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REDE DE INCUBADORAS DO RIO DE JANEIRO n REINC A P O I O Modelo de Gestão para Incubadoras de Empresas Uma Estrutura de Indicadores de Desempenho REALIZAÇÃO REDE DE TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO Armando Augusto Clemente Paula Gonzaga Roberta Alves REDE DE INCUBADORAS DO RIO DE JANEIRO – ReINC Coordenador José Alberto Sampaio Aranha PUC-Rio Maurício Guedes COPPE/UFRJ Regina Fátima Faria COPPE/UFRJ Nilza Kover Bio-Rio José Rousso CEFET/RJ Wania Monnerat UERJ/Friburgo Heloísa Helena Monnerat UFF Stella Regina da Costa UFRRJ Julio Flavio Souza Lima INT AUTORES Coordenador da Pesquisa Prof. Heitor Mansur Caulliraux, DSc. Escola Politécnica e COPPE/UFRJ Equipe Almaísa Monteiro Souza, MSc. Daniela Paula Sousa Andérez Elaine Curvelo Yamashita SUMÁRIO 5 APRESENTAÇÃO 7 PREFÁCIO 9 INTRODUÇÃO 11 OBJETIVOS DO PROJETO 13 ATIVIDADES REALIZADAS 17 MODELO DE GESTÃO PARA INCUBADORAS DE EMPRESAS BASEADO EM PROCESSOS E INDICADORES 17 Estratégia: considerações sobre propósitos, missão e visão das Incubadoras de Empresas 19 Processos principais identificados 21 Proposta de Modelo de Negócio 26 Indicadores de Desempenho: uma descrição da metodologia Balanced Scorecard 37 Circuitos de Aprendizado 41 PROCESSOS, ESTRUTURAS E ANÁLISE DOS INDICADORES DE DESEMPENHO 41 Processos e Indicadores de Desempenho para Incubadoras de Empresas 45 Estruturas Genéricas de Indicadores de Desempenho 51 Análise de Stakeholders, Missão, Modelos de Negócios e Estruturas de Indicadores 77 REQUISITOS E ARQUITETURA DE SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO 77 Sistemas Integrados de Gestão: características e considerações 81 Fornecedores e Sistemas analisados 82 A Solução ASP 85 DESDOBRAMENTOS POSSÍVEIS 87 CONCLUSÕES 87 Teórico/Conceitual 88 Casos Analisados 88 Sistemas Integrados de Gestão 89 Indicação de Estrutura de Indicadores de Desempenho 95 BIBLIOGRAFIA INCUBADORAS DE EMPRESAS 5 APRESENTAÇÃO om o objetivo de fomentar atividades empreendedoras, atra- vés de ações que visam o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro, a Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro vem estabelecendo diversas parcerias, com o apoio de suas 41 insti- tuições de ensino, pesquisa e governo associadas. A Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro, hoje, abriga cinco Redes Temáticas, com foco em cooperação tecnológica internacio- nal (REINCO), química analítica (REQARJ), propriedade intelec- tual (REPICT), metrologia (Rio-Metrologia) e incubadoras de em- presas (ReINC). A Rede de Incubadoras do Rio de Janeiro (ReINC) reúne as incubadoras sediadas no Rio de Janeiro. A ReINC se propõe reali- zar projetos ligados à capacitação gerencial e ao desenvolvimento sustentável das empresas residentes nas incubadoras. O objetivo é estimular o aumento da capacidade “empreendedora”, na realiza- ção de projetos conjuntos. A ReINC, portanto, desenvolve um in- tenso intercâmbio entre as incubadoras e permite o compartilha- mento de recursos e o aprimoramento de seus processos de gestão. Estão associadas à ReINC oito incubadoras de base tecnológi- ca: Incubadora e Pólo Tecnológico da Fundação Bio-Rio; Incuba- dora da COPPE/UFRJ; Incubadora da PUC-Rio; Incubadora de Empresas do Instituto Politécnico da UERJ, Incubadora de Em- presas de TeleInformática do CEFET/RJ; Incubadora de Empre- sas Agro-industrial da UFRRJ; a Incubadora de Empresas da UFF e a Incubadora de Empresas do INT, num total de 70 empresas residentes. C ISBN 85-87922-15-7 E-papers Servicos Editoriais Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ Caixa Postal 68.568 Cidade Universitária – Ilha do Fundão Cep 21.945-970 Rio de Janeiro – Brasil CNPJ 03.484.075/0001-83 Capa, projeto gráfico e diagramação Lívia Krykhtine Revisão Elisa Sankuevitz 6 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 7 PREFÁCIO sta publicação tem por objetivo básico apresentar uma pro- posição concreta de Modelos de Gestão baseados em proces- sos e indicadores aplicados às Incubadoras de Empresas do Estado do Rio de Janeiro. O projeto que deu origem às informações aqui apresentadas foi encomendado pela Rede de Incubadoras do Rio de Janeiro – ReINC, Núcleo de Referência em Redes de Incuba- doras, pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Em- preendimentos de Tecnologias Avançadas – Anprotec, e conduzido pela Rede de Tecnologia e pelo Grupo de Produção Integrada/UFRJ. Algumas informações iniciais podem auxiliar na compreensão do texto e do ambiente no qual este foi gerado. Em primeiro lugar, cumpre ressaltar que Modelos de Gestão baseados em processos e indicadores já são aplicados em empresas com fins lucrativos há alguns anos. Esta abordagem, entre outros pontos, já se encontra na base de sistemas informáticos de apoio à gestão empresarial. Por exemplo, o Sistema Integrado de Gestão R/3 da empresa alemã SAP permite uma implantação do mesmo a partir dos processos da empresa. Após esta implantação, a mesma pode ser gerenciada atra- vés dos seus processos (em geral, transversais às áreas funcionais) monitorados constantemente por indicadores de desempenho. Este tipo de Modelo de Gestão passou, recentemente, a ser adotado por instituições governamentais ou pára-governamentais. Em segundo lugar, cabe ressaltar que o movimento de melhoria gerencial das Incubadoras de Empresa se encontra em fase inicial. Este movimento deve ganhar força na medida em que os recursos para financiamento das mesmas se torne ou mais escasso ou mais E A coordenação da ReINC está a cargo do representante da PUC- Rio, o Prof. José Alberto Aranha. Um dos projetos do Plano de Ação da ReINC no ano 2000 foi o desenvolvimento de um modelo de gestão baseado em estratégias, políticas operacionais, estrutura de indicadores de desempenho, modelo de avaliação e sistema integrado de gestão para incubado- ras de empresas. Este modelo de gestão é apresentado nesta publi- cação que marca, assim, o início de uma série que a Rede de Tecno- logia, na ReINC, passará a editar. Em 2001, a ReINC dará continuidade a esse projeto desenvol- vendo um modelo de gestão integrador de três níveis organizacio- nais: rede de incubadoras; incubadoras e empresas residentes. As premissas dessa fase do projeto são a busca contínua da exce- lência; a utilização da metodologia Balanced Score Card (BSC), como ferramenta de apoio à decisão e ao aprendizado; processos focados no cliente e em conformidade com o padrão ISO 9000; avaliação do desempenho, baseada nos critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), e o uso intensivo de tecnologia da informação. Com o trabalho das redes temáticas, a Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro entende estar desempenhando seu papel articulador entre a oferta tecnológica instalada em suas instituições e o setor produtivo fluminense. Esta publicação só é possível por contar com o apoio do SEBRAE/RJ e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Secre- taria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SEDECT). ARMANDO CLEMENTE é Secretário Executivo da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro 8 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 9 movimento de incubadoras no Brasil se iniciou em 1988 e vem crescendo cerca de 30% ao ano. Em 2000, as 135 incubadoras, 1.100 empresas residentes e 450 graduadas conforme dados do Panorama 2000 Anprotec, colocam o Brasil em destaque neste movimento no cenário mundial. Entretanto, pôde- se observar a inexistência, até o presente momento, de um modelo de gestão adequado à realidade dessas organizações, e tampouco a padronização desse modelo, que determinasse sua utilização por todas as incubadoras e empresas. O questionamento de modelos de gestão, e de indicadores de avaliação para incubadoras e empresas nascentes, objetiva a procura da eficiência deste processo. É neste contexto que um trabalho, como o realizado pela ReINC, sob a coordenação do Prof. Heitor Mansur Caulliraux, surge como uma ferramenta importante. A metodologia BSC (Balanced Scorecard, Norton e Kaplan), base do referido trabalho, é recente na gestão de processos, e sua utilização na gestão de incubadoras tem umcaráter pioneiro. A escolha por essa metodologia em detrimento das outras existentes reside no fato de ser o BSC uma metodologia flexível e adaptável à realidade de diferentes organizações. A metodologia BSC consiste em um processo de gestão baseado na utilização de um conjunto de indicadores de desempenho, orga- nizados e articulados logicamente, de forma a compatibilizar medi- das que retratem a performance passada e guiem o desempenho futuro de uma organização. Compõe-se de indicadores desenvolvi- dos a partir de quatro perspectivas: finanças, clientes, processos in- ternos e aprendizado/inovação. Essas são as perspectivas básicas INTRODUÇÃOdisputado (maior número de incubadoras). Atrelado a isto tem-seuma maior preocupação com eficiência/eficácia dos recursos apli- cados pelas instituições financiadoras. O fato de se estar no início deste movimento de melhoria (associado a outros pontos como, por exemplo, as especificidades dos controladores) faz com que as incu- badoras se encontrem em diferentes estágios de desenvolvimento gerencial. Em algumas, por exemplo, pontos como missão, estraté- gia etc., são, ainda mal definidos. Finalmente, a difusão de ferra- mentas de gestão informatizadas é extremamente baixa. Encontra- mos, na maior parte dos casos, somente planilhas eletrônicas e ban- cos de dados de usos geral. Em terceiro lugar, cabe ressaltar um problema complexo encon- trado em todas as incubadoras estudadas: os múltiplos stakeholders (entendidos como interessados nos resultados das mesmas) e, em particular dentre estes, os múltiplos financiadores. Esta multiplici- dade dificulta (ou até impossibilita) uma gestão considerada por to- dos como “correta”. Na medida em que existem interesses contra- ditórios (como