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Introdução ORTODONTIA ORTHOS ODONTOS; É a especialidade da odontologia que trata do reconhecimento, do diagnóstico e do tratamento das más oclusões. Oclusão dentária é o contato dos dentes superiores com os inferiores ao fechar a boca. Em condições normais, os dentes superiores devem encobrir ligeiramente os inferiores, ou seja, o arco dentário superior deve ser um pouco maior que o inferior. MALOCLUSÃO: Qualquer alteração nesse mecanismo é chamada de má oclusão dentária que pode trazer danos para os dentes, gengivas, ossos, músculos, ligamentos e articulações. Para que o ortodontista seja capaz de diagnosticar e planejar a terapia ortodôntica e analisar corretamente os resultados obtidos, ele precisa ter conhecimentos básicos acerca do crescimento e do desenvolvimento craniofacial, além de realizar uma anamnese bem feita: Paciente respirador bucal? Um profissional munido desse conhecimento está apto para manipular o crescimento craniofacial em benefício do paciente, sempre ciente das possibilidades e limitações de cada caso clínico. Assim, ele é capaz de indicar não só a melhor ortopedia/ortodontia, como também a melhor época para o início do tratamento. Os conhecimentos básicos acerca do crescimento craniofacial são fundamentais para o diagnóstico, planejamento, tratamento e avaliação dos resultados de terapia ortodôn6ca. As más posições dentais muitas vezes encontram-se associadas a irregularidades no posicionamento espacial da maxila e da mandíbula e destes ossos com a base do crânio refletindo-se diretamente no plano de tratamento. Desenvolvimento e crescimento Crescimento Aumento de volume permanente e irreversível, porém limitado. Alteração em magnitude, ou seja, aumento da massa (mudança Quantitativa). Desenvolvimento Progredir no sentido da maturidade das funções, englobando a diferenciação progressiva em níveis celulares e teciduais (mudança quantitativa e qualitativa) enfocando, assim, os verdadeiros mecanismos biológicos envolvidos no crescimento. Maturidade emocional, psicológica, funcional.... Alguns tratamentos ortodônticos não funcionam se os pacientes estiverem passados de certas fases do desenvolvimento, por isso a necessidade de se entender o desenvolvimento. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: Predomina um consenso, na literatura, de que nesse processo as meninas antecedem os meninos, atingindo uma maturidade mais precoce. CRESCIMENTO ÓSSEO: O osso é um tecido altamente metabolizado e, a respeito de sua dureza, apresenta-se como um dos mais plásticos e maleáveis tecidos orgânicos. Por ser um tecido vivo, com vasos, nervos linfáticos, revestido externa e internamente, tem uma atividade continua e equilibrada durante toda a vida do indivíduo. Ossificação intra-membranosa: osso propriamente dito Ossificação Endocondral: Cartilagem e depois osso DESENVOLVIMENTO ÓSSEO: O osso pode ter uma origem membranosa, quando os osteoblastos surgem diretamente de uma concentração de células mesenquimatosas, indiferenciadas, para em seguida ter a formação da peça óssea. As células mesenquimáticas se diferenciam em osteoblastos. Estes, por sua vez, sintetizam osteóides (matriz óssea recém sintetizada), que se mineralizam, dando origem aos osteócitos. Vários desses centros de ossificação acontecem simultaneamente dentro de uma membrana de tecido conjuntivo. Desse modo, as traves ósseas formadas dão aspecto esponjoso ao osso, propiciando a penetração de vasos sanguíneos nessas cavidades formadas, originando a medula óssea O osso segue pelo modelo cartilaginosa ou endocondral quando o mesênquima se condensa formando uma pré-cartilagem. Posteriormente as células dessa área condensadas, se diferenciam em condrócitos (células cartilaginosas) que elaboram uma substância intercelular a qual se constitui o esboço da peça óssea. Esse modelo cartilaginoso e destruído e substituído por osso (salvo nas regiões de epífises e diáfises de ossos longos) à cartilagem de crescimento