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CRESCIMENTO FACIAL · Conceitos: Crescimento: aumento de tamanho ou volume, aumento no número de células. Desenvolvimento: aumento da complexidade ou maturidade das funções; ocorre simultaneamente ao crescimento, como aprender a usar as mãos para escrever ou para levar o talher à boca. · Características: Gradiente cefalocaudal de crescimento: estruturas do corpo humano muito próximas da região encefálica crescem mais precocemente que as estruturas distantes. OBS: A cabeça não diminuiu com o tempo, apenas cresceu mais do que as estruturas distantes. - Em um feto de 2 meses, a cabeça representa quase 50% de toda a estrutura do corpo humano. - Ao nascimento, a cabeça representa 20% da estrutura corpórea, enquanto os membros representam 1/3. - Já em um adulto, a cabeça representa 12% da estrutura corpórea, enquanto os membros representam metade dessa estrutura. - Em um recém-nascido, a calota craniana tem o dobro do tamanho do complexo maxila-mandíbula, enquanto no adulto, ambos têm tamanhos bem parecidos e proporcionais. - A calota é uma estrutura mais próxima do encéfalo, por isso cresceu mais precocemente. Curva de Scammon: resumo gráfico da tendência de crescimento dos diversos tecidos do corpo humano (o desenvolvimento continua!). Tecidos neurais: tendem a crescer muito até os 3 anos de idade, a partir disso, fica estável. Tecidos gerais (músculos, ossos, vísceras): crescimento significativo até os 3 anos de idade, dos 3 aos 12 é mais tímido e a partir dos 12 anos começa um crescimento mais acelerado (puberdade – criança cresce). Tecidos linfóides: crescimento muito expressivo até os 11 anos de idade, a partir disso fica negativo (ex: involução do timo). Tecidos genitais: crescimento significativo até os 2/3 anos de idade, dos 3 aos 12 é praticamente nulo e a partir dos 12 é bem grande (puberdade – adquirem características sexuais). · Teorias de crescimento craniofacial: John Hunter (1771): observou mandíbulas secas de indivíduos de 4/5 anos (dentadura decídua completa); ficava intrigado com o espaço entre a distal dos segundos molares decíduos e a borda anterior do ramo da mandíbula, pois achava o espaço muito pequeno para desenvolvimento dos primeiros molares permanentes, que ocorre aos 6 anos de idade e apresentam face mesioclusal muito grande. - Provou que, em toda mandíbula, existe muita remodelação óssea (reabsorção e deposição), mas a região onde a remodelação é mais expressiva é no ramo da mandíbula, a qual acontece por muita reabsorção na região anterior do ramo e muita deposição na região posterior e superior; esse processo que abre espaço no corpo da mandíbula para o irrompimento do primeiro molar permanente. Sicher (1947): para ele, o crescimento craniofacial ocorre a partir das suturas, que apresentam tecido conjuntivo fibroso na sua composição (cartilagem só nas sincondroses), o qual aumenta em quantidade e promove o afastamento dos ossos; esse afastamento é o crescimento, consolidado pela calcificação das suturas. Moss (1962) – Teoria da Matriz Funcional: tecido esquelético cresce e se mantém em resposta à presença de tecidos moles ou estruturas anexas; acreditava que, se um indivíduo perdesse o globo ocular, se não receber uma prótese, a órbita iria involuir porque perdeu a sua matriz funcional; o mesmo vale para indivíduos que perdem dentes posteriores e não fazem tratamentos com implante, com o tempo esse osso involuiria e seria reabsorvido, pois dente é matriz funcional da maxila e da mandíbula. · Conceitos básicos: Tipos de ossificação: 1. Ossificação endocondral: ocorre sobre um molde de tecido cartilaginoso onde há formação de tecido ósseo. Ex: ATM 2. Ossificação intramembranosa: a partir de tecido conjuntivo membranoso, células mesenquimatosas indiferenciadas se diferenciam em células mais especializadas, como os osteoblastos, os quais produzem a matriz osteóide que sofre calcificação e vira o tecido ósseo. Mecanismos de crescimento ósseo: 1. Remodelação: aposição óssea na cortical onde há direção do crescimento e reabsorção óssea no lado oposto. Ex: mandíbula, como foi citado pela teoria de Hunter Mandíbula: muita deposição na direção posterior e superior e reabsorção na direção anterior; ocorre remodelação em toda a estrutura, porém é mais significativa no ramo; Maxila: muita reabsorção na região anterior e deposição na região posterior superior, portanto, a remodelação é na direção do crescimento. 2. Deslizamento: movimento gradual da área de crescimento provocado pela deposição e reabsorção óssea, ou seja, pela remodelação. Mandíbula: o deslizamento é posterior e superior. Maxila: o deslizamento é posterior e superior. 3. Deslocamento: movimento de todo o osso como uma unidade. 3.1 Deslocamento primário: deslocamento da maxila/mandíbula devido à remodelação do próprio osso no sentido contrário a esta remodelação Maxila: ao realizar o movimento posterior e superior (remodelação), a maxila encontra a resistência da base do crânio, que funciona como um anteparo, promovendo o deslocamento ao sentido contrário (anterior e inferior) Mandíbula: ao realizar o movimento posterior e superior (remodelação), que é muito significativa no ramo, o côndilo encontra a resistência da fossa mandibular, onde está articulado, a qual funciona como um ponto de resistência e faz a mandíbula se deslocar anterior e inferiormente. 3.2. Deslocamento secundário: deslocamento da maxila ou mandíbula devido ao crescimento de outro osso. Maxila: está articulada à base do crânio, que tem crescimento no sentido anterior, o que empurra a maxila para anterior e inferior (mesmo sentido que o primário e complementar a este). Mandíbula: está articulada à fossa mandibular, que também apresenta crescimento anterior, que impulsiona a mandíbula no mesmo sentido do deslocamento primário. O crescimento é resultado dos três mecanismos, maxila e mandíbula crescem para frente e para baixo; se fosse considerar apenas os dois primeiros conceitos, seria para trás e para cima. · Crescimento da Maxila: - Ossificação intramembranosa com aposição de osso nas suturas: dentro das suturas craniofaciais (relação da maxila com zigomático, nasal..) existe tecido conjuntivo fibroso, o qual aumenta de volume e afasta os ossos. - Remodelação óssea e deslizamento: todos no sentido posterior e superior. - Deslocamento: sentido contrário à remodelação e deslizamento por causa da resistência da base do crânio, sendo anterior e inferior. · Crescimento da Mandíbula: - Ossificação endocondral: guiado pelo molde de cartilagem que existe na ATM - Ossificação intramembranosa: muito pouco no corpo da mandíbula - Remodelação óssea e deslizamento: sentido posterior e superior - Deslocamento: sentido contrário à remodelação e deslizamento por causa da resistência da fossa mandibular, sendo anterior e inferior.
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