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Processos_Psicopatologicos_da_Infancia

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Processos psicopatológicos 
da Infância
Material de uso exclusivo para aulas expositivas dialogas e não 
substitui a leitura de livros e textos indicados 
EMENTA
• Aborda os Principais Transtornos e Processos Psicopatológicos Específicos
da Infância e da Adolescência, enfatizando seus Aspectos Culturais e Sociais.
Discute a questão da Medicalização Infantil e suas Consequências,
abordando as discussões do Movimento da Despatologização da Vida.
Objetivos de Aprendizagem
• Discutir criticamente as formulações e critérios psicodiagnósticos, os
equívocos da classificação nosológica e os prejuízos potenciais ao
desenvolvimento da criança e do adolescente.
• Analisar as repercussões e relações entre eventos normativos e situacionais
no processo de desenvolvimento infantil e o desencadeamento de quadros
psicopatológicos na infância e adolescência
Objetivos de Aprendizagem
• Formular hipóteses diagnósticas a partir do estudo de casos clínicos de crianças e
adolescentes.
• Planejar possibilidades de avaliação e de intervenção psicoterapêutica no cuidado à
criança e/ou adolescente com transtornos psicopatológicos, além de indicar
encaminhamentos interprofissionais necessários a cada caso clínico avaliado.
• Reconhecer e analisar a dimensão ética da produção do cuidado a crianças em grave
sofrimento psíquico e os problemas advindos da cultura da medicalização na
infância.
Unidade I
• Noções Gerais de Psicopatologia: Aspectos Históricos, Conceituais e Controvérsias Paradigmáticas – O
Normal e o Patológico.
• Considerações Sócio-Histórico-Culturais e Ético-Políticas acerca do Sofrimento Psíquico na Infância e
Adolescência: Discutindo a Medicalização na Infância e na Adolescência e o Movimento de
Despatologização da Vida.
• Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na Infância – Classificação, Descrição
Clínica/Critérios Diagnósticos, Causas, Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico Diferencial e
Proposições Terapêuticas.
• Transtornos do Neurodesenvolvimento na Infância e Adolescência.
• Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta na Infância e Adolescência.
• Comportamentos Autodestrutivos na Infância e Adolescência: Abuso e Dependência de Álcool e Outras
Drogas, Automutilação e Suicídio.
Noções Gerais de Psicopatologia: Aspectos Históricos, Conceituais 
e Controvérsias Paradigmáticas – O Normal e o Patológico
• Os limites entre normalidade e patologia variam em diferentes culturas com
relação a tipos específicos de comportamentos. Os limiares de tolerância para
sintomas ou comportamentos específicos são diferentes conforme a cultura,
o contexto social e a família.
• Portanto, o nível em que uma experiência se torna problemática ou
patológica será diferente. O discernimento de que um determinado
comportamento é anormal e exige atenção clínica, depende de normas
culturais que são internalizadas pelo indivíduo e aplicadas por outros a seu
redor, incluindo familiares e clínicos.
Noções Gerais de Psicopatologia: Aspectos Históricos, Conceituais 
e Controvérsias Paradigmáticas – O Normal e o Patológico
• A consciência da importância da cultura pode corrigir interpretações
errôneas de psicopatologia, mas a cultura também pode contribuir para
vulnerabilidade e sofrimento.
• Significados, costumes e tradições culturais também podem contribuir para o
estigma ou apoio na reação social e familiar à doença mental. A cultura pode
fornecer estratégias de enfrentamento que aumentam a resiliência em
resposta à doença ou sugerir a busca de auxílio e opções de acesso à
assistência à saúde de diversos tipos, incluindo sistemas de saúde alternativos
e complementares.
Noções Gerais de Psicopatologia: Aspectos Históricos, Conceituais 
e Controvérsias Paradigmáticas – O Normal e o Patológico
• A cultura pode influenciar a aceitação ou a rejeição de um diagnóstico e a
adesão ao tratamento, afetando o curso da doença e sua recuperação.
• Ela também afeta a conduta durante a consulta clínica; em consequência,
diferenças culturais entre o clínico e o paciente têm efeito sobre a precisão e
a aceitação do diagnóstico, bem como sobre as decisões terapêuticas, as
considerações sobre o prognóstico e a evolução clínica.
O construto da síndrome ligada à cultura: três conceitos que
oferecem maior utilidade
• Síndrome cultural é um grupo de sintomas concorrentes, relativamente invariáveis, encontrados em um grupo cultural, em uma
comunidade ou em um contexto específico. A síndrome pode ou não ser reconhecida como uma doença dentro da própria
cultura (p. ex., pode ser rotulada de diversas formas), mas tais padrões culturais de sofrimento e características de doenças
podem, ainda assim, ser reconhecidos por um observador de fora.