tentaremos demonstrar no texto) se torna impossí- vel uma “otimização global”. As incubadoras, diante deste fato, ou fazem “otimizações locais” (atendimentos parciais aos diversos in- teressados) ou são obrigadas a tornar um pouco consistentes os ob- jetivos de gestão. Finalmente, ressaltamos que, ao final do estudo, nos parece que o modelo proposto baseado em processos e indicadores parece ser bastante aderente à realidade das incubadoras e de aplicação factível. A aplicação do mesmo deve se apoiar, no entanto, em sistemas de gestão informatizados já disponíveis no mercado. Grupo de Produção Integrada Escola Politécnica Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia Universidade Federal do Rio de Janeiro O 10 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 11 Aidéia deste projeto surgiu, em boa medida, da constatação dedificuldades em avaliar os impactos dos programas de in-cubação no desenvolvimento de empreendimentos e no de- senvolvimento das economias locais e regionais. Grande parte des- ta dificuldade é conseqüência da ausência de critérios estruturados para avaliar o desempenho das empresas incubadas e, conseqüen- temente, das Incubadoras de Empresas. Este tipo de deficiência na avaliação de programas de incubação não parece ser uma novidade, uma vez que referências a este pro- blema foram encontradas em uma publicação da NBIA de 1997, denominada “Impact of Incubator Investments”. A falta de critérios estruturados de avaliação de desempenho gera, entre outros, problemas para agências de fomento e patroci- nadores não-governamentais em avaliar a eficiência do apoio finan- ceiro voltado para as Incubadoras de Empresas, podendo, até mes- mo, inibir o incentivo a este tipo de programa. Para a construção de um modelo consistente de avaliação das organizações que mantêm programas de incubação, foi gerado um projeto que teve os seguintes objetivos principais: a) Definir um Modelo de Gestão para as Incubadoras de Empresas do Rio de Janeiro. Este Modelo de Gestão inclui os seguintes pontos: Estratégia, Políticas Operacionais, Estrutura de Indica- dores de Desempenho e Modelo de Avaliação. b) Indicar os requisitos gerais de um sistema integrado de gestão capaz de apoiar as organizações acima e, simultaneamente, as empresas incubadas. OBJETIVOS DO PROJETOde um scorecard passível de ser adaptado e melhor descrever a reali-dade de uma organização. O diferencial na avaliação a partir dessas quatro perspectivas básicas está justamente no fato de, no BSC, elas serem considera- das interdependentes e resultantes de relações de causa-efeito. Es- sas relações de causa-efeito ocorrem não somente entre as perspec- tivas, interligando-as e tornando-as, portanto, interdependentes, mas também dentro das próprias perspectivas, evidenciando-lhes o des- dobramento dos vários processos e a complexidade organizacional de toda a estrutura empresarial. Assim, a metodologia BSC dá con- ta de uma avaliação completa, pois leva em igual consideração to- das as quatro perspectivas de uma organização. A utilização de tal metodologia é importante, visto que é uma experiência nunca feita anteriormente e, portanto, pioneira, e am- biciona, através do acompanhamento de processos e indicadores, aumentar a eficiência do processo de geração de empresas nascen- tes. Certamente muito ainda terá que ser feito na experimentação deste modelo, e esta é uma das pretensões da presente publicação – estimular o desenvolvimento de projetos-piloto. A ReINC inicia, assim, uma série de publicações cujo objetivo é a melhoria contínua da ferramenta na gestão de incubadoras como parte do processo de formação de empreendedores e de empresas nascentes. JOSÉ ALBERTO SAMPAIO ARANHA é Coordenador da ReINC, diretor da Anprotec e diretor do Instituto Gênesis da PUC-Rio INCUBADORAS DE EMPRESAS 13 a primeira etapa do projeto, foram realizadas duas ativida- des simultâneas: levantamento bibliográfico e entrevistas a gerentes de Incubadoras de Empresas. O levantamento de dados incluiu a busca de informações sobre incubadoras de empresas brasileiras e americanas através de sites na Internet. O objetivo desta busca era adquirir maior conheci- mento sobre o assunto e verificar o estado atual dos programas de incubação. A busca bibliográfica consistiu na leitura de livros re- lativos aos assuntos Incubadoras de Empresas, Modelos de Gestão, Modelos de Negócios, Sistemas Integrados de Gestão e Indicadores de Desempenho (mais especificamente, a metodologia Balanced Scorecard). Foram realizadas entrevistas nas incubadoras com o objetivo de se fazer um levantamento preliminar das principais características dos modelos de gestão por elas adotados. Esses aspectos foram divi- didos em quatro vistas principais, a saber: estratégia, processos, in- dicadores e políticas. Além das entrevistas com gerentes das Incubadoras de Empre- sas do Rio de Janeiro, também foram entrevistados técnicos do SEBRAE/RJ, um dos principais financiadores dos Programas de Incubação no Brasil e também financiador deste trabalho juntamente com a Prefeitura do Rio de Janeiro. Adotamos nos encontros acima a entrevista não-estruturada. Nesta, o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situa- ção em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as per- ATIVIDADES REALIZADAS N 14 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 15 guntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conver- sação informal. Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1978:110), apud Lakatos, Eva Maria (1991), apresenta três modalidades: entrevista focalizada, clínica e não-dirigida. Para este estudo adotamos a entre- vista focalizada. Esta se caracteriza por possuir um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liber- dade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Após o levantamento bibliográfico e a primeira rodada de entre- vistas, desenvolvemos as primeiras propostas conceituais para a cons- trução do Modelo de Gestão e da estrutura genérica de indicadores de desempenho para Incubadoras de Empresas, que serão discuti- dos ao longo deste trabalho. Esta propostafoi apresentada e discu- tida em um seminário no qual estiveram presentes os gerentes das oito incubadoras de empresas do Rio de Janeiro, além de represen- tantes da Rede de Tecnologia, da ReINC e do SEBRAE/RJ. O resultado principal do seminário foi a discussão e a definição precisa dos processos principais das Incubadoras de Empresas e de algumas métricas para a avaliação da Gestão Operacional das Incu- badoras; dos processos de Pré-incubação e Seleção; e da qualidade do produto principal das incubadoras, através de indicadores de avaliação das empresas residentes e das empresas graduadas. A partir do seminário, as Incubadoras de Empresas presentes comprometeram-se em desenvolver seu Modelo de Gestão, basea- dos nos conceitos e metodologias apresentados, que incluía: a) aná- lise dos stakeholders; b) definição de missão/visão; e c) definição do modelo financeiro, modelo de marketing e modelo de operações. Esse Modelo de Gestão serviria como base para o desenvolvimento de estruturas de indicadores de desempenho específicas para que cada incubadora pudesse alcançar seus objetivos estratégicos. Apesar dos resultados terem sido satisfatórios, ainda necessita- riam de alguns ajustes para que pudessem representar um Modelo de Gestão que apresentasse consistência entre os objetivos estraté- gicos da organização, sua forma de operação e o modelo de avalia- ção de desempenho. Também é relevante observar que os resultados apresentados pelas incubadoras não eram homogêneos quanto ao tipo e ao nível de detalhamento das informações. Dessa forma, apenas em alguns casos foi possível realizar análises mais específicas e gerar estrutu- ras de indicadores mais consistentes. Paralelamente a essas atividades, a equipe do projeto também entrou em contato com fornecedores de Sistemas Integrados de Gestão voltados para pequenos empreendimentos. Esta atividade teve como objetivos principais: a) o estabelecimento dos requisitos para um sistema integrado de gestão capaz de apoiar os processos das Incubadoras de Empresas bem como de suas empresas residen- tes; b) avaliar algumas das opções de fornecedores de sistemas inte- grados de gestão voltados para pequenos empreendimentos exis- tentes no mercado; c) avaliar as soluções tecnológicas desses forne- cedores; d) buscar alternativas economicamente viáveis para os ca- sos das incubadoras; e e) propor uma arquitetura geral de Sistema Integrado de Gestão. Em um segundo seminário, realizado com a presença da ReINC e representantes das Incubadoras de Empresas do Rio de Janeiro, foram apresentados e discutidos os Modelos de Gestão e as estrutu- ras de indicadores de desempenho desenvolvidas para cada incu- badora. Foi realizada também a apresentação de um Sistema Inte- grado de Gestão que Apoiaria as Incubadoras de Empresas. Após o segundo seminário, algumas das incubadoras envolvi- das apresentaram informações complementares e comentários re- lativos aos resultados apresentados, finalizando as atividades pre- vistas para o projeto. INCUBADORAS DE EMPRESAS 17 ESTRATÉGIA: CONSIDERAÇÕES SOBRE PROPÓSITOS, MISSÃO E VISÃO DAS INCUBADORAS DE EMPRESAS Nas entrevistas realizadas nesta pesquisa, pudemos observar que poucas incubadoras possuem missão e visão bem definidas. Foi cons- tatado que todos os entrevistados tinham uma visão homogênea do propósito geral dos programas de incubação, entretanto, os objeti- vos específicos de cada incubadora, em apenas um destes casos, encontrava-se desenvolvido. Cada incubadora foi desenvolvida para alcançar objetivos especí- ficos que dependem, entre outros, da instituição a qual está vinculada e da região na qual está estabelecida. A estratégia de cada incubadora também pode ser influenciada pelo estágio de desenvolvimento do programa ou mesmo pelo propósito para a qual foi criada. Dessa forma, cada