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E-BOOK - METODOLOGIAS DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL E NO MUNDO

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Expe
 diente
Colaboradores: 
Farmacêutico Dr. Alexandre Massao Sugawara
Farmacêutico Dr. André Schmidt Suaiden
Farmacêutico Dr. Ismael Rosa
Farmacêutica Dra. Juliana Cardoso
Publicação: 
ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação
para o Mercado Farmacêutico.
Edição e Conteúdo: 
Egle Leonardi - Grupo Vitae
ISBN: 978-65-993203-1-6
Direitos reservados e protegidos. 
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida por qualquer meio, 
sem autori¬zação prévia da editora, por escrito. A infração está sujeita à punição, 
segundo a Lei 9.610/98.
Sumá
 rio
01capítulo O panorama da atenção farmacêutica no Brasil e no mundo
A história da atenção farmacêutica
Por que eu preciso fazer a atenção farmacêutica?
Os métodos de atenção farmacêutica
capítulo
capítulo
capítulo
02
03
04
Intro
 dução
Caro leitor, 
você já parou para avaliar como é realizada a atenção farmacêutica pelo mundo? 
Claro que sim...entretanto, vale destacar algumas indagações: 
• Será que ela é aplicada em outros países da mesma forma como ocorre no 
Brasil? 
• Se não, quais são as diferenças?
 
• Existem um, dois, três ou mais métodos de atenção farmacêutica que norteiam 
os serviços? 
Para responder a essas e outras questões, os professores do ICTQ - Instituto de 
Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico pesquisaram o tema ao 
redor do mundo e conseguiram muitas respostas importantes, que estão à sua 
disposição neste e-book.
Conheça, aqui, os métodos e o modo de operação da atenção 
farmacêutica que dá resultado.
Boa leitura!
 O 
panorama
 da atenção
 farmacêutica
01capítulo
Muitos países têm implementado práticas de atenção farmacêutica 
bastante evoluídas, como os Estados Unidos, a Inglaterra e a Austrália. A 
atenção farmacêutica nasceu com o grupo da Maria José Faus Dáder. Ela é 
farmacêutica e autora de numerosos livros, monografias e publicações na 
área da atenção farmacêutica. Atualmente dirige a Cátedra Maria José Faus 
Dáder de Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada (Espanha). 
Há os que defendam que a prática foi desenvolvida, concomitantemente, 
nos Estados Unidos (tema que será tratado no Capítulo 2).
“Há muitos países avançados nessa questão da atenção farmacêutica, e eu 
não descarto o Brasil como um local em que isso é bastante visível também, 
especialmente nos lugares mais distantes dos grandes centros médicos, 
onde o farmacêutico toma uma posição clínica, baseado na demanda da 
população”, fala o professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e 
Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Alexandre Massao 
Sugawara.
É fato que há uma demanda grande por assistência à saúde no Brasil, e o 
farmacêutico atua, em sua farmácia, como um posto de saúde, onde as 
pessoas recorrem para um atendimento clínico, tendo o farmacêutico como 
protagonista nas medidas protetivas. 
Para que ocorra uma transformação da prática clínica no Brasil, Sugawara 
vê que os melhores exemplos estão dentro das fronteiras nacionais, como 
Roraima, Palmas e nas regiões das cidades vizinhas a Belo Horizonte, no 
interior de Minas Gerais.
 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Embora a metodologia da atenção farmacêutica tenha nascido na Espanha 
e nos Estados Unidos, simultaneamente, existem outros países que servem 
como referências para o Brasil, inclusive, onde o farmacêutico é capacitado 
para trabalhar como clínico nas farmácias comunitárias, segundo o 
professor do ICTQ, André Schmidt Suaiden.
Assistência 
farmacêutica 
na Austrália
“A Austrália é um país referência para os farmacêuticos. Os profissionais 
australianos são formados para, desde a graduação, trabalhar diretamente 
com o público. Por eles serem referências na área de saúde, a população os 
reconhece como profissionais importantes da área”, lembra Suaiden.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Os farmacêuticos australianos também são preparados para prestar 
assistência e acompanhamento de doenças crônicas, como hipertensão, 
diabetes, dislipidemias, asma, entre outras. Eles participam de campanhas 
de vacinação e são considerados um importante elo na cadeia de saúde 
daquele país.
Suaiden lembra, ainda, que na Austrália não há um comércio que vende 
medicamentos e outros itens. Também não há a figura do balconista. No 
lugar deles, as farmácias naquele país mantêm técnicos em farmácia, que 
trabalham para auxiliar o farmacêutico, sendo, assim, um estabelecimento 
propriamente farmacêutico. 
É comum encontrar quatro, até mesmo, cinco farmacêuticos dentro da 
mesma farmácia, já que a população acaba acionando esse profissional de 
saúde para todas as suas queixas, provocando uma grande demanda pelos 
serviços farmacêuticos.
“É muito gratificante ver a atuação do farmacêutico responsável por cuidar 
da saúde da população, principalmente da australiana, que não vê a 
‘empurroterapia’, igual à que, muitas vezes, vemos no Brasil”, fala Suaiden.
 
 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Além disso, na Austrália não há a automedicação nos mesmos níveis do 
Brasil. O problema aqui é que, por conta de alguns sintomas, as pessoas 
lançam mão de medicamentos indicados por outras pessoas, acabam se 
prejudicado e, até mesmo, mascarando algumas doenças mais sérias, como 
um câncer, por exemplo. 
Farmacêutico 
é remunerado 
pelo governo
Além disso, na Austrália não há a automedicação nos mesmos níveis do 
Brasil. O problema aqui é que, por conta de alguns sintomas, as pessoas 
lançam mão de medicamentos indicados por outras pessoas, acabam se 
prejudicado e, até mesmo, mascarando algumas doenças mais sérias, como 
um câncer, por exemplo.
É importante salientar que, naquele país, o governo paga o farmacêutico 
para fazer os serviços, tanto o acompanhamento farmacoterapêutico de 
pacientes polimedicados (que utilizam mais de cinco, seis medicamentos, 
geralmente anti-hipertensivo, para dislipidemia e para diabetes), como as 
consultas para a população.
 
“Acaba sendo muito mais barato para o governo australiano pagar para o 
farmacêutico - que é muito mais acessível à população. Se esse 
atendimento fosse oferecido pelo médico, o governo desembolsaria um 
valor muito maior. Então, é um projeto bem mais acessível para todo 
mundo”, ressalta Suaiden.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Valores
pagos
Por tanta confiança que a população deposita no farmacêutico australiano, 
ele acaba realizando consultas que dão suporte à promoção e à 
recuperação da saúde daquela população – todas pagas pelo governo.
De acordo com o diretor Acadêmico do ICTQ, o farmacêutico Ismael Rosa, 
o governo reembolsa o farmacêutico por uma consulta de 20 minutos com 
uma média de R$ 160,00. Para o acompanhamento de pacientes com 
doenças crônicas, como o diabetes, o governo paga, aproximadamente, R$ 
240,00. 
Já para o seguimento farmacoterapêutico (SFT) dos Problemas 
Relacionados a Medicamentos (PRMs) o serviço é reembolsado em torno 
de R$ 517,00.
 
Sociedade
farmacêutica
O farmacêutico australiano conta com a Pharmaceutical Society of 
Australia (PSA). Em português, Sociedade Farmacêutica da Austrália, que 
atua, mais ou menos, como o Conselho Federal de farmácia (CFF) e os 
Conselhos Regionais de Farmácia (CRF) no Brasil.
 
