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CONSTRUÇÃO DE TERREIROS DE CAFÉ - capitulo2

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CAPÍTULO 2 
 
 
 
 
CONSTRUÇÃO E MANEJO DE TERREIROS 
 
 
Juarez de Sousa e Silva 
Sérgio Maurício Lopes Donzeles 
Adílio F. de Lacerda Filho 
 
 
 
 
1. MANEJO DO TERREIRO CONVENCIONAL 
 
No início da operação de secagem em terreiro, quando o teor de 
umidade do café é elevado ou quando este é retirado do lavador, a superfície 
do terreiro fica completamente molhada (Figura 1a). Caso parte da superfície 
do terreiro não seja exposta à secagem imediata do excesso de água, o 
produto fica altamente suscetível à contaminação, devido à alta umidade na 
parte inferior da camada. Para isso, deve-se abrir a camada do café, pelo 
menos nos cinco primeiros dias, de maneira a formar pequenas leiras, como 
ilustram as Figuras 1a, 1b e 2. As leiras devem ser quebradas e refeitas 
continuamente ou em intervalos regulares de tempo nunca superiores a 60 
minutos, com o auxílio de um raspador-enleirador (Figura 3a), cujos detalhes 
de construção, em chapa no 12, estão apresentados na Figura 4. Em todos os 
casos, o operador deve ter cuidado para que parte do terreiro seja raspada, de 
modo a ficar exposta ao sol, a fim de que a sua secagem e o seu aquecimento 
propiciem, indiretamente, a secagem do café na próxima virada (Figuras 1b e 
2). 
Passados os primeiros dias de secagem (ao redor do quinto dia), 
quando o café já estiver parcialmente seco, às três horas da tarde, 
aproximadamente, o produto deve ser distribuído em grandes leiras, no 
sentido da maior declividade do terreiro, as quais devem ser cobertas com 
lonas plásticas (Figura 3b). A cobertura do produto enleirado favorecerá a 
conservação do calor absorvido durante a exposição aos raios solares, 
garantindo melhores uniformização e redistribuição da umidade na massa de 
grãos. 
No dia seguinte, aproximadamente às nove horas, as leiras devem 
ser descobertas e removidas do local de pernoite, para que o piso utilizado 
seja secado. Em seguida, o produto deve ser espalhado sobre o terreiro, 
repetindo-se as operações feitas nos dias anteriores (Figuras 2 e 3c) até 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 62 
atingir o teor de umidade ideal para o armazenamento (12% b.u.) ou até o 
ponto de meia-seca (30% b.u.), que é o ideal para se iniciar a 
complementação da secagem em secadores mecânicos. 
O terreiro deve estar localizado em área plana e bem drenada, 
ensolarada, ventilada, em nível inferior ao das instalações de recepção e 
preparos inicial e superior ao das instalações de armazenamento e 
beneficiamento. Como dito no capítulo 1, os terreiros podem ser construídos 
em terra batida ou pavimentada com tijolos, asfalto ou concreto. Os pisos 
concretados apresentam melhores resultados, são mais duráveis, mais fáceis 
de manejar e apresentam melhores características de higienização. 
 
 
 (a) (b) 
 
Figura 1 - (a) detalhe do terreiro após a distribuição do café vindo do 
lavador mostrando a umidade do piso e, (b) operação real 
de distribuição e revolvimento do café no terreiro. 
 
 
Figura 2 - Formação e quebra das leiras e revolvimento do café no 
terreiro. 
Errado Correto 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 63 
 
 
(a) (b) 
 
 
 
 (c) 
Figura 3 - (a) raspador-enleirador, (b) formação de leiras durante os 
períodos finais de secagem em terreiro e, (c) distribuição do 
café em terreiro em sistema de minileiras. 
 
2. LOCALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO TERREIRO 
 
A área do terreiro deve ser calculada em função da produção média 
da lavoura por mil covas, do número de cafeeiros e das condições climáticas 
da região. 
Na hipótese de se utilizar apenas o terreiro para a secagem, o cálculo 
da área poderá ser feito segundo a equação 1: 
 
