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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: BIOMEDICINA DISCIPLINA: HISTOLOGIA PROF. CINTIA MILANI E DULCI VAGENAS NOME DO ALUNO: VANESSA CARVALHO R.A: 2104982 POLO: Al. Madeira DATA: 05/03/2022 INTRODUÇÃO Histologia é também denominada Anatomia Microscópica ou Biologia Tecidual. Estas denominações se referem ao ramo da Biologia que estuda a estrutura microscópica e as funções das células, tecidos e órgãos que compõem os organismos animais e vegetais. Para se entender este estudo, é necessário antes, interpretar os cortes histológicos e a preparação do tecido para cortes histológicos. É importante observar durante as análises neste estudo que a secção tem que ser delgada para a luz passar pelo tecido. Cada um dos tecidos é formado por vários tipos de células características daquele tecido e por associações entre células e matriz extracelular. O sistema nervoso é uma exceção que é composto somente por tecido nervoso. OBJETIVO GERAL Nesta aula prática, observaremos as estruturas celulares da tireoide, pele, traqueia, bexiga, fígado e glândula salivar, através do microscópio óptico. O importante é entender a coloração para cada estrutura de Hematoxilina e Eosina, que através destes corantes identificaremos a verificação de núcleo e citoplasma da célula. MATERIAIS E MÉTODOS - Aula 1 – Roteiro 1 A) Preparação dos Tecidos Iniciamos o procedimento através da preparação do tecido, começando pelo conhecimento do corte. O corte deve ser sempre na posição anatômica para que seja delgada para a luz passar pelo tecido e conseguirmos enxergar toda a estrutura celular. Este processo chamamos de Biopsia. Após este processo, para um preparo permanente, fragmentos de tecidos, costumam passar por um processo chamado fixação que é feito através de agentes químicos como por exemplo formaldeído ou físico, pelo método de congelamento, por exemplo. Os fragmentos são cortados através de um aparelho chamado micrótomo para obtenção precisa das fatias que podem ser observadas através de um microscópio de luz. Estas fatias são denominadas cortes histológicos. B) TIPO DOS CORTES Fonte: Acervo pessoal dado em sala de aula pela professora. Os cortes histológicos devem ser fatiados em cortes: a) Transversal (1) b) Oblíquo (5) c) Longitudinal mediano (2) d) Longitudinal excêntrico (3) e) Tangencial (4) Para obter as secções delgadas com o micrótomo os fragmentos de tecidos e órgãos devem, após a fixação serem infiltrados em substâncias que promovem uma consistência mais rígida. As substâncias mais comuns para esta finalidade é a parafina e algumas resinas plásticas. As células são incolores e precisam receber uma espécie de coloração para que as estruturas sejam mais nítidas ao receberem luz através do microscópio Figura 1: Exemplo de um tecido de um fígado. Demonstração de coloração Hematoxilina e Eosina. Referência: site: www.mol.icb.usp.br Aula 1 – Roteiro 2 - COLORAÇÃO À MICROSCOPIA DE LUZ Os cortes histológicos são submetidos à coloração para facilitar ao estudo de microscopia de luz. As técnicas mais utilizadas são Hematoxilina e Erosina (HE). A Hematoxilina é um corante básico, a solução é um azul-arroxeado e cora em vários componentes da célula e extracelular. A Eosina, é um corante ácido, a solução é rosada e presente para corar em citoplasma. As fibras de colágeno do tecido conjuntivo na matriz extracelular, possui proteína de colágeno e se cor em rosa pela eosina, após coloração HE. Abaixo um resumo de coloração Figura 2: Livro Histologia e Biologia Celular – Introdução à Patologia Abraham L. KIERSZENBAUM (Autor), Laura L. TRES Aula 1 – Roteiro 3 - TIPOS DE EPITÉLIOS Vamos agora conhecer um pouco sobre os tipos de epitélios. Sabemos que suas principais funções são revestir superfícies, secretar moléculas e transporte de íons e moléculas entre os componentes. No epitélio observa-se vários núcleos, as regiões acidófilas (cor de rosa) em torno de cada núcleo são o citoplasma. Os epitélios possuem as seguintes classificações Tecido Epitelial de Revestimento São classificados pelo número de camadas, sendo 1 camada = simples; mais camadas