No entanto, a PSA dispõe de cursos clínicos aos farmacêuticos e 
disponibiliza, em seu site, guidelines (guias) de doenças, onde os
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
farmacêuticos possam consultar por áreas, como alergia, cardiologia, 
dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, pneumologia, entre 
outras. 
“Os guidelines são desenvolvidos para que os farmacêuticos australianos 
possam tomar decisões baseadas em evidências clínicas. Assim, se uma 
pessoa for comprar pílulas de emergência na farmácia, ela deverá passar 
por uma consulta com o farmacêutico para que ele dispense de forma 
correta ou encaminhe ao médico conforme a criticidadeda situação”, 
destaca Rosa.
E no
Brasil?
É fato que, no Brasil, há um comércio, cujo foco principal é o produto, ou 
seja, o medicamento. Essa cultura é tão profunda que o profissional chega 
a ser chamado por entidades de ‘o profissional do medicamento’.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
E o paciente? E o cuidado com ele? Onde eles ficam no exercício dessa 
ciência?
“Eu visualizo uma falta de identidade do nosso modelo de atenção 
farmacêutica. As faculdades ainda utilizam os modelos importados, 
principalmente o americano e o europeu”, comenta Sugawara.
Ele afirma que o Brasil tem suas particularidades, assim como os demais 
países que usam a atenção farmacêutica. É um País grande e precisa 
encontrar o seu caminho, de tal forma que a academia deve também 
evoluir com a profissão. 
“É preciso acontecer, de fato, a farmácia clínica no Brasil, e as farmácias 
devem ser, realmente, estabelecimentos de saúde, como diz a Lei 
13.021/14”, defende Sugawara. Porém, ele admite que a farmácia deve ser 
entendida como um estabelecimento de saúde que visa ao lucro, como 
qualquer hospital e clínica privada. 
A farmácia deve considerar a farmacoeconomia, como ocorre até mesmo 
em qualquer hospital público do SUS ou um ambulatório. No entanto, o 
foco de todo o negócio deve ser o paciente, a atenção clínica.
Fortalecer
a clínica
É fundamental ao País uma maturação do seu modelo de atenção 
farmacêutica, que parece trilhar um caminho lento e demorado.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Para os especialistas, essa construção de um modelo clínico não surgirá da 
atuação de um grande pensador da área...Isso vai advir da prática, ou seja, 
a experiência clínica é que vai edificar os saberes e os conhecimentos.
É preciso fortalecer estrategicamente a farmácia clínica. Essa atuação não 
deve se restringir, apenas, a uma opção a ser declarada no Conselho 
Regional. Ela deve ser inerente ao farmacêutico clínico, segundo Sugawara.
De acordo com o CFF, os farmacêuticos focados em clínicas podem atuar, 
além das farmácias comunitárias, também em consultórios e hospitais, 
prestando serviços aos cuidados farmacêuticos, revisando as prescrições, 
trabalhando em comissões de farmácia e terapêutica, nas quais seleciona 
medicamentos para padronização.
Também podem atuar em ambulatórios e unidades básicas de saúde (UBS), 
Instituições de Longa Permanência aos Idosos (ILPI) e home cares 
prestando serviços domiciliares. 
Claro que, para todos esses trabalhos, é exigido do profissional 
conhecimento na área de atenção farmacêutica e o domínio de 
metodologias para avaliação do plano de cuidado do paciente.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
 A 
história
 da atenção
 farmacêutica
02capítulo
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Os farmacêuticos estão passando por uma grande transformação, 
assumindo lugar de destaque e olhando o paciente como o foco principal 
do atendimento (e não mais o produto). Isso está proporcionando uma 
nova realidade na profissão: a farmácia clínica! 
Mas afinal, o que é a farmácia clínica? Onde surgiu e como começou? E a 
atenção farmacêutica? Tem a mesma definição que a farmácia clínica? 
Quais as diferenças entre farmácia clínica, atenção farmacêutica e 
assistência farmacêutica?
Para responder a essas questões, é preciso percorrer um pouco da história 
e entender quais parâmetros deram base ao conceito.
Na década de 1970, Hepler e Strand utilizaram, pela primeira vez na 
literatura científica, o termo ‘pharmaceutical care’, que foi traduzido para o 
português como atenção farmacêutica.
Assim, foi estabelecido que a atenção farmacêutica é a provisão 
responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar 
resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do 
paciente. Esse conceito foi discutido, aceito e ampliado na reunião de 
peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada em Tóquio, em 
1994.
Quase ao mesmo tempo, surgia na Espanha o termo atención 
farmacéutica, com o desenvolvimento de modelo de seguimento 
farmacoterapêutico, denominado Método Dáder, criado por um grupo de 
investigação em atenção farmacêutica da Universidade de Granada 
(Espanha).
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
De acordo com Suaiden, a farmácia clínica se desenvolveu em meados de 
1970, pela professora Linda Strange, da Universidade de Minnesota, nos 
Estados Unidos.
Essa professora estava descontente com o que acontecia com o 
farmacêutico, que perdeu seu lugar na profissão e estava sendo mais 
industrial. Surgiu, então, a ideia de fazer um projeto diferente, e ele passar 
a olhar esse paciente mais de perto. 
Vale lembrar que o paciente que está hospitalizado tem que tomar 
medicamentos por vias parenterais, precisa ser monitorado Para 
verificação e controle da pressão arterial, entre outros fatores.
Linda acreditava que, para entender a farmacoterapia era necessário olhar 
a farmacocinética nesse paciente e conhecer como estão suas funções 
hepática e renal para saber melhor sobre a metabolização do fármaco 
nesse paciente que está internado e como funcionava, efetivamente, a 
farmácia hospitalar.
Ela entendeu que a farmácia no hospital nada mais era do que um braço da 
farmácia comunitária dentro do ambiente hospitalar. 
O médico prescreve o medicamento, o farmacêutico dispensa essa 
prescrição para a enfermagem, e ela faz a administração do medicamento 
prescrito.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Por isso, essa professora achava que deveria sair de trás do balcão da 
farmácia e estender o olhar para esse paciente como um todo. Assim, ela 
decidiu usar metodologias de anamnese e semiologia. 
Se for preciso triturar determinados fármacos para colocá-los nas sondas 
parenterais, é preciso acessar a literatura para descobrir se isso é possível 
ou não no momento da administração. Além disso, deve-se buscar na 
literatura diferentes formas para a otimização da terapia prescrita ao 
paciente, como, por exemplo, a diversidade na medicação por sondas 
parenterais.
Assim surgiu a farmácia clínica. O farmacêutico começou a trabalhar com 
clínica de perto com o paciente, solicitando exames para avaliar a 
farmacoterapia, o que deu origem à farmácia clínica nos Estados Unidos e, 
com ela, a Associação dos Farmacêuticos Americanos.
Nas décadas de 1960 e 1970 começou-se a divulgar que todos os 
farmacêuticos deveriam ter esse perfil clínico, solicitando às universidades 
americanas que promovessem cursos dentro do hospital para transformar 
os profissionais em farmacêuticos clínicos, e foi o que aconteceu.
Já nas décadas de 1980 e 1990 houve o mesmo boom na Espanha, só que 
voltado mais à farmácia assistencialista, à farmácia comunitária, 
movimento liderado por um grupo ligado à professora Faus Dáder, da 
Universidade de Granada, na Espanha. Foi esse grupo que instituiu a 
denominação de atenção farmacêutica.
 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
“No Brasil, nós incorporamos diversos nomes: farmácia clínica, atenção 
farmacêutica, cuidados farmacêuticos e serviços farmacêuticos, e isso 
acabou gerando certa confusão. Por exemplo: nós usamos aqui no Brasil 
alguns medicamentos que são proibidos na Europa e outros que são 
proibidos nos Estados Unidos. Isso resultou na diversificação de ambos os 
métodos, acarretando uma problematização”, polemiza Suaiden.
Ele acredita que no Brasil foi incorporada a farmácia clínica vinda dos 
Estados Unidos, que era o ambiente hospitalar, e atenção farmacêutica, 
ambiente de farmácia comunitária, no entanto, não há diferença entre eles. 
Atualmente, já se sabe que farmácia clínica e atenção farmacêutica são 
sinônimas. Suaiden afirma que a diferença está na assistência 
farmacêutica, que é focada no produto: “É quando eu tenho os 
componentes de aquisição, seleção e programação. É aquele ciclo todo 
que, quem trabalha principalmentena unidade pública, acaba fazendo. Há, 
ainda, um componente estratégico, um componente individualizado e um 
componente básico. Isto é assistência farmacêutica”.
No Brasil, trabalha-se com atenção e farmácia clínica, a qual o conselho de 
farmácia quer chamar de cuidado farmacêutico. 
Demanda
de saúde
Para Sugawara, atenção farmacêutica é atender a um paciente em sua 
demanda de saúde, é levar o paciente a um processo de terapêutica e ao 
alívio de sua queixa.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
“Muito além de toda a teoria do que é o acompanhamento 
farmacoterapêutico da desprescrição e da prescrição de medicamentos 
isentos de prescrição (MIP), atenção farmacêutica é dar cuidado, é dar 
atendimento, é resolver o problema de saúde desse paciente. É esse o 
nosso negócio, é essa a nossa ação, e é o que nós deveríamos estar fazendo 
em farmácia. É a nossa razão ser”, diz ele. 
Há algo errado quando o farmacêutico está totalmente envolvido com 
controle de estoque, com caixa, com treinamento, com gestão de vendas e 
com market share. De acordo com Sugawara, o farmacêutico é um ente 
clínico, ele está na farmácia para atender às demandas da população, que 
são inúmeras
Para Sugawara, atenção farmacêutica e farmácia clínica são sinônimas. 
Ambas têm o paciente como o ator principal de suas habilidades, mas, é 
importante entender que, tanto a farmácia clínica como a atenção 
farmacêutica são partes de um processo maior, que é chamado de 
assistência farmacêutica.
 
Atenção é voltada ao paciente
e assistência é voltada ao produto
De acordo com Suaiden, a atenção farmacêutica está dentro da assistência 
farmacêutica, mas isso não quer dizer que aqueles que fazem a assistência 
também façam a atenção farmacêutica. “A atenção farmacêutica é voltada 
para o paciente e assistência farmacêutica é voltada para o produto. O foco 
maior é o medicamento, então, atenção farmacêutica está presente no 
momento de fazer a seleção, no ato de dispensação ativa. Isso está 
contemplado na assistência farmacêutica”, destaca ele.
No Brasil, a farmácia clínica não veio imediatamente ao movimento da 
Espanha e dos Estados Unidos. A formação no País, por muito tempo, 
contemplou somente as áreas de análises clínicas e as indústrias 
farmacêutica e alimentícia.
As disciplinas clínicas, como a farmacologia clínica, farmacoterapia e 
semiologia, simplesmente inexistiam na prática, enquanto disciplinas como 
química orgânica, química analítica e físico-química dominavam o ciclo 
básico.
 
Nos boticários,
o começo de tudo
Os primórdios da atenção farmacêutica no Brasil começaram com os 
boticários, que eram aqueles farmacêuticos detentores do conhecimento. 
Quando aconteceu a industrialização, eles não tinham mais esse papel, 
porque passariam a trabalhar dentro da farmácia, prestando a assistência e 
a atenção farmacêutica.
Entre 1920 e 1940, o curso de Farmácia acontecia em conjunto com o curso 
de Medicina. Então, fazia-se três anos de faculdade de Farmácia e, ao 
terminar, o farmacêutico poderia optar por continuar a Medicina, cursando 
mais três anos.
“Muito além de toda a teoria do que é o acompanhamento 
farmacoterapêutico da desprescrição e da prescrição de medicamentos 
isentos de prescrição (MIP), atenção farmacêutica é dar cuidado, é dar 
atendimento, é resolver o problema de saúde desse paciente. É esse o 
nosso negócio, é essa a nossa ação, e é o que nós deveríamos estar fazendo 
em farmácia. É a nossa razão ser”, diz ele. 
Há algo errado quando o farmacêutico está totalmente envolvido com 
controle de estoque, com caixa, com treinamento, com gestão de vendas e 
com market share. De acordo com Sugawara, o farmacêutico é um ente 
clínico, ele está na farmácia para atender às demandas da população, que 
são inúmeras
Para Sugawara, atenção farmacêutica e farmácia clínica são sinônimas. 
Ambas têm o paciente como o ator principal de suas habilidades, mas, é 
importante entender que, tanto a farmácia clínica como a atenção 
farmacêutica são partes de um processo maior, que é chamado de 
assistência farmacêutica.
 
