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2 Execução em Geral - Partes e competência

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UNICATHEDRAL
Curso de Direito Noturno - 7º Semestre
Direito Processual Civil
P r o c e s s o d e E x e c u ç ã o
 Prof. Sérgio Souza
DA EXECUÇÃO EM GERAL – PT 2 
UNIDADE I – Teoria Geral da Execução:
i n t r o d u ç ã o , princípios da execução,
competência para a execução, partes na
execução, requisitos processuais da ação
executiva, e responsabilidade patrimonial.
 GENERALIDADES 
=> APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas
disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos
executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou
fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do Livro I da Parte Especial.
Preconiza o CPC/15 que as regras sobre execução deverão ser aplicadas, subsidiariamente, a
outros atos e procedimentos previstos no código ou mesmo fora dele, desde que sejam para a
efetivação dos direitos. Porém, aduz Marinoni, que “essa aplicação, porém, não deve ocorrer,
quando ela inviabilizar a proteção adequada do direito”. Da mesma forma, a subsidiariedade
indica que, existindo norma especial no Livro II, não se aplica a disposição geral do Livro I (Do
Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença (Do Processo de Execução).
FPPC 588 - (art. 771, parágrafo único) Aplicam-se subsidiariamente à execução, além do Livro I
da Parte Especial, também as disposições da Parte Geral, do Livro III da Parte Especial (Dos
Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões Judiciais) e das Disposições
Finais e Transitórias.
=> PODERES DO JUIZ
Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo:
I - ordenar o comparecimento das partes;
Pode servir tanto para buscar esclarecer algum ponto do processo como quando perceber a
possibilidade de realizarem um acordo, já que nos moldes do art. 3º, § 3º, a conciliação, a
mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por
juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do
processo judicial.
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça;
A lei não trata como condição de eficácia da aplicação da multa de que trata o art. 774, parágrafo
único, CPC, a prévia advertência judicial de que o procedimento da parte constitui ato
atentatório à dignidade da justiça, embora seja recomendável à luz das normas fundamentais do
processo, como o princípio da cooperação.
III- determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações em geral relacionadas ao
objeto da execução, tais como documentos e dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo
razoável.
• Lembremos que esses poderes não afastam os gerais do art. 139, a saber: I - assegurar às partes
igualdade de tratamento; II - velar pela duração razoável do processo; III - prevenir ou reprimir
qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; IV -
determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias
para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto
prestação pecuniária; V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com
auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem
de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito; VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando
necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; VIII - determinar, a
qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa,
hipótese em que não incidirá a pena de confesso; IX - determinar o suprimento de pressupostos
processuais e o saneamento de outros vícios processuais; X - quando se deparar com diversas
demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida
do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 ,
e o art. 82 da Lei n º 8. 078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a
propositura da ação coletiva respectiva.
• FPPC 536 (art. 772, III; art. 773, parágrafo único) O juiz poderá, na execução civil, determinar a
quebra de sigilo bancário e fiscal.
• AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. PROCESSO DE EXECUÇÃO. SIGILO FISCAL.
EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À RECEITA FEDERAL. MEDIDA EXCEPCIONAL. 1. O STJ firmou
entendimento de que a quebra de sigilo fiscal ou bancário do executado para que o
exeqüente obtenha informações sobre a existência de bens do devedor inadimplente é
admitida somente após terem sido esgotadas as tentativas de obtenção dos dados na via
extrajudicial. 2. Agravo regimental provido. (AgRg no REsp 1135568/PE, Rel. Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 18/05/2010, DJe 28/05/2010)
Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias ao cumprimento
da ordem de entrega de documentos e dados.
• Aqui, importa dizer que se poderá utilizar do poder de efetivação do art. 139, inciso IV, com apoio
de todos os meios indutivos e de sub-rogação pertinentes, tais como a busca e apreensão ou o
emprego de multa, contra a parte ou contra terceiro, para a obtenção das informações
necessárias.
Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o juízo receber dados sigilosos para
os fins da execução, o juiz adotará as medidas necessárias para assegurar a confidencialidade.
• Vale lembrar que, conforme art. 11, parágrafo único, “nos casos de segredo de justiça, pode ser
autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do
Ministério Público”.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do
executado que:
“Quando o ato atentatório à dignidade da justiça consiste em descumprimento de ordens judiciais
(art. 774, IV e V, CPC), o executado deve ser sancionado tanto pela multa do art. 774,parágrafo
único, CPC, como por aquela do art. 77, IV, c/c seu § 2º, CPC. Embora o art. 77, § 2. 0 se refira
também a "ato atentatório à dignidade da justiça", as sanções dos dispositivos não são
equivalentes. Enquanto a multa do art. 77 4 reverte em favor da parte, a multa do art. 77 é dirigida
ao Estado (art. 77, § 3º).” (MARINONI, p. 860) Trata-se do conhecido contempt of court
(desrespeito ao tribunal).
).
I - frauda a execução;
II- se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; 
III- dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV- resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V- intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos
valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
• Segundo a doutrina, este dispositivo, em combinação com o art. 772, inciso III, trata do princípio
da transparência patrimonial, pelo qual é obrigação do executado disponibilizar informações
a respeito de todo o seu patrimônio disponível, para a prática dos atos relevantes para a
execução.
• FPPC 533 - (art. 536, §3º; art. 774, IV) Se o executado descumprir ordem judicial, conforme
indicado pelo § 3º do art. 536, incidirá a pena por ato atentatório à dignidade da justiça (art. 774,
IV), sem prejuízo da sanção por litigância de má-fé.
• FPPC 586 (arts. 525; 535, 774, parágrafo único; 771; 918) O oferecimento de impugnação
manifestamente protelatória é ato atentatório à dignidade da justiça que enseja a aplicação da
multa prevista no parágrafo único do art. 774 do CPC.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte
por cento do valor atualizado do débito em execução,a qual será revertida em proveito do exequente,
exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou
material.
• A multa é sancionatória podendo ser fixada até 20% do valor da execução, sob o critério da
proporcionalidade, pelo juiz. Ela pode ser cumulada com medidas coercitivas e sub-
rogatórias (art.139, IV, CPC), a exemplo da multa coercitiva (art.537, CPC). É revertida ao
exequente, ao contrário da multa atentatória do art. 77, do CPC/15, que é devida ao Estado
ou à União, a depender de a ação ser de competência da justiça federal ou estadual.
Ademais, a multa é exigível por petição nos próprios autos, sem que se necessite de outro
processo. Frise-se que, ao contrário do CPC/73, essa pena, uma vez verificado o ato
atentatório à dignidade da justiça e imputada pelo juiz, não pode mais ser relevada.
=> DESISTÊNCIA
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida
executiva.
• Trata-se do já estudado princípio da disponibilidade da execução, lembrando que tratando os
embargos à execução de matéria de mérito, a desistência dependerá da anuência do executado.
Esse artigo também é aplicado para o cumprimento de sentença e sua impugnação (arts. 513 e
525, CPC)
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais,
pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II- nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.
=>RESPONSABILIDADE DO EXEQUENTE
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada
em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução.
• Trata-se de responsabilidade que independe de culpa, sendo portanto, objetiva, bastando a prova
dos danos e do nexo causal.
