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Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial E-BOOK GRÁTIS O conhecimento do processo de crescimento craniofacial é de extrema importância para o ortodontista diagnosticar potenciais deficiências craniofaciais. Além disso, proporcionar condutas terapêuticas e controlar a evolução do caso pós-tratamento. Quando se entende sobre o crescimento craniofacial, padrões de crescimento favoráveis serão aproveitados por planos de tratamento corretos. 05 Introdução 05 Introdução Ao contrário, padrões de crescimento desfavoráveis são identificados e futuras dificuldades são previstas. Subentende-se um processo de maturação envolvendo diferenciação progressiva em níveis celulares e teciduais, enfocando-se dessa forma, os verdadeiros mecanismos biológicos envolvidos no crescimento. A morfogênese funciona constantemente objetivando o equilíbrio arquitetônico entre todas as partes separadas em crescimento. Isso significa que todas as diferentes partes se reúnem em um todo funcional, em que cada parte complementa as outras e todas crescem e funcionam em conjunto. 05 Introdução Durante o desenvolvimento, o equilíbrio é constantemente transitório e nunca pode ser atingido em sua totalidade, uma vez que o próprio crescimento cria continuamente desequilíbrios regionais normais. Esse processo faz com que outras partes sofram constante adaptação, uma vez que funcionam em conjunto para um equilíbrio composto. 05 Ao compreender como esse processo de diferenciação morfogênica e histogênica progressiva acontece, o cirurgião dentista pode seletivamente aumentar os sinais de ativação intrínsecos do próprio organismo, usando processos controlados para estimular o processo de remodelação no sentido de atingir o resultado terapêutico desejado. Por exemplo, uma expansão rápida da maxila separa as metades direita e esquerda da maxila. Esse processo dá início a um período de remodelação intensa na sutura palatina. Introdução 05 Introdução Em ortodontia, o foco principal de todos os profissionais deve ser a busca de respostas baseadas em evidências para questões clínicas. Recomenda-se especial atenção para dois assuntos: crescimento mandibular e erupção dental, assuntos considerados os campos mais férteis para mudanças terapêuticas. Crescimento mandibular é a chave para se conseguir harmonia facial e o osso dento- alveolar é a região de todo o complexo craniofacial que mais prontamente responde às mudanças impostas por terapias ortodônticas Sabe-se que, camuflagens dentais interessantes podem esconder padrões de crescimento desfavoráveis. 05 Introdução O desenvolvimento técnico de melhores aparelhos e sua aplicação clínica é bem-vindo, mas, secundário. Com o correto conhecimento do processo de crescimento e desenvolvimento craniofacial poderá ser diagnosticada a má oclusão e sua origem e, quando necessário, promover o redirecionamento dos vetores de crescimento para a correta escolha do tratamento com terapias ortodônticas e/ou ortopédicas. Portanto, o potencial para recidiva existe quando os aspectos funcionais, biomecânicos e de desenvolvimento do crescimento entre as partes chave são clinicamente alterados, levando a um estado de desequilíbrio fisiológico. 05 Introdução A possibilidade de instabilidade existe porque os clínicos procuram obter um equilíbrio estético, que, às vezes, produz um desequilíbrio fisiológico. O crescimento de um componente não é um evento isolado e independe das demais partes. Crescimento é a modificação composta de todos os componentes. O alvo direto da intervenção deve ser o processo de controle, que regula a biologia do crescimento e do desenvolvimento. Porém, tudo dependerá das habilidades do clínico ao tratar as más oclusões. Afinal, entender o processo de crescimento facial é básico para a terapêutica ortopédica. 05 Osteogênese Os ossos são originados do tecido conjuntivo, sendo compostos por células ósseas e substâncias intercelulares (matriz óssea). Os três tipos de células ósseas se distinguem pelas suas funções. Os osteoblastos e os osteoclastos formam e reabsorvem o osso, respectivamente, enquanto os osteócitos mantêm a matriz óssea. O tecido ósseo é formado ou por um processo chamado ossificação intramembranosa, que ocorre no seio de uma membrana conjuntiva, ou por um processo de ossificação endocondral. 05 Osteogênese A ossificação endocondral se inicia sobre um modelo cartilagionoso, o qual é destruído gradualmente e substituído por tecido ósseo que se forma a partir de células vindas do conjuntivo adjacente. Tais denominações intramembranosa e endocondral se distinguem devido aos locais e às formas diferentes de se manifestarem. A ossificação endocondral ocorre a partir de um modelo cartilagionoso pré-existente, como regra, as cartilagens concentram-se nas áreas onde há pressão. Temos como exemplo a cartilagem das cabeças da mandíbula, que são resistentes à compressão e tolerante à pressões. 05 Osteogênese O periósteo, que é uma membrana do tecido fibroso conjuntivo adaptado à tração, recebe também tensões promovidas pelas ações dos músculos, tendões e ligamentos, desenvolvendo a fibrocartilagem. A exemplo dessa manifestação temos a cápsula e o disco articular onde podemos notar que nestes locais tanto ocorre pressão como tensão, o que leva a admitir ser um resultante decorrente de uma interação funcional de ambos. 05 Ossificação intramembranosa Na ossificação intramembranosa o osso surge no interior de membranas de natureza conjuntiva. O processo de ossificação tem início pela diferenciação de células indiferenciadas semelhantes a fibroblastos jovens que se transformam em grupos de osteoblastos. Estes sintetizam a matriz osteóide, que logo se calcifica, englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos. Na ossificação intramembranosa o tecido ósseo se forma diretamente a partir do tecido conjuntivo. 