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DIREITO AMBIENTAL Conceito - conjunto de regras jurídicas de direito público que norteiam as atividades humanas, ora impondo limites, ora induzindo comportamentos por meio de instrumentos econômicos, com o objetivo de garantir que essas atividades não causem danos ao meio ambiente, impondo-se a responsabilização e as consequentes sanções aos transgressores dessas normas (GRANZIERA, 2011. p. 6). Objeto - meio ambiente Objetivo - desenvolvimento sustentável (proteção do MA) Natureza Antropocêntrica - o homem é o foco da tutela (homem no centro da preocupação) Destinatário - qualquer pessoa (brasileiro ou estrangeiro, residente ou não no país) ORIGEM Origem - 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em 1972 Aprovação da Declaração de Universal do MA (Estocolmo) Declarou que os recursos naturais como água, ar, solo, fauna e flora devem ser conservados em benefício de gerações futuras Consagrou o MA como um direito fundamental do ser humano, essencial para a dignidade da pessoa e que deve ser preservado para a geração presente, mas também par as gerações futuras (princípio I) ORIGEM NO BRASIL No Brasil Fase da Individualidade (1500 - 1950) - sem regra ambiental (apenas proteção do Pau Brasil) Fase Fragmentária (1950 - 1980) - tutela de alguns recursos (Código Florestal; Código de Pesca e de Mineração; Lei de Responsabilidade por Danos Nucleares; Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição; Lei de Agrotóxicos) Fase Holística (1981) - tutela do MA com todos princípios, regras e tudo que há de indispensável para a sadia qualidade de vida (lei de política nacional 6.938/81 e CF) TRIPÉ DA FASE HOLÍSTICA Tripé Lei de Política Nacional (Lei 6.938/81) Lei de Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) REGRAMENTO CONSTITUCIONAL (art. 225, CF) Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva- lo para as presentes e futuras gerações. Regramento Constitucional (art. 225, CF) Fundamento do Estado Democrático (art. 1ª, III, CF) - dignidade da pessoa humana Fundamento da Ordem Econômica (art. 170, VI, CF) - a tutela do MA é uma limitação ao modelo econômico: capitalismo e livre iniciativa temperados CONSEQUÊNCIAS DO MILAGRE BRASILEIRO país em desenvolvimento Serra pelada em busca de minério Desastre de Cubatão COMPETÊNCIA LEGISLATIVA Suplementar - poder de formular normas que especifiquem o conteúdo genérico das normas gerais que supram a ausência ou omissão destas (art. 24, 2º, e 30, I e II, CF) Exclusiva - quando é atribuída a um ente federado com exclusão dos demais (art. 25, 1º e 2º, CF) Privativa - quando caracteriza como própria de um ente federado, com possibilidade, no entanto, de delegação e de competência suplementar (art. 22 e p. ú, CF) Concorrente - i) possibilidade de disposição sobre o mesmo assunto por mais de uma entidade; ii) primazia da União no que tange à fixação de normas gerais (art. 24, CF) COMPETÊNCIA LEGISLATIVA AMBIENTAL (art. 24, VI, e 30, I e II, CF) Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre Competência Concorrente (art. 24, VI, CF) - União, Estados e DF Competência Suplementar (art. 30, I e II, CF) - Municípios Comp. Amb. Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; Inexistindo norma geral, os Estados exercem competência plena (art. 24, 3º, CF). Sobrevindo norma geral, suspende a eficácia da lei estadual se for contrária a norma geral (art. 24, 4º, CF) revogação Lei estadual revogada e Norma da união revogada = estadual continuaria excluída (represtinação) Lei estadual suspensa e Norma da união revogada = estadual volta a ter eficácia COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Comum - consiste na atuação conjunta de entes federados para a prática de determinados atos, sem que a iniciativa de um venha a macular a competência do outro (art. 23, CF) Exclusiva - quando é atribuída a uma entidade com exclusão das demais (art. 21, CF) COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA AMBIENTAL (art. 23, VI e VII, CF) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Ex. polícia ambiental , licenciamento Conceito - trata-se de competência material comum repartida entre os entes da federação para o cumprimento de tarefas em forma de cooperação, com base no art. 23, VI,VII, e p. ú., da CF. FEDERALISMO COOPERATIVO (art. 23, p. ú., CF) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011 que fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. PRINCÍPIOS DO MEIO AMBIENTE Princípios Direito ambiental como direito fundamental Solidariedade Intergeracional Desenvolvimento