estratificadas. - Faixa branca: pode ser cavidade interna ou externo do corpo - Faixa intermediaria: cor de rosa, repleta de muitos núcleos - Faixa inferior: mesmo corada (rosa claro) com poucos núcleos Figura 3: www.mol.icb.usp.br/epiteliorevestimento A classificação pela morfologia celular, podemos interpretar melhor pela tabela anexo: Figura 4: Livro Histologia Básica, L. C. Junqueira E José Carneiro - 11⁰ Edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A Os epitélios glandulares são formados por células especializadas na atividade de secreção. Todos os epitélios glandulares (que formam glândulas) originam- se de epitélios de revestimento externo do organismo, como também de epitélios constituintes das mucosas. As glândulas são órgãos especializados na secreção e liberação de diferentes substâncias. Estas secreções são diferentes do plasma sanguíneo como também dos fluídos teciduais. Geralmente, são macromoléculas: proteínas (suco pancreático); lipídios (sebo e hormônios esteroides); carboidratos e proteínas (saliva); carboidratos, proteínas e lipídios.São classificadas como glandular unicelular ou pluricelular (endócrina ou exócrina). Abaixo, representaremos a localização das glândulas endócrinas, através de um tecido de tireoide e das glândulas endócrinas paratireoides. Figura 5: Histologia Básica – L. Junqueira & J. Carneiro Figura 6: Acervo – Imagem do microscópio – Traqueia Figura 7: Acervo-Imagem do microscópio – Tireoide AULA 1 ROTEIRO 4 - PELE A pele recobre a superfície do corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, conhecida como epiderme, e uma conjuntiva, a derme. Dependendo da espessura da epiderme, distingue-se entre pele fina e grossa (Figura 7 e 8). Nota-se esta pele mais espessa, nas regiões nas palmas das mãos e dos pés e em algumas articulações. Já o restante do corpo, protegida por uma pele fina. Abaixo da derme, temos a hipoderme, o qual é um tecido conjuntivo frouxo que pode conter muitas células adiposas. Figura 8: Corte da pele espessa da planta do pé Figura 9: Corte da pele fina do abdômen AULA 2 – ROTEIRO 2 - TRAQUEIA A traqueia é uma continuação da laringe e termina ramificando-se dois brônquios extrapulmonares. É revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo constituindo a camada adventíciaque liga o órgão aos tecidos vizinhos. A traqueia possui um formato arredondado justamente para a passagem de ar. A secreção tanto das glândulas como das células caliciformes, forma um tubo viscoso contínuo que é levado em direção à faringe através dos batimentos ciliares. Também classificado como epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, pois ao visualizar ocorre uma impressão de apresentarem camadas distintas, mas é uma falsa impressão, por essa razão o nome de “pseudo”. Figura 10: Acervo – Imagem Traqueia – Objetiva 40x Figura 11: Imagem de uma Traqueia – Universidade de Alfenas Quando falamos de epitélio glandular, pois possuem números de células - Glândula exócrina – unicelular (célula calciforme) - Glândula exócrina – multicelular Figura 12: Corte de traqueia demonstrado o epitélio respiratório, com células calciformes e células colunares ciliadas. Fonte: Histologia Básica – Luiz C. Junqueira & José Carneiro PULMÃO – DUCTOS ALVEOLOS De acordo que a estrutura respiratória se prolonga na parêquima pulmonar, o número de alvéolos também se abre no bronquíolo respiratório e vai aumentando até que a parede passe a ser construída apenas por alvéolos, e o tubo passa a ser chamado como ducto alveolar. Os ductos alvéolos são epitélios simples planos cuja células são extremamente delgadas. Nos cortes histológicos esses acúmulos de musculo liso são vistos muito facilmente entre alvéolos adjacentes. Os ductos alveolares mais distais não apresentam músculo liso. Fonte: Acervo – Pulmão diretiva 4x – 10x – 40x Figura 11: Corte de um pulmão mostrando um bronquíolo terminal seguido de um bronquíolo respiratório. Fonte: Histologia Básica – L. C. Junqueira & José Carneiro. AULA 2 – ROTEIRO 2 - TRATO DIGESTIVO O sistema digestivo consiste em cavidade oral, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso e suas glândulas