S = 0,0005 Q .T eq. 1 
 
em que 
 S = área do terreiro, m2 para produção de 1.000 pés; 
 Q = média anual de produção de café cereja, no 
litros/1.000 pés; e 
 T = tempo médio de secagem na região, dias. 
Para utilização somente do terreiro para realizar a meia-seca, ou 
seja, para reduzir o teor de umidade de 60% para aproximadamente 30% b.u. 
(o que ocorre em cerca de seis dias) e complementar a secagem em 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 64 
secadores mecânicos, a área do terreiro poderá ser reduzida para 1/3 do valor 
original. 
Sempre que possível, o terreiro deverá ser dividido em quadras, a 
fim de facilitar a secagem dos lotes segundo sua origem, seu teor de umidade 
e sua qualidade. Para facilitar o escoamento das águas pluviais, o terreiro 
deverá ser construído com declividade de 0,5 a 1,5% e provido de ralos na 
parte inferior. Esses ralos, medindo 0,4 x 0,25 m, devem ser construídos em 
chapa de aço com 50% de perfuração, com furos quadrados de 4 mm de 
lado, no máximo, para impedir a passagem dos grãos de café. No caso de 
adotar perfurações circulares, deve-se usar a mesma porcentagem de 
perfuração, com furos de menores dimensões (diâmetro máximo de 2,0 mm). 
Aconselha-se a construção de muretas de proteção medindo 0,20 m 
de altura por 0,15 m de espessura ao redor do terreiro, para evitar perdas ou 
misturas de material dos diferentes tipos de cafés. 
Na fase final, após o ponto de meia-seca, a secagem do café deverá 
ocorrer em montes ou em grandes leiras, onde se estabelecerá o equilíbrio de 
umidade entre as camadas externas e a parte interna do grão e dos grãos 
entre si. Para isso, diariamente, o café deve ser revirado e exposto por duas 
ou três horas ao sol e, a seguir, amontoado e coberto. 
 
3. RESUMO DOS CUIDADOS COM O USO DOS TERREIROS 
 
a) Não misturar lotes diferentes de café. 
b) Esparramar o café, lavado ou não, no mesmo dia da colheita em 
camadas finas de 3 a 5 cm e proceder-se à formação das minileiras. 
Caso haja grande percentagem de frutos verdes, podem-se usar leiras 
maiores (cerca de 10 cm de altura), porém haverá necessidade de 
revolver o café com maior freqüência (no máximo a cada hora). 
c) Revolver o café pelo menos oito vezes ao dia, de acordo com a 
posição do Sol. A sombra do trabalhador deve ficar à sua frente ou 
atrás, para que as pequenas leiras feitas durante o revolvimento não 
sombreiem o café (Figura 4c). 
d) Fazer com o café, após o segundo dia de seca, pequenas leiras de 
15 a 20 cm de altura, no final da tarde, e esparramar no dia seguinte 
bem cedo, o que acelerará a secagem e impedirá que o sereno 
umedeça muito o café. 
e) Fazer leiras grandes com café, no sentido da maior declividade do 
terreiro, em caso de chuvas. Essas leiras devem ser trocadas de lugar 
o maior número de vezes possível, a fim de aumentar o contato com 
o ar na massa de café. Quando a chuva passar, deve-se continuar a 
revolver as leiras até que o terreiro seque. Logo após esparramar o 
café, deve-se proceder como no item b. 
f) Nunca amontoar o café cereja antes do ponto de meia-seca, ponto 
em que ele não estará mais colando na mão quando apertado. A 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 65 
amontoa, a partir desta fase, é uma operação muito importante, 
devido à propriedade que o grão de café em coco tem de trocar calor 
entre si, proporcionando homogeneidade na secagem. 
g) Amontoar o café por volta das 15 horas e, se possível, deixá-lo 
coberto com lona até o dia seguinte. 
h) Esparramar o café por volta das 9 horas, quando a umidade do ar 
é adequada, e, como no item c, movimentá-lo até as 15 horas, 
quando deve ser novamente amontoado. 
i) Continuar o processo até a secagemfinal, recolhendo o café frio 
pela manhã, para a tulha, com 11 a 12% de umidade. 
 
Dentro do terreiro podem ser construídas “coroas ou meias-luas”, 
que são pequenas muretas de 5 cm de altura e 3 m de diâmetro, cuja 
finalidade é servir de local para amontoar o café, evitando-se escorrimento 
da água de chuva sob a lona. 
Deve-se evitar a construção de terreiros em lugares úmidos, como 
baixadas e próximo de represas ou locais sombreados e com construções 
adjacentes. 
Na Tabela 1, pode-se verificar o material gasto na construção de um 
terreiro de concreto de 150 m2 (10 m de largura por 15 m de comprimento), 
com pavimentação feita com concreto 1:4:8, com 8 cm de espessura, e seu 
arremate com argamassa 1:3, com 2 cm de acabamento. 
 
Tabela1 - Material gasto na construção de um terreiro de concreto de 150 m2 
 
Discriminação Unid. Quant. 
Geral 
Preço Unit. 
(R$) 
Preço Total 
(R$) 
Participação 
(%) 
Trator de esteira h 2 35,00 70,00 3,71 
Servente d 29 10,00 290,00 15,37 
Pedreiro d 16 25,00 400,00 21,20 
Cimento sc. 58 11,00 638,00 33,82 
Areia m3 11 11,00 121,00 6,41 
Brita m3 11 25,00 275,00 14,58 
Sarrafo m 75 0,80 60,00 3,18 
Tijolos 20 x 20 un. 250 0,13 32,50 1,73 
TOTAL GERAL 1.886,50 100,00 
Custo/m2 = R$18,86 – dezembro/1999. 
 
