Buscar

aula 06

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Recursos na 
Educação Especial
Descrição
A compreensão dos recursos tecnológicos e adaptados para suporte à aprendizagem de pessoas com deficiência. 
Propósito
Reconhecer a importância da acessibilidade e da flexibilização curricular é essencial para que o profissional de educação se sinta habilitado a organizar um processo de aprendizagem favorável à pessoa com deficiência. 
Objetivos
Módulo 1 
Conceitos básicos 
Reconhecer os conceitos básicos da educação especial. 
Módulo 2 
Padrões de acessibilidade 
Identificar os padrões de acessibilidade. 
Módulo 3 
Tecnologias assistivas 
Distinguir a funcionalidade das tecnologias assistivas na arena educacional. 
Introdução
Na área da educação, são inúmeros os desafios para contemplar a diversidade dos processos de aprendizagem do alunado e todas as suas necessidades pedagógicas. A proposta de um sistema educacional inclusivo dialoga com diferentes dimensões, como currículo, avaliação e metodologia de ensino, que implicam uma reorganização espacial e atitudinal para atender todos. 
Com a finalidade de promover o aprofundamento das reflexões acerca da inclusão das pessoas com deficiência, a relação entre a inovação tecnológica e a educação é um suporte promissor para a construção de um sistema educacional inclusivo. 
Nesse sentido, existem inúmeras estratégias disponíveis no mercado, como aplicativos que permitem a comunicação entre sujeitos falantes e sujeitos não verbais. É o caso da prancha inteligente Que Fala, que promove a interação entre os seus interlocutores. Os profissionais também podem construir ferramentas acessíveis para cognição, por exemplo. A adaptação de materiais reutilizáveis com a funcionalidade mediatizada é uma ação educativa de suma importância para a participação dos alunos com deficiência. 
Uma vez que o conceito de inovação está atrelado, por vezes, a objetos que são reaproveitados e ganham caráter funcional diferenciado a partir da necessidade do sujeito, este estudo organizará o conhecimento para avaliar e utilizar os recursos de tecnologias assistivas (TA). Por isso, neste conteúdo, apreciaremos os processos formativos do sujeito com deficiência, as barreiras encontradas e as diferentes estratégias assistivas para a promoção de ambientes inclusivos. 
1
Conceitos básicos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos básicos da educação especial.
A Educação Especial e sua trajetóriagi
A escola precisa considerar a natureza das manifestações da nossa sociedade e, ainda, compreender a questão da diversidade no processo de educação inclusiva. A priori, é necessário salientar que mesmo num grupo de indivíduos cujas “diferenças” os coloquem em risco de exclusão, o processo reflexivo sobre suas condições de participar e aprender, assim como a alteração do cenário apresentado, têm características bem específicas. No que se refere a alunos com deficiência, em educação especial e em educação regular, é preciso apontar qual a trajetória educativa desse alunado que culmina na discussão do atendimento educacional atual. 
A título de ilustração, dividiremos essa análise histórica em apenas dois momentos principais, deixando de lado, para os fins deste texto, a análise do período que denominamos “pré-histórico” da educação especial — aquele em que crianças com deficiências não eram sequer levadas em consideração. É importante ressaltar que, como teria de ser, o termo chave vem sofrendo revisões que refletem a progressão pela qual o movimento de integração-inclusão passa. Nesse sentido, seja mais importante prestar atenção ao foco de análise e prática que cada conceito e, por conseguinte, ao que cada movimento sugere, em detrimento de se atentar ao termo utilizado. 
Do indivíduo excepcional ao indivíduo com necessidades especiais
Esse período vai do momento em que a pessoa com deficiência é “descoberta” em suas possibilidades educacionais ao ponto em que o grau de afirmação de tais possibilidades, entendidas em suas peculiaridades e contextualizadas cada vez mais dentro de paradigmas humanistas, passa a ser analisado em referência a uma relação estabelecida entre a deficiência propriamente dita e o meio em que ela acontece, que pode incapacitar mais ou menos o indivíduo. 
Em outras palavras, uma perspectiva relativista é assumida, segundo a qual o grau de incapacitação da deficiência dependerá em grande parte do tipo de concepção que o ambiente em que vive o indivíduo atribui à deficiência. Com isso, a responsabilidade, que até então era meramente atribuída ao indivíduo, por seus possíveis fracassos, passa a ser dividida com a sociedade em que vive. E dessa forma, também caberá à sociedade — e não mais apenas ao indivíduo — mover esforços no sentido de promover uma participação social plena à pessoa com deficiência. 
Pela primeira vez, é reconhecida uma dimensão bidirecional à questão da deficiência como característica incapacitante a depender da forma como é representada socialmente.
Esse período é bastante marcado pelo surgimento de iniciativas legais, governamentais e oficiais relativas à garantia cada vez maior de direitos e serviços que assegurem e proporcionem às pessoas com deficiência mais participação nas decisões sobre sua própria vida e sobre a vida comunitária. Em termos temporais, o início desse momento poderia ser marcado pela Declaração Universal de Direitos Humanos, em 1948. 
Das pessoas com necessidades especiais aos indivíduos que experimentam barreiras à aprendizagem
Como consequência da adoção do termo inclusão no contexto das propostas de educação para todos, é possível identificar, nos anos mais recentes, uma perspectiva crítica ainda fortemente em desenvolvimento quanto ao processo de inclusão associado apenas às pessoas com deficiência, na tentativa de resgatar o princípio humanista de igualdade de valores entre seres humanos dentro de uma visão ainda mais democrática. Essa argumentação defende que o movimento da educação inclusiva é de alcance mais amplo. 
Nesse sentido, ao falar em inclusão de indivíduos que experimentam barreiras à aprendizagem (BOOTH; AINSCOW, 1998), acredita-se ir diretamente no que concerne à educação e aos sistemas escolares: os aspectos pedagógicos, curriculares e profissionais envolvidos no processo de educação inclusiva.
