Buscar

aula 04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teorias Pedagógicas Aplicadas: Deficiência Visual
Descrição
A deficiência visual como campo de estudo na educação especial, os tipos de tecnologias assistivas e as teorias pedagógicas para a inclusão do deficiente visual.
Propósito
Compreender a deficiência visual, o papel do atendimento educacional especializado e as tecnologias assistivas (em consonância com as práticas pedagógicas para os educadores) em virtude da ampliação da inclusão escolar e dos cursos de licenciatura, assim como por conta de subsídios para futuros professores concernentes à inclusão do aluno com deficiência visual na educação básica.
Objetivos
Módulo 1
Localizar a deficiência visual e o papel do atendimento educacional especializado na educação básica
Módulo 2
Reconhecer as tecnologias assistivas utilizadas por estudantes com deficiência visual
Módulo 3
Identificar as práticas pedagógicas aplicadas à inclusão do deficiente visual
Introdução
Falar de inclusão do deficiente visual na escola é, ao mesmo tempo, necessário e complexo. Necessário porque na formação de professores, ou de qualquer outro profissional que tenha como princípio o direito à igualdade de acesso ao conhecimento e aos serviços de todo cidadão, é importante que tenhamos contato, ainda que brevemente, com conceitos e metodologias que possibilitem ingressar nessa realidade.
É complexo exatamente porque essa realidade é ampla e nem sempre depende apenas do profissional para que a inclusão aconteça, mas de políticas públicas que deem condições dessa acessibilidade.
No caso da deficiência visual, será importante identificar as particularidades da cegueira e baixa visão, bem como compreender o papel dos profissionais do atendimento educacional especializado (AEE) e dos professores da sala de aula regular no que concerne ao atendimento dos alunos com deficiência visual.
O mesmo grau de importância deve ser atribuído à identificação das tecnologias assistivas utilizadas por pessoas com deficiência visual para: escrita e leitura, cálculos aritméticos, acesso digital por meio do computador e orientação e mobilidade. Finalmente, é preciso compreender a importância das práticas pedagógicas aplicadas com o uso das tecnologias assistivas.
MÓDULO 1
Localizar a deficiência visual e o papel do atendimento educacional especializado na educação básica
A instituição especializada
No Brasil, em 17 de setembro de 1854, no governo do imperador Dom Pedro II, foi inaugurado o Instituto Benjamin Constant (IBC), que, inicialmente, teve o nome de Instituto Imperial dos Meninos Cegos. Em 1891, o IBC recebeu o nome que tem hoje em homenagem ao seu terceiro diretor.
Atualmente, o IBC é a instituição brasileira vinculada ao gabinete do ministro da Educação e referência no atendimento das pessoas com deficiência visual. O instituto oferece a escolarização da educação precoce até o ensino médio técnico profissionalizante e ainda oferta formação de professores nas modalidades presencial e a distância para atender às demandas de alunos cegos, com baixa visão, com múltipla deficiência associada à deficiência visual e surdocegos matriculados no ensino regular.
Fachada do prédio do IBC no bairro da Urca (RJ). 
Pelo Decreto nº 7.690, de 2 de março de 2012, que aprovou a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas do Ministério da Educação, o IBC passou legalmente a subsidiar a formulação da Política Nacional de Educação Especial na área de deficiência visual. Os decretos posteriores mantiveram a decisão, incluindo o último deles, o Decreto nº 10.195, de 30 de dezembro de 2019, conforme está descrito no artigo 35.
O IBC possui um parque gráfico no qual produz materiais em braille distribuídos gratuitamente às escolas que os solicitam. Essa instituição centenária publica periodicamente estudos acerca da deficiência visual disponibilizados no site da instituição ou distribuídos na forma impressa.
Atenção
Embora exista no Brasil uma instituição referência nacional no atendimento e na educação de pessoas com deficiência visual, elas têm o direito de frequentar e ter ensino de qualidade nas escolas regulares, sendo facultada à família a escolha da instituição de ensino.
Deficiência visual: o que é?
