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Contabilidade de Gestão Manual do Curso de Licenciatura de Gestão de Recursos Humanos ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO i INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Direcção Académica Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa Beira - Moçambique Telefone: +258 23 323501 Cel: +258 82 3055839 Fax: 23323501 E-mail: isced@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz ii Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pela Coordenação Pelo design Direção Académica do ISCED Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED Financiamento e Logística Pela Revisão Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) Elaborado Por: dr. Edilton Alfândega – Licenciado em Contabilidade e Auditoria iii Índice Visão geral 1 Benvindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade de Gestão l .......................................... 1 Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 2 Como está estruturado este módulo ................................................................................ 3 Ícones de actividade ......................................................................................................... 5 Habilidades de estudo ...................................................................................................... 5 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 8 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 9 Avaliação ........................................................................................................................... 9 TEMA – I: A Contabilidade de Gestão e o Ambiente Empresarial. 11 UNIDADE Temática 1.1. A Insuficiência da Contabilidade Geral. ................................... 11 Introução ......................................................................................................................... 11 Sumário ........................................................................................................................... 17 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 17 UNIDADE Temática 1.2. A Contabilidade Analítica de Gestão ....................................... 19 Introução ......................................................................................................................... 19 Processo de Produção nas empresas comerciais e industriais ............................. 24 Organigrama funcional das empresas industriais ................................................. 25 Sumário.................................................................................................................. 26 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ………………………………………………………………………….…………………………..26 iv UNIDADE Temática 1.3. A Contabilidade Analítica na Estrutura da Empresa ................ 27 Introução ......................................................................................................................... 27 A Contabilidade de Gestão na Estrutura das Empresas ................................................. 28 Distinções entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Analítica De Gestão ... 30 Sumário ........................................................................................................................... 32 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 33 UNIDADE Temática 1.4. Distinção Entre uma Empresa Industrial e uma Empresa Comercial ........................................................................................................................ 33 Introução ......................................................................................................................... 33 Sumário ........................................................................................................................... 39 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 39 UNIDADE Temática 1.5. Exercícios desse Tema ............................................................. 40 TEMA – II Custo. 42 UNIDADE Temática 2.1. Terminologia de Custo. ............................................................ 43 Introução ......................................................................................................................... 43 Sumário ........................................................................................................................... 46 Exercícios ........................................................................................................................ 47 UNIDADE Temática 2.2. Classificação de Custos ............................................................ 48 Introução ......................................................................................................................... 48 UNIDADE Temática 2.3. O Custo do Produto ................................................................. 51 Introução ......................................................................................................................... 51 Exercícios de Auto-Avaliação ......................................................................................... 54 UNIDADE Temática 2.4. Exercícios Deste Tema. ........................................................... 57 TEMAIII – Sistemas de Custeio 68 UNIDADE Temática 3.1. Sistema de Custeio por Ordem de Produção .......................... 68 Introução ......................................................................................................................... 68 UNIDADE Temática 3.2. Sistema de Custeio por processo. ............................................ 74 Introução ......................................................................................................................... 74 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 76 UNIDADE Temática 3.3. Exercícios deste Tema. ............................................................. 88 Referências Bibliográficas ............................................................................................... 