Sustentável Princípio da Prevenção Princípio da Precaução Poluidor Pagador / Usuário Pagador / Protetor Recebedor Responsabilidade Gestão Democrática Função Social da Propriedade Proibição ao Retrocesso PRINCÍPIO DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO DIREITO FUNDAMENTAL (art. 225, CF c/c princípio 01 da declaração rio/92) Conceito - todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado não poluído, com salubridade e sadia qualidade de vida (art. 6º, CF). Art. 6º, CF - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (EC nº 90/2015) O direito ao meio ambiente ecologicamente preservado é fundamento do estado democrático de direito (art. 1º, III, CF), atribuindo a CF à dignidade (art. 6º, CF). Princípio 1 (Rio/92) - os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza. Dignidade para o homem (subjetiva) PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL (art. 225, in fine, CF c/c princípio 03 da declaração rio/92) Somos inquilinos neste planeta Cria-se um sujeito de direito indeterminado Princípio 3 (Rio/92) - O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de tal forma que responda equitativamente às necessidades de desenvolvimento e ambientais das gerações presentes e futuras PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (art. 225 e 170, III e VI, CF c/c princípio 04 da declaração rio/92) Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: III - função social da propriedade; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; Princípio 4 (Rio/92) - a fim de alcançar o estágio do desenvolvimentosustentável, a proteção do meio ambiente deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não poderá ser considerada de forma isolada Conceito - desenvolvimento sustentável é aquele economicamente factível, ecologicamente adequado, socialmente justo e culturalmente equitativo, sem discriminações. Em outras palavras, é compatibilizar o desenvolvimento da atividade econômica e a proteção do meio ambiente. Antropocentrismo Alargado - se valoriza a interdependência entre os seres humanos e os elementos da natureza Pilares Crescimento Econômico Preservação Equidade Social CONFLITO ENTRE ATIVIDAD ECONÔMICA E MEIO AMBIENTE Primeiro compatibiliza, quando não for possível, prevalece a proteção ao meio ambiente A atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com os princípios destinados a tornar efetiva a proteção ao meio ambiente (ADI 3540/DF) PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO Conceito - é aquele em que se constata, previamente, a dificuldade ou a impossibilidade da reparação ambiental, ou seja, consumado o dano ambiental, sua reparação é sempre incerta ou excessivamente onerosa. Cessação imediata de alguma atividade potencialmente poluidora (prevenir). Ex. sabemos que o garimpo traz consequências desastrosas ao meio ambiente. Logo, deve-se aplicar este princípio, exigindo o que for necessário para evitar o risco ambiental. Aplica-se nas hipóteses em as pesquisas, dados e informações fornecem a conotação do risco ambiental. A justificativa do princípio da prevenção é a impossibilidade de retorno do "status quo ante", ou seja, os danos ambientais, em regra, são irreversíveis. Ex. Chernobyl, Hiroshima, a extinção de uma espécie da fauna e da flora. impactos ambientais conhecidos Manifestações desse Princípio Estudo Prévio de Impacto Ambiental Licenciamento Poder de Polícia Ambbiental PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO (princípio 15 da declaração do rio/92) Princípio 15 (Rio/92) - Com a finalidade de proteger o meio ambiente, os Estados deverão aplicar amplamente o critério de precaução conforme suas capacidades. Quando houver perigo de dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada como razão para que seja adiada a adoção de medidas eficazes em função dos custos para impedir a degradação ambiental. (Lei 9.605/98) Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. Ex. organismos geneticamente modificados: não se tem pesquisa conclusiva Ex. clonagem de seres humanos Por este princípio, há inversão do ônus da prova, ou seja, cabe ao empresário comprovar que sua intervenção não vai causar danos ao meio ambiente. Também se trabalha com a ideia da espera da informação, isto é, “INDÚBIO PRO NATURA”― na dúvida não intervenha no meio ambiente impactos ambientais desconhecidos/incertos Conceito - são aquelas hipóteses em que os dados, pesquisas não permitem auferir o risco ambiental (incerteza científica) PRINCÍPIO DO POLUÍDOR PAGADOR (princípio 16 da declaração do rio/92) Conceito - o poluidor arca com os custos