• Idioma cultural de sofrimento é uma expressão linguística, ou frase, ou forma de falar sobre sofrimento entre indivíduos de um
grupo cultural (p. ex., etnia e religião semelhantes) que se refere a conceitos compartilhados de patologia e formas de
expressar, comunicar ou denominar características essenciais de sofrimento. Um idioma de sofrimento não precisa estar
associado a sintomas específicos, síndrome nem causas percebidas. Ele pode ser usado para transmitir uma ampla gama de
desconforto, incluindo experiências do cotidiano, condições subclínicas ou sofrimento decorrente de circunstâncias sociais em
vez de transtornos mentais. Por exemplo, a maioria das culturas apresenta signos corporais de aflição comuns usados para
expressar uma ampla gama de sofrimento e preocupações.
• Explicação cultural ou causa percebida é um rótulo, atribuição ou aspecto de um modelo explanatório que fornece uma etiologia ou
causa concebida culturalmente para sintomas, doenças ou sofrimento. Explicações causais podem ser aspectos evidenciados de
classificações populares de doença usadas por leigos ou curandeiros.
Considerações Sócio-Histórico-Culturais e Ético-Políticas acerca do 
Sofrimento Psíquico na Infância e Adolescência: Discutindo a 
Medicalização na Infância e na Adolescência e o Movimento de 
Despatologização da Vida.
• Quando se trabalha com o sofrimento psíquico em crianças e adolescentes, a
família deve ser o foco principal dessa busca por acontecimentos,
sentimentos e melhorias, pois esse sofrimento psíquico está interligado
intimamente com o contexto familiar em que eles estão inseridos.
• http://politicanupep.blogspot.com/2011/05/saude-mental-e-medicalizacao-
da.html
Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na 
Infância – Classificação, Descrição Clínica/Critérios Diagnósticos, 
Causas, Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico 
Diferencial e Proposições Terapêuticas.
• Transtornos mentais são definidos em relação a normas e valores culturais,
sociais e familiares. A cultura proporciona estruturas de interpretação que
moldam a experiência e a expressão de sintomas, sinais e comportamentos
que são os critérios para o diagnóstico. A cultura é transmitida, revisada e
recriada dentro da família e de outros sistemas sociais e instituições.
• A avaliação diagnóstica, portanto, deve considerar se as experiências, os
sintomas e os comportamentos de um indivíduo diferem das normas
socioculturais e conduzem a dificuldades de adaptação nas culturas de
origem e em con- textos sociais ou familiares específicos.
Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na 
Infância – Classificação, Descrição Clínica/Critérios Diagnósticos, 
Causas, Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico 
Diferencial e Proposições Terapêuticas.
• Diagnósticos confiáveis são essenciais para orientar recomendações de
tratamento, identificar taxas de prevalência para planejamento de serviços de
saúde mental, identificar grupos de pacientes para pesquisas básicas e clínicas
e documentar importantes informações sobre a saúde pública, como taxas de
morbidade e mortalidade.
• Na medida em que a compreensão sobre os transtornos mentais e seus
tratamentos evoluiu, profissionaismédicos, pesquisadores e clínicos voltaram
o foco de sua atenção para as características de transtornos específicos e suas
implicações para tratamento e pesquisa.
Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na 
Infância – Classificação, Descrição Clínica/Critérios Diagnósticos, 
Causas, Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico 
Diferencial e Proposições Terapêuticas.
• A formulação de caso para qualquer paciente deve incluir história clínica
criteriosa e um resumo conciso dos fatores sociais, psicológicos e biológicos
que podem ter contribuído para o desenvolvimento determinado transtorno
mental. Portanto, não basta simplesmente listar os sintomas nos critérios
diagnósticos para estabelecer um diagnóstico de transtorno mental.
• Embora a conferência sistemática da presença desses critérios e de como eles
se aplicam a cada paciente assegure uma avaliação mais confiável, a gravidade
e o peso relativos de critérios individuais e sua contribuição para um
diagnóstico exigem discernimento clínico.
Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na 
Infância – Classificação, Descrição Clínica/Critérios Diagnósticos, 
Causas, Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico 
Diferencial e Proposições Terapêuticas.
• Os sintomas em nossos critérios diagnósticos integram o repertório
relativamente limitado de respostas emocionais humanas a estresses internos
e externos que geralmente se mantêm em um equilíbrio homeostático sem a
interrupção do funcionamento normal.
• É necessário treinamento clínico para reconhecer quando a combinação de
fatores relacionados a predisposição, precipitação, perpetuação e proteção re-
sulta em uma condição psicopatológica na qual os sinais físicos e os sintomas
excedem os limites normais.
Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na 
Infância – Classificação, Descrição Clínica/Critérios Diagnósticos, 
Causas, Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico 
Diferencial e Proposições Terapêuticas.
• O objetivo final de uma formulação clínica de caso é usar as informações
contextuais e diagnósticas disponíveis para desenvolver um plano terapêutico
abrangente que esteja em consonância com o contexto cultural e social do
indivíduo.
Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na Infância –
Classificação, Descrição Clínica/Critérios Diagnósticos, Causas, 
Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico Diferencial e Proposições 
Terapêuticas.
• Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente sig-
nificativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que
reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento
subjacentes ao funcionamento mental.
• Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade
significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes.
Uma resposta esperada ou aprovada culturalmente a um estressor ou perda comum, como a
morte de um ente querido, não constitui transtorno mental.