ou epifisária. Crescimento e desenvolvimento craniofacial Layara Aquino No esqueleto cefálico, a base do crânio, o revestimento do côndilo mandibular e o septo nasal tem origem em modelo cartilaginoso, os demais ossos, em modelo membranoso. Sincondrose esfeno-occipitaldetermina o crescimento antero- posterior do crânio. Pode persistir até os 25 anos. Radiografia de mão e punho para avaliar o crescimento ósseo (a presença de cartilagem) Mecanismos de crescimento: Periósteo e endósteo: São membranas conjuntivas que revestem externa e internamente as superfícies ósseas respectivamente. Desempenham função de nutrição do osso e vascularização do osso. Todo crescimento ósseo se dá pelos mecanismos básicos da remodelação: Deslizamento e Deslocamento. A remodelação óssea consiste nos processos especializados de aposição óssea em um lado da superfície cortical (onde há a direção do crescimento) e de reabsorção óssea na superfície oposta, promovida pelos osteoblastos e osteoclastos, respectivamente. Há dois tipos de movimentos durante o crescimento: o deslizamento e o deslocamento. O deslizamento é o movimento gradual da área de crescimento ósseo provocado pela combinação dos processos de aposição e reabsorção óssea (remodelação óssea). O deslocamento é o movimento de todo o osso como uma unidade. Conforme o osso cresce por deposição óssea em uma determinada direção, ele se desloca no sentido contrário, afastando-se do osso vizinho. Esse deslocamento recebe o nome de deslocamento primário. Deslocamento secundário se dá pelo crescimento de outros ossos relacionados a ele direta ou indiretamente. Por exemplo, o crescimento em direção anterior da fossa craniana média e do lobo temporal do cérebro desloca a maxila para a frente e para baixo. Ativo nos jovens (maior aposição que reabsorção); Equilíbrio entre os processos nos adultos (turnover); Reabsorção é maior que aposição (osteoporose). Melhor fase para a intervenção ortodôntica? Teorias do crescimento crâniofacial: John Hunter (1771): O primeiro a propor uma teoria para o crescimento craniofacial, baseando-se na capacidade de remodelação óssea. Supôs que para que houvesse espaço necessário para os dentes permanentes era preciso que a mandíbula crescesse em direção posterior por reabsorção da borda anterior e aposição óssea da borda posterior do ramo ascendente. Humphry (1871): Confirmou essa hipótese utilizando implantes (anéis) metálicos justapostos inseridos nos ramos ascendentes da mandíbula de porcos. Sicher (1947): Deduziu, após muitos estudos histológicos, que as suturas eram responsáveis pela maior parte do crescimento facial, desenvolvendo a teoria da dominância sutural. Ele observou que a proliferação do tecido conjuntivo nas suturas resultava no afastamento dos ossos (criando espaço entre os ossos para o crescimento aposicional), deslocando-os na direção de menor resistência. Scott (1953): O deslocamento para baixo e para frente da face era primariamente atribuído aos ossos da base do crânio, vômer e septo nasal (que possuem ossificação endocondral). Moss (1962): A determinação dos crescimentos ósseo e cartilaginoso é uma resposta ao crescimento intrínseco de estruturas associadas, chamadas por ele de matrizes funcionais. Para ele, cada componente da matriz funcional desempenha uma função necessária, como respiração, mastigação, fala, enquanto os tecidos esqueléticos apoiam e protegem essas matrizes funcionais associadas. O tecido esquelético cresce somente em resposta ao crescimento dos tecidos moles, e o efeito é uma translação passiva dos componentes esqueléticos no espaço. Enlow (1965): Desenvolveu a teoria do crescimento em V, que se baseia no princípio de que “o crescimento sobre os extremos livres aumenta a distância entre eles mesmos”. Von Limborgh (1968, 1970 e 1972): Fez uma combinação de várias teorias na tentativa de confrontar e considerar as muitas complexidadesenvolvidas na regulação do crescimento. De acordo com o pesquisador, o crescimento craniofacial é influenciado