Por seu histórico, fica claro que a proposta inclusiva está totalmente alinhada à perspectiva humanista presente no movimento pós-moderno. Inserida nesse momento histórico pós-moderno, se entendido em seu sentido também humanista, as consequências são altamente positivas, mas se considerado o contexto de Pós-Modernidade apropriada por um modelo economicista, a proposta se torna utópica. 
No campo educacional, constatou-se que a escola seguia a sua pedagogia, preponderantemente elitista, e a premissa básica era a de que cabia aos alunos se adaptarem a sua cultura seletiva. As diferenças não possuíam valor e eram, no mínimo, inconvenientes. 
video_library
Conceito e preconceito
Está na hora de nosso bate-papo sobre a importância dos conceitos no âmbito da educação especial, como uma das formas de combater o preconceito. Vamos lá! 
Conceituação de inclusão
A década de 1990 vivenciou uma significativa mudança na conceituação, culminando no debate sobre inclusão, um termo que tem sido bastante polêmico. Ora tratam-no como se fosse continuidade do processo de integração vivido por crianças com deficiências, especialmente a partir da década de 70, ora percebem-no com um conceito à parte, em si mesmo imbuído de status teórico suficiente para diferenciá-lo de qualquer outro arranjo historicamente proposto para apenas certo segmento da população. 
Afinal, o que podemos dizer que é ou não é inclusão? Veja a seguir: 
Não é inclusão 
A inclusão não é a proposta de um estado ao qual se quer chegar e também não se resume à simples inserção de pessoas com deficiência no espaço social e educacional do qual têm sido geralmente privados. 
close
É inclusão 
É um processo que reitera princípios democráticos de participação social plena, entendendo que, quanto mais desenvolvidafor a democracia, mais inclusiva e abrangente será a sociedade do ponto de vista da igualdade e vigência dos direitos, assim como do acesso à cidadania e à qualidade de vida. 
Logo, a inclusão não se resume a uma ou algumas áreas da vida humana, como saúde, lazer e educação, por exemplo.
Em educação, a proposta de inclusão sedimentou-se para reafirmar o maior princípio já proposto internacionalmente: educação de qualidade como um direito de todos. Esse princípio foi oficialmente formalizado na Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, na Conferência de Jomtiem, Tailândia, 1990. Desde então, ele tem sido estudado e monitorado por comissões internacionais, sempre com o intuito de obter informações sobre a situação da educação nos países em geral, especialmente no que diz respeito à garantia de participação e à permanência de seus cidadãos nos sistemas educacionais. 
Um ponto que merece destaque é a forma equivocada como o processo de inclusão tem sido associado ao movimento de equidade de oportunidades às pessoas com deficiência. Essa confusão aconteceu especialmente a partir de 1994, quando de uma interpretação errônea da Declaração de Salamanca. Tal declaração passou a utilizar o termo inclusão aplicando-o também à luta contra a discriminação e a exclusão das pessoas com deficiência no espaço escolar. Cabe evidenciar que igualdade de oportunidades nos serviços e setores da sociedade é diferente de igualdade no processo educacional. 
post_add
Saiba mais 
Esse documento prevê ainda uma nova concepção às pessoas com deficiência, ao modificar a nomenclatura para pessoas com necessidades educacionais especiais, ampliando o olhar para todas as crianças em trajetória escolar. Ademais, apresenta diretrizes de ação de um plano nacional (política e organização, fatores escolares, contratação e formação de pessoal docente, serviços externos de apoio, áreas prioritárias, participação da comunidade e recursos necessários) e termina com diretrizes de ação para planos regionais e internacionais. 
O conceito de necessidades educacionais especiais
O conceito de necessidades educacionais especiais amplia o público-alvo de um possível atendimento educacional especializado e propõe uma temporalidade para esse atendimento. 
Em termos práticos, propõe que deve ser repensada toda ação pedagógica que segregue indivíduos, que os trate como homogêneos e desconsidere os diferentes aspectos identitários que compõem cada um dentro de todo e qualquer grupo, e de cada grupo dentro de um contexto social, gerando desconforto, constrangimento ou inibindo sua participação, ainda que com boas intenções e em nome da “igualdade”.
Do ponto de vista histórico, o atendimento de crianças “diferentes” ocorreu paralelamente à educação regular, e não como modalidade de ensino que deveria perpassar todas as etapas da educação. Dessa forma, o conceito de necessidade educacional especial fundamenta uma possibilidade de aproximação do conhecimento construído pela área da educação especial ao cotidiano das escolas regulares, ao compreender que qualquer criança, em qualquer momento de sua trajetória escolar, pode encontrar uma dificuldade e necessitar uma adaptação e/ou reorganização do contexto escolar para retirar a “barreira” à aprendizagem. 
O aumento do quantitativo de alunos com deficiência matriculados em classes regulares e a perspectiva de uma verdadeira aprendizagem no ambiente inclusivo intensificaram um dos maiores princípios da educação inclusiva de reorganização da escola a partir do parâmetro da equidade. 
Promover a igualdade do ponto de vista educacional formaliza uma série de arranjos pedagógicos a fim de que a criança com deficiência participe autonomamente do seu processo de aprendizagem. 
Essa autonomia significa tanto a aquisição dos conhecimentos escolares, por meio dos conteúdos balizados nos bancos escolares, como o domínio dos instrumentos facilitadores à sua aquisição. A título de exemplo, consideremos um caso específico: como fica o processo do aluno deficiente intelectual que, dependendo de sua constituição, poderá apresentar dificuldades para compreender e/ou executar uma tarefa sem o suporte de ferramentas concretas ou de um mediador pedagógico? 