A deficiência visual é entendida como a falta total ou parcial da visão de um olho ou dos dois olhos, podendo ser congênita ou adquirida. Ela é classificada como cegueira ou baixa visão.
De acordo com Sá, a cegueira é explicada como:
Uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente.
(SÁ, 2007, p. 15)
A cegueira congênita é definida pela inexistência da visão a partir do nascimento até os primeiros cinco anos de vida. Já a adquirida é evidenciada pela perda da visão, podendo acontecer em qualquer fase da vida em razão de algumas doenças infecciosas, enfermidades sistêmicas ou traumas.
A cegueira não acarreta consequências somente para o sentido da visão: ela altera e reorganiza completamente a vida mental do indivíduo, pois ocasiona uma série de limitações. O processo de observação é organizado de modo diferente da pessoa que enxerga: a visão é o primeiro sentido pelo qual a forma, a dimensão, a altura e a largura são compreendidas – e, em virtude dessa ausência, a percepção sofre um atraso.
Cubaritmo: ferramenta de cálculo com estímulo tátil. 
A fim de remediar as perdas naturais ocasionadas pela cegueira e pela baixa visão, são necessárias atividades que trabalhem o sistema motor por meio de estimulações táteis (aluno cego) e estimulação visual e tátil (aluno com baixa visão).
Na baixa visão (Sá, 2007), incluem-se características variadas dependendo do tipo e da intensidade de comprometimentos das funções visuais, que podem englobar desde a capacidade de percepção da luz até a redução da acuidade e do campo visual, que interferem nas ações e no desempenho geral da pessoa. As pessoas com baixa visão, por vezes, são questionadas em relação ao que conseguem enxergar ou não, pois nem sempre essa deficiência é perceptível aos que estão à sua volta.
Atendimento educacional especializado
Com a inclusão escolar proposta no capítulo V (Da educação especial) da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), ou seja, da Lei nº 9.394/1996, tem crescido o número de pessoas com deficiência incluídas no ensino regular. Segundo a LDB:
Art. 58 Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
(BRASIL, 1996)
Já o Decreto nº 7.611/2011, que revogou o de nº 6.571/2008, define os objetivos do AEE em seu artigo 3º:
I. Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes;
II. Garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;
III. Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e
IV. Assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino.
(BRASIL, 2008)
O AEE é oferecido ao aluno com deficiência matriculado na escola regular no espaço da sala de recursos multifuncionais (SRM), que é ministrado no contraturno. Propõe-se, em outras palavras, a atender e adaptar materiais a fim de suprir as demandas específicas do estudante e orientar o professor da sala de aula regular no que tange às adaptações das atividades e dos conteúdos ministrados. Seu objetivo é fazer com que o aluno não sofra perdas dos conteúdos curriculares.
Esse currículo – tal como é para os alunos que não possuem deficiência – deverá pautar-se pelas diretrizes apontadas na Base Nacional Comum Curricular (2018), desenvolvendo habilidades e competências de acordocom a faixa etária e o ano escolar.
Em nenhuma hipótese, o AEE substitui a classe regular, assim como essa classe não substitui o AEE: ambos se complementam.
A sala de recursos multifuncionais, informa Gomes (2010), é um ambiente organizado com materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista as necessidades específicas de cada aluno, e dispõe de profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais.
Esse atendimento precisa considerar as diferentes áreas e os aspectos relacionados:
Ao estágio de desenvolvimento cognitivo do aluno
Ao nível de escolaridade
Aos recursos específicos para sua aprendizagem
Às atividades de complementação e suplementação curricular
O atendimento realizado pelo professor do AEE é uma condição indispensável à permanência e à inclusão da pessoa com deficiência visual, pois, não raras vezes, o professor da sala de aula regular desconhece como utilizar o soroban para fazer cálculos, o sistema braille para ler e escrever, as fontes adequadas de escrita e leitura para o aluno com baixa visão, as atividades da vida diária, assim como a orientação e a mobilidade, entre outras especificidades no processo ensino-aprendizagem da pessoa com deficiência visual.