A construção de bons terreiros em pequenas e médias propriedades 
representa grande investimento, o que onera o custo de produção do café. 
Assim, muitos produtores secam o café em terreiros de chão batido, que, por 
sua vez, são contra-indicados na maioria das regiões produtoras, em 
conseqüência da má qualidade final do café. Para facilitar a construção de 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 66 
terreiros revestidos, especialmente em relação à redução de custo, pode-se 
utilizar o sistema saibro-cimento. Pelas Tabelas 2 e 3, pode-se fazer uma 
avaliação do custo do terreiro de saibro-cimento em comparação com o piso 
de concreto. O terreiro de saibro, com espessura de 5 cm, pode ser 
construído com uma mistura de oito partes de saibro e uma de cimento. 
Verifica-se que o terreiro saibro-cimento tem custo 50% inferior ao do 
terreiro concretado. 
 
Tabelas 2 - Custo estimado para a construção de 100 m2 de terreiro 
 
Itens Necessidade Valor 
Unitário 
(R$) 
Custo Total (R$) 
A – Material 
Lajotas 320 un. 0,13 41,60 
Areia 0,75 m3 11,00 8,25 
Brita 0,75 m3 25,00 18,75 
Saibro 8 m3 - 100,00 
Cimento (mureta e piso) 34 sc 11,00 374,00 
B – Mão-de-obra 
Pedreiro 2 d 25,00 50,00 
Ajudantes 16 d 10,00 160,00 
Subtotal - - 752,60 
Eventuais (10%) - 75,26 
 827,86
Custo/m2 - Dezembro/1999
 
Tabela 3 Custo estimado para a construç 2 de terreiro
 
Itens Necessidade Custo total (R$)
A – Materiais 
 320 ud 0,13 
Areia 6,4 m3 11,00 
Cimento 70 sc 770,00
Pedra de mão 3 50,00
Brita 3 150,00
B – Mão- e- 
Pedreiro 10 d 250,00
Ajudantes 10,00 200,00 
 - - 
Eventuais (10%) - 153,20
TOTAL 
Custo/m = R$ 16,85 - 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 67 
 
Figura 4 - Detalhes construtivos do rodo raspador de café. 
 
4. TERREIRO HÍBRIDO - SOLAR E BIOMASSA 
 
O terreiro híbrido, ou terreiro secador, nada mais é que um terreiro 
convencional, preferencialmente concretado, onde se adaptou um sistema de 
ventilação com ar aquecido por uma fornalha, para a secagem do café na 
ausência de radiação solar direta ou em período chuvoso. Cada módulo do 
terreiro híbrido deve ser constituído por uma área com as dimensões de 10,0 
por 15,0 m, aproximadamente (Figura 5). Na direção do comprimento, o 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 68 
terreiro secador é dotado de uma tubulação principal (central ou lateral), para 
fornecimento de ar a pontos específicos do terreiro. Para isso, são derivadas 
aberturas para seis câmaras de secagem em camada fixa, ou igual número de 
tubulações secundárias, para secagem em leiras transversais ou longitudinais 
(Figura 5). 
 As câmaras de secagem, portáteis e construídas em caixas com um 
fundo falso de chapas perfurado, ficam simplesmente apoiadas sobre as 
tomadas de ar quente na tubulação principal (Figura 6aa) ou nas aberturas da 
tubulação secundária derivadas do duto lateral. Já os dutos de distribuição de 
ar, construídos com tubos de PVC 150 mm perfurados ou preferencialmente 
em chapa metálica perfurada, ficam encaixados nas tomadas de ar (Figura 
6b). 
Ao duto principal é acoplada uma fornalha (Figura 7), com um 
ventilador centrífugo que possibilite uma vazão de 1,5 m3/s de ar. Na 
ausência de radiação solar direta, incidência de chuvas e durante o período 
noturno, o produto é recolhido às câmaras de secagem ou enleirados sobre os 
dutos de distribuição de ar para secagem com ar aquecido (veja Apêndice 
A). Em ambos os casos, deve-se providenciar cobertura para proteção dos 
grãos durante períodos chuvosos. Assim, a secagem poderá ser realizada 
durante as 24 horas, por meio da utilização da energia solar em dias 
ensolarados e da energia proveniente da combustão de biomassa (lenha ou 
carvão vegetal) durante a ausência da radiação solar direta. As Figuras 8 e 22 
a 27 ilustram os detalhes e o terreiro híbrido em questão. 
Durante os dias ensolarados, o terreiro terá funcionamento normal, 
como visto anteriormente, e, ainda assim, podem-se usar as câmaras para 
secagem com ar a altas temperaturas; ganha-se, com isso, produtividade de 
secagem. Para o funcionamento do terreiro com as câmaras de secagem, 
deve-se proceder de modo semelhante ao da secagem em camada fixa. 
Na secagem em camada fixa, o produto permanece num 
compartimento de fundo perfurado, por onde passa o ar de secagem. A altura 
da camada de produto pode variar para grãos em geral, devendo situar-se em 
torno de 0,4 m. Altura acima desta faixa poderá acarretar problemas, como 
alto gradiente de umidade. 
A operação do sistema em camada fixa é simples, embora exija 
alguns cuidados. A movimentação do produto em intervalos de tempo 
regulares é uma operação importante para evitar a desuniformidade na sua 
umidade final. 
Como dito anteriormente, ao duto principal do terreiro-secador será 
acoplado um ventilador centrífugo acionado por motor elétrico de 5 c.v., 
1.750 rpm, que possibilitará vazão média do ar de secagem de 
aproximadamente 1,5 m3/s (ver construção do ventilador). No terreiro-
híbrido, o ventilador succiona o ar aquecido por uma fornalha. 
Desde 1974, por ocasião da primeira crise de petróleo, tem havido 
crescente interesse na possibilidade do uso de fontes alternativas de energia 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 69 
para suprir fontes convencionais (principalmente os derivados de petróleo) 
na secagem de produtos agrícolas. 
 