93 1 Visão geral Benvindo à Disciplina/Módulo de Contabilidade de Gestão l Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de Contabilidade de Gestão I deverá ser capaz de: definir o âmbito da contabilidade de gestão, nomeadamente, quanto aos métodos de análisedos custos, proveitos e resultados da empresa, incluindo orçamento e controlo orçamental. Deverá ainda saber calcular o custo de produção, valorizar os inventárioos de produtos e apurar o resultado do exercício, em custeio de absorção, tanto em organizações com custeio por ordem de produção como por processo e ter em conta a nova realidade do SNC. Objectivos Específicos ▪ Identificar as principais diferenças e semelhanças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Gestão; ▪ Entender a importância dos padrões éticos de conduta numa organização; ▪ Analisar as alterações provocadas pelo novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC) sobretudo na Contabilidade de Gestão; ▪ Compreender as várias classificações de custos inerentes ao cálculo de custos e à tomada de decisão; ▪ Relacionar os conceitos de compras de matérias-primas, matérias-primas consumidas, custo industrial, custo industrial da produção acabada, gasto industrial dos produtos vendidos, resultado bruto, resultado operacional, 2 resultado antes de impostos e resultado líquido do período; ▪ Elaborar a Demonstração de Resultados por Funções de acordo com o novo normativo contabilístico (SNC); ▪ Distinguir custeio por processo e custeio por ordem de produção e identificar as situações em que se deve adoptar cada um deles; ▪ Elaborar, em custeio por ordem de produção, quadros de resumo das encomendas produzidas e vendidas e dos resultados por encomenda; ▪ Calcular, em custeio por processo, a produção do período em unidades equivalentes, utilizando os diferentes critérios de valorização de saídas de inventários, e o custo de produção acabada e em vias de fabrico. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de licenciatura em Gestao de Recursos Humanos do ISCED. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. 3 Como está estruturado este módulo Este módulo de Contabilidade de Gestão I, para estudantes do 2º ano do curso de licenciatura Gestao de Recursos Humanos, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias ▪ Um índice completo. ▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades,. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas algunas incluido estudo de caso. 4 Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD- ROOM, DVD. Para elém deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresntam duas caracteristicas: primeeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/doceentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exrcícios de avaliação é uma grande vantagem. 5 Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico- Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em goso de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 6 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existirem. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou sejaque 7 durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimento, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 8 Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigetada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou admibistrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar’a a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver habito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 9 programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 10 docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e concistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. 11 TEMA – I: A Contabilidade de Gestão e o Ambiente Empresarial. UNIDADE Temática 1.1. Insuficiência da Contabilidade Geral UNIDADE Temática 1.2. A Contabilidade Analítica de Gestão UNIDADE Temática 1.3. A Contabilidade Analítica na Estrutura da Empresa UNIDADE Temática 1.4. Distinção Entre uma Empresa Industrial e uma Empresa Comercial UNIDADE Temática 1.5. Exercícios deste tema UNIDADE Temática 1.1. A Insuficiência da Contabilidade Geral. Introução A informação contabilística sempre se mostrou imprescindível para o controlo e avaliação de desempenho das empresas, daí que a contabilidade exerce uma função crucial na medida que prepara informação de natureza financeira para os diversos interessados (Estado, Investidores, Financiadores, Gestores, Fornecedores, Clientes e o Público interessado). Mas no que tange à gestão da empresa, necessita-se de informação de natureza analítica (de uso exclusivamente interno) que permita aos responsáveis pelas diversas áreas controlar e avaliar a eficência e eficácia na utilização dos recursos alocados. Neste ambito, observa-se uma limitação na Contabilidade Geral na medida que os demonstrativos financeiros brindam, de forma global, informaçãode natureza financeira, o que não permite ao gestor avaliar de forma separada a área pela qual responde. Por sua vez, a Contabilidade Analítica (ou de custos), também conhecida por Contabilidade Interna visa produzir informação específica e a um nível mais elementar para o controle de custos resultantes do consumo de recursos (bens e serviços) nos processos produtivos. 12 Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Dar a conhecer a importância da contabilidade e da informação financeira na vida das empresas; ▪ Apontar as razões que conduzem a existência da Contabilidade de Gestão; ▪ Estabelecer a necessidade das empresas controlarem os movimentos dos recursos nelas utilizados. A Insuficiência da Contabilidade Financeira A Contabilidade financeira tem mostrado uma maior preocupação em fornecer informações para além dos utilizadores internos mas também aos utilizadores externos como os credores, accionista e outros que se encontram fora da organização. Portanto, sempre foram inevitáveis as dúvidas em torno da grandeza desta Contabilidade em fornecer as informações indespensáveis à tomada de decisões relativas ao planeamento e controlo das actividades empresariais. Como sabemos, a empresa é o organismo que reúne um conjunto de factores para, mediante determinado processo, obter e trocar produtos com outros agentes económicos. São factores todos os recursos económicos ou meios de produção: capital e trabalho; entende-se por processo todo o conjunto de operações que, utilizando uma certa tecnologia, transforma os factores (“ in –puts”) em produtos (“ out –puts”). Assim, em toda a empresa se desenvolve um ciclo económico que compreende as seguinte etapas: ▪ A captação de recursos financeiros; ▪ O aprovisionamento de factores, ou seja, a aplicação dos 13 recursos financeiros em factores produtivos; ▪ O processo de produção, isto é, a transformação dos factores em produtos; ▪ O armazenamento dos produtos; ▪ A comercialização dos produtos, finalizada com a sua venda; ▪ A recuperação dos recursos financeiros, atravês das cobranças. Figura 1.1. Compreende-se perfeitamente que, para a empresa, o aprovisionamento de factores (processo de trocas, a montante de produção) e a comercialização de produtos (processo de troca, a jusante da produção) implicam relações com o exterior (movimento externo), ao contrário do que acontece com o processo de produção e armazenamento de produtos que dão origem à circulação de valores (consumo, modificação, transformação ou conversão em produtos) no