05 Ossificação intramembranosa Os osteoblastos originam-se a partir da concentração de células mesenquimais indiferenciadas. Osteoblastos recém- diferenciados sintetizam a substância intercelular que vai mineralizando-se e formando osso. O entrelaçamento dos osteoblastos na formação da matriz osteóide origina os osteócitos. O crescimento ósseo intramembranoso é aposicional e gradativo , de forma que as células do periósteo diferenciam-se em osteoblastos. O crescimento ósseo intramembranoso pode ainda manifestar-se por uma reorganização complexa, na qual a atividade dos osteoblastos reabsorve tecidos mineralizados e, subsequentemente, os mesmos, substituem esse tecido. As aposições e reabsorções são constantes durante o período de crescimento e desenvolvimento craniofacial, com a prevalência da atividade aposicional no adulto. 05 Ossificação intramembranosa 05 Ossificação endocondral: A ossificação endocondral consiste essencialmente em dois processos. Primeiro: a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, que acabam morrendo e deixando cavidades separadas por finos tabiques de matriz cartilagionosa, que se calcifica ao morrerem os condrócitos. Segundo: as cavidades das cartilagens são invadidas por capilares sanguíneos e células mesenquimatosas indiferenciadas vindas do conjuntivo adjacente. Desse modo aparece tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso sem que ocorra a transformação deste tecido naquele. 05 O osso intramembranoso não é formado diretamente da cartilagem, ele a invade substituindo-a. A formação óssea endocondral é uma adaptação morfogenética que proporciona uma produção contínua de osso nas regiões especiais que envolvem níveis de compressão relativamente altos. Assim sendo, é encontrada nos ossos associados com articulações móveis e em algumas partes da base craniana.Ossificação endocondral: 05Ossificação endocondral: Em resumo, a maior parte da base do crânio sofre condrificação, formando o condrocrânio já no ínicio do segundo mês de vida pré-natal e, subsequentemente, sofre ossificação endocondral. Na cartilagem epifisária, começando do lado da epífise, distinguem-se as seguintes partes: 1 - Zona de repouso: onde existe cartilagem hialina sem qualquer alteração morfológica. 2- Zona de cartilagem seriada ou de multiplicação: aqui os condrócitos dividem-se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e empilhadas do sentido longitudinal do osso. 05Ossificação endocondral: 3- Zona de cartilagem hipertrófica: apresenta condrócitos muito volumosos, pelo acúmulo de glicogênio no citoplasma. A matriz fica reduzida a tabiques delgados, entre as células hipertróficas. 4- Zona de cartilagem calcificada: simultaneamente à morte dos condrócitos que ocorre nesta zona, os delgados tabiques da matriz, que ficam entre as lacunas aumentadas calcificam-se por deposição de hidroxiapatita. 5- Zona de ossificação: é a zona em que aparece o tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células indiferenciadas originadas por divisões mitóticas de células vindas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. 05Ossificação endocondral: As células indiferenciadas dão origem a osteoblastos, que vão formar uma camada contínua sobre os restos de matriz cartilaginosa calcificada. Como os ossos do complexo craniofacial apresentam origens histológicas distintas, a articulação dos mesmos pode ser fibrosa ou cartilaginosa, dependendo do tecido interposto que se fixa em ambos os ossos. Nas articulações fibrosas, o tecido interposto é o conjuntivo e representa as "suturas" _ maioria das articulações imóveis dos ossos do crânio e da face, onde há pequeno afastamento interposto, geralmente denominado ligamento sutural, que permanece antes de ossificar-se (anastomose). 05Mecanismos de Crescimento Ósseo: O crescimento ósseo envolve um processo de aposição na superfície, acompanhado por um processo adicional de remoção por reabsorção. A combinação de adições ósseas, em um lado da lâmina cortical, e reabsorção no outro lado, produz um movimento de crescimento (deslizamento), que proporciona as dimensões progressivas incrementadas de todo o osso. 05Mecanismos de Crescimento Ósseo: Aposição + Reabsorção = movimento de crescimento real O crescimento, no entanto, não envolve apenas aposição externa juntamente com reabsorção interna, como comumente tem sido apresentadas na literatura mas requer também um extenso e fundamental processo de crescimento por remodelação, que ocorre virtualmente em todas as partes dos ossos craniofaciais responsáveis pela configuração de todo osso, enquanto simultaneamente aumenta em tamanho. Em associação com este crescimento por aposição e reabsorção, existe uma remodelação complexa para manter a configuração de todo o osso. Define-se a remodelação como um processo seletivo de aposição e reabsorção que permite alteração na forma e nas dimensões e proporções de cada região do osso. 05 Mecanismos de Crescimento Ósseo: 05 Mecanismos de Crescimento Ósseo: A aposição e reabsorção seletivas (remodelação) de todo osso servem para: 1) Alterar a forma regional, a fim de se adaptar às novas posições progressivas. 2) Mudar as dimensões e proporções de cada parte regional. Como algumas regiões sofrem caracteristicamente um crescimento mais extenso que outras, o osso se tornaria progressivamente desproporcional sem as correspondentes mudanças de remodelação. 05 Mecanismos de Crescimento Ósseo: Por exemplo, à medida que se depositam grandes quantidades de osso na borda posterior do ramo mandibular, as aposições de todas as outras partes da mandíbula tornam-se necessariamente alteradas em relação às novas dimensões do osso aumentado. Além disso, as inúmeras áreas localizadas na mandíbula sofrem uma recolocação progressiva à medida que todo o osso continua aumentando. Assim sendo, a porção posterior do corpo se recoloca no espaço previamente ocupado pelo ramo. 05 Mecanismos de Crescimento Ósseo: Aposição + reabsorção = Crescimento real Remodelação = Recolocação O processo de recolocação fundamenta a maioria das mudanças de remodelação que ocorrem durante o crescimento ósseo da mandíbula. Nestes estágios de crescimento superpostos, são observadas mudanças locais, em tamanho e forma, que ocorrem à medida que o osso aumenta. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: São três as diferentes maneiras de manifestação do crescimento craniofacial pós-natal: a) crescimento por ossificação endocondral; b) crescimento sutural; c) crescimento periosteal, endosteal e membrana periodontal. Embora didaticamente haja três tipos de crescimento, estes estão interrelacionados ao processo de crescimento e desenvolvimento, permitindo equilíbrio entre as distintas regiões craniofaciais. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: a) crescimento por ossificação endocondral: Manifesta-se através de uma proliferação celular inicial oriunda das cartilagens para subsequente ossificação. São encontradas em quatro regiões: nas cartilagens da base do crânio, nas cabeças da mandíbula, no septo nasal e na cartilagem mentoniana. Na base do crânio, o crescimento está presente nas regiões de sincondroses, sendo que três dessas são consideradas centros de crescimento: a interesfenoidal, esfenoetmoidal e esfenocciptal. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: A atividade condroblástica interesfenoidal cessa logo após o nascimento. Na esfenoetmoidal, a atividade se faz presente até aproximadamente 7 a 10 anos de idade. Já na esfenocciptal encontra-se dinâmica até a idade de 18 a 25 anos. Ocorrendo crescimento por ossificação endocondral na sincondrose esfenocciptal da base do crânio, esta desloca física e secundariamente a maxila e a mandíbula como um todo para baixo e para frente, embora o deslocamento da mandíbula seja menor, pois a maxila promove uma rotação no sentido horário na mandíbula, ao deslocar-se para baixo. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: Neste momento, há uma ligeira desarmonia entre a mandíbula e a maxila. Porém, esta desarmonia discreta será recompensada quando a mandíbula buscar sua compensação com a maxila através do crescimento para cima e para trás na cabeça da mandíbula, deslocando-se para baixo e à frente de forma primária. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: b) Crescimento sutural: É de origem embrionária intramembranosa, manifestando-se através de células mesenquimais indiferenciadas do tecido conjuntivo. Estes se transformam em osteoblastos que elaboram a matriz osteóide, promovendo crescimento por aposição óssea nas suturas. No crânio, à medida que se desenvolve o cérebro (encéfalo), as sincrondoses crescem (deslizamento) gradativa e simultaneamente, permitindo o deslocamento dos ossos tanto de forma primária como secundária, e na face, o crescimento sutural promove um deslocamento transversal para frente e para baixo do complexo nasomaxilar. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: Do mesmo modo que no crânio, estes deslocamentos poderão ser tanto primários quanto secundários. Entretanto, afirmar que o complexo nasomaxilar posiciona-se para baixo e para frente em decorrência do crescimento das suturas não é de todo verdadeiro, pois, é necessário compreender que este recebe a contribuição do crescimento endocondral da cartilagem nasal somado aos seus componentes funcionais. Ao vetorizar-se para frente e para baixo, o complexo nasomaxilar promove uma rotação no sentido horário da mandíbula. c) Crescimento periosteal, endosteale membrana periodontal: Os crescimentos periosteal e endosteal são de origem intramembranosa. Esses tipos de crescimento são encontrados praticamente em todos os ossos. Dentre as inúmeras regiões onde se manifesta estes tipos de crescimento, destaca-se a tuberosidade da maxila que cresce (desliza) posteriormente deslocando- se primariamente para frente. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: No momento em que busca o equilíbrio entre as bases ósseas, a mandíbula remodela-se com reabsorção na parte anterior do ramo e aposição na região posterior, deslocando-se primariamente para frente e buscando uma relação harmônica com a maxila. Uma das últimas manifestações de crescimento periosteal e endosteal ocorre na região anterior da mandíbula, com reabsorção óssea na superfície vestibular do processo alveolar (anterior dos incisivos inferiores) e aposição óssea na região alveolar (lingual dos incisivos inferiores), bem como no mento e ao redor das superfícies externas do corpo da mandíbula. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: A membrana periodontal não se move simplesmente na direção do movimento dentário realizado, ela cresce nessa direção. A medida que regiões das fibras periodontais são envolvidas por osso, na face de deposição do alvéolo em movimento, as fibras no interior do periodonto são estiradas pelos fibroblastos da membrana, sendo também produzidas novas fibras. Isso envolve um remodelamento fibroso constante para proporcionar uma direta continuidade entre as fibras da membrana e as fibras de fixação incluídas no osso. 05 Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial Pós-natal: Assim, a membrana fibrosa cresce em novos locais, junto com a flutuação de dentes e ossos. O processo de remodelamento da membrana periodontal, em qualquer caso, continua a ocorrer enquanto os dentes se movem ativamente. Quando o crescimento ósseo e o movimento cessam, essa ativa e dinâmica membrana funciona como ligamento. Durante o crescimento pode ocorrer dois modos básicos de movimento: a) deslizamento; b) deslocamento (primário e secundário). Deslizamento (crescimento real): A aposição e a reabsorção diretas do tecido ósseo e as combinações características de ambas, que ocorrem nos diferentes ossos do crânio produzem um movimento de crescimento na superfície de aposição, denominado deslizamento. 05 Movimentos de Crescimento: 05 Movimentos de Crescimento: Estudos com implantes metálicos tem demonstrado que a neoformação óssea na superfície da lâmina cortical por aposição e a reabsorção do lado oposto proporciona uma remodelação por aumento, devido a aposição ser quantitativamente maior que a reabsorção. O deslizamento (crescimento real) proporciona um aumento progressivo de todo o osso, envolvendo a aposição (+) e reabsorção óssea (-). Este processo seletivo de aposição e reabsorção resulta em alterações na forma, nas dimensões e na proporção de cada região do osso em crescimento. 