• Desvios sociais de comportamento (p. ex., de natureza política, religiosa ou sexual) e
conflitos que são basicamente referentes ao indivíduo e à sociedade não são transtornos
mentais a menos que o desvio ou conflito seja o resultado de uma disfunção no indivíduo,
conforme descrito.
Psicopatologia Infantil: Principais Transtornos Psicopatológicos na 
Infância – Classificação, Descrição Clínica/Critérios Diagnósticos, 
Causas, Prevalência/Estatísticas, Comorbidades, Diagnóstico 
Diferencial e Proposições Terapêuticas.
• O diagnóstico de transtorno mental deve ter utilidade clínica: deve ajudar os clínicos
a determinar o prognóstico, os planos de tratamento e os possíveis resultados do
tratamento para seus pacientes. Contudo, o diagnóstico de um transtorno mental
não é equivalente à necessidade de tratamento.
• A necessidade de tratamento é uma decisão clínica complexa que leva em considera-
ção a gravidade dos sintomas, a importância dos sintomas (p. ex., presença de
ideação suicida), o sofrimento do paciente (dor mental) associado ao(s) sintoma(s),
deficiência ou incapacidade relacionada aos sintomas do paciente, riscos e benefícios
dos tratamentos disponíveis e outros fatores (p. ex., sintomas psiquiátricos
complicadores de outras doenças).
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência.
• Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de condições com
início no período do desenvolvimento. Os transtornos tipicamente se
manifestam cedo no de- senvolvimento, em geral antes de a criança ingressar
na escola, sendo caracterizados por déficits no desenvolvimento que
acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou
profissional.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na
aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos globais em
habilidades sociais ou inteligência. É frequente a ocorrência de mais de um
transtorno do neurodesenvolvimento; por exemplo, indivíduos com
transtorno do espectro autista frequentemente apresentam deficiência
intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual), e muitas crianças
com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) apresentam
também um transtorno específico da aprendizagem.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• No caso de alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto
de excesso quanto de déficits e atrasos em atingir os marcos esperados. Por
exemplo, o transtorno do espectro autista somente é diagnosticado quando
os déficits característicos de comunicação social são acompanhados por
comportamentos excessivamente repetitivos, interesses restritos e insistência
nas mesmas coisas.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• A deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual)
caracteriza-se por déficits em capacidades mentais genéricas, como
raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo,
aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência.
• Os déficits resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo
que o indivíduo não consegue atingir padrões de independência pessoal e
responsabilidade social em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo
comunicação, participação social, funcionamento acadêmico ou profissional
e independência pessoal em casa ou na comunidade.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• O atraso global do desenvolvimento, como o nome implica, é diagnosticado
quando um indivíduo não atinge os marcos do desenvolvimento esperados
em várias áreas do funcionamento intelectual. Esse diagnóstico é utilizado
para indivíduos que estão incapacitados de participar de avaliações
sistemáticas do funcionamento intelectual, incluindo crianças jovens demais
para participar de testes padronizados.
• A deficiência intelectual pode ser consequência de uma lesão adquirida no
período do desenvolvimento, decorrente, por exemplo, de traumatismo
craniano grave, situação na qual um transtorno neurocognitivo também pode
ser diagnosticado.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• Os transtornos da comunicação incluem o transtorno da linguagem, o
transtorno da fala, o transtorno da comunicação social e o transtorno da
fluência com início na infância (gagueira). Os três primeiros caracterizam-se
por déficits no desenvolvimento e no uso da linguagem, da fala e da
comunicação social, respectivamente.
• O transtorno da fluência com início na infância é caracterizado por
perturbações da fluência normal e da produção motora da fala, incluindo
sons ou sílabas repetidas, prolongamento de sons de consoantes ou vogais,
interrupção de palavras, bloqueio ou palavras pronunciadas com tensão físicaexcessiva.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na
comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo
déficits na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de
comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver,
manter e compreender relacionamentos.
• Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do
espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses ou atividades.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis
prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-
impulsividade. Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de
permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em
níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento.
• Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação,
incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e
incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou o
nível de desenvolvimento.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• Os transtornos motores do neurodesenvolvimento incluem o transtorno do
desenvolvimento da coordenação, o transtorno do movimento estereotipado
e os transtornos de tique.
• O transtorno do desenvolvimento da coordenação caracteriza-se por déficits
na aquisição e na execução de habilidades motoras coordenadas,
manifestando-se por falta de jeito e lentidão ou imprecisão no desempenho
de habilidades motoras, causando interferência nas atividades da vida diária.
Transtornos do Neurodesenvolvimento na 
Infância e Adolescência
• Um transtorno específico da aprendizagem, como o nome implica, é
diagnosticado diante de déficits específicos na capacidade individual para
perceber ou processar informações com eficiência e precisão.
• Esse transtorno do neurodesenvolvimento manifesta-se, inicialmente,
durante os anos de escolaridade formal, caracterizando-se por dificuldades
persistentes e prejudiciais nas habilidades básicas acadêmicas de leitura,
escrita e/ou matemática.
