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Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 1 AGENTE PÚBLICO Primeiramente precisamos entender que a expressão AGENTE PÚBLICO é GÊNERO, assim como, funcionário público, usada apenas no âmbito penal e há muito já descartada pelos juristas modernos. Deste gênero, por obvio, derivam-se várias outras ESPÉCIES que analisaremos agora: AGENTES POLÍTICOS – são os que ocupam os cargos principais na estrutura constitucional, em situação de representar a vontade política do Estado (ex. Presidente da República, deputados, senadores, governadores, ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, prefeitos e vereadores dentre outros). ATENÇÃO: Considerando a base desta classificação a presença do cargo na CF/88, temos que também colocar dentre eles os juízes, promotores e outros cargos de extrema relevância e também previstos na Carta Politica! AGENTES ADMINISTRATIVOS – são aqueles com vínculo “profissional” com o Estado, podendo ser via lei, ato ou contrato: SERVIDORES – Ocupam cargo e são estruturados em carreira, seu provimento é via concurso público, passam por estágio probatório de 3 anos e adquirem a estabilidade após isso, seguindo os ditames de um estatuto e de um regime de previdência próprios. Podem ser civil ou militar, conforme a necessidade do Estado. EMPREGADOS – Ocupam emprego público, seu provimento é via concurso, sendo regidos pelo estatuto geral (CLT) e contribuem para o RGPS (INSS), não possuem estabilidade e passam apenas pelo período de experiência de 90 dias conforme CLT. Podem ser apenas civis. TEMPORÁRIO – Ocupam mera função e não cargo ou emprego. Não fazem concurso e sim um PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO – PSS. Salvo os PSS federais, que possuem estatuto próprio, os demais seguem o estatuto do cargo ou emprego principal e Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 2 TODOS, contribuem para o RGPS (INSS). São selecionados para determinado tempo, nas hipóteses de excepcional interesse, conforme a CF/88. HONORÍFICOS – convocados para colaborar transitória e temporariamente com o “Estado”, em razão de sua situação cívica, sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, podendo ainda, atuar em situações de urgência e emergência. Assumem funções públicas, sem vínculo empregatício, e, em regra, sequer recebem remuneração por tais atividades. Ex.: MESÁRIOS, JURADOS, COMISSÁRIOS DE MENORES, SOCORRISTA. CREDENCIADOS – recebem do Estado o dever de representá-lo em certo ato ou desempenhar certa atividade, sempre de forma temporária e determinada, mediante retribuição financeira em pecúnia ou prêmio. Ex.: TRADUTORES, LEILOEIROS, PERITOS, PARECERISTAS, REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS (ATENÇÃO - salvo os membros da carreira diplomática). DELEGADOS – particulares com vínculo estatal (contrato ou ato) que desempenham atividades (serviços ou obras) por sua conta e risco, sempre mediante fiscalização permanente do Estado. Ex.: DESPACHANTES, CARTORÁRIOS, AGENTES DAS CONCESSIONÁRIAS, PERMISSIONÁRIOS E AUTORIZATÁRIOS DE SERVIÇO PÚBLICO. FORMA DE PROVIMENTO CONCURSO!!! Aplicação: serve para selecionar os agentes administrativos, os efetivos, os profissionais do serviço público, sendo a regra para ingresso oficial nas carreiras públicas. Logo, aplica-se tanto a servidores quanto a empregados públicos. ATENÇÃO: NÃO APLICA PARA CARGO EM COMISSÃO, FUNCÃO GRATIFICADA E FUNÇÃO TEMPORÁRIA, ALÉM DOS CARGOS ELETIVOS!!! Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 3 TIPOS DE CONCURSO: deverá ser de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego. Não existe mais o concurso só com a fase títulos!!! PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO - até dois anos, admitida uma prorrogação por igual período, a critério da administração pública, logo, a previsão deve constar do edital. ATENÇÃO: Durante o prazo de validade, a administração pública não está obrigada a contratar, a não ser as vagas previstas no edital, quando nasce o chamado direito subjetivo, defendido até mesmo por via de mandado de segurança. OS “NÓS” DO CONCURSO! COTAS: OS “NÓS” DO CONCURSO! DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO: TEORIA DO FATO CONSUMADO É APLICADA NO CONSURSO? Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 4 OS “NÓS” DO CONCURSO! NOVO CONCURSO COM OUTRO JÁ VIGENTE E OS PSS: CLÁUSLUAS DE BARREIRA: Tenha um cuidado especial com estas Súmulas Vinculantes abaixo, pois as bancas amam cobrá-las em provas de concurso: SÚMULA VINCULANTE 43 É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir- se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. SÚMULA VINCULANTE 44 Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 5 ESTABILIDADE Outro assunto corriqueiro e básico no estudo de agentes públicos é a ESTABILIDADE, que é a garantia oferecida ao servidor que lhe assegura a permanência no serviço público, atendidas às exigências estabelecidas pela Constituição. IMPORTANTE: Nunca confunda estabilidade com vitaliciedade, esta, é garantia entregue apenas a magistrados e membros do MP, que cumprem, em regra, o mínimo de 2 anos de exercício ou no ato da posse, obrigando a saída compulsória por decisão judicial transitada em julgado, apenas. Requisitos para se adquirir a estabilidade: nomeação e posse em caráter efetivo. aprovação no estágio probatório, que é de 3 anos (exceto para MP e Juiz). aprovação em prova de conhecimentos ou desempenho por comissão específica. ATENÇÃO: A estabilidade é no serviço público e não do cargo, como acontece o estágio probatório! Todo novo provimento em cargo efetivo tem um novo período de estagio (comprovação dos requisitos do cargo), mas a estabilidade se adquire uma vez, e repita-se, é para o serviço público e não para o cargo em questão. Perda da estabilidade Art. 41, § 1º da CF/88: O servidor público estável só perderá o cargo: em virtude de sentença judicial transitada em julgado. mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada à ampla defesa. mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa. por excesso de gastos com pessoal Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 6 (Art. 169, §4º da CF/88) ACUMULAÇÃO Assunto geral e importante é a ACUMULAÇÃO, prevista no art. 37, XVI e XVII, CF/88, que prevê como regra geral a proibição da acumulação remunerada de cargos, EXCETO: dois cargos de professor (A) professor com outro técnico científico (B) dois cargos de médico (C) IMPORTANTE: a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; ATENÇÃO: existe a possibilidade de acumulação remunerada de cargos no caso de JUIZ ou PROMOTOR e UM CARGO DE PROFESSOR!!! E OS MILITARES!? PODEM ACUMALAR CARGOS? DICA – SIIIMMM! Art. 43 da CF/88: (...) § 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar. (EC nº 101/19) Art. 142 da CF/88: (...) § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (EC nº 18/98) II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipóteseprevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 77/14) Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 7 MUITO IMPORTANTE: Além da acumulação geral, existe a acumulação especial oriunda da junção do cargo efetivo e o cargo eletivo, tudo conforme previsão do art. 38 da CF/88: MANDATO ELETIVO FEDERAL OU ESTADUAL – ficará afastado do cargo, emprego ou função E receberá o subsídio do cargo eletivo. PREFEITO – ficará afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração (subsidio do cargo eletivo ou efetivo). VEREADOR – havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, não sendo compatível aplicar-se-á as regras do prefeito. IMPORTANTE: o afastamento é computado como tempo de serviço, com todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento!!! # ATENÇÃO- na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.“EC103/19” SISTEMA REMUNERATÓRIO APLICADO AOS SERVIDORES Preceitos Constitucionais sujeito ao princípio da reserva legal específica, ou seja, nunca teremos portarias, decretos ou resoluções tratando de salário, vencimento e subsídios, apenas, LEI! assegurada à revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, sempre na mesma data e sem distinção de índices, assegurou a irredutibilidade real e não apenas nominal do subsídio e dos vencimentos. é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 8 a EC 19 criou o teto geral e obrigatório no âmbito da Administração direta autárquica e fundacional, estipulando que os subsídios, os vencimentos, os salários e os proventos, pensões e outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoas ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Min. do STF – art. 37, XI da CF/88. IV - o teto geral será fixado por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da CD, do SF e do STF que, por curiosidade, mas por evidente cautela está sujeita à sanção do chefe do Executivo – art. 48 da CF/88. V - os vencimentos também ficam sujeitos a um teto entre os vencimentos dos cargos pertencentes aos Poderes, que corresponde àqueles pagos pelo Executivo – art. 37, XII da CF/88. VI - os salários dos empregados públicos das empresas públicas e das sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, só estarão submetidas ao teto geral se as pessoas jurídicas receberem recursos do poder público para custeio de tais despesas. Art. 37, XI da CF/88: TETO GERAL “a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 9 do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;” (EC nº 41/03) ESPÉCIEIS DE REMUNERAÇÃO A) SUBSÍDIO - é uma modalidade de remuneração, fixada em parcela única, paga obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo (Senador, Deputado Federal, Estadual, Vereador, Presidente, Vice- Presidente, Governador, Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito) e aos demais agentes políticos (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, os membros da Magistratura e o MP e Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas) ATENÇÃO: agente político (membro de poder, detentor de mandato eletivo, ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais) – tem como única modalidade de remuneração cabível, enquanto que os demais agentes públicos poderão ter remuneração. B) VENCIMENTOS – valor fixo pago aos servidores efetivos de acordo com a tabela do plano de carreira. C) REMUNERAÇÃO – é a soma dos vencimentos básicos com as vantagens variáveis de cada carreira. D) SALÁRIO - pago aos empregados públicos da administração pública indireta regidos pela CLT, titulares de empregos públicos. E) PROVENTOS – é o valor pago aos aposentados e pensionistas. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 10 Muita atenção que este assunto, como é muito controvertido e costuma ser alvo de ações judiciais, há muitas súmulas importantes sobre ele, das quais cito abaixo as mais importantes por serem vinculantes: SÚMULA VINCULANTE 4 É inconstitucional toda modalidade de provimento que Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. SÚMULA VINCULANTE 15 O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. SÚMULA VINCULANTE 16 Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 11 SÚMULA VINCULANTE 37 Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. SÚMULA VINCULANTE 42 É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. SÚMULA VINCULANTE 55 O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos. Art. 37 da CF/88: (...) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (EC nº 19/98) Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (EC nº 18/98) § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (EC nº 20/98) § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (EC nº 18/98) I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas emplenitude Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 12 aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (EC nº 18/98) II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 77/14) III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 77/14) IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (EC nº 18/98) V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (EC nº 18/98) VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (EC nº 18/98) VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (EC nº 18/98) Art. 39 da CF/88: (...) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (EC nº 19/98) Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 13 Art. 142, § 3º, da CF/88: (...) VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (EC nº 77/14) Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 14 Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 15 APOSENTADORIA Por fim, mas não menos importante, abordaremos a APOSENTADORIA dos servidores, claro, apenas os ditames previstos na CF/88, muitos alterados pela EC - 103/19. Art. 40 - CF/88 O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. § 1º - O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 16 § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 17 de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º- A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibilidade. § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime própriode previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 18 de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. § 21. (Revogado). § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social; Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 19 II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; III - fiscalização pela União e controle externo e social; IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência; VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime; IX - condições para adesão a consórcio público; X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. APOSENTADORIA ESPECIAL O artigo 10, §2º, inciso II, da EC 103/2019 esclarece os requisitos mínimos para a concessão de aposentadoria especial aos servidores públicos federais. § 2º Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição Federal poderão aposentar-se, observados os seguintes requisitos: II - o servidor público federal cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, aos 60 (sessenta) anos de idade, com 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição e contribuição, 10 (dez) anos de efetivo exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria; Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 20 AGENTE PÚBLICO
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