05 Movimentos de Crescimento: Com estes adventos, ocorre progressiva adaptação às novas posições, exigidas pelas estruturas adjacentes, que se encontram simultaneamente em processo de deslizamento. O remodelamento mantém as caracterísitcas morfológicas gerais de um osso durante o crescimento. Qualquer osso cresce de maneira diferenciada, ou seja, aumenta mais em certas direções do que em outras, em proporções regionais variadas. 05 Movimentos de Crescimento: Deslocamento: É o movimento de todo o osso como uma unidade. Resulta da tração ou pressão pelos diferentes ossos ou tecidos moles, separando- os à medida que continuam aumentando. Deslocamento Primário: Quando o osso é deslocado à custa de seu crescimento (deslizamento). Ocorrendo deslizamento, o osso, por estar em contato com estruturas ósseas adjacentes, não as invade fisicamente. No momento em que encontra anteparo na área física maior, desloca-se com vetor oposto quantitativamente à região onde houve o deslizamento. 05 Movimentos de Crescimento: Tal movimento depende de seu próprio deslizamento, ou seja, o crescimento mandibular nas regiões da cabeça da mandíbula e colo, para cima e para trás, em direção às cavidades da fossa articular, não as invade. Portanto, ao se anteparar fisicamente com estas, deverá se deslocar como um todo em direção oposta, ou seja, para baixo e para frente quantitativamente, na mesma proporção que ocorreu o seu deslizamento para cima e para trás. 05 Movimentos de Crescimento: Deslocamento Secundário: Quando é provocado pelo crescimento de outros ossos ou estruturas adjacentes e, não pelo crescimento do próprio osso, ou seja, o deslizamento de uma estrutura óssea de área física maior, que se desloca em direção a outra estrutura adjacente de área física menor, promove o seu deslocamento. Na maxila pode-se observar tanto o deslocamento primário como o secundário em um mesmo momento. Ela pode deslocar-se para baixo e para frente, por deslocamento primário, quando houver deslizamento de suas estruturas póstero-superiores. 05 Movimentos de Crescimento: Também poderá ter seu deslocamento de forma secundária promovido pelo deslizamento da base craniana que desloca a maxila para baixo e para frente. O deslizamento, ou seja, o movimento causado pelo crescimento real de um osso, envolve aposição (+) e reabsorção óssea (-). O processo global do aumento craniofacial é um conjunto de deslizamentos e deslocamentos. As complexas combinações de ambos os processos ocorrem na maioria dos diferentes ossos do crânio. 05 Movimentos de Crescimento: O deslizamento e o deslocamento podem ocorrer na mesma direção ou em direções opostas. Como exemplo dos movimentos de deslizamento e deslocamento no mesmo sentido temos o palato, o qual desliza e desloca- se ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Como exemplo de deslizamento e deslocamento em sentidos opostos temos a maxila e a mandíbula. 05 Crescimento das estruturas craniofaciais: Abóbada Craniana: Durante o crescimento, o homem sofre mudanças nas suas proporções corporais, tais como a proporção do complexo craniofacial em relação ao corpo como um todo. O crânio, também denominado mais especificamente neurocrânio, delimita a cavidade craniana, envolvendo e protegendo o encéfalo. 05 Crescimento das estruturas craniofaciais: Está constituída de oito ossos: sendo dois pares (parietal e temporal) e quatro ossos ímpares (frontal, occipital, esfenóide e etmóide). 05 Crescimento das estruturas craniofaciais: Na verdade, o osso frontal é formado de duas metades que permanecem separadas até a idade de 6 anos pela sutura frontal. Ao nascimento, o crânio está mais desenvolvido que a face, aproximadamente 7 vezes, devido ao volume cerebral avançado e a falta de desenvolvimento do aparelho mastigador. Posteriormente, a face sofrerá um desenvolvimento maior, projetando-se para frente e para baixo em relação ao crânio, adquirindo paulatinamente um volume maior até chegar a proporção igual no indivíduo adulto. 05 Crescimento das estruturas craniofaciais: A caixa craniana, acompanhando o crescimento do cérebro, triplica de volume nos dois primeiros anos de vida, o esqueleto facial cresce mais rapidamente que o cranial, como também conserva um ritmo considerável de crescimento terminal da face, principalmente o mandibular, quando possui conotação genética de prognatismo, este pode se estender até os 20-22 anos de idade. Os ossos que compõem o crânio se desenvolvem tanto por ossificação endocondral, como por ossificação intramembranosa. À medida que o cérebro expande, os ossos separados da abóbada craniana ou calvária são correspondentemente separados, sendo deslocados para fora. 05 Crescimento das estruturas craniofaciais:Acredita-se que seja um movimento passivo dos ossos, consequentemente resultante do crescimento cerebral. Esse deslocamento das lâminas ósseas induz tensão nas membranas suturais, as quais respondem imediatamente com a deposição óssea nas margens suturais dos ossos. 05Base do Crânio: A base do crânio cresce essencialmente pelo crescimento cartilaginoso (endocondral). Centros de crescimento da base do crânio: 1- Sincondrose esfeno-occipital; 2-Sincondrose inter-esfenoidal; 3-Sincondrose esfeno-etmoidal. A atividade na sincondrose inter-esfenoidal desaparece logo após o nascimento. A sincondrose intra-occipital se fecha entre o terceiro e o quinto ano de vida. A esfeno- etmoidal permanece ativa até os 7-10 anos de vida. 05 Base do Crânio: E a sincondrose esfeno-occipital é um dos principais centros de crescimento da base do crânio, pois a atividade condroblástica persiste (permanece ativa) até aproximadamente os 18 a 25 anos de idade. Enlow declara que uma das mais significantes alterações do crescimento que a base do crânio se submete, consiste em um processo de remodelação que se processa na fossa craniana média. Esta remodelação provoca um deslocamento para frente da base craniana anterior e das estruturas superiores da face localizadas na maxila, e um deslocamento da mandíbula para baixo e para frente. 