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Avaliação de Impacto Ambiental: Conceitos e Métodos

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4ºAula
Avaliação de impacto ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• conhecer a importância da Avaliação de Impactos Ambientais;
• compreender os conceitos e a elaboração do EIA/RIMA;
• diferenciar e ter análise crítica sobre os diferentes métodos de avaliação de impactos ambientais. 
A Avaliação de Impacto Ambiental é um instrumento da 
Política Nacional do Meio Ambiente e tem por intuito a realização 
do controle de impactos negativos gerados por empreendimentos. 
O EIA/RIMA é considerado um estudo prévio que consta as 
características do empreendimento, seus possíveis impactos 
gerados, além das medidas e programas para mitigação, controle 
e monitoramento.
Para avaliar e identificar os impactos ambientais existe 
métodos que auxiliam os empreendimentos na realização de um 
estudo prévio. Para escolha da metodologia devem ser avaliados 
alguns fatores, tais como, a disponibilidade de dados, os requisitos 
legais dos termos de referência, os recursos técnicos e financeiros 
e o tempo e as características dos empreendimentos.
Leiam com atenção o material e se atentem aos objetivos de 
aprendizagem desta aula. 
Bons estudos!
Planejamento e Gestão Ambiental 24
Seções de estudo
1 - Avaliação de impacto ambiental
2 - Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA)
3 - Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental
1 - Avaliação de impacto ambiental
A primeira aplicação de uma política de avaliação de 
impactos ambientais foi em 1970 nos Estados Unidos 
através do National Environmental Policy Act (NEPA). O NEPA 
determinou o controle das atividades federais geradoras de 
signifi cativo impacto ambiental, através de um estudo prévio 
incluindo a Avaliação de Impactos Ambientais.
Após os Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia, 
em 1973, e Austrália em 1974, implantaram a Avaliação 
de Impactos Ambientais dentro das políticas ambientais 
nacionais. 
No Brasil, a primeira lei que exigiu um estudo prévio 
de impactos ambientais foi a 6.803 de 1980 de Zoneamento 
Industrial, na qual exigia o estudo para implantação e 
localização de atividades petroquímicas, cloroquímicas, 
carboquímicas e instalações nucleares.
A Política Nacional de Meio Ambiente instituída pela lei 
6.938/81 fortifi cou a importância da Avaliação de Impactos 
Ambientais, a referindo-se como uma ação preventiva de 
responsabilidade do Estado para atividades potencialmente 
poluidoras. 
Somente em 1986, com a Resolução CONAMA nº 001 
foi estabelecido às defi nições, responsabilidades, critérios 
básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da 
Avaliação de Impacto Ambiental, a referindo como um 
instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente.
Segundo o art. 1º, da Resolução CONAMA de 1986, 
considera-se impacto ambiental qualquer alteração das 
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, 
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante 
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais
Conforme o IBAMA, a Avaliação de Impacto Ambiental 
(AIA) é o processo de análise técnica que subsidia o 
licenciamento, por meio da análise sistemática dos impactos 
ambientais decorrentes de atividades ou empreendimentos.
O Instrumento de Avaliação de Impacto Ambiental 
deve ser elaborado para qualquer empreendimento que 
possa acarretar danos ou impactos ambientais futuros, sendo 
executado antes da instalação do empreendimento. Com este 
enfoque, tem sido utilizado principalmente nos seguintes 
empreendimentos: minerações, hidrelétricas, rodovias, aterros 
sanitários, oleodutos, indústrias, estações de tratamento de 
esgoto e loteamentos (BITAR & ORTEGA, 1998).
A Avaliação de Impactos Ambientais dentro do processo 
de licenciamento ambiental é requerida na licença prévia, ou 
seja, antes da construção e instalação do empreendimento 
deve ser realizado o estudo de todos impactos ambientais que 
ele pode vir a gerar em um determinado local, assim o órgão 
público responsável possui a tomada de decisão referente à 
aprovação da licença. 
Segundo Sanchez (1995) a Avaliação de Impacto 
Ambiental (Aia) deve ser compreendida como instrumento 
de planejamento, isto é, como uma atividade técnico-científi ca 
que tem por fi nalidade identifi car, prever e interpretar os 
efeitos de uma determinada ação humana sobre o ambiente. 