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta na 
Infância e Adolescência.
• Os transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta incluem
condições que envolvem problemas de autocontrole de emoções e de
comportamentos.
• Estes transtornos são exclusivos no sentido de que esses problemas se
manifestam em comportamentos que violam os direitos dos outros (p. ex.,
agressão, destruição de propriedade) e/ou colocam o indivíduo em conflito
significativo com normas sociais ou figuras de autoridade.
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta na 
Infância e Adolescência
• No transtorno da conduta com início na infância, os indivíduos são do sexo
masculino, costumam apresentar agressão física contra outras pessoas, têm
relacionamentos conturbados com pares, podem ter tido transtorno de
oposição desafiante precocemente na infância e normalmente têm sintomas
que preenchem critérios para transtorno da conduta antes da puberdade.
Muitas crianças com esse subtipo têm também transtorno de déficit de
atenção/ hiperatividade ou outras dificuldades do neurodesenvolvimento
concomitantes.
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta na 
Infância e Adolescência
• Em crianças e adolescentes, o transtorno de oposição desafiante é mais prevalente
em famílias nas quais o cuidado da criança é perturbado por uma sucessão de
cuidadores diferentes ou em famílias nas quais são comuns práticas agressivas,
inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos.
• Duas das condições que mais costumam ocorrer de forma concomitante com o
transtorno de oposição desafiante são o transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade (TDAH) e o transtorno da conduta.
• O transtorno de oposição desafiante foi associado a um risco aumentado para
tentativas de suicídio, mesmo depois do controle para transtornos comórbidos.
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta na 
Infância e Adolescência
• Característica essencial da cleptomania é a falha recorrente em resistir aos impulsos
de furtar itens, mesmo que eles não sejam necessários para uso pessoal ou em razão
de seu valor monetário. O indivíduo experimenta uma sensação subjetiva crescente
de tensão antes do furto e sente prazer, gratificação ou alívio quando o comete.
• O ato de roubar não é cometido para expressar raiva ou vingança, não é executado
em resposta a um delírio ou a uma alucinação e não é mais bem explicado por
transtorno da conduta, por um episódio maníaco ou por transtorno da
personalidade antissocial.
• A idade de início da cleptomania é variável, porém, com frequência, o transtorno
inicia na ado- lescência.
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da 
Conduta na Infância e Adolescência
• A característica essencial do transtorno de oposição desafiante é um padrão
frequente e persis- tente de humor raivoso/irritável, de comportamento
questionador/desafiante ou de índole vingativa. Não é raro indivíduos com
transtorno de oposição desafiante apresentarem características
comportamentais do transtorno na ausência de problemas de humor
negativo. Entretanto, as pessoas com o transtorno que apresentam sintomas
de humor raivoso/irritável costumam também demonstrar características
comportamentais.
Comportamentos Autodestrutivos na Infância e 
Adolescência: Abuso e Dependência de Álcool e Outras 
Drogas, Automutilação e Suicídio
• A automutilação deve ser sempre tratada como uma demonstração de
tristeza.
• A automutilação é diferente da tentativa de suicídio; a pessoa se corta mas
sabe que não vai morrer por causa disso. “A motivação referida pelos
pacientes é que eles se cortam para aliviar uma sensação ruim”.
• Sensação de vazio, angústia, raiva de si mesmo, tristeza com ou sem motivo e
até para relaxar são outros motivos apontados.
Comportamentos Autodestrutivos na Infância e Adolescência: 
Abuso e Dependência de Álcool e Outras Drogas, Automutilação e 
Suicídio
• O suicídio refere-se ao desejo consciente de morrer e à noção clara do que o
ato executado pode gerar. O comportamento suicida pode ser dividido em
três categorias: ideação suicida (pensamentos, ideias, planejamento e desejo
de se matar), tentativa de suicídio e suicídio consumado. A ideação suicida é
um importante preditor de risco para o suicídio, sendo considerada o
primeiro "passo" para sua efetivação. Assim, a decisão de cometer suicídio
não ocorre de maneira rápida, sendo que com frequência o indivíduo que
comete o suicídio manifestou anteriormente alguma advertência ou sinal com
relação à ideia de atentar contra a própria vida.
Unidade II
• Transtornos do Humor e Transtorno Bipolar na Infância e Adolescência.
• Transtornos de Ansiedade na Infância e Adolescência.
• Transtornos de Alimentação e de Condutas Alimentares na Infância e Adolescência.
• Transtornos da Eliminação e do Controle Esfincteriano na Infância e Adolescência.
• Transtornos do Sono-Vigília na Infância e Adolescência.
• Noções Gerais sobre Avaliação e Intervenção Psicológica Clínica em Psicopatologia
Infantil: Discutindo a Medicalização na Infância e na Adolescência e o Movimento
de Despatologização da Vida.