05 Outra expressiva alteração de crescimento que se sucede na base craniana é a remodelação que ocorre na fossa craniana anterior. Isto ocasiona um deslocamento anterior do osso frontal e da área nasal. Base craniana: 1- Anterior: deslocamento anterior do osso frontal e da área nasal; 2- Média: deslocamento anterior e inferior do complexo nasomaxilar; 3- Posterior: deslocamento para frente e para baixo da mandíbula. Base do Crânio: 05 Base do Crânio: Com relação ao ângulo da base do crânio, embora ocorram pequenos movimentos de abertura e fechamento, na maioria das vezes este ângulo é estável. O valor médio do ângulo da base do crânio gira em torno de 130º. Um ângulo da base do crânio aberto ou obtuso normalmente pode estar associado com a localização mais posterior da mandíbula e, consequentemente, com um padrão facial classe II. Um ângulo da base do crânio mais fechado ou agudo via de regra pode estar associado com uma localização mais anterior da mandíbula e, portanto, com um padrão facial classe III. 05 Base do Crânio: Ortodonticamente, temos pouca ou nenhuma influência sobre as alterações de crescimento que se manifestam na base craniana. Entretanto, utilizamos áreas da base craniana como planos de referência no intuito de determinar mais precisamente as alterações que ocorrem nas estruturas faciais. 05 Maxila (complexo nasomaxilar): Os mecanismos para o crescimento da maxila são de reabsorção e aposição óssea a partir do tecido conjuntivo. A maxila cresce em todas as direções do espaço, porém seu trajeto predominante de crescimento real (deslizamento) se dá para cima e para trás. Como o complexo nasomaxilar se depara posteriormente com a base do crânio, esse crescimento superior e posterior provoca um deslocamento primário contrário para baixo e para frente. A maxila recebe aposição óssea perióstica em todas as suas superfícies. A soma mais significativa de deposição óssea surge na porção posterior da maxila. 05 Maxila (complexo nasomaxilar): Estas deposições, assim como as laterais, proporcionam o aumento do comprimento do arco dentário e possibilitam a erupção dos dentes posteriores. O palato recebe depósitos periósticos na superfície bucal e é reabsorvido em sua superfície nasal. Sicher considerou como os locais mais importantes para o crescimento da maxila quatro pares de suturas: a) sutura frontomaxilar; b) sutura zigomaticomaxilar; c) sutura zigomaticotemporal; d) sutura pterigopalatina. 05 Maxila (complexo nasomaxilar): Essas suturas se dispõem paralelamente no espaço, orientando-se de cima para baixo e de trás para frente, de tal maneira que o crescimento dessas suturas deslocaria a maxila obliquamente para baixo e para frente. Arne Bjork, em seus estudos com implantes, constatou que a maxila se desloca em direção inferior e anterior durante o seu crescimento. 05 Maxila (complexo nasomaxilar): Isso implica que em alguns indivíduos a maxila mantém um vetor de crescimento predominantemente horizontal, enquanto em outros o crescimento se processa em direção vertical. No entanto, a disposição dessas suturas não é evidenciada quando se olha o crânio de frente. Dizer que a "maxila é posicionada para baixo e para frente por crescimento nas suturas e na cartilagem nasal não é inteiramente verdade". Necessitamos recorrer à análise funcional do crânio. Para Moss a cabeça é uma estrutura com grande número de funções relativamente independentes: olfato, respiração, visão, digestão, fala, audição, equilíbrio e interação neural. 05 Maxila (complexo nasomaxilar): Cada função se realiza por um grupo de tecidos moles e os elementos esqueléticos ligados a uma só função é chamado de "componente funcional cranial". A totalidade dos elementos esqueléticos associados com uma só função se denomina "unidade esquelética". A totalidade dos tecidos moles associados com uma só função é denominada de "matriz funcional". A origem, o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção da unidade esquelética dependem quase que exclusivamente da sua matriz funcional relacionada. 05 Maxila (complexo nasomaxilar): Além disso, existe o crescimento essencial dos seios maxilares. As alterações maxilares resultantes dos componentes esqueléticos seriam, portanto, secundários, compensatórios e mecanicamente obrigatórios. A grandeza empregada que pode ser utilizada para avaliar o deslocamento vertical da maxila é o comprimento da distância N-A; ângulo formado pelos planos palatino e mandibular (estima a relação vertical entre a mandíbula e a maxila). Também torna-se importante avaliar a relação que a maxila guarda com a mandíbula, e está é aferida pelo ângulo ANB. 05 Mandíbula: A mandíbula, único osso móvel do complexo craniofacial, é um osso misto ou composto, ou seja, de origem "endocondral" e "intramembranoso". No recém nascido o corpo da mandíbula não está bem definido, o processo alveolar começa a delinear-se concomitantemente com o desenvolvimento e irrupção dos dentes decíduos, os ramos são proporcionalmente curtos, e as cabeças da mandíbula ainda não se aproximaram de sua forma definitiva. 05 Mandíbula: O crescimento endocondral das cabeças da mandíbula exerce um importante papel no desenvolvimento mandibular. Contudo, por volta do final do primeiro ano, a sínfise se fechou, transformando a mandíbula em um osso ímpar. Além do crescimento da cabeça da mandíbula ser endocondral, temos também uma ossificação intramembranosa em toda a superfície da mandíbula _ reabsorção e neoformação óssea concomitante. Assim, o crescimento real da mandíbula ocorre em uma enormidade de direções regionais. 05 Mandíbula: Geralmente há uma tendência predominante de crescimento para cima e para trás, ocasionando um deslocamento simultâneo de toda a mandíbula em uma direção oposta, isto é, para frente e para baixo. Quando vista em traçados cefalométricos seriados superpostos pela base craniana, a mandíbula "cresce para frente e para baixo". 05 Mandíbula: Em alguns casos o crescimento da cabeça da mandíbula se processa em direção vertical, provocando uma rotação mandibular no sentido anti-horário e uma redução no ângulo goníaco (tendência a padrão I ou II). Em outros casos o crescimento da cabeça da mandíbula se manifesta em direção sagital ou distal, onde a mandíbula gira no sentido horário, aumentando o ângulo goníaca (tendência a padrão III). Felizmente o grupo de crescimentocondilar vertical constitui-se de um maior número de indivíduos e geralmente a mandíbula como um todo experimenta um bom padrão de crescimento horizontal. 