programa deveria ter objetivos específicos. En- tretanto, uma vez que os propósitos gerais das Incubadoras de Empre- sas parecem ser comuns, é esperado que suas missões/visões sejam razoavelmente uniformes, apresentando “customizações” caso a caso. O ponto inicial para definição de um modelo de gestão é a defi- nição da estratégia da organização. Neste caso, a premissa básica para a montagem do modelo seria a existência de missão e visão bem definidas para as Incubadoras de Empresas. Logo, deveria ser estabelecida a missão/visão que define o papel da incubadora na comunidade e na sociedade para que pudesse ser desenvolvido um modelo com objetivos mensuráveis. As organizações sem fins lucrativos (categoria na qual podemos enquadrar os programas de incubação, no caso brasileiro) são parti- MODELO DE GESTÃO PARA INCUBADORAS DE EMPRESAS BASEADO EM PROCESSOS E INDICADORES 18 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 19 cularmente propensas à ambigüidade de controle e critérios de su- cessos, devido à existência de muitos stakeholders (que introduzem múltiplos trade-offs no processo decisório – Bearse (1993)). Além disso, produzem bens coletivos ou difíceis de avaliar, o que confere importância ainda maior ao estabelecimento de uma missão e da manutenção da consistência com a mesma para realizar avaliações. No caso de organizações sem fins lucrativos, a análise dos stakeholders constitui a base para a definição dos critérios de avaliação da organização, para a avaliação de como a organização está em rela- ção a esses critérios e do que a organização deve fazer para satisfazer aos principais stakeholders, ou seja, esta análise deve ser um exercício preliminar ao estabelecimento da missão dessas organizações. Entretanto, a análise dos stakeholders apresenta grande dificulda- de derivada de dois aspectos principais: a) A existência de diversos interessados com interesses parcialmente divergentes, entre eles, no Rio de Janeiro: governos, entidade gestora, comunidade local, SEBRAE, FIRJAN, prefeituras, em- presas residentes etc. (para maiores detalhes, consultar a análise de stakeholders elaborado pelo CEFET-RJ e circuitos apresenta- dos neste capítulo, deste relatório). b) Insuficiência de medidas de performance em órgãos governa- mentais, o que gera grande dificuldade na definição da forma como o programa é visto por esses órgãos. Figura 1 – Stakeholders das Incubadoras de Empresas Propomos uma seqüência de etapas para a realização da análise dos stakeholders, baseada na proposta de Bryson (1995): Figura 2 – Etapas para a Análise dos Stakeholders Como proposta de composição da missão/visão das Incubado- ras de Empresas, utilizando como base Hayhow (1995), apresenta- mos os seguintes pontos principais: Razão fundamental da existência (depende da instituição à qual está vinculada, das metas governamentais etc.). Escopo das atividades (em que comunidade e em qual setor está inserida, atende a que mercados etc.). Direção geral (visão para o futuro). Base para o desenvolvimento dos objetivos (forças que contribuem para o seu desenvolvimento). PROCESSOS PRINCIPAIS IDENTIFICADOS Além da definição da missão/visão, a identificação dos processos principais executados pelas Incubadoras de Empresas tem grande relevância para a construção de uma estrutura de indicadores de desempenho e de um modelo de avaliação dos programas. 20 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 21 O macroprocesso principal de todas as Incubadoras de Empre- sas envolvidas neste estudo é o processo de residência, ou seja, a transformação de candidatos em empresas, que conseqüentemente consistem no produto principal dos programas de incubação. De maneira geral, podemos dizer que as incubadoras buscam aumentar a eficiência de seu processo principal. Esse aumento de eficiência poderia ser alcançado, por exemplo, através de: Melhoria da qualidade dos candidatos. Aumento da eficiência do período de residência. Aumento das chances de sobrevivência das empresas graduadas. Dessa forma, os processos das Incubadoras de Empresas foram definidos a fim de alcançar uma maior eficiência na geração de seu produto principal, conforme apresentado pela figura 4. Consideramosque o processo de pré-incubação reúne todas as iniciativas desenvolvidas que têm por objetivo melhorar a quali- dade e aumentar a quantidade de candidatos aos programas de incubação. Os processos de apoio e suporte englobam, neste caso, as se- guintes atividades: contabilidade e finanças, marketing, planejamen- to, recursos humanos, compras, gerenciamento de ativos, serviços gerais, assessoria jurídica etc. Figura 3 – Macroprocesso principal dos programas de incubação PROPOSTA DE MODELO DE NEGÓCIO O Modelo de Negócio proposto para as Incubadoras de Empresas tem como ponto de partida a missão e a visão da organização, a partir das quais é gerado um conjunto de modelos interdependentes, que tratam da estrutura jurídica/formal da organização, do modelo financeiro, do modelo de marketing e do modelo de operações. Cada uma dessas estruturas será descrita neste item, seguida de um conjunto de questões que poderia ser utilizada como base para a construção/detalhamento do Modelo de Negócios. A estrutura proposta é representada pelo esquema a seguir. O metamodelo representado na figura 5 pode ser explicado da seguinte forma. O conjunto de pessoas/instituições interessadas na conformação de uma nova organização (por exemplo, uma incuba- dora de empresas) deveria especificar a sua visão do ambiente/mer- cado e a sua percepção de contribuição no mesmo. Ou seja, “perce- CLIENTES Gestora, Órgãos Governamentais, Setor Privado Candidatos Residência Empresas Processos centrais Assistência e acompanhamento das residentes Captação de recursos Acompanhamento das graduadas Processos de Apoio e Suporte SeleçãoPré-incubação Figura 4 – Processos principais das Incubadoras de Empresas 22 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 23 bemos isto e gostaríamos de chegar a tal ponto agindo, em grandes linhas, de tal forma”. Desta atividade resultariam a visão e a missão de tal organização. A partir deste ponto a organização começaria a ser projetada. Na figura 5 tal projeto está sendo representado pela definição e articulação dos seguintes modelos: Modelo jurídico/formal – Este modelo define a arquitetura jurídica da organização (forma legal, conselhos, estrutura di- rigente etc.) e as suas diversas ligações formais com os stakeholders principais (aqueles participantes do conselho di- retor). Estes modelos dependem fortemente da instituição ou entidade gestora à qual está vinculada, que pode ser uma uni- versidade pública, universidade particular, fundação sem fins lucrativos, entre outros. Modelo de marketing – Este modelo definiria o conjunto das rela- ções de produto/mercado da organização (produtos, proposição de valor, segmentos de mercado, estratégias competitivas etc.). Modelo financeiro – Este modelo definiria os fluxos e os estoques financeiros da organização (fontes de receita, centros de custo, pre- ços, fluxo de caixa etc.). Como as incubadoras, no nosso caso, são consideradas organizações sem fins lucrativos, o modelo financei- ro seria a forma como a incubadora se sustenta financeiramente, ou seja, quais são suas receitas e suas fontes principais, quais são seus custos e que investimentos realiza. Finalmente, modelo de operações – Este modelo definiria como seriam gerados os produtos e serviços a serem ofertados pela organização. As decisões tomadas quando da conformação e articulação de tais modelos devem ser consistentes entre si e com os objetivos gerais da organização. Durante a etapa de formatação do metamodelo surgirão inevitavelmente decisões alocativas na me- dida em que os recursos são, sempre, finitos. Exemplificando, uma decisão de pronta-entrega de produtos (positiva sob a ótica do modelo de marketing) significa a existência de estoques de produ- tos acabados (negativa sob a ótica do modelo financeiro). Estes conflitos (trade-offs) deverão ser encaminhados através de soluções de compromisso claramente negociadas. Figura 5 – Esquema geral do Modelo de Negócios Visão/Potencial para o futuro Missão/Inserção orgânica no tecido social/produtivo Modelo financeiro Modelo de operações Modelo de marketing Estrutura Organizacional Modelo jurídico/ formal Figura 6 – Modelos, Processos e Sistemas Integrados de Gestão G es tã o p o r Pr o ce ss o s e In d ic ad o re s SI G Visão Missão Modelo financeiro Modelo de operações Modelo de marketing Estrutura Organizacional Modelo jurídico/ formal 24 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 25 Procuramos, neste projeto, descrever as diversas atividades exis- tentes nas incubadoras através das suas inserções nos processos exis- tentes. Assim, por exemplo, a macroatividade de “seleção de em- presas” deve ser analisada não em si mesma mas a partir da sua inserção no grande processo das incubadoras – geração de empre- sas graduadas. Esta premissa vale para atividades de qualquer tipo em qualquer nível de agregação. Por fim, consideramos a existência de sistemas integrados de gestão (melhor detalhados em capítulos a frente) apoiando a execução dos processos da organização. Modelo Financeiro – Outras Questões A figura 7 a seguir é uma representação das principais fontes de receita dos programas de incubação. Para a construção de um modelo financeiro para os programas de incubação, sugerimos que as incubadoras respondessem, pelo menos, às seguintes questões relevantes (note que essas questões são apenas um guia, não constituindo uma lista exaustiva de pontos a serem considerados): A incubadora tem fins lucrativos? Busca a auto-sustentação financeira? Que grau de risco a incubadora está disposta a assumir em finan- ciamentos? As taxas de serviços pagas pelas empresas cobrirão todo o custo operacional? Como está composta sua carteira de financiadores? (participa- ções das fontes pública