Ao mesmo tempo, para Verdum & Medeiros (2006), a Aia 
pode ser considerada como procedimento que se insere 
no âmbito das políticas públicas, e é caracterizada por um 
conjunto de procedimentos que englobam:
• a seleção de ações ou projetos que devem ser 
submetidos à Aia; 
• a elaboração de termos de referência (Tr); 
• a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (Eia) 
e o consequente Relatório de Impacto Ambiental 
(Rima); 
• a revisão técnica do Eia/Rima realizada pelo órgão 
ambiental; 
• a Audiência Pública; 
• a decisão quanto à aprovação do empreendimento; 
• o plano de monitoramento e 
• as auditorias ambientais periódicas.
Em termo de classifi cação de impacto ambiental, é 
importante ressaltar que ele somente envolve os impactos 
gerados por ações antrópicas. Por exemplo, o desatamento 
para utilização de áreas fl orestais para pecuária, a contaminação 
de rios por efl uentes domésticos ou industriais, a poluição 
atmosférica de determinadas indústrias, são fatores gerados 
por ações antrópicas, então podem ser classifi cados como 
impactos ambientais. 
O impacto ambiental é qualquer alteração nos meios 
físicos, químicos e biológicos gerado por ação antrópica, e 
existem vários tipos de impactos no meio ambiente, como 
apresentados no Quadro 1. O impacto nem sempre traz 
malefícios para o meio ambiente, um exemplo que podemos 
citar é o extrativismo que gera um impacto positivo para 
determinada região, pois ele auxilia na proteção e manejo de 
fl orestas, além de gerar empregos para a comunidade. 
Quadro 1. Tipos de impactos ambientais. 
 IMPACTO CARACTERÍSTICA
Positivo ou benéfi co Quando a ação resulta na melhoria da 
qualidade de um fator ou parâmetro 
ambiental.
Negativo ou adverso Quando a ação resulta em um dano à 
qualidade de um fator ou parâmetro 
ambiental.
Indireto Resultante de uma reação secundária, ou 
quando é parte de uma cadeia de reações.
Regional Quando a ação se faz sentir além das 
imediações do sítio.
25
Local Quando a ação afeta o próprio sítio e suas 
imediações.
Direto Resultado da simples ação causa e efeito.
Estratégico Quando a ação tem relevância no âmbito 
regional e nacional.
A médio e longo prazo Quando os efeitos da ação são verifi cados 
posteriormente.
Temporário Quando o feito da ação tem duração 
determinada.
Permanente Quando o impacto não pode ser revertido.
Cíclico Quando os efeitos se manifestam em 
intervalos de tempo determinados.
Reversível Quando cessada a ação, o ambiente volta à 
sua forma original.
Fonte: <http://www.mabnacional.org.br/glossario/estudo-impacto-ambiental>. 
Adaptado pelo autor. Acesso em: 30 mar. 2019.
2 - Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 
e Relatório de Impacto Ambiental 
(RIMA)
De acordo com a Constituição Federal, todos têm 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo 
obrigação do Poder Público e da coletividade defendê-lo e 
preservá-lo. De acordo com a Política Nacional do Meio 
Ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu 
respectivo Relatório de Impactos Ambientais são importantes 
instrumentos que auxiliam na preservação do meio ambiente. 
O EIA/RIMA nada mais é que um estudo 
multidisciplinar, preliminar, de caráter protetivo, que tem por 
objetivos principais:
1. Diagnosticar o ambiente (características físicas, 
biológicas e socioeconômicas) no qual um 
determinado empreendimento esta inserido; 
2. Realizar o estudo de todos os possíveis impactos 
ambientaisque o mesmo pode gerar;
3. Buscar alternativas para não geração de impactos 
negativos ou defi nir ações de mitigação e 
compensação de impactos negativos;
4. Criar programas de monitoramento para avaliar 
se as ações de mitigação e compensação estão 
funcionando de acordo, e buscar aprimorar cada 
vez mais o sistema, buscando tecnologias e soluções 
ambientalmente corretas. 
A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001/86 defi ne que o Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) é o conjunto de estudos realizados por especialistas 
de diversas áreas, com dados técnicos detalhados. O acesso a ele é 
restrito, em respeito ao sigilo industrial. No artigo 6° dessa resolução 
defi ne que o EIA desenvolverá as seguintes atividades técnicas:
I – Diagnóstico ambiental da área de infl uência do projeto completa 
descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal 
como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, 
antes da implantação do projeto, considerando:
a. o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os 
recursos minerais, a topografi a, os tipos e aptidões do solo, os 
corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as 
correntes atmosféricas;
b. o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a fl ora, 
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de 
valor científi co e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as 
áreas de preservação permanente;
c. o meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos da 
água e a sócioeconomia, destacando os sítios e monumentos 
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações 
de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais 
e a potencial utilização futura desses recursos.