associadas, fígado e pâncreas. Suas responsabilidades é a partir dos alimentos ingeridos, captar moléculas para manutenção e crescimento e as demais funções energéticas do organismo. Figura 12: Nesta representação esquemática do trato digestivo com diversos componentes de suas funções (Redesenha reproduzida com permissão a partir Bevelander G: Outliner of Histology, 7 ed. Mosby ,1917.) A) INTESTINO DELGADO É o sítio terminal da digestão dos alimentos com a absorção de nutrientes e secreção endócrina. Os processos de digestão são completados no intestino delgado, onde os nutrientes e secreção endócrina. Os processos de digestão são completados no intestino delgado, onde os nutrientes são absorvidos pelas células epiteliais. A importância dos cílios nesse tecido, é devido possuírem microvilosidades com o objetivo de absorver os nutrientes em virtudes do contato com o alimento durante a digestão. A mucosa intestinal é caracterizada por apresentar vilosidade intestinais, que são projeções alongadas da mucosa em direção ao lúmen (espaço) e é resultado por um epitélio cilíndrico simples, onde se observam células absortivas e células calciformes. As células calciformes são capazes de sintetizar e secretar glicoproteínas que compõem o muco que lubrifica tanto o lúmen intestinal, quanto o epitélio respiratório. Figura 13: Cortes histológico de um intestino delgado. Coloração hematoxolina e eosina. Aumento médio. Figura 14: Corte histológico de um intestino delgado, com as células calciformes com numerosas células absortivas com suas bordas em escova e limites intercelulares claramente visível. Fonte: Livro Histologia Básica 11Ed– L.C Junqueira & José Carneiro. B) FÍGADO O fígado é o segundo maior órgão do corpo e a maior glândula. Está situado na cavidade abdominal abaixo do diafragma. O fígado é o órgão no qual os nutrientes absorvidos no trato digestivo são processados e armazenados para utilização por outros órgãos. É, portanto uma interface entre o sistema digestivo e sangue. Em cortes histológicos do fígado, é possível observar um órgão bastante homogêneo. A maior parte de seu parênquima é formado pelas células denominadas hepatócitos, responsáveis por quase todas as funções exócrinas e endócrinas exercidas pelo órgão. A imagem é uma vista panorâmica do fígado. Algumas regiões “vazias”, ressaltadas em azul, representam importantes componentes da estrutura vascular e de secreção do órgão. As funções endócrinas, são responsáveis por armazenar lipídeos e glicogênio, produção proteica plasmática, produção de enzimas da coagulação, produção do colesterol, produção lipoproteica e neutralização de substâncias tóxicas. Já as funções exócrinas, são responsáveis pela bile. Figura 15: Imagem de um corte histológico do fígado, com as suas funções – artéria hepática (vermelho), veia porta (azul) e duto biliar (verde) – Fonte: www.mol.icb.usp.br /glândulasanexastubodigestivo Figura 16: Fonte: Acervo – Fígado Diretiva 10x, 40x C) PÂNCREAS Cortes histológicos revelam um órgão relativamente homogêneo devido a coloração azul/violeta fornecida pela hematoxilina e se deve ao alto teor de ácido ribonucleico presente no citoplasma das células secretores exócrinas, das quais constituem a grande maioria do órgão. A porção endócrina, possuem ilhotas pancreáticas (célula endócrina) – α glucagon / β insulina Já na porção exócrina, temos os ácinos sexnos pancreáticos e o suco pancreático, pelo ducto inter lobular – ducto excretor. É no pâncreas que se produz as enzimas para auxiliar na digestão dos alimentos. Figura 17: Corte histológico do pâncreas, mostrando particularidade importante dos ácinos serosos que constituem o pâncreas exócrino. Fonte: www.mol.ibc.usp.br Figura 18 - Fonte: Acervo – Pâncreas Diretiva 40x AULA 2 – ROTEIRO 2 - BEXIGA Na parede da bexiga, possui uma mucosa bastante pregueada, que se torna mais lisa à medida que a bexiga é preenchida por urina. A mucosa é revestida por um epitélio de transição – ressaltando na cor laranja (vide imagem abaixo). O epitélio de transição está apoiado sobre uma lâmina própria constituída por um característico tecido conjuntivo propriamente dito do tipo