e privada) Que outras fontes de receita serão consideradas? (prestação de serviços, royalties etc.) Como estão projetadas as despesas da incubadora? (custeio, in- vestimentos em infra-estrutura, investimentos em pessoal etc.) Modelo de Marketing – Outras Questões Para este projeto definimos as seguintes questões relevantes a se- rem respondidas: Sociedade: Como divulgar, difundir e gerar credibilidade para o programa de incubadoras? Comunidade: Em que comunidade a incubadora está inserida? Quais são suas vocações? Como atingir a comunidade local (quem são as lideranças)? Empresas: Quais são os setores de interesse da incubadora? Onde estão os potenciais empreendedores para os setores definidos? Como estimular/captar esses empreendedores? Órgãos financiadores: Quem são os potenciais financiadores do programa? Como o programa deve ser “vendido” para eles? Investidores: Quem são os potenciais investidores nas empre- sas? Como “vender” as oportunidades? Modelo de Operações – Outras Questões Para a construção do modelo de operações das incubadoras, foi proposta a seguinte estrutura: Captação de recursos: Como são realizadas as propostas de projetos? Como os projetos são executados/acompanhados/ controlados? Que serviços são prestados às empresas? Como as empresas so- licitam os serviços? Como os serviços são prestados? Graduadas Residentes Órgãos de fomento Entidade gestora Royalties Subsídios Financiamentos a fundo perdido Taxas s/serviços % s/faturamento Faturamento Outros clientes Despesas $ Figura 7 – Esquema geral do modelo financeiro para incubadoras 26 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 27 Como são realizadas as funções administrativas? Existem siste- mas de apoio? INDICADORES DE DESEMPENHO: UMA DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA BALANCED SCORECARD Para sobreviver ao atual ambiente de negócios turbulento e dinâmi- co e à competição global do mercado, as empresas devem ter rea- ções cada vez mais rápidas, sempre direcionando suas ações de for- ma a manter-se firme aos seus objetivos estratégicos. Os indicado- res de desempenho são elaborados no sentido de auxiliar os “tomadores de decisão” a avaliar a performance de uma unidade de negócio e redirecionar seus investimentos, de forma rápida e eficaz.A avaliação do desempenho empresarial baseada apenas em indi- cadores contábeis e financeiros, tem se mostrado insuficiente para as organizações. A ênfase excessiva em resultados financeiros de curto prazo pode nos levar a soluções rápidas, porém superficiais. De acordo com a própria Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, o desem- penho é definido como “resultados obtidos de processos e de produtos que permitem avaliá-los e compará-los em relação às metas, aos pa- drões, aos resultados históricos e a outros processos e produtos”. Como forma de apoio ao sistema gerencial de uma organização, os indicadores de desempenho precisam mostrar o desempenho não só financeiro, mas sob outras perspectivas, como mencionado acima. David Norton e Robert Kaplan desenvolveram estudos e práticas sobre a introdução de um scorecard multidimensional com novas me- didas: o Balanced Scorecard, cuja primeira publicação data de 1992. A metodologia Balanced Scorecard (BSC) é um processo de ges- tão, baseado na utilização de um conjunto de indicadores de de- sempenho, organizados e articulados de maneira lógica, que permi- tam a compatibilização de medidas que retratam a performance passada e norteia o desempenho futuro da organização. Nesta nova estrutura, a avaliação do desempenho empresarial está apoiada em indicadores organizados em torno de quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e aprendizado & crescimento. Estas são as perspectivas básicas de um scorecard que pode ser adaptado para melhor descrever a realidade de uma organização. Estas perspec- tivas se relacionam através de diagramas de causa-efeito existentes en- tre os diversos atributos de cada uma das perspectivas. De maneira sintética, as quatro perspectivas do BSC são construídas com base em indicadores externos e internos, que orien- tem a organização a ter uma visão estruturada de seus objetivos em cada uma das perspectivas: Perspectiva de aprendizado & crescimento “Para alcançarmos nossa visão, como sustentaremos nossa capacidade de mudar e melhorar?”. Perspectiva financeira “Para sermos bem-sucedidos financeira- mente, como deveríamos ser vistos por nossos acionistas?”. Perspectiva dos clientes “Para alcançarmos nossa visão, como deveríamos ser vistos pelos nossos clientes?”. Perspectiva dos processos internos “Para satisfazermos nossos acionistas e clientes, em que processos de negócios devemos al- cançar a excelência?”. O BSC se caracteriza pela unidade de propósito, por isso deve estar baseado em relações de causa e efeito derivadas da estratégia. “Estratégia é um conjunto de hipóteses sobre causa e efeito.” A Estratégia em ação, David Norton e Robert Kaplan, p. 30, 1997. O BSC deve ser visto como um sistema de comunicação, infor- mação e aprendizado e não como um sistema de controle. Ele tem o intuito de conectar o aspecto dinâmico do controle operacional com o aspecto de longo prazo da visão e da estratégia de uma orga- nização. O Balanced Scorecard pode ser adotado com os seguintes objetivos: Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia organizacional. Neste caso, o BSC destaca os processos mais críticos para a obtenção de desempenho superior ao apresentado naquele momento. Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas visando ali- nhar iniciativas de melhorias locais a fatores globais de sucesso. Planejar e estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas. Os esforços gerenciais devem ser dirigidos à melhoria e reengenharia 28 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 29 dos processos críticos para o sucesso estratégico da empresa e não a processos locais que produzem apenas ganhos fáceis. Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico. O BSC não deve se limitar apenas a medir mudanças, mas ao contrário, deve esti- mular as mesmas. Dessa forma, notamos claramente que o foco e a aplicação do BSC estão voltados para o setor comercial (privado). Entretanto, a metodologia também pode ser utilizada na administração de orga- nizações sem fins lucrativos. Nesses casos, a perspectiva financeira pode ser vista como uma limitação, e não como um objetivo, para essas instituições. Além disso, a ênfase para a medida do sucesso deve estar no grau de eficiência e eficácia com que essas organiza- ções atendem às necessidades de seus stakeholders. Um exemplo destas relações de causa e efeito alinhados à estra- tégia e missão, já aplicados ao caso das incubadoras, pode ser visto no exemplo a seguir: “Melhorar a produtividade do processo de residência” Processos críticos : seleção e acompanhamento Perspectiva Financeira Perspectiva dos Clientes Perspectiva Interna Perspectiva de Aprendizado e Crescimento Aumento dos investimentos nas incubadoras Aumento da taxa de sucesso Aumentar Qualidade dos Planos de Negócios Aumentar Serviços Prestados às Residentes Desenvolver Habilidades Estratégicas Aumentar Qualidade dos Candidatos Qualidade dos Figura 9 – Exemplo da relação entre as quatro perspectivas do BSC Gestão da Qualidade Total e o Balanced Scorecard A noção de Gestão da Qualidade Total foi introduzida por Feigenbaum, em 1957. Mais recentemente tem sido desenvolvida através de várias abordagens amplamente conhecidas, introduzidas por vários gurus da qualidade, como Deming, Juran, Ishikawa, Taguchi e Crosby. Diver- Figura 8 – Estrutura do Balanced Scorecard Fonte: Robert S. Kaplan e David P. Norton, “Using the Balanced Scorecard as a Strategic Management System”, Harvard Business Review (janeiro-fevereiro de 1996): 76. Aprendizado e crescimento Finanças Clientes Processos internos Visão e Estratégia Estrutura do BSC O BSC deve incorporar relações de causa e efeito e combinações de medidas de resultado e vetores de desempenho. Para desenvol- vermos um Balanced Scorecard deve existir, de forma clara, uma mis- são, uma estratégia, clientes e processos internos que capacitem a unidade organizacional a realizar sua missão e estratégia. Toda medida de um BSC deve integrar a cadeia de causa e efeito que comunica o significado da estratégia à organização. Todas as relações de dependência têm efeitos que correm todas as vistas de um BSC e, de um modo geral, preservam a ênfase nos resultados financeiros. 