II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, 
através de identifi cação, previsão da magnitude e interpretação 
da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: 
os impactos positivos e negativos (benéfi cos e adversos), diretos 
e indiretos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e 
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades 
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III – Defi nição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, 
entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de 
despejos, avaliando a efi ciência de cada uma delas.
IV – Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento 
(os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros 
a serem considerados).
Disponível em: <egema.com.br/meio-ambiente/eia-rima-eiv/> . Acesso em: 06 
de maio de 2019. 
O EIA/RIMA somente é realizado em empreendimentos 
geradores de impactos negativos potenciais, quem defi ne os 
empreendimentos que necessitam da realização do estudo é a 
Resolução CONAMA 001 de 1986. Segue no quadro 2 todas 
as atividades que necessitam do estudo. 
Quadro 2. Empreendimentos que necessitam da 
elaboração do EIA/RIMA de acordo com a Resolução 
CONAMA 001 de 1986.
• Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
• Ferrovias;
• Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
• Aeroportos, conforme defi nidos pelo inciso 1, artigo 48, do 
Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
• Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e 
emissários de esgotos sanitários;
• Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
• Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais 
como: barragem para fi ns hidrelétricos, acima de 10MW, de 
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, 
drenagem e irrigação, retifi cação de cursos d’água, abertura de 
barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;
• Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
• Extração de minério, inclusive os da classe II, defi nidas no Código 
de Mineração;
• Aterros sanitários, processamento e destino fi nal de resíduos 
tóxicos ou perigosos;
• Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de 
energia primária, acima de 10MW;
• Complexo e unidades industriais e agro-industriais 
(petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de 
Planejamento e Gestão Ambiental 26
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
• Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
• Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima 
de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas signifi cativas 
em termos percentuais ou de importância do ponto de vista 
ambiental;
• Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas 
de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos 
municipais e estaduais competentes;
• Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade 
superior a dez toneladas por dia.
Disponível em: <www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8902> 
Acesso em: 06 de maio de 2019.
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é realizado 
por uma equipe multidisciplinar e pode ser considerado 
um documento interno das atividades, pois consta de 
possíveis informações confi denciais das empresas. O EIA 
é um documento que possui linguagem técnica, e explica 
detalhadamente todas as operações do empreendimento 
com seus possíveis impactos gerados, além das medidas de 
programas para mitigação, controle e monitoramento. 
Segundo Fornasari Filho & Bitar (1995), o EIA na 
Legislação Federal segue os seguintes termos, apresentados 
aqui de forma sintetizada:
• É referente a um projeto específi co a ser implantado 
em determinada área ou meio;
• Trata-se de um estudo prévio, ou seja, serve de 
instrumento de planejamento e subsídio à tomada 
de decisões políticas na implantação da obra;
• É interdisciplinar;
• Deve levar em conta os segmentos básicos do meio 
ambiente (meios físico, biológico e socioeconômico);
• Deve seguir um roteiro que contenha as seguintes 
etapas: Diagnóstico ambiental da área de infl uência 
do projeto; Avaliação de impacto ambiental (AIA); 
Medidas mitigadoras, e; Programa de monitoramento 
dos impactos.
O Relatório de Impactos Ambiental (RIMA) nada mais é 
que um resumo do EIA, apresentando todas as informações 
de forma simples e objetiva, para toda população ter acesso e 
compreender os impactos que determinada atividade gera no 
ambiente. O RIMA utiliza imagens e gráfi cos para facilitar a 
compreensão do público. 
Ambos os documentos, o EIA e o RIMA, são realizados 
na licença prévia, e devem ser entreguem ao órgão público 
para análise da atividade. 
A resolução CONAMA n.º 009, de 03 de dezembro 
de 1987, estabelece que o RIMA deve ser apresentado a 
comunidade através de Audiência públicas, que tem por 
fi nalidade expor aos interessados o conteúdo do produto 
em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e 
recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. 
