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CURSO DE PEDAGOGIA ESTÁGIO OBRIGATÓRIO COMO MOBILIZAR OS PROFESSORES E OS DIRIGENTES DENTRO DAS ESCOLAS P0ARA O ORDENAMENTO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS REMOTAS ALUNA: ELIS REGINA CAETANO DA SILVA RA:1954565 POLO: PATOS DE MINAS ANO 2021 COMO OS PROFESSORES E OS DIRIGENTES DENTRO DAS ESCOLAS PARA O ORDENAMENTO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICA REMOTAS A quarentena ainda não tem data certa para acabar. Enquanto medidas de prevenção ao Covid- 19 vigoram pelo país, demandando a suspensão das aulas nas escolas, as redes de ensino brasileiras se mobilizam para reestruturar o calendário escolar e o ensino remoto Mas esta não é uma tarefa simples. As redes esbarram em recursos restritos, pouco tempo para desenvolver os materiais, dificuldades de contato entre professores e famílias. Há ainda os desafios estruturais ligados ao acesso às tecnologias e internet, ou ainda a necessidade de adequar os conteúdos às diferentes etapas e modalidades de ensino. Para contornar essas questões, assegurando que a escola se mantenha presente no cotidiano das famílias e estudantes, o planejamento das redes tem demonstrado que não existe solução única. Partindo das peculiaridades de cada território e necessidades das escolas e famílias, professores e gestores estão mobilizando múltiplos recursos — materiais impressos, plataformas digitais, canais na televisão, e orientações para os cuidadores e responsáveis pelos estudantes. Segundo a pesquisa Planejamento das Secretarias de Educação do Brasil para ensino remoto, desde o início da pandemia, 18,9% das redes municipais enviaram materiais digitais aos estudantes por meio dos professores das turmas. E 6,4% disponibilizaram materiais impressos para os alunos que não possuem equipamentos ou conectividade em casa. No âmbito das estaduais, 40% afirmam ter como proporcionar aprendizagem remotamente, a partir de conteúdos digitais. Haja vista o contexto mundial de pandemia causada pela Covid-19, um plano de gestão de tais atividades, mais do que uma vontade, é um imperativo que se impõe sobre todos os sujeitos responsáveis por planejar, coordenar e implementar políticas educacionais em todo o mundo. O Manual de Apoio à Aprendizagem Flexível durante a Interrupção do Ensino Regular da Unesco explicita que os países devem se esforçar para “[...] providenciar modos alternativos de aprendizagem e de educação para crianças e adolescentes, que estejam a frequentar os níveis básico ou secundário de educação e implementar programas de equivalência, reconhecidos e credenciados pelos Estados, de modo a garantirem aprendizagens flexíveis tanto em ambientes formais como não formais, inclusive em situações de emergência.” http://cieb.net.br/pesquisa-analisa-estrategias-de-ensino-remoto-de-secretarias-de-educacao-durante-a-crise-da-covid-19/ É importante ressaltar que, para efeito deve-se, conceber a aprendizagem como um processo educativo centrado nas práticas sociais dos estudantes, em seus tempos e espaços próprios, e considerando as possibilidades híbridas de mediação do conhecimento. Ademais, dado um possível contexto em que se impõe realizar atividades pedagógicas exclusivamente mediadas por tecnologias, há de se adequar referenciais teóricos do Currículo em Movimento para esta nova possível realidade, o que leva à necessidade de se incorporar novos conceitos teóricos. Neste momento histórico, não é possível prescindir do apoio de recursos e de ferramentas da educação mediada por tecnologias e de outros recursos não presenciais, inclusive materiais impressos. Nesse sentido, conforme estabelece o Currículo em Movimento da Educação Básica, os estudantes são “[...] protagonistas do processo ensino-aprendizagem, tendo o professor como mediador do conhecimento historicamente acumulado, por meio de ações intencionais didaticamente organizadas para a formação de um sujeito histórico e social” (SEEDF, 2014, p. 33). É neste sentido que as atividades devem ser construídas e que o ensino não presencial deve ser pensado É inegável que o ano de 2020 trouxe grandes desafios e diferentes aprendizados a todos! O distanciamento social imposto pela pandemia da covid-19 trouxe consigo, não só ações de saúde pública, mas muitas incertezas, angústias, restrições, medidas econômicas, desemprego, a tristeza da perda de entes queridos, enfim, desafios inimagináveis para todos. Porém trouxe também muitas reflexões e grandes aprendizagens, como