30 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 31 sos sistemas de reconhecimento do padrão do Sistema da Qualidade foram criados nos mais diferentes países. No Brasil, o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) é o mais difun- dido de todos, baseado em grande parte no prêmio americano da qua- lidade “Malcom Baldrige” que tem como característica fundamental o foco nos resultados da interação com o cliente (isto se traduz na pró- pria pontuação destinada a área de resultados do prêmio, 460 pontos). Deste modo, privilegia a gestão baseada em um quadro de indi- cadores de desempenho que retratam a performance desta interação. O principal desdobramento desta característica para uma empresa que visa seguir as orientações do PNQ seria o desenvolvimento de um sistema de gestão baseado em processos e em indicadores de desempenho decorrentes da estratégia da organização. No escopo do PNQ, é exigida clara definição de um conjunto de indicadores que descreva como é analisado criticamente o desem- penho global da empresa, bem como a lógica pela qual se correlaciona e integra este conjunto de indicadores utilizados. Sen- do necessário que cada indicador utilizado seja planejado e referenciado a um quadro comparativo (definir meta a ser atingida com o indicador e uma linha de comparação para o mesmo). A título de ilustração, reproduzimos a seguir uma figura que faz uma ligação entre as vistas do BSC e os critérios do PNQ que guar- dam maior relação com as mesmas (agradecemos ao Eng. Sérgio Mecena da Silva Filho pela colaboração neste tópico): Onde: Critério 1 Responsabilidade perante a sociedade (1.2.A) Critério 2 Desdobramento das estratégias (2.2.A) Critério 3 Conhecimento sobre o cliente e mercado (3.1.A) Conhecimento da organização pelo cliente (3.1.B) Avaliação da satisfação e da insatisfaçãodos clientes (3.2.B) Critério 4 Seleção e utilização de informações (4.1.A) desenvolvimento do sistema de indicadores & disseminação Seleção e utilização de informações comparativas (4.2.A) Integração e correlação dos indicadores de desempenho (4.3.A) Satisfação do cliente/mercado, finanças, pessoas, fornecedores e parceiros e produtos e processos organizacionais Critério 5 Indicadores de educação treinamento e desenvolvimento de pes- soas (5.2.B) Indicadores de bem-estar, satisfação e motivação (5.3.B) Critério 6 Processos de Projeto (6.1.A) Processos de Produção (6.1.B) Processos de Apoio (6.2.A) Processos Relativos a Fornecedores e Parceiros (6.3.A) Critério 7 Tendências PNQ Critérios 2, 4, 7 Critérios 4, 7 Critérios 3, 4, 7 Critérios 4, 6, 7 Critérios 4, 5, 7 Clientes Processos Internos Finanças Aprendizado e Crescimento – RH Balanced Scorecard 32 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 33 Estudo de caso: o BSC aplicado às Incubadoras de Empresas Para desenvolvermos um Balanced Scorecard para as incubadoras necessitávamos, inicialmente, identificar a missão e a visão das mesmas. No entanto, cada incubadora foi desenvolvida para al- cançar objetivos específicos que dependem, entre outros, da ins- tituição a qual está vinculada e da região onde está estabelecida. Percebeu-se, também, que a estratégia de cada incubadora pode ser influenciada pelo estágio de desenvolvimento do programa ou mesmo pelo propósito para a qual foi criada. Esses fatores dificultaram a comparação dos resultados obtidos pelas diversas incubadoras, assim, como também nos impossibili- tou de homogeneizar a missão e estratégia das mesmas. Para desenvolvermos um modelo de avaliação, é necessário ana- lisar e documentar as várias inter-relações e influências que afetam a maneira como a incubadora alcançará seus próprios objetivos e metas ou os de outros stakeholders. Um modelo de como os atores e etapas da operação da incubadora se relacionam e de como são afetadas é ilustrado na figura a seguir, chamada de path-diagram: A figura 10 mostra, de maneira geral, como uma incubadora “deveria” funcionar adaptando-se o modelo para cada incubadora em particular. Tentamos descrever algumas relações nesta primeira etapa do projeto. Outras precisam de informações e análises que cada incubadora deve fazer para, então, dar-se prosseguimento à montagem final da estrutura. Para que essas discussões possam avançar, cada incubadora deve estabelecer sua missão e visão, definindo o seu papel na comunida- de onde está inserida de modo a desenvolver uma estrutura de indi- cadores, de acordo com a sua realidade e que as ajude a monitorar e reavaliar continuamente seus processos para a obtenção de resul- tados positivos para a sociedade como um todo. Este tipo de ativi- dade é a base para que uma estrutura como o BSC saia da teoria e comece a ser aplicada à realidade de cada incubadora, possibilitan- do o desenvolvimento de um Modelo de Gestão capaz de auxiliá- las no gerenciamento de seus processos. Encontramos na literatura americana alguns exemplos que ilus- tram como algumas incubadoras definiram suas visões/missões: “Criar um ambiente para o desenvolvimento e a distribuição de um amplo grupo de programas de incubação de empresas de alto valor que permitem que os empreendedores sejam bem-sucedidos.” Center for Business Innovation – Kansas “A missão da ATI é afetar o estabelecimento bem-sucedido de empresas start-up e spin-off de base tecnológica, a fim de pos- sibilitar a transferência tecnológica, gerar empregos e melhorar o desenvolvimento econômico dentro do estado.” Arizona Technology Incubator – Scottsdale “Comprehensive Guide to Business Incubations”, National Business Incubation Association, ps. 32-38, 1995. Elaboração do BSC das Incubadoras e das Empresas Residentes Para a elaboração de uma proposta de estrutura de indicadores de desempenho adotou-se algumas premissas, que acreditamos verda- Comunidade Incubadora/Stakeholders Gerente da Incubadora Incubadora Empreendedores Graduadas Influências sobre a Performance da Incubadora Figura 10 – Path diagram Fonte: “The Evaluation of Business Incubation Projects: A Comprehensive Manual”, National Business Incubation Association, p. 89, 1993. 34 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 35 deiras, e que formaram a base para o desenvolvimento deste Balanced Scorecard: a) O sucesso das incubadoras é, em grande parte, definido pelo suces- so das empresas residentes. O que é percebido pelo cliente final é o sucesso das empresas residentes, fato esse que é decorrência direta do processo de incubação. Quando uma empresa torna-se um ne- gócio bem-sucedido, o mérito é atribuído, em grande parte, ao pro- cesso de acompanhamento desenvolvido pela incubadora. b) O processo principal de uma incubadora é a transformação de can- didatos em empresas, sendo este, portanto, seu principal produto. Como as atividades internas das incubadoras estão voltadas para prover estrutura, ambiente e serviços de forma que as empresas residentes possam se desenvolver da melhor maneira possível, as empresas foram definidas como sendo o produto principal das in- cubadoras, onde candidatos, após passarem pelo processo de incu- bação, devem sair empresas com base/estrutura e conhecimentos suficientes para sobreviverem num mercado ultracompetitivo. c) Os clientes foram definidos como sendo a entidade gestora e os órgãos de fomento. As entidades de fomento, a prefeitura, a en- tidade gestora e outras instituições interessadas são os grandes financiadores das atividades das incubadoras, pois defendem os mesmos interesses da sociedade (em última análise, são repre- sentantes dessa) e por isso foram definidos como sendo os prin- cipais clientes das incubadoras. d) Tem como base os propósitos gerais das Incubadoras de Empre- sas. As Incubadoras de Empresas foram criadas, em todas as par- tes do mundo, para atender a metas amplas de desenvolvimento social, econômico e tecnológico, defendendo os interesses de toda a sociedade. Por isso a arquitetura das incubadoras deve ser pen- sada possibilitando impactos socioeconômicos favoráveis. Os pro- pósitos gerais, impulsionadores da criação das Incubadoras de Empresas, identificados em uma publicação da NBIA (1997), foram os seguintes: Promover a integração universidade/empresa. Incentivar o desenvolvimento tecnológico. Incentivar o desenvolvimento econômico. Gerar novos empregos e renda. Difundir e apoiar a cultura empreendedora. Esta estrutura de indicadores deve ser direcionada de acordo com a visão/estratégia de cada incubadora. Processos e relações de causa e efeito devem ser focalizados, objetivando o alcance de me- tas particulares a cada incubadora. Como já foi dito anteriormente, o sucesso da empresa-resi- dente depende, em grande parte, da incubadora e vice-versa, por isso foram necessárias a construção e análise de duas estru- turas. Atividades realizadas pela incubadora impactam em ou- tras da incubada, assim como alguns resultados obtidos pelas residentes atingem processos da incubadora, daí a grande liga- ção entre as duas estruturas. De maneira geral e pouco detalhada, estas estruturas simplificadas apresentam relações de dependência entre ativida- des e resultados. Muitas destas relações de causa e efeito são mensuráveis, podendo, inclusive, sair diretamente de um Sistema Integrado de Gestão que venha a ser utilizado pelas incubadoras. Outras, não apresentam esta possibilidade. Alguns processos apre- sentam, inclusive, relações contraditórias, pois, por exemplo, me- lhoram um indicador de processos internos, mas aumentam as despesas na perspectiva financeira. Descrição das relações contidas nas estruturas Começando pela perspectiva financeira, observamos que o caixa da incubadora aumenta se os financiamentos e os subsídios aumentarem, e diminui se as despesas aumentarem. O conector com sinal negativo (inversamente proporcional) explicita uma relação de causa e efeito inversa: o aumento das despesas impacta numadiminuição do caixa. As despesas podem ser aumentadas, por exemplo, pelo aumen- to dos investimentos em treinamento e infra-estrutura da própria incubadora ou através do aumento em investimentos na inovação e melhoria dos processos internos. Por outro lado, o aumento dos investimentos em treinamento e infra-estrutura também proporcio- na a melhoria da qualidade e da produtividade dos processos inter- nos da incubadora. 