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO FORÇADA - EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE CONTRA EXECUÇÃO POR DÍVIDA JÁ PAGA - CONDENAÇÃO EM DOBRO -
DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DO
EXEQUENTE. 1. A aplicação do artigo 940 do Código Civil de 2002, não depende da
propositura de ação autônoma. Precedentes. 2. Restando incontroversa a má-fé do
demandante afirmada pelo Tribunal de origem, nada impede a aplicação da regra inserta no
mencionado dispositivo, sendo lícito ao demandado utilizar qualquer via processual para
pleitear a sua incidência, inclusive a exceção de pré-executividade. 3. A análise acerca do
parâmetro da penalidade a ser aplicada com amparo no art. 940 do Código Civil não demanda
qualquer dilação probatória, tampouco o revolvimento de matéria fático-probatória, mas apenas a
correta aplicação do direito à espécie tal como ocorreu no presente caso, motivo pelo qual não há
falar na incidência do óbice da súmula 7/STJ. 4. Não há como compreender exista enriquecimento
indevido/sem causa por parte do executado, porquanto a penalidade de direito material (repetição
em dobro do valor) foi expressamente estabelecida pelo legislador. 5. Agravo interno desprovido.
(AgInt no REsp 1566555/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
28/03/2019, DJe 01/04/2019)
Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé ou de prática de ato
atentatório à dignidade da justiça será promovida nos próprios autos do processo.
• A liquidação dos danos poderá ocorrer por meio de requerimento nos próprios autos da execução,
não sendo necessária a propositura de uma ação condenatória para tanto.
 PARTES NA EXECUÇÃO
• Segundo Daniel Assumpção, a “palavra legitimidade da parte é para o direito processual, a
condição de ser o detentor do direito buscado, a condição de ser legítimo para propor a demanda,
para solicitar ou restaurar direito que lhe pertence”. Marinoni acresce que a palavra “parte na
execução é quem pede e contra quem se pede tutela jurisdicional executiva. Credor e devedor
são conceitos de direito material e, como tais, devem ser evitados para designar exequente e
executado”, lembrando que as normas que regem litisconsórcio (arts.113-118, CPC) aplicam-se à
execução em geral.(p. 862)
• Logo, diferencia-se legitimidade da parte (legimidade ad causam), como a condição de ser o
detentor do direito buscado, a condição de ser legítimo para propor a demanda, para solicitar
ou restaurar direito que lhe pertence da capacidade processual (legitimidade ad
processum), que é a genérica de a pessoa ser parte (autor ou réu) e estar em juízo, ou seja,
estar em pleno gozo do exercício de seus próprios direitos na relação jurídica processual.
• Aquele que consta do título executivo como credor é quem pode, como regra, propor a execução.
O Ministério Público pode requerer o cumprimento da sentença por execução forçada nos casos
em que tenha obtido sentença condenatória ao pagamento de quantia (art. 177, CPC), podendo
ainda ajuizar processo de execução se possuir título executivo extrajudicial.
• Na execução não cabe denunciação da lide (art.125,CPC) ou chamamento ao processo (art.130,
CPC), sendo aplicáveis as demais hipóteses de intervenção de terceiros (amicus curiae,
assistência e desconsideração da personalidade jurídica).
• Conforme Daniel Assumpção, temos na execução casos de legitimação ordinária primária ou
originária, quando o sujeito legitimado a propor o processo executivo ou a dar início à fase de
cumprimento de sentença estiver indicado como credor no próprio título executivo e também
existe a legitimação ordinária superveniente ou secundária na qual o sujeito que demanda, apesar
de fazê-lo em nome próprio e em defesa de interesse próprio, só ganha a legitimação para propor
a demanda executiva ou nela prosseguir por um ato ou fato superveniente ao surgimento do título
executivo (art. 778, § 1°, do Novo CPC). Ainda, no tocante ao polo ativo da demanda executiva,
poderá existir a legitimação extraordinária, pela qual o sujeito litigará em nome próprio na defesa
de interesse alheio. (p. 1078)
• A ilegitimidade para agir na execução tanto pode ser alegada por exceção de pré-executividade
quando em sede de embargos ou cumprimento de sentença, eis que matéria de ordem pública.
