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Agentes Públicos

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Direito Administrativo | Luciano Franco 
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AGENTE PÚBLICO 
 
Primeiramente precisamos entender que a expressão AGENTE PÚBLICO é 
GÊNERO, assim como, funcionário público, usada apenas no âmbito penal 
e há muito já descartada pelos juristas modernos. Deste gênero, por 
obvio, derivam-se várias outras ESPÉCIES que analisaremos agora: 
 AGENTES POLÍTICOS – são os que ocupam os cargos principais na 
estrutura constitucional, em situação de representar a vontade 
política do Estado 
(ex. Presidente da República, deputados, senadores, governadores, ministros 
de Estado, secretários estaduais e municipais, prefeitos e vereadores dentre 
outros). 
ATENÇÃO: Considerando a base desta classificação a presença do cargo na 
CF/88, temos que também colocar dentre eles os juízes, promotores e 
outros cargos de extrema relevância e também previstos na Carta Politica! 
 
AGENTES ADMINISTRATIVOS – são aqueles com vínculo “profissional” 
com o Estado, podendo ser via lei, ato ou contrato: 
 SERVIDORES – Ocupam cargo e são estruturados em carreira, seu 
provimento é via concurso público, passam por estágio probatório 
de 3 anos e adquirem a estabilidade após isso, seguindo os ditames 
de um estatuto e de um regime de previdência próprios. Podem ser 
civil ou militar, conforme a necessidade do Estado. 
 EMPREGADOS – Ocupam emprego público, seu provimento é via 
concurso, sendo regidos pelo estatuto geral (CLT) e contribuem 
para o RGPS (INSS), não possuem estabilidade e passam apenas 
pelo período de experiência de 90 dias conforme CLT. Podem ser 
apenas civis. 
 TEMPORÁRIO – Ocupam mera função e não cargo ou emprego. 
Não fazem concurso e sim um PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO 
– PSS. Salvo os PSS federais, que possuem estatuto próprio, os 
demais seguem o estatuto do cargo ou emprego principal e 
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TODOS, contribuem para o RGPS (INSS). São selecionados para 
determinado tempo, nas hipóteses de excepcional interesse, 
conforme a CF/88. 
 
 HONORÍFICOS – convocados para colaborar transitória e 
temporariamente com o “Estado”, em razão de sua situação cívica, 
sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, 
podendo ainda, atuar em situações de urgência e emergência. 
Assumem funções públicas, sem vínculo empregatício, e, em regra, 
sequer recebem remuneração por tais atividades. Ex.: MESÁRIOS, 
JURADOS, COMISSÁRIOS DE MENORES, SOCORRISTA. 
 CREDENCIADOS – recebem do Estado o dever de representá-lo 
em certo ato ou desempenhar certa atividade, sempre de forma 
temporária e determinada, mediante retribuição financeira em 
pecúnia ou prêmio. Ex.: TRADUTORES, LEILOEIROS, PERITOS, 
PARECERISTAS, REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS (ATENÇÃO - 
salvo os membros da carreira diplomática). 
 DELEGADOS – particulares com vínculo estatal (contrato ou ato) que 
desempenham atividades (serviços ou obras) por sua conta e risco, 
sempre mediante fiscalização permanente do Estado. Ex.: 
DESPACHANTES, CARTORÁRIOS, AGENTES DAS 
CONCESSIONÁRIAS, PERMISSIONÁRIOS E AUTORIZATÁRIOS DE 
SERVIÇO PÚBLICO. 
 
FORMA DE PROVIMENTO 
CONCURSO!!! 
Aplicação: serve para selecionar os agentes administrativos, os efetivos, 
os profissionais do serviço público, sendo a regra para ingresso oficial nas 
carreiras públicas. Logo, aplica-se tanto a servidores quanto a 
empregados públicos. 
ATENÇÃO: NÃO APLICA PARA CARGO EM COMISSÃO, FUNCÃO 
GRATIFICADA E FUNÇÃO TEMPORÁRIA, ALÉM DOS CARGOS ELETIVOS!!! 
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TIPOS DE CONCURSO: deverá ser de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego. Não 
existe mais o concurso só com a fase títulos!!! 
PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO - até dois anos, admitida uma 
prorrogação por igual período, a critério da administração pública, logo, a 
previsão deve constar do edital. 
ATENÇÃO: Durante o prazo de validade, a administração pública não está 
obrigada a contratar, a não ser as vagas previstas no edital, quando nasce 
o chamado direito subjetivo, defendido até mesmo por via de mandado 
de segurança. 
 
OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 COTAS: 
 
 
 
 
 
OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO: 
 
 
 
 
 
 TEORIA DO FATO CONSUMADO É APLICADA NO CONSURSO? 
 
 
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OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 NOVO CONCURSO COM OUTRO JÁ VIGENTE E OS PSS: 
 
 
 
 
 
 CLÁUSLUAS DE BARREIRA: 
 
 
 
 
 
Tenha um cuidado especial com estas Súmulas Vinculantes abaixo, pois as 
bancas amam cobrá-las em provas de concurso: 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
43 
É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação em concurso 
público destinado ao seu provimento, em 
cargo que não integra a carreira na qual 
anteriormente investido. 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
44 
Só por lei se pode sujeitar a exame 
psicotécnico a habilitação de candidato a 
cargo público. 
 
 
 
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ESTABILIDADE 
Outro assunto corriqueiro e básico no estudo de agentes públicos é a 
ESTABILIDADE, que é a garantia oferecida ao servidor que lhe assegura a 
permanência no serviço público, atendidas às exigências estabelecidas 
pela Constituição. 
IMPORTANTE: Nunca confunda estabilidade com vitaliciedade, esta, é 
garantia entregue apenas a magistrados e membros do MP, que 
cumprem, em regra, o mínimo de 2 anos de exercício ou no ato da 
posse, obrigando a saída compulsória por decisão judicial transitada em 
julgado, apenas. 
 
Requisitos para se adquirir a estabilidade: 
 nomeação e posse em caráter efetivo. 
 aprovação no estágio probatório, que é de 3 anos (exceto para MP e 
Juiz). 
 aprovação em prova de conhecimentos ou desempenho por comissão 
específica. 
ATENÇÃO: A estabilidade é no serviço público e não do cargo, como 
acontece o estágio probatório! Todo novo provimento em cargo efetivo 
tem um novo período de estagio (comprovação dos requisitos do cargo), 
mas a estabilidade se adquire uma vez, e repita-se, é para o serviço 
público e não para o cargo em questão. 
 
Perda da estabilidade 
Art. 41, § 1º da CF/88: O servidor público estável só perderá o cargo: 
 em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
 mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada à 
ampla defesa. 
 mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, 
na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa. 
 por excesso de gastos com pessoal 
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 (Art. 169, §4º da CF/88) 
 
 ACUMULAÇÃO 
Assunto geral e importante é a ACUMULAÇÃO, prevista no art. 37, XVI e 
XVII, CF/88, que prevê como regra geral a proibição da acumulação 
remunerada de cargos, EXCETO: 
 dois cargos de professor (A) 
 professor com outro técnico científico (B) 
 dois cargos de médico (C) 
IMPORTANTE: a proibição de acumular estende-se a empregos e 
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
ATENÇÃO: existe a possibilidade de acumulação remunerada de cargos 
no caso de JUIZ ou PROMOTOR e UM CARGO DE PROFESSOR!!! 
 
E OS MILITARES!? PODEM ACUMALAR CARGOS? 
DICA – SIIIMMM! 
Art. 43 da CF/88: (...) 
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da 
atividade militar. (EC nº 101/19) 
Art. 142 da CF/88: (...) 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (EC nº 18/98) 
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego 
público civil permanente, ressalvada a hipóteseprevista no art. 37, 
inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; 
(EC nº 77/14) 
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MUITO IMPORTANTE: Além da acumulação geral, existe a acumulação 
especial oriunda da junção do cargo efetivo e o cargo eletivo, tudo 
conforme previsão do art. 38 da CF/88: 
MANDATO ELETIVO FEDERAL OU ESTADUAL – ficará afastado do cargo, 
emprego ou função E receberá o subsídio do cargo eletivo. 
PREFEITO – ficará afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe 
facultado optar pela remuneração (subsidio do cargo eletivo ou efetivo). 
VEREADOR – havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo, não sendo compatível aplicar-se-á as regras do prefeito. 
IMPORTANTE: o afastamento é computado como tempo de serviço, com 
todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento!!! 
# ATENÇÃO- na hipótese de ser segurado de regime próprio de 
previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente 
federativo de origem.“EC103/19” 
 
