudantes entenderam que precisam de organização, dedicação e planejamento para aprender no mundo digital. Uma das conclusões que podemos listar é a de que a tecnologia não substituiu ou mesmo reduziu a necessidade e a importância do afeto nos métodos de aprendizagem. O professor e a sua interação os alunos e as famílias continua constituindo uma parte fundamental do processo de ensino. Percebe-se no entanto, que os profissionais de educação neste momento não tem a sua cidadania respeitada, especialmente as mulheres. O conjunto de direitos aos quais estas pessoas deveriam estar submetidas não se equilibra com aquilo que elas são obrigadas a realizar para que possam se manter profissionalmente ativas e com determinada estabilidade econômica. Devemos ressaltar a relevância da educação de jovens e adultos. Embora a educação seja um direito de todos, historicamente os sistemas educacionais centralizam esta visão nas crianças e acabam sendo excludentes em relação aos jovens e adultos. A função social da escola é a de conferir autonomia a estes sujeitos, e não deve ser deixada em segundo plano mesmo neste momento. É necessário que haja um esforço afim de garantir que a desigualdade social do nosso país tenha menor impacto na educação dos estudantes de classes menos favorecidas, permitindo que eles tenham acesso aos métodos de aprendizagem à distância de qualidade. O Ministério da Educação (Brasil, 2020) homologou um conjunto de diretrizes, aprovado pelo Conselho Nacional de Educação, de forma a orientar as instituições de ensino sobre práticas a serem adotadas durante a pandemia. Além de sugerir que as escolas mantenham um fluxo de atividades escolares não presenciais enquanto durar a situação de emergência para o cumprimento da carga horária e busquem alternativas para minimizar a necessidade de reposição presencial de dias letivos após a pandemia, o texto autoriza os sistemas de ensino a computarem atividades não presenciais para o cumprimento da carga horária. As diretrizes publicadas também sugerem atividades não presenciais que podem ser utilizadas pelas redes de ensino durante a pandemia: videoaulas, plataformas virtuais, redes sociais, programas de televisão e rádio e material didático impresso entregue aos responsáveis, entre outras. O MEC recomenda que as instituições busquem o estreitamento de vínculos dos professores com as famílias através de meios virtuais, além de sugerir atividades lúdicas de forma que as crianças aprendam através de brincadeiras. Para estes, existe o desafio de tanto incluir a participação efetiva dos pais nas atividades bem como a estrutura para que as atividades remotas sejam implementadas. A pandemia agravou as desigualdades que já existiam, de forma mais acentuada em grupos de maior vulnerabilidade social. É apontado um grande risco de evasão escolar entre meninas, evidenciando a nossa conhecida desigualdade de gênero e, mais além, expondo estas crianças a todo tipo de violência. Um dos fatores que aumentam o risco de evasão escolar quando consideramos as meninas é a sobrecarga de tarefas domésticas. Devemos considerar ainda que, para as meninas, não poder ir às escolas, fechadas pela pandemia, as expõe a situações que afetam, além da integridade física, a saúde mental. A pandemia evidenciou ainda mais as desigualdades entre os sistemas públicos e particulares de ensino, bem como a desigualdade social entre os estudantes. Muitos brasileiros ainda não dispõe de acesso à internet e nem a computadores. É necessária a intervenção do poder público, que deve assegurar o acesso à informação, criar redes de proteção social para evitar o trabalho infantil e investir em recursos de saúde sexual e reprodutiva. Além disso, é preciso garantir métodos de ensino remoto e recursos para todos os estudantes. Sabemos também que com o retorno às aulas presenciais, novos e grandes desafios estarão presentes. Fica o questionando sobre as condições financeiras das instituições públicas realizarem todas as adaptações necessárias ao retorno dos alunos. É necessário um planejamento coordenado das instituições para que as diversas dificuldades sejam corretamente mapeadas. Considerar um sistema de ensino híbrido, por exemplo, continuaria esbarrando nas questões provenientes das nossas desigualdades sociais, pela falta de acesso a computadores e internet de grande parte da população brasileira. Sabe-se que poderemos ter uma grande necessidade de revisão do currículo escolar, de forma a compensar a defasagem de ensino durante a pandemia. Muitos alunos não voltarão às aulas em função das dificuldades financeiras de suas famílias e, este fato, precisa ser certamente mapeado pelo poder público. Referências: Fontoura, Helena Amaral da; Gestão 1.v. 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. Santos, Ivone Aparecida dos; Educação para diversidade: uma prática a ser construída na Educação Básica. Paraná: Universidade Federal do Paraná. 2008.
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