frouxo. Externamente à mucosa há feixes de músculo liso - ressaltados em verde. Figura 19: Corte Histológico – Vista panorâmica da parede da bexiga. Fonte: www.mol.ibc.usp.br Seu formato depende muito da quantidade de urina que está armazenando. Quando vazia, assemelha- se a um balão de festas sem ar. Quando está cheia de urina, fica com formato parecido como de um abacate (com a parte maior voltada para cima). (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004). AULA 2 – ROTEIRO 2 - GLÂNDULASSALIVARES As glândulas salivares são os responsáveis pela produção da saliva secretada na cavidade oral. A saliva é composta por enzimas que iniciam o processo de digestão dos alimentos, também contém anticorpos e substâncias bactericidas e/ou bacteriostáticas. Figura 20: Corte histológico, visão panorâmica língua – Fonte: www.mol.ibc.usp.br/glandulassalivares A glândula submandibular (azul escuro) e a glândula sublingual (azul claro) são recobertas por uma cápsula de tecido conjuntivo. São compostas por unidades secretoras que lançam sua secreção em um sistema de dutos. Estes modificam a secreção e a conduzem para a cavidade oral. AULA 2 – ROTEIRO 3 – TENDÃO E FIBRAS O tecido cartilaginoso é um tipo de tecido conjuntivo constituído por células de no minadas condrócitos e por grande quantidade de matriz extracelular. A matriz do tecido cartilaginoso tem consistência mais rígida que a do tecido conjuntivo propriamente dito. Devido a isto os condrócitos se a alojam em pequenas cavidades da matriz de no minadas lacunas. A matriz extracelular do tecido cartilaginoso tem algumas características peculiares: na cartilagem do tipo hialino e na cartilagem do tipo elástico o colágeno é constituído principalmente por moléculas de colágeno do tipo II. Estas moléculas formam fibrilas muito delgadas, mas não chegam a constituir fibras e por isto são dificilmente visíveis por microscopia de luz. Na cartilagem do tipo elástico há, além disso, muito material elástico e fibras elásticas. Grande quantidade de matriz extracelular fundamental na qual predominam glicosamino glicanas sulfatadas (sulfatos de condroitina) e não sulfatados (hialurônatos). Estas moléculas são as principais responsáveis pela rigidez deste tecido e pela sua consistência característica. como as moléculas da matriz fundamental possuem muitos radicais ácidos a matriz é corada preferentemente por corantes básicos. Portanto, em cortes corados por hematoxilina e eosina a matriz tem cor azulada, ao contrário da matriz do tecido conjuntivo propriamente dito que é acidófila devido à presença de grande quantidade de fibras colágenas. Há três tipos de tecido cartilaginoso: Cartilagem hialina: é o tipo mais comum de cartilagem no organismo e possui fibrilas de colágeno tipo II em sua matriz extracelular. Cartilagem elástica: além de fibrilas colágenas possui grande quantidade de material elástico na sua matriz extracelular. Cartilagem fibrosa o u fibrocartilagem: possui espessas fibras de colágeno tipo I, entre as quais se localizam fileiras de células cartilaginosas. Tendões:Um bom exemplo de tecido conjuntivo denso modelado é encontrado nos tendões, estruturas que unem músculos esqueléticos a ossos, realizando, portanto, a inserção dos músculos nos ossos. As espessas fibras colágenas organizadas paralelamente são responsáveis pela grande resistência dos tendões a trações, comparável à de aço. Derme: é uma camada espessa de tecido conjuntivo localizado logo abaixo da epiderme e conectada com a face dos músculos subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. (JUNQUEIRA&CARNEIRO,2004) Figura 21 - Fonte: Acervo – Corte histológico – Tendão – 40X AULA 3 – ROTEIRO 1 – CARTILAGEM Cartilagem hialina- Traqueia As três figuras são exemplos em aumentos diferentes de peças de tecido cartilaginoso hialino. Conforme já mencionado na página anterior, a matriz extracelular da cartilagem hialina se apresenta azulada em cortes corados por hematoxilina e eosina. É uma característica importante que ajuda a reconhecer e diagnosticar este tipo de cartilagem. A primeira figura é de um joelho de um feto de rato. Há várias porções de cartilagem no joelho. A