seio da própria empresa (movimento interno). Ora, as informações fornecidas pela contabilidade financeira, respeitando as relações da empresa com o exterior, e obtidas “ a posterior”, pelo tratamento de dados históricos e, portanto, já inalteráveis, são veiculadas, fundamentalmente, pelas peças contabilísticas: Captação de Recursos financeiros Aprovisionamento de factores Comercialização de Produtos Movimento Interno Processo de Produção Armazenamento de Produtos Cobranças Movimento Externo 14 a) Um balanço – de acordo com o Nabais e Naibais (2010) diz que é um quadro que contém informação referente a determinada data, acerca dos recursos (Activo) que a empresa utiliza e da forma como estão a ser financiados pelos titulares da empresa (Capital próprio) e por terceiros (Passivo). Portanto, Borges et all (2010) diz que a finalidade subjacente a elaboração de um balanço é proporcionar informação acerca da posição financeira da empresa/entidade que é afectada pelos recursos económicos que ela controla, pela sua estrutura financeira, pela sua liquidez e solvência, e pela capacidade de se adaptar as alterações no ambiente em que opera. b) Uma demonstração de Resultados durante o período contabilístico – este quadro. De acordo com o Nabais & Nabais (2010) que evidencia as componentes negativas (Gastos) e positivas (Rendimentos) do resultado a um exercício económico Portanto, de acordo com o Braga (2009), diz que este mapa é frequentemente usado como medida de desempenho ou como base para outras avaliações, tais como o retorno do investimento ou resultado por acção. c) Uma demonstração das variações no capital próprio – de acordo com a Braga (2009), este demonstrativo tem por objectivo facilitar a análise das modificações ocorridas nos componentes do Património liquido, durante determinado período, geralmente exercício social. d) Uma demonstração dos fluxos de caixa (DFC) durante período contabilístico – De acordo com Braga (2009), a DFC evidencia as modificações ocorridas no saldo 15 das disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da empresa em determinado período, através de fluxos de recebimentos e pagamentos. Este mapa, a sua importância é caracterizada pela necessidade dos utlizadores das DF’s de uma empresa em conhecer como ela gera e usa os recursos de caixa e equivalentes de caixa, independemente da natureza das suas actividades. Muito naturalmente, estas informações são indespensáveis à gestão racional da empresa, pois estes documentos são utilizados para a tomada de decisão de elementos externos à empresa, por exemplo: ▪ Para os Bancos analisarem a sua situação financeira; ▪ Para os clientes analisarem a sua dimensão e o posicionamento no mercado; ▪ Para o estado aferir da correção dos elementos facultados no cumprimento das obrigações da empresa; ▪ Para o público analisar a sua situação. Mas, será que são suficientes? Para já, não poderemos esquecer que, no fundo, todas estas informações são tradicionalmente obtidas considerando-se a empresa como uma unidade financeira, gestora de um capital próprio, pelo que todo o processo da contabilidade financeira está orientado para a determinação do excedente económico após a remuneração, certa e contratada, dos factores de produção, sendo esse excedente (incerto e variável) repartido pelos factores ainda não remunerados até ao momento, fundamentalmente o capital próprio e o Estado. Sendo esta a preocupação prioritária da contabilidade financeira, é natural que as respectivas informações não satisfaçam as múltiplas e diversificadas necessidades da gestão. De facto, a demonstração dos resultados, que nos apresenta uma análise condensada e global do rédito da empresa, é sem dúvida o seu 16 documento mais importante para os gestores, mas é evidente que a simples classificação dos custos e proveitos por natureza não permite: a) Determinar a eficiência da empresa, como unidade financeira; b) Analisar as condições internas da exploração, isto é, calcular os custos e rendimentos das várias divisões, secções e centros de trabalho da empresa, para detectar quaisquer anormalidades e promover a sua imediata correção ou seja, para controlar a exploração; c) Apurar os custos dos produtos fabricados e vendidos e, consequentemente, estabelecer bases, adequadas para a avaliação das existências, as quais terão de ser contabilizadas, necessariamente pelo método do inventário periódico ou intermitente; d) Apurar as margens dos seus diversos produtos, isto é, as diferenças entre os proveitos e os custos de produção directamente vinculados à obtenção e venda de cada produto, para saber se ganha ou perde em todos ou só em alguns e, consequentemente, poder decidir racionalmente quanto aos futuros programas de fabrico e vendas (reduzir, manter ou aumentar a produção e venda deste ou daquele produto).17 Sumário Nesta unidade temática trataou-se do papel da contabilidade para as empresas e da razão que conducente à existência da contabilida de gestão. Entretanto, sublinha-se que a Contabilidade de Gestão é decorrente da insuficiência da Contabilidade Geral na geração de informação de natureza interna para efeitos de controle e tomada de decisões gerenciais. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. Defina a Contabilidade de Gestão. 2. Debruce-se sobre a insuficiência da Contabilidade Geral. 3. No ciclo económico das empresas, quais são as etapas que antecedem o processo produtivo? 4. O que entende por demonstração de resultados? 5. Aponte, pelo menos duas limitações duma demosntração de resultados global. Solução: 18 1. Defina a Contabilidade de Gestão. R: é um sistema que visa a produção de informação específica e a um nível mais elementar para o controle de custos resultantes do consumo de recursos (bens e serviços) nos processos produtivos. 2. Debruce-se sobre a insuficiência da Contabilidade Geral. R: A insuficiência da Contabilidade Geral consite no facto desta estar voltada para a geração de informação de natureza global que, por si só, não satisfaz os objectivos de natureza gerecial nomedamente: controlo e tomada de decisão, daí que surge a necessidade de um ramo que produza informação de natureza analítica e de uso exclusivamente interno. 3. No ciclo económico das empresas, quais são as etapas que antecedem o processo produtivo? R: As etapas que antecedem o processo produtivo no ciclo económico das empresas são as seguintes: captação de recursos e aprovisionamento. 4. O que entende por demonstração de resultados? R: demonstração de resultados é o documento contabilístico que evidencia, de forma resumida, as componentes negativas e positivas do resultado de um determinado período. 