Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVIP Ágatha Mendes Alane Oliveira Juliana Bezerra Sales Juliany Tavares Maria Eduarda Silva Pereira DIAGNÓSTICO DE ANÁLISE URBANA ESPACIAL: VITALIDADE NO BAIRRO INDIANÓPOLIS CARUARU 2020 Ágatha Mendes Alane Oliveira Juliana Bezerra Sales Juliany Tavares Maria Eduarda Silva Pereira DIAGNÓSTICO DE ANÁLISE URBANA ESPACIAL: VITALIDADE NO BAIRRO INDIANÓPOLIS Relatório do trabalho final, apresentado como parte das exigências para a obtenção de nota da AP2, na disciplina de Sistema de Análise Urbana, do curso de Arquitetura e Urbanismo, período 2020.2, no Centro Universitário Unifavip. Professora: Dóris Campos Caruaru, 23 de Novembro de 2020. 2 SUMÁRIO 1. Introdução………………………………………………………….……... 4 2. Metodologia…….……………………………………………….……....... 5 3. Desenvolvimento e Análise Urbana................................................. 6 Uso misto............................................................................................. 6 Necessidade de quadras curtas………………………………..……….. 7 Necessidade de concentração…………………………………...….….. 8 Edifícios Antigos……………………………………………………..……. 9 Tipologias…………………………………………………………………. 10 4. Considerações Finais…………………………………………………...13 5. Referências………………………………………………………………..15 3 INTRODUÇÃO Este trabalho tem por principal objetivo elaborar um estudo e diagnóstico urbano sobre a vitalidade no bairro Indianópolis, na cidade de Caruaru, mais precisamente na área entre a Avenida Alferes Jorge e Avenida Adjar da Silva Casé. A ideia é propor melhorias no espaço através do conceito de vitalidade urbana comparando o crescimento da população, o aumento do número de domicílios e a renda do bairro, com o intuito de identificar as principais zonas de mudança e os impactos que isto causa na população. O município de Caruaru é caracterizada pelo polo do agreste pernambucano, possuindo grande influência regional, abrangendo diversas cidades e uma extensa área do Estado de Pernambuco. Grande maioria dessa influência se reflete nas altas taxas de crescimento populacional com um crescimento de aproximadamente 0,79% ao ano, dados do ano de 2018. O município de Caruaru possui cerca de 361.118 mil habitantes (IBGE,2018). Sua área territorial é de 920,611 km², porém apenas 16,65 km² corresponde ao perímetro urbano. Sua economia local gira em torno da indústria têxtil e da produção artesanal utilizando materiais como barro e couro, fazendo com que caruaru seja uma das cidades com altos índices de exportação. Caruaru conta com um PIB per capita de R$17.880,19 e com 7.857 empresas locais. O desenvolvimento do estudo se deu a partir de estudos e análise de dados através de estatísticas específicas do bairro indianópolis. Já o levantamento, processamento e análise de dados se desenvolveu a partir das informações de população, número de domicílios e renda. O processamento de dados e elaboração de mapas temáticos foi realizado através do software de geoprocessamento (Qgis 3.4.10), em conjunto com as imagens obtidas através do Google Earth PRO. 4 Na introdução apresentamos os dados e estatísticas específicas do bairro Indianópolis e da cidade de Caruaru. A metodologia aborda os procedimentos utilizados a partir do conceito de Jane Jacobs e os tipos de software utilizados para o levantamento de dados. No desenvolvimento explicamos os usos principais predominantes do bairro como: usos mistos, necessidades de quadras curtas, edifícios antigos e os tipos de tipologias de edifícios que predominam no bairro. Concluímos com os mapas de uso do solo, mapa de concentração e mapa de tipologia. METODOLOGIA Os procedimentos metodológicos adotados para o estudo estão listados a seguir: Pesquisa Bibliográfica Esta etapa foi desenvolvida a partir dos quatro princípios de Vitalidade Urbana que Jane Jacobs apresenta em Morte e Vida de Grandes Cidades. Sendo eles; 1- usos principais combinados - Usos que atraiam as pessoas para áreas como centro comerciais, moradias, locais destinados ao lazer e educação. A combinação de usos principais dá aos pedestres sensação de segurança. 2- Quadras curtas - Proporciona aos passantes mais opções para seguir trajetos diferentes. 3- Necessidade de concentração - Para Jacobs densidade não é sinônimo de verticalização. É possível atingir densidade e manter uma cidade com uma escala mais agradável, sem edifícios tão altos. 