Atenção é voltada ao paciente
e assistência é voltada ao produto
De acordo com Suaiden, a atenção farmacêutica está dentro da assistência 
farmacêutica, mas isso não quer dizer que aqueles que fazem a assistência 
também façam a atenção farmacêutica. “A atenção farmacêutica é voltada 
para o paciente e assistência farmacêutica é voltada para o produto. O foco 
maior é o medicamento, então, atenção farmacêutica está presente no 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
momento de fazer a seleção, no ato de dispensação ativa. Isso está 
contemplado na assistência farmacêutica”, destaca ele.
No Brasil, a farmácia clínica não veio imediatamente ao movimento da 
Espanha e dos Estados Unidos. A formação no País, por muito tempo, 
contemplou somente as áreas de análises clínicas e as indústrias 
farmacêutica e alimentícia.
As disciplinas clínicas, como a farmacologia clínica, farmacoterapia e 
semiologia, simplesmente inexistiam na prática, enquanto disciplinas como 
química orgânica, química analítica e físico-química dominavam o ciclo 
básico.
 
Nos boticários,
o começo de tudo
Os primórdios da atenção farmacêutica no Brasil começaram com os 
boticários, que eram aqueles farmacêuticos detentores do conhecimento. 
Quando aconteceu a industrialização, eles não tinham mais esse papel, 
porque passariam a trabalhar dentro da farmácia, prestando a assistência e 
a atenção farmacêutica.
Entre 1920 e 1940, o curso de Farmácia acontecia em conjunto com o curso 
de Medicina. Então, fazia-se três anos de faculdade de Farmácia e, ao 
terminar, o farmacêutico poderia optar por continuar a Medicina, cursando 
mais três anos.
Novas
resoluções
Em 2013 o Conselho Federal de Farmácia promulgou a Resolução 585 que 
dispõe sobre as atribuições clínicas do farmacêutico, ou seja, o que o 
farmacêutico realmente pode fazer na parte clínica, que é monitorar o 
paciente, olhar interações medicamentosas, fazer anamnese, consulta 
clínica, fazer o processo de semiologia (que é olhar os sinais e sintomas) e 
solicitar exames laboratoriais para acompanhamento farmacoterapêutico.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 585/13.
“E, assim, passou-se a traçar um plano de cuidado para o paciente. A 
Resolução ainda deixa bem claro que isso deve ser realizado em ambiente 
privado, dentro de um consultório farmacêutico”, lembra Suaiden.
Já a Resolução 586/13 atribui ao farmacêutico o ato de fazer a prescrição. 
Essa é a prescrição de medicamentos isentos de prescrição (MIP), cujos 
medicamentos podem oferecer problemas, como hepatotoxicidade, entre 
outros.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 586/13.
Pós-graduação
é fundamental
A Resolução também habilita o farmacêutico a prescrever medicamentos 
dinamizados, que são as homeopatias, e medicamentos na farmácia de 
manipulação. 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
As carreiras básicas eram prioritárias e iguais, com isso o farmacêutico 
adquiria a notoriedade de ser um farmacêutico responsável pela atenção 
do paciente. Posteriormente, o farmacêutico saiu de cena e partiu para a 
área industrial, perdendo, lentamente, sua atuação clínica.
Os Estados Unidos e a Espanha se mantiveram nessa linha e acabaram 
reinaugurando a farmácia clínica e a exportando para o mundo.
 
“No Brasil, nós começamos a atuar de uma forma tardia. Isso só ocorreu 
depois da RDC 44, de 2009, que autorizava os farmacêuticos a verificar 
pressão arterial, fazer glicemia capilar, entre outros serviços. Esse foi o 
primórdio da nossa atenção farmacêutica em farmácia”, relata Suaiden.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 44, de 2009.
Em farmácia clínica, há a referência do professor Tarcísio Palhano, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que, ao lado de um grupo de 
professores da Universidade, foram aprender no nosso país vizinho, no 
Chile, os conceitos da farmácia clínica.
Segundo Suaiden, no Chile eles fizeram um curso que durou ummês e 
voltaram para o Brasil para implantar um Hospital Universitário do Rio 
Grande do Norte, mostrando, por meio de estudos de academia e de 
pesquisas, que o farmacêutico conseguiu melhorar, efetivamente, a adesão 
ao tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0044_17_08_2009.html
Novas
resoluções
Em 2013 o Conselho Federal de Farmácia promulgou a Resolução 585 que 
dispõe sobre as atribuições clínicas do farmacêutico, ou seja, o que o 
farmacêutico realmente pode fazer na parte clínica, que é monitorar o 
paciente, olhar interações medicamentosas, fazer anamnese, consulta 
clínica, fazer o processo de semiologia (que é olhar os sinais e sintomas) e 
solicitar exames laboratoriais para acompanhamento farmacoterapêutico.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 585/13.
“E, assim, passou-se a traçar um plano de cuidado para o paciente. A 
Resolução ainda deixa bem claro que isso deve ser realizado em ambiente 
privado, dentro de um consultório farmacêutico”, lembra Suaiden.
Já a Resolução 586/13 atribui ao farmacêutico o ato de fazer a prescrição. 
Essa é a prescrição de medicamentos isentos de prescrição (MIP), cujos 
medicamentos podem oferecer problemas, como hepatotoxicidade, entre 
outros.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 586/13.
Pós-graduação
é fundamental
A Resolução também habilita o farmacêutico a prescrever medicamentos 
dinamizados, que são as homeopatias, e medicamentos na farmácia de 
manipulação. 
As carreiras básicas eram prioritárias e iguais, com isso o farmacêutico 
adquiria a notoriedade de ser um farmacêutico responsável pela atenção 
do paciente. Posteriormente, o farmacêutico saiu de cena e partiu para a 
área industrial, perdendo, lentamente, sua atuação clínica.
Os Estados Unidos e a Espanha se mantiveram nessa linha e acabaram 
reinaugurando a farmácia clínica e a exportando para o mundo.
 
“No Brasil, nós começamos a atuar de uma forma tardia. Isso só ocorreu 
depois da RDC 44, de 2009, que autorizava os farmacêuticos a verificar 
pressão arterial, fazer glicemia capilar, entre outros serviços. Esse foi o 
primórdio da nossa atenção farmacêutica em farmácia”, relata Suaiden.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 44, de 2009.
Em farmácia clínica, há a referência do professor Tarcísio Palhano, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que, ao lado de um grupo de 
professores da Universidade, foram aprender no nosso país vizinho, no 
Chile, os conceitos da farmácia clínica.
Segundo Suaiden, no Chile eles fizeram um curso que durou um mês e 
voltaram para o Brasil para implantar um Hospital Universitário do Rio 
Grande do Norte, mostrando, por meio de estudos de academia e de 
pesquisas, que o farmacêutico conseguiu melhorar, efetivamente, a adesão 
ao tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Definição do 
conceito no Brasil
O termo atenção farmacêutica foi adotado e oficializado no Brasil a partir 
de discussões lideradas pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), 
OMS, Ministério da Saúde (MS), entre outros. Houve um encontro em que 
foi definido o conceito de atenção farmacêutica: “um modelo de prática 
farmacêutica, desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica. 
Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, 
compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, 
promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde”.
Para Rosa, é a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando a 
uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definidos e 
mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida.
Além do conceito de atenção farmacêutica, foram definidos, naquele 
mesmo encontro, os marcos componentes da prática profissional para o 
exercício da atenção farmacêutica, tais como: educação em saúde 
(promoção do uso racional de medicamentos), orientação farmacêutica, 
dispensação de medicamentos, atendimento farmacêutico, 
acompanhamento farmacoterapêutico e registro sistemático das 
atividades.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Novas
resoluções
Em 2013 o Conselho Federal de Farmácia promulgou a Resolução 585 que 
dispõe sobre as atribuições clínicas do farmacêutico, ou seja, o que o 
farmacêutico realmente pode fazer na parte clínica, que é monitorar o 
paciente, olhar interações medicamentosas, fazer anamnese, consulta 
clínica, fazer o processo de semiologia (que é olhar os sinais e sintomas) e 
solicitar exames laboratoriais para acompanhamento farmacoterapêutico.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 585/13.
“E, assim, passou-se a traçar um plano de cuidado para o paciente. A 
Resolução ainda deixa bem claro que isso deve ser realizado em ambiente 
privado, dentro de um consultório farmacêutico”, lembra Suaiden.
Já a Resolução 586/13 atribui ao farmacêutico o ato de fazer a prescrição. 
Essa é a prescrição de medicamentos isentos de prescrição (MIP), cujos 
medicamentos podem oferecer problemas, como hepatotoxicidade, entre 
outros.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 586/13.
Pós-graduação
é fundamental
A Resolução também habilita o farmacêutico a prescrever medicamentos 
dinamizados, que são as homeopatias, e medicamentos na farmácia de 
manipulação. 
As carreiras básicas eram prioritárias e iguais, com isso o farmacêutico 
adquiria a notoriedade de ser um farmacêutico responsável pela atenção 
do paciente. Posteriormente, o farmacêutico saiu de cena e partiu para a 
área industrial, perdendo, lentamente, sua atuação clínica.
Os Estados Unidos e a Espanha se mantiveram nessa linha e acabaram 
reinaugurando a farmácia clínica e a exportando para o mundo.
 