SISTEMA REMUNERATÓRIO APLICADO AOS SERVIDORES 
Preceitos Constitucionais 
 sujeito ao princípio da reserva legal específica, ou seja, nunca 
teremos portarias, decretos ou resoluções tratando de salário, 
vencimento e subsídios, apenas, LEI! 
 assegurada à revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, 
sempre na mesma data e sem distinção de índices, assegurou a 
irredutibilidade real e não apenas nominal do subsídio e dos 
vencimentos. 
 é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço 
público. 
 os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não 
serão computados nem acumulados para fins de concessão de 
acréscimos ulteriores. 
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 a EC 19 criou o teto geral e obrigatório no âmbito da 
Administração direta autárquica e fundacional, estipulando que os 
subsídios, os vencimentos, os salários e os proventos, pensões e 
outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoas ou de qualquer outra natureza, não 
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Min. do STF – 
art. 37, XI da CF/88. 
IV - o teto geral será fixado por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes 
da República, da CD, do SF e do STF que, por curiosidade, mas por 
evidente cautela está sujeita à sanção do chefe do Executivo – art. 48 da 
CF/88. 
V - os vencimentos também ficam sujeitos a um teto entre os 
vencimentos dos cargos pertencentes aos Poderes, que corresponde 
àqueles pagos pelo Executivo – art. 37, XII da CF/88. 
VI - os salários dos empregados públicos das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, só estarão submetidas 
ao teto geral se as pessoas jurídicas receberem recursos do poder 
público para custeio de tais despesas. 
 
Art. 37, XI da CF/88: TETO GERAL 
“a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e 
empregos públicos da administração direta, autárquica e 
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de 
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, 
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos 
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de 
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se 
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e 
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no 
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do 
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros 
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do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, 
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos 
Procuradores e aos Defensores Públicos;” (EC nº 41/03) 
 
ESPÉCIEIS DE REMUNERAÇÃO 
A) SUBSÍDIO - é uma modalidade de remuneração, fixada em parcela 
única, paga obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo 
(Senador, Deputado Federal, Estadual, Vereador, Presidente, Vice-
Presidente, Governador, Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito) e aos 
demais agentes políticos (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e 
Municipais, os membros da Magistratura e o MP e Ministros e 
Conselheiros dos Tribunais de Contas) 
ATENÇÃO: agente político (membro de poder, detentor de mandato 
eletivo, ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais) – tem como 
única modalidade de remuneração cabível, enquanto que os demais 
agentes públicos poderão ter remuneração. 
 
B) VENCIMENTOS – valor fixo pago aos servidores efetivos de acordo 
com a tabela do plano de carreira. 
C) REMUNERAÇÃO – é a soma dos vencimentos básicos com as 
vantagens variáveis de cada carreira. 
D) SALÁRIO - pago aos empregados públicos da administração pública 
indireta regidos pela CLT, titulares de empregos públicos. 
E) PROVENTOS – é o valor pago aos aposentados e pensionistas. 
 