 LEGITIMIDADE ATIVA 
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
(LEGITIMAÇÃO ORDINÁRIA PRIMÁRIA)
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
(LEGITIMAÇÃO ORDINÁRIA SUPERVENIENTE)
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
APRECIAÇÃO DE TODAS AS QUESTÕES RELEVANTES DA LIDE PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM. AUSÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 535 DO CPC/1973. EXECUÇÃO DE AÇÃO
COLETIVA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE PREVISTA NO
ART. 100 DO CDC. LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS. REEXAME DO CONTRATO E DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INADMISSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DAS
SÚMULAS N. 5 E 7 DO STJ. DECISÃO MANTIDA. 1. Inexiste afronta ao art. 535 do
CPC/1973 quando o acórdão recorrido pronuncia-se, de forma clara e suficiente, acerca das
questões suscitadas nos autos, manifestando-se sobre todos os argumentos que, em tese,
poderiam infirmar a conclusão adotada pelo Juízo. 2. " A legitimidade do Ministério Público
para instaurar a execução exsurgirá - se for o caso - após o escoamento do prazo de
um ano do trânsito em julgado se não houver a habilitação de interessados em número
compatível com a gravidade do dano, nos termos do art. 100 do CDC. É que a hipótese
versada nesse dispositivo encerra situação em que, por alguma razão, os consumidores
lesados desinteressam-se quanto ao cumprimento individual da sentença, retornando a
legitimação dos entes públicos indicados no art. 82 do CDC para requerer ao Juízo a
apuração dos danos globalmente causados e a reversão dos valores apurados para o Fundo
de Defesa dos Direitos Difusos (art. 13da LACP), com vistas a que a sentença não se torne
inócua, liberando o fornecedor que atuou ilicitamente de arcar com a reparação dos danos
causados" (REsp n. 869.583/DF, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 5/6/2012, DJe 5/9/2012). 3. O recurso especial não comporta o exame
de questões que impliquem interpretação de cláusula contratual ou revolvimento do contexto
fático-probatório dos autos (Súmulas n. 5 e 7 do STJ). 4. No caso concreto, a análise das
razões apresentadas pela recorrente, quanto à necessidade de proceder à liquidação por
artigo diante da indispensabilidade de produção de provas e quebra do sigilo bancário dos
consumidores, demandaria o reexame da matéria fática, o que é vedado em sede de recurso
especial. 5. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no AREsp 809.964/RS, Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 11/05/2020, DJe
14/05/2020)
II- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o
direito resultante do título executivo;
• Os requisitos legais para a admissão dessa legitimidade são díferentes a depender do momento
da sucessão: (i) antes de iniciada a execução, basta a demonstração por provas suficientes da
legitimidade; e (ii) já iniciada a execução, em tese deverá ser instaurado um processo de
habilitação incidente (arts. 687 a 692 do Novo CPC), com a consequente suspensão do processo
principal.
III- o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado.
CC- Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser
oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
CC- Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário
exercer os atos conservatórios do direito cedido.
CC- Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II- do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que
efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III- do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em
parte.
CC- Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus
direitos;
II- quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a
condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
 LEGITIMIDADE PASSIVA 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
• Aquele que é apontado como devedor no título executivo tem legitimidade passiva para sofrer a
execução, de forma que o espólio, os herdeiros e os sucessores daquele indicado como devedor
no título executivo estão sujeitos à execução na medida das forças da herança (arts. l. 792, CC, e
772, II, CPC), observando assim que, uma vez realizada a partilha dos bens do de cujus, a
legitimação passiva restará tão somente àquele sujeito que ficou em seu quinhão com o débito.
III- o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título 
executivo;
• Diferentemente da cessão de crédito, essa transferência da dívida a um novo sujeito que não o
devedor originário, por razões óbvias, exige a concordância expressa do credor (art. 299 do CC).
IV- o fiador do débito constante em título extrajudicial;
• Voltaremos no tema, mas desde já, atenção: Súmula 549 – STJ É válida a penhora de bem de
família pertencente a fiador de contrato de locação.
• O fiador judicial não se confunde com o fiador convencional ou com o fiador legal. Fiador judicial é
aquele que garante a favor de uma das partes no processo eventual obrigação dele oriunda.