“No Brasil, nós começamos a atuar de uma forma tardia. Isso só ocorreu 
depois da RDC 44, de 2009, que autorizava os farmacêuticos a verificar 
pressão arterial, fazer glicemia capilar, entre outros serviços. Esse foi o 
primórdio da nossa atenção farmacêutica em farmácia”, relata Suaiden.
>>> Clique aqui para acessar a RDC 44, de 2009.
Em farmácia clínica, há a referência do professor Tarcísio Palhano, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que, ao lado de um grupo de 
professores da Universidade, foram aprender no nosso país vizinho, no 
Chile, os conceitos da farmácia clínica.
Segundo Suaiden, no Chile eles fizeram um curso que durou um mês e 
voltaram para o Brasil para implantar um Hospital Universitário do Rio 
Grande do Norte, mostrando, por meio de estudos de academia e de 
pesquisas, que o farmacêutico conseguiu melhorar, efetivamente, a adesão 
ao tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.
https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%c3%a7%c3%a3o586_13.pdf
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
“No entanto, o farmacêutico que tiver o curso de especialização em 
farmácia clínica pode homologar o diploma no Conselho Regional de 
Farmácia. Aí ele estará autorizado a fazer a prescrição de tarjados, 
entretanto, ele precisa do curso de pós-graduação”, explica Suaiden.
Para prescrever tarjados é preciso lançar mão de técnica. É necessário 
haver a doença preexistente e um acordo de cooperação entre a unidade 
de saúde e o farmacêutico. Isso só pode ser realizado em ambiente de 
saúde, como a UBS e o hospital.
“Muitas vezes a população vai até a UBS e lá não há médicos. Nesse caso, 
se o farmacêutico tiver o curso de especialização - a pós-graduação em 
farmácia clínica - ele estará apto a prescrever esses medicamentos 
tarjados”, diz Suaiden.
A história da farmácia é recente no mundo, e está em suas primeiras linhas 
no Brasil. Para conhecer mais profundamente a história recente e os 
conceitos da farmácia clínica, leia o artigo publicado por Mikel et al, em 
1975, denominado Quality of Pharmaceutical Care in Hospitals 
(traduzindo: Qualidade da Atenção Farmacêutica em Hospitais).
Os interessados podem assistir, ainda, a entrevista do dr. Tarcísio Palhano, 
concedidaao programa Farmacêutico Mais Saúde (assista aqui), e o 
documentário A Origem da Farmácia Clínica no Brasil (assista aqui), 
produzido pelo Conselho Federal de Farmácia. E por fim, eles podem ler as 
resoluções 585 e 586 do CFF.
https://www.youtube.com/watch?v=6n--bvdU7vQ
https://www.youtube.com/watch?v=E0cvGVu7i8I&t=304s
 
Por que 
eu preciso
 fazer 
a atenção
 farmacêutica
03capítulo
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
O conceito a seguir pode até chocar os profissionais que atuam em 
farmácias e drogarias: os farmacêuticos que trabalham em farmácias 
comunitárias - e não realizam a atenção farmacêutica - podem ser 
considerados meros balconistas com curso superior! 
É dolorido ler isso, mas, antes de criticar, vale um convite à reflexão: por 
que os pacientes precisam de um farmacêutico na farmácia? Será mesmo 
que os farmacêuticos são tão fundamentais e importantes nesse cenário 
competitivo, simplesmente fazendo a dispensação, como um funcionário 
comum? 
As críticas são: ser um farmacêutico dispensador é muito fácil. É preciso 
saber somente o alfabeto (A, B, C, D...), pois os medicamentos ficam, na 
maioria, em ordem alfabética na farmácia.
Além disso, o farmacêutico dispensador se limita a dizer, somente: “Gotas 
ou comprimidos?” “Estamos em promoção. Quer levar duas caixinhas?” 
“Pode pagar no caixa”. Mas....os farmacêuticos se formaram em Farmácia 
para isso? 
O farmacêutico que atua na farmácia comunitária tem, em suas atividades, 
obrigações que vão muito além do mero registro no Sistema Nacional de 
Produtos Controlados (SNGPC). 
Por ter uma posição privilegiada frente ao paciente, o farmacêutico 
comunitário tem, por dever, também, trabalhar no seguimento terapêutico 
de seus pacientes, na administração de medicamentos, na determinação 
Olhar 
clínico
No entanto, a população está carente do farmacêutico com o olhar mais 
clínico. Esse processo poderia ser resolvido, simplesmente, com algumas 
perguntas de dispensação ativa: Para quem é esse medicamento? É para 
você mesmo essa dipirona? Já a utilizou alguma vez? Sabe para que ela 
serve? Sabe como tomá-la? 
Dessa forma, ali mesmo, no balcão da farmácia, já seria possível trazer esse 
paciente para perto. Vale ressaltar que essa população está carente das 
informações do farmacêutico, no entanto, a população nem sabe disso.
“É preciso mostrar para a população esse ambiente clínico, porque ela tem 
poucos acessos a médicos no País”, destaca Suaiden. A população está 
envelhecendo e sabe-se que, dos pacientes hipertensos, com diabetes e 
com dislipidemia, 75% não têm uma adesão efetiva ao tratamento. Isso 
acarreta enormes problemas de saúde.
de parâmetros bioquímicos e fisiológicos, na identificação de pessoas em 
risco, na rastreabilidade em saúde e na promoção do uso racional de 
medicamentos.
 
Farmacêutico 
dispensador
De acordo com Suaiden, depois do avanço das resoluções, muitos 
farmacêuticos, com pós-graduações na área, almejam ser o farmacêutico 
clínico, só que eles acabam esbarrando no conceito do farmacêutico 
dispensador, que olha mais para o medicamento e para o comércio. 
Esse farmacêutico sabe onde está cada produto, se a prateleira está limpa 
ou não, se o programa SNGPC está funcionando bem, e toda a burocracia 
do processo. “Com isso, ele vai deixando de lado a clínica, que é olhar para 
o paciente, solicitar exames laboratoriais, fazer uma anamnese etc.”, fala 
Suaiden.
Nesse contexto do dispensador, a pergunta que não quer calar: Será que, 
realmente, é preciso um farmacêutico? Ao analisar pelo lado comercial, 
dificilmente o farmacêutico faz algum serviço nesse sentido. “O 
farmacêutico dispensa a receita de dipirona e o cliente efetua o pagamento 
no caixa. O farmacêutico não fez a atenção farmacêutica, nem uma simples 
abordagem mais efetiva, o que nós chamamos de dispensação ativa”, 
exemplifica Suaiden.
O conceito a seguir pode até chocar os profissionais que atuam em 
farmácias e drogarias: os farmacêuticos que trabalham em farmácias 
comunitárias - e não realizam a atenção farmacêutica - podem ser 
considerados meros balconistas com curso superior! 
É dolorido ler isso, mas, antes de criticar, vale um convite à reflexão: por 
que os pacientes precisam de um farmacêutico na farmácia? Será mesmo 
que os farmacêuticos são tão fundamentais e importantes nesse cenário 
competitivo, simplesmente fazendo a dispensação, como um funcionário 
comum? 
As críticas são: ser um farmacêutico dispensador é muito fácil. É preciso 
saber somente o alfabeto (A, B, C, D...), pois os medicamentos ficam, na 
maioria, em ordem alfabética na farmácia.
Além disso, o farmacêutico dispensador se limita a dizer, somente: “Gotas 
ou comprimidos?” “Estamos em promoção. Quer levar duas caixinhas?” 
“Pode pagar no caixa”. Mas....os farmacêuticos se formaram em Farmácia 
para isso? 
O farmacêutico que atua na farmácia comunitária tem, em suas atividades, 
obrigações que vão muito além do mero registro no Sistema Nacional de 
Produtos Controlados (SNGPC). 
Por ter uma posição privilegiada frente ao paciente, o farmacêutico 
comunitário tem, por dever, também, trabalhar no seguimento terapêutico 
de seus pacientes, na administração de medicamentos, na determinação 
Olhar 
clínico
No entanto, a população está carente do farmacêutico com o olhar mais 
clínico. Esse processo poderia ser resolvido, simplesmente, com algumas 
perguntas de dispensação ativa: Para quem é esse medicamento? É para 
você mesmo essa dipirona? Já a utilizou alguma vez? Sabe para que ela 
serve? Sabe como tomá-la? 
Dessa forma, ali mesmo, no balcão da farmácia, já seria possível trazer esse 
paciente para perto. Vale ressaltar que essa população está carente das 
informações do farmacêutico, no entanto, a população nem sabe disso.
“É preciso mostrar para a população esse ambiente clínico, porque ela tem 
poucos acessos a médicos no País”, destaca Suaiden. A população está 
envelhecendo e sabe-se que, dos pacientes hipertensos, com diabetes e 
com dislipidemia, 75% não têm uma adesão efetiva ao tratamento. Isso 
acarreta enormes problemas de saúde.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
de parâmetros bioquímicos e fisiológicos, na identificação de pessoas em 
risco, na rastreabilidade em saúde e na promoção do uso racional de 
medicamentos.
 
Farmacêutico 
dispensador
De acordo com Suaiden, depois do avanço das resoluções, muitos 
farmacêuticos, com pós-graduações na área, almejam ser o farmacêutico 
clínico, só que eles acabam esbarrando no conceito do farmacêutico 
dispensador, que olha mais para o medicamento e para o comércio. 
Esse farmacêutico sabe onde está cada produto, se a prateleira está limpa 
ou não, se o programa SNGPC está funcionando bem, e toda a burocracia 
do processo. “Com isso, ele vai deixando de lado a clínica, que é olhar para 
o paciente, solicitar exames laboratoriais, fazer uma anamnese etc.”, fala 
Suaiden.
Nesse contexto do dispensador, a pergunta que não quer calar: Será que, 
realmente, é preciso um farmacêutico? Ao analisar pelo lado comercial, 
dificilmente o farmacêutico faz algum serviço nesse sentido. “O 
farmacêutico dispensa a receita de dipirona e o cliente efetua o pagamento 
no caixa. O farmacêutico não fez a atenção farmacêutica, nem uma simples 
abordagem mais efetiva, o que nós chamamos de dispensação ativa”, 
exemplifica Suaiden.
O conceito a seguir pode até chocar os profissionais que atuam em 
farmácias e drogarias: os farmacêuticos que trabalham em farmácias 
comunitárias - e não realizam a atenção farmacêutica - podem ser 
considerados meros balconistas com curso superior! 
É dolorido ler isso, mas, antes de criticar, vale um convite à reflexão: por 
que os pacientes precisam de um farmacêutico na farmácia? Será mesmo 
que os farmacêuticos são tão fundamentais e importantes nesse cenário 
competitivo, simplesmente fazendo a dispensação, como um funcionário 
comum? 
As críticas são: ser um farmacêutico dispensador é muito fácil.É preciso 
saber somente o alfabeto (A, B, C, D...), pois os medicamentos ficam, na 
maioria, em ordem alfabética na farmácia.
Além disso, o farmacêutico dispensador se limita a dizer, somente: “Gotas 
ou comprimidos?” “Estamos em promoção. Quer levar duas caixinhas?” 
“Pode pagar no caixa”. Mas....os farmacêuticos se formaram em Farmácia 
para isso? 
O farmacêutico que atua na farmácia comunitária tem, em suas atividades, 
obrigações que vão muito além do mero registro no Sistema Nacional de 
Produtos Controlados (SNGPC). 
Por ter uma posição privilegiada frente ao paciente, o farmacêutico 
comunitário tem, por dever, também, trabalhar no seguimento terapêutico 
de seus pacientes, na administração de medicamentos, na determinação 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Olhar 
clínico
No entanto, a população está carente do farmacêutico com o olhar mais 
clínico. Esse processo poderia ser resolvido, simplesmente, com algumas 
perguntas de dispensação ativa: Para quem é esse medicamento? É para 
você mesmo essa dipirona? Já a utilizou alguma vez? Sabe para que ela 
serve? Sabe como tomá-la? 
Dessa forma, ali mesmo, no balcão da farmácia, já seria possível trazer esse 
paciente para perto. Vale ressaltar que essa população está carente das 
informações do farmacêutico, no entanto, a população nem sabe disso.
“É preciso mostrar para a população esse ambiente clínico, porque ela tem 
poucos acessos a médicos no País”, destaca Suaiden. A população está 
envelhecendo e sabe-se que, dos pacientes hipertensos, com diabetes e 
com dislipidemia, 75% não têm uma adesão efetiva ao tratamento. Isso 
acarreta enormes problemas de saúde.
de parâmetros bioquímicos e fisiológicos, na identificação de pessoas em 
risco, na rastreabilidade em saúde e na promoção do uso racional de 
medicamentos.
 