 
 
Figura 5 - Vista superior e corte longitudinal do secador híbrido, com 
opções para secagem em camada fixa ou em leiras. 
 
 
 (a) (b) 
Figura 6 - (a): câmara de secagem construída com caixa de fibra de 
2.500 litros e (b) detalhes do sistema de secagem em 
leiras. 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 70 
 
 
 
Figura 8 - Planta baixa e corte AA do terreiro híbrido, módulo de 150 m2, e detalhes do sistema de ventilação. 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 71 
Além da dificuldade de distribuição e dos preços elevados, não 
existem, no Brasil, condições que estimulem o consumo de derivados de 
petróleo para secagem de grãos. Apesar de estarhavendo incentivo por parte 
de algumas distribuidoras para a utilização de gás GLP na secagem de grãos, 
o agricultor tem dúvidas quanto à continuidade do fornecimento e à 
estabilidade dos preços. 
Com a dificuldade de usar combustíveis convencionais, a lenha tem 
sido a mais importante fonte de calor utilizada, e, atualmente, a quase 
totalidade dos secadores está operando com esse tipo de combustível. 
Entretanto, a maioria das fornalhas a lenha, em uso, apresenta consumo 
relativamente alto deste combustível. 
 Com base nessas questões, sumariamente comentadas, foram 
projetados e testados dois tipos de fornalhas, levando-se em consideração o 
custo inicial, a possibilidade de serem construídas na própria fazenda, o 
baixo consumo de lenha ou carvão e a preservação do meio ambiente. 
 
5. CONSTRUÇÃO DAS FORNALHAS 
 
 As fornalhas propostas podem ser construídas com diferentes 
materiais. Recomenda-se, no entanto, o material mais comum ou facilmente 
encontrado nas proximidades da propriedade agrícola, pois, com esse 
procedimento, o custo da construção ou adaptação ficará bastante reduzido. 
As fornalhas para aquecimento do ar são do tipo aquecimento direto, isto é, 
os gases de combustão são misturados com o ar ambiente e succionados pelo 
ventilador, sendo injetados diretamente na massa de grãos. 
 Caso o terreiro híbrido ou o secador não possua um sistema que possa 
succionar o ar através da fornalha, os projetos propostos não poderão ser 
executados. Neste caso, deve-se optar por outro tipo de fornalha. 
 A opção por aquecimento direto deve-se ao fato de não haver, neste 
caso, a necessidade de construção de chaminés nem de trocadores de calor, 
elementos que tornam as fornalhas com aquecimento indireto termicamente 
ineficientes e mais caras. 
 O material usados na construção da fornalha representada nas 
Figuras 9, 10, 11 e 12 consiste, basicamente, de tijolos comuns, areia de 
barranco, terra e melaço de cana, cantoneiras, ferros de construção e um 
sistema de grelha refrigerada a água. Para o assentamento dos tijolos, deve-se 
usar uma argamassa especial, com a seguinte proporção: 18 volumes de areia 
+ 18 volumes de terra + 2 volumes de melaço ou 3 volumes de açúcar 
cristal. Um volume de cimento poderá ser adicionado à argamassa de 
revestimento. A adição de melaço tem como finalidades diminuir o 
coeficiente de dilatação e evitar trincas quando a fornalha atingir altas 
temperaturas. 
 Nas Figuras 9 a 11, encontram-se os detalhes da fornalha a lenha. 
Nesta fornalha, a grelha está localizada no ponto de mais elevada 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 72 
temperatura. Para evitar sua fusão, utiliza-se o sistema de grelha refrigerada a 
água. Neste caso, a grelha é construída com tubos com diâmetro de 1”, para 
vapor a alta pressão, espaçados 3 cm (Figuras 10, 11 e 12b). 
 A espessura da parede da fornalha deve ser de dois tijolos, com a 
câmara de queima apresentando as seguintes dimensões: 40 por 60 cm e 
profundidade de 60 cm até a grelha. Além de ser este o tamanho 
recomendado para o secador de camada fixa, modelo UFV, esta fornalha 
pode ser adaptada em secadores comerciais com capacidade estática de até 
12.000 L e também para o terreiro híbrido. 
 