a dimensão e a produtividade inesperada pelas empresas no home office; o desenvolvimento da autonomia dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem, ao desenvolverem ainda mais a habilidade de concentração assistindo às aulas on-line e ao quererem ser desafiados a novos conhecimentos. Alteraram-se também as relações pessoais e familiares, permitindo maior proximidade, uma vez que todos precisaram dividir o mesmo espaço para trabalhar, estudar, se divertir e compartilhar conhecimentos, trocar experiências e novas aprendizagens. Permitiu que as pessoas aprendessem a dar valor ao mínimo e não mais a coisas fúteis. Mostrou que não é preciso estar em um ambiente com equipamentos de última geração para que se consiga praticar exercícios com regularidade, por exemplo; que empatia é interesse ativo e faz toda a diferença, principalmente nesse momento em que exercitar o altruísmo e se preocupar com o bem de todos é fundamental e faz a diferença. A TECNOLOGIA E A VIABILIDADE DA EDUCAÇÃO NA PANDEMIA DE COVID-19 Na educação, com o fechamento das escolas para conter o avanço da pandemia, não foi nada diferente! http://tecnologia.educacional.com.br/blog-giro-te/a-tecnologia-e-a-viabilidade-da-educacao-na-pandemia-de-covid-19/ Os 47,9 milhões de estudantes da Educação Básica no Brasil, dados esses apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no último Censo Escolar de 2019, seus professores e seus familiares enfrentaram desafios reais, porém imprevisíveis. Eles se reinventaram, buscaram novas formas de manter seus propósitos e de se ajustar, rapidamente, às novas formas de ensinar e aprender. Este é um ano que certamente ficará marcado na história. Ano em que muitos sonhos ficaram suspensos. Mas um ano que marcou a evolução de aulas não presenciais, mostrando que não existem barreiras para o conhecimento. Que proporcionou oportunidades de desenvolver metodologias que colocam o estudante como protagonista e até de reaproximar as famílias dos processos educacionais dos estudantes. Em que muitos professores se descobriram ao fazerem uso pedagógico das tecnologias digitais de interação e comunicação em suas práticas pedagógicas. Enfim, um ano que deixará marcado que a educação e a tecnologia transformam gerações, pois as ferramentas tecnológicas servem para fomentar uma transformação digital, estimulam a investigação, a colaboração e a produção de conhecimentos, para engajar os estudantes, motivá-los a querer aprender cada vez mais, a serem autônomos. Quais desafios devem ser enfrentados quando as escolas reabrirem suas portas a professores e estudantes para as aulas presenciais? Como será esse retorno? Quais são os anseios, medos, preocupações que afligem pais, responsáveis, no momento em que vivemos o auge de uma pandemia, ao pensar em retomar o normal? O que está sendo previsto/programado pelos órgãos/entidades reguladores da educação em todo o país? PERSONALIZAÇÃO DO ENSINO PARA UMA EDUCAÇÃO IGUALITÁRIA Diante de tantas perguntas e do cenário de crescimento de casos de coronavírus, em algumas regiões, nem sempre há respostas certas na hora certa. Muitos planos de ação estão sendo propostos. Órgãos como o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação (CNE), juntamente com as entidades federais responsáveis pela saúde pública, têm alinhado diretrizes e ações que estabelecemorientações a serem adotadas pelos sistemas de ensino, instituições e redes escolares, públicas e privadas, para o retorno às aulas presenciais. Embora ainda não haja nenhuma definição, data para a retomada das aulas, esse assunto divide opiniões. Há setores que defendem o retorno de forma urgente, enquanto outros, assim como alguns especialistas, principalmente os profissionais da saúde, são contra ou mesmo apresentam dúvidas sobre quando isso deva acontecer. A circunstância prevê cautela para não se dar um passo à frente e, depois, precisar retroceder. O quadro epidemiológico é determinante para a tomada de qualquer decisão. Os aspectos relacionados à saúde são prioritários na homologação dos planos de contingência escolar. http://tecnologia.educacional.com.br/artigos/personalizacao-do-ensino-para-uma-educacao-igualitaria/ Além de detalhar medidas de higiene a serem adotadas, como desinfecção e ventilação dos ambientes escolares; medidas de distanciamento entre os estudantes, em sala de aula; o uso de equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva; o Guia apresenta um agrupamento de cores que classifica cada