05 Mandíbula: Existe uma diferença nítida entre a quantidade média de crescimento para os surtos juvenil e adolescente (ou pubescente). Uma característica do período juvenil foi um crescimento regular de aproximadamente 3mm por ano, sem nenhum pico pronunciado e com uma suave diminuição por volta dos 11 anos e 9 meses _ mínimo pré-pubescente de 1.5mm. Na idade de aproximadamente 14 anos e 6 meses, ocorre um surto pubescente máximo_ crescimento terminal mandibular (estirão da adolescência), com um crescimento médio de 5.5 mm (medindo da cabeça da mandíbula ao pogônio). 05 Mandíbula: Existem várias medidas cefalométricas que podem ser consideradas para avaliar o tamanho e a posição relativa da mandíbula. Os mais utilizados são o ângulo SNB e o eixo "y" de crescimento. 05Predição de crescimento: A idade cronológica frequentemente não é suficiente para a avaliação do estágio do desenvolvimento do paciente, por isso, a idade biológica deve ser determinada. A idade biológica é determinada pela idade esqueletal, dental e morfológica e o começo da puberdade. É possível com o uso da radiografia (análise carpar e vertebral) estipular o estágio da formação e desenvolvimento ósseo e epifisário, e determinar a idade esquelética. A tendência atual é determinar a idadade óssea através da radiografia do carpo da mão esquerda. 05Predição de crescimento: Pois, no carpo e ossos da mão temos uma grande quantidade de ossos e epífises localizadas em uma área não muito extensa, facilmente radiografável, através de uma só exposição, permitindo ainda a adequada proteção do indivíduo. 05 Predição de crescimento: Estudos têm mostrado que dois terços dos casos tratados ortodonticamente incluem tipos de maloclusões onde o crescimento e desenvolvimento craniofacial desempenha papel preponderante no êxito ou no fracasso da mecanoterapia. Algumas crianças têm uma maturação lenta e atingem o pico de crescimento puberal em idades mais avançadas, enquanto outras, com maturação mais rápida, atingem em idades menores. O surto de crescimento puberal acontece na adolescência, de um modo geral entre 10 anos e 6 meses a 15 anos, com uma relativa precocidade para os indivíduos do gênero feminino, que pode ocorrer 2 anos mais cedo que o masculino. 05 Predição de crescimento: O surto de crescimento puberal (SCP) compreende o período do inicio ao final do surto de crescimento puberal que dura aproximadamente 2 anos e, traduz a época em que a criança atinge o seu maior desenvolvimento e maturação das dimensões craniofaciais. O tratamento ortodôntico deve aproveitar a curva de crescimento puberal em toda a sua extensão. O pico de velocidade do crescimento puberal (PVCP = momento de maior velocidade) ocorre por volta de 1 ano após o início do surto de crescimento puberal. Momento da menarca, para o gênero feminino, a primeira menstruação é um excelente indicativo de que o surto de crescimento puberal já está próximo ao seu final (faltam aproximadamente 6 meses). 05 Predição de crescimento: A menarca, considerada acontecimento tardio na puberdade, ocorre após o "pico" de crescimento em altura. Esse dano é de extrema importância, pois sabe-se que as alterações estaturais que se processam subsequentemente até a adultidade são de magnitude irrisória. Depois da menarca as meninas crescem em média de 6 a 8 centímetros. Diversos autores constatam que a idade da menarca está altamente correlacionada com o desenvolvimento esquelético, ou seja, idade óssea. Predição de crescimento: Em que época iniciar a correção de uma maloclusão de classe II com o uso de forças extra-bucais ou aparelhos ortopédicos funcionais? Recentes estudos concluíram que melhores resultados são obtidos durante o surto de crescimento puberal, principalmente quando se tem que corrigir discrepâncias esqueléticas. Os aparelhos funcionais surtem maior efeito durante o surto de crescimento puberal, visto que o crescimento mandibular em pacientes tratados durante este período é aproximadamente 30% maior que em pacientes tratados fora do surto. 05 Predição de crescimento: O surto de crescimento puberal, porém, não ocorre na mesma época em todos os indivíduos, pois não está relacionada à idade cronológica. Estes aspectos podem ser modificados por: a) Fatores ambientais; b) Distúrbios emocionais; c) Diferenças de origens étnicas. 05 Crescimento Facial em Adultos: Embora muitos ortodontistas não considerassem o crescimento do complexo craniofacial após a segunda década de vida, estudos longitudinais confirmam que este crescimento continua durante a idade adulta, podendo alterar o planejamento, execução e principalmente a estabilização do tratamento deste tipo de paciente. Considerações sobre o crescimento craniofacial em adultos: 1- Dismorfismo sexual; 2- Padrão de crescimento; 3-Desaceleração e variação da taxa de crescimento com o aumento da idade. 4- Crescimento diferenciado das estruturas. 05 Crescimento Facial em Adultos: Alguns estudos sugerem que as suturas do crânio fecham-se no final da adolescência seguidas pelas da face. Mas não há um consenso neste sentido, onde outros pesquisadores sugerem que estas suturas podem permanecer patentes até durante a terceira década de vida. Os resultados obtidos por Behrents foram resumidos por Moyers da seguinte forma: a) As alterações de forma e tamanho craniofaciais continuam após a fase adulta jovem até as idades mais velhas estudadas. b) Dimorfismo sexual em relação à quantidade e direção de crescimento. 