cartilagem hialina das epífises fica ressaltada em azul ao colocar o cursor sobre a imagem. A faixa azul claro corresponde à cartilagem hialina do disco epifisário, local de crescimento longitudinal de ossos longos. O menisco dessa articulação é formado por cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem. Fica ressaltado em azul escuro. A segunda figura é de uma cartilagem hialina da traqueia cujo revestimento de pericôndrio é ressaltado em verde. Figura 22 - Fonte: Acervo - Corte histológico – Cartilagem Elástica – Orelha Figura 23 - Fonte: Corte histológico - Traqueia – www.mol.icb.ups.br Figura 24 - Fonte: Corte histológico - Brônquio – www.mol.icb.usp.br AULA 3 – ROTEIRO 2 – TECIDO ÓSSEO O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo formado por células originadas do mesênquima e por uma matriz extracelular mineralizada. O tecido ósseo é constituído de populações de células originadas de duas linhagens: osteoblástica e osteoclástica, com distribuição e funções específicas no tecido ósseo. Os cortes histológicos de tecido ósseo devido sua consistência os tecidos duros requerem uma metodologia específica para a obtenção de cortes histológicos. Essa rigidez se deve, pois, os tecidos rígidos, à presença de sais minerais em sua composição, o que se denomina como mineralização. Devido as suas duas linhagens: linhagem osteoblástica e linhagem osteoclástica, podemos observar que a linhagem osteoblástica é composta por 3 tipos celulares, sendo osteoprogenitoras, osteoblastos e osteócitos. Estes dois últimos são facilmente reconhecíeis em corte histológicos, porém não as células osteoprogenitoras. Os osteoblastos (vide desenho anexo em laranja), constituem a maioria das células que recobrem a matriz óssea. Os osteócitos são as células situadas no interior do tecido, envolvidas por uma matriz extracelular óssea. Ficam ressaltadas em verde. Os dois osteócitos estão bem próximos à superfície da trabécula e provavelmente representam os dois osteoblastos que estão envolvidos pela matriz óssea, passando do estado de osteoblastos para osteócitos. Figura 25 - Fonte: Corte histológico Trabécula – www.mol.icb.usp.br Tipos de Tecidos Ósseo Ao se observar ao olho nu um tecido ósseo serrado, verifica-se que ele é formado por partes sem cavidades visíveis, o osso compacto, e por partes com muitas cavidades intercomunicantes, o osso compacto e com muitas cavidades intercomunicantes, o osso esponjoso (vide figura abaixo). Nota: essa classificação é macroscópica e não histológica, pois o tecido compacto que separam as cavidades do esponjoso tem a mesma estrutura histológica básica. Figura 26 - Fonte: Corte de um tecido ósseo com as cavidades intercomunicantes visíveis – Histologia Básica – Ed. 11 - Junqueira & Carneiro Nos ossos longos, as extremidades ou epífases são formadas por ossos esponjosos com uma delgada camada superficial compacta. A diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente compacta com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda, delimitando o canal medular. Nos ossos chatos, que constituem a abóbada craniana, existem duas camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa e recebem o nome de díploe. Figura 27: A – Corte de um joelho de uma cobaia Figura 28: B – Desenho esquemáticode um joelho SISTEMA DE HARVERS O arranjo de lamelas curvas em forma de túneis é muito comum no organismo e constitui a maior parte do tecido ósseo das diáfises. Cada um destes conjuntos de lamelas constituindo túneis é composto por 2 a 15 lamelas concêntricas. O túnel localizado no centro de cada conjunto é percorrido por vasos sanguíneo, vasos linfáticos e nervos. Os osteócitos se situam entre as lamelas e sua nutrição ocorre pelos calículos ósseos, no interior dos quais existem prolongamentos de osteócitos. Cada conjunto tem a forma de um pequeno cilindro de alguns micrometros de diâmetro e alguns milímetros de comprimento. É denominado sistema de Havers ou osteon. Seu túnel central é denominado de canal de Havers. Como ocorre no osso lamelar, os osteócitos se situam em ter s lamelas. A superfície interna do canal de Havers é revestida por osteoblastos, como