Consideremos alguns pontos: 
Em termos pedagógicos 
Para lidar com a diversidade, o professor precisa ser capaz de reconhecer as habilidades de cada criança, a fim de oportunizar atividades nas quais a mediação promova o intercâmbio dessas habilidades como suporte à aprendizagem de todos. Esse profissional também deve atentar-se às modificações necessárias nas situações em que não houver sucesso; sabendo que tais modificações poderão ser individuais. 
A escola em sua ação global 
Quanto à escola em sua ação global, o atendimento à diversidade implica uma mudança na perspectiva educacional, pois não se limita aos alunos com deficiência, mas abrange todos os alunos. Na perspectiva da educação inclusiva, a escola atende às diferenças, sem discriminar, sem estabelecer normas rígidas para planejar, aprender e avaliar. 
Portanto, uma implicação da proposta de educação inclusiva está em reconhecer que o respeito está diretamente relacionado às atitudes no cotidiano escolar, no qual gestos e olhares podem resumir os pensamentos, ideias, valores e crenças. As atitudes, por sua vez, relacionam-se estreitamente ao modo como interpretamos e definimos as diferenças, e qual a representação que fazemos delas. 
A ênfase passa a ser, então, nas respostas educativas que as escolas devem dar no sentido de garantir a participação social, o exercício pleno dos direitos de cidadania e a aprendizagem. As respostas das escolas não devem “maquiar” as dificuldades apresentadas, mas sim focar estratégias para providenciar a remoção dos obstáculos à aprendizagem. 
A fim de atender às necessidades de aprendizagem de seus alunos, a escola deve estar apoiada em suportes específicos, em diversas ações que se caracterizam como mudanças estratégicas para a promoção de ambientes inclusivos. O reconhecimento e a viabilização de suportes de mediação são alguns dos aspectos a serem valorizados: 
É importante haver mudanças no ambiente escolar que envolvam não negar o acesso das pessoas com necessidades especiais à escola, sendo também importante a construção de um projeto pedagógico que viabilize a participação dessas pessoas, que valorize suas potencialidades e que utilize recursos pedagógicos específicos para seu tipo de necessidade. 
(MARTINS et al., 2006, p. 103) 
Percebemos então que o uso de recursos pedagógicos específicos faz parte de um reordenamento da estrutura escolar para atender às diferenças, pois promove as ferramentas de mediação ao processo de ensino-aprendizagem dos alunos com deficiência. Na reorganização da estrutura escolar, fundamentada no aspecto da acessibilidade, o fator que ultrapassa a inserção física para acolher a diversidade é uma ruptura com o padrão e a linearidade da instituição escola, permitindo novos modelos, novas atitudes, novos planos de ação. 
O conceito de acessibilidade
A acessibilidade é definida na legislação brasileira como “possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida” (LEI Nº 10.098/2000, art. 2º). 
O conceito de acessibilidade está vinculado ao direito constitucional de ir e vir, de poder transitar pela sociedade sem impedimentos físicos e/ou atitudinais. Pensando as possibilidades de inclusão às pessoas com deficiência, variadas são as dimensões da acessibilidade: arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal.
Desse modo, ao pensar recursos para viabilizar a acessibilidade, propõe-se aprofundar pesquisas e estudos sobre a tecnologia como facilitadora do acesso. No campo educacional, a tecnologia por si só não constitui a transformação, mas é uma ferramentaque pode ser usada por qualquer modelo de escola, da mais tradicional à mais inovadora. O uso suas potencialidades pode ser considerado um processo de reforma da comunidade educativa visando à inclusão. 
Investigando de maneira mais pormenorizada a introdução da tecnologia na educação, percebemos uma complexidade de fatores: 
Nem sempre as ferramentas e recursos estão devidamente estruturados para atender aos seus objetivos. 
Os processos de reconhecimento e manuseio se utilizam de metodologias aleatórias. 
Há uma resistência à sua introdução de fato ao cotidiano escolar. 
Mas as tecnologias fazem parte do cotidiano social! Os diferentes e inovadores ambientes de interação e aprendizagem permeados pelas tecnologias de informação e de comunicação se constituem como possibilidades de estruturação de novos espaços de aprendizagem e de novas propostas pedagógicas. 
Numa perspectiva inclusiva, dispor da acessibilidade na dimensão curricular alinha os fundamentos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com a integralidade de ações pedagógicas em diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino. Em relação à garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, podemos apontar que: 
· na educação infantil, os campos de experiências necessitam apoiar-se no brincar adaptado;
· no ensino fundamental, as áreas de conhecimento e os componentes curriculares devem estar envolvidos numa metodologia de ensino colaborativo e evidenciar as potencialidades de cada indivíduo;
· e, no ensino médio, por se tratar de uma etapa que trabalha com as áreas de conhecimento de forma mais específica, o reconhecimento das habilidades é ponto importante.
playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Inclusão
01:59 min
Acessibilidade
02:08 min
emoji_events
Falta pouco para atingir seus objetivos. 
Vamos praticar alguns conceitos? 
Questão 1
O conceito de acessibilidade está vinculado ao direito constitucional de ir e vir, de poder transitar pela sociedade sem impedimentos físicos e/ou atitudinais. A tradução desse conceito para a esfera educacional significa que 
Questão 2
A acessibilidade na dimensão curricular alinha a BNCC com a integralidade das ações pedagógicas em diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino. Portanto,
Avalie o módulo
starstarstarstarstar
2
Padrões de acessibilidade
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os padrões de acessibilidade.
A tecnologia como ponto de partida
Neste módulo, discutiremos o formato funcional das tecnologias disponíveis às pessoas com deficiência e/ou necessidades educacionais especiais, desenvolvendo a análise e a avaliação das aplicações de softwares e dos materiais didáticos manipuláveis. 