Assim, segundo art. 2 da mesma resolução, sempre que julgar 
necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo 
Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos, o 
Órgão de Meio Ambiente promoverá a realização de audiência 
pública.
Figura 1. Diferenças básicas entre o EIA e o RIMA..
Fonte: Elaborado pelo Autor
Para realização do EIA/RIMA deve-se seguir alguns 
passos, como apresentado na Figura 2. 
1. Conter as informações gerais dos responsáveis e do 
empreendimento;
2. Necessitam da caracterização da atividade realizada 
pelo empreendimento, detalhando os processos de 
produção e/ou produtos produzidos;
3. Deve-se mapear a área de infl uência analisando 
todos os setores ambientais e sociais;
4. O diagnóstico ambiental deve ser completo, 
contendo aspectos, características, diversidades, 
abordando a fauna, fl ora, solo, lençol freático e 
corpos hídricos, e sociais; 
5. De acordo com o diagnóstico ambiental e com 
as características do empreendimento, deve ser 
realizada a avaliação de impactos ambientais, para 
essa analise pode-se utilizar diversos métodos, que 
conheceremos na Seção 3 desta aula;
6. Após conhecer os impactosnegativos gerados deve-
se elaborar medidas mitigadora para cada um deles, 
diminuindo assim os possíveis danos ambientais.
7. Programas de monitoramento são elaborados para 
o controle e melhorias nas medidas de controle 
e mitigatórias, pensando sempre em melhoras 
contínuas. 
Figura 2. Diretrizes para elaboração do EIA/RIMA.
 
Disponível em:<http://meioambientetecnico.blogspot.com/2012/01/eia-rima.
html>. Acesso em: 15 mar.2019.
3 - Métodos de Avaliação de Impacto 
Ambiental
A Avaliação de Impactos Ambientais é necessária para 
realização do EIA/RIMA, e ela pode ser elaborada com 
o auxílio de metodologias preestabelecidas. A escolha da 
metodologia aplicada caso a caso dependerá de vários fatores, 
27
tais como, a disponibilidade de dados, os requisitos legais dos 
termos de referência, os recursos técnicos e financeiros e o 
tempo e as características dos empreendimentos. Podemos 
citar os principais métodos utilizados:
1. Ad Hoc; 
2. Checklist; 
3. Matrizes de Interação; 
4. Redes de Interação; 
5. Superposição de Cartas;
6. Modelos de Simulação. 
3.1 Ad Hoc 
Neste método são promovidas reuniões com a 
participação de especialistas, os quais possuem conhecimento 
teórico e prático associados à temática em questão (BRAGA 
et al., 2005). Os impactos são identificados normalmente 
via brainstorming (uma atividade recreativa, semiestruturada 
do grupo), e apresentados por meio de tabelas ou matrizes. 
O método é adequado às situações com escassez de dados 
e quando a avaliação deve ser disponibilizada em um curto 
espaço de tempo (CARVALHO e LIMA, 2010). Pode ser 
considerado como um método indicado para uma análise 
prévia dos impactos prováveis de um projeto, sendo útil na 
definição da melhor alternativa a ser adotada.
Vantagens:
• Possibilidade de estimativa rápida da evolução de 
impactos de forma organizada;
• Realizado em curto espaço de tempo;
• Proporciona menores gastos;
• Facilmente compreensível pelo público em geral.
Desvantagens:
• Possui grande subjetividade já que se baseia na 
opinião e julgamento humano; 
• Alto risco à tendenciosidade no momento de 
avaliação dos impactos;
• Dificuldade de examinar todos os impactos.
3.2 Checklist
São relações padronizadas de fatores ambientais, que 
permitem detectar os impactos provocados por projetos 
específicos, assim podem-se utilizar diversas listas de acordo 
com a natureza da atividade. Os checklists costumam ser 
apresentados em forma de questionário a ser preenchido, 
visando direcionar a avaliação. A finalidade das listagens é a 
padronização dos prováveis impactos para a utilização por 
determinados tipos de empreendimentos (BRAGA et. al., 
2005). 
As listagens possuem variantes, são elas: 
Listagem Descritiva, que relaciona ação e atributos do 
ambiente que podem sofrer alteração; 
Listagem Comparativa, na qual é adicionada a relevância 
do impacto, ou seja, o nível de significância, por meio de letras 
ou números; 
Listagem em Questionário, este leva em consideração a 
interdependência dos impactos; 
Listagem Ponderal (Método Battelle), no qual a cada 
parâmetro ambiental é atribuído um peso.
