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TRABALHO BIMESTRAL RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO “ABSORVENDO O TABU” Curso: Psicologia Período letivo: 2020/1 Disciplina: Antropologia Data: 29/05/2020 Nome: Cecilia Ketaney de Oliveira Cruz Matrícula: 2011170 Nome: Elisa Ribet Bassani Matrícula: 2011630 Nome: Luiz Gustavo R. Santos Matrícula: 2011831 Nome: Pollymara Souza de Oliveira Matrícula: 2011539 Inúmeras obras são eficientes em demonstrar a esmagadora onda do machismo vivido no mundo. Porém, pouca delas faz isto de forma nua e crua como ’’Absorvendo o Tabu’’. O curta-metragem mostra um grupo de mulheres na Índia que recebem uma máquina, produzida por um homem, para produzir absorventes eficazes e de baixo custo. Ao longo do documentário, podemos observar como a menstruação interfere de forma negativa na vida das mulheres e meninas indianas. Ele nos fornece uma visão de como a menstruação ainda é um tabu para o povo indiano. Além disso, também apresenta uma realidade na qual o machismo, o misticismo e a falta de informação se unem e se formam juntos, um monstro opressor cujas principais vítimas são as mulheres, que em geral se constrangem ao falar sobre menstruação e, exatamente por isso, mal sabem do que se trata. Em dado momento, o documentário exibe a fala de um homem que alega que a menstruação é uma doença que afeta predominantemente mulheres. A dominação masculina na sociedade indiana é extremamente exacerbada, fator que contribui para que as meninas abandonem a escola assim que começam a menstruar por causa do constrangimento das constantes manchas de sangue em suas roupas. A menstruação é vista como algo impuro, tanto que elas não podem entrar em templos religiosos e nem rezar quando estão nesse período – os anciãos dizem para elas que suas preces não serão ouvidas, independentemente do fervor da oração- o que é contraditório, visto que, existem diversas deusas femininas. Delgado (2015, p. 16) diz que toda cultura é socialmente aprendida, não é herdada biologicamente. Aprende-se a própria cultura crescendo com ela. Portanto, as mulheres nascidas nesse país aprendem desde o seu nascimento a ser submissa aos homens. Elas não podem escolher seus pretendentes, chamar suas sogras pelo nome, e são vistas como um desperdício financeiro. Em consequência do tamanho sofrimento enfrentado por elas, muitas optam por abortar seus bebês quando descobrem que são do sexo feminino. As tradições religiosas e culturais da Índia misturam-se às crenças, aos valores e remetem ao comportamento do povo. As mulheres indianas não têm liberdade após o casamento, nem são encorajadas a trabalharem e serem independentes. Porém, isso mudou com a introdução da máquina de fabricação de absorventes, através dela, as mulheres conquistaram a tão sonhada independência financeira. Uma frase marcante do curta-metragem é quando uma mulher diz que numa sociedade patriarcal, demoram em naturalizar algo relacionado à mulher. Isso é algo que vimos em todo o decorrer do curta, os homens demoraram a aceitar o quanto elas estavam se tornando independentes deles. De acordo com Delgado (2015, p. 21) As culturas sempre sofrem alterações ao longo do tempo, embora raramente com tanta rapidez ou em tão grande escala como ocorre hoje. As mudanças acontecem em resposta a eventos, como crescimento da população, inovações tecnológicas, crises ambientais, intrusão de indivíduos marginais ou modificação de comportamento e valores próprios da cultura. O local em que foi filmado o documentário sofreu certas mudanças. Principalmente no que diz respeito à menstruação. Elas deixaram de usar qualquer pano que achavam para conter o sangramento, correndo sérios riscos de saúde e começaram a usar os absorventes que elas mesmas produziam. Eram mais higiênicos e eficientes, do que os panos. Mas, ‘‘Absorvendo o Tabu’’ vai muito além de mostrar a força opressora do machismo no mundo e nos obriga a olhar para um vasto horizonte chamado” o papel exigido da mulher na sociedade”. Em todos os âmbitos, uma perfeição descomunal e rígida é sempre exigida e cobrada das mulheres. Um corpo perfeito, dentes aliados, um rosto angelical, um jeito meigo e feminino são exemplos de como é árduo se encaixar em padrões perfeitos e irreais impostos, muita das vezes, por homens. A cantora Beyoncé Knowles cita em uma de suas mais famosas canções ’’Pretty Hurts’’ (A beleza dói), as exigências da sociedade sobre as mulheres e critica a forte pressão que o sexo feminino sofre para alcançar a ’’beleza ideal’’. Um trecho da música diz que ’’A beleza dói. A perfeição é a doença da nação. ’’ Composições como ’’Pretty Hurts’’ aguçam nosso senso crítico e nos convidam a quebrar padrões desnecessários e machistas tão arraigados em nossa sociedade. As mulheres são à base de qualquer sociedade, elas são mais fortes, mas não percebem isso. Elas não têm ideia do que realmente são capazes de fazer. O mundo não pode ir para frente sem as mulheres, elas são as criadoras do universo. O ser mais forte que Deus criou não foi o leão, o elefante ou o tigre, foi à mulher. (ABSORVENDO o tabu. Direção de Rayka Zehtabchi. Índia, 2018. Documentário/curta- metragem (25 min) ) Referências bibliográficas 1. ABSORVENDO o tabu. Direção de Rayka Zehtabchi. Índia, 2018. Documentário/curta- metragem (25 min). Disponível na Netflix. 2. BEYONCÉ. Pretty Hurts. Nova York. Kings Landing, Jungle City Studios, Oven Studios, 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LXXQLa-5n5w. Acesso em: 4 jun. 2020. 3. DELGADO, Oscar Osmar Carrasco. Antropologia. Vitória: Multivix, 2015. 4. TARDIN, Rachel. As mulheres indianas são felizes? 2018. Disponível em: https://www.brasileiraspelomundo.com/amp/as-mulheres-indianas-sao-felizes- 320984655. Acesso em: 02 jun. 2020 https://www.youtube.com/watch?v=LXXQLa-5n5w https://www.brasileiraspelomundo.com/amp/as-mulheres-indianas-sao-felizes-320984655 https://www.brasileiraspelomundo.com/amp/as-mulheres-indianas-sao-felizes-320984655
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