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PAP IV – PCCU (RESULTADOS E CONDUTAS) CÂNCER DE COLO DO ÚTERO O câncer do colo do útero ou cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos oncogênicos do HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (PCCU/Papanicolau) e são curáveis na quase totalidade dos casos. ADEQUABILIDADE DA AMOSTRA Satisfatória Presença de células representativas dos epiteliais do colo do útero: - células escamosas; - células glandulares (não inclui o epitélio endometrial) - células metaplásicas Esfregaços normais somente com células escamosas devem ser repetidos com intervalo de um ano e, com dois exames normais anuais consecutivos, o intervalo poderá ser de três anos. Elementos não epiteliais encontrados no esfregaço cérvico-vaginal: Hemácias: fora do período menstrual indicam traumatismo, erosão ou ulceração, e ainda, neoplasia. No sangramento intermenstrual (ovulatório) o seu encontro pode ser uma observação normal. Flora bacteriana do tipo lactobacilar: as vezes determinam um fenômeno chamado de citólise. A citólise é a destruição do citoplasma de células da camada intermediaria pelo efeito do baixo pH. É normal, quando discreto. Insatisfatória Material acelular ou hipocelular (menos de 10% ao esfregaço) Leitura prejudicada (mais de 75% do esfregaço) por presença de sangue, piócitos, artefatos de dessecamento, contaminantes externos ou interna superposição celular. SITUAÇÕES ESPECIAIS Gestantes: tem o mesmo risco de apresentarem CA do colo do útero ou suas lesões precursoras. A JEC encontra-se exteriorizada na ectocérvice na maioria das vezes, o que dispensaria a coleta endocervical. Mulheres na pós-menopausa: apresentam baixo risco para desenvolvimento de câncer. Histerectomizadas: podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais. Mulheres sem história de atividade sexual: não devem ser submetidas ao rastreamento. Imunossuprimidas: o exame citopatologico deve ser realizado após o início da atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão. EXAME CITOPATOLÓGICO NORMAL Dentro dos limites da normalidade no material examinado: - seguir a rotina de rastreamento citológico. Alterações celulares benignas (reativas ou reparativas): - inflamação sem identificação de agente. - metaplasia escamosa imatura. - reparação. - atrofia com inflamação. - radiação. - achados microbiológicos: lactobacillus sp, cocos; outros bacilos. LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO Neoplasia Intraepitelial cervical: NIC II e NIC III. Adenocarcinoma in situ (AIS). NIC I (?) Rastreio das lesões precursoras do câncer de colo de útero O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras é o exame citopatologico. O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual. O inicio da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando após essa idade as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. - se ambos forem negativos essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais. EXAME ALTERADO Lesão intraepitelial de alto grau não podendo excluir microinvasão ou carcinoma epidermoide invasor. AIS: adenocarcinoma in situ. Adenocarcinoma invasor. Atipias celulares de significado indeterminado Atipias de origem indefinida: - células atípicas de origem indefinida, possivelmente não neoplásicas. - células atípicas de origem indefinida, quando não se podem excluir lesão de alto grau. As pacientes com essa alteração, devem ser encaminhadas para a unidade secundaria para a realização de colposcopia. ASC-US - células escamosas atípicas de significado indeterminado possivelmente não neoplásico: ≥ 30 anos: repetir o citopatológico em 6 meses. < 30 anos: repetir o citopatológico em 12 meses. Dois exames subsequentes, com intervalos de 6 ou 12 meses forem normais, voltar para rotina de rastreamento trienal. Se algum dos exames for igual ou mais significativo: colposcopia. Colposcopia normal: realizar mais dois rastreios com intervalos semestrais ou anual Colposcopia alterada: biopsia. Situações especiais: - mulheres até 24 anos: a citologia deverá ser repetida em três anos. Caso se mantenha essa atipia, deverá manter seguimento citológico trienal. No caso de novo exame normal, reiniciar o rastreamento aos 25 anos. Caso a citologia se manter ASC-US ou de maior gravidade, a partir dos 25 anos deverá ser encaminhada para colposcopia. - gestantes: abordagem igual às demais mulheres. ASC-H - células escamosas atípicas de significa indeterminado em que não se pode afastar lesão de alto grau: Todas as mulheres com esse resultado devem ser encaminhadas para a realização da colposcopia. Situações especiais: - mulheres até 24 anos: encaminhar para colposcopia, mas achados normais ou anormais menores na colposcopia podem indicar seguimento citológico com intervalo de 12 meses. Achados colposcopicos maiores, deve ser submetida a biopsia. - gestantes: encaminhamento para a colposcopia e realizar biopsia apenas se houver suspeita de lesão invasiva. AGC - atipias de células glandulares: - células glandulares atípicas de significado indeterminado possivelmente não neoplásicas. - células glandulares atípicas de significado indeterminado em que não se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau. Realizar colposcopia. Á colposcopia, deve ser realizada nova coleta de material para citologia come especial atenção para o canal cervical. É recomendável a avaliação endometrial com ultrassonografia transvaginal em pacientes acima de 35 anos e, caso anormal, estudo anatomopatológico do endométrio. Abaixo de 35 anos, a investigação endometrial deverá ser realizada se presente SUA ou se a citologia sugerir origem endometrial. AGC-US: Situações especiais: - mulheres até 24 anos, pós menopausa e imunossuprimidas: devem ser investigadas da mesma forma que as demais. - gestantes: devem ser investigadas da mesma maneira, exceto pelo estudo endometrial, que não é factível. A biopsia do colo do útero deverá ser realizada apenas na suspeita de doença invasiva. LSIL – lesão intraepitelial de baixo grau: A LSIL representa a manifestação citológica da infecção aguda causada pelo HPV, altamente prevalente e com potencial de regressão frequente, especialmente em mulheres com menos de 30 anos. Situações especiais: - mulheres até 24 anos: devem repetir a citologia em três anos. Caso se mantenha essa atipia, deverão manter seguimento citológico trienal. No caso de novo exame normal reiniciar rastreamento aos 25 anos. A qualquer momento, caso apresentem citologia com alterações mais graves, deverão ser encaminhadas para colposcopia. - gestantes: qualquer abordagem diagnostica deve ser feita após três meses do parto. - mulheres na pós-menopausa: devem ser abordadas como as demais, mas a segunda coleta deve ser precedida de tratamento da colpite atrófica. - imunossuprimidas: devem ser encaminhadas para colposcopia após o primeiro exame citopatologico mostrando LSIL. - quando indicado, o tratamento deve ser excisional. - o seguimento pós-tratamento deve ser citológico anual e poderá incluir a colposcopia a critério do serviço. HSIL – lesão intraepitelial de alto grau: As mulheres que apresentarem laudo citopatologico de HSIL deverão ser encaminhadas a unidade de referencia para a realização de colposcopia. A repetição da citologia é inaceitável como conduta inicial. Situações especiais: - gestantes: na vigência de exame citopatologico mostrandoHSIL, encaminhar a gestante para colposcopia na tenção secundaria. - mulheres na pós-menopausa: mesma conduta que para as demais mulheres. Deve-se realizar preparo com estrogênio tópico. - imunossuprimidas: mesma conduta que para as demais mulheres. Como este grupo tem maior risco de recidiva, o cuidado deve ser diferente no seguimento, com exame citopatologico semestral por dois anos, e anual após este período.
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