36 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 37 Figura 11 – Estrutura simplificada de indicadores para incubadoras Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação ∗ ∗ Caixa Investimento em treinamento e infra-estrutura da incubadora Financiamentos, subsídios etc. Despesas Qualidade percebida Impactos socioeconômicos Qualidade tempo e produtividade Analisando os processos internos das empresas, vemos que se estes melhoram é porque a empresa também investiu em treina- mento e infra-estrutura próprios, o que também aumentou suas des- pesas, de forma análoga à incubadora. A melhoria de seus processos internos impactam diretamente na satisfação de seus clientes, o que, por sua vez, melhora a imagem da empresa e pode aumentar o número de financiamentos e emprésti- mos conseguidos levando ao aumento do seu caixa. Este é um exem- plo claro de trade-off que deve ser resolvido pela empresa, ou seja, até quanto os investimentos (saídas de caixa) em processos e treina- mento de pessoal são eficientes em gerar as melhorias que impactarão positivamente na satisfação dos clientes e, conseqüentemente, em um aumento dos receitas (entradas de caixa). Se os processos internos das empresas estão melhorando significa que estas estão se desenvolvendo, o que, por sua vez, geram impactos socioeconômicos percebidos pelos clientes das incubadoras. Neste momento, devemos voltar nossa atenção para o BSC da incubadora e observar que, se os clientes estão percebendo que seus investimentos estão “rendendo” bons resultados podem aumentar seus investimentos na incubadora, fechando-se assim, o principal ciclo de relações entre incubadora e empresa. CIRCUITOS DE APRENDIZADO As atividades de gestão das Incubadoras (e das Empresas), após a implantação da metodologia aqui proposta (processos e indicadores refletidos no BSC), devem considerar alguns aspectos de grande re- levância para a manutenção da consistência dos processos e dos indi- cadores com a estratégia estabelecida e para o uso das informações do scorecard para a melhoria e o crescimento organizacional. Nesses aspectos encontram-se as principais vantagens do uso do BSC, quais sejam: a articulação entre a estratégia da organização, seus pro- cessos e os indicadores de desempenho; a composição de um histórico e das explicações quanto ao desempenho passado da organização; e a possibilidade de simular o futuro e definir novas políticas operacionais. Figura 12 – Estrutura simplificada de indicadores para empresas residentes Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Investimento em treinamento e infra-estrutura da empresa Financiamentos, empréstimos, investimentos etc. Despesas Qualidade, tempo e produtividade Satisfação dos clientes ∗ ∗ 38 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 39 a) Integração entre estratégia, organização por processos e indi- cadores: em primeiro lugar, é possível a definição de estratégias, entendi- das como padrões consistentes de tomada de decisão nos diver- sos modelos considerados, que representem explicitamente a visão e a missão de cada organização; em segundo lugar, a metodologia proposta permite que se “des- dobre” a estratégia da cada organização nos seus processos. Ou seja, é possível discutir quais seriam os processos (e a hierarquia entre os mesmos) necessários para cada organização; em terceiro lugar, é possível a explicitação dos “circuitos virtuo- sos” a serem perseguidos/gerenciados por cada organização. Por circuitos virtuosos entenda-se interconexões específicas entre in- dicadores e processos. Estas interconexões seriam as de maior alavancagem (melhor relação investimento/custo e resultados de- sejados) em cada caso. b) Refletir e explicar o passado: o BSC, através das suas vistas, é capaz de refletir o desempenho passado da organização; além do ponto acima, através das relações de causa e efeito, é possível a construção de explicações lógicas para os desempe- nhos verificados; c) Simulação de futuros/criação de memórias de futuro: em primeiro lugar, podemos simular futuros possíveis através da avaliação dos impactos a partir de mudanças em indicadores es- pecíficos e da análise das relações de causa e efeito; a partir dos resultados destas simulações, é possível a definição de novas políticas operacionais para as organizações. Estas polí- ticas, quando implantadas, irão definir o desempenho futuro da organização. Dado o exposto, é importante ressaltar a existência de diversos circuitos de aprendizado (informação – reflexão sobre a informa- ção – ação). Estes circuitos, se corretamente gerenciados, devem permitir o aumento da qualidade dos processos de gestão de cada organização. Dentre estes circuitos ressaltamos: a) desdobramento da estratégia para modelos, processos e indicadores; b) circuitos virtuosos; c) análise de trade-offs entre variáveis; d) memórias de futuro e capacidade de reação rápidas às mudan- ças no ambiente; e) simulações e políticas a serem implementadas. INCUBADORAS DE EMPRESAS 41 sta parte do documento é destinada à apresentação dos re- sultados obtidos no projeto, a partir dos quais foi conduzido o segundo seminário, com a presença de todas as Incubado- ras de Empresas de Base Tecnológica do Rio de Janeiro. Esses resultados encontram-se divididos em três partes: a) Processos e Indicadores de Desempenho definidos no primeiro seminário do projeto. b) Estruturas gerais detalhadas de indicadores de desempenho para Incubadoras de Empresas. c) Análise de Stakeholders, Missão, Modelos de Negócios e Estruturas de Indicadores de Desempenhos para as Incubadoras de Empresas. PROCESSOS E INDICADORES DE DESEMPENHO PARA INCUBADORAS DE EMPRESAS Como já descrito nos itens anteriores, um dos principais resultados obtidos no primeiro seminário do projeto foi a definição dos pro- cessos realizados pelas Incubadoras de Empresas e o desenvolvi- mento de um conjunto preliminar de indicadores de desempenho. Os processos definidos podem ser classificados em dois tipos prin- cipais. O primeiro tipo é formado por aquele conjunto que influencia diretamente no processo principal da incubadora, que consiste na trans- formação de candidatos em empresas graduadas, através do período de residência. Estão incluídos nesta categoria os seguintes processos: a) pré-incubação – reúne todo o conjunto de iniciativas que visa estimular o empreendedorismo e elevar a qualidade e a quanti- dade de candidatos ao programa de incubação; PROCESSOS, ESTRUTURAS E ANÁLISE DOS INDICADORES DE DESEMPENHO E 42 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 43 b) seleção de candidatos ao programa de incubação; c) assistência e acompanhamento de empresas residentes – reúne todas as atividades de acompanhamento do progresso e da situa- ção das empresas residentes e na assessoria para a melhoria e o crescimento das empresas; d) graduação – consiste nas atividades realizadas para que a empre- sa possa deixar a incubadora e instalar-se no mercado; e) acompanhamento das graduadas e dos impactos – consiste na análise periódica das empresas já graduadas pela incubadora e do seu impacto econômico, social e tecnológico; f) captação de recursos – engloba desde a elaboração de projetos para captar recursos de instituições de fomento e órgãos financiadores para a melhoria e o crescimento dos programas de incubação até a execução e o acompanhamento desses projetos. A segunda categoria de processos é relativa às atividades de apoio e suporte, ou seja, são aqueles processos que não influen- ciam diretamenteno processo principal das incubadoras, mas suportam toda a estrutura necessária à sua execução. Essa cate- goria foi separada em duas camadas. A camada 1 contém todas as atividades rotineiras e que consideramos passíveis de automa- ção via Sistema de Gestão. A camada 2 envolve aquelas ativida- des específicas e que não podem ser totalmente automatizadas. A lista de indicadores preliminares que resultou do seminário é apresentada a seguir. É importante ressaltar que o conjunto de indicadores de desempenho foi gerado a partir de um processo de brainstorming. Isto significa que estes indicadores constituem uma idéia preliminar e não sofreram críticas quanto a sua ade- quação à estratégia e ao Modelo de Gestão particular de cada incubadora. Indicadores dos processos de pré-incubação: Número de alunos nas disciplinas de empreendedorismo Número de atendimentos a interessados Número de retiradas do edital/número de planos confeccionados Número de projetos estimulados/realizados STAKEHOLDERS Gestora, Órgãos Governamentais, Setor Privado, Comunidade Candidatos Residência Empresas Planejamento Marketing Contabilidade finanças RH Compras JurídicoEquipamentos Serviços gerais Assessoria imprensa/contatosAmbiência Processos de Apoio e Suporte - Camada 1 Processos de Apoio e Suporte - Camada 2 Biblio./ Inf. Eventos Captação de recursos GraduaçãoSeleçãoPré-incubação Assistência eacomp. emp. Acomp. grad. e impactos Figura 13 – Processos principais das Incubadoras de Empresas Indicadores do processo de seleção: Número de Candidatos/número de selecionados Planos de negócio apresentados/selecionados Número de alunos na disciplina de empreendedorismo/número 0de propostas alunos da disciplina Indicadores do período de residência: Taxa de inadimplência Taxa de ocupação Total de faturamento das empresas residentes Tempo médio de residência Taxas de mortalidade e de sucesso 44 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 45 Número de funcionários empregados Quantidade de empregos qualificados gerados Número de produtos gerados Salários pagos Número de estágios Imposto gerado Índice dos custos operacionais cobertos pelas empresas Taxa de crescimento das empresas Satisfação dos clientes (empresas) Número de patentes geradas Investimentos de capital de risco nas empresas Indicadores das empresas graduadas: Total de faturamento Taxas de mortalidade e de sucesso Número de funcionários empregados Número de empregos qualificados Número de produtos Investimentos/número de empresas Número de empresas geradas Impacto de modernização das empresas Potencial de importação das empresas Inovação classe mundial Indicadores do processo de Captação de recursos: Número de projetos preparados/aprovados Indicadores da gestão da incubadora: Índice de auto-sustentação Custo operacional incubadora/empregos gerados, empresas ge- radas etc. Transferência de tecnologia (contratos com a universidade, spin-off) Satisfação da equipe da incubadora Qualificação da equipe da incubadora % dos custos totais cobertos pela incubadora ESTRUTURAS GENÉRICAS DE INDICADORES DE DESEMPENHO Estruturas Detalhadas de Indicadores de Desempenho para Incubadoras e Empresas Residentes A estrutura detalhada explicita, de forma mais minuciosa, os processos e relações existentes dentro de uma incubadora que já haviam sido descritos na estrutura simplificada, apresentada em outro item. A estrutura não retrata a realidade de nenhuma incubadora em particular, tendo sido baseada, principalmente, nos propósitos ge- rais dos programas de incubação, já explicitados