Transtornos do Humor e Transtorno Bipolar 
na Infância e Adolescência
• O reconhecimento de que muitos indivíduos, especialmente crianças e, em
menor grau, adolescentes, vivenciam fenômenos semelhantes ao transtorno
bipolar que não atendem aos critérios para transtorno bipolar tipo I,
transtorno bipolar tipo II ou transtorno ciclotímico reflete-se na
disponibilidade da categoria outro transtorno bipolar e transtorno
relacionado especificado.
Transtornos do Humor e Transtorno Bipolar 
na Infância e Adolescência• O episodio depressivo da criança: sobrevindo, de preferencia, no decorrer de
um acontecimento com valor de perda ou de luto (separação dos pais,
falecimento de um avo, de um dos irmãos ou de um dos pais), por vezes,
tratando-se de um acontecimento que pode, aos olhos dos adultos, parecer
mais insignificante, esse episodio depressivo sobrevém progressivamente,
embora o comportamento da criança se mostre claramente modificado em
relação à situação anterior;
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• Os transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham características
de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados. Medo
é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a
antecipação de ameaça futura.
• Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas também se diferenciam, com o
medo sendo com mais frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica
aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e
comportamentos de fuga, e a ansiedade sendo mais frequentemente associada a
tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos
de cautela ou esquiva.
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• A ansiedade crônica ou hiperansiedade: a criança hiperansiosa vive
permanentemente com um sentimento vago de apreensao, como se algo
terrível fosse acontecer.
• Inquietude, irritabilidade, cólera, recusas, caprichos, temores relacionados à
atitude anterior, pensamentos depressivos, são algumas das características da
criança ansiosa;
• Condutas fóbicas da criança: as primeiras manifestações de fobia social na
criança pode ser o medo da interrogação oral em aula;
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• Condutas obsessivas da criança: essa definição que concerne tanto a criança quanto
ao adulto evidencia as duas tendências das condutas obsessivas, mentalizadas
(obsessões) ou atuadas (rituais); ainda que na criança a existência de rituais seja
frequente, os verdadeiros pensamentos obsessivos são mais raros antes da
puberdade;
• Condutas histéricas: o que se denomina labilidade afetiva, egocentrismo,
teatralidade, necessidade de ser amado, além de tendência à simulação, à mentira e o
devaneio imaginativo;
• Distinguir sintomas histéricos (conversões, crises, fugas);
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• As crianças com transtorno de ansiedade de separação podem não conseguir
permanecer ou ir até um quarto sozinhas e podem exibir comportamento de
agarrar-se, ficando perto ou “sendo a sombra” dos pais por toda a casa ou
precisando que alguém esteja com elas quando vão para outro cômodo na casa.
• Elas têm relutância ou recusa persistente em dormir à noite sem estarem perto de
uma figura importante de apego ou em dormir fora de casa. As crianças com esse
transtorno frequentemente têm dificuldade na hora de dormir e podem insistir para
que alguém fique com elas até que adormeçam. Durante a noite, podem ir para a
cama dos pais (ou para a de outra pessoa significativa, como um irmão).
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• As crianças podem ser relutantes ou se recusar a participar de acampamentos,
dormir na casa de amigos ou executar tarefas. Pode haver pesadelos repetidos nos
quais o conteúdo expressa a ansiedade de separação do indivíduo (p. ex., destruição
da família devido a fogo, assassinato ou outra catástrofe)
• Sintomas físicos (p. ex., cefaleias, dores abdominais, náusea, vômitos) são comuns
em crianças quando ocorre ou é prevista a separação das figuras importantes de
apego. Sintomas cardiovasculares como palpitações, tonturas e sensação de desmaio
são raros em crianças menores, mas podem ocorrer em adolescentes.
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• A perturbação pode durar por um período de pelo menos quatro semanas
em crianças e adolescentes com menos de 18 anos.
• A perturbação pode causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
nas áreas de funcionamento social, acadêmico ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
Comorbidade
• Em crianças, o transtorno de ansiedade de separação é altamente comórbido 
a transtorno de ansiedade generalizada e fobia específica. 
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• Ao se encontrarem com outros indivíduos em interações sociais, as crianças
com mutismo seletivo não iniciam a conversa ou respondem reciprocamente
quando os outros falam com elas. O fracasso na fala ocorre em interações
sociais com crianças ou adultos.
• As crianças com mutismo seletivo falarão na sua casa na presença de
membros da família imediata, mas com frequência não o farão nem mesmo
diante de amigos próximos ou parentes de segundo grau, como avós ou
primos. A perturbação é com frequência marcada por intensa ansiedade
social.
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• As crianças com mutismo seletivo comumente se recusam a falar na escola, o
que leva a prejuízos acadêmicos ou educacionais, uma vez que os professores
têm dificuldade para avaliar habilidades como a leitura.
• O fracasso na fala pode interferir na comunicação social, embora as crianças
com esse transtorno ocasionalmente usem meios não verbais (p. ex.,
grunhindo, apontando, escrevendo) para se comunicar e podem desejar ou
ansiar pela participação em encontros em que a fala não é exigida (p. ex.,
papéis não verbais em peças teatrais na escola).