por fatores genéticos e ambientais. Hormônios, condições alimentares, hábitos, influências ambientais e à hereditariedade, que determinam a qualidade e a quantidade de crescimento. Petrovic (1974): Detectou uma predeterminação não genética no comprimento final da mandíbula, em que a direção e a magnitude da variação do crescimento condilar foram percebidas como respostas quantitativas ao aumento da maxila. Depende da Mandibula↔Depende da maxila Métodos de estudo do crescimento ósseo: A trajetória do crescimento crânio facial é descrita como uma sucessão simultânea de eventos biológicos que deslocam a face no sentido anterior e para baixo. Observa-se: Idade esquelética (radiografias carpais); Idade dental (panorâmica); Idade cronológica (data de nascimento); Idade biológica (menarca/características da puberdade, relação peso/altura); Idade mental (desenvolvimento intelectual). Abobada craniana: O cérebro cresce em volume, nas três direções espaciais, obrigando os ossos que o recobrem a expandir–se em altura, largura e profundidade, auxiliados pelas suturas, fontanelas e sincondroses que tem seus tempos de fechamentos definidos de acordo coma finalização da necessidade de expansão. Esse aumento de volume do cérebro promove o movimento do osso frontal, da base do crânio e do osso temporal para anterior com repercussões na face. Face: A face é formada intrauterinamente pelos processos duplos nasais, maxilares e mandibulares que até a oitava semana migraram e se fundiram entre si. Maxila: O crescimento da maxila se dá em três direções: Altura; Antero posterior; Largura. ALTURA: Depende do desenvolvimento da cavidade nasal e dos seios maxilares que se adequam as necessidades respiratórias do desenvolvimento humano, pelo aumento do fluxo de oxigênio delas decorrentes; Ao tamanhos das raízes dos dentes decíduos e permanentes também exigem uma maior quantidade de osso alveolar. ANTEROPOSTERIOR: Depende principalmente do aumento do seio maxilar; Osso vômer e septo nasal também influenciam no direcionamento do crescimento nesse sentido; A mastigação eficiente e correta também influencia no padrão de crescimento maxilar. LARGURA: Em uma vista frontal da face comparando uma criança e um adulto nota-se o crescimento no sentido lateral. Expansão lateral do cérebro, aumento do diâmetro das orbitas e da distância entre elas, distanciamento entre os côndilos mandibulares e aumento transversal da cavidade bucal. Todo esse crescimento em largura se faz necessário para guiar o crescimento da mandíbula. A sutura palatina mediana também exerce um papel importante guiando o crescimento no sentido da largura da face, pois os ossos maxilares se movimentam lateralmente até se fundirem na adolescência. Mandíbula: O crescimento da mandíbula se dá em três direções: Altura; Antero posterior; Largura. ALTURA: O desenvolvimento vertical do ramo da mandíbula é o principal responsável pela determinação da dimensão vertical da face humana. Os ossos alveolares também sofrem adaptações em sua altura para propiciar mais espaços para as raízes dos dentes. ANTEROPOSTERIOR: Ocorre remodelação óssea no sentido anteroposterior. No ramo ocorre reabsorção anterior e aposição na parte posterior possibilitando espaço para erupção dos dentes permanentes. Ângulo mais aberto na mandíbula infantil entre o ramo e o corpo da mandíbula quando confrontado com esse mesmo ângulo na mandíbula adulta. LARGURA: A mandíbula cresce em forma de V expandindo-se para as extremidades; A necessidade de mais espaços para as funções linguais e uma maior quantidade de dentes exige o crescimento em largura da mandíbula. Considerações finais: Os paciente ortodônticos somente chegam até nos em idade de crescimento quando são encaminhados. O ensino da ortodontia na graduação aumenta a chance de um tratamento das más oclusões mais rápida. A importância do conhecimento do crescimento ósseo nos direciona o local correto para intervenção durante o tratamento.
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