05 Crescimento Facial em Adultos: c) A quantidade de crescimento não é suficiente para a utilização de aparelhos ortopédicos ou funcionais. d) Essas alterações são suficientes para causar alterações significativas nas relações oclusais e orientação mandibular. Trabalhos publicados pelos autores Israel, Bolton e Behrents confirmam a falta de estabilidade ortodôntica até a idade senil em alguns pacientes, e chegaram a seguinte conclusão: a) Ocorre crescimento ativo na idade adulta; b) Essas mudanças podem variar de 2 a 10%; c) Ocorre um aumento vertical facial; 05 Crescimento Facial em Adultos: d) Estão envolvidos nas mudanças mecanismos biológicos; e) O processo é promovido por um remodelamento dos ossos da face; f) Deve o profissional ter o máximo de cuidado com o diagnóstico e o planejamento a ser executado para diminuir o máximo de recidiva no período de proservação, alcançando as chaves de oclusão, estabilidade oclusal, oclusão mutuamente protegida, desoclusão em lateralidade e protrusiva, máxima intercuspidação habitual mais próxima da relação cêntrica, saúde periodontal, proteção da ATM, etc. Em 1933, Helman, afirmou: "o crescimento da face, evidentemente, não depende da influência do tratamento ortodôntico, mas o bom êxito do tratamento ortodôntico pode estar subordinado à influência do crescimento". O conhecimento relativamente recente de que o crescimento facial é um dos fatores importantes para o êxito de um tratamento ortodôntico, tem tornado o ortodontista mais receptivo ao tratamento precoce no período da dentição mista. 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: No tratamento em pacientes em crescimento, a abordagem esquelética é fundamental porque a proposta do tratamento não é apenas corrigir o defeito presente, mas também observar e tentar prever o potencial de crescimento futuro, minimizando e/ou controlando distorções secundárias das estruturas adjacentes que possam ocorrer. Serve para decisão em relação à melhor época de tratamento e ao usode: 1) Forças extra-orais; 2) Aparelhos funcionais; 3) Tratamento com ou sem extrações; 4) Necessidade ou época de cirurgia ortognática. 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: AEB cervical na dentição mista: 1) Alteração na posição da fissura pterigomaxilar; 2) Espinha nasal anterior (ENA) revelou uma menor quantidade de movimento em direção anterior; 3) Inclinação da parte anterior do plano palatal para baixo; 4) Suave rotação no sentido horário do osso esfenóide; 5) Suave aumento na inclinação do plano mandibular; 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: 6) Menor deslocamento para anterior do mento; 7) Discreto aumento da altura da face inferior; 8) Inibição do movimento para frente dos dentes anteriores; 9) Inibição do movimento da maxila para frente e para baixo; 10) Movimento distal da dentadura superior; 11) Alteração na inclinação do plano oclusal; 12) Mudanças na direção de crescimento de todo o complexo. 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: Efeitos ortopédicos da expansão rápida da maxila (E.R.M): 1) Abertura gradual da sutura palatina mediana; 2) Lopes et al. (2003): ERM também produz alterações na cavidade nasal, seios maxilares, órbitas, superfícies laterais do processo alveolar externo da maxila e regiões circunvizinhas, remodelação óssea para alívio da pressão, movimento translatório dos segmentos ósseos e deflexão óssea das estruturas delgadas; 3)Movimento da maxila para frente e para baixo; 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: 4) Mandíbula sofre rotação no sentido horário; 5) Altera plano oclusal - mordida abre; 6) O perfil sofre alteração a nível de lábio superior e pogônio mole; 7) Plano palatino baixa; Tração reversa: 1) Deslocamento ântero-inferior da maxila e dentes superiores; 2) Rotação horária mandibular; 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: 3) Inclinação lingual dos incisivos inferiores; 4) Terço inferior da face aumentado; 5) Deslocamento do nariz para frente; 6) Aumento da convexidade de perfil; 7) Inibição do crescimento mandibular. 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: Uso de BTP no controle da rotação da mandíbula: A BTP (barra transpalatina) pode provocar bloqueio do crescimento vertical do processo dentoalveolar ou até mesmo intruir molares superiores com consequente rotação espacial da mandíbula no sentido anti-horário, melhorando assim o relacionamento anterior tanto no sentido vertical como horizontal. Com o uso da BTP pode-se notar alterações na análise do tecido mole (Barbosa et al. 2005). 1) Alteração no vetor e velocidade de crescimento maxilar e mandibular; 2) Remodelações ósseas a nível de: cabeça da mandíbula, tuberosidade articular e processo alveolar. 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: Aparelhos ortopédicos funcionais: Atribuíram os resultados encontrados em uma possível ação do Bionator de atuar contra os fatores inibitórios de crescimento mandibular, liberando o potencial de crescimento que se encontraria mais restringido nos pacientes com maior retrognatismo. 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: Bionator de Balters: 05 O efeito do tratamento ortodôntico sobre o crescimento simultâneo do complexo craniofacial: Aparelho de rotação mandibular (APM): Póstero-superior: distalização e intrusão dos molares superiores; Ântero-inferior: protrusão e intrusão dos incisivos inferiores; Observação: não se sabe exatamente se o efeito deste aparelho é ortodôntico ou ortopédico, usa-se mais como ortodôntico. Correção de Classe II: 05 Conceitos importantes: Crescimento: Aumento progressivo de tamanho. Desenvolvimento: Resultado do crescimento natural, diferenciação ou evolução mediante mudanças sucessivas. Maturação: Surgimento de características pessoais e de fenômenos comportamentais como consequência do processo de crescimento. 05 Conceitos importantes: Observação: Crescimento cessa, mas desenvolvimento não. O crescimento é um fenômeno anatômico, já o desenvolvimento é um desenvolvimento fisiológico. Processos de crescimento tecidual: Intersticial: Anexação de novos elementos celulares nos interstícios pré-existentes. Exemplo: tecido epitelial; 05 Processos de crescimento tecidual: Aposicional: Anexação de novas células em camadas superpostas aos pré-existentes. Ex.: tecido ósseo; Interstício aposicional: Mecanismos associados com crescimento aposicional na superfície, e proliferação celular da matriz intersticial. Ex.: cartilagens. Tipos de ossificação: O tecido ósseo pode se formar através de dois processos: o processo intramembranoso e o proccesso endocondral. 