4- Prédios antigos - O bairro que possui edifícios antigos se torna mais característico e diversificado. Prédios novos possuem valores mais altos para venda e aluguel em relação aos antigos, o que torna o bairro menos diversificado. Coleta de dados Para a elaboração desta etapa foram coletados dados a partir de informações retiradas do Censo IBGE 2010. E informações obtidas a partir do contato e conhecimento do local. 5 Softwares Outro elemento utilizado foi a ferramenta do Google Earth para obtenção de dados de uso da área estudada, foi possível a identificação de: áreas comerciais, residenciais, vazios e espaços mistos. O uso do software também possibilitou imagens da evolução construtiva da área entre os anos de 2000 e 2020. Utilizamos a ferramenta dos softwares Google Earth e QGIS para a elaboração dos mapas. Os mapas elaborados da área em estudo foram : - Mapa de uso e ocupação - Mapa de fluxos - Mapa de população - Mapa de tipologias Imagens digitais Foram retiradas imagens de satélite do Google Earth com os tipos de edificações do bairro Indianópolis. DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE URBANA 1 - Uso misto: Pelo fato de o bairro de indianópolis ser predominantemente residencial, mesmo possuindo grande empreendimentos como Faculdades e o Shopping Caruaru é notável que os pontos de maior iluminação e vitalidade urbana estão ligados às avenidas.O bairro possui equipamentos urbanos como parques, restaurantes, e os citados acima, porém no âmbito residencial as áreas mais afastadas das avenidas não são bem contempladas com boa iluminação. Segundo Jacobs o "uso misto” de tipologias em um bairro é essencial para a vitalidade urbana, pois induz a circulação de pessoas durante a maior parte do tempo. Por exemplo, em um bairro com uso misto não é necessário um morador ir até o centro comprar remédio em uma farmácia, que está com poucas pessoas e consequentemente mais suscetível a assaltos. O uso misto proporciona equipamentos urbanos por toda a cidade, 6 inclusive nos centros para que nenhum destes lugares fique desprovido de vitalidade urbana. 2- Necessidade de quadras curtas: Para Jacobs, um dos fatores que geram a diversidade urbana é o uso de quadras curtas pois proporcionam menor distância entre as ruas, o que evita que em alguns lugares sejam mais movimentados e outros sejam desertos. Ao observarmos o bairro de Indianópolis - devido aos empreendimentos imobiliários e terrenos baldios - é notável o longo tamanho das quadras, desta forma avenidas como Alferes jorge e Adjar da silva casé possuem um maior fluxo de pessoas enquanto as ruas que se ligam a estas possuemmenos fluxo de pessoas, o que afeta a vitalidade urbana, tornando-as mais perigosas. 7 3- Necessidade de concentração: A densidade de pessoas em um bairro, conforme Jane Jacobs, deve ser suficientemente alta e isso deve se aplicar tanto na densidade fixa, de moradores, quanto na flutuante (trabalhadores, visitantes). A quantidade de pessoas habitando e circulando em um distrito é importante para que ocorra a diversidade, algo que é muito presente nos centros urbanos. É válido ressaltar que essa densidade não é sinônimo de superlotação. Ela deve manter uma concentração de moradias suficientes para manter a vitalidade, caso a densidade seja muito alta, acaba por padronizar as moradias, resultando em edifícios sem diversidade. No bairro em que foi feita a análise verifica-se uma concentração variante, com a população mais concentrada no noroeste, próximo ao rio Ipojuca (ver mapa de população), entretanto também é possível perceber uma alta considerável nas proximidades do Shopping e da faculdade devido à implementação de grandes empreendimentos imobiliários tanto para a população da cidade quanto para 8 atender à grande demanda de estudantes recebidos pela instituição de ensino, gerando uma boa concentração nas redondezas desses locais. 4- Edifícios antigos: De acordo com Jacobs, “As cidades precisam tanto de prédios antigos, que talvez seja impossível obter ruas e distritos vivos sem eles”. (Ibid., p. 207). Para ela, a cidade deve ter uma combinação de edifícios com idades e estados de conservação variados, e incluir boa porcentagem de prédios antigos. Essa mescla é necessária para que ocorra uma diversidade e também para que haja mais oportunidades para que pequenas empresas iniciem o seu trabalho. Na área em estudo, entretanto,observa-se a existência de pouquíssimos edifícios antigos. Isso pode ser justificado pela contemporaneidade do bairro, pois através da análise de imagens de satélite de anos anteriores, é possível perceber que no ano 2000 grande parte da área analisada, bem como das demais áreas do bairro, era composta por grandes vazios, com maior concentração de área construída nas proximidades do rio ipojuca (ver fig. 1), sendo considerado uma área recente na cidade. Figura 1: Evolução Construtiva da Área em Análise no Bairro Indianópolis. 