Processo de Aprendizagem
O potencial de aprendizagem de um sujeito pode ser medido pela apropriação das capacidades de captação, integração, elaboração e expressão das informações, bem como pelo desenvolvimento da reflexão, do raciocínio e do uso de estratégias para resolução de problemas. Como um conjunto, são essas as capacidades que permitem a inclusão à vida em sociedade e a maximização de seu desenvolvimento cognitivo. A arquitetura dos processos e elementos cognitivos depende da integração dos processos de atenção, vigilância, memória, retenção, processamento e planificação, que somente podemos saber se ocorreu ou não perante o comportamento do indivíduo. 
O desempenho do sujeito, modelado pelo seu processo de aprendizagem, envolve uma integridade neurobiológica, bioantropológica e um contexto sociocultural promotor; ou seja, um processo equilibrado e influenciado pela hereditariedade e pelo meio de convivência. O sujeito em processo de desenvolvimento se constitui como produto das interações interiores e exteriores que realiza com os outros sujeitos. Dessa forma, aprender envolve um corpo integrado e um contexto social facilitador. 
No conflito gerado por uma falta de integridade neurobiológica, como no caso dos sujeitos com deficiência, a aplicação de estratégias de interação e mediação socioculturais trata de um desenvolvimento com foco muito mais cooperativo, a fim de potencializar suas capacidades de aprendizagem. 
Essa cooperação envolve a interação com outros sujeitos e/ou com objetos promotores de aprendizagem, e esses objetos se tornam ferramentas de mediação com o processo e o conteúdo de aprendizagem. 
As chamadas tecnologias assistivas envolvem a disponibilidade das ferramentas de mediação em ambientes inclusivos. 
Observando o percurso de aprendizagem do aluno com deficiência mediado pelo uso das tecnologias assistivas, podemos realizar um paralelo com a concepção de aprendizagem e desenvolvimento defendida por Lev Vygotsky (1989). Segundo ele, desde o nascimento, os seres humanos são envolvidos em atividades e objetos que os permitem crescer biologicamente, cognitivamente e socialmente; sendo que os objetos e as atividades não são aleatórios, são permeados pela cultura do grupo social a que pertencem esses seres. 
Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social e, sendo dirigidas a objetos definidos, são refratadas através do prisma do ambiente da criança. [...] Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de desenvolvimento enraizado nas ligações entre a história individual e a história social. 
(VYGOTSKY, 1989, p. 33) 
Mediante a interação com o outro, o ser humano que vai se constituindo sujeito pode, desde pequeno, atribuir sentido ao que está em seu entorno. Dessa forma, desenvolve progressivamente e internamente as suas funções mentais superiores, conferindo um significado intrapsíquico a partir dos significados construídos nas relações sociais interpsíquicas. 
De acordo com Vygotsky (1989), a interação tem como base os signos e os instrumentos e pode ser definida como a apropriação desses instrumentos a partir do contato entre os sujeitos. O contato é a mediação propriamente dita. O ser humano conseguiu evoluir como espécie graças às possibilidades de descobrir formas indiretas e mediadas, de significar o mundo ao seu redor, podendo, portanto, construir representações mentais de objetos, pessoas, situações, mesmo na ausência deles. Essa mediação pode ser feita de duas formas: por meio do uso dos signos e do uso dos instrumentos, e ambas auxiliam no desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Os instrumentos e os signos proporcionaram, para Vygotsky (1989), a mediação que impulsiona o desenvolvimento. 
Recursos impressos de comunicação alternativa e recursos pedagógicos acessíveis 
No caso de sujeitos com deficiência, suas limitações podem se tornar barreiras para esses processos de significação do mundo por meio da mediação com o outro. Dispor de recursos e ferramentas de acessibilidade — as tecnologias assistivas —, mostra-se uma forma concreta de minimizar e/ou eliminar as barreiras causadas pela deficiência e inserir esse sujeito nos ambientes inclusivos para a aprendizagem e desenvolvimento, proporcionados pela cultura. 
Como podemos identificar os instrumentos de mediação e os signos como bases para interação entre sujeitos? 
Instrumentos de mediação 
São, na verdade, objetos feitos com um fim específico. Carregam consigo o motivo pelo qual foram construídos e organizados, ou seja, a sua finalidade social e educacional. Esses objetos traduzem, a princípio, o que pretendem mediar na relação entre o sujeito e o mundo. São ferramentas de construção do potencial de aprendizagem, ao ativarem as funções mentais imprescindíveis ao processo, que não aconteceriam sem o apoio da mediação e sem o suporte do instrumento. 
Signos 
Os signos necessários para essa mediação presentes no nosso tempo, talvez seja possível situar todas as novas possibilidades proporcionadas pelas tecnologias assistivas, sejam baixas ou altas tecnologias, como as adequações de histórias infantis, os suportes imagéticos, os ambientes virtuais de interação e aprendizagem.São tecnologias importantes para a realidade de nossa cultura, e cuja apropriação tornaria um meio concreto para a formação do sujeito e para a sua inclusão social e educacional. 
Atentando-se aos recursos de acessibilidade nas tecnologias assistivas, como instrumento de mediação para a construção de sentidos, acreditamos que é necessário analisar mais de perto como ocorrem esses processos de significação e construção de conhecimentos para o sujeito com deficiência. É imprescindível entender como as limitações interpostas pela própria deficiência, incluídos os obstáculos sociais e culturais dela decorrentes, tenderiam a converter-se em sérias barreiras para essa atribuição de sentido aos fenômenos do seu entorno e à própria interação social. 
As crianças com deficiência (física, auditiva, visual ou mental) têm dificuldades que limitam sua capacidade de interagir com o mundo. Estas dificuldades podem impedir que estas crianças desenvolvam habilidades que formam a base do seu processo de aprendizagem. 
(VALENTE, 1991, p. 1) 
As dificuldades de interação associadas à deficiência se agravam quando relacionadas a uma lacuna de estimulações necessárias ao desenvolvimento, o que é frequente sobretudo em casos de limitações econômicas e sociais mais acentuadas. Como consequência, essas dificuldades podem gerar posturas passivas diante da realidade. 