anteriormente. Entretanto, como contempla os principais processos, stakeholders ou clientes e finanças realizadas por todos as incubadoras, serve de base para que cada incubadora identifique suas próprias caracterís- ticas e dê ênfase aos circuitos necessários ao alcance de seus objeti- vos e metas, conforme já foi exemplificado. Dessa forma, a estrutura detalhada visa apresentar uma proposta de quadro geral da estrutura de indicadores de desempenho para as incubadoras, que pode ser utilizado como base para a realização de “customizações” caso a caso. Ou seja, cada incubadora, em função de suas estratégias específicas, pode criar ou eliminar “caixas” da estrutura, criar novas relações de causa e efeito ou, simplesmente, dar maior atenção a certos conjuntos de indicadores. A lógica permanece a mesma dos diagramas BSC resumidos e apresentados anteriormente, mas esta estrutura demanda uma aná- lise mais atenciosa de cada relação de causa e efeito. A numeração ajuda a identificar as relações que cruzam os BSCs da incubadora e da empresa, não seguindo, desta maneira, nenhuma ordem de im- portância ou prioridade. Algumas conexões devem ser adaptadas, já que estão descritas de forma muito restrita. Por exemplo, os impactos identificados entre a perspectiva do cliente e a perspectiva financeira podem ser perce- bidos de diferentes maneiras de acordo com o tipo de incubadora, interesses dos stakeholders, visão/missão da mesma etc., de sorte que podem influenciar ou não a quantidade de financiamentos a fundo perdido, os subsídios e outros processos. É importante ressaltar, ainda, que as conexões pressupõem rela- ções de causa e efeito entre os indicadores. Dessa forma, é impor- 46 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 47 Figura 14 – Estrutura BSC detalhada de indicadores de desempenho para incubadoras Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Subsídio gestora Treinamento da incubadora taxas de serviços Financiamento a fundo perdido Desenvolvimento econômico Tempo 1 % Faturamento empresas 2 5 3 Royalties Faturamento (outros serviços) 7 Qualidade seleção Qualidade pré-incubação Assistência e acompanhamento da residente impactos Captação de recursos Qualidade dos serviços prestados 6 8 9_ Satisfação da incubada Satisfação da equipe da incubadora 10 Caixa Taxas de serviços Despesas Desenvolvimento tecnológico Produtividade Imagem da comunidade Qualidade percebida pelos clientes 4 Royalties Faturamento (outros serviços) Acompanhamento das graduadas e _ _ _ Incentivo à pesquisa Integração univ./empresa Geração de emprego e renda Incentivo ao empreend. Marketing/imagem da incubadora Diversificação econômica Autonomia financeira e inovação Infra-estrutura tante uma análise periódica (através dos dados históricos) da estru- tura, que levará à identificação de novas dependências e impactos ainda não relacionadas ou, até mesmo, à eliminação de uma rela- ção que não se verificou com os dados reais. Este tipo de modificação no BSC não só é esperado como é uma das principais características deste tipo de estrutura de indicadores: o Balanced Scorecard nunca deve ser encarado como um modelo es- tanque. A estrutura deve estar em constante adaptação, mostrando sua capacidade de acompanhar a evolução da realidade da incuba- dora, retratando e incorporando novas informações. As atividades relativas a apoio e suporte estão relacionadas de maneira mais forte aos quadros de produtividade e tempo, dentro dos processos internos da incubadora. Entretanto, para os outros processos, a característica mais importante é a qualidade e como têm influências diferentes em outros processos, foram detalhados. As figuras 14 e 15 apresentam as duas estruturas de indicadores de desempenho (da incubadora e das empresas residentes) detalhadas. Figura 15 – Estrutura BSC detalhada de indicadores de desempenho para empresas residentes Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Receita Capital de risco Empréstimos e financiamentos privados Caixa Receita Capital de risco Empréstimos e financiamentos privados Novos clientes Satisfação dos clientes Taxas de serviços 10 2 Despesas Incubadora (não caixa) Qualidade do plano neg. Cumprimento do plano neg. Qualidade Tempo Produtividade Satisfação dos funcionários Investimento em treinamento Investimentoem inovação 9 7 8 6 4 5 3 1 Lista de Indicadores de Desempenho Dentro da estrutura de indicadores definida acima, cada “caixa” deve ser preenchida com um ou mais indicadores de desempenho que devem ser calculados e monitorados constantemente. Nas páginas seguintes, apresentamos uma tabela não exaustiva com sugestões de indicadores para a composição da estrutura. Esta lista constitui uma síntese dos indicadores encontrados nas biblio- grafias pesquisadas relativas a Incubadoras de Empresas e daqueles sugeridos no primeiro seminário do projeto. Assim, cada incubado- ra deve analisar que indicadores melhor enquadram-se à sua estru- tura particular, podendo ser gerados outros indicadores que sejam necessários para o acompanhamento de seu desempenho. A tabela de indicadores que se segue está organizada segundo as quatro vistas do Balanced Scorecard e cada indicador encontra-se agru- pado de acordo com a “caixa” a que diz respeito dentro da lógica já descrita do BSC. 48 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 49 serodacidnI *megirO 1 2 3 4 5 **SETNEILCSODAVITCEPSREP omsirodedneerpmeoaovitnecnI omsirodedneerpmeedsanilpicsidsansonulaedoremúN /omsirodedneerpmeedanilpicsidansonulaedoremúN anilpicsidadsonulasatsoporporemúN gnitekraM arodabucniadmegami/ sodasseretniasotnemidnetaedoremúN oãçapucoedaxaT avitartsinimdaelairetamaruturtse-arfniadotsuceedadilauQ mocsotsaG gnitekram onaonlatotatieceR/onaon ariecnanifaimonotuA soirpórpsosrucerropsotrebocsiatotsotsucsod% ropsotreboc)sotnemitsevni+siatotsotsuc(siatotsotsagsod% soirpórpsosrucer saserpmesalepsotrebocsianoicareposotsucsodecidnÍ setneilcsolepadibecrepedadilauQ edadinumocadmegamI SONRETNISOSSECORPSODAVITCEPSREP sotcapmiesadaudargsadotnemahnapmocA sodatserpsoçivressodedadilauQ oãçabucni-érpadedadilauQ sodanoiceles/sotadidnacedoremúN sodanoiceles/sodatneserpaoicógenedsonalP oãçelesadedadilauQ sodanoiccefnocsonalpedoremúN/latideodsadariteredoremúN sodalatsni/sodanoicelesedoremúN etnediseradotnemahnapmocaeaicnêtsissA sosruceredoãçatpaC sodavorpa/sodaticilossosruceredlatoT sodavorpa/sodaraperpsotejorpedoremúN edadivitudorp/opmeT aicnêdiseredoidémopmeT ,sodaregsogerpmeedoremún/arodabucnilanoicarepootsuC .ctesaserpme saserpmeoremún,sodaregsotudorporemún/launalatototsuC sadaudarg+sadabucni serodacidnI *megirO 1 2 3 4 5 **SETNEILCSODAVITCEPSREP adabucniadoãçafsitaS saserpmesadoãçafsitasedlevíN aserpme/edadisrevinuoãçargetnI sodaregsoigátseedoremúN airecrapmesodivlovnesedsotejorpedoremúN edadisrevinuadsaicnêdnepedesoirótarobaledosuodaicnêüqerF asiuqsepàovitnecnI asiuqsepedortnec/edadisrevinumocsotejorpedoremúN ocigóloncetotnemivlovneseD aigoloncetedaicnêrefsnartedsecidnÍ ,edadisrevinuamocsotartnoC( ffo-nips ) laidnumessalcoãçavonI saserpmesadoãçazinredomedotcapmI sodaregsotudorpedoremúN sadaregsetnetapedoremúN ocimônoceotnemivlovneseD saserpmesadoãçatropxeedlaicnetoP sadaregsaserpmeedoremúN ossecuseedadilatromedsaxaT saserpmesadotnemicsercedaxaT sodaregsotsopmiedlatoT saserpmesadotnemarutafedlatoT roiretnaonaonlatotatieceR/onaonlatotatieceR onsodaregsotsopmiedlatoT/onaonsodaregsotsopmiedlatoT roiretnaona oremún/onaon)sadaudarguo(sadabucnisaserpmeedoremúN roiretnaonaon)sadaudarguo(sadabucnisaserpme sotudorporemún/onaonodacremonsotiecasotudorpedoremúN roiretnaonaonodacremonsotieca roiretnaonaonlatototnemarutaF/onaonlatototnemarutaF acimônoceoãçacifisreviD adnereogerpmeedoãçareG sodagerpmesoiránoicnufedoremúN sodacifilauqsogerpmeedoremúN sogapsoirálaS onsodaregsogerpmeoremún/onaonsodaregsogerpmeedoremúN roiretnaona *Legenda: Origem dos indicadores: 1. Seminário; 2. NBIA; 3. Anprotec; 4. Novos; 5. Livro da Ednalva. **Para os indicadores da perspectiva de clientes, no caso dos investidores públicos, é importante apresentar também a razão entre os indicadores de impacto socioeconômico e o total de investimentos realizados por entidades públicas. 50 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 51 ANÁLISE DE STAKEHOLDERS, MISSÃO, MODELOS DE NEGÓCIOS E ESTRUTURAS DE INDICADORES Para que pudessem ser geradas estruturas de Indicadores de De- sempenho específicas, foi solicitado, conforme já descrito anterior- mente, que cada incubadora desenvolvesse uma análise de stakeholders, definisse sua missão/visão específica e um Modelo de Negócios. Das oito incubadoras envolvidas no projeto, todas forne- ceram as informações solicitadas. Com base nos trabalhos apresentados, com ênfase nas missões/ visões estabelecidas, foram desenvolvidas estruturas de indicadores específicas para cada incubadora. Para as incubadoras da UFF, COPPE, UFRRJ, INT e Bio-Rio foram desenvolvidas apenas es- truturas simplificadas. Nos casos da PUC-Rio, UERJ e CEFET, que apresentaram informações mais detalhadas, elaboramos modelos detalhados como exemplo da aplicação da metodologia BSC. Devido ao nível de abrangência das definições de missão e visão de grande parte das incubadoras, a tarefa de definição de estruturas de indicadores específicas ficou dificultada. Com definições que apresentem maior clareza quanto aos objetivos estratégicos do pro- grama, a análise poderia se voltar para os aspectos mais relevantes de cada incubadora, definindo-se então particularidades imprescin- díveis para uma boa elaboração de uma estrutura de indicadores. As análises dos stakeholders feitas pelas incubadoras também não alcançaram o nível de complexidade necessário para gerar-se uma estrutura mais consistente com a realidade. Outras informações acer- ca dos próprios stakeholders e do modelo financeiro da incubadora deveriam ser levantadas a fim de que fossem esclarecidas as rela- ções entre as vistas de clientes e financeira e pudéssemos passar