Transtornos de Ansiedade na Infância e 
Adolescência
• O início do mutismo seletivo é habitualmente antes dos 5 anos de idade, mas
a perturbação pode não receber atenção clínica até a entrada na escola,
quando existe aumento na interação social e na realização de tarefas, como a
leitura em voz alta. A persistência do transtorno é variável.
• Embora relatos clínicos sugiram que muitos indivíduos “superam” o
mutismo seletivo, seu curso é desconhecido. Em alguns casos,
particularmente em indivíduos com transtorno de ansiedade social, o
mutismo seletivo pode desaparecer, mas os sintomas do transtorno de
ansiedade social permanecem.
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação
persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação
que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que
compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psi-
cossocial.
• São descritos critérios diagnósticos para pica, transtorno de ruminação,
transtorno alimentar restritivo/evitativo, anorexia nervosa, bulimia nervosa e
transtorno de compulsão alimentar.
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Os critérios diagnósticos para transtorno de ruminação, transtorno alimentar
restritivo/evitativo, anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão
alimentar resultam em um esquema de classificação que é mutuamente excludente,
de maneira que, durante um único episódio, apenas um desses diagnósticos pode ser
atribuído.
• A justificativa para tal conduta é que, apesar de uma série de aspectos psicológicos e
comportamentais comuns, os transtornos diferem substancialmente em termos de
curso clínico, desfecho e necessidade de tratamento. Um diagnóstico de pica, no
entanto, pode ser atribuído na presença de qualquer outro transtorno alimentar
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Transtorno de ruminação cuja característica essencial é a regurgitação repetida de
alimento depois de ingerido durante um período mínimo de um mês.
• Transtorno alimentar restritivo/evitativo cuja principal característica diagnóstica é a
esquiva ou a restrição da ingestão alimentar, por meio da ingestão oral de alimentos.
• A característica essencial da pica é a ingestão de uma ou mais substâncias não
nutritivas,não alimentares, de forma persistente durante um período mínimo de um
mês.
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• A bulimia nervosa que começa na adolescência ou na idade adulta jovem. A
manifestação inicial antes da puberdade ou depois dos 40 anos é incomum.
• Síndrome do comer noturno caracterizada por episódios recorrentes de
ingestão noturna, manifestados pela ingestão ao despertar do sono noturno
ou pelo consumo excessivo de alimentos depois de uma refeição noturna
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Crianças com transtorno alimentar restritivo/evitativo podem ser irritadiças e
difíceis de consolar durante a amamentação ou parecer apáticas e retraídas.
Em alguns casos, a interação parental com o filho pode contribuir para o
problema de alimentação do bebê (p. ex., apresentando o alimento de
maneira inapropriada ou interpretando o comportamento do bebê como um
ato de agressão ou rejeição).
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Em torno da alimentação se fixa o mais precoce eixo de interação entre mãe e filho;
• A alimentação de um bebe não se reduz apenas a fome fisiológica mas representa o
protótipo das interações humanas;
• Engolir, fazer desaparecer e suprimir já é um movimento agressivo dirigido contra o
seio materno;
• A atitude da mãe é função não apenas do comportamento de seu recém-nascido e
de seus próprios afetos frente à oralidade mas também de sua capacidade de
aprendizagem ou de adaptação as novas situações;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Anorexia do segundo trimestre: surge por ocasião de uma mudança de
regime alimentar: desmame, introdução de alimentos sólidos; muito
rapidamente essa recusa mais ou menos total de alimento suscita uma reação
ansiosa da mãe;
• Sua evolução permite distinguir duas formas:
1. anorexia simples: surge como um distúrbio essencialmente relacional;
2. Anorexia mental grave: diante do alimento a criança mostra quer um total
desinteresse, quer uma viva oposição;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• A anorexia seria uma conduta maciça de recusa da relação mãe-filho, que
poderia em seguida, entravar o acesso a uma simbolização mais mentalizada;
• Essa dificuldade de mentalização poderia constituir a base de uma futura
organização psicossomática;
• A atitude terapêutica deve centrar-se na relação mãe-filho, tentar acalmar a
angustiada mãe e reduzir as atitudes nocivas acentuadas;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Anorexia essencial precoce: surge desde o nascimento, sem intervalo livre,
em um lactante inicialmente passivo; pode ser um dos primeiros sinais de
autismo ou de psicose infantil precoce;
• Anorexia das segunda infância: marcada por viva atitude de oposição e pelas
frequentes existências de caprichos alimentares;
• Obesidade: o inicio da obesidade pode ser precoce, desde o primeiro dia de
vida, ou seja, há um grande distanciamento entre a idade de constituição e a
idade de consulta para obesidade;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Existem dois períodos de predição para constituição de uma obesidade:
1. Obesidades primarias: desde o primeiro ano de vida;