Nesse cenário, um aspecto interessante e fundamental incide na forma como ocorre o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado desses alunos, ou ainda na maneira como o professor e o ambiente educacional podem se tornar mais inclusivos e contribuir para isso, dadas as diferentes limitações decorrentes das deficiências: por exemplo, as limitações de comunicação e linguagem, ou as limitações motoras para o seu deslocamento e para a manipulação de objetos. Muitas vezes, as deficiências restringem significativamente as interações desses sujeitos com os objetos do seu meio e com as pessoas. 
Recursos impressos de comunicação alternativa e recursos pedagógicos acessíveis. 
Se pensarmos que o processo de aprendizagem está relacionado às ações que realizamos, elas não são aleatórias, mas permeadas por significados e funcionalidades. Essas ações se constituem como substância de interlocução com o processo de conhecer e validar o desenvolvimento intelectual. Então, a qualidade das ações transforma-se nas interações. 
O sujeito, por meio de sua articulação com o mundo, cria sua representação para o seu grupo social e é criado por ele, pois a construção cultural se torna uma aposta dessas articulações. O corpo físico e o corpo simbólico são mediadores primários em conjunto com recursos e ferramentas, que se tornam mediadores secundários com o objetivo de promover o desenvolvimento dos sujeitos. Assim, a ação mediadora é dinamicamente transversal aos processos que constituem a cognição e a linguagem. 
Mediação e intervenção
O termo mediação deve ser compreendido como o elo intermediário entre o sujeito e o meio. Quando feita pelo outro — adultos, professores, colegas em diferente nível cognitivo, amigos — denominamos mediação pedagógica. Quando feita pelos signos — dentre os quais o mais importante é a linguagem — denominamos mediação semiótica. Essas dimensões são interdependentes, dinâmicas e concomitantes. 
O conceito de mediação interliga-se ao de intervenção, pois não é qualquer intervenção que possibilita o desenvolvimento do sujeito. Uma intervenção focada na potencialidade da situação deve possibilitar trocas do sujeito com o objeto de conhecimento. Ainda, deve possibilitar ao sujeito atuar sobre o objeto de conhecimento, das mais variadas maneiras: explorando seus aspectos físicos, estabelecendo associações, comparações e classificações entre objetos da mesma natureza, modificando sua estrutura física e/ou figurada. 
A partir dessa perspectiva, é preciso que o professor fique atento para que as ações sobre os objetos não se esgotem em si mesmas, não se reduzam a mero treino de habilidades perceptivo-motoras. Deve-se coordenar as ações e as intenções tendo o aluno como sujeito do processo, e, assim, entender como ele se relaciona com as próprias ações e os objetos de conhecimento. 
No plano da mediação pedagógica, os pressupostos de Vygotsky são de extrema importância. 
Estão atrelados ao conceito de constituição social da mente, uma vez que as situações de aprendizagem com os objetos e com o outro são propulsores do desenvolvimento das funções mentais superiores, e à relação que estabelece entre aprendizado e desenvolvimento, no qual se insere a noção de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). 
Cada sujeito se constitui socialmente porque todas as suas funções psicológicas têm origem social. Suas interações com o meio são construídas a partir de sua inserção em um universo histórico-cultural. Sendo assim, chama a nossa atenção a importância das interações no processo de aprendizagem. 
Além de possibilitar ações, trocas entre o sujeito e o objeto de conhecimento, é fundamental possibilitar trocas entre os própios sujeitos, mediações. Por esse motivo, as relações com a família, os amigos de escola, os professores e as demais pessoas de convívio são fundamentais para a constituição do sujeito, não só pela formação das funções superiores como também pelo acesso aos objetos de conhecimento. A qualidade das interações é essencial para todos, mas, sobretudo, para aquelas crianças com deficiência que passam pelo processo de inclusão. A efetividade desse processo é constituída pelas formas de interação/mediação e pode produzir êxitos ou fracassos, dependendo da maneira como é conduzido. 
Refletindo sobre a relação interação/mediação nos processos de aprendizagem, podemos entender que a maior facilidade ou dificuldade para aprender, assim como as muitas diferenças entre os indivíduos, teriam origem na complexa trama de relações e na participação de diferentes grupos na vida social, nos modelos de pertencer e atuar na cultura. 
Atividades cooperativas, nas quais a interação se estabelece a partir da ajuda mútua, refletem no partilhar de conhecimentos como na estimulação de ações e funções. Portanto, pensar em mediação pode se traduzir em pensar numa interação mais qualitativa. 
warning
Atenção! 
Ao se falar em mediação pedagógica, não podemos deixar de retomar a noção de Zona de Desenvolvimento Proximal, referida em estudos como um sistema de suporte ao desenvolvimento do aluno. Ao compreender que habilidades o aluno executa com a mediação de outras pessoas, há a atuação focada para que essas habilidades se desenvolvam com autonomia em outro momento. Nesse sistema de suporte, o professor, os recursos pedagógicos e os instrumentos utilizados são entrelaçados pela mediação dos signos. 
video_library
ZDP e educação especial
Está na hora de nosso bate-papo sobre a importância desse conceito de Vygotsky, no âmbito da educação especial. Vamos lá! 
Aprendizagem e recursos
É interessante considerar a relevância dos recursos oferecidos pelo desenvolvimento tecnológico — como o uso do computador e outros recursos multimídia —, e, também, os recursos pedagógicos em geral, na educação dos sujeitos com deficiência. Assim como a produção de instrumentos técnicos, a produção de instrumentos semióticos ou desenvolvimento da função semiótica está no cerne da proposição de recursos. 
A função semiótica se desenvolve a partir da capacidade de a criança representar objetos e fatos ausentes conhecidos, mediante um conjunto de condutas que aparecem mais ou menos simultaneamente: a imitação na ausência do modelo, as imagens mentais, o desenho, o jogo simbólico ou a brincadeira do faz de conta, a linguagem de uma forma geral (língua oral, língua de sinais etc.). 