Farmacêutico 
dispensador
De acordo com Suaiden, depois do avanço das resoluções, muitos 
farmacêuticos, com pós-graduações na área, almejam ser o farmacêutico 
clínico, só que eles acabam esbarrando no conceito do farmacêutico 
dispensador, que olha mais para o medicamento e para o comércio. 
Esse farmacêutico sabe onde está cada produto, se a prateleira está limpa 
ou não, se o programa SNGPC está funcionando bem, e toda a burocracia 
do processo. “Com isso, ele vai deixando de lado a clínica, que é olhar para 
o paciente, solicitar exames laboratoriais, fazer uma anamnese etc.”, fala 
Suaiden.
Nesse contexto do dispensador, a pergunta que não quer calar: Será que, 
realmente, é preciso um farmacêutico? Ao analisar pelo lado comercial, 
dificilmente o farmacêutico faz algum serviço nesse sentido. “O 
farmacêutico dispensa a receita de dipirona e o cliente efetua o pagamento 
no caixa. O farmacêutico não fez a atenção farmacêutica, nem uma simples 
abordagem mais efetiva, o que nós chamamos de dispensação ativa”, 
exemplifica Suaiden.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
O farmacêutico, por ser o profissional de saúde mais acessível, e o primeiro 
da linha de frente, consegue monitorar esse paciente de forma efetiva, 
sendo um braço da atenção primária de saúde do Estado, do Município e 
do País.
Apesar de ser o profissional de saúde mais acessível, o farmacêutico 
comunitário não é visível para a população. Pesquisa do ICTQ, realizada em 
2012, em parceria com o Datafolha, aponta que o balconista é reconhecido 
por 80% dos consumidores de farmácia. Enquanto que o farmacêutico é 
reconhecido por apenas 46% dos pacientes no estabelecimento.
 
Balconista 
é reconhecido por 
80% dos consumidores 
de farmácia
Farmacêutico
é reconhecido por 
46% dos consumidores 
de farmácia
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
“Para a população em geral, todos os que trabalham dentro de uma 
farmácia são farmacêuticos. Então, nós precisamos empoderar esse 
método clínico e apresentar esse serviço para a população. Com isso, o 
farmacêutico só tem a ganhar”, defende Suaiden.
Ele é um profissional de saúde que ajuda muito na função primária na 
rastreabilidade da doença, e deve explicar isso para a população, 
abordando a patologia que está acometendo o paciente e, se necessário, 
fazendo seu encaminhamento.
Uso incorreto
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 50% da população 
utilizam medicamentos de forma incorreta e que até 75% dos antibióticos 
são prescritos de forma inadequada. Além disso, os erros na utilização de 
medicamentos são a segunda maior causa de intoxicação e de custos por 
problemas de saúde.
A maioria das complicações com medicamentos poderia ser evitada, já que 
entre 70% a 80% são previsíveis e passíveis de prevenção. As reações 
adversas aos medicamentos matam mais que o HIV, homicídios e acidentes 
automobilísticos. Diante dessas estatísticas, é fácil compreender a 
importância de ser um profissional que faz a atenção farmacêutica nas 
farmácias comunitárias.
Diante disso, o farmacêutico poderia contribuir, por exemplo, orientando 
sobre as interações medicamentosas, ajudando na adesão ao tratamento e 
explicando sobre os efeitos do medicamento, entre outros, o que leva ao 
uso racional de medicamentos.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
No caso dos medicamentos de alto custo (que, muitas vezes, dificultam 
aadesão ao tratamento), o farmacêutico poderia falar com o prescritor, 
sugerindo uma classe farmacológica que substituiria o medicamento, 
porém, com preço mais acessível para o paciente.
“Com relação ao uso incorreto de medicamentos, eu sempre dou o 
exemplo dos dispositivos inalatórios. Dificilmente o farmacêutico escreve 
ou explica para o paciente como utilizar o dispositivo inalatório, que 
necessita de uma técnica a ser empregada”, fala Suaiden, que 
complementa, dizendo que é preciso estar em pé e, após a utilização, 
deve-se fazer um enxaguatório bucal para evitar a candidíase oral e a 
retração de gengiva. “O paciente acaba não sabendo como utilizar esses 
medicamentos. É função do farmacêutico oferecer essa explicação”.
Zona de conforto
Já deu para perceber que o profissional precisa sair da zona de conforto da 
mera dispensação e passar a contribuir muito mais com a saúde da 
população por meio da atenção farmacêutica. Mas, como fazer isso?
Para Rosa, a saída da mera dispensação para a realização de atenção 
farmacêutica leva tempo e demanda esforço. É fundamental aplicar os 
conhecimentos adquiridos nos pacientes: “Há uma frase que gosto muito: 
boas coisas acontecem para quem espera. As melhores coisas acontecem 
para quem se levanta e faz. Vamos arregaçar as mangas e fazer atenção 
farmacêutica agora? Então, vamos aprender os métodos!”, convida ele.
 Os 
métodos
 da atenção
 farmacêutica
04capítulo
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Neste capítulo o leitor irá conhecer os métodos para atenção farmacêutica 
desenvolvidos por pesquisadores da Universidade de Minessota, nos 
Estados Unidos; e pelo Grupo de Atención Farmacéutica, da Universidade 
de Granada, na Espanha. 
Mas, antes, é imprescindível o farmacêutico partir para algumas reflexões: 
você tem ciência do que é e para que serve um método? Métodos de 
avaliação clínica são considerados de atenção farmacêutica? Como aplicar 
os métodos de Granada e de Minessota?
Segundo Massao, a ciência é o método para começar. A medicina e as 
ciências não vivem dos seus resultados, vivem dos seus métodos. Criar um 
método de uma profissão, de um procedimento, é ser científico. 
“Então, é preciso ter ciência para criar um método de atenção farmacêutica 
resolutivo, baseado em evidências, comprovado. Não há dúvida de que o 
método é a base científica da nossa profissão. Se nós não tivermos método, 
nós não somos uma profissão de ensino superior”, fala Massao.
Para ele, a ciência é o método. Ao realizar algo científico, realiza-se algo 
com método. Então, é óbvio que qualquer ciência farmacêutica sem 
método é pseudociência. A farmácia precisa encontrar esse método 
baseado em ciência, comprovado e reprodutívelpara que se atinja um nível 
elevado de metodologia para toda a classe. É preciso projetar isso na classe 
como se fosse algo inerente à profissão farmacêutica: a metodologia.
 
Suaiden afirma que há muitos métodos para trabalhar com farmácia clínica 
ou atenção farmacêutica, o que acaba confundindo os farmacêuticos. 
“São os dois grandes métodos que nós temos. Ambos são sinônimos, são 
similares, que são para olhar os problemas relacionados ao medicamento 
do paciente”, preconiza Suaiden.
Com eles, será possível detectar que determinado medicamento está 
causando tosse, porque é um efeito adverso desse medicamento. Qual é a 
sugestão do farmacêutico? Provavelmente, ele irá fazer a indicação para 
substituir, modificar a posologia ou trocar por outro fármaco, de outra 
classe terapêutica. Essa é a função do método de atenção farmacêutica. 
Avaliação 
clínica
“É importante reforçar: existem métodos de avaliação clínica que são 
diferentes daqueles de atenção farmacêutica. Mas, ambos podem ser 
usados na atenção dada ao paciente”, acredita Rosa.
Esse método é utilizado por todos os profissionais de saúde, no entanto, 
existe um método chamado de atenção farmacêutica.
 