5. Aponte, pelo menos duas limitações duma demosntração de resultados global. R: As limitações duma demonstração de resultados global consistem no facto de não permitir: Apurar os custos dos produtos fabricados e vendidos e, consequentemente, estabelecer bases, adequadas para a avaliação das existências, as quais terão de ser contabilizadas, necessariamente pelo método do inventário periódico ou intermitente; Apurar as margens dos seus diversos produtos, isto é, as diferenças entre os proveitos e os custos de produção directamente vinculados à obtenção e venda de cada produto, para saber se ganha ou perde em todos ou só em alguns e, consequentemente, poder decidir racionalmente quanto aos futuros programas de fabrico e vendas. 19 UNIDADE Temática 1.2. A Contabilidade Analítica de Gestão Introução Uma gestão eficiente de qualquer organização deve ter dados processados que devem ser cuidadosamente analisados para que sirvam de suporte na definição de estratégias que orientam ao alcance dos objectivos globais da organização. Para que estes dados sejam transformados em informação relevante para efeitos de controlo e tomada de decisão gerencial, é necessário que à um nível mais elementar seja feito o registo dos recursos consumidos no processo de produção, de forma que seja possivel controlar as quantidades consumidas e os seus custos. Assim, suportando-se na técnica contabilística os gestores podem obter informações que necessitam para efeitos de planificação, monitoria e tomada de decisão. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Definir a Contabilidade de Gestão; ▪ Dar a conhecer o âmbito da Contabilidade de Gestão; ▪ Dar a conhecer os objectivos da Contabilidade de Gestão; ▪ Identificar as principais funções de uma empresa; ▪ Estabelecer a diferença entre os ciclos produtivos das empresas industriais. A Contabilidade de Gestão Alguns autores denominam a Contabilidade Analítica de Gestão por Contabilidade Interna ou de Custos e até por contabilidade industrial, consituindo neste caso sinónimo ou sub-ramos da Contabilidade de 20 Gestão, facto que levou a outros autores a designarem por Contabilidade Analítica de Gestão. Esta surge divido a insuficiência da Contabilidade Geral, isto é, esta segunda, caracteriza a vivência das empresas, coloca-se em todas as vertentes, nomeadamentea nível de: ▪ Tecnologia; ▪ Mercado; ▪ Técnicas de gestão; ▪ Pessoas. Deve-se recordar que o marco histórico do surgimento da contabilidade está directamente ligado a necessidade de suprir as limitações da memória humana no controle do Património individual e ou das famílias. Mais tarde, com a descoberta e o desenvolvimento do caminho marítimo levou ao crescimento das actividades comerciais passando a contabilidade a ser utilizada como uma técnica de registo dos factos comerciais dos mercantelistas de tal forma que este fim serviu até ao momento do apogeu da era industrial. No entanto, no compasso entre a era da actividade comercial até a era industrial, a contabilidade geral respondia positivamente as necessidades dos seus utilizadores. Portanto, desde o momento em que ocorreu a industrialização da actividade económica, os gestores das empresas começaram a sentir a insuficiência da Contabilidade Geral no fornecimento de determinadas informações, capazes de permitir a imediata tomada de decisões económicas, diante de uma cada vez menos disponibilidade para analisarem as tais informações, o que levou a tornarem-se mais exigentes sobre o tipo de informação 21 necessária para tomada de decisão. Isto porque, está claro que gestor necessita de processos fiáveis, rápidos, económicos e o mais automatizado possível que lhe respondam ao maior número de questões que se colocam. Estes processos, permitirão ao gestor controlar e analisar em que medida as suas decisões se mostram as mais correctas, para poderem ser corrigidas ou mantidas. Assin sendo, a Contabilidade Geral não estando em condições de responder a estas perguntas, por uma simples razão, a sua principal característica é coligir de forma organizada um vasto conjunto de informação, que influencia o património da empresa, permitindo a avaliação fiscal do património e o apuramento de um resultado por exercício, surge a Contabilidade Analítica com vista a colmatar a falta de respostas por parte da Contabilidade Geral às necessidades da gestão, prosseguindo os seguintes objectivos: a) Calcular o custo dos bens ou dos serviços oferecidos pela empesa, com vista à: ✓ Orientar os preços de venda; ✓ Valorizar os custos de produção e os produtos acabados; ✓ Controlar os custos e a eficiência da empresa. b) Controlar as condições internas de exploração com vista à: ✓ Acompanhar as operações económicas de transformação das matérias-primas em produtos acabados; ✓ Calcular a rendibilidade dos diversos produtos; c) Efectuar o control de gestão, de modo a: ✓ Fornecer dados para o control orçamental; ✓ Repartir por produtos ou por actividades, o resultados global a atingir; ✓ Estabelecer objectivos departamentais que orientem as actividades para atingir o resultado final previsto; 22 d) Efectuar a análise económica e a tomada de decisão: ✓ Fornecer aos orgãos de gestão a informação necessária a um control eficaz e à realização de operações alternativas; ✓ Preparar programas económicos e financeiros; ✓ Efectuar calculus de viabilidade comparada. Deste modo, de acordo com os objectivos, a Contabilidade Analítica de Gestão é um instrumento de uso interno, ao serviço da gestão e, portanto, um instrumento de apoio a tomada de decisão. Esta contabilidade, vai proporcionar a repartição do resultado globalobtido, pelos produtos ou pelos departamentos da empresa. De referir que o resultado global é constituido pelos custos e pelos proveitos. Dai que Santos (2014) afirma que o grande objectivo prosseguido pela Contabilidade Analítica, conforme ilustra a figura 1.1. é permitir a análise de custos e proveitos, isto é, de resultados, na sua unidade mais pequena que possa existir em cada organização, seja um produto, uma actividade, uma unidade fabril ou uma secção. Figura 1.1: Exemplo de Repartição de Custos para respectiva análise Fonte: Santos (2014) Assim, pode-se afirmar que a Contabilidade Analítica tem como objecto as operações internas, 23 realizadas no seio da própria empresa e relacionadas com o seu processo de produção. Por outro lado, é ao nível das operações elementares que se situam agora os factos a observar, não globalmente como na contabilidade financeira, mas em analítica e especificamente, de modo a permitir o seu planeamento e controlo. Convém salientar, finalmente, que a expressão “processo de produção” deverá ser entendida no seu mais amplo sentido, compreendido quaisquer operações internas, transformadoras ou não, que constituam a actividade típica de uma empresa. Quer dizer, em toda a empresa existe um processo que