uma das fases da transmissão do vírus, com o retorno presencial, estabelecendo que: • azul: quando não há nenhum caso na região onde a escola está localizada; • verde: quando há casos esporádicos; • amarelo: quando há transmissão local, mas restrita a grupos específicos, os chamados clusters; • vermelho: quando há transmissão comunitária com grande número de casos. Embora apresente as ações, o documento determina que o cronograma de retomada presencial nas escolas deve ser exclusivo de estados e municípios e estabelece que estes sigam as recomendações dos órgãos da saúde da sua localidade. Destaca que, após a divulgação, cabe às secretarias municipais e estaduais de educação colocar em prática, junto às respectivas redes de ensino, as medidas sugeridas neste Guia, fazendo a checagem da aplicação dos itens indicados. O documento ressalta ainda que o Ministério da Educação apoiará as escolas na preparação da retomada, destinando recursos financeiros por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) Emergencial. Já o Conselho Nacional de Educação (CNE), autarquia vinculada ao MEC, no Parecer CNE/CP n.º 15/2020, enumera algumas situações que podem ser acarretadas devido à longa falta das atividades presenciais, como: • a dificuldade para reposição de forma presencial da integralidade das aulas suspensas ao final do período de emergência, com o comprometimento ainda do calendário escolar de 2021 e, eventualmente, também de 2022; • os retrocessos do processo educacional e da aprendizagem aos estudantes submetidos a longo período sem atividades educacionais regulares, tendo em vista a indefinição do tempo de isolamento; • os danos estruturais e sociais para estudantes e famílias de baixa renda, como stress familiar e aumento da violência doméstica para as famílias, de modo geral; • o abandono e o aumento da evasão escolar. TECNOLOGIA E PERSONALIZAÇÃO PARA GARANTIR EQUIDADE NA EDUCAÇÃO Segundo esse mesmo órgão, “é importante considerar as fragilidades e desigualdades estruturais da sociedade brasileira que agravam o cenário decorrente da pandemia em nosso país, em particular na educação, se observarmos as diferenças de proficiência, alfabetização e taxa líquida de matrícula relacionados a fatores socioeconômicos e étnico-raciais. Também, http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=160391-pcp015-20&category_slug=outubro-2020-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=160391-pcp015-20&category_slug=outubro-2020-pdf&Itemid=30192 http://tecnologia.educacional.com.br/artigos/tecnologia-e-personalizacao-para-garantir-equidade-na-educacao/ como parte desta desigualdade estrutural, cabe registrar as diferenças existentes em relação às condições de acesso ao mundo digital por parte dos estudantes e de suas famílias. Além disso, é relevante observar as consequências socioeconômicas que resultarão dos impactos da covid- 19 na economia como, por exemplo, aumento da taxa de desemprego e redução da renda familiar. Todos estes aspectos demandam um olhar cuidadoso para as propostas de garantia dos direitos e objetivos de aprendizagem neste momento a fim de minimizar os impactos da pandemia na educação.” Além disso, o CNE apresenta alguns questionamentos quanto a essas situações e aponta alguns desafios a serem enfrentados pelas instituições ou redes de ensino de educação básica quanto à forma como o calendário escolar deverá ser reorganizado. O Conselho questiona, por exemplo, como: • garantir padrões básicos de qualidade para evitar o crescimento da desigualdade educacional no Brasil? • assegurar o atendimento das competências e dos objetivos de aprendizagens previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nos currículos escolares ao longo deste ano letivo? • salvaguardar padrões de qualidade essenciais a todos os estudantes submetidos a regimes especiais de ensino que compreendam atividades não presenciais mediadas ou não por tecnologias digitais de informação e comunicação? • mobilizar professores e dirigentes dentro das escolas para o ordenamento de atividades pedagógicas remotas? Em outra resolução, publicada em outubro de 2020, o CNE não recomenda que os estudantes não sejam reprovados em 2020. Sugere que se adotem anos escolares contínuos, que haja uma reprogramação do calendário escolar, aumentando-se os dias letivos e a carga horária do ano letivo de 2021 para cumprir, de modo contínuo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos também para o ano letivo de 2020, com o intuito de