necessários para evitar o dano ambiental (instalação de filtros, maquinário mais moderno etc). Ainda que tenha acatado todas as exigências ambientais, se causar dano, estará obrigado a recompor o meio ambiente. Não implica em autorização para poluir, ao contrário, em obrigação de arcar com o custo da prevenção. Princípio 16 (Rio/92) - As autoridades nacionais deveriam procurar fomentar a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em conta o critério de que o causador da contaminação deveria, por princípio, arcar com os seus respectivos custos de reabilitação, considerando o interesse público, e sem distorcer o comércio e as inversões internacionais. PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR (art. 4º, VII, Lei 6.938/81) Conceito - devem-se quantificar os recursos naturais para evitar o custo zero, já que este leva à hiper exploração e consequentemente à escassez Ex. seria a água potável no mundo Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. Usuário - faz uso do recurso mas não degrada Poluidor - direta ou indiretamente causa degradação Ex. crise hídrica em SP, multa para as pessoas que estavam desperdiçando. Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva: I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; II - incentivar a racionalização do uso da água; Evitar o uso abusivo Suma Racionalizar o uso; Arrecadar recursos a serem revertidos ao meio ambiente; Funcionar como medida educativa; Quantificar o recurso natural para evitar escassez; Evitar o custo zero; PRINCÍPIO DO PROTETOR RECEBOR (art. 6º, II, Lei 12.305/2010) Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; Conceito - visa reconhecer e incentivar condutas que protegem o meio ambiente Ex. quem recolhe resíduos sólidos para que não sejam lançados ao meio ambiente; quem utiliza área para manutenção da flora ou fauna Autoriza e justifica tratamento jurídico, econômico e orçamentário distinto para empresas que poluem e para empresas que protegem, sem que se possa alegar violação à igualdade. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO Subprincípios Princípio da Informação (art. 1º, Lei 10.650/03 c/c princípio 10 da dec. Rio/92) Princípio da Participação Comunitária Princípio da Educação Ambiental Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o acesso público aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, instituído pela Lei no 6.938/81. Princípio 10 (Rio/92) - O melhor modo de tratar as questões ambientais é com a participação de todos os cidadãos interessados, em vários ní veis. No plano nacional, toda pessoa deverá ter acesso adequado à informação sobre o ambiente de que dispõem as autoridades públicas, incluí da a informação sobre os materiais e as atividades que oferecem perigo a suas comunidades, assim como a oportunidade de participar dos processos de adoção de decisões. Os Estados deverão facilitar e fomentar a sensibilização e a participação do público, colocando a informação à disposição de todos. Deverá ser proporcionado acesso efetivo aos procedimentos judiciais e administrativos, entre os quais o ressarcimento de danos e recursos pertinentes. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO (art. 1º, Lei 10.650/03 c/c princípio 10 da dec. Rio/92) PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA Conceito - a população poderá participar na formação de políticas públicas ambientais, através dos Conselhos de Meio ambiente. Só pode efetuar o licenciamento ambiental, o ente federativo que possua Conselho de Meio Ambiente em caráter Deliberativo, pois visa realizar decisões (não pode ser de caráter consultiva - opinião). Administrativo - audiências públicas/consultas públicas Judicial - ação cívil pública (ACP); ação popular (AP - qlq cid. pode ajuizar); mandado de segurança coletivo (MSC) e até ADI. Legislativo - iniciativa popular; referendo; e plebiscito (art. 14, CF) Participação Comunitária CONSELHOS DE MEIO AMBIENTE Conselhos Federal - CONAMA Estadual - CONSEMA Municipal - cada município terá o seu PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL (art. 225, 1º, VI, CF c/c princípio 19 da dec. Rio/92) Política Nacional de Educação Ambiental - Lei 9.795/99 Finalidade Promover a educação ambiental em todos osníveis de ensino: fundamento ao médio (nível escolar) Conscientização pública para a preservação do meio ambiente Princípio 19 (Rio/92) - Os Estados deverão proporcionar a informação pertinente e notificar previamente e de forma oportuna os Estados que possam se ver afetados por atividades passíveis de ter consideráveis efeitos ambientais nocivos transfonteiriços, e deverão celebrar consultas com os mesmos em data antecipada PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE (art. 5º, XXII e XXIII, CF) Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Conceito - a propriedade só se legitima a partir do momento que se atende a função social e a coletividade Classificação de bens Bens Públicos Bens Particulares Bens de Uso Comum do Povo FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Urbana (art. 182, 2º, CF) - deve-se cumprir o plano diretor do município, conforme o art. 39, Lei 10.257/01 Rural (art. 186, CF) - fator econômico (i); fator ambiental (ii); fator social (iii e iv). Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Positiva (obrigação de fazer) - ex. reserva legal; vedação acústica nas propriedades urbanas p/ evitar ruído além do limite permitido Negativa (obrigação de não fazer) - ex. não reformar e alterar a faixada de bens imóveis tombados FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO LEI 6.938/81 Lei PNMA SISNAMA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) (Lei 6.938/81) Princípios (art. 2º, I ao X, da Lei 6.938/81) Objetivos (art. 4º, da Lei 6.938/81) Diretrizes (art. 5º, da Lei 6.938/81) Instrumento (art. 9º, da Lei 6.938/81) PNMA Conceito - a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º) Atuação preventiva- Abrange todo o território nacional- Contempla áreas degradadas- Há mecanismos de participação pública- Degradação é tolerável- A poluição leva ao dano- Infrações de mera conduta - caracteriza o dano ambiental- Não preciso da diminuição da qualidade do meio ambiente para haver ilícito- SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) (art. 6º, da Lei 6.938/81) Conceito - é um conjunto de órgãos, entidades, regras e práticas que visam a garantia da tutela ambiental (proteção e melhoria da qualidade). Não tem personalidade jurídica - é a reunião de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público. reúne a casa civil e todos os ministros com a função de assessorar o presidente. reúne diferentes setores da sociedade e tem caráter normatizador dos instrumentos da política ambiental (determinadas atividades só acontecem com sua autorização). função de planejar, coordenar, supervisionar e controlar as ações relativas à política do meio ambiente (burocrático administrativo). encarregado de executar/fiscalizar e fazer executar as políticas e diretrizes governamentais (ibama responsável pelo licenciamento ambiental federal). execução de projetos e fiscalização (Secretarias Estaduais de Meio Ambiente). órgãos ou entidades municipais CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (CONAMA) (art. 8º, da Lei 6.938/81) MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA) MEIO AMBIENTE (art. 3º, I, da Lei 6.938/81) Conceito - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (art. 3º, I) Bióticos + abióticos CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE (fase holística) Natural - água, solo, ar, fauna, flora; Artificial - ambiente construído (ex. cidade / transporte) (art. 182 e 183, CF) Trabalho - ambiente de trabalho (ex. salubre com acesso à transporte) (art. 7º, XXII e 200, VIII, CF) Cultural - patrimônio histórico (ex. tutelar a história de um povo) (art. 215 e 216, CF) Patrimônio Genético (uniformidade) - BIODIVERSIDADE Conceito - a variabilidade de organismos vivos de todas as origens; compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas Elemento do meio ambiente - ligado aos seres vivos (biótico) Convenção de Diversidade Biológica - Decreto 2.519/98 DEGRADAÇÃO (art. 3º, II, da Lei 6.938/81) Conceito - a degradação da qualidade ambiental é a alteração adversa das características do meio ambiente (art. 3º, II) POLUIÇÃO (art. 3º, III, alíneas, Lei 6.938/81) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população (art. 3º, III, a); criem condições adversas às atividades sociais e econômicas (art. 3º, III, b); afetem desfavoravelmente a biota (art. 3º, III, c); afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente (art. 3º, III, d); lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (art. 3º, III, e); Conceito - é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente (art. 3º, III) POLUIDOR (art. 3º, IV, Lei 6.938/81) Conceito - é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (art. 3º, IV) Conceito - a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora (art. 3º, V). RECURSOS AMBIENTAIS (art. 3º, V, Lei 6.938/81) LICENCIAMENTO AMBIENTAL LICENCIAMENTO AMBIENTAL (art. 9º, IV, Lei 6.938/81) (art. 1º, I ao IV, Res. 237/91 - Conama) (art. 7º, LC 140/11) Conceito - procedimento administrativo dividido, em regra, em três fases, que tem o objetivo de verificar e impor ao agente usuário e explorador (de forma econômica ou não) de recursos ambientais, adequação de suas atividades aos melhores padrões de sustentabilidade, balizados pelos princípios de prevenção e precaução, sob pena de tríplice responsabilização ambiental, tanto o empreendedor, quanto o Estado, caso não cumpra sua obrigação de interver na tutela do MA. Procedimento Administrativo - instrumento de efetividade da tutela do MA Princípio Administrativo - prevenção, precaução e obrig. de interv. do Estado Contraditório - não é arbitrário Discricionário - sujeito ao crivo do agente ambiental Resolução 01/1986 e 237/97 CONAMA Rito COMPETÊNCIA LICENCIAMENTO Sempre dada por 1 ente federado União Estado/DF Município Precisa do conselho ambiental deliberativo Impacto Impacto Local - solicita para o Município (se ñ tiver passa p/ Estado) Impacto + de 1 Município- solicita para o Estado/DF Impacto + de 1 Estado - solicita para a União (IBAMA) Ex. Rio São Francisco EIA-RIMA (art. 2º, da Resolução 01/1986 - CONAMA) O conama diz quando obrigatório e a adm. pode dizer quando necessário (rol exemplificativo) O empreendedor não pode se opor Quando previsto no artigo 2º e não for feito, o licenciamento é nulo EIA-RIMA Prevenção - verificação de certeza sobre ocorrências de impactos negativos e a forma de sua gestão e apresenta ideias compensatórias Precaução - verificação de dúvidas sobre ocorrências de impactos negativos e a forma de sua gestão. Publicidade - deve ser público, contudo respeitando o sigilo industrial Impacto positivo - verificação sobre ocorrências de impacto positivo ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) (art. 2º, da Resolução 01/1986 - CONAMA) Perícia Multidisciplinar Apresentado com linguagem técnica (necessariamente precisa guardar relação com o impacto ambiental) RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) (art. 2º, da Resolução 01/1986 - CONAMA) Perícia Multidisciplinar Apresentado com linguagem acessível para a população (necessariamente precisa guardar relação com o impacto ambiental) FASES DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Etapas Licença Prévia - máximo 5 anos Licença de Instalação - máximo 6 anos Licença de Operação - 4 a 10 anos LICENÇA PRÉVIA Momento de análise prévia da adequação dos impactos ambientais do empreendimento a ser desenvolvido. É apresentado o projeto com a estrutura e a adm. analisa se ok para conceder l. p. Prazo estará estabelecido na l. p. ou no máximo 5 anos Depois de concedido começa a trabalhar para a fase de instalação É quando se apresenta o eia/rima LICENÇA DE INSTALAÇÃO Momento de verificação das condicionantes e viabilidade para a instalação da estrutura da atividade ou empreendimento Tempo para providenciar toda a estrutura O órgão vai fiscalizar e conceder a licença de operação LICENÇA DE OPERAÇÃO Momento de verificação das condicionantes e viabilidade para a operação da atividade ou empreendimento Tem prazo para revalidação Solicita a renovação com antecedência (6/7 meses antes) Uma vez a licença concedida, pode o órgão revogar ou alterar a licença com base no princípio da prevenção e do poluidor pagador PRAZO PARA CONCLUSÃO DO LICENCIAMENTO Prazo 6 meses da data da protocolização do pedido 12 meses se precisar de EIA-RIMA Se o órgão demora para conceder a licença, não há licença tácita, mas pode haver licenciamento supletivo. Licenciamento supletivo consiste em solicitar suplementação para o ente federado maior. AUDIÊNCIA PÚBLICA Hipóteses Solicitada pelo Ministério Público Solicitada por 50 cidadãos (assinado + título eleitor) Solicitada por entidade civil Solicitada pelo próprio órgão ambiental quando entender que serve à população Tendo que fazer audiência, deixa disponível o RIMA Marca audiência e dá divulgação (local apropriado) A audiência é um bate papo com apresentação do projeto e troca de opiniões (registrado em ATA) RESULTADO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO Conceder a licença de acordo com o pedido Conceder a licença de acordo com as alterações Negar a licença A autoridade poderá RESPONSABILIDADE Autoridade responde por omissão no licenciamento ambiental QUESTÕES Antônio, empreendedor e rico empresário, irá iniciar atividade exploratório de recursos ambientais em determinada região localizada na amazônia, especificamente no Estado do Pará, contudo, o raio de impacto do empreendimento planejado por Antônio atinge municípios e ecossistemas frágeis que