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Sujeitos e Competência na Execução

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Sujeitos e Competência na Execução
O processo de execução apesar de ter autor e réu, nessas posições elas possuem outra nomenclatura.
-O autor seria o credor e o réu o devedor, a nomenclatura é exequente e executado.
-Quando começa a executar já começa a nomenclatura.
 Exequente é quem vai propor essa ação, quem vai atuar com o executado que é o devedor.
· EXEQUENTE = credor – art. 778, CPC (legitimidade ativa).
· EXECUTADO = devedor – art. 779, CPC (legitimidade passiva).
· Juiz = exerce a jurisdição e conduz o processo.
-Arts. 778 e 779, CPC.
O juiz não pode deixar de ser mencionado porque se tem a jurisdição, ou seja, precisa da jurisdição para a execução.
Art. 778, CPC
“Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. (Legitimação ordinária, desde o inicio sempre tem aquele credor)
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado.”
-É possível ceder os direitos.
Ex: Passar a diante os direitos de um imóvel e tem uma ação judicial em relação aquele imóvel, os direitos seriam do titular daquele imóvel. Quando há essa transferência, automaticamente cede-se os direitos sobre aquilo, então automaticamente a pessoa irá se sub-rogar nos direitos de outro.
Pela sucessão, pela cessão e pela sub-rogação tem uma legitimação secundaria, ou seja, o credor inicial era outro e por qualquer hipótese legal possível passa a ter então outra pessoa no lugar daquela.
Ex: Alguém ajuíza um processo e morre no curso do mesmo. Este processo continua tramitando e quem vai ocupar o polo ativo dessa ação, são os sucessores.
Legitimação Ordinária: Mesmo credor desde o início.
Legitimação Secundária: O posto foi ocupado por outra pessoa em razão de sucessão, cessão e sub-rogação.
OBS: Pode ser no polo ativo ou passivo.
Legitimação Extraordinária: É possível o MP ajuizar a ação não só em face de menores como também pode exercer a execução disso.
-Ele atua nesse processo não como parte, mas como custos legis (interesses do incapaz).
-Essas ações que o MP propõe podem chegar também a fase de execução, ali ele estará executando, mas não como um credor, mas no lugar do legitimado.
Tanto na legitimação ordinária quanto na secundária, vai em prol da pessoa que ocupou o espaço, mas o MP está em prol de alguém.
-Nos casos em que não é credor do título, mas nos casos previstos em lei, como na ação civil pública, por exemplo (§1, inc. I, art. 778).
Art. 779, CPC
“A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; (legitimação ordinária)
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; (legitimação secundária)
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; (legitimação secundária)
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; (legitimação extraordinária)
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; (legitimação extraordinária)
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.” (legitimação extraordinária)
OBS: É possível alguém assumir a divida de outro no processo, porem tem que haver a concordância do credor. Pois cabe ao credor saber se esse devedor irá de fato suprir ou se é uma fraude processual.
Competência na Execução
-Onde a ação tramita.
-Jurisdição tem regras em relação a matéria e ao lugar.
O credor não pode utilizar-se de força própria para fazer com que seja realizado o adimplemento de uma obrigação em seu favor, e para isso necessita da jurisdição, pois só o Estado poderá invadir a esfera patrimonial do devedor para que a obrigação seja cumprida.
Onde a execução é processada?
Quando tem o processo judicial, ou seja, a execução de titulo judicial, estou dando prosseguimento ao que tinha antes. Pode ser que fique com o mesmo número ou não. 
Regras Para o título executivo judicial:
Em regra, a competência para cumprimento da sentença é o mesmo juízo do processo que tramitou na fase de conhecimento.
-Fique apartado.
Art.516, CPC
“O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; (quando o processo inicia no tribunal)
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; (juízo que decidiu a causa)
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.”
-Em regra vale o inciso II.
Em regra, a competência para cumprimento de sentença é de onde o processo foi ajuizado (competência absoluta), que é o que proferiu a sentença. 
Mas, nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar, como FOROS CONCORRENTES:
· pelo juízo do atual domicílio do executado.
· pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução.
· ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer.
Regras Para o título executivo extrajudicial: 
Art. 781,CPC
“A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; 
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.”
-A regra está no inciso I.
-Depende da situação fática que estiver naquele momento.
Ou seja, havendo foro de eleição, já estará fixada a competência. 
Se não houver, a competência será a estabelecida pelo art. 781, CPC.
E este artigo permitiu que o exequente de título extrajudicial escolha entre os diversos foros igualmente competentes, como forma de facilitar o desenvolvimento da jurisdição, das medidas de apreensão do bem objeto da execução ou de penhora patrimonial, por exemplo.
Outros exemplos: a demanda pode ser promovida no lugar em que se praticou o ato, como o lugar em que foi lavrada a escritura pública; ou o lugar em que ocorreu o fato, por exemplo, o lugar em que ocorreu o falecimento do segurado, para a execução do contrato de seguro de vida.              
Denominação de Domicilio:
-É o local onde a pessoa se estabelece com ânimo definitivo, local onde ela mora.
-Nem sempre é a mesma coisa que residência.
Ex: Se falo que fulano é residente e domiciliado na rua tal, se ele de fato mora ali, é uma redundância. Porem, se fala que ele é residente na rua tal e domiciliado em outro local.
-Pode ser considerado domicilio o local de trabalho para assuntos profissionais.
-Tendo mais de um domicilio, pode ser demandado em qualquer um deles.
Execução de Titulo Extrajudicial pode envolver contrato, nos contratos existem os foros de eleição.
-Se tiver foro de eleição, vai se sobrepor a todas as regras do 781, pois ele foi delivre escolha.
Resumindo:
-Título judicial é formado através do processo de conhecimento, para esse título tem execução judicial.
-Título extrajudicial não precisa do conhecimento, sendo assim, tem execução extrajudicial.
Requisitos da Execução:
Para haver a execução de um título, a obrigação deve ser CERTA, LÍQUIDA e EXIGÍVEL (art. 783, CPC).
1- Certeza
-Aquilo que você não contesta.
-Já está definido, pode não envolver valor, mas pode envolver um bem.
Ex: Se eu sei que a sentença que já foi favorável, tem um bem imóvel, já está individualizado.
-A certeza é o título em si. Se não tem o título, tem que entrar no processo de conhecimento.
Quanto à sua existência, ou seja, o credor DEVE PROVAR QUE A OBRIGAÇÃO E A RELAÇÃO ENTRE ELE E O DEVEDOR EXISTEM = TÍTULO EM SI.
2- Liquidez
-Tem que ter o bem individualizado, tendo ele valor financeiro ou não, seja ele dinheiro, obrigação de pagar, obrigação de fazer, obrigação de dar.
- Quanto ao valor, que deve ser determinado. Isso porque não cabe executar uma dívida em que não se sabe ao certo qual o seu valor.
3- Exigível
-Não posso cobrar nada antes do tempo, seria uma cobrança indevida.
-Quanto ao vencimento, pois não é possível cobrar do devedor uma obrigação que ainda não esteja vencida = INADIMPLEMENTO.
OBS: Só pode ter execução se tiver essas características juntas, se não terá que ser uma ação de cobrança.
4- Exequibilidade
-O titulo tem que estar perfeito, não pode ter nenhuma causa de nulidade.
-O título deve conter seus requisitos característicos para que não seja nulo, e possa ser executado. Ex. de títulos inexequíveis: sentença estrangeira não homologada no país; sentença arbitral; sentença arbitral proferida por árbitro inapto; duplicata sem aceite.

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