As escolas públicas podem possuir salas de recursos multifuncionais de dois tipos: I e II. Segundo o Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais, o que define o tipo a ser utilizado são as matrículas ofertadas pela escola:
A escola de ensino regular deve ter matrícula de aluno(s) público-alvo da educação especial em classe comum, [...], para a implantação da sala Tipo I; A escola de ensino regular deve ter matrícula de aluno(s) cego(s) em classe comum [...], para a implantação da sala de Tipo II [...].
(BRASIL, 2010a, p. 10)
Além disso, há diferentes componentes que caracterizam cada uma das salas de recursos. Observe alguns recursos que podem ser utilizados para os estudantes deficientes visuais.
As salas de recursos multifuncionais Tipo I são compostas de:
swap_horiz Arraste para os lados. 
Microcomputadores
Monitores
Fones de ouvido e microfones
Scanner e impressora laser
Teclado e mouse
Materiais e jogos pedagógicos acessíveis
As salas de recursos multifuncionais Tipo II têm também os seguintes materiais:
Clique nas setas para ver o conteúdo. 
· Lupas manuais (foto) e lupa eletrônica
· Plano inclinado
· Mesas, cadeiras, armário
· Máquina de datilografia braille (foto)
· Impressora braille
· Reglete de mesa
1. Punção e soroban (foto)
2. Guia de assinatura
3. Globo terrestre acessível
· Kit geométrico acessível (foto)
· Calculadora sonora
· Software para produção de desenhos gráficos e táteis
Falaremos sobre as salas de recursos multifuncionais:
A alfabetização da pessoa com deficiência visual ocorre por meio da parceria da sala regular com o AEE, que, respeitando a metodologia escolhida pelo professor, orienta as adaptações de materiais de acordo com sua proposta da sala regular. Para isso, a parte prática do processo de alfabetização (ler e escrever em braille ou por meio da escrita e leitura ampliada) é uma tarefa exercida pelo professor do AEE.
No entanto, as atividades de preparo para o processo de alfabetização, especificamente necessário para o estudante cego, são realizadas pelo professor da sala regular por intermédio de brincadeiras, por exemplo. Essas tarefas precisam envolver as noções de lateralidade, tamanhos, diferenciação de texturas e distinção de objetos.
Esse processo preparatório é de suma importância, pois a pessoa cega carece de estímulos táteis e necessita desenvolver os outros sentidos remanescentes: paladar, olfato e audição. O desenvolvimento de tais sentidos contribuirá para que ela leia e escreva com autonomia e garantirá a orientação espacial e a prática das atividades da vida diária.
No caso do aluno com baixa visão, podem ser utilizados recursos ópticos e não ópticos desde a alfabetização, quando ele começa seu processo de alfabetização e letramento. Para esses alunos, utilizam-se textos ampliados no tamanho de fonte que vão de acordo com a necessidade de cada um. Para tanto, o profissional do AEE (ao lado do oftalmologista) precisa avaliar se a baixa visão se mostra suficiente para fins pedagógicos no que compete à tarefa de ler e escrever de maneira ampliada.
São exemplos de recursos não ópticos:
Acetato amarelo (que auxilia em suas leituras e escrita)
Lápis 4B ou 6B
Caneta hidrográfica preta
Suportes para livros
Cadernos pautados espaçados
Atenção
O livro acessível é um importante recurso de inclusão. Quando em formato digital, permite que os cegos possam acessá-lo por meio de softwares leitores de telas. Ele oferece a ampliação das fontes e a leitura de voz, contendo áudio e sendo em braille (inclusive quando impresso). O livro acessível é um material ideal, mas ainda não disponível nas prateleiras das livrarias e das bibliotecas.
Ainda cabe ao AEE orientar o professor da sala regular quanto à maneira adequada de se oferecer, com independência e segurança, uma orientação espacial do estudante cego e com baixa visão na escola seguindo os pressupostos dos estudos da orientação e mobilidade (OM), que recomendam o uso da bengala branca para a pessoa cega. Vale mencionar que, em 1996, a professora argentina Perla Mayo criou a bengala verde para os indivíduos com baixa visão.