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Muita atenção que este assunto, como é muito controvertido e costuma 
ser alvo de ações judiciais, há muitas súmulas importantes sobre ele, das 
quais cito abaixo as mais importantes por serem vinculantes: 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
4 
É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que Salvo nos casos previstos na 
Constituição, o salário mínimo não pode ser 
usado como indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor público ou de 
empregado, nem ser substituído por decisão 
judicial. 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
15 
O cálculo de gratificações e outras 
vantagens do servidor público não incide 
sobre o abono utilizado para se atingir o 
salário mínimo. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
16 
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 
19/98), da Constituição, referem-se ao total 
da remuneração percebida pelo servidor 
público. 
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SÚMULA VINCULANTE 
37 
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem 
função legislativa, aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob o fundamento de 
isonomia. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
42 
É inconstitucional a vinculação do reajuste 
de vencimentos de servidores estaduais ou 
municipais a índices federais de correção 
monetária. 
SÚMULA VINCULANTE 
55 
O direito ao auxílio-alimentação não se 
estende aos servidores inativos. 
Art. 37 da CF/88: (...) 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação 
sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em 
lei específica; (EC nº 19/98) 
 Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são 
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (EC nº 18/98) 
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 
8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual 
específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as 
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (EC nº 
20/98) 
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares 
militares. 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (EC nº 18/98) 
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são 
conferidas pelo Presidente da República e asseguradas emplenitude 
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aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os 
títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos 
uniformes das Forças Armadas; (EC nº 18/98) 
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego 
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso 
XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 
77/14) 
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, 
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que 
da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, 
inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente 
poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por 
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela 
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de 
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos 
da lei; (EC nº 77/14) 
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (EC nº 18/98) 
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a 
partidos políticos; (EC nº 18/98) 
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do 
oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de 
caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em 
tempo de guerra; (EC nº 18/98) 
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa 
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, 
será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (EC nº 
18/98) 
 
Art. 39 da CF/88: (...) 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo 
a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 
do cargo o exigir. (EC nº 19/98) 
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Art. 142, § 3º, da CF/88: (...) 
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, 
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma 
da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, 
alínea "c"; (EC nº 77/14) 
 
 
 
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APOSENTADORIA 
Por fim, mas não menos importante, abordaremos a APOSENTADORIA 
dos servidores, claro, apenas os ditames previstos na CF/88, muitos 
alterados pela EC - 103/19. 
Art. 40 - CF/88 
O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos 
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial. 
§ 1º - O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será 
aposentado: 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver 
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da 
continuidade das condições que ensejaram a concessão da 
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) 
anos de idade, na forma de lei complementar; 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 
e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima 
estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis 
Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos 
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. 
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor 
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo 
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o 
disposto nos §§ 14 a 16. 
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão 
disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. 
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§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para 
concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, 
ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. 
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a 
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar. 
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente 
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do 
caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do 
caput do art. 144. 
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação. 
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 
(cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no 
inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e 
médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. 
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis 
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma 
aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, 
aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de 
benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência 
Social. 
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única 
fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão 
por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, 
a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores 
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de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em 
razão da função. 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em 
lei. 
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será 
contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-
A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para 
fins de disponibilidade. 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de 
tempo de contribuição fictício. 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos 
de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou 
empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a 
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante 
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de 
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. 
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime 
própriode previdência social, no que couber, os requisitos e critérios 
fixados para o Regime Geral de Previdência Social. 
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro 
cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o 
Regime Geral de Previdência Social. 
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência 
complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, 
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em 
regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição 
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio 
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de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta 
de previdência complementar. 
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 
14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço 
público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente 
regime de previdência complementar. 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do 
benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da 
lei. 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e 
pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o 
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao 
estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. 
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo 
ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado 
as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer 
em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, 
no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a 
idade para aposentadoria compulsória. 
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência 
social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada 
ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades 
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu 
financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza 
jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. 
§ 21. (Revogado). 
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência 
social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, 
normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade 
em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: 
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime 
Geral de Previdência Social; 
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II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; 
III - fiscalização pela União e controle externo e social; 
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; 
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de 
que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de 
contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; 
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; 
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados 
os princípios relacionados com governança, controle interno e 
transparência; 
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que 
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a 
gestão do regime; 
IX - condições para adesão a consórcio público; 
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota 
de contribuições ordinárias e extraordinárias. 
 
APOSENTADORIA ESPECIAL 
O artigo 10, §2º, inciso II, da EC 103/2019 esclarece os requisitos mínimos 
para a concessão de aposentadoria especial aos servidores públicos 
federais. 
§ 2º Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou 
tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de 
aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição 
Federal poderão aposentar-se, observados os seguintes requisitos: 
II - o servidor público federal cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação, aos 60 (sessenta) anos de idade, com 25 (vinte e 
cinco) anos de efetiva exposição e contribuição, 10 (dez) anos de efetivo 
exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for 
concedida a aposentadoria; 
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