qualquer outra superfície óssea. Figura 29: Fonte – Sistema de Havers – www.mol.icb.usp.br AULA 3 – ROTEIRO 3 – SANGUE O sangue pode ser considera um tecido líquido. Células do sangue: Hemácias, ou glóbulos vermelhos são anucleados, pois são células que perderam os núcleos durante a sua diferenciação na medula hematogênica. Contêm grande quantidade da proteína hemoglobina no seu interior. As hemácias medem cerca de 7µm de diâmetro e são usadas como padrão de tamanho para diagnosticar as outras células sanguíneas. Os leucócitos ou glóbulos brancos formam um grupo de vários tipos celulares, que podemos encontrar no seu núcleo e citoplasma, que são subdivididos em: Leucócitos granulócitos ou polimorfonucleares. Os granulócitos tem cromatina densa e corada e divididos em pequenas porções denominadas lóbulos, unidos por delgados filamentos de cromatina. O número de lóbulos é variável e por esta razão os leucócitos deste grupo são também denominados polimorfonucleares. Figura 30 – Fonte: Acervo – Lâmina de Sangue sob imersão em Diretiva 4x,10x,40x O processo de diferenciação das células sanguíneas é feito pelo processo de hemocitopoese, o qual é um processo de formação de células do sangue a partir de células tronco indiferenciadas comprometidas com a formação de células sanguíneas. Em adultos este processo ocorre na medula óssea hematogênica. Lembrar que uma grande parte da medula óssea no adulto é ocupada por tecido adiposo branco. Cada tipo de célula do sangue em a sua linhagem própria de diferenciação, sendo: linhagem eritrocítica, uma linhagem granulocítica, uma monocítica e uma linfocítica. Ainda assim, vale lembrar que há o processo de produção de células muito volumosas denominadas megacariócitos. Uma maneira de estudas as células envolvidas em hemocitopoese é analisar esfregacos de medula óssea. AULA 3 – ROTEIRO 4 – ÓRGÃOS LINFOIDES Os linfonodos (antigamente denominados gânglios linfáticos) são pequenos órgãos espalhados pelo corpo, quase sempre envolvidos por tecido conjuntivo frouxo e/ou por tecido adiposo. Os linfonodos geralmente têm forma de um feijão ou de um rim, com uma face convexa e outra achatada. À face convexa chegam vasos linfáticos – observe o desenho esquemático. Os linfáticos perfuram a cápsula que envolve o linfonodo e descarregam a linfa no interior do órgão. A linfa atravessa o linfonodo e abandona o órgão por meio de um ou vários vasos linfáticos que saem do órgão pela sua face achatada. Nesta face existe o hilo do órgão por onde entram e saem vasos sanguíneos e nervos. Veja o significado de hilo no Glossário. Em cortes longitudinais se observa que os linfonodos são formados por duas regiões bem distintas: Região cortical – ocupa a periferia do órgão sob a face convexa. Esta região possui inúmeros folículos linfoides. Região medular – ocupa uma grande região próxima à face achatada do órgão. (JUNQUEIRA&CARNEIRO,2017). Figura 31 – Fonte: Linfonodo – www.mol.icb.usp.br BAÇO Componentes do baço O baço é um órgão alongado com formato geral triangular. Possui em uma das suas faces um hilo por onde entram e saem os vasos sanguíneos que irrigam o órgão. O baço é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso. Passe o cursor ou clique sobre a imagem para obter uma visão inicial de um corte de baço – na figura estão representados alguns dos seus componentes: folículos linfoides e trabéculas de tecido conjuntivo (em vermelho). O baço possui muitos folículos linfoides, porém diferente dos linfonodos em que os nódulos se acumulam na zona cortical da periferia do órgão, no baço estes nódulos estão espalhados por todo o órgão. Observe também que o tecido conjuntivo da cápsula se prolonga para o interior do órgão (como nos linfonodos), originando trabéculas de tecido conjuntivo. A cápsula, as trabéculas e uma extensa rede de fibras reticulares do tecido conjuntivo compõem o estroma do órgão, um “esqueleto” que mantém a estrutura do baço, pois a grande maioria de suas células são isoladas e migratórias. O parênquima do órgão é o seu tecido funcional. Como todo órgão linfoide, no baço predominam os linfócitos. O parênquima do órgão é dividido em duas categorias: polpa branca e polpa vermelha, denominações que derivam do aspecto macroscópico de um corte do órgão a fresco. www.mol.icb.usp.br/órgãolinfoides No interior do baço destacam-se - folículos linfoides (azul) - vasos sanguíneos calibrosos no interior de trabéculas de tecido conjuntivo (em vermelho) Figura 32: - Fonte www.mol.icb.usp.br/orgaoslinfoides AULA 4 – ROTEIRO 1 – TECIDO MUSCULAR As células que compõem o tecido muscular são alongadas e por esta razão são também chamadas de fibras musculares. Importante ressaltar que não podemos confundir fibras musculares que são células com as fibras do tecido conjuntivo que são acelulares, formadas apenas pela associação de diversas macromoléculas. Todas as fibras musculares que em comum a presença de grande quantidade de proteínas contráteis, representadas por miosina e actina. A maneira como estas proteínas se organiza difere nos vários tipos de tecido muscular; a capacidade de gerar movimento ou tensão em consequência de contração das células. Pelo fato destas células serem alongadas podem sofrer um grande encurtamento, elas geram tensão (tônus). Tipos de Tecido Muscular - Estriado Esquelético – contração voluntária, constitui a musculatura do corpo ligada aos ossos, além de alguns músculos não ligados a ossos, como por exemplo músculos situados na pele ( músculos da mímica). Orbicular dos olhos e outros. - Estriado cardíaco – de contração involuntária, compõe o músculo do coração, o miocárdio – e é encontrado também na porção inicial da aorta. - Muscular liso – de contração involuntária, constitui a musculatura das vísceras e das paredes dos vasos sanguíneos. Fibras Musculares Estriadas Esqueléticas Tem a forma de longos cilindros, que podem chegar a ter o comprimento do músculo a que pertencem. São multinucleadas e os núcleos se situam na periferia da fibra, juto à membrana plasmática. Possuem no citoplasma bandas transversais características, e por esta razão é um músculo estriado. Figura33 – Fonte www.mol.icb.usp.br/tecidomuscular Fibras Musculares Estriadas Cardíacas Possuem a forma de curtos cilindros que tem um ou dois núcleos no centro da célula. Seu citoplasma possui estriação transversa, como a do músculo esquelético. As fibras aderem umas às outras pelas suas extremidades, através de conjuntos de junções intercelulares; cada conjunto de junções (mostrado no esquema ao lado por traços escuros0 é denominado disco intercalar. É também denominado disco escalariforme porque às vezes os traços lembram os degraus de uma escada. Figura 34 – Fonte www.mol.icb.usp.br/tecidomuscular Fibras Musculares Lisas São fusiformes e seu núcleo é central. Seu citoplasma não tem estriação transversal. Figura 35 – Fonte www.mol.icb.usp.br/tecidomusculares CORAÇÃO Este órgão é considerado um músculo estriado cardíaco, as principais características histológicas são observadas, fibras organizadas em feixes e núcleos em posição central nas células e discos intercalares, transversais às fibras, mas pouco corados após coloração por hematoxilina e eosina. Figura 36 – Fonte: Corte Histológico Músculo cardíaco após coloração Hematoxilina e eosina Figura 37 – Fonte: Acervo imagem tecido estriado cardíaco em Diretiva 4x,10x, 40x AULA 4 – ROTEIRO 2 – TECIDO NERVOSO A principal característica do tecido nervoso é presença de células denominadas neurônios. Estes são células com prolongamentos e que tem a capacidade de serem estimuladas por substâncias químicas ou estímulos elétricos geralmente originados em outras células e, por sua vez, gerar um potencial de ação (impulso nervoso). Este é transmitido ao longo da membrana plasmática que recobre seus prolongamentos, chegando às extremidades dos prolongamentos em locais denominados como sinapses. Um bom exemplo que podemos estudar é a medula. MEDULA A medula espinal ou espinhal é uma porção alongada do sistema nervoso central que se continua com o tronco cerebral. A medula espinhal fica alojada no canal vertebral, localização onde é bastante protegida. Na medula espinhal, a distribuição da substância branca e cinzenta é inversa à distribuição no cérebro e cerebelo, anteriormente estudados. A substância branca se