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UROLOGIA NEFROLOGIA Eduardo Siqueira Nefrolitíase Nefrolitíase pode ser uma doença crônica, por acometer mais em homens que não vão ao médico. Fisiopatologia O processo de formação de cálculo com- põem 3 etapas: 1) Supersaturação 2) Nucleação (forma cristais) - nem sem- pre representa a composição dos cálculos 3) Crescimento e agregação (cálculo pro- priamente dito). Existem 3 perfis: as pessoas que bebem pouco líquido; mulher com múltiplos episódios de ITU; homem idoso, com histórico de gota, artrites. **Não funciona em nada diminuir a ingesta de cálcio na tentativa de compensar a excre- ção de cálcio. Pode ate piorar o quadro do pa- ciente. *Cálculo comum em mulheres com ITU de repetição. Quadro clínico Pode ser completamente assintomática = na maioria das vezes o paciente elimina pela urina e não vê. Na sintomática = o cálculo é capaz de lesar parede vascular, gerando a dor característica. - Hematúria macroscópica - Cólica nefrética (dor lombar com irradia- ção - homem >> testículo e mulher >> grandes lábios). O problema aqui, é o cálculo obstruir e ge- rar uma infecção local, podendo levar à uma sepse generalizada. - Complicações (piora o prognóstico por diminuição do fluxo). Infecção: risco de sepse Obstrução total: risco de IRA pós-renal Litíase complicada: questão de urgência Diagnóstico A maioria dos cálculos tem na sua compo- sição o cálcio, então pensar que por RX con- segue a visualização também. Padrão-ouro: TC sem contraste - imagem hipodensa, junto com a topografia renal. Anali- sar que em cálculos de cálcio, a coloração vai estar semelhante aos ossos do paciente. Ima- gem hiperecoica = estruvita USG: bom para gestante - sombra acústica (imagem hiperecogênica). Tratamento O uso de Buscopam composto não traz efi- cácia, devido a diminuição de receptores coli- nérgicos na região renal. Na maioria das vezes o cálculo é excretado Terapia aguda: - Analgesia: AINE (indometacina, cetorola- co…) +/- opioide - Tamanho: cálculos com < 1 cm - aguar- dar e esperar; cálculos com > 1 cm - vou ter que fazer uma intervenção. - TME (cálculo < 1 cm): Terapia médica expulsiva - alfa-block (tansulosina) ou block de cálcio (nifedipina) - tentativa de dar uma relaxada na musculatura lisa do ureter. - Cálculo > 1 cm / refratários: interven- ção urológica. CÁLCULOS DETALHES FATORES PREDISPO- NENTES Sais de cálcio (+ frequente) Comum: oxalato de cál- cio Hipercalciúria idiopática (sem hipercalcemia) ** Estruvita (fos- fato de amô- nio magnesi- ano) Grande “coraliforme” * ITU (urease) *Proteus, Klebsiella Urina alcalina Ácido Úrico Se PURO: radiotranspa- rente Aumento de uricosúria Urina ácida 1 UROLOGIA NEFROLOGIA Eduardo Siqueira Litíase complicada (infecção, obstrução): 1a conduta: desobstrução - passa um cateter Duplo J - stent ureteral; ou nefrostomia percu- tânea. Terapia crônica (prevenção): não fazer hiperidratação. Manter hidratação ≥ 2,5 L/dia “O resto depende do tipo de cálculo” - Sais de cálcio: não restringir cálcio na dieta! Restringir sódio e proteína. Fazer nesse paciente um diurético tiazídico. Se você restringe cálcio, aumenta a biodispo- nibilidade de oxalato, resultando no aumen- to da produção do cálculo. Quando eu res- trinjo a proteína eu evito que o osso libere cálcio. No TCD tem a reabsorção de cálcio ou sódio, dessa forma, restringindo o sódio, o rim tende a reabsorver o cálcio, diminuin- do a liberação dele na urina. Pensar em uma dieta normal com 1,2 g de cálcio. - Estruvita: ATB. Em casos refratários - ácido acetohidroxâmico (diminui urease) - Ácido úrico: restringir purinas na dieta (presente em carnes, bebidas, miúdos). Muitas das vezes, você precisa alcalinizar a urina (citrato de potássio). Em casos refra- tários - alopurinol. Hiperplasia Prostática Benigna A próstata serve para nutrir e dar fluidez no espermatozoide. Não é um órgão inútil, mas ela precisa de testosterona para sua viabilida- de. Quando ficamos mais velhos diminuímos testosterona - algo inevitável. Todas as prósta- tas vão crescer - alguns mais outros menos. Envelhecimento: mais receptores de an- drogênios. A próstata é divididas em regiões, na HPB tem afinidade por crescimento na zona de transição (central), onde que comprime