9 Reprodução Google Earth, modificado pelos autores,2020 Tipologias Pelo fato do bairro não possuir edificações antigas, optou-se por fazer um estudo das tipologias existentes. No estudo feito três tipologias se distinguiram em maior abundância, sendo os edifícios unifamiliares tipologias residenciais, porém algumas vezes utilizadas como área comercial, edifícios multifamiliares prédios construídos para mais de uma família e galpões como espaços maiores de uso comercial (loja, shopping) e institucional (educacional e religioso), conforme visto no mapa abaixo: 10 Fonte: dos autores,2020 Observa-se no mapa que ainda há uma grande presença de tipologias residenciais, entretanto também é notável o significativo aumento de edifícios multifamiliares comparado as tipologias do ano 2000 (ver mapa de tipologias do ano 2000), especialmente nas áreas de expansão imobiliária a leste e ao sul, próximas ao Shopping Caruaru e à Faculdade Unifavip. Mapa de Tipologias Ano 2000 11 Fonte: dos autores,2020 É válido ressaltar também o conceito de “olhos da rua” de Jane Jacobs. Segundo ela, esses olhos são as pessoas que conseguem contemplar os espaços urbanos do interior de suas casas, em edifícios que possuem relação com a rua, desempenhando, inconscientemente, um papel de vigilância natural sobre esses espaços, causando uma maior sensação de segurança. Há no bairro poucos edifícios que ainda possuem essas fachadas ativas, sendo esses os mais antigos do local e mais centralizados nas proximidades do rio ipojuca. (ver número 1 na figura abaixo) A medida que o bairro Indianópolis foi se desenvolvendo, a modernidade também tomou conta das tipologias residenciais, criando nas ruas grandes corredores compostos por fachadas e muros cegos das casas, edifícios e condomínios (ver números 2,3 e 4 na figura abaixo), que aumentam a sensação de insegurança para os pedestres. Figura 2- Tipologia das Edificações em Área de Estudo no Bairro Indianópolis 12 Fonte: dos autores, 2020 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da observação dos aspectos analisados buscamos compreender a vitalidade do bairro através da sua análise urbana, relacionando atributos físicos e espaciais. A pesquisa se desenvolveu por meio dos desenhos aéreo urbano e pela realidade física da área de estudo. Nesse sentido, é possível identificar algumas questões através dos quatros princípios de vitalidade urbana que Jane Jacobs apresenta, como a importância das quadras curtas, usos combinados, necessidade de concentração e prédios antigos. O crescimento do bairro desvinculado a um planejamento urbano, ocasionou diversos problemas, dentre quais podemos destacar a especulação imobiliária, pontos de iluminação com maior predominância nas principais avenidas, favorecendo a falta de circulação de pedestres nas outras ruas do Indianópolis.. 13 Também é válido ressaltar que a grande quantidade de terrenos vazios podem ocasionar novas implantações de edifícios verticais, prejudicando a dinâmica do bairro. A sobrecarga na fiscalização e infraestrutura faz com que o crescimento do bairro não esteja acompanhado de melhorias. Portanto, para que haja mudanças é necessário a criação de um conjunto de medidas, incluindo reformas e requalificação do bairro visando a sua vitalidade, revisão da legislação urbanística, novas diretrizes para o crescimento urbanístico e controle nas edificações e licenciamentos. REFERÊNCIAS 14 RÊGO, Sarah. IBGE conclui que Município de Caruaru possui 361 118 habitantes. Rádio Cultura Nordeste, 2019. Disponível em: <http://radioculturadonordeste.com.br/ibge-conclui-que-municipio-de-caruaru-possui- 361-118-habitantes/> Acesso em: 18 de Nov. 2020. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. Martins Fontes, São Paulo; 1ª edição, 2000. SABOYA, Renato. Segurança nas Cidades: Jane Jacobs e os olhos da rua. Urbanidades, 2010. Disponível em: <https://urbanidades.arq.br/2010/02/10/seguranca-nas-cidades-jane-jacobs-e-os-olh os-da-rua/> Acesso em: 18 de Nov. de 2020. 15
Compartilhar