situa na periferia e a substância cinzenta no centro. Cortes transversais da medula espinhal revelam que os detalhes da sua anatomia variam de acordo com a altura em que são cortados. De modo geral, em cortes transversais a substância cinzenta tem um aspecto que lembra uma borboleta com suas asas abertas. A medula espinhal é um importante órgão de comunicação entre o encéfalo e os membros e tronco. Pela substância branca da medula passam importantes conjuntos de feixes de axônios transmitindo informações do encéfalo assim como para o encéfalo na substância cinzenta da medula há neurônios motores e também muitos interneurônios. Os neurônios motores comandam funções importantes do corpo, tais como contração de músculo liso e esquelético, secreção de glândulas. Neurônios motores situados na porção ventral da medula espinhal controlam a contração de músculos esqueléticos dos vários segmentos do corpo. Os axônios destes neurônios saem da medula na sua porção ventral contribuindo para a constituição dos nervos raquidianos que se dirigem aos músculos esqueléticos. Neurônios motores da medula também podem controlar a atividade de glândulas, músculo liso e músculo cardíaco. Estas atividades são realizadas após seus axônios estabelecerem sinapses em neurônios de gânglios do sistema nervoso vegetativo. Estes neurônios emitem axônios que irão inervar as estruturas citadas acima. Pelos mesmos nervos raquidianos chegam axônios de vários locais do corpo trazendo informações sensoriais. Estes axônios têm extremidades na periferia e trazem informação aos gânglios sensitivos situados próximos à medula, formando duas cadeias de gânglios (uma de cada lado) ao longo de toda medula. Estes gânglios contêm neurônios pseudounipolares dos quais saem os axônios que trazem informação sensorial do corpo. Estes axônios continuam seu trajeto, saem do gânglio e entram da medula espinal por sua face dorsal. Ali estabelecem sinapses com outros neurônios e a informação é enviada para os centros superiores ou para os neurônios motores próximos formando um arco reflexo. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2013). Figura 38 – Fonte www.mol.icb.usp.br/tecidonervoso/medulaespinhal CEREBELO O cerebelo é formado por inúmeras folhas paralelas constituídas do tecido nervoso. Figura 39 – Fonte www.mol.icb.usp.br/tecidonervoso/cerebelo Observa-se na figura superior apresenta um desenho esquemático do cerebelo que são bem evidenciadas pelas folhas. Na figura com o corte de cerebelo transversal, as linhas vermelhas indicam os limites de uma das folhas. Cada uma das folhas possui um eixo central de substância branca. Este eixo apresenta pequenas ramificações. Além disso há uma grande porção de substância branca na porção, proximal do cerebelo, apontada pela seta. Esta porção maior se contínua com a substância branca do interior de cada folha. DISCUSSÃO Diante dos experimentos na prática, tivemos em sala de aula algumas observações importantes, inclusive apresentadas pelos professores em laboratório, dos quais nos orientaram como realizar o reconhecimento dos diferentes tecidos epiteliais. CONCLUSÃO Concluímos este roteiro com êxito, elevando mais uma vez o aprendizado da importância do estudo da histologia dos tecidos epiteliais dentro da Biomedicina, para futuros estudos de patologias, funções das células, tecidos e órgãos que compõem os organismos animais e vegetais. Cada análise nos fez entender que o necessário antes, é interpretar os cortes histológicos e a preparação do tecido previamente, para sabermos e entendermos que os tecidos são formados por vários tipos de células características daquele tecido e por associações entre células e matriz extracelular. O sistema nervoso é uma exceção que é composto somente por tecido nervoso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 13ª edição. Rio de Janeiro - RJ: Guanabara Koogan, 2017. 5. JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO, J. Histologia básica. 11 ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12ª edição. Rio de Janeiro - RJ: Guanabara Koogan, 2017. Site: www.mol.icb.usp.br
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