“O método de atenção farmacêutica serve para dar o seguimento 
farmacoterapêutico ao paciente e detectar se ele tem problemas 
relacionados ao medicamento”, ressalta Suaiden
Assim, se é o paciente é polimedicado, e utiliza mais que cinco 
medicamentos, é possível que aquela dor de garganta, ou aquela dor no 
estômago, seja consequência das reações adversas desses medicamentos.
No caso, o que é preciso fazer? Um método de atenção farmacêutica que 
vai avaliar se esse medicamento que o paciente está tomando é necessário, 
é seguro e é efetivo.
Ferramentas do
método clínico
Para isso, serão necessárias algumas ferramentas do método clínico, mas 
com intuito de olhar a farmacoterapia. O objetivo não é mais o paciente, é 
a farmacoterapia dele. 
E, para a atenção farmacêutica, há dois métodos. Um deles é o PWDT 
(Pharmacist’s Workup of Drug Therapy, ou Estudo Farmacêutico da Terapia 
Farmacológica), que foi desenvolvido pelo grupo de Minnesota. Há, ainda, 
o método Dáder, desenvolvido pela Universidade de Granada, pela 
professora Maria José Faus Dáder.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Método SOAP
Há, por exemplo, métodos clínicos como o SOAP (acrônimo para Subjetivo 
/ Objetivo / Avaliação / Plano). É um método utilizado pelo farmacêutico e 
por outros profissionais de saúde para fazer uma anamnese diante do 
histórico alimentar, históricos patológicos pregressos e todas as 
informações do paciente, que vão dar um desfecho de uma hipótese 
diagnóstica. 
Se o paciente chegar à farmácia com um problema de saúde autolimitado, 
por exemplo, uma dor de garganta, o farmacêutico pode utilizar este 
método clínico SOAP, quando irá pesquisar o que o paciente comeu nos 
últimos tempos, como está a dor, período da existência daquela dor, se teve
vômito, se teve dor de cabeça etc.
Essas perguntas servirão para fechar o diagnóstico e, no final, ele irá fazer 
uma prescrição farmacológica ou não. 
“São os dois grandes métodos que nós temos. Ambos são sinônimos, são 
similares, que são para olhar os problemas relacionados ao medicamento 
do paciente”, preconiza Suaiden.
Com eles, será possível detectar que determinado medicamento está 
causando tosse, porque é um efeito adverso desse medicamento. Qual é a 
sugestão do farmacêutico? Provavelmente, ele irá fazer a indicação para 
substituir, modificar a posologia ou trocar por outro fármaco, de outra 
classe terapêutica. Essa é a função do método de atenção farmacêutica. 
Avaliação 
clínica
“É importante reforçar: existem métodos de avaliação clínica que são 
diferentes daqueles de atenção farmacêutica. Mas, ambos podem ser 
usados na atenção dada ao paciente”, acredita Rosa.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Esse método é utilizado por todos os profissionais de saúde, no entanto, 
existe um método chamado de atenção farmacêutica.
 
“O método de atenção farmacêutica serve para dar o seguimento 
farmacoterapêutico ao paciente e detectar se ele tem problemas 
relacionados ao medicamento”, ressalta Suaiden
Assim, se é o paciente é polimedicado, e utiliza mais que cinco 
medicamentos, é possível que aquela dor de garganta, ou aquela dor no 
estômago, seja consequência das reações adversas desses medicamentos.
No caso, o que é preciso fazer? Um método de atenção farmacêutica que 
vai avaliar se esse medicamento que o paciente está tomando é necessário, 
é seguro e é efetivo.
Ferramentas do
método clínico
Para isso, serão necessárias algumas ferramentas do método clínico, mas 
com intuito de olhar a farmacoterapia. O objetivo não é mais o paciente, é 
a farmacoterapia dele. 
E, para a atenção farmacêutica, há dois métodos. Um deles é o PWDT 
(Pharmacist’s Workup of Drug Therapy, ou Estudo Farmacêutico da Terapia 
Farmacológica), que foi desenvolvido pelo grupo de Minnesota. Há, ainda, 
o método Dáder, desenvolvido pela Universidade de Granada, pela 
professora Maria José Faus Dáder.
Método SOAP
Há, por exemplo, métodos clínicos como o SOAP (acrônimo para Subjetivo 
/ Objetivo / Avaliação / Plano). É um método utilizado pelo farmacêutico e 
por outros profissionais de saúde para fazer uma anamnese diante do 
histórico alimentar, históricos patológicos pregressos e todas as 
informações do paciente, que vão dar um desfecho de uma hipótese 
diagnóstica. 
Se o paciente chegar à farmácia com um problema de saúde autolimitado, 
por exemplo, uma dor de garganta, o farmacêutico pode utilizar este 
método clínico SOAP, quando irá pesquisar o que o paciente comeu nos 
últimos tempos, como está a dor, período da existência daquela dor, se teve
vômito, se teve dor de cabeça etc.
Essas perguntas servirão para fechar o diagnóstico e, no final, ele irá fazer 
uma prescrição farmacológica ou não. 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
“São os dois grandes métodos que nós temos. Ambos são sinônimos, são 
similares, que são para olhar os problemas relacionados ao medicamento 
do paciente”, preconiza Suaiden.
Com eles, será possível detectar que determinado medicamento está 
causando tosse, porque é um efeito adverso desse medicamento. Qual é a 
sugestão do farmacêutico? Provavelmente, ele irá fazer a indicação para 
substituir, modificar a posologia ou trocar por outro fármaco, de outra 
classe terapêutica. Essa é a função do método de atenção farmacêutica. 
Avaliação 
clínica
“É importante reforçar: existem métodos de avaliação clínica que são 
diferentes daqueles de atenção farmacêutica. Mas, ambos podem ser 
usados na atenção dada ao paciente”, acredita Rosa.
Esse método é utilizado por todos os profissionais de saúde, no entanto, 
existe um método chamado de atenção farmacêutica.
 
“O método de atenção farmacêutica serve para dar o seguimento 
farmacoterapêutico ao paciente e detectar se ele tem problemas 
relacionados ao medicamento”, ressalta Suaiden
Assim, se é o paciente é polimedicado, e utiliza mais que cinco 
medicamentos, é possível que aquela dor de garganta, ou aquela dor no 
estômago, seja consequência das reações adversas desses medicamentos.
No caso, o que é preciso fazer? Um método de atenção farmacêutica que 
vai avaliar se esse medicamento que o paciente está tomando é necessário, 
é seguro e é efetivo.
Ferramentas do
método clínico
Para isso, serão necessárias algumas ferramentas do método clínico, mas 
com intuito de olhar a farmacoterapia. O objetivo não é mais o paciente, é 
a farmacoterapia dele. 
E, para a atenção farmacêutica, há dois métodos. Um deles é o PWDT 
(Pharmacist’s Workup of Drug Therapy, ou Estudo Farmacêutico da Terapia 
Farmacológica), que foi desenvolvido pelo grupo de Minnesota. Há, ainda, 
o método Dáder, desenvolvido pela Universidade de Granada, pela 
professora Maria José Faus Dáder.
Método SOAP
Há, por exemplo, métodos clínicos como o SOAP (acrônimo para Subjetivo 
/ Objetivo /Avaliação / Plano). É um método utilizado pelo farmacêutico e 
por outros profissionais de saúde para fazer uma anamnese diante do 
histórico alimentar, históricos patológicos pregressos e todas as 
informações do paciente, que vão dar um desfecho de uma hipótese 
diagnóstica. 
Se o paciente chegar à farmácia com um problema de saúde autolimitado, 
por exemplo, uma dor de garganta, o farmacêutico pode utilizar este 
método clínico SOAP, quando irá pesquisar o que o paciente comeu nos 
últimos tempos, como está a dor, período da existência daquela dor, se teve
vômito, se teve dor de cabeça etc.
Essas perguntas servirão para fechar o diagnóstico e, no final, ele irá fazer 
uma prescrição farmacológica ou não. 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
Alguns especialistas defendem o uso do método de avaliação clínica 
adaptado para o atendimento clínico farmacêutico, porque esse método é 
universal entre os diferentes profissionais de saúde em todos os países.
Massao entende que as profissões clínicas no Brasil utilizam o método 
clínico SOAP, às vezes adaptado, mas que derivam do método SOAP. O 
paciente tem dados objetivos de saúde, que podem ser mensurados, 
anotados, aferidos e acompanhados, como os do exame físico do paciente.
Há, também, dados subjetivos, reclamações e queixas que o paciente vai 
relatando e que, a partir desses relatos, fornecem a condição clínica dele. 
Por exemplo, o paciente refere dor, mas a dor tem dados objetivos como 
localização e intensidade. Entretanto, pode haver dados subjetivos, como 
dor incapacitante e excruciante.
De posse desse conjunto de dados, o farmacêutico associa informações do 
histórico médico pregresso do paciente, quer dizer, qual é a história clínica 
dele, as doenças que ele tem, as medicações que toma, os procedimentos 
pelos quais já passou e o histórico familiar.
“Com isso, nós conseguimos rastrear, dentro da família, a possibilidade de 
transferência de sinais e sintomas, questões relacionadas a hábitos 
intrafamiliares (ou infecções que passam de um para o outro) e os hábitos 
sociais da pessoa: hábitos de saúde vinculados à dieta, atividade física, 
fumo, tabagismo e etilismo. Com esses dados nós temos uma hipótese 
junto com o exame físico que fazemos do paciente”, ensina Massao.
Então, já que a medicina, a enfermagem e a nutrição costumam utilizar de 
técnicas derivadas da SOAP - com dados objetivos e subjetivos para fazer 
uma análise diagnóstica situacional - nada mais justo do que o 
farmacêutico agir da mesma forma.
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Prontuário 
é do paciente
Vale lembrar que tudo deve ser anotado, já que o prontuário é do paciente, 
e deve acompanhá-lo. O prontuário é do paciente, não é do farmacêutico, 
do fisioterapeuta ou do médico. 
“Certa vez eu trabalhei numa clínica-escola vinculada à universidade e ao 
SUS, e o prontuário era único, o prontuário era do paciente. Eu me adaptei 
a utilizar o SOAP, e ele é extremamente produtivo na atividade 
multidisciplinar. O farmacêutico vai ser um ente multiprofissional, então, 
para mim, a maneira mais viável é utilizar um método que está em curso, 
um método que outras profissões já utilizam, como o SOAP”, destaca 
Massao.
Ele afirma que se adaptou a esse método pela própria prática clínica, já que 
é usado de maneira diferente nos lugares: em um é eletrônico, em outro é 
físico. Eles sempre têm, basicamente, as mesmas características de coleta 
de dados objetivos e subjetivos, numa situação diagnóstica final, um plano 
de cuidados. 
É uma técnica bem mais enxuta, simples e fácil de ser seguida. “Eu não 
costumo ser revolucionário nessas questões. Quando eu comecei a 
atividade clínica eu procurei me adaptar àquilo que o SUS já tinha, que é o 
SOAP”, relembra Massao.
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Método 
universal
O SOAP é um método universal, é um método em que você coleta dados do 
paciente e a sigla dele não é um acaso, tem um significado: 
O SOAP tem natureza universal. Não que o Dáder e o Minnesota não 
contenham ingredientes universais. É que o Dáder e o Minnesota são mais 
complexos e tem características de treinamento de profissionais. Para 
aqueles que já são profissionais, o SOAP é mais livre das amarras de um 
treinamento
S
O
A
P
representa Subjetividade das perguntas 
que se realiza ao paciente;
representa a Objetividade da entrevista 
realizada em uma anamnese;
representa a Avaliação, que deve ser feita 
mediante as respostas obtidas nas perguntas 
objetivas e subjetivas da anamnese;
representa o Plano que o farmacêutico irá traçar 
a partir da avaliação, objetivando a melhor conduta 
e a qualidade de vida do paciente.
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Habilidades 
necessárias
Existe um passo para a aplicação desse método! Segundo Massao, na fase 
subjetiva, o farmacêutico irá utilizar como ferramenta um formulário de 
identificação do paciente, histórico familiar do paciente, a queixa principal 
para a qual o paciente busca a consulta farmacêutica e a história da doença 
atual. Nessa fase exige-se do farmacêutico boa capacidade de 
comunicação.
Na segunda fase, chamada de objetiva, o farmacêutico irá utilizar 
ferramentas para observar sinais do paciente, tais como exames 
complementares e verificação de padrões fisiológicos e bioquímicos. Nessa 
fase exige-se do farmacêutico habilidades e conhecimentos clínicos.
Na próxima fase acontece a avaliação - ponto polêmico na atenção 
farmacêutica, já que o diagnóstico não é assumido pelo farmacêutico na 
prática clinica. No entanto, como resultado da anamnese realizada pelo 
farmacêutico, querendo ou não, chega-se a uma hipótese diagnóstica. Aqui 
as capacidades exigidas são a de síntese e do raciocínio clínico.
Por fim, a quarta e última fase leva à planificação da conduta farmacêutica. 
Nesse ponto, o profissional toma a decisão de prescrever ou não um 
medicamento, um encaminhamento ou uma terapia não medicamentosa.
 