converte os factores em produto, ainda que essa conversão não implique uma transformação física pela qual se obtenham produtos susceptíveis de armazenamento, como acontece nas empresas industriais, pois existe sempre, e pelo menos, uma transformação de valores. Assim, a contabilidade analítica não se limita às empresa industriais mas tem aplicação em toda a empresa, qualquer que seja a sua natureza, nomeadamente nas empresas comerciais e nas empresas financeiras. Ao fim e ao cabo, a contabilidade financeira e a contabilidade analítica, em conjunto, permitem-nos conhecer o funcionamento integral da empresa. Todavia, importa referir que a Contabilidade Analítica constitui um sistema de informação que consome recursos, isto é, custa dinheiro e horas de trabalho, há necessidada de preparer toda a empresa ( e, em particular, a informática e a area financeira) para obter tais informações e manter os sistemas a funcionar de forma sistemátoca, actualizada e precisa. Desta forma, antes da sua implementação deve- se antes responder as seguintes questões: 24 ▪ Que informação desejamos ter? ▪ Com que regularidade? ▪ Que utilidade tem essa informação? ▪ Que custo temos que suportar para produzir tal informação? Concluindo, a grande dificuldade que a empresas enfrentam na implementação da Contabilidade Analítica está relacionado com o custo de informação versus a utilidade de informação. Contudo, a administração da empresa está ciente que quando há necessidade de se atender às exigências fiscais de integração e coordenação da contabilidade analítica (de custos) com o restante da escrituração (com a contabilidade financeira), o subsistema para o gerenciamento de custos é imprescindível. Independemente disso, tal subsistema é vital para a consecução do que denominamos sistema de informação contabilístico integrado, no qual deverá ser registada a maior parte dos dados quantitativos. Processo de Produção nas empresas comerciais e industriais Embora em todas as empresas se verifique uma circulação interna de valores, a verdade é que nas empresas comerciais a função de produção se reduz à sua expressão mais simples, podendo dizer-se, praticamente, que às compras ( de mercadoria) se sucedem directamente as vendas (de mercadorias). Perante a descontinuidade dos fluxos físicos das entradas (compras) e das saídas (vendas), o desenvolvimento harmonioso, regular e contínuo do processo de exploração é assegurado pela armazenagem das mercadorias. APRVISIONAMENTO DISTRIBUIÇÃO Armazém De Mercadorias Vendas 25 FÁBRICA Aqui, nas empresas comerciais, apenas importa distinguir as mercadorias compradas e as mercadorias vendidas. Pelo contrário, nas empresas industriais o processo de produção assume toda a sua extraordinária importância: entre as compras (de matérias) e as vendas (de produtos fabricados) situa-se todo um ciclo de transformações, utilizando determinada tecnologia e exigindo determinado equipamento fabril. Aqui, nas empresas industriais, o desenvolvimento regular e contínuo do processo de exploração é assegurado pela armazenagem das matérias (a montante da produção) e pela armazenagem dos produtos fabricados ( a jusante da produção), armazenages que possibilitam a utilização óptima dos factores produtivos e permitem o escoamento daqueles bens consoante as conveniências. Organigrama funcional das empresas industriais A contabilidade analítica pressupõe uma organização racional dos serviços da empresa, de acordo com a moderna problemática do Compras ADMINISTRAÇÃO E FINANCIAMENTO Produção em Curso APRVISIONAMENTO PRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO Compras Armazém De Mercadorias Consumos Armazém De Prod. Fab. Produções ADMINISTRAÇÃO E FINANCIAMENTO 26 controlo da gestão, devendo apoiar-se no organigrama funcional da empresa – esquema ou gráfico que possibilita uma visão imediata da sua estrutura e hierarquia funcional, conforme os princípios da autoridade e da responsabilidade. Sumário Nesta unidade tratou-se essencialmente da noção da Contabilidade de Gestão, incluindo a sua função, os seus objectivos e a sua necessidade nas empresas industriais, também identificaram-se as principais funções das empresas, com maior enfoque para as as empresas industriais, visto que é sobre ela que a disciplina está voltada. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 27 1. Defina a Contabilidade Analítica de Gestão. 2. De acordo com o conhecimento adquirido nesta unidade temática, pode se afirmar que a Contabilidade Analítica se limita somente às empresas industriais? 3. Aponte os objectivos da Contabilidade Analítica de Gestão. Solução: 1. Defina a Contabilidade Analítica de Gestão. A Contabilidade Analítica e de Gestão é um instrumento de uso interno, ao serviço da gestão, que visa captar dados e processá-los para gerar informação útil e de apoio a tomada de decisão. 2. De acordo com o conhecimento adquirido nesta unidade temática, pode se afirmar que a Contabilidade Analítica se limita somente às empresas industriais? R: A contabilidade analítica não se limita às empresa industriais, pois tem aplicação em todas as empresas, qualquer que seja a sua natureza, nomeadamente nas empresas comerciais e nas empresas financeiras. 3. Aponte os objectivos da Contabilidade Analítica de Gestão. R: A Contabilidade Analítica de Gestão visa alcançar os seguintes objectivos: Calcular o custo dos bens ou dos serviços oferecidos pela empesa, Controlar as condições internas de exploração, Efectuar o control de gestão, Efectuar a análise económica e a tomada de decisão. UNIDADE Temática 1.3. A Contabilidade Analítica na Estrutura da Empresa Introução 28 A contabilidade é a única técnica que fornece informações ao serviço da empresa enquanto centro de tomada de decisões. A tomada de decisões passa pelo processo de colher informações relevantes e para encontrar possíveis alternativas de solução e, posteriormente, fazer a escolha entre elas. A informação fornecida nas demonstrações financeiras, constitui um valioso instrumento para que a contabilidade possaauxiliar a administração na tomada de decisões, e a adopção desses procedimentos levaria gerência eficaz com dados confiáveis e reais. Os executivos fazem muitas coisas além de tomar decisões. Só eles, porém as tomam. Uma habilidade que se deve ter para administrar é, portanto, ser capaz de tomar decisões eficazes. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Conhecer o papel da Contabilidade Analítica de Gestão nas empresas; ▪ Estabelecer a diferença entre a Contabilidade Geral e a Contabilidade de Gestão; ▪ Indicar a importância da Contabilidade Analítica e de Gestão para uma empresa. A Contabilidade de Gestão na Estrutura das Empresas A Contabilidade Analitica de Gestão é utilizada na estrutura da empresa como ferramenta de auxílio à administração, em todas as suas facetas operacionais. 