Apenas o fiador judicial expõe-se a execução forçada independentemente de prévia demanda
condenatória ou de assunção da obrigação em título extrajudicial. Os demais fiadores -
convencional e legal - só se legitimam passivamente à execução forçada se tiverem sido réus na
ação condenatória, contra eles tendo se formado título executivo (art. 513, § 5º,, CPC), ou se
constarem de título executivo extrajudicial. Assim, "o fiador que não integrou a relação processual
na ação de despejo não responde pela execução do julgado." (Súmula 268, STJ). (MARINONI, p.
865)
• FPPC 445 (art. 779) O fiador judicial também pode ser sujeito passivo da execução.
V- o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
• O adimplemento das obrigações poderá ser garantido por hipoteca, penhor, anticrese e alienação
fiduciária em garantia, sendo os chamados direitos reais de garantia, previstos pelos arts. 1.419 a
1.430 do CC, e pelo Decreto-lei nº 911/1969 e pela lei nº 9.514/1997.
VI- o responsável tributário, assim definido em lei.
• Segundo o Código Tributário Nacional:
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;( Redaç ão 
 dada pe lo D ec re to Lei nº 2 8, de 1966 ) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou
da meação;
III- o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões
de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II- os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV- o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V- o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
IV - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
V - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou
estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II- os mandatários, prepostos e empregados;
III- os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando
o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o
procedimento.
• Admite-se a cumulação de execuções desde que observada a tríplice identidade de partes, juízo e
forma do processo, pois o importante é que exequente e executado sejam os mesmos em todos
os títulos.
• Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio"
(Súmula 27, STJ).
 DA COMPETÊNCIA
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, 
observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou,
ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II- tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro dequalquer deles;
III- sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar 
onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV- havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de 
qualquer deles, à escolha do exequente;
V- a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato 
que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
Marinoni aduz que “os arts. 42-66, CPC, regem a competência para a propositura de ação
executiva de título extrajudicial. A regra é que seja observado o lugar do adimplemento (art.
53, III, d, CPC) ou o do domicilio do executado (art. 46, CPC). Ambos são casos de
competência territorial, sujeitos ao regime da competência relativa (arts. 64 e 65, CPC).
Envolvendo o título executivo direito real (art. 784, V e Vil, CPC), o foro da coisa pode ser
observado (art. 47, CPC). (p. 866)
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça
os cumprirá.
§ 1º O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas comarcas
contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana.
§ 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará.
§ 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros
de inadimplentes.
Como meio coercitivo para o cumpri1nento da obrigação, em relação a títulos judiciais ou
extrajudiciais, o juiz pode determinar a inscrição do nome do executado em cadastro de
inadimplentes. Em caso de pagamento, garantia da dívida ou extinção da execução, a
inscrição deve ser cancelada.
§ 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução
ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
§ 5º O disposto nos §§ 3º e 4º aplica-se à execução definitiva de título judicial.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de 
sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual
domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo
juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a
remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
Didier aduz que a regra é a execução no juízo da sentença, sendo esta uma competência funcional e
sucessiva. Porém, acrescenta que também consubstancia uma regra de competência territorial,
caracterizando ao cabo, com base no parágrafo único, uma competênica concorrente, incumbindo a escolha
ao exequente. Este mesmo dispositivo, para o mestre baiano, reconhece a existência de processos
itinerantes, no sentido de que a cada vez que se encontrar bens em outro foro, será possível, a
requerimento do exequente e não de ofício, a modificação de competência. Flexibiliza-se, assim, a
perpetuatio jurisdictionis. (p. 492)
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve
ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar
de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas
em que atuar.
 CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
(...)
________________________________________________
REFERÊNCIAS:
BRAGA, Paulo Sarno; DIDIER JR, Fredie; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de
Direito Processual Civil. Execução. 10 ed. Salvador: Jus Podium, 2020. v.5.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código Civil Comentado.
3. ed. rev. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 10. ed. rev., ampl. e atual.
Salvador: JusPodivm, 2018.

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