Vantagens:
•	 Simplicidade de aplicação;
•	 Número reduzido de dados necessários;
•	 Identificação e enumeração dos impactos;
•	 Serve de guia para o levantamento de dados e 
informações.
Desvantagens:
• Não permite projeções e previsões – avaliação 
qualitativa e não quantitativa;
• Não permite identificar impactos de segunda ordem;
• Não considera relações de causa e efeito.
3.3 Matrizes de Interação
As matrizes de interação tem por objetivo a identificação 
das possíveis interações entre os componentes do projeto 
e os elementos do meio e são voltado para projetos com 
impactos que estendem-se por amplas extensões, daí sua 
inespecificidade para casos de projetos urbanos (BRAGA et 
al, 2005).
 Elas possuem a estrutura formada por uma coluna na qual 
ficam elencadas as ações com alta propensão à modificação do 
ambiente, e por linhas que contêm os elementos do sistema 
ambiental, o resultado é obtido pela interação entre as ações e 
os elementos do meio (SANCHEZ, 2006). 
Uma das primeiras ferramentas no formato de matrizes 
foi nomeada como Matriz de Leopold, sendo elaborada em 
1971 para o Serviço Geológico do Interior dos EUA, com 
o intuito de avaliação de impactos associados a quase todos 
os tipos de implantação de projetos. Segundo Leopold et al. 
(1971), o método precisa ter as seguintes características:
• Estabelecer uma escala que varia de 1 a 10, 
a magnitude e importância de cada impacto, 
identificando-o como positivo ou negativo. 
• Considerar a valoração da magnitude relativamente 
objetiva ou empírica, pois se refere ao grau de 
alteração provocado pela ação sobre o fato ambiental.
• Assegurar que a pontuação da importância seja 
subjetiva ou normativa, uma vez que envolve 
atribuição de peso relativo ao fator afetado no 
âmbito do projeto.
Vantagens:
• Fácil compreensão do público em geral;
• Aborda fatores biofísicos e sociais;
• Acomoda dados qualitativos e quantitativos;
• Fornece boa orientação para a realização de estudos 
e introduz a multidisciplinaridade.
Desvantagens:
• Não há uma exibição clara da base matemática 
utilizada nos cálculos das escalas de pontuação de 
importância e magnitude;
• Baixa eficiência na avaliação de impactos indiretos;
• Não apresenta as características temporais e a 
dinâmica dos sistemas.
3.4 Redes de Interação
As Redes de Interação tem por objetivo orientar as 
Planejamento e Gestão Ambiental 28
medidas propostas para o gerenciamento dos impactos 
identifi cados, recomendando medidas mitigadoras, que 
podem ser aplicadas desde o momento de efetivação das ações 
causadas pelo empreendimento, além de propor programas 
de manejo, monitoramento e controle ambientais.
São apresentadas através de gráfi cos ou diagramas, 
permitindo traçar o conjunto de ações que o causaram direta 
e indiretamente, estabelecendo uma sequência de impactos 
ambientais desencadeados por uma determinada ação, além 
de permite avaliar medidas mitigadoras.
Vantagens:
• Evidenciam os impactos indiretos;
• Permite boa visualização de impactos 
secundários e demais ordens, sobretudo, quando 
computadorizadas, e a possibilidade de introdução de 
parâmetros probabilísticos, mostrando tendências.
Desvantagens:
•	 Não detectam a importância relativa dos impactos, 
os aspectos temporais e espaciais e a dinâmica dos 
sistemas.
3.5 Superposição de Cartas
A metodologia de superposição de cartas consiste na 
montagem de uma série de mapas temáticos, esses mapas 
auxiliam em atividades que são relacionadas ao uso do solo, 
cobertura vegetal, recursos hídricos, delimitação da área de 
infl uência, entre outros. Como resultados tem-se a verifi cação 
de regiões de maior fragilidade a impactos ambientais. 
Essa metodologia é adequada para realização de 
diagnósticos e defi nições de áreas para implantação de 
determinadas atividades, além do planejamento territorial. 
A superposição de cartas também pode ser utilizada para 
reconhecer e proteger áreas de mananciais, e auxiliar no 
processo de expansão urbana. 