O professor da sala de recursos precisa orientar o aluno em relação a pistas táteis e olfativas, além de aguçar sua audição. Esses ensinamentos contribuirão para a autonomia da pessoa cega e com baixa visão dentro e fora da escola. Esse profissional também necessita saber usar os recursos a fim de ensiná-los aos estudantes.
Programas de
leitura de tela
· NVDA
· Jaws
· Virtual Vision
· Dosvox
Ampliadores
de tela
· Lente do Windows
· MAGIc
O desejável é que as habilidades e as competências desenvolvidas na escola desdobrem-se para a vida além dos muros escolares. Contudo, a parceria da família é primordial no processo de inclusão e ascensão social da pessoa com deficiência visual.
MÓDULO 2
Reconhecer as tecnologias assistivas utilizadas por estudantes com deficiência visual
Sistema braille
Antes de tudo, é importante definir o que significa tecnologia assistiva (TA). A TA deve ser entendida:
Como um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento.
(BERSCH, 2013, p. 2)
Busto de Louis Braille, por Étienne Leroux. 
O sistema braille é um código universal de leitura e escrita inventado por Louis Braille na França em 1825 e usado pela pessoa cega. Ele se baseia na organização de seis pontos em relevo distribuídos em duas colunas de três pontos.
Esse conjunto de pontos forma a “cela braille”, e suas diferentes combinações resultam em 63 símbolos (ou 64 se levarmos em conta o espaço em branco) denominados símbolos universais do sistema braille. Esses símbolos representam as letras do alfabeto, os números e outros símbolos, como, por exemplo, os químicos, os matemáticos, os físicos e os musicais.
Como abordamos no módulo anterior, a escrita braille pode ser realizada com o uso de uma reglete e uma punção (escrita da direita para a esquerda) por intermédio de uma máquina de escrever braille (da esquerda para a direita) ou de meios digitais que aceleram a produção do conteúdo escrito.
Vamos conhecer esses meios digitais:
Impressora braille
A impressora braille, que pode ser de médio ou grande porte, acelera a produção da escrita braille de materiais de cunho literário e didáticos, como livros, apostilas e gráficos táteis.
Display braille
Conhecido no Brasil como linha braille, ele é uma TA que possibilita a leitura de conteúdos dispostos nas telas de celulares, tablets e computadores ou na própria linha braille.
Soroban
Adaptado do ábaco japonês por Joaquim Lima de Moraes em 1949, o soroban é utilizado por pessoas cegas e com baixa visão para efetuar cálculos, mas nada impede que outras usem esse recurso.
O soroban veioem substituição ao cubaritmo, caixa de madeira vazada em pequenos quadrados onde encaixavam-se pequenos cubos de seis faces. Em cinco faces, ficava a representação em braille do algarismo em alto relevo; na última face, o sinal da operação matemática que se realizaria.
O uso desse instrumento não era prático pelo fato de ser necessário movimentar peças pequenas, as quais, não raras vezes, se perdiam; entretanto, teve grande relevância no Brasil para a educação dos deficientes visuais, porque não havia opções melhores para efetuar cálculos.
Algumas réguas em braille, cubaritmo (com suas peças) e soroban. 
De acordo com Fernandes (2006, p. 83), “o soroban deve fazer parte do material escolar de crianças cegas e com baixa visão”.
É fundamental que o professor desses educandos saiba utilizar esse instrumento. Para isso, serão postas em prática duas metodologias:
O desejável é que as habilidades e as competências desenvolvidas na escola desdobrem-se para a vida além dos muros escolares. Contudo, a parceria da família é primordial no processo de inclusão e ascensão social da pessoa com deficiência visual.
Metodologia Moraes
Cálculos das maiores ordens para as menores
Método Bahia
Das menores ordens para as maiores
Saiba mais
A calculadora sonora, disponível nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa, é um importante recurso de tecnologia assistiva.