ure- ter. Componente estático: obstrução mecâni- ca pelo tecido hiperplásico. Componente dinâmico: obstrução por maior tônus de músculo liso. (Uso de alfa- block - relaxamento). A bexiga devido a obstrução pós-vesical, ela vai aumentando seu tamanho, causando deficit contratual. Hipertrofia do detrusor (bexiga): menor capacidade de armazenamen- to. Clínica (prostatismo) Sintomas obstrutivos - Esvaziamento / pós-miccional: jato fraco; intermitente; gotejamento. Sintomas irritativos - Armazenamento: noctúria; incontinência; urgência urinária. Obs: Não tem evolução de HPB para CA de próstata. Obs: Todo paciente com HPB tem que in- vestigar o quanto os sintomas estão incomo- dando. Tratamento Baseado em sintomas - IPSS: perguntas que você faz para seu paciente a respeito de queixas urinárias que ele teve no último mês. - IPSS < 8 (leve): acompanhamento regu- lar - IPSS ≥ 8 (moderado/grave): opção de tratar. Alfa-block: - Tansulosina e/ou Doxazosina: + usada (diminuição do tônus prostático). Inibidor 5-alfa-redutase: Litotripsia extracor- pórea (LECO) Não fazer em: gestan- tes, aneurisma aorta Proximal e < 2cm (Pelve / ureter proxi- mal) Nefrolitotripsia percu- tânea Proximal e > 2 cm (Pelve / ureter proxi- mal) Ureteroscopia Ureter médio e distal 2 UROLOGIA NEFROLOGIA Eduardo Siqueira - Finasterida e/ou Dutasterida: demora em torno de 4-6 meses (precisa ter aumento de próstata) Anticolinérgico: - Oxibutinina e/ou Tolterodina: para sinto- mas graves de armazenamento Inibidor de fosfodiesterase: - Tadalafila - Sildenafil Beta 3-agonista: Mirabegrona Cirurgia: - Ressecção transuretral (RTU) - Prostatectomia subtotal - Prostatectomia transvesical (PTV) Em casos de: não responsivos ou compli- cações - retenção, hidronefrose, IRA. Pacientes com biópsia negativa, mas com próstata > 80g fazer PTV. Do contrário fazer RTU. Prostatite Bacteriana Aguda A prostatite bacteriana aguda consiste numa infecção aguda da próstata, geralmente causada por organismos gram-negativos. Os pacientes geralmente apresentam picos de febre, calafrios, mal-estar, mialgia, disúria, sintomas urinários irritativos (frequência, ur- gência, incontinência de urgência), dor pélvica ou perineal e urina turva. O aumento do volume da próstata secundá- rio à inflamação aguda pode causar sintomas de esvaziamento, que vão desde gotejamento e hesitação até retenção urinária aguda. O tratamento dessa condição inclui terapia antimicrobiana e medidas de suporte para re- duzir os sintomas. Raramente, uma interven- ção mais invasiva é indicada para controlar as complicações. A antibioticoterapia empírica deve tratar adequadamente os organismos gram-negati- vos, a menos que uma coloração de Gram na urina esteja disponível e sugira uma causa bacteriana alternativa. Para pacientes que podem tomar medica- ções orais, sugerimos Sulfametoxazol-trime- toprim ou fluoroquinolona como terapia em- pírica. A literatura decente uma duração de até 6 semanas para garantir a erradicação da infec- ção, mais os dados clínicos sobre a duração do tratamento são limitados e alguns especia- listas endossam uma duração mais curta (28 dias). Protocolo Pós-erro Indicações de intervenção precoce: 1) Cálculo > 1 cm 2) Infecção urinária associada 3) Sintomas refratários ao tratamento clí- nico. 4) Obstrução persistente e/ou progressiva 5) IRA (obstrução bilateral completa ou unilateral em rim único). Obs: A cirurgia que mais propicia inconti- nência urinária de esforço em homens é a prostatectomia radical. A diidrotestosterona é a forma mais potente de testosterona,produzido através da conver- são de 5-alfa-redutase da testosterona livre. A medida que a idade avança, aumenta o número de receptores androgênicos na prós- tata. Indicação absoluta de ressecção transure- tral da HPB: - Retenção urinária recorrente - Infecção urinária recorrente - Hematúria macroscopica - Litíase vesical 3 UROLOGIA NEFROLOGIA Eduardo Siqueira Obs: A veia renal esquerda cruza a aorta abdominal anteriormente para atingir a veia cava inferior. Obs: Quais os pontos de maior resistência do ureter à passagem dos cálculos renais? Pelve renal, cruzamento do ureter com os va- sos ilíacos e junção uretrovesical (JUV). 4
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