29 Tendo em vista que uma organização é estruturada de forma hierárquica, a Contabilidade Gestão deve suprir, atravês da informação contabilística gerencial, todas as áreas da Organização. Como cada nível da administração dentro da empresa utiliza a informação contabilística de maneira diversa, cada qual com um nível de agregação diferente, a contabilidade analítica deverá providenciar que a informação contabilística seja trabalhada de forma específica para cada segmento hierárquico da organização. Isso reflecte na forma de utilização da informação contabilística. Assim teremos um bloco de informações que suprirão a alta administração da organização e toda sua estrutura, que denominamos de gerenciamento contabilístico global, objectivando canalizar informações que sejam apresentadas de forma sintética, em grande agregados, com a finalidade de controlar e planejar a empresa dentro de uma visão de conjunto. Teremos um segundo bloco de informações que suprirão a média administração. São informações para canalizar os conceitos de contabilidade por responsabilidade. Denominamos esse segmento de gerenciamento contabilístico sectorial. Finalmente, teremos um terceiro bloco de informações para gerenciar cada um dos produtos da organização de forma isolada. Denominamos esse segmento da Contabilidade Analítica, de gerencialmento contabilístico específico. São informações que descem de um grau maior de detalhadamento, a nível operacional. Para todos esses segmentos serão trabalhadas informações para planejamento estratégico e orçamentário, já que o segundo fundamento da Contabilidade analítica é seu enfoque para o futuro. 30 Distinções entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Analítica De Gestão Para melhor perceber a diferença entre a Contabilidade Analítica de Gestão com a Contabilidade Financeira, vamos recordar que a Contabilidade está dividida em duas grandezas sendo cada uma com as suas respectivas características: Tabela 1.1. : Característica da Contabilidade Geral e Analitica Contabilidade Geral Contabilidade Analítica de Gestão ▪ Externa a nível dos documentos; ▪ Interna a nível dos documentos; ▪ Externa a nível dos utilizadores; ▪ Interna a nível dos utilizadores; ▪ Global; ▪ Pormenorizada; ▪ Rígida e Uniforme; ▪ Maleável e diversa; ▪ Factos passados. ▪ Factos presente e para o futuro. Fonte: Santos (2004) Relativamente a primeira característica da Contabidade Geral, isto é, ao ser externa em termos de documentos recebidos, pretende-se dizer que regista todos os fluxos externos recebidos e produz informação. Enquanto que em relação ao ser externa ao nível dos utilizadores, a segunda característica, está relacionada com os documentos produzidos, ao elaborar facturas, recibos, cheques e documentos financeiros para apreciação externa. Quanto a ser rceira característica, de ser global, a contabilidade geral regista toda a vivência da empresa, isto é, o conjunto das suas vendas e das suas compras durante um ano, a posição das dívidas dos seus clientes ou aos seus fornecedores. 31 E ao ser rígida e uniforme, diz respeito as regras existentes, devidamente definidas quanto à forma de contabilização de cada operação, princípios a respeitar e movimentos a efectuar pela generalidade das empresas, por forma a serem compatíveis as informações produzidas por cada uma delas. E por fim, a última característica, que está relacionada com o registo de factos passados, refere-se ao facto das informações patentes nas demonstrações financeiras (Balanço, Demonstração de Resultados e Demonstração de Fluxo de Caixa) serem apresentadas depois dos factos ocorrerem e previligiam uma comparação com os elementos de anos anteriores. Pelo que, não transmite dados sobre o presente ou futuro. E atendendo e considerando as características da Contabilidade Analítica, começando pela primeira, que é a de ser interna a nível dos documentos, refere-se ao facto desta tratar dos processos de transformação dos produtos e seus processos de fabrico. E quanto ao ser interna a nível de utilizadores, está mais direccionada aos orgãos que tomam decisões no seio da empresa e aos níveis intermédios, que servem da informação para preparar melhor a sua actuação. Quando se refere a Contabilidade Analítica ser pormenorizada, pretende dizer que ela reparte as operações globais em parcelas, para explicar os diversos indicadores na unidade pretendida, produto, unidade produtiva, etc. E quanto ao ser maleável e diversa, quer dizer que a contabilidade analítica é adaptada à estrutura orgânica de cada empresa e às características da sua actividade. E por fim, encontramos o facto da contabilidade analítica ser um registo de factos presente virado para o futuro, esta avalia o presente e fornece indicações sobre o futuro. 32 Sumário Nesta unidade temática tratou-se da função e importância da Contabilidade Analítica de Gestão para as empresas e se estabeleceu as características que diferem a Contabilidade Geral da Contabilidade Analítica de Gestão. 33 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. Indique a função da Contabilidade de Gestão na estrutura de uma empresa. R: A função da Contabilidade Analítica de Gestão é de servir na estrutura da empresa como ferramenta de auxílio à administração, em todas as suas facetas operacionais. 2. Aponte algumas características da Contabilidade de Getão estabelecendo a diferença com a Contabilidade Geral. R: A contabilidade Analítica de Gestão caracteriza-se pelo facto de ser interna à nível de geração de documentos e da utilização da informação, enquanto que a Contabilidade Geral é externa sob o mesmo ponto de vista. A Contabilidade Analítica é pormenorizada e permite analizar cada área da organização, enquanto que a Contabilidade Geral é Global. 3. O que se pretende dizer ao se afirmar que a Contabilidade Analítica é pormenorizada? R: Pretende-se dizer que ela reparte as operações globais em parcelas, para explicar os diversos indicadores na unidade pretendida, produto, unidade produtiva. UNIDADE Temática 1.4. Distinção Entre uma Empresa Industrial e uma Empresa Comercial Introução 34 A tarefa de gestão de uma empresa pode diferir de acordo com a sua natureza, pois o ciclo económico de uma unidade comercial é diferente numa unidade industrial. Os processos são geralmente mais complexos e diversificados nas unidades industriais na medida que se envolve a componente de transformação de matérias-primas em produtos acabados, o que implica maior alocação de recursos de modo que se alcancem os objectivos pretendidos pela organização. Assim é fundamentalentender a distinção entre uma empresa comercial e uma empresa industrial, embora a Contabilidade Analítica de Gestão tenha aplicação nelas independentemente da sua natureza. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Definir uma empresa e distinguí-la de uma organização; ▪ Estabelecer a diferença entre uma empresa comercial e uma empresa industrial; ▪ Conhecer os serviços ligados à gestão de uma empresa industrial. Distinção entre empresa industrial e empresa comercial Para destinguir a empresa industrial de uma empresa comercial, é necessário antes entender claramente o conceito de empresa. Empresa – é um conjunto complexo e estruturado que exige uma direcção e organização e que exerce uma actividade remuneradora através da produção e/ou distribuição de bens e serviços. O fim último da unidade produtiva (individuo, sociedade ou organismo publico que crie ou adicione valor) é o lucro ou a satisfação das necessidades colectivas, caso se trate de empresas ou cooperativas de unidades colectivas de produção 35 (Nabaias, 1991, Praticas Administrativas). Segundo o Código Comercial, em vigor em Moçambique, considera-se empresa comercial, toda a organização de factores de produção para o exercício de uma actividade económica destinada à produção, para a troca sistemática e vantajosa, designadamente: da actividade industrial dirigida a produção de bens ou serviços; da actividade de intermediação na circulação de bens; da actividade agrícola e piscatória; das actividades bancária e seguradora; e das actividades auxiliares das precedentes. Empresa Industrial – é uma unidade produtiva combinando os factores necessários (matéria-prima, mão-de-obra, encargos gerais de fabrico, etc.) à realização de determinado processo de fabrico.2 Em suma, pode-se afirmar que a distinção entre uma empresa industrial e uma empresa comercial consiste no facto desta compreender apenas tres fases na realização das suas operações, nomeadamente: compra de mercadorias, armazenamento e venda; enquanto que naquela o processo começa com: a aquisição de matérias, armazenamento, transformação em produto acabado e, por fim, a venda destes. Empresa comercial: 2 BENZINHO, Jorge; RODRIGUES, Marcos. Técnicas de Gestão de Empresas, pag. 9 Compra de Mercadororias Aprovisionamento de Mercadorias Venda de Mercadorias 36 Empresa Industrial: Principais Características da Empresa Industrial (o que a destingue da empresa comercial): Existêcias em: ▪ Matérias - Matéria-prima - Matéria subsidiária - Acessórios Imobilizações: ▪ Equipamentos - Máquinas - Ferramentas - Outros instrumentos de produção Organização da Gestão das Empresas Industriais Compra de Matérias Aprovisionamento de Matérias Venda de Produto Acabado Transformação de Matérias em Produto Acabado Aprovisionamento de Produto Acabado 37 Geralmente, nas empresas industriais os serviços cujos chefes se encontram directamente subordinados à Direcção Geral são os seguintes: 1. Serviços Técnicos ou de Produção 2. Serviços de Aprovisionamento 3. Serviços Comerciais 4. Serviços Administrativos 5. Serviços Financeiros Funções e Responsabilidades 1. Direcção Geral (Administradores, Gerentes, Adjuntos e Secretários) - Decidir, directorização geral, provisões - Garantir a coordenação de funções - Realizar a fiscalização de todos os serviços - Fazer apreciação de resultados - Emitir informações diversas. 2. Serviços Técnicos ou de Produção (Director Técnico, Engenheiros, Preparadores, Fiscais) - Fazer estudos, experiências e planos - Preparação do trabalho - Instrução do pessoal - Conservação e reparação de equipamentos - Determinação de custos dos produtos e serviços. 3. Serviços de Aprovisionamento (Director de Aprovisionamento, Fieis de Armazém) 38 - Abastecimento de todos os bens e serviços para o funcionamento eficaz em quantidade e qualidade desejada sempre ao menor custo; - Gestão de stocks, ou seja, minimização de custos de armazenagem, evitar deterioração de matérias armazenadas, racionalizar os movimentos dentre os armazéns: controlar as quantidades existentes em cada momento, promover o oportuno e correcto fornecimento de matérias adquiridas. 4. Serviços Comerciais (Director Comercial, Chefe de Vendas) - Vendas (publicidade e propaganda) - Embalagens e Expedição - Distribuição 5. Serviços Administrativos (Director Administrativo, Guarda- Livros, Contabilistas, Empregados do Escritório) - Correspondência e arquivos - Facturação - Cáculo - Escrituração e estatística 6. Serviços Financeiros (Director Financeiro, Cobradores) - Tesouraria - Recebimentos e Pagamentos Organização Funcional de uma Empresa Industrial Conselho de Administração Direcção Geral 39 Sumário Nesta unidade tratou-se da diferença entre as empresas industriais e comerciais no que tange as fases do seus ciclos económicos e deu-se a conhecer as diferentes áresas da gestão de uma empresa industrial. Basicamente se evidenciou que o pricipal elemento que distingue a empresa industrial da empresa comercial é o processo de transformação de bens. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO Serviços Financeiros Serviços Comerciais Serviços Administrativos Serviços de Aprovisionamento Serv. Técnicos/ de Produção 40 1. Defina a empresa industrial. Empresa Industrial – é uma unidade produtiva combinando os factores necessários (matéria-prima, mão-de-obra, encargos gerais de fabrico, etc.) à realização de determinado processo de fabrico 2. O que destingue a empresa industrial duma empresa comercial? R: a diferença entre a empresa industrial e empresa comercial está no facto da primeira se dedicar à compra de matérias-primas, transformação das matérias-primas em produtos acabados e a sua venda, enquanto que a segunda dedica-se esclusivamente à compra e venda de mercadorias. 3. Quais são as características de uma empresa industrial? .R: A empresa industrial apresenta as seguintes característivas: Existêcias em: ▪ Matérias - Matéria-prima - Matéria subsidiária - Acessórios Imobilizações: ▪ Equipamentos - Máquinas - Ferramentas - Outros instrumentos de produção UNIDADE Temática 1.5. Exercícios desse Tema 1. Qual é a relação entre o Estado de custo, ou seja, a Informação do Custo proporcionado pela 41 Contabilidade de Gestão com as Demonstrações Financeiras da Contabilidade Geral? 2. Quem usa a informação da Contabilidade? 3. Indentifique os principais utilizaores da Contabilidade Analítica; 4. Explique as diferenças de informação necessária para os utilizadores da Contabilidade Analítica e da Contabilidade Geral; 5. “As ênfases da contabilidade financeira e gerencial diferem.” Explique 6. Qual é o objecto da Contabilidade Analítica. 