Acesso digital
Leitores de telas
O leitor de telas é um recurso de TA utilizado por pessoas cegas que possibilita o acesso aos sistemas operacionais existentes para computadores, celulares e tablets. No computador, os comandos são efetuados por meio do teclado, não sendo possível a manipulação deles pelo mouse.
Nos equipamentos touch, os gestos são feitos na própria tela ou por um teclado com conexão via bluetooth. Em 1993, o professor José Antônio dos Santos Borges, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tornou exequível a utilização do sistema Dosvox.
Pessoa cega utiliza o leitor de telas na navegação via desktop. 
Esse sistema permite o funcionamento de um computador com configurações mínimas, atendendo às pessoas cegas em:
Leitura e audição de textos e pesquisas na internet
Edição de textos para impressão em braille
Emprego de calculadoras
Utilização de jogos pedagógicos e de entretenimento
Sistema gratuito desenvolvido no Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, o Dosvox é um programa de leitura de tela que auxilia o deficiente visual a utilizar o computador mediante o emprego de um aparelho sintetizador de voz. No entanto, segundo Silveira, Bassani e Reidrich (2007), outros três sistemas (Virtual Vision, JAWS e NVDA) já atendem aos requisitos mínimos de acessibilidade:
Clique nas barras para ver as informações.
O JAWS e o NVDA possuem atalhos de teclado similares, facilitando a memorização dos usuários. Ambos disponibilizam uma lista de atalhos nos programas que indicam tanto o atalho específico do programa quanto o do leitor de tela a ser utilizado.
Também é possível definir o display braille como um dispositivo tátil para visualização das letras no sistema braille. Por intermédio de um mecanismo eletrônico, conjuntos de pontos são levantados e abaixados, conseguindo-se, assim, uma linha de texto em braille com conteúdo dinâmico, já que ele é constantemente alterado.
Saiba mais
Os atuais displays possuem dimensões desde uma única célula (de seis ou oito pontos) até linhas de 80 células. A maioria comporta entre 12 e 20 células por linha. O display é ligado ao computador ou ao celular via bluetooth e recebe do leitor de tela a mesma informação que ele enviaria para o sintetizador de voz. Ele é útil principalmente para as pessoas surdocegas, porém infelizmente ainda é pouco usado no Brasil devido ao seu altíssimo custo. 
Ampliadores de telas
Os ampliadores de tela, tal como os leitores dela, funcionam em conjunto com outros softwares no computador. Esses ampliadores possibilitam o aumento do tamanho da letra, a mudança da cor dela e do fundo, zoom de parte da tela e alteração do brilho e do contraste das letras e figuras.
Clique nas barras para ver as informações.
Orientação e mobilidade
No Brasil, a bengala é o recurso de orientação e mobilidade mais utilizado tanto por pessoas cegas quanto por aquelas com baixa visão.
As bengalas podem ser classificadas por:
Tipo de construção
· Dobrável
· Retrátil
· Inteiriça
Material
· Ferro
· Alumínio
· Fibra de carbono
Cor
· Branca (indica pessoa cega)
· Verde (pessoa com baixa visão)
· Branca e vermelha (pessoa surdocega)
Acessibilidade comunicacional
Pessoa surdocega. 
No elenco de tecnologias assistivas existentes para o atendimento de pessoas com deficiência visual, a audiodescrição é classificada como um recurso de acessibilidade comunicacional que permite a pessoas com deficiência visual assistir a filmes, peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais e óperas, por exemplo, e entendê-los melhor, ouvindo o que pode ser visto.
Nesse sentido, a audiodescrição amplia as possibilidades de acesso às imagens, com informações dispostas nos ambientes virtuais de aprendizagens virtuais ou presenciais, por meio de livros, vídeos etc. Ou seja, a formação de audiodescritores ocorre por meio de cursos presenciais e a distância ofertados por universidades e instituições públicas e privadas.
A audiodescrição é feita por uma equipe composta por profissionais com formação no tema. Ela contempla a elaboração do roteiro com a consultoria de um profissional cego ou com baixa visão, cujo papel é apurar os possíveis erros nas escolhas tradutórias e ver se o produto audiodescrito explica de fato o que a imagem se propõe a expressar. Em seguida, o material audiodescrito deve ser gravado – preferencialmente, em um estúdio.