2. Obesidades secundarias: período pré-puberal (entre 10 e 13 anos);
• No plano alimentar, a obesidade se constitui, às vezes, após crises bulimicas
da criança, mas, mais ainda, frequentemente, ocorre após uma hiperfagia
mantida pelo clima familiar;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• A obesidade encontra-se comumente em caos de debilidade mental: a
procura pela criança de satisfações imediatas, não simbolizadas, a redução da
função parental a seu papel de nutridor, mais que educativo, são as
explicações propostas;
• Esconde-se quase sempre uma carência afetiva que pode, alias, estar
associada a um quadro de debilidade ou pseudodebilidade;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Elementos de reflexão patológica: o determinismo familiar e cultural da
obesidade; o comportamento excessivamente alimentador das mães; o
esquema corporal relacionada a identidade (inclusive sexual);
• Algumas consultas terapêuticas ou mesmo uma psicoterapia de apoio se
fazem necessárias;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Comportamentos alimentares desviantes:
• Crises de bulimia: podem ser vistas em adolescentes anoréxicos ou crianças
obesas, mas também em crianças que apresentam diversos tipos de estruturas
mentais; graves crises bulímicas se integram, por vezes, em uma conduta
psicótica na qual o alimento é o suporte de um investimento delirante;
• Maneirismos e repulsas eletivas: a criança pequena anorética consegue, por
vezes, que seus pais realizem proezas para obter o “produto” desejado,
confirmando seu poder sobre os mesmos;
Transtornos de Alimentação e de Condutas 
Alimentares na Infância e Adolescência
• Comportamentos alimentares desviantes:
• Potomania: trata-se de uma necessidade imperiosa de beber grandes quantidades de
agua ou, em sua falta, qualquer outro liquido; o diagnostico diferencial deve,
cuidadosamente, eliminar causa organiza (diabete glicosúrica, diabete insipido,
síndrome poliúro-polidípsica), antes de confirmar potomania;
• Pica: ingestão de substancias não comestíveis para além do período normal (entre 4
e 10 meses); carência afetiva profunda e abandono;
• Coprofagia: o gosto pelas fezes é raro e traduz profunda perturbação, tanto do
investimento corporal quanto da relação com o outro, particularmente a mãe;
Transtornos da Eliminação e do Controle
Esfincteriano na Infância e Adolescência.
• Na aquisição do asseio corporal e do controle dos esfincteriano, urinário ou
anal, três eixos intervém:
1. Eixo neurofisiológico: marcada por um comportamento reflexo automático
a um comportamento voluntario controlado;
2. Eixo cultural: as mães continuam a exercer fortes pressões sobre a
aprendizagem;
3. Eixo relacional: no curso do segundo e terceiro anos, um dois elementos da
transação na díade mãe-filho;
Transtornos da Eliminação e do Controle
Esfincteriano na Infância e Adolescência.
• Enurese: emissão ativa completa e não controlada de urina, uma vez passada
a idade da maturidade fisiológica; a enurese secundaria caracteriza-se pela
existência de um período anterior de asseio transitório; a enurese primaria
sucede diretamente ao período de não-controle fisiológico;
• A enurese primaria noturna é a mais frequente;
• Associações psicopatológicas: retardo mental, psicose e neurose;
• Tratamento: medidas gerais, informação e participação da criança, despertar
noturno e prescrições medicamentosas;
Transtornos da Eliminação e do Controle 
Esfincteriano na Infância e Adolescência
• A característica essencial da enurese é a eliminação repetida de urina durante o dia
ou à noite na cama ou na roupa. Essa eliminação é mais comumente involuntária,
mas, às vezes, pode ser intencional.
• Para se qualificar para um diagnóstico de enurese, é preciso que a eliminação de
urina ocorra no mínimo duas vezes por semana durante pelo menos três meses
consecutivos ou que cause sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, acadêmico (profissional) ou em outras áreas importantes da
vida do indivíduo.
• É preciso que o indivíduo tenha chegado a uma idade na qual se espera a
continência (i.e., uma idade cronológica mínima de 5 anos ou, para crianças com
atraso no desenvolvimento, uma idade mental mínima de 5 anos)
Transtornos da Eliminação e do Controle
Esfincteriano na Infância e Adolescência.
• Encoprese: é uma defecação nas calças de uma criança que já ultrapassou a
idade habitual de aquisição do asseio corporal (entre 2 e3 anos);
• Encoprese primaria: sem fase anterior de asseio;
• Encoprese secundaria: após uma fase mais ou menos longa de asseio, quase
exclusivamente diurna;
• Tratamento: é preciso evitar tratamentos sintomáticos e as diversas manobras
que se centram em torno do esfíncter anal;
Transtornos da Eliminação e do Controle 
Esfincteriano na Infância e Adolescência. 
• O aspecto característico da encoprese é a eliminação repetida de fezes em
locais inapropriados (p. ex., roupa ou chão). Com mais frequência, essa
eliminação é involuntária, porém ocasionalmente pode ser intencional.
• É preciso que o evento ocorra no mínimo uma vez por mês durante pelo
menos três meses e que a idade cronológica da criança seja de no mínimo 4
anos.
Transtornos do Sono-Vigília na Infância e 
Adolescência.
• A classificação dos transtornos do sono-vigília do DSM-5 destina-se ao uso de
clínicos de saúde mental e de clínicos gerais (médicos que cuidam de pacientes
adultos, geriátricos e pediá- tricos).