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Entrevista clínica
Segundo Massao, o subjetivo é a anamnese, a entrevista clínica.
Não existe nenhuma descrição que seja uma arte clínica, uma habilidade 
clínica. Existe uma disciplina de anamnese com conteúdo científico para 
dar os conceitos e o treinamento em anamnese a um profissional de saúde.
Há universidades que têm clínicas de simulação de atendimento, com um 
ator que funciona como paciente de salas clínicas, gravadas em um 
ambiente controlado, em que ele simula uma série de sintomas e sinais e 
leva uma narrativa de uma doença. 
Nessa fase subjetiva, o ator/paciente fica na frente do farmacêutico, que 
deve permitir, com uma série de técnicas, que ele se sinta confortável em 
lhe dizer qual sua queixa, ou seja, a parte subjetiva do seu problema de 
saúde. Isso é um arcabouço científico.
Na sequência, os dados objetivos. De acordo com Massao, há algo mais 
técnico, já que existem procedimentos operacionais padrão para avaliar o 
fígado, intestino, estômago, postura etc.
Normalmente, são aplicadas uma série de técnicas já conceituadas no 
exame físico. “Inicialmente fazemos apenas uma inspeção, depois 
podemos fazer uma palpação, percussão, aferição. Já existem técnicas 
padronizadas dentro de um arcabouço muito antigo científico para isso, e 
não foi a farmácia que as criou. Isso já passou por amplas discussões em 
profissões clínicas anteriores a nossa”, pondera ele.
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Já a fase de avaliação é própria do farmacêutico. “Nós criamos os 
problemas relacionados aos medicamentos, a ideia de que há um 
transtorno menor, quais são as interfaces com os maiores, 
acompanhamento farmacoterapêutico e o plano de cuidados”, ressalta 
Massao.
Vamos prescrever? Quais medicamentos podemos prescrever? Vamos 
fazer o acompanhamento farmacoterapêutico? Como isso deve ser feito? 
Isso não é um procedimento de poucas linhas. Isso é uma formação clínica. 
A medicina faz uma residênciapara entender isso. São três anos, no 
mínimo, para ser clínico geral.
Foco são 
os PRMs
Além do método clínico SOAP, existem métodos focados exclusivamente na 
atenção farmacêutica. Esses métodos, diferentemente do SOAP, têm como 
objetivo principal avaliar o seguimento farmacoterapêutico, ou seja, o foco 
é olhar para os problemas relacionados aos medicamentos (PRMs).
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Para esse método de atenção farmacêutica o paciente tem que estar 
agendado, com horário estipulado. “Nós vamos pedir para esse paciente 
trazer a sacolinha de medicamentos, todos os exames dele e todas as 
prescrições recebidas”, fala Suaiden.
No dia agendado, será feito um estado de situação. É preciso verificar o 
medicamento, a receita, se o médico prescreveu de forma correta e se ele 
está tomando de forma correta como o médico prescreveu. É necessário 
avaliar se os exames estão de acordo com a farmacoterapia, se ele tá 
tomando os medicamentos para diabetes, se a glicemia está baixa, enfim, a 
farmacoterapia como um todo.
“Nós não podemos confundir o método de atenção farmacêutica com os 
clínicos. É de fundamental importância saber utilizar os métodos de 
atenção farmacêutica. Várias mortes e intoxicações acontecem por 
problemas relacionados a medicamentos”, alerta Suaiden.
O principal método de atenção farmacêutica utilizado no Brasil é o Dáder, 
que foi desenvolvido em 1999, pelo grupo de investigação de atenção 
farmacêutica, da Universidade de Granada, na Espanha.
Esse método já está em sua 3ª edição, e é uma ferramenta útil, como forma 
de procedimento operativo, permitindo que o farmacêutico siga normas 
claras e simples para a realização do seguimento farmacoterapêutico (SFT), 
de forma sistematizada. O método é autoexplicativo e se pode baixá-lo nas 
plataformas digitais para poder acompanhar os seus estudos.
Seguimento 
farmacoterapêutico
O método Dáder serve para fazer o seguimento farmacoterapêutico, e é o 
suprassumo da profissão farmacêutica. Para Suaiden, o farmacêutico é o 
único profissional que utiliza o método Dáder, que é próprio para ele. 
“Lá, eu vou fazer o estado de situação do paciente. Com a pré-entrevista eu 
vou pesquisar qual é a patologia dele, desde quando que ele tem essa 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
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patologia, desde quando ela está sendo tratada, quais são os 
medicamentos que ele utiliza, e de que forma esses medicamentos devem 
ser usados (quantos comprimidos, em quais horários etc.)”, lembra ele.
Dessa forma, podem-se avaliar também todos os parâmetros desse 
paciente, como pressão arterial, glicemia, colesterol, triglicérides etc. 
Checar 
os PRMs
 
