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AP2 - RUAN ALIF

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FACULDADE CATÓLICA DE FORTALEZA
CURSO TEOLOGIA
DISCIPLINA: HEBREUS E CARTAS CATOLICAS
ALUNO: RUAN ALIF MENDES DE LIMA
PROFESSOR: DR. PE. FERNANDO REIS
PRIMEIRA CARTA DE PEDRO
RUAN ALIF MENDES DE LIMA
FORTALEZA
2021
INTRODUÇÃO
As questões suscitadas pela primeira epístola de Pedro são inúmeras e permanecem inteiramente em aberto. Será efetivamente de Pedro o escrito, e de quando data exatamente? Um dos temas também encontrados na Carta é que, por meio da Expiação de Jesus, os discípulos podem suportar com fé o sofrimento e a perseguição. Não pretendemos de nenhuma forma esgotar os temas propostos pela carta, mas sim, mostrar ainda que de forma breve os temas dando uma ênfase maior no sofrimento apresentado pela carta. Cada capítulo de 1 Pedro fala sobre provações ou sofrimentos, e Pedro ensinou que suportar provações com paciência é uma qualidade mais preciosa que ouro e ajudaria os fiéis a ganhar a salvação das almas. 
1 PEDRO: CONTEXTO, O SOFRIMENTO DESCRITO; DE QUEM, PARA QUEM, ONDE E QUANDO?
CONTEXTO
	Pedro, que antes era chamado de Simão, é sempre nomeado primeiro na lista dos dose apóstolos e foi claramente o mais importante desse grupo durante a vida de Jesus. Os evangelhos são unânimes quando se fala da negação de Pedro e de sua infidelidade durante a prisão de Jesus, mas após a aparição de Jesus ressuscitado a Simão Pedro, este foi restabelecido à proeminência e exerceu papel de liderança entre os cristãos em Jerusalém nos primeiros poucos anos. Pedro foi uma figura muito importante no encontro de Jerusalém, no ano de 49 d. C., em que foi discutido a aceitação dos gentios (At 15 e Gl 2, 1-10). Foi martirizado em Roma entre os anos 64 e 68, durante a perseguição dos cristãos por Nero, Pedro e Paulo são considerados como pilares da igreja.
	A imagem de Pedro permaneceu de extrema importância mesmo depois de sua morte, pois percebemos nas passagens dos evangelhos, as quais, com toda probabilidade, segundo Brown, foram registradas por escrito depois do ano 70. Em João, Pedro é retratado como o pescador principal entre os Doze, levando até Jesus enorme quantidade de peixes e posteriormente como pastor encarregado de apascentar as ovelhas de Jesus. Pedro é aquele sobre quem Jesus construirá a Igreja e a quem confiará as chaves do reino de Deus.
	Pedro foi príncipe dos apóstolos, cabeça visível da Igreja de Jesus Cristo, coluna imóvel da fé, segundo o concílio de Éfeso; pedra e base da religião como diz o calcedonense; vigário de Cristo na terra, cimento, diz Santo Agostinho, sobre que se fundou e sobre que assenta a Santa Igreja. No momento da perseguição, o povo apercebeu-se que Nero procurava razões para o matar e rogou insistentemente a Pedro que fugisse da cidade. O apóstolo aceitou, mas ao chegar à porta da cidade, viu Jesus a ir ao seu encontro e perguntou: “Senhor aonde vais?” “Vou ser crucificado de novo”, disse Jesus. Então Pedro voltou para a cidade, dispôs-se para o martírio, compreendeu que era de seu sofrimento que o Senhor falava. Segundo Orígenes e S. Jerónimo queriam o crucificar ao modo ordinário, mas o apóstolo pediu que fosse crucificado de cabeça para baixo por se julgar indigno de ser crucificado da mesma maneira que o Senhor.
SENTIDO DO SOFRIMENTO
	Na primeira carta de Pedro, as várias passagens que lidam com o sofrimento têm atraído a atenção. Em 1Pedro 2,22-25, à luz de Is 53, encontramos uma clara explicação dos sofrimentos de Jesus como sofrimentos de expiação vicária. Partiremos do pressuposto de que Pedro tenha escrito a carta a próprio punho(com o auxílio de um secretário), podemos interpretar que as indicações que os leitores estivessem sendo tratados como malfeitores pelos gentios(1Ps 2,12), referindo às lutas, em Roma, entre judeus que acreditaram em Cristo e judeus que não acreditavam. A provação por meio do fogo que estaria para sobrevir aos destinatários (1Pd 4,12) e os sofrimentos previstos, prestes a atingir os cristãos em todo mundo (1Pd 5,9). 
O conselho de Pedro foi muito oportuno, pois os membros da Igreja estavam à beira de um período de intensa perseguição. Até aproximadamente 64 d.C., mais ou menos na época em que Pedro escreveu essa epístola, o governo romano geralmente tolerava o cristianismo. Em julho daquele ano, um incêndio destruiu boa parte de Roma e circularam rumores de que o próprio imperador Nero havia dado ordens para iniciar o incêndio. Na tentativa de desviar a culpa pela tragédia, alguns romanos proeminentes acusaram os cristãos de terem sido os responsáveis. Isso levou a uma grande perseguição aos cristãos por todo o Império Romano. Pedro indicou que, quando os santos padecem como cristãos (1Pd 4,16), eles podem sentir alegria, pois estão seguindo os passos de Jesus Cristo (1Pd 2,19–23; 3,15–18; 4,12–19).
Eis as palavras do Apóstolo Pedro, na sua primeira Carta: “Vós sabeis que não fostes resgatados dos vossos costumes fúteis, herdados dos vossos antepassados, a preço de coisas corruptíveis, como a prata e o ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula” (1Pd 1, 18-19). A Carta Apostólica “Salvifici Doloris”, “o sentido cristão do sofrimento humano”, do saudoso Papa João Paulo II, que foi assinada no dia 11 de fevereiro de 1984, dia da Memória Litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes. Mergulhando na riqueza do sofrimento, o Papa nos adverte que o sofrimento é um mistério que está além do entendimento humano. É um ato humano se questionar: Por que existe o mal no mundo? Por que Deus permite o sofrimento? Mas, é um ato de fé reconhecer que o sofrimento está associado ao amor que cria o bem, tirando-o mesmo do mal, tirando-o mediante o sofrimento, tal como o bem supremo da Redenção do mundo foi tirado da Cruz de Cristo e nela encontra constantemente o seu princípio. Sem a contemplação do sofrimento redentor de Cristo, toda e qualquer explicação sobre o sofrimento se mostra inadequada e insuficiente. Em outras palavras: “Na Cruz está o Redentor do homem, o Homem das dores, que assumiu sobre Si os sofrimentos físicos e morais dos homens de todos os tempos, para que estes possam encontrar no amor o sentido salvífico dos próprios sofrimentos e respostas válidas para todas as suas interrogações” (Salvifici doloris, nº 31). 
DE QUEM, PARA QUEM, ONDE E QUANDO?
	De todas as epístolas católicas, 1 Pedro tem maior probabilidade de ter sido escrita pela figura à qual é atribuída. Há vários argumentos em favor da autoria de Pedro e também contra a autoria de Pedro, vou apresentar o argumento a favor e um contra. Um argumento importante apresentado em favor de uma composição de Pedro é conhecido das palavras de Jesus demonstrado na obra. Uma vez que não há nenhuma citação explicita, é preciso decidir se possíveis repetições são mais provavelmente atribuíveis à memória de uma testemunha ocular, ou seja, se levarmos em conta isto a autoria de Pedro é favorecida, ou ao conhecimento de tradição pregada ou aos evangelhos escritos, o que tornaria a autoria de Pedro improvável. 
	O autor parece conhecer bem a situação concreta das comunidades da Ásia Menor às quais se dirige, o que ficaria explicado caso se admitisse que ele é de lá. Há bons argumentos para pensar na Ásia Menor como lugar de composição. A própria carta, no entanto, fornece uma indicação precisa que remete muito provavelmente a Roma. Hoje, quase universalmente, aceita-se que essa carta foi escrita de Roma. As escavações na Colina do Vaticano, mostrando sólida tradição antiga de veneração pelo lugar onde Pedro foi sepultado, confirmam a informação acerca de Pedro ter lutado até a morte. Diante disso, uma carta daquela cidade em nome de Pedro teria sido perfeitamente apropriada. 
	As precisões geográficas fornecidas por 1Pedro 1,1 situam os destinatários nas províncias romanas que abrangem uma grande parte da Ásia Menor; duas delas (Ásia, Galácia) são terras da missão paulina. Deduz-se que os gentios eram o foco principal de 1Pd 2,10. Quaisquer cristãos poderiam estar exilados na Dispersão, no sentido de encontrar-sedistantes de seu verdadeiro lar com Cristo, no céu, mas a expectativa de que os destinatários pudessem entender a imagem do êxodo em 1 Pedro leva a crer que se tratava de judeu-cristãos que tinham sido catequizados com forte apreciação do judaísmo. A datação da carta é mais aceita entres os estudiosos entre 70 e 90.
	 