Vantagens:
• Simples, rápida e com precisão superior aos métodos 
anteriores;
• Apresenta visualização espacial e geográfi ca dos 
fatores ambientais, tal como da extensão dos 
impactos e proporciona fácil comparação de 
alternativas.
Desvantagens:
• Subjetividade dos resultados; 
• Limitação na quantifi cação dos impactos;
• Difícil integração de impactos socioeconômicos;
• Não considera a dinâmica dos sistemas ambientais; 
• Alto custo;
• Não avalie a magnitude do impacto. 
3.6 Modelos de Simulação 
O método de modelos de simulação busca a representação 
e funcionamento do sistema ambiental e sua interação com 
os meios biológicos, físicos e socioeconômicos. O método 
é utilizado para diversas atividades se destacando no âmbito 
da autodepuração de recursos hídricos e na dispersão de 
poluentes atmosféricos. Nos modelos de simulação pode 
ser caracterizado oestado ambiental antes e depois da ação 
humana (BRAGA et. al., 2005).
Vantagens:
• Possibilita o estudo das relações entre fatores físicos, 
biológicos e socioeconômicos;
• Auxilia a tomada de decisão através de indicadores 
e tendências;
• Método mais moderno em termos AIA, sendo 
usado para diagnósticos e prognósticos da qualidade 
ambiental.
Desvantagens:
• Exige dados e operadores capacitados;
• Alto custo;
• Exige equipamentos específi cos;
• Representação imperfeita de qualidade ambiental;
• Possibilidade de induzir o processo decisório.
Retomando a aula
Ao fi nal desta quarta aula, vamos recordar o que 
aprendemos até aqui.
1 - Avaliação de Impacto Ambiental
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é o processo 
de análise técnica que subsidia o licenciamento, por meio 
da análise sistemática dos impactos ambientais decorrentes 
de atividades ou empreendimentos. Ele deve ser elaborado 
para qualquer empreendimento que possa acarretar danos 
ou impactos ambientais futuros, sendo executado antes da 
instalação do empreendimento.
2 - Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório 
de Impacto Ambiental (RIMA)
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é realizado 
por uma equipe multidisciplinar e pode ser considerado um 
documento interno dos empreendimentos, pois consta de 
possíveis informações confidenciais das empresas. O EIA 
é um documento que possui linguagem técnica, e explica 
detalhadamente todas as operações do empreendimento 
com seus possíveis impactos gerados, além das medidas de 
programas para mitigação, controle e monitoramento.
O Relatório de Impactos Ambiental (RIMA) nada mais é 
que um resumo do EIA, apresentando todas as informações 
de forma simples e objetiva, para toda população ter acesso e 
compreender os impactos que determinada atividade gera no 
ambiente. O RIMA utiliza imagens e gráficos para facilitar a 
compreensão do público.
3 - Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental
A Avaliação de Impactos Ambientais é necessária para 
realização do EIA/RIMA, e ela pode ser elaborada com 
o auxílio de metodologias preestabelecidas. A escolha da 
29
metodologia aplicada caso a caso dependerá de vários fatores, 
tais como, a disponibilidade de dados, os requisitos legais dos 
termos de referência, os recursos técnicos e financeiros e o 
tempo e as características dos empreendimentos. Podemos 
citar os principais métodos utilizados: Ad Hoc, Checklist, 
Matrizes de Interação, Redes de Interação, Superposição de 
Cartas e Modelos de Simulação.
Avaliação de impacto ambiental na legislação brasileira. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n2/
a10v35n2>
Avaliação de impacto ambiental: caminhos para o 
fortalecimento do Licenciamento Ambiental Federal: 
Sumário Executivo/Diretoria de Licenciamento Ambiental 
– Brasília: Ibama, 2016 Disponível em: <.https://www.
ibama.gov.br/phocadownload/noticias/noticias2016/
resumo_executivo.pdf> 
Metodologias de avaliação de impacto ambiental: aplicações e 
seus limites. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.
br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/8812/7568>.
Vale a pena ler
RIMA da duplicação da BR-070: Disponível em: < 
http://www.dnit.gov.br/download/meio-ambiente/acoes-
e-atividades/estudos-ambientais/rima-aguaslindas-final.
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RIMA aproveitamento hidrelétrico belo monte: 
Disponível em: <http://restrito.norteenergiasa.com.br/
site/wp-content/uploads/2011/04/NE.Rima_.pdf> 
Vale a pena acessar
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