Figura 8 - Vista geral da fornalha a lenha para aquecimento direto do 
ar de secagem. 
 
5.1 Ciclone 
 
 Para impedir a injeção de partículas (cinzas e fagulhas) na câmara de 
secagem e evitar possíveis incêndios, um ciclone cilíndrico, com 90 cm de 
diâmetro e 130 cm de altura, com parede de espessura de um tijolo, é 
colocado entre a fornalha e o duto de conexão do ventilador. No ciclone, os 
gases de combustão e o ar ambiente entram tangencialmente nas partes 
inferior e superior do ciclone, respectivamente (Figura 12a e 12b). A1ém 
disso, na parte inferior do ciclone há uma pequena entrada para limpeza 
semanal, a qual deve estar sempre fechada quando em funcionamento. O 
ciclone, à semelhança da fornalha, deve ser construído em alvenaria de 
tijolos. 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 73 
 
Figura 9 - Planta baixa da fornalha de fogo direto e fluxo de ar 
descendente. 
 
 
Figura 10 - Corte transversal da fornalha mostrando a entrada de ar 
quente na parte inferior do ciclone. 
 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 74 
 
(a) 
 
 
 (b) 
Figura 11 - (a) detalhes da construção da parte superior do ciclone 
mostrando a entrada de ar frio na parte superior do 
ciclone e (b) detalhes da fornalha e do ciclone. 
 
5.2 Fornalha a carvão 
 
Para a construção da fornalha a carvão, o material usado consiste 
basicamente de tijolos comuns, cimento, areia de barranco, terra e melaço de 
cana, cantoneiras, ferros de construção e chapas metálicas no 14. Para 
assentamento dos tijolos, deve-se usar a mesma argamassa especial indicada 
para a fornalha a lenha. Apesar de esta fornalha poder ser construída quase 
toda em alvenaria, recomenda-se que o depósito para carvão e o revestimento 
externo sejam construídos em chapa metálica, como indicado nas Figuras 12, 
13, 14 e 15. 
 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 75 
 
Figura 12 - Vista frontal da fornalha a carvão vegetal. 
 
 
Figura 13 - Corte transversal e detalhes internos. 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 76 
 
Figura 14 - Corte lateral da fornalha a carvão vegetal. 
 
 
Figura 15 - Detalhe da célula de combustão e vista superior do 
conjunto fornalha-ciclone. 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 77 
5.3 Cuidados preliminares 
 
 Mesmo seguindo criteriosamente todas as recomendações contidas 
neste trabalho ou sugeridas pelo fabricante de determinado tipo de secador, o 
bom resultado no processo de secagem só será alcançado se o sistema for 
operado corretamente. A manutenção diária e a limpeza geral de todos os 
resíduos da área de abrangência do secador devem ser a primeira etapa na 
operação, vindo em seguida a limpeza do terreiro ou do secador, dos 
cinzeiros da fornalha e do ciclone. Tais cuidados são muito importantes, 
porque previnem acidentes, corrosão das partes metálicas e contaminação do 
produto a ser secado, entre outros, além de aumentar a eficiência de secagem 
devido ao maior fluxo de ar. 
 
5.3.1 Início de operação 
 
 O primeiro passo, após o carregamento adequado do terreiro ou do 
secador, é acender a fornalha. Nessa operação, apesar de simples, deve-se ter 
o cuidado de usar combustível (lenha ou carvão) bastante seco e de tamanho 
compatível com a fornalha. No caso da fornalha a lenha, a queima de lenha 
úmida, embora possível, produz lacrimejamento acentuado, possui baixo 
rendimento e pode contaminar o produto. No carregamento e na alimentação 
da fornalha, deve-se colocar toras de lenha na posição horizontal. Para a 
fornalha a carvão, que nunca deve trabalhar com a tampa superior aberta ou 
com vazamentos, uma carga completa pode ser suficiente para até 12 horas 
de funcionamento. 
 Antes de acionar o sistema de ventilação e movimentação dos grãos, 
se for o caso, recomenda-se esperar pelo menos 15 minutos para que o fogo 
atinja todos os pedaços de lenha ou que a célula de queima da fornalha a 
carvão esteja pronta. Enfatiza-se, mais uma vez, que durante o processo de 
secagem a fornalha a lenha deverá estar sempre carregada e a tampa da 
fornalha a carvão, sempre fechada. 
 O término daoperação dependerá do teor de umidade inicial do 
produto, da temperatura do ar de secagem e do tipo de secador. No caso de 
secadores comerciais, é recomendável que o operador siga todas as 
instruções do fabricante (temperatura do ar de secagem, fluxo de grãos etc.), 
pois o tempo de secagem praticamente independe do tipo de fornalha. 
A fornalha a carvão apresenta como vantagens sobre as demais a 
queima contínua do combustível e a manutenção constante da temperatura 
do ar de secagem, sem a interferência do operador. Essas características 
permitem à fornalha operar automaticamente, o que dispensa a presença 
constante do operador, permitindo-lhe exercer atividades paralelas durante o 
funcionamento da fornalha (Ver Apêndice B). 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 78 
 O carvão, combustível utilizado para aquecimento do ar de secagem, 
tem como vantagem ser uma fonte limpa de energia, que gera calor livre de 
fumaça e de contaminantes durante a secagem. 
 