A capacidade de representação, por possibilitar ao sujeito evocar objetos ausentes, tornando-os presentes para os sujeitos, permite a comunicação efetiva entre eles e as construções mentais sobre a realidade.
Ao longo do processo de desenvolvimento do sujeito, a utilização de marcas externas, instrumentos e recursos se transforma em processosinternos de mediação. Dessa forma, promover o desenvolvimento da função semiótica constitui uma das atividades essenciais para quem trabalha com pessoas com deficiência, uma vez que é fundamental para o desenvolvimento da linguagem — não só a oral, mas também da linguagem escrita e de outras formas de representação, como a língua de sinais. 
Muitas PcD apresentam um atraso significativo nessa função, o que se constitui um obstáculo para o desenvolvimento da linguagem e para a apropriação da língua escrita. 
post_add
Saiba mais 
O desenvolvimento da função semiótica atrelado aos recursos pedagógicos e instrumentos externos possibilita, também, o desenvolvimento da autonomia e da independência para muitos dos sujeitos com deficiência, sendo esse um dos aportes para a acessibilidade. 
Mostra de vocalizadores, cartões e pranchas de comunicação alternativa. 
Podemos localizar as estratégias educacionais auxiliadas pelas tecnologias assistivas, que estão relacionadas com os processos não concretos, mas simbólicos; dependem da aprendizagem e também conduzem a própria aprendizagem e as relações simbólicas e psicológicas. Dessa forma, as tecnologias assistivas, como um tipo de mediação pedagógica e semiótica, relacionam-se aos processos que favorecem, compensam, potencializam ou auxiliam as habilidades ou funções mentais comprometidas pela deficiência, geralmente relacionadas às funções motoras, visuais, auditivas e/ou comunicativas. 
playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Processo de aprendizagem
01:41 min
Aprendizagem e recursos
02:04 min
emoji_events
Falta pouco para atingir seus objetivos. 
Vamos praticar alguns conceitos? 
Questão 1
Quando nos referimos às pessoas com deficiência, a falta de integridade neurobiológica é um dos aspectos a serem considerados dentro do processo de ensino-aprendizagem, pois há a necessidade das estratégias que compensem a falta mencionada de forma cooperativa. A cooperação fundamenta-se em 
Questão 2
Em se tratando de tecnologias assistivas, a compreensão de sua funcionalidade no processo de aprendizagem de alunos com deficiência tangencia as mediações pedagógica e semiótica, fundamentando a opção de utilização de cada instrumento. É preciso compreender que 
Avalie o módulo
starstarstarstarstar
3
Tecnologias assistivas
Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir a funcionalidade das tecnologias assistivas na arena educacional.
Princípios pedagógicos e inclusão
Diante dos crescentes diálogos sobre diversidade e contemporaneidade e sobre o papel da educação frentes aos desafios enfrentados para atender às diferenças de modalidades de construção do conhecimento, faz-se necessário aprofundar conceitos e vivências acerca do saber curricular e alinhar diferentes estratégias para que todos os alunos tenham acesso ao currículo. 
O currículo é o projeto que determina os objetivos da educação escolar e propõe um plano de ação adequado para a consecução desses. Supõe selecionar, de tudo aquilo que é possível ensinar, o que vai se ensinar num entorno educativo concreto. O currículo especifica o que, como e quando ensinar e o que, como e quando avaliar.
As bases curriculares que estabelecem os sistemas de ensino são abertas, flexíveis e globais, de maneira que cada unidade escolar adapta tais bases a seu entorno particular. Para compreender o termo adaptações curriculares, é necessário ter noções dos aspectos básicos do currículo, pois é o professor quem realiza seu currículo para sua turma. Uma vez que o professor desenhou sua programação bimestral, trimestral ou anual, e se depara com alunos com deficiência em seu grupo, torna-se imprescindível a adequação curricular para esse aluno. 
As adequações curriculares devem estar fundamentadas no princípio de individualização. Tentar proporcionar a cada aluno — a partir de seus interesses, motivações, capacidades, deficiências e ritmos de aprendizagem — a resposta educativa que necessite em cada momento para constituir-se como sujeito e poder aprender. 
É possível definir tais adequações como possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. A adaptação do currículo regular é realizada, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com deficiência. Não se propõe unicamente um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os alunos. Nessas circunstâncias, a flexibilização curricular implica a planificação pedagógica e ações docentes fundamentadas em critérios que definem: 
· O que o aluno deve aprender.
· Como e quando aprender.
· Que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem.
· Como e quando avaliar o aluno.
Alguns princípios pedagógicos são fundamentais nesse contexto, pois norteiam o planejamento como instrumento para efetivar a inclusão e, por isso, merecem nosso olhar mais atento: 
Currículo e diversidade
É importante destacar: 
Todo currículo se constitui no cotidiano e no encontro entre os sujeitos, entrelaçando conhecimentos, vivências, projetos de vida.
A partir dessa concepção, é possível compreender a importância e a articulação entre os currículos. São eles: 
Currículo adaptado
Currículo flexibilizado
Currículo funcional
O aluno possui competências para acompanhar o currículo apresentado e as adaptações envolvem recursos de baixa tecnologia e/ou mediação intermitente. 
Currículo e aprendizagem mediada
A aprendizagem mediada (FEUERSTEIN; FEUERSTEIN; FALIK, 2014) é um modelo específico de interação entre o sujeito que ensina, o mediador, e o sujeito que aprende, o mediado. A principal característica dessa interação é a interlocução intencional do mediador que, ao se planejar, age entre os recursos do ambiente (recursos externos) de estímulo e o aprendente. Ao planejar, o mediador deve selecionar, dar forma, focalizar, intensificar os estímulos do aprendente em relação às suas vivências a fim de resultar numa aprendizagem apropriada, promovendo as mudanças no sujeito. 