se encontram no território do Estado do Amapá, desta feita, o citado empresário decidiu buscar sua consultoria jurídica ambiental. Você, de maneira correta, em parecer consultivo solicitado por Antônio concluiu que: a) iniciar as atividades, sem iniciar o processo de licenciamento ambiental, esperando que um dos órgãos ambientais das entidades federativas envolvidas se julgue competente, considerando que atualmente a legislação é confusa e jurisprudência não é pacífica sobre o tema. b) Solicitar perante o IBAMA o inicio processo de licenciamento ambiental, apresentando o respectivo EIA/RIMA, visando a obtenção primeiramente da licença prévia, visando determinar as diretivas básicas de prevenção e precaução que serão tomadas durante a instalação e a operação do empreendimento. c) Solicitar perante o IBAMA o inicio processo de licenciamento ambiental, apresentando o respectivo EIA/RIMA, visando a obtenção primeiramente da licença prévia, visando determinar as diretivas básicas de prevenção e precaução que serão tomadas durante a instalação e a operação do empreendimento, contudo, juntando requerimento motivado para que os órgãos ambientais do Pará e Amapá atuem conjuntamente, ou seja, compartilhando competência com IBAMA na instrução do processo de licenciamento ambiental em questão. d) A licença ambiental do empreendimento em questão deve ser solicitada de forma simultânea nos Estados do Pará e do Amapá, que exercerão competência dentro dos seus limites territoriais. De acordo com as resoluções CONAMA n.º 01/1986, CONAMA n.º 237/1997 e com a NBR 14653, julgue o item subsequente. Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais municípios pertencentes a estados diferentes. Errado Certo Leia o fragmento a seguir. Os empreendimentos potencialmente causadores de danos ambientais serão licenciados ____________, competência que não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de ____________, sendo certo que o decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, ____________. Assinale a opção cujos termos completam, corretamente, as lacunas do fragmento acima. a) por um único ente federativo – fiscalização - não implica emissão tácita da licença b) pelo Estado e Município onde localizado o dano – fiscalização – autoriza o início das atividades c) pela União e Estado onde localizado o dano – exigir o estudo prévio de impacto – implica emissão tácita da licença d) pela União, Estado e Município onde localizado o dano - exigir o estudo prévio de impacto - autoriza o início das atividades e) pela União e Município onde localizado o dano – condicionar a supressão de vegetação - não implica emissão tácita da licença ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (art. 225, 1º, III, CF Espécies Área de Preservação Permanente (APP) Reserva Legal (RFL) Apicuns E salgados Unidades de Conservação (UC) Áreas Ambientais Municipais Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (art. 4º da Lei 12.651/12) Espécies Instituído por lei (art. 4º, Código Florestal) Instituído pelo poder público Não confere direito indenizatório Incide em área rural ou urbana Obrigação propter rem - só admite exploração sustentável Conceito - “Área protegida nos termos desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo genético de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”. RESERVA LEGAL (art. 12, da Lei 12.651/12) Área de campos gerais - 20% (art. 12, I, c, Lei 12.651/12) não pode coincidir com a APPConceito - área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas” - RFL (Meio Rural) x APP Localizado na Amazônia Legal Localizado nas demais regiões - 20% (art. 12, II, Lei 12.651/12) não pode coincidir com a APP Área de floresta - 80% (art. 12, I, a, Lei 12.651/12) não pode coincidir com a APP Não é computada no ITR incide apenas em imóvel rural Obrigação propter rem - só admite exploração sustentável Área do cerrado - 35% (art. 12, I, b, Lei 12.651/12) não pode coincidir com a APP UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (Lei 9.985/2000 - SNUC) Criação por lei ou decreto Extinção ou alteração - somente por lei Competência comum de todos os entes Relevância Natural Caráter Oficial Delimitação Territorial Regime Especial de Proteção e Administração Unidade de Proteção Integral - objetivo é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais (art. 7º, 1º) Unidade de Uso Sustentável - objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais (art. 7º, 2º) Espécies Conceito - “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”.
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