A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) afirma que:
Art. 67 Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
I. subtitulação por meio de legenda oculta; [...]
II. audiodescrição
(BRASIL, 2015)
Esses recursos assistivos serão essenciais para auxiliar o aluno cego ou com baixa visão em todas as disciplinas.
MÓDULO 3
Identificar as práticas pedagógicas aplicadas à inclusão do deficiente visual
Leitura e escrita pelo sistema braille
Identificar a TA é um primeiro passo ao se pensar na inclusão de alunos com deficiência visual. Contudo, torna-se necessário que tais tecnologias sejam inseridas no cotidiano escolar por meio de práticas pedagógicas a fim de que efetivamente possibilitem a autonomia do aluno cego ou com baixa visão.
Desse modo, pode-se perceber que a compreensão de noções básicas do sistema braille é fundamental na abordagem de tais práticas pedagógicas, decorrendo daí a importância de se aprofundar um pouco mais esse sistema.
Pessoa cega utilizando um teclado adaptado em braille. 
Como estudamos, o lugar ocupado pelos símbolos braille é denominado cela ou célula braille. Quando ocupa uma só cela, esses símbolos são denominados simples; se ocupam duas, duplos; três, são triplos – e assim por diante.
Os seis pontos que compõem o sistema braille podem ser dispostos em três linhas (14, 25 e 36) ou em duas colunas (123 - coluna esquerda, 456 - coluna direita). Assim, para facilitar a compreensão relativa de cada um dos pontos do sistema, eles são numerados de cima para baixo e da esquerda para a direita, tal como é feito no momento da leitura. Os símbolos braille são dispostos em uma sequência chamada de ordem braille.
Serão dispostas a seguir as letras do alfabeto e seus respectivos pontos que as formam em braille:
swap_horiz Arraste para os lados. 
Letra A
Ponto 1
Letra B
Pontos 1 e 2
Letra C
Pontos 1 e 4
Letra D
Pontos 1, 4 e 5
Letra E
Pontos 1 e 5
Letra F
Pontos 1, 2 e 4
Letra G
Pontos 1, 2, 4 e 5
Letra H
Pontos 1, 2, 5
Letra I
Pontos 2 e 4
Letra J
Pontos 2, 4 e 5
Letra K
Pontos 1 e 3
Letra L
Pontos 1, 2 e 3
Letra M
Pontos 1, 3 e 4
Letra N
Pontos 1, 3, 4 e 5
Letra O
Pontos 1, 3 e 5
Letra P
Pontos 1, 2, 3, 4
Letra Q
Pontos 1, 2, 3, 4 e 5
Letra R
Pontos 1, 2, 3, 5
Letra S
Pontos 2, 3 e 5
LetraT
Pontos 2, 3, 4 e 5
Letra U
Pontos 1, 3 e 6
Letra V
Pontos 1, 2, 3 e 6
Letra W
Pontos 2, 4, 5 e 6
Letra X
Pontos 1, 3, 4 e 6
Letra Y
Pontos 1, 3, 4, 5 e 6
Letra Z
Pontos 1, 3, 5 e 6
Para que a pessoa com cegueira congênita ou adquirida se aproprie da leitura e da escrita por meio do sistema braille, é necessário haver o exercício da coordenação motora fina e ampla, bem como de experiências táteis. O IBC possui materiais pedagógicos para o ensino que antecedem a escrita e a leitura em braille, como cartilhas e livros para se exercitar a leitura.
Contudo, nada impede que o professor crie o próprio material. É importante frisar que, nesse processo de aprendizagem do braille, devem ser oferecidos recursos a fim de que o aluno reconheça e distinga, entre outros, os seguintes itens: 
Tamanho das linhas
Início, meio e fim delas
Espaço da célula braille
A escrita por meio do sistema braille pode ser realizada da esquerda para a direita (máquina de datilografia braille) e da direita para a esquerda (reglete e punção).