CONCLUSÃO
Concluímos que a 1 Pedro tem o objetivo de fortalecer e encorajar os cristãos judeus que estavam sofrendo oposição e tribulação por causa da fé em Cristo. Sua intenção é que ao ler estas palavras eles fossem animados com a esperança da vida eterna. Pedro também os exortou a que vivessem de maneira santa, digna do Evangelho de Jesus Cristo. Sobre o sofrimento, Pedro nos mostra que quando sofremos nos tornamos participantes do sofrimento de Cristo, nosso Senhor. Além disso, devemos lembrar que isso é temporário. A carta também é bastante pastoral, pois almeja precisamente encorajar os cristãos em face de problemas e crises reais que envolvem sua vida cotidiana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGANT, Dianne. KARRIS, Robert J (organizadores). Jerone H. Neyrey, SJ, 1 PEDRO. Comentário Bíblico. Tradução: Barbara Theoto Lambert. 2ª edição. São Paulo: Loyola, 1999.
Bíblia de Jerusalém. Nova edição rev. e ampl., 2002. 12ª reimpressão. São Paulo: Paulus, 2017.
Daniel Marguerat. Novo Testamento: história, escritura e teologia / Daniel Marguerat [org.] ; tradução Margarida Olivia. –3. Ed. – São Paulo /; Edições Loyola, 2015.
Raymond E. Brown. Introdução ao Novo Testamento / Raymond E. Brown : tradução Paulo F. Valério. 2.ed. – São Paulo : Paulinas. 2012 – (Coleção Bíblica e História: Série maior).

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