É o momento de checar se o paciente tem algum problema com o 
medicamento, se sente algum desconforto ao tomar, como cansaço ou 
tosse, entre outros sintomas.
Essa série de perguntas, esse passo a passo, vai mostrar qual o problema 
relacionado ao medicamento que esse paciente possui. Pode até ser que o 
paciente esteja tomando um medicamento que não é necessário, por 
exemplo, um medicamento para hipertensão cujo paciente apresenta 
pressão arterial de 110 mmHg por 70 mmHg. Então, esse medicamento 
não é necessário, e o farmacêutico consegue fazer uma intervenção.
Pode ser, ainda, que o medicamento que a pessoa está utilizando não seja 
seguro. “O paciente está tomando um medicamento cardiotônico e vem 
tendo muito espasmo muscular e visão turva, então, por meio do método 
Dáder, eu consigo avaliar que esse medicamento não é seguro, para poder 
fazer a intervenção”, exemplifica Suaiden.
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
É possível avaliar, também, se esse item é efetivo. O paciente está tomando 
um medicamento para diabetes, mas aquela dosagem não é efetiva e não 
melhorou sua qualidade de vida. Se não melhorou, não é a glicemia, então, 
o farmacêutico também pode fazer a intervenção. 
Assim, o profissional vai fazendo o passo a passo desse método até chegar 
à intervenção farmacêutica, que pode ser o ajuste de dose, a retirada do 
medicamento, a substituição por outra classe farmacológica, o acréscimo 
de outra classe farmacológica ou, mesmo, trabalhar com a hipótese de 
terapia não farmacológica, além de encaminhar esse paciente para um 
profissional de saúde, como o médico. 
Melhoria da 
qualidade de vida
O objetivo do método Dáder é melhorar a qualidade de vida dos pacientes 
e avaliar os PRMs. Esse método acontece de forma cíclica.
Outro foco do método Dáder são os pacientes que utilizam polimedicação. 
Se a pessoa já está tomando três, quatro, cinco medicamentos por dia, seja 
por uso crônico ou por uso indevido (como é o caso de antigripais nos 
polimedicados, que acabam introduzindo mais um medicamento na sua 
lista), ela acaba tendo algum efeito colateral ou reação adversa. Assim, o 
método Dáder se enquadra muito bem ao perfil dos polimedicados.
“Para o paciente que utiliza uma única farmacoterapia não é necessário se 
fazer o método Dáder, até porque é extremamente extenso o processo de 
avaliar como está essa farmacoterapia, se ela está sendo necessária, 
segura, efetiva e se está provocando uma interação medicamentosa”, alerta 
Suaiden.
Ciclos
A primeira fase do ciclo é a oferta do serviço de atenção farmacêutica ao 
paciente, pedindo para que ele traga, no dia agendado, todos os 
medicamentos, exames laboratoriais anteriores e prescrições. 
A segunda fase do ciclo é chamada de primeira entrevista. Aqui o 
farmacêutico irá, inicialmente, pedir para que o paciente assine um termo 
de consentimento, que deve ser elaborado em linguagem acessível e de 
fácil compreensão, cuja função é deixar claro ao paciente sobre sua 
participação na consulta farmacêutica.
A terceira fase do ciclo é a chamada de estado de situação, quando o 
farmacêutico, diante dos formulários impressos de Dáder, irá iniciar o 
trabalho de investigação de PRMs. São cinco formulários a serem 
preenchidos, sequencialmente, na metodologia.
Formulários
1º Formulário 
Esse formulário leva o mesmo nome do ciclo, ou seja, estado de situação. 
Observe que, nesse formulário, deve-se anotar o princípio ativo do 
medicamento e não o nome comercial, para ficar mais fácil a procura por 
PRMs. Nessa fase já se consegue verificar se o medicamento utilizado pelo 
paciente é necessário, efetivo e seguro.
2º Formulário
Nesse formulário o farmacêutico vai analisar, com o paciente, os 
medicamentos que ele utiliza. O foco é entender se o paciente sabe para 
que ele usa determinado medicamento, quem o prescreveu, para que foi 
essa prescrição, se ele se sente melhor ao tomar o medicamento, desde 
quando ele o está tomando, qual a posologia, como ele o utiliza (para saber 
se está usando corretamente), até quando irá precisar dele e se sente 
alguma dificuldade ou desconforto ao utilizá-lo.
Nesse formulário o farmacêutico avalia se o paciente adere e conhece 
muito, regular ou pouco sobre sua terapia farmacológica e seu problema 
de saúde.
“Como eu peço para o paciente trazer a sacola de medicamentos, muitas 
vezes, percebo que há medicamentos tendo sinergia. Por exemplo, o 
paciente foi ao médico um, que passou captopril com antidepressivo. O 
médico dois passou enalapril, que é da mesma classe farmacológica. O 
paciente foi ao médico três, que passou losartana, que pertence à classe 
farmacológica parecida. Assim, ele está tomando os três medicamentos 
para o mesmo fim, acreditando que é o correto”, alerta Suaiden.
O farmacêutico deve intervir para resolver essa situação. Essas perguntas 
chaves vão demonstrar para o profissional como o paciente entende sobre 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
É possível avaliar, também, se esse item é efetivo. O paciente está tomando 
um medicamento para diabetes, mas aquela dosagem não é efetiva e não 
melhorou sua qualidade de vida. Se não melhorou, não é a glicemia, então, 
o farmacêutico também pode fazer a intervenção.Assim, o profissional vai fazendo o passo a passo desse método até chegar 
à intervenção farmacêutica, que pode ser o ajuste de dose, a retirada do 
medicamento, a substituição por outra classe farmacológica, o acréscimo 
de outra classe farmacológica ou, mesmo, trabalhar com a hipótese de 
terapia não farmacológica, além de encaminhar esse paciente para um 
profissional de saúde, como o médico. 
Melhoria da 
qualidade de vida
O objetivo do método Dáder é melhorar a qualidade de vida dos pacientes 
e avaliar os PRMs. Esse método acontece de forma cíclica.
Outro foco do método Dáder são os pacientes que utilizam polimedicação. 
Se a pessoa já está tomando três, quatro, cinco medicamentos por dia, seja 
por uso crônico ou por uso indevido (como é o caso de antigripais nos 
polimedicados, que acabam introduzindo mais um medicamento na sua 
lista), ela acaba tendo algum efeito colateral ou reação adversa. Assim, o 
método Dáder se enquadra muito bem ao perfil dos polimedicados.
“Para o paciente que utiliza uma única farmacoterapia não é necessário se 
fazer o método Dáder, até porque é extremamente extenso o processo de 
avaliar como está essa farmacoterapia, se ela está sendo necessária, 
segura, efetiva e se está provocando uma interação medicamentosa”, alerta 
Suaiden.
Ciclos
A primeira fase do ciclo é a oferta do serviço de atenção farmacêutica ao 
paciente, pedindo para que ele traga, no dia agendado, todos os 
medicamentos, exames laboratoriais anteriores e prescrições. 
A segunda fase do ciclo é chamada de primeira entrevista. Aqui o 
farmacêutico irá, inicialmente, pedir para que o paciente assine um termo 
de consentimento, que deve ser elaborado em linguagem acessível e de 
fácil compreensão, cuja função é deixar claro ao paciente sobre sua 
participação na consulta farmacêutica.
A terceira fase do ciclo é a chamada de estado de situação, quando o 
farmacêutico, diante dos formulários impressos de Dáder, irá iniciar o 
trabalho de investigação de PRMs. São cinco formulários a serem 
preenchidos, sequencialmente, na metodologia.
Formulários
1º Formulário 
Esse formulário leva o mesmo nome do ciclo, ou seja, estado de situação. 
Observe que, nesse formulário, deve-se anotar o princípio ativo do 
medicamento e não o nome comercial, para ficar mais fácil a procura por 
PRMs. Nessa fase já se consegue verificar se o medicamento utilizado pelo 
paciente é necessário, efetivo e seguro.
2º Formulário
Nesse formulário o farmacêutico vai analisar, com o paciente, os 
medicamentos que ele utiliza. O foco é entender se o paciente sabe para 
que ele usa determinado medicamento, quem o prescreveu, para que foi 
essa prescrição, se ele se sente melhor ao tomar o medicamento, desde 
quando ele o está tomando, qual a posologia, como ele o utiliza (para saber 
se está usando corretamente), até quando irá precisar dele e se sente 
alguma dificuldade ou desconforto ao utilizá-lo.
Nesse formulário o farmacêutico avalia se o paciente adere e conhece 
muito, regular ou pouco sobre sua terapia farmacológica e seu problema 
de saúde.
“Como eu peço para o paciente trazer a sacola de medicamentos, muitas 
vezes, percebo que há medicamentos tendo sinergia. Por exemplo, o 
paciente foi ao médico um, que passou captopril com antidepressivo. O 
médico dois passou enalapril, que é da mesma classe farmacológica. O 
paciente foi ao médico três, que passou losartana, que pertence à classe 
farmacológica parecida. Assim, ele está tomando os três medicamentos 
para o mesmo fim, acreditando que é o correto”, alerta Suaiden.
O farmacêutico deve intervir para resolver essa situação. Essas perguntas 
chaves vão demonstrar para o profissional como o paciente entende sobre 
O guia da atenção farmacêutica 
no Brasil e no mundo.
É possível avaliar, também, se esse item é efetivo. O paciente está tomando 
um medicamento para diabetes, mas aquela dosagem não é efetiva e não 
melhorou sua qualidade de vida. Se não melhorou, não é a glicemia, então, 
o farmacêutico também pode fazer a intervenção. 
Assim, o profissional vai fazendo o passo a passo desse método até chegar 
à intervenção farmacêutica, que pode ser o ajuste de dose, a retirada do 
medicamento, a substituição por outra classe farmacológica, o acréscimo 
de outra classe farmacológica ou, mesmo, trabalhar com a hipótese de 
terapia não farmacológica, além de encaminhar esse paciente para um 
profissional de saúde, como o médico. 
Melhoria da 
qualidade de vida
O objetivo do método Dáder é melhorar a qualidade de vida dos pacientes 
e avaliar os PRMs. Esse método acontece de forma cíclica.
Outro foco do método Dáder são os pacientes que utilizam polimedicação. 
Se a pessoa já está tomando três, quatro, cinco medicamentos por dia, seja 
por uso crônico ou por uso indevido (como é o caso de antigripais nos 
polimedicados, que acabam introduzindo mais um medicamento na sua 
lista), ela acaba tendo algum efeito colateral ou reação adversa. Assim, o 
método Dáder se enquadra muito bem ao perfil dos polimedicados.
“Para o paciente que utiliza uma única farmacoterapia não é necessário se 
fazer o método Dáder, até porque é extremamente extenso o processo de 
avaliar como está essa farmacoterapia, se ela está sendo necessária, 
segura, efetiva e se está provocando uma interação medicamentosa”, alerta 
Suaiden.
Ciclos
A primeira fase do ciclo é a oferta do serviço de atenção farmacêutica ao 
paciente, pedindo para que ele traga, no dia agendado, todos os 
medicamentos, exames laboratoriais anteriores e prescrições. 
A segunda fase do ciclo é chamada de primeira entrevista. Aqui o 
farmacêutico irá, inicialmente, pedir para que o paciente assine um termo 
de consentimento, que deve ser elaborado em linguagem acessível e de 
fácil compreensão, cuja função é deixar claro ao paciente sobre sua 
participação na consulta farmacêutica.
A terceira fase do ciclo é a chamada de estado de situação, quando o 
farmacêutico, diante dos formulários impressos de Dáder, irá iniciar o 
trabalho de investigação de PRMs. São cinco formulários a serem 
preenchidos, sequencialmente, na metodologia.
Formulários
1º Formulário 
Esse formulário leva o mesmo nome do ciclo, ou seja, estado de situação. 
Observe que, nesse formulário, deve-se anotar o princípio ativo do 
medicamento e não o nome comercial, para ficar mais fácil a procura por 
PRMs. Nessa fase já se consegue verificar se o medicamento utilizado pelo 
paciente é necessário, efetivo e seguro.
2º Formulário
Nesse formulário o farmacêutico vai analisar, com o paciente, os 
medicamentos que ele utiliza. O foco é entender se o paciente sabe para 
que ele usa determinado medicamento, quem o prescreveu, para que foi 
essa prescrição, se ele se sente melhor ao tomar o medicamento, desde 
quando ele o está tomando, qual a posologia, como ele o utiliza (para saber 
se está usando corretamente), até quando irá precisar dele e se sente 
alguma dificuldade ou desconforto ao utilizá-lo.
Nesse formulário o farmacêutico avalia se o paciente adere e conhece 
muito, regular ou pouco sobre sua terapia farmacológica e seu problema 
de saúde.
“Como eu peço para o paciente trazer a sacola de medicamentos, muitas 
vezes, percebo que há medicamentos tendo sinergia. Por exemplo, o 
paciente foi ao médico um, que passou captopril com antidepressivo. O 
médico dois passou enalapril, que é da mesma classe farmacológica. O 
paciente foi ao médico três, que passou losartana, que pertence à classe 
farmacológica parecida. Assim, ele está tomando os três medicamentos 
para o mesmo fim, acreditando que é o correto”, alerta Suaiden.
O farmacêutico deve intervir para resolver essa situação. Essas perguntas 
chaves vão demonstrar para o profissional como o paciente entende sobre 
exames para acompanhamento farmacoterapêutico. “Eu quero saber se a 
Dona Maria está tomando algum medicamento para o diabetes. Então, 
como farmacêutico, vou solicitar para a paciente uma hemoglobina glicada, 
glicemia de jejum, enfim, outros exames. Enquanto a Dona Maria

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