Utilizando soroban para cálculos aritméticos
O Soroban – que atualmente é a TA pela qual a pessoa cega ou com baixa visão efetua cálculos aritméticos – pode ser ensinado desde o primeiro ano do ensino fundamental.
Esse ensino parte da noção do concreto em relação à quantidade, à lateralidade, ao superior e ao inferior.
São introduzidas as noções de classes e ordens simultaneamente com a escrita de números. A posição das mãos, de maneira que consigam trabalhar com autonomia, é primordial para que os cálculos sejam efetuados com êxito.
O soroban é dividido em sete classes. Cada uma delas possui três ordens: centena, dezena e unidade. A primeira classe fica na extremidade esquerda dele, enquanto a sétima classe está em sua extremidade direita.
A anotação dos números é realizada da esquerda para a direita, isto é, da maior para a menor ordem. Exemplo: em 123, anota-se primeiro o 1 na centena, o 2 na dezena e o 3 na unidade. Os cálculos são feitos do maior valor relativo para o menor. No método Moraes, calcula-se da maior ordem para a menor.
Exemplo
Utilizando o método Moraes: quanto somam 23 + 22?
Anotaremos o 22 na sétima classe e o 23 na primeira, repetindo-o na quinta classe. Em seguida, com as mãos nas dezenas da sétima e da primeira classe, somaremos 2+2=4. Depois, somaremos o 2 da unidade da sétima classe com o 3 da unidade da primeira = 5. O resultado da soma ficará anotado na primeira classe, que, ao final do cálculo, será o número 45 (escrito na primeira classe). No vídeo deste módulo, aprenderemos mais a respeito desse método. 
Tecnologias digitais
O uso de tecnologias digitais por pessoas cegas e com baixa visão por intermédio das tecnologias assistivas tem sido uma importante aliada na promoção da autonomia no exercício das atividades da vida diária e escolares.
Clique nas barras para ver as informações.
Com o objetivo de ampliar as possibilidades de acesso do deficiente visual ao mundo digital, é fundamental que o professor de sala de recursos multifuncionais oriente os estudantes no uso dos leitores de tela para dispositivos móveis.
Os leitores de tela mais conhecidos são:
Voice Over
Apple
Talkback
Android
Ambos proporcionam autonomia no uso dos celulares e tablets, os quais, embora não sejam tecnologias disponíveis nas salas de recursos, podem auxiliar na realização de atividades extraclasse. É importante que o professor saiba orientar as ações para o uso desses recursos, que se diferenciam daqueles feitos sem o leitor de telas ativo.
Discorreremos neste vídeo sobre a aplicabilidade de alguns instrumentos de tecnolo
Conclusão
Considerações Finais
Chegamos ao momento de destacar alguns pontos importantes diretamente ligados ao que estudamos neste tema: os caminhos para aprofundar tais conhecimentos e a possibilidade de sua aplicabilidade na realidade – geralmente, escolar – em que vivemos.
A escola especializada IBC oferece a educação básica para as pessoas com deficiência visual e apoia as ações de inclusão escolar por meio das publicações e da adaptação de materiais em braille, bem como das pesquisas que envolvem o deficiente visual. Já na escola de educação básica comum, o AEE precisa ser oferecido de forma a complementar o processo de escolarização regular.
Em caso de necessidade, o aluno deve ter acesso ao aprendizado do sistema braille de leitura e escrita, bem como aos recursos de tecnologias assistivas adequados tanto para a realização de cálculos, orientação e mobilidade quanto para o acesso às tecnologias digitais. No caso do estudante com baixa visão, ele tem de acessar as tecnologias digitais cabíveis ao seu processo de ensino-aprendizagem: recursos não ópticos, ampliadores de tela etc.
Em relação aos leitores de tela e ao sistema Dosvox, cabe ao professor da sala de recursos multifuncionais II orientar os alunos nos usos dessas tecnologias assistivas, auxiliando na inclusão digital e na realização de tarefas escolares por intermédio, inclusive, de tecnologias móveis.

Outros materiais