6. O VENTILADOR E SUA CONSTRUÇÃO 
 
À semelhança do terreiro híbrido, nos secadores tradicionais com 
fluxo de ar, a característica do ventilador é de suma importância para o bom 
funcionamento do sistema de secagem. O ventilador deve ser projetado para 
vencer a resistência oferecida por uma camada de produto a determinada 
temperatura e à passagem de determinado fluxo de ar. 
O terreiro híbrido, no módulo de 150 m2, foi projetado para ser 
construído potencializando-se os materiais disponíveis na própria fazenda. 
Entretanto, é possível que surjam problemas na hora de adquirir um 
ventilador. Quase sempre há necessidade de grandes deslocamentos, 
onerando ainda mais um componente, que, além de caro, pode não 
apresentar as características desejadas. 
O ventilador descrito a seguir é apropriado para o terreiro híbrido 
proposto neste trabalho e também ideal para um secador de leito fixo cujo 
diâmetro da câmara de secagem esteja próximo a 5,0 m, que é o tamanho 
máximo recomendado. 
 
6.1 Descrição do ventilador 
 
O ventilador é formado pelos seguintes componentes: 
a) EIXO - Peça que tem como função permitir e suportar o giro do 
rotor em torno de 1.700 rotações por minuto; Pode ser 
substituído pelo próprio eixo do motor. 
b) ROTOR – Peça fixada na extremidade do eixo. Esta peça tem 
como funções produzir e direcionar o fluxo de ar. O rotor é 
composto de disco principal, pás e coroa ou anel (Figura 16a). 
c) VOLUTA OU CAIXA COLETORA - Este componente tem 
como finalidade captar o ar que entra e sai do rotor. É composta 
por: lateral de sucção, lateral motora, suporte do eixo ou do 
motor, entrada de ar ou distribuidor e janela de manutenção. 
 
6.2. Construção e detalhes dos componentes 
 
Além de se ter à disposição uma oficina com materiais e ferramentas 
apropriadas para a construção do ventilador, as especificações, os detalhes e 
as notas explicativas fornecidas a seguir devem ser cuidadosamente 
seguidos, para que se obtenha resultado satisfatório. 
Eixo 
Utilizar eixo de serra de 1 1/4", que é de mais fácil obtenção no 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 79 
comércio, ou construir um eixo comum de 1 ½" montado em mancais com 
rolamentos de esferas, que apresentam custos praticamente iguais. Caso seja 
de interesse, o sistema pode ser acoplado diretamente ao eixo do motor. 
Neste caso, pode ocorrer o inconveniente de uma substituição lenta e 
problemática do motor, devido a uma pane elétrica ou mecânica deste. 
Rotor 
Para efeito de construção, o rotor é dividido em três partes: 
a) Disco principal - Deve ser construído em chapa metálica de 
4,18 mm (no 8), com diâmetro de 0,50 m. Deve-se retificar o 
furo central e as bordas em torno mecânico ou aperfeiçoar 
manualmente, o acabamento, evitando empenos no disco, para 
não comprometer o balanceamento do conjunto (Figuras 16 e 
17). 
b) Coroa ou anel - É o espaço compreendido entre os raios 
internos e externos que limitam os canais do rotor (Figura 16 a e 
b); deve ser construído em chapa com espessura de 1,52 mm (no 
12). Vários canais radiais são formados pela junção do disco 
principal com as pás e destas com o anel metálico; esses canais 
dão estabilidade e direcionamento ao fluxo de ar. 
c) Pás - são peças metálicas soldadas ao disco principal. No 
presente caso, elas são dispostas radialmente e eqüidistantes 
entre si. Em número de 8 a 12, as pás devem ter as dimensões 
mostradas na Figura 17. 
 
 
 (a) (b) 
 
Figura 16 - (a): rotor mostrando o disco principal, as pás e o anel e (b) 
detalhes do disco principal, destacando-se os locais para 
assentamento das pás e do anel externo do rotor. 
 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 80 
 
(a) 
 
(b) 
Figura 17 - (a): detalhes do posicionamento das pás e do anel externo no 
disco principal e (b) dimensões, detalhes e posicionamentos 
das pás no disco principal. 
 