se cumprir, também de modo contínuo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos em cada um desses anos. Mas, como tudo na vida, o que ainda é desconhecido é amedrontador e, consequentemente, gera insegurança. O “novo normal” imposto para o retorno às atividades presenciais parece ser muito mais preocupante e instigante do que os desafios impostos no início da pandemia, quando foi necessário, por exemplo, que: • os professores se adequassem a novas ferramentas de trabalho, desenvolvendo as competências digitais exigidas pela educação a distância; • os estudantes e seus e familiares se mantivessem engajados e participativos nos estudos em casa; • se estabelecessem novas ações que protegessem os direitos de aprendizagem e garantissem a continuidade do processo de aprendizagem. Assim sendo, fica a pergunta: para quais desafios as escolas devem se preparar a fim de poderem retornar presencialmente, após o período epidemiológico? Algumas ações são imprescindíveis, como: • o gerenciamento das emoções, os aspectos socioemocionais, a recepção e o acolhimento dos estudantes e professores. É preciso pensar ações que possam garantir que todos tenham espaço para compartilhar como foi o período de isolamento social e que esses momentos de conversa possam ser realizados tanto em grandes grupos quanto em rodas menores ou até individuais; • o replanejamento do calendário escolar de 2020-2021 de forma que o reordenamento do currículo possa se dar a partir do que for considerado essencial em termos de aprendizagem e de acordo com o contexto de cada rede de ensino, instituição, série ou turma. Para isso, sugere-se que cada uma analise a possibilidade de utilizar feriados, férias, contraturnos e aulas remotas para complementar a carga horária; • a criação de mecanismos específicos e individualizados para entender o caminho traçado individualmente pelos estudantes durante o distanciamento social, as suas reais necessidades, os seus avanços e defasagens, a fim de trabalhar o nivelamento dos estudantes, como por meio de uma avaliação diagnóstica; • a adequação entre o ensino remoto e o ensino presencial de modo aevitar aglomerações nas salas de aula e para atender os que ainda necessitarem permanecer em casa; • a montagem de planos de comunicação condizentes e reais, entre a escola e a família, a fim de não retroceder no vínculo estabelecido entre escola/aluno/família; • a preparação de todas as medidas de segurança e saneamento dentro da instituição. QUAL IMPACTO EMOCIONAL QUE O NOVO NORMAL TEM CAUSADO NAS CRIANÇAS? Com isso, estados e municípios devem se comprometer a fazer as adaptações necessárias para que as escolas cumpram com os protocolos sanitários e pedagógicos a fim de garantir que o retorno às aulas seja seguro. Enfim, é esperado que as consequências do ano de 2020 levem um tempo para serem resolvidas nas escolas. Toda a comunidade escolar, assim como pais e estudantes precisarão estar preparados para os novos desafios e abertos a constantes readaptações, flexibilizações e replanejamentos. Além de recuperar esse tempo de isolamento social, as escolas deverão buscar meios de continuar o ensino de maneira segura, com qualidade, bem como encontrar formas de evitar a evasão escolar. Não se pode ignorar tudo o que aconteceu em 2020. É preciso valorizar e muito o que foi aprendido nesse ano e no convívio familiar. Por isso, um dos maiores desafios da volta às aulas presenciais é saber lidar com a emoção do primeiro dia. http://tecnologia.educacional.com.br/artigos/qual-impacto-emocional-que-o-novo-normal-tem-causado-nas-criancas/ Será que todos estão prontos para o recomeço? Essa resposta pode estar nos versos da poetisa Cora Coralina, em A arte de viver bem: “Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.” * Luciane Danylczuk Prendin, professora há mais de 30 anos, coordenadora pedagógica na Tecnologia Educacional REFERÊNCIAS: UNESCO, 2020. Manual de Apoio à Aprendizagem Flexível durante a Interrupção do Ensino Regular: A Experiência Chinesa na Manutenção da Aprendizagem durante Disponívelem file:///Users/davidnogeira/Downloads/Manual%20de%20Apoio%20a%20Aprendiza gem%20Flexivel%20durante%20a%20Interrupcao%20do%20Ensino%20Regular% 20(2).pdf UNESCO, 2020 (a). COVID-19 Educational Disruption and Response. Disponível em: https://en.unesco.org/covid19/educationresponse. Acesso em: 8 mai. 2020 BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, Centro Gráfico, 19
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