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Fossilização: Preservação de Organismos

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6ºaula
Fossilização
objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 conhecer e descrever os processos de preservação dos restos dos organismos e fossilização.
caros alunos(as), sejam bem-vindos(as) a nossa sexta aula. 
esta aula tem como objetivo apresentar ao estudante do curso 
de ciências Biológicas dados para o conhecimento da evolução 
biológica dos seres vivos através do tempo, pois os fósseis são 
uma espécie de “documento” e registraram alguns momentos 
importantes na história da vida na terra.
Bons estudos!
42geologia e paleontologia
Seções de estudo
1- Preservação dos restos dos organismos
2- Processo de fossilização
1- preservação dos restos dos 
organismos
A fossilização de um organismo resulta da ação de um 
conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que 
atuam no ambiente deposicional (onde o organismo foi 
soterrado) (Figura 1).
Figura 1. Um processo de fossilização ocorrido em depósito fluvial ou lacustre. 
Créditos pela imagem: uFrgS. Fonte: http://educacao.hi7.co/processos-e-tipos-
de-fossilizacao-5584ee812aec2.html. acesso em: 10 set. 2021.
esses fósseis têm mais chances de serem preservados 
aqueles organismos que possuem partes biomineralizadas por 
carbonatos, fosfatos, silicatos ou constituídas por materiais 
orgânicos resistentes, como a quitina e a celulose. É um 
processo lento e complexo, em que estão envolvidos fatores 
físicos, como temperatura e pressão; fatores químicos, como 
os tipos de elementos químicos presentes no sedimento; e 
biológicos, como a ação de seres decompositores sobre o 
organismo.
No decorrer do tempo geológico, apenas uma 
porcentagem pequena das espécies que um dia habitaram a 
biosfera terrestre preservou-se nas rochas. Muitas espécies 
surgiram e desapareceram sem deixar vestígios, existindo, 
portanto, muitos hiatos no registro paleontológico. 
O soterramento rápido, a ausência de decomposição 
bacteriológica, a composição química e estrutural do 
esqueleto, o modo de vida, as condições químicas que 
imperam no meio são alguns desses fatores, cujo somatório 
determinará o modo de fossilização. Mesmo depois dos 
fósseis já estarem formados, outros fatores concorrem para a 
sua destruição nas rochas: águas percolantes, agentes erosivos, 
vulcanismo, eventos tectônicos e metamorfismo. As rochas 
onde os fósseis são encontrados indicam as condições que 
prevaleceram no ambiente onde esses organismos viviam ou 
para o qual seus restos foram transportados (Figura 2).
Figura 2. Processo de fossilização. Desde a morte do animal, até o afloramento 
(descoberta dos restos fósseis). Créditos pela imagem: Mybrainsociety.
blogspot.com. Fonte: http://educacao.hi7.co/processos-e-tipos-de-fossilizacao-
5584ee812aec2.html. acesso em: 10 set. 2021.
Dessa forma, os fósseis podem se preservar de diferentes 
modos e serem divididos em restos e vestígios. Os restos 
equivalem aos fósseis corporais e os vestígios a estruturas 
biogênicas relacionadas à morfologia ou ao comportamento 
do organismo. 
1.1. Restos
Os restos representam partes do corpo dos organismos, 
e consistem nas partes mais resistentes (Figura 3). Podem 
ser preservadas partes duras, como conchas, dentes, ossos, 
carapaças pertencentes aos animais e com composição rica em 
carbonatos e fosfatos ou pólen, sementes, caules e troncos, 
provenientes de vegetais; ou partes moles, como órgãos, pele, 
músculos ou até mesmo o animal inteiro.
Figura 3. restos de esqueletos, que são compostas por partes duras e resistentes. 
Fósseis no Lufeng Dinosaur Quarry of China. Fonte: http://educacao.hi7.co/
processos-e-tipos-de-fossilizacao-5584ee812aec2.html. acesso: 08 set. 2021.