a trabalhar em cima de um modelo mais transparente. Nas estruturas, optamos por mostrar apenas as caixas responsá- veis pela grande alavancagem necessária ao alcance dos objetivos estratégicos mencionados pelas incubadoras. Isto é, estas são as estru- turas que formam os circuitos virtuosos capazes de surtir maior im- pacto na obtenção do desempenho almejado. Isto não significa que os indicadores relativos às caixas eliminadas não devam/possam ser acompanhados, apenas deve-se perseguir um melhor desempenho serodacidnI *megirO 1 2 3 4 5 OÃÇAVONIEOTNEMICSERCEDAVITCEPSREP arodabucniadotnemanierT arodabucniadepiuqeadoãçacifilauQ epiuqeadotnemaniertmesotnemitsevniedlatoT /onaonepiuqeadotnemaniertmesotnemitsevniedlatoT onaonlatotatiecer oãçavoniearuturtse-arfnI etnenamreplairetamesotnemapiuqesovonedoãçisiuqaansotsaG onaonlatotatiecer/onaon onseõçalatsnisadoãçailpmauooãçazinredomanadazilituatiecer% ona onaonlatotatiecer/oãtsegadesossecorpedairohlemarapsotsaG arodabucniadepiuqeadoãçafsitaS arodabucniadepiuqeadoãçafsitasedlevíN ARIECNANIFAVITCEPSREP arotsegoidísbuS arotseGedaditnEalepsodaidisbussiatotsotsag% odidrepodnufaotnemaicnaniF siatotsatiecer/odidrepodnufasotnemaicnaniF )soçivressortuo(otnemarutaF siatotsatiecer/soçivressortuomocotnemarutaF soçivresedsaxaT aicnêlpmidaniedaxaT siatotsatiecer/sadibecersoçivresedsaxaT sianoicareposotsuc/sadibecersoçivresedsaxaT sasepseD siatotsasepsed/siatotsotsuC siatotsasepsed/sotnemitsevniedlatoT seitlayoR seitlayoR siatotsatiecer/sodibecer saserpmeedotnemarutafoerbos% siatotsatiecer/sadibecersaserpmesadotnemarutaferbossaxaT 52 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 53 Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Investimento em inovação gestora Despesas 3 Desenvolvimento tecnológico Incentivo ao empreend. Assistência eDesenvolvimento econômico (Niterói) Financiamento a fundo perdido Qualidade seleção Captação de recursos _ Produtividade Tempo 1 3 2 _ Subsídio acomp. residentes Figura 16 – Estrutura BSC para a incubadora da UFF Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação inovação da empresa Qualidade, tempo e produtividade Satisfação dos clientes Cumprimento do plano neg. Novos clientes _CaixaInvestimento em inovação da empresa Financiamentos, empréstimos, investimentos etc. Despesas Qualidade, tempo e produtividade Satisfação dos clientes 1 3 Cumprimento do plano neg.Novos clientes 2 _ Figura 17 – Estrutura BSC para empresas da incubadora da UFF dentro destes circuitos críticos, uma vez que são cruciais para a ob- tenção de boas performances em relação às metas almejadas. Esta metodologia também pressupõe a realização de revisões estratégicas periódicas e sistemáticas de modo a trabalhar os circui- tos certos, no momento certo e a realização de um contínuo feedback para aprofundar o conhecimento da estratégia e aperfeiçoá-la. A seguir, são apresentados os extratos mais relevantes dos traba- lhos de cada incubadora, algumas considerações e as estruturas de indicadores geradas em cada caso. Estes modelos refletem uma inter- pretação do grupo que deve ser ratificada, após discussões e análises pertinentes, o que deve requerer algumas redefinições caso a caso. UFF MISSÃO: “Graduar empresas inovadoras e fortalecer a cultura em- preendedora na Universidade Federal Fluminense, articulando-se com as políticas públicas e privadas de desenvolvimento científico e tecnológico.” VISÃO: “Contribuir para a modernização tecnocientífica do País e, conseqüentemente, do seu desenvolvimento socioeconômico ofe- recendo inovações tecnológicas através de empreendimentos sóli- dos de base tecnológica.” A incubadora ainda salientou que Niterói possui vocação para a indústria de informática, naval, pesqueira, saúde, comércio e turis- mo, ou seja, sua principal vocação está no setor terciário. Mencio- nou também que suas principais áreas de interesse são as de infor- mática, telecomunicações, eletroeletrônica, meio ambiente, saúde e gestão do conhecimento. Ficou claro que o desenvolvimento dos projetos da incubadora deve sempre contar com o envolvimento de professores, o que deve ser con- siderado no momento de traçar circuitos virtuosos para a incubadora. Um destes circuitos, poderia ser pensado pressupondo-se que, para atrair novos empreendedores, haveria a necessidade de disseminar mais for- temente uma “cultura empreendedora” inicialmente na própria uni- versidade, aumentando-se, conseqüentemente, a sensibilização da co- munidade local, com conseqüente aumento de subsídios. 54 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 55 Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Investimento em inovação da empresa Despesas _ 1 2 3 Caixa Investimento em inovação da empresa Financiamentos, empréstimos, investimentos etc. Despesas Qualidade, tempo e produtividade Satisfação dos clientes Figura 19 – Estrutura BSC para empresas da incubadora INEAGRO (UFRRJ) Núcleo de Parcerias Tecnológicas – NUPT (INT) MISSÃO: “Apoiar a formação e a consolidação de micro e peque- nas empresas de base tecnológica, nos seus aspectos tecnológicos, gerenciais, mercadológicos e de recursos humanos, de modo a asse- gurar o seu fortalecimento e a melhoria do seu desempenho.” VISÃO: “Incentivar a formação de empresas que se constituam em efetivos pólos multiplicadores de produtos, processos e pesqui- sas tecnológicas gerados pelo INT ou que se relacionem fortemente com suas áreas de atuação.” A incubadora do INT ainda definiu sua direção geral: tornar-se um centro de referência em Incubadora de Empresas, cultura em- preendedora e inovação, apontou as áreas de atuação do INT: quí- mica industrial, tecnologia dos materiais e engenharia industrial e os setores de interesse do NUPT: engenharia de produção, dese- nho industrial e materiais. Incubadora de Empresas do Instituto Tecnologia – INEAGRO (UFRRJ) MISSÃO: “Participar do desenvolvimento da sociedade (e da agroindústria) incubando empresas de base tecnológica capazes de gerar e transmitir conhecimento científico, tecnológico e cultural.” VISÃO: “Atuar na formação de pessoas disseminando a inovação tecnológica respeitando acima de tudo a vida no planeta.” A incubadora definiu seu escopo de atividades como estando relacionado a empresas de base tecnológica com ênfase nas áreas de engenharia de alimentos, engenharia química, engenharia agrí- cola e biotecnologia ligadas à agroindústria. Uma questão que deve ser ressaltada nesta estrutura foi a dificulda- de encontrada em se definir relações que contemplem a idéia expressa na visão de “respeito à vida no planeta”. A definição poderia ser mais bem trabalhada pela incubadora, levantando-se, inclusive, a hipótese de se criar uma nova perspectiva na estrutura de indicadores relaciona- da à preservação ambiental ou ao direcionamento das inovações no sentido de gerar produtos que preservem o meio ambiente. Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Investimento em inovação 1 Desenvolvim. tecnológico Integração ./Empresa marketing/ imagem da incubadora 3 _ Caixa Investimento em inovação Subsídio gestora Despesas 1 2 Desenvolvimento tecnológico Integração univ./empresa Marketing/ imagem da incubadora Assistência e acomp. residentes Incentivo à pesquisa Financiamento a fundo perdido _ Figura 18 – Estrutura BSC para a incubadora INEAGRO (UFRRJ) 56 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 57 Para tornar-se um Centro de Referência em Incubadora de Em- presas, Cultura Empreendedora e Inovação a incubadora deveria intensificar o desenvolvimento/treinamento dos funcionários da incubadora o que melhoraria os processos internos de modo a man- ter um melhor acompanhamento das incubadas e melhorar o marketing interno e externo da incubadora. Bio-Rio MISSÃO: “Estimular a criação e a sustentabilidade de pequenas empresas do setor de Biotecnologia e de áreas afins, visando à pro- moção e o apoio da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico e de sua aplicação à atividade produtiva, no espírito do bem maior da sociedade brasileira.” VISÃO: “Criação de um parque de Biotecnologia e áreas afins.” Para estimular a fixação das empresas incubadas no Parque Tec- nológico, a incubadora deveria melhorar os seus processos inter- nos de gestão, de modo a garantir o sucesso das incubadas e a sua Figura 22 – Estrutura BSC para a incubadora da Bio-Rio Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação 2 _ Subsídio gestora 2 3 1 _ Investimento em inovação Caixa Despesas tecnológico Desenvolvimento econômico Incentivo à pesquisa Assistência e acomp. residentes Qualidade da seleçãoDesenvolvimento Figura 20 – Estrutura BSC para a incubadora do INT Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Subsídio gestora Despesas 2 3 Integração univ./empresa Desenvolvimento econômico Incentivo à pesquisa 1 Investimento em treinamento da incubadora Marketing/ imagem da incubadora Financiamento a fundo perdido _ Assistência e acomp. residentes Qualidade da Produtividade seleção Figura 21 – Estrutura BSC para empresas da incubadora do INT Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Investimento em da empresa 1 3 2 do plano neg. inovação Financiamentos, empréstimos, investimentos etc. Qualidade, tempo e produtividade Satisfação dos clientes Cumprimento do plano neg. Novos clientes _Caixa Despesas 58 INCUBADORAS DE EMPRESAS INCUBADORAS DE EMPRESAS 59 Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Subsídio gestora Despesas 1 2 Geração de empregos e renda Acompanhamento da residente Financiamento a fundo perdido Desenvolvimento de projetos Investimento em treinamento da incubadora _ Desenvolvimento tecnológico Incentivo à pesquisa Figura 24 – Estrutura BSC para a incubadora da COPPE/UFRJ Financeiros C li e n te s P ro ce s s o s In te rn o s Crescimento e Inovação Caixa Investimento em treinamento da empresa Financiamentos, empréstimos, investimentos etc. Despesas Qualidade, tempo
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