• Os transtornos do sono-vigília abrangem 10 transtornos ou grupos de transtornos:
transtorno de insônia, transtorno de hipersonolência, narcolepsia, transtornos do
sono relacionados à respiração, transtorno do sono-vigília do ritmo circadiano,
transtornos de despertar do sono não REM (rapid eye movement – movimentos
rápidos dos olhos), transtorno do pesadelo, transtorno comportamen- tal do sono
REM, síndrome das pernas inquietas e transtorno do sono induzido por substância/
medicamento.
Transtornos do Sono-Vigília na Infância e 
Adolescência.
• A característica essencial do transtorno de insônia é a insatisfação com a 
quantidade ou a qualidade do sono e queixas de dificuldade para iniciar ou 
manter o sono. As queixas de sono são acompa- nhadas de sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional 
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. A perturbação do sono 
pode ocorrer durante o curso de outro transtorno mental ou condição 
médica ou de forma independente.
Transtornos do Sono-Vigília na Infância e 
Adolescência.
• Provavelmente, a distribuição por idade da apneia e hipopneia obstrutivas do
sono segue uma distribuição. Ocorre um pico em crianças na faixa etária de 3
a 8 anos, quando poderá haver comprometimento da nasofaringe por uma
massa relativamente grande de tecido tonsilar em comparação com as
dimensões da via aérea superior. Há redução na prevalência com o
crescimento da via aérea e a regressão do tecido linfoide durante a fase final
da infância.
Transtornos do Sono-Vigília na Infância e 
Adolescência.
• Os pesadelos iniciam-se entre as idades de 3 e 6 anos e atingem prevalência e
gravidade máximas no estágio final da adolescência ou na fase inicial da vida
adulta. Muito provavelmente, os pesadelos surgem em crianças expostas a
estressores psicossociais agudos ou crônicos e, portanto, talvez não
desapareçam de forma espontânea.
Noções Gerais sobre Avaliação e Intervenção Psicológica Clínica 
em Psicopatologia Infantil: Discutindo a Medicalização na Infância e 
na Adolescência e o Movimento de Despatologização da Vida
Considerando...
• Uma prevenção global só tem sentido se o indivíduo for situado ao seu
contexto em relação ao tempo e espaço. As ligações com a infância são
evidentes: a prevenção deve começar já na infância. Uma ação de prevenção
repousa necessariamente em uma definição de riscos. Se a definição em
termos epidemiológicos e estatísticos parecem simples, a realidade clínica é
mais complexa.
• De fato, é preciso distinguir: o risco imediato, o somático e o
psicopatológico.
• Para o clínico e no âmbito da psicopatologia, a dificuldade reside no perigo 
de uma correlação apressada demais entre uma conduta exteriorizada e um 
suposto estado psicológico desviante.
• É importante distinguir os riscos em termos de adaptação social e aqueles 
que afetam a saúde mental, ainda que muitas vezes eles se sobreponham;
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
 ASSUMPÇÃO JUNIOR, Francisco Baptista. Psiquiatria da infância e da adolescência: casos clínicos. Porto Alegre: ArtMed, 2014.
 GRIGGS, Richard A. Psicologia: uma abordagem concisa. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009
 MARCELLI, Daniel. Infância e psicopatologia. 8. ed. Porto Alegre: Penso, 2015.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
 APA. DSM-V – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
 ASSUMPÇÃO JUNIOR, Francisco Baptista. Psicopatologia evolutiva. Porto Alegre: ArtMed, 2011.
 BOYD, Denise. A criança em crescimento. Porto Alegre: Artmed, 2011
 CHENIAUX, Elie. Manual de psicopatologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
 SHAFFER, David R. Psicologia do desenvolvimento: infância e adolescência 2.d. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012
ATUALIDADES
 BRZOZOWSKI, F. S. & CAPONI, S. N. C. Medicalização dos Desvios de Comportamento na Infância: Aspectos Positivos e Negativos. Psicologia: Ciência e
Profissão, 2013, 33 (1), 208-221. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932013000100016.
 CHRISTOFARI, A. C.; FREITAS, C. R. & BAPTISTA, C. R. Medicalização dos Modos de Ser e de Aprender. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 40, n. 4,
p. 1079-1102, out./dez. 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2175-623642057.
 FORTES, I. & KOTHER, M. (2017). Automutilação na Adolescência: Rasuras na Experiência de Alteridade. Psicogente, 20(38), 353-367. Disponível em:
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 KUCZYNSKI, E. Suicídio na Infância e Adolescência. Psicologia USP, 2014, volume 25, número 3, 246-252. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0103-
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 SÁ, D. G. F.; BORDIN, I. A. S.; MARTIN, D. & DE PAULA, C. S. Fatores de Risco para Problemas de Saúde Mental na Infância/Adolescência. Psicologia:
Teoria e Pesquisa. Out-Dez 2010, Vol. 26 n. 4, pp. 643-652.
 SIGNOR, Rita. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Uma Análise Histórica e Social. Revista Brasileira Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v.
13, n. 4, p. 1145-1166, dez. 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-63982013000400009&lng=pt&nrm=iso.

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