Os benefícios que a aprendizagem mediada pode trazer para o aluno dependem da qualidade da interação entre mediador e mediado. O professor deve estabelecer com o aluno relações baseadas na colaboração mútua e na coordenação das ações dos sujeitos para executar alguma tarefa. Numa atuação docente pautada pela mediação, o planejamento deve envolver a participação de ambos (mediador e mediado) e não cabe o autoritarismo; somente a negociação, a colaboração e o diálogo, como interlocutores e facilitadores para a aprendizagem. 
Ao focar o planejamento voltado para o processo de mediação, o professor precisa compreender a complexidade dessa interação mais qualificada. 
Para tanto, é essencial refletir sobre alguns aspectos: o seu papel como parceiro de aprendizagem; sua postura de observação e encaminhamento da relação entre o mediado e o seu ambiente; a avaliação do progresso do mediado e a sua função de melhoria do pensar e participar; sua postura de apoio intermitente até uma total autonomia; sua tarefa de organizar o contexto, imaginando, criando e propondo situações-problema adequadas; e sua possibilidade de colocar-se no lugar do mediado, perceber sua lógica e suas intenções a fim de propor as intervenções adequadas. 
warning
Atenção! 
Uma vez realizada uma mediação competente e fundamentada, o papel do mediador será gradualmente menos necessário devido à aquisição de autonomia do mediado. 
A modificabilidade cognitiva estrutural, de forma objetiva e linear, aprimora a capacidade individual e singular dos sujeitos mudarem ou modificarem a estrutura do seu funcionamento cognitivo, visando à integração às exigências das situações que caracterizam o grupo social em que o sujeito está inserido. Não se trata apenas de respostas do sujeito a estímulos do ambiente ou de respostas a mudanças das suas condições internas, mas sim de respostas como produtos de um somatório de ações intencionais.No que concerne ao público de sujeitos com deficiência, as interações sujeito-meio no desenvolvimento singular têm como papel o desenvolvimento diferencial do funcionamento cognitivo e dos processos mentais superiores, uma vez que, por conta da deficiência, alguns canais de tensão da aprendizagem se apresentam bloqueados. 
Vocalizador.
A modificabilidade cognitiva estrutural (FEUERSTEIN; FEUERSTEIN; FALIK, 2014) exige uma intervenção exterior, isto é, para modificar as estruturas é preciso intervir de fora do organismo. 
Para a realização dessa intervenção externa, podem ser necessários instrumentos e/ou recursos para pensar e intencionalizar o objeto de conhecimento a ser alcançado, e, nesse contexto, podemos pensar na atuação e utilidade das tecnologias assistivas. 
Ao compreendermos que os recursos do ambiente, sejam eles naturais ou adaptados para um fim, constituem estímulos potenciais ao processo de desenvolvimento dos sujeitos, estamos apontando que os recursos, instrumentos e estratégias adequadas aos sujeitos com deficiência que constituem o fomento das tecnologias assistivas são os mediadores ao desenvolvimento. 
Na avaliação dinâmica, a interação qualificada como mediadora se propõe a utilizar estratégias específicas para intervir no funcionamento do sujeito e saber qual o seu progresso quando mediado. Nesse contexto, o mediador procura minimizar as dificuldades identificadas no sujeito e as ferramentas das tecnologias assistivas encontram suporte para a necessidade de sua “mediação”. 
Sendo assim, a maneira como um mediador deve interferir no ambiente para criar condições ótimas de modificabilidade no mediado envolverá a estruturação desse espaço. Dentre os aspectos sobre os quais o mediador deve agir, estão: 
· o respeito às características individuais dos sujeitos mediados; 
· a quantidade e a qualidade ideal das tarefas; 
· a produção de desequilíbrio planejado e controlado, no formato de desafios possíveis a cada nível de aprendizagem; 
· as tarefas adaptadas de acordo com a necessidade específicas dos sujeitos; 
· e os detalhes do ambiente que podem interferir na aprendizagem. 
Em cada um dos aspectos citados acima, a utilização das tecnologias assistivas é de grande valia. A opção por determinado recurso está atrelada às características do sujeito e à atividade que irá participar. Do mesmo modo, o recurso estará associado a uma estratégia ou será ele mesmo o catalisador da solução do sujeito, seja ele uma ferramenta de acessibilidade ou um instrumento de mediação. Para cada uma de suas dimensões, caberá ao mediador responder (a si mesmo) questionamentos que fundamentam o seu planejamento quanto ao uso das tecnologias. 
Cartões de comunicação.
A perspectiva da aprendizagem mediada busca ajudar o sujeito a adquirir os pré-requisitos cognitivos necessários para operacionalizar intelectualmente as informações que se constroem no seu entorno, assim como se tornar mais autônomo e independente na resolução de problemas e na aceitação de novos desafios. Para tanto, entenda a dinâmica a seguir: 
A mediação 
É uma interação de qualidade intencional que deve começar por um planejamento, no qual a reflexão preceda a ação e o mediador tenha a capacidade de antecipar ações e reações. Deve haver uma aposta na interação. 
arrow_forward
O mediador 
O mediador deve aplicar o que planejou, refletindo o tempo todo sobre a sua ação, e ao mesmo tempo, deve interagir e refletir sobre a interação e a sua estrutura para atender ao que fora proposto. Por fim, o mediador deve avaliar o que aconteceu e como, se o que foi planejado realmente ocorreu de forma satisfatória. 
A intencionalidade e a reciprocidade envolvem a cooperação entre mediador e mediado em diversas atividades, nas quais cada sujeito está disponível para a aprendizagem do outro, ajudando-o e também atendendo às suas necessidades. Provocar curiosidade, compartilhar intenções, criar desequilíbrios e proporcionar exposição diversificada aos estímulos são tarefas pertinentes à cooperação.