As partes moles podem ser preservadas, mas necessitam 
de condições especiais para que ocorra o isolamento rápido dos 
organismos em algum meio que não favoreça a decomposição 
ou destruição, preservando sua estrutura vivente, seja um 
soterramento rápido ou um meio que não propicie a ação 
de bactérias, como ambientes áridos ou glaciais, ricos em sal, 
com propriedades antissépticas como turfa e alcatrão. com a 
evolução dos conhecimentos, têm-se descoberto no registro 
fossilífero muitas partes moles preservadas, como vísceras, 
pele, músculos, vasos sanguíneos, que tem contribuído 
para um melhor conhecimento da anatomia e fisiologia dos 
organismos fósseis.
43
As partes duras, devido a sua natureza, têm mais chances 
de se fossilizarem. elas são preservadas com maior frequência, 
por isso, a partir da era Paleozoica, com a expansão de 
organismos com estruturas biomineralizadas, como esqueletos 
e conchas, ou materiais orgânicos resistentes como quitina 
e celulose, presentes em insetos e plantas respectivamente, 
houve um aumento significativo no registro fossilífero.
Sua composição pode ser de sílica (SiO2), bastante 
resistente às intempéries, como as espículas de algumas 
esponjas; de carbonato de cálcio (cac03), sob a forma de calcita 
ou aragonita, das quais são constituídas as placas esqueléticas 
de equinodermas e conchas de moluscos; de quitina, um 
polissacarídeo complexo, menos durável do que a maioria 
dos esqueletos minerais, e que compõe o exoesqueleto dos 
insetos.
conchas, ossos, carapaças e espículas representam 
a maior parte dos fósseis existentes, já que resistem à ação 
biológica, estando sujeitos aos processos físico-químicos que 
agem lentamente. 
1.2. Vestígios
Os vestígios são evidências da existência dos organismos 
ou de suas atividades. tomemos como exemplo uma 
concha. Durante o soterramento, suas cavidades internas são 
preenchidas pelos sedimentos circundantes. com o decorrer 
do tempo, elas são dissolvidas pelas águas percolantes, restando 
somente o espaço que era ocupado anteriormente pela concha. 
Ficaram formadas duas impressões, o molde extremo, que é a 
moldagem da superfície externa e o molde interno, que revela 
a morfologia ou estrutura interna do organismo ou pane 
dele. Se o espaço formado foi posteriormente preenchido 
por outro mineral, formou-se uma réplica do original, que 
denominamos de contramolde.
Asas de insetos, folhas de vegetais e outros órgãos 
similares compostos de quitina ou celulose, podem ficar 
impressos nas rochas (Figura 4). São consideradas como 
positivas quando estão em alto-relevo e negativas, em baixo-
relevo.
Figura 4. Vestígios de plantas. Fonte: http://cienciasilvia.blogspot.com/2011/12/
fosseis.html. acesso: 09 set. 2021.
Vestígios das atividades vitais dos organismos são 
frequentes no registro sedimentar e sua presença nos sedimentos 
contribui para fazer interpretações paleoambientais. esses 
fósseis são denominados de icnofósseis.
2- processo de fossilização
2.1. processos de fossilização 
partes moles
A preservação de partes moles é um evento extraordinário. 
Após a morte, os organismos entram rapidamente em 
processo de decomposição e, dependendo do ambiente, 
raramente se conservam. Por exemplo, plantas e animais de 
florestas tropicais decompõem-se com tanta rapidez, devido à 
grande quantidade de água e oxigênio disponível no ambiente, 
que somente em condições muito especiais, como um 
soterramento rápido, esses organismos podem se fossilizar.
 Águas ricas em cálcio neutralizam os ácidos dentro 
dos sedimentos, permitindo que partes moles, como pele, 
músculos e órgãos internos de vertebrados permaneçam 
intactos. As ocorrências de nódulos de âmbar contendo 
insetos, aracnídeos, rãs e outros organismos são bastante 
conhecidos.
esse processo de fossilização por desidratação é 
denominado por alguns autores de mumificação. Outros 
empregam também essa denominação para os organismos que 
se preservaram inteiramente, como os mamutes congelados e 
os insetos conservados no âmbar.
como exemplo de fossilização de partes moles podemos 
citar: insetos preservados em âmbar (Figura 5).
Figura 5. registro fóssil de uma abelha. Fonte: https://abelha.org.br/abelha-
polen-e-parasitas-sao-encontrados-em-ambar-de-100-milhoes-de-anos/. acesso 
em: 01 ago. 2021.