6.3 Voluta ou caixa coletora 
 
No exemplo apresentado, para efeito de construção, optou-se pela 
forma espiralada, como mostrado nas Figuras 18 a 22. A seção transversal da 
voluta, no presente caso, terá a forma retangular e deverá ser construída em 
chapa no 16 ou 14, soldada com solda elétrica comum. Suas partes são: 
 
a) Lateral de sucção: nela é encaixado o distribuidor de entrada de 
ar (Figura 18); lateral motora: é o lado da voluta em que é preso 
o suporte do eixo (Figura 19 a e b). 
b) Entrada de ar ou distribuidor: tem como finalidade direcionar 
o ar de maneira uniforme para os canais do rotor. Para facilitar 
sua construção, o distribuidor terá a forma cilíndrica (Figura 21) 
e será construído em chapa no 16. 
c) Janela de manutenção: abertura na parte superior da caixa 
coletora que serve para a passagem do rotor durante a montagem 
e manutenção do sistema. É fechada com chapa metálica no 16 e 
parafusos de rosca soberba (Figura 21b). 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 81 
6.4. Montagem dos componentes 
Apresenta-se, a seguir, um modo prático para cortar as laterais da 
caixa coletora, o balanceamento do rotor e o acabamento. 
 
a) Traçado das laterais (motora e de sucção): um processo prático 
para traçar as laterais da caixa coletora de seção transversal 
retangular é o de Arquimedes, efetuado com quatro arcos de círculo 
(Figura 18). Para isso, toma-se o lado do quadrado auxiliar de 
construção a-b-c-d igual a 10% do diâmetro do disco principal, que 
no presente caso é de 5,0 cm. Com o centro no vértice a, traça-se o 
arco 1-2; com centro em b, o arco 2-3; com centro em c, o arco 3-4; 
e com centro em d, o arco 4-6. Devem ser obedecidas as proporções 
dadas na Figura 14, para interromper o corte das laterais no ponto 5. 
Para iniciar o traçado do arco 1-2, o raio a-1 deve ter o valor de 
42,5 cm. Sempre que possível, é aconselhável fazer um molde, para 
evitar que, em caso de erro, as chapas de aço sejam desperdiçadas. O 
molde permitirá aproveitar o máximo de cada chapa e poderá ser 
aproveitado no caso de construção de ventiladores iguais. 
 
b) Balanceamento do rotor: como o rotor irá girar em torno de 
1.700 rpm, é necessário que seu balanceamento seja correto, para 
que não haja vibrações, garantindo, assim, maior durabilidade do 
eixo e dos rolamentos. Um rotor balanceado dificilmente irá parar na 
mesma posição depois de girar livremente sobre o eixo. No caso do 
rotor não-balanceado, a parte mais pesada (ponto desbalanceado) irá 
parar sempre na posição inferior (devido à força da gravidade). Para 
balancear, contrapesos metálicos são colocados na posição oposta ao 
ponto desbalanceado. Encontrado o ponto próximoao equilíbrio, 
devem-se soldar os contrapesos e verificar o balanceamento até 
encontrar um equilíbrio adequado. 
 
 
 (a) (b) 
Figura 18 - (a): traçado das laterais pelo método de Arquimedes (lateral 
de sucção) e (b) lateral motora e suas dimensões básicas 
(em cm). 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 82 
 
(a) (b) 
 
Figura 19 - (a): lateral motora na envolvente (1a fase de montagem) e (b) 
lateral motora e de sucção (2a fase da montagem). 
 
Figura 20 - Suporte do conjunto e suas dimensões (terceira fase da 
montagem). 
 
 
 (a) (b) 
Figura 21 - (a): montagem da voluta sobre o suporte (quarta fase) e (b) 
detalhe da lateral de sucção mostrando o distribuidor de ar 
(quinta fase da montagem). 
 
d) Acabamento: terminados os trabalhos de solda, faz-se o 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 83 
acabamento do ventilador. Para a pintura, deve-se usar tinta 
resistente a altas temperaturas, que é feita antes da montagem 
final do ventilador. Deve-se, também, desenhar em uma parte 
bem visível (por exemplo, na parte alta da lateral motora) uma 
seta indicando o sentido de giro. Comandado pela polia motora, 
o giro deve coincidir com o movimento dos ponteiros do relógio 
(sentido horário). Para isso, a voluta deve ser montada de 
maneira que a boca de saída do ar esteja na parte inferior e à 
esquerda da lateral motora (Figura 21). 
 
 
 (a) (b) 
Figura 22 - (a): vista final do ventilador, com detalhe do eixo e sentido 
de giro e (b) conjunto motor-ventilador. 
 
Para evitar acidentes e garantir o funcionamento correto do 
ventilador, antes de fazê-lo funcionar, o montador deve verificar o giro do 
motor sem acoplar as correias de transmissão. O rotor é acoplado ao eixo de 
modo semelhante ao da serra circular, isto é, a porca do eixo é do tipo "rosca 
esquerda". Se o sentido de giro não for obedecido, o rotor não ficará retido 
ao eixo, podendo causar danos e até mesmo um acidente. 
 