Pontuando o processo de formação e aprendizagem, a construção do material didático adaptado faz parte da orientação do ensino-aprendizagem de qualquer aluno que necessite de atenção diferenciada para obter acesso ao currículo. Dessa forma, esse material influencia diferentes estratégias de ensino que envolverão desde o ensino colaborativo, passando pela execução de tarefas escolares até o apoio ao estímulo de funções cognitivas. 
video_library
Modificabilidade cognitiva estrutural
Está na hora de nosso bate-papo sobre o conceito de modificabilidade cognitiva estrutural, e como ele pode ser relacionado à aprendizagem do aluno, particularmente na educação especial. Vamos lá! 
Plano Educacional Individualizado (PEI)
O currículo flexibilizado (POKER, 2013) seja adaptado seja funcional, entrelaça o projeto escolar e ilumina a estruturação de um plano de desenvolvimento individual de atuação. É nesse sentido que se torna importante a presença do Plano Educacional Individualizado (PEI) como estratégia de ensino. Um PEI é um instrumento desenvolvido para um aluno que foi identificado como possuindo uma dificuldade (física, sensorial, intelectual, social, ou qualquer combinação dessas dificuldades) que perturba a sua aprendizagem e que resulta na necessidade de um currículo especial ou modificado ou de condições de aprendizagem especialmente adaptadas. Esse documento de trabalho é o principal instrumento para um planejamento colaborativo entre a escola, os pais do aluno e o aluno. Para maior assertividade das ações, é preciso uma avaliação diagnóstica dos alunos. 
Uma vez reconhecidas as estratégias do PEI para atenção às necessidades do aluno com deficiência, haverá a programação do material adaptado que melhor corresponda à situação de aprendizagem vivenciada. É uma tarefa que permeia a caracterização do aluno, a identificação das barreiras ao processo, a flexibilização curricular e o desenvolvimento do material. Com materiais simples, é possível adaptar alguns recursos pedagógicos e proporcionar grande benefício aos alunos com deficiência: 
Em resumo, é realizada a mediação instrumental a fim de atribuir sentidos aos fenômenos do ambiente e buscar rotas alternativas para a construção de conhecimentos. Essa mediação encontra nas tecnologias assistivas um forte apoio na realidade específica do sujeito com deficiência. Considerando que as riquezas da experiência social são o alicerce dos processos de aprendizagem passíveis de modificabilidade e de diversidade, as tecnologias assistivas surgem, para o sujeito com deficiência, como um privilegiado elemento catalisador e estimulador na construção de novas possibilidades para o aprendizado e para o desenvolvimento. À medida que se situam como instrumento mediador, disponibilizando recursos para o “empoderamento” desse sujeito, essas tecnologias permitem interagir, relacionar-se e competir em seu meio com ferramentas mais poderosas, proporcionadas pelas adaptações de acessibilidade de que dispõe. 
Nesse enfoque, ao pensar as relações de aprendizagem estabelecidas na escola, o papel do professor é redimensionado pela qualidade das interações estabelecidas com os seus alunos. Há a proposta de que, sem os instrumentos citados, a relação professor-aluno-conhecimento pode configurar-se como uma mera exposição a estímulos e “sucata” de recursos. 
Conforme analisamos, a busca por caminhos alternativos e por uma nova rota aberta pela plasticidade e flexibilização é estimulada e potencializada conforme a quantidade e a qualidade dos estímulos externos e das interações sociais. 
No caso de muitas pessoas com deficiência, esses estímulos são viabilizados somente por meio de recursos de acessibilidade, mediante tecnologias assistivas. Nesse contexto, tais tecnologias são instrumentos fundamentais para verdadeiras e eficazes atividade e participação. 
As tecnologias assistivas são fontes de estímulos e instrumentos de mediação, e ainda podem ser a própria mediação, pois a relação com o outro está embasada em características especiais.Podemos, então, considerá-las como artefatos de comunicação e linguagem, pois assumem uma identidade única ao dialogar com os sujeitos e os objetos de conhecimento. 
Em diferentes lugares, as tecnologias assistivas são concebidas tanto em termos de produtos, como em termos de serviços. 
Prancha de comunicação alfabética 
playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Currículo e diversidade
01:50 min
Tecnologias Assistivas
02:29 min
emoji_events
Falta pouco para atingir seus objetivos. 
Vamos praticar alguns conceitos? 
Questão 1
Um sistema de ensino trabalha de forma atenta um repertório curricular que agregue valor a todos os alunos. Dessa forma, a programação curricular precisa ser aberta, flexível e global, a fim de permitir que as adaptações curriculares se constituem como possibilidades para atender às diferentes peculiaridades dos alunos. Sendo assim, convém refletir que 
Questão 2
O mediador de aprendizagem, ao procurar minimizar as dificuldades do sujeito com deficiência e optar pelo melhor instrumento de tecnologias assistivas, vai interferir na estruturação do ambiente de aprendizagem. A reestruturação do ambiente possui uma caracterização, a saber, 
Avalie o módulo
starstarstarstarstar
Considerações finais
Os recursos pedagógicos, em geral, tornaram-se instrumentos fundamentais para a apreciação e a viabilização de um processo de aprendizagem assertivo a todos os alunos. Numa discussão a respeito da inclusão de alunos com deficiência, a inserção das tecnologias assistivas aos processos de aprendizagem mediatizados trazem uma ambiência favorável para a acessibilidade nos espaços educacionais. 
Pudemos perceber, ao longo deste estudo, que as vivências curriculares permeadas pelo diálogo com a BNCC e a fundamentação construída pela educação especial promoveram a identificação das barreiras à aprendizagem e o reconhecimento da rede de suporte. 
Ao desenvolver um planejamento educativo considerando as características do alunado e suas necessidades pedagógicas, a instrumentalização dos professores pode provocar uma reestruturação curricular adaptada ou funcional, bem como a adequação de materiais a fim de permitir a mediação pedagógica.

Continue navegando