2.1.1. Âmbar
É a fossilizaçãode certas resinas, produzidas em 
dutos internos ou glândulas especializadas na superfície de 
diferentes grupos de vegetais, dentre eles: as gimnospermas, 
as angiospermas e as do grupo das coníferas. As coníferas 
são normalmente consideradas como os únicos vegetais que 
originaram os âmbares encontrados nas rochas sedimentares. 
Entretanto, as plantas que secretam quantidades significativas 
de resinas atualmente, são na maioria tropical. todos os 
gêneros de coníferas, primariamente de clima temperado, 
sintetizam resinas, mas somente as Pinaceae e Araucariaceae 
produzem qualidades apreciáveis. 
44geologia e paleontologia
Os vegetais produzem resinas como uma forma de 
proteção à ação de fungos, bactérias, insetos e outros 
organismos que possam causar danos em seus tecidos. 
Além da função de proteção, as resinas se relacionam a 
aspectos fisiológicos das plantas, tais como um crescimento 
diferenciado dos tecidos vegetais. O produto da “fossilização” 
das resinas vegetais é o que denominamos de âmbar.
 essas resinas são misturas de substâncias que sofrem 
polimerização que endurecem rapidamente em contato com 
o ar, quando liberadas para a superfície, em consequência de 
algum ferimento produzido na casca da árvore. As principais 
resinas envolvidas com a origem do âmbar são formadas por 
compostos voláteis e não voláteis do grupo dos terpernoides, 
que são polímeros de unidades isoprene (c5H8). 
O âmbar, apesar de ser designado como resina 
“fóssil”, demonstra poucas alterações químicas em relação 
à resina vegetal original, tendo uma composição totalmente 
orgânica. trata-se de material orgânico amorfo, de aparência 
transparente a opaca, índice de refração 1,5 e brilho resinoso 
a vítreo. Não possui nem birrefringência, nem pleocroísmo, 
sendo que alguns tipos de âmbar podem apresentar forte 
fluorescência quando submetidos à luz ultravioleta. 
 A coloração é tipicamente amarela, mas pode haver 
grande variação em função dos diferences tipos de inclusões 
(matéria orgânica, líquidos e gases), gerando cores em tons de 
azul, verde, laranja, vermelho e marrom. também ocorrem 
ambares branco e preto. A coloração branca deve-se às bolhas 
de ar em seu interior, e a preta, às inclusões de partículas de 
solo e material de origem vegetal (Figura 6).
Figura 6. Diferentes colorações de Âmbar. Fonte: https://blog.ambarbalticobrasil.
com.br/tonalidades-de-ambar-baltico-quais-sao-as-diferencas/. 
acesso em: 02 set. 2021.
Muitos pequenos organismos, notavelmente insetos, 
foram aprisionados pelo fluxo de resinas. Depois de alguns 
dias a resina endurece, em consequência da ação dos raios 
solares e oxidação. Os seus componentes, após sofrerem 
desidratação, atuam então como um agente embalsamador, 
preservando o organismo em sua forma original íntegra. 
No entanto, para efetivamente serem fossilizados, ou seja, 
tornarem-se âmbar e perdurarem por milhões de anos, é 
necessário que estes nódulos de resina endurecida sejam 
incorporados pelos processos sedimentares e protegidos da 
ação do intemperismo da superfície.
A produção de substâncias resinosas pelos vegetais 
remonta ao Paleozoico, tendo sido detectada em 
gimnospermas do carbonífero (coniferales). entretanto, é 
a partir do triássico que encontramos maior abundância de 
âmbar no registro geológico.
A preservação em âmbar é considerada excepcional, 
podendo conservar estruturas celulares como organelas, 
e mesmo moléculas como DNA, têm sido recuperados de 
organismos que nele estão inclusos, fato relevante para os 
escudos sobre evolução dos vegetais e animais.
2.2. processos de fossilização de 
partes duras
As partes duras podem ser preservadas através de vários 
processos de fossilização como incrustação, recristalização, 
permineralização, carbonificação e substituição. 
esse processo foi descrito por Processos de fossilização 
de partes duras, segundo Mendes (1977) e Cassab (2004):
•	 Incrustação: minerais contidos na água são 
incrustados na superfície externa da estrutura 
preservando o resto de organismo por completo. 