05 Tipos de ossificação: Ossificação intramembranosa:1. O processo tem início pela diferenciação de células mesenquimatosa que se transformam em osteoblastos. Estes sintetizam o osteóide (matriz ainda não mineralizada), que logo se mineraliza, englobando alguns osteoblastos que se transforam em osteócitos. Ocorre no esqueleto cefálico, na maxila, no corpo e no ramo mandibular. Ossificação endocondral::1. Tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, que gradualmente é destruída e substituida por tecido ósseo formado a partir de células do tecido adjacente. Ocorre na base craniana e côndilo mandibular. 05 Crescimento dos processos alveolares: No que diz respeito ao crescimento do processo alveolar, ele adapta-se e remodela-se de acordo com as necessidades dentárias e sofre reabsorção quando os dentes são perdidos. A deposição óssea do processo alveolar contribui primordialmente para o aumento da altura maxilar, mas também auxilia no aumento do comprimento, pois acompanha o crescimento da tuberosidade. O crescimento em altura da maxila deve-se também ao desenvolvimento da cavidade nasal e dos seios maxilares, que se adequam às necessidades respiratórias. Durante o crescimento da maxila e da mandíbula, os dentes sofrem um processo denominado flutuação vertical,, o qual permite que os dentes mantenham suas posições anatômicas enquanto os maxilares crescem. 05 Crescimento dos processos alveolares: O processo de flutuação vertical move todo o dente e seu alvéolo, isto é, o dente não flutua verticalmente para fora do seu alojamento alveolar, como ocorre na irrupção. Ao contrário, na flutuação vertical, o alvéolo e seu dente flutuam juntos, como uma unidade. Crescimento dos arcos dentários: Arco dentário: mesial do primeiro molar permanente do lado direito até a mesial do primeiro molar permanente do lado esquerdo. Perímetro do arco dentário: circunferência do arco, mesial do primeiro molar permanente de um lado ao primeiro molar permanente do outro. 05 Crescimento dos arcos dentários: Largura dos arcos: medidas transversais que se estendem de um dente até o seu contralateral; Comprimento do arco: dimensão anteroposterior do arco dentário, estendendo-se da face palatina do incisivo central, passando pela rafe palatina até chegar a linha imaginária que passa pela face mesial dos primeiros molares permanentes. Largura do arco dentário: a largura dos arcos dentários traduz as medidas transversais que se estendem de um dente até o seu contralateral. A largura do arco dentário pode ligar as pontas de cúspide, o sulco oclusal ou a margem gengival lingual de dentes homólogos. 05 Largura do arco dentário: Ao nascimento, os dentes decíduos anteriores, tanto superiores como inferiores, mostram-se apinhados no interior dos maxilares.Do nascimento até aproximadamente os 6 anos, a maxila e a mandíbula apresentam um significativo alargamento, pelo crescimento da sutura palatina e na sincondrose mandibular. Esse crescimento exuberante fornece espaço suficiente para a irrupção da dentição decídua. As dimensões transversais dos arcos dentários voltam a crescer durante a fase de troca dos dentes decíduos pelos dentes permanentes. Um estudo clássico de Moorrees, 1950, obserevou que, no arco superior, a largura inter-caninos aumenta em média 5mm até os 13 anos. No arco inferior, aumenta em média 3mm. 05 Crescimento dos arcos dentários: A maior parte do aumento da distância intercaninos ocorre na fase de irrupção dos incisivos permanentes, que servem de matriz funcional para estimular o aumento transversal do arco dentário. A distância intermolares aumenta 4 a 2mm nos arcos superior e inferior, respectivamente, até os 18 anos. Após os 13 anos, quando a dentadura permanente está completa, a largura do arco mostra uma estabilidade dimensional. Em geral, o arco dentário não cresce transversalmente na dentadura permanente. 05 Referências: 1. Capelloza Filho, L. Diagnóstico em ortodontia. Maringa: Dental Press; 2004. p. 29-46. 2. Enlow DH. Crescimento facial. 3a ed. São Paulo. Artes médicas. 1996 3. Enlow, DH. Interviews: Dr. Donald H. Enlow. J Clin Orthod, Boulder, p. 669- 679, Oct. 1982. 4. Graber, TM.; Vanarsdall, Jr., R. L. Orthodontics: current principles and techniques. 2nd ed. St. Louis: C. V. Mosby, 1994. p. 965. 5. Hermann, NV.; Jensen, BL.; Dahl, E.; Bolund, S.; Kreiborg, S. Craniofacial comparsions in 22-month old lip operated children with unilateral complete cleft lip and palate and unilateral incomplete cleft lip. Cleft Palate Craniofac J, Lewiston, v. 37, no. 3, p. 303-317, 2000. 6. Moorees, CFA.; Gron, A.; Lebret, LML.; Yen, PKJ.; Frohlich, FJ. Growth studies of the dentition: A review. Am J Orthod Dentofacial. Orthop, St. Louis, v. 55, p. 601-617, 1969. 7. Moorrees CFA. Twenty centuries of orthodontics. In: Jacobson A, Jacobson RL, editors. Radiographic cephalometry: from basics to 3-D imaging. 2nd ed.Chicago: Quintessence; 2006. p. 13-32 8. Moss ML. The primary role of functional matrices in facial growth. Am J Orthod 1969; 55(6): 566-77. 9. Moyers, R.; Linden, F. van der; Riolo, M. Standards of human occlusal development. In: CARLSON, D. S. Craniofacial biology. Ann Arbor: [s.n.], 1976. p. 371. Craniofacial Growth Series. 10. Moyers RE. Ortodontia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; p.175-6. 11. Thompson, MW.; Mcinnes, RR.; Willard, H. F. Genética médica 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1993. 05 Sobre a autora: Olá, me chamo Daniela, tenho 27 anos e sou cirurgiã dentista, especialista em Ortodontia. Este e-book foi montado através de um compilado de conteúdos a cerca do crescimento e desenvolvimento craniofacial, com muito carinho e dedicação para auxiliar você, estudante de odontologia ou cirurgião dentista na busca por mais conhecimento. Se você chegou até aqui, espero que tenha gostado! E, se desejar, podemos bater um papo e falar mais a respeito. Basta responder esse e- mail ou me procurar nas redes sociais @dradaniela.modanese será um prazer lhe responder!
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