6.5. Material necessário 
 
- Eixo de serra de 1 ¼" ou eixo comum de 1 ½", mancais com 
rolamentos de esferas; 
- 3 m2 de chapa preta no 16; 
- 2 m2 de chapa preta no 8; 
- 1 m2 de chapa preta no 12; 
- 12 parafusos com porcas 5/16"; 
- 28 parafusos com rosca soberba de 3/16" x ½"; 
- 4 parafusos de 2" x ½", para fixação do eixo; 
- 1 kg de eletrodo (solda elétrica) de 2,5 mm; 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 84 
- 2 litros de tinta para superfície metálica; 
- 1 litros de solvente "Thinner"; e 
- 20 kg de cantoneiras de ferro, com abas iguais, 1 ½" de 
espessura de 1/8", para construção do suporte do motor e voluta. 
 
7. LITERATURA CONSULTADA 
 
BÁRTHOLO, G.F.; MAGALHÃES FILHO, A.A.R.; GUIMARÃES, 
P.T.G.; CHALFOUN, S.M. Cuidados na colheita, no preparo e no 
armazenamento do café. Informe Agropecuário, v.14, n.162, p.33-44, 
1989. 
 
BROOKER, D.B.; BAKKER-ARKEMA, F.W.; HALL, C.W., Drying and 
storage of grain and oilseeds. New York: The AVI Publishing, , 1992. 
450 p. 
 
MELO, E.C., Rendimento térmico de uma fornalha a lenha de fluxos 
descendentes. Viçosa-MG: Impr. Univ.UFV. 1987. 45 p. (Dissertação 
de Mestrado). 
 
SILVA, J.S.; AFONSO, D.L.; GUIMARÃES, A. C. Estudo dos métodos de 
secagem; pré-processamento de produtos agrícolas, Juiz de Fora – MG: 
Instituto Maria, 1995. 509 p. 
 
SILVA, J.S., BERBERT, P.A. Colheita, secagem e armazenagem de café. 
Viçosa-MG: Aprenda Fácil Editora, 1999. 146 p. 
 
SILVA, J.S.; CORREA, P.C. Secagem com energia solar: pré-
processamento de produtos agrícolas. Juiz de Fora-MG: Instituto Maria, 
1995. 509p. 
 
TEIXEIRA, R.A.F.; NOBRE, G.W. Nova fórmula para cálculo de área de 
terreiro para secagem de café.In: CONGRESSO BRASILEIRO DE 
PESQUISA CAFEEIRA, 7, 1979, Araxá. Trabalhos apresentados... 
Rio de Janeiro: IBC/GERCA, 1979. 259-261. 
 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 85 
APÊNDICE A 
 
 (a) (b) 
Figura 23 - (a): vista geral do terreiro, antes da montagem dos tubos de 
ventilação e (b) detalhe da tomada de ar para o duto de 
ventilação. 
 
 
 (a) (b) 
Figura 24 - (a): entrada de ar do duto do sistema de ventilação e (b) 
colocação do duto do sistema de ventilação. 
 
 
 
Figura 25 - Detalhes da montagem dos dutos de ventilação. 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café - Tecnologias e Custos 86 
 
APÊNDICE A (cont...) 
 
 
 (a) (b) (c) 
Figura 26 - (a) e (b): detalhes da formação da leira e (c) leira pronta 
para ser coberta. 
 
 
 (a) b) 
Figura 27 - (a): cobertura da leira devido a chuvas e (b) sistema de 
ventilação em funcionamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 Construção e Manejos de Terreiros 
Secagem e Armazenagem de Café – Tecnologias e Custos 87 
 
APÊNDICE B 
 
 
 (a) (b) 
Figura 28 - (a) Carregamento da fornalha e (b) Regulagem da 
temperatura do ar de secagem. 
 
 
 
Figura 29 - Fornalha a carvão: detalhe da célula de queima. 
	1. MANEJO DO TERREIRO CONVENCIONAL
	2. LOCALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO TERREIRO
	3. RESUMO DOS CUIDADOS COM O USO DOS TERREIROS
	4. TERREIRO HÍBRIDO - SOLAR E BIOMASSA
	5. CONSTRUÇÃO DAS FORNALHAS
	5.1 Ciclone
	5.2 Fornalha a carvão
	5.3 Cuidados preliminares
	6. O VENTILADOR E SUA CONSTRUÇÃO
	6.1 Descrição do ventilador
	6.2. Construção e detalhes dos componentes
	6.3 Voluta ou caixa coletora
	6.4. Montagem dos componentes
	6.5. Material necessário
	7. LITERATURA CONSULTADA
	APÊNDICE A
	APÊNDICE A (cont...)
	APÊNDICE B

Outros materiais