Ocorre geralmente com organismos mortos ou 
transportados para cavernas em que os ossos são 
revestidos por carbonato de cálcio (Figura 7).
Figura 7. Concha de gastrópode atual (esquerda) e com incrustação (direita). 
Foto: Cristina. Veja. Fonte: https://paleoecologia.wixsite.com/xburgess/single-
post/2015/07/27/a-fossilização. acesso em: 09 set. 2021.
•	 Recristalização: ocorre quando há modificações na 
estrutura cristalina do mineral sem haver alteração 
na composição química. Por exemplo, a conversão 
da aragonita das conchas de moluscos de moluscos 
em calcita (Figura 8).
Figura 8. Exemplar de molusco bivalve anodontites pricei, coletado na Formação 
Marília (Cretáceo da Bacia Bauru). reparar na pequena porção da concha original 
de aragonita (a) recristalizada em calcita nas demais porções do fóssil (B) (foto 
de Eliseu Dias). Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/images/
fossil1.jpg. acesso em: 09 set. 2021
45
•	 Permineralização: consiste no preenchimento de 
poros ou pequenas cavidades por uma substância 
mineral como sílica ou carbonato de cálcio. Os ossos 
e troncos são bastante suscetíveis a essa forma de 
preservação (Figura 9).
Figura 9. Osso (branco) com permineralização de hidroxiapatita (vermelho). 
Foto: Cristina Veja. Fonte: https://paleoecologia.wixsite.com/xburgess/single-
post/2015/07/27/a-fossilização. acesso em: 09 set. 2021.
•	 Carbonificação ou incarbonificação: ocorre 
a perda gradual dos elementos voláteis da matéria 
orgânica, restando somente o carbono. esse tipo 
de fossilização ocorre com maior frequência nas 
estruturas constituídas por lignina e celulose, comuns 
nos vegetais; e quitina, nos insetos (Figura 10). 
Figura 10. Folhas da planta licófita Lepidodendron, coletada na Formação Rio 
Bonito, Carbonífero da Bacia do Paraná. Fonte: http://www.colegiovascodagama.
pt/ciencias3c/images/preservacaocomalteracao1.jpg. acesso em: 09 set. 2021.
•	 Substituição: ocorre quando o mineral que 
constitui a concha é substituído por outro, por 
exemplo, sílica, pirita, limonita ou até mesmo por 
carbonato de cálcio presentes nas rochas. Os fósseis 
são réplicas de conchas primitivas (Figura 11).
Figura 11. Concha de braquiópode. Há uma substituição do material original 
da concha. Houve substituição de Calcita para Pirita. Créditos à uFrgS. Fonte: 
http://educacao.hi7.co/processos-e-tipos-de-fossilizacao-5584ee812aec2.html. 
acesso em: 09 set. 2021.
Vamos agora relembrar os pontos principais que 
estudamos!
Retomando a aula
1 - Preservação dos restos dos organismos
A fossilização de um organismo resulta da ação de um 
conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que 
atuam no ambiente deposicional.
Restos - podem ser preservadas as partes duras, como 
conchas, dentes, ossos, carapaças pertencentes aos animais 
e com composição rica em carbonatos e fosfatos ou pólen, 
sementes, caules e troncos, provenientes de vegetais.
Vestígios - Os vestígios são evidências da existência dos 
organismos ou de suas atividades.
2 - Processo de fossilização
O processo de fossilização por partes moles é aquele que 
ocorre por desidratação e é denominado por alguns autores 
de mumificação. Âmbar é a fossilização de certas resinas, 
produzidas em dutos internos ou glândulas especializadas 
na superfície de diferentes grupos de vegetais, dentre eles: as 
gimnospermas, as angiospermas e as do grupo das coníferas.
As partes duras podem ser preservadas através de vários 
processos de fossilização como incrustação, recristalização, 
permineralização, carbonificação e substituição. 
Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/
cPrM-Divulga/canal-escola/O-que-sao-e-como-se-
formam-os-fosseis%3F-1048.html.
Disponível em: https://mundodapaleontologia.
wordpress.com/2013/03/16/processos-de-fossilizacao/.
Disponível em: http://educacao.hi7.co/processos-e-
tipos-de-fossilizacao-5584ee812aec2.html.
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