7. Indique se é Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada uma das seguintes atribuições da Contabilidade Analítica De Gestão: RUBRICA V F a) Permite orientar os preços de venda. b) Permite calcular a rentabiliddae de cada produto c) Tem uma orientação para o futuro d) Dá-nos o valor global das vendas num determinado ano e) Está virado para o interior da empresa f) Acompanha as operações económicas de transformação das matérias-primas em produtos acabados g) Não permite valorizar os custos de produçãoh) Permite controlar as condições internas de exploração i) É caracterizada por relatórios detalhados j) É limitada pelos princípios de contabilidade geralmente aceites k) Aplica –se apenas nas empresas industriais. l) É obrigatória por Lei. m) Permite aconselhamento internos para os gestores 8. Comente a seguinte a frase: “....a grande dificuldade que a empresas enfrentam na implementação da Contabilidade Analítica está relacionado 42 com o custo de informação versus a utilidade de informação.” TEMA – II Custo. UNIDADE Temática 2.1. Terminologia de Custo 43 UNIDADE Temática 2.2. Classificação de Custos UNIDADE Temática 2.3. O Custo de Produto UNIDADE Temática 2.4. EXERCÍCIOS deste tema UNIDADE Temática 2.1. Terminologia de Custo. Introução Uma das tarefas mais difíceis para um principiante, mesmo para alguns veteranos na matéria da Contabilidade de Gestão, é a identificação de custo de um recurso consumido ou utilizado na produção, destinguindo-o de gastos e despesas, o que nalgumas vezes parece se tratar de elementos similares quando na verdade eles diferem totalmente. Uma outra questão está voltada à distinção entre receita, rendimento e recebimentos. Nesta unidade pretende-se elucidar a diferença entre todos esses elementos. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Definir e identificar um Custo; ▪ Estabelecer a diferença entre gastos, despesas, desembolsos, investimento, depreciação, perdas e desperdícios; ▪ Estabelecer a diferença entre rendimentos, receitas e recebimentos; Terminologia de Custo Os Gastos, Custos, Despesas são três palavras que parecem dizer respeito a conceitos similares. Nalgumas vezes confundem-se com 44 Desembolso e, o Investimento também parace ter alguma similaridade com eles. Esse facto, normalmente faz com que um principiante se veja perdido, e às vezes o experiente, embaraçado; por isso, utiliza-se a seguinte nomenclatura: A. DESEMBOLSO - É a saída efectiva de dinheiro ou das contas bancárias das empresas, ou seja, entrega a terceiros de parte dos numerários da empresa. Os desembolsos ocorrem em virtude do pagamento de compras efetuadas à vista ou de uma obrigação assumida anteriormente. No que tange ao momento da escrituração dos gastos, os desembolso podem ocorrer antes (pagamento antecipado), exemplo:- compra de matéria prima à vista, em Abril, para gasto ou consumo pela fabrica em Maio, no momento (pagamento a vista) exemplo:- pagamento de peças , à vista, para uso imediato pela fabrica, ou depois da ocorrência dos gastos (pagamento à prazo) exemplo:- compra de matéria prima em Julho que serão consumidas pela fábrica no próprio mês, mas cujo pagamento ao fornecedor ocorrerá em Setembro. B. GASTO - É o consumo genérico de bens e serviços ou, em outras palavras, dos factores de produção. Os gastos ocorrem a todo o momento e em qualquer sector de uma empresa, seja ela comercial, industrial ou prestadora de serviço. É importante não confundir gastos com desembolso. - Desembolso:- saída de dinheiro. Exemplo: Pagamento à fornecedor, pagamento de energia elétrica. - Gasto Consumido:- são os bens e serviços obtidos por meio de desembolso passado, presente ou futuro. Exemplos:- Matéria-prima consumida no processo produtivo, energia elétrica consumida na área da produção etc.. 45 O fim da aplicação do gasto ditará se o mesmo poderá ser classificado em custo, despesa, perda ou desperdício. 1. Custos da Produção/custo industrial - É a soma dos gastos relativos aos bens e serviços (recursos) consumidos ou utilizados na produção de outros bens/serviços, ou seja, todos os gastos incorridos no processo produtivo para a elaboração de um produto. Ex: - matéria prima consumida; - materiais auxiliares; - materiais de embalagens; - mão-de-obra directa; - materiais de embalagens - custos gerais de fabricação (depreciação, energia elétrica, água etc..) 2. Despesas - São gastos relativos aos bens e serviços consumidos para gerar receitas e manutenção dos negócios da empresa. Todas as despesas estão directamente ou indiretamente associadas à realização de receitas. C. INVESTIMENTOS - São Gastos incorridos na obtenção de bens – ou activos – para uso nas actividades da empresa seja elas na fábrica (máquinas, equipamentos ou outros), na área administrativas (computadores, móveis, equipamentos ou outros) Podemos citar também como investimentos, as aplicações no mercado financeiro as aplicações de caráter de especulações, como por exemplo, compra de um terreno por um preço baixo para em outra oportunidade vendê-lo com maior valor. D. DEPRECIAÇÃO - É o reconhecimento contabilístico pelo desgaste de um bem, adquirido anteriormente e colocado à disposição da produção, na medida que se utiliza para a transformação de matérias primas em produtos acabados. 46 E. PERDAS - São gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviços e tampouco geram receitas e são apropriados diretamente no resultado do período em que ocorrerem. Esses gastos não mantêm nenhuma relação com operação da empresa e geralmente ocorrem de fatos não previstos. Exemplos:- vazamento de materiais líquidos ou gasosos; Material com prazo de validade vencido; problemas com equipamentos, greves, enchentes, inundações, sinistros etc. a) DESPERDICIOS – são gastos incorridos no processo produtivo ou de geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade de bens, serviços ou receitas gerados. Actualmente, o desperdício está sendo classificado como custo ou despesas e sua identificação e eliminação é factor determinante do sucesso ou fracasso de um negócio. b) Receita – é a expressão financeira do fluxo real de saída, ou seja, o direito financeiro resultante da venda de um bem ou prestação de um serviço. c) Recebimentos – são fluxos de entrada (influxos) de meios líquidos de pagamento. d) Rendimentos – são aumentos nos benefícios económicos, decorrentes da produção de bens ou prestação de serviços. Sumário Nesta unidade tratamos fundamentalmente da distinção dalguns elementos de óptica financeira e de óptica económica de modo que se 47 comprenda que elementos integram o custo de um determinado bem ou serviço. Exercícios Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P): ( ) Compra de matéria-prima ( ) Consumo de energia eléctrica ( ) Utilização de mão-de-obra ( ) Consumo de combustível ( ) Gastos com pessoal do facturamento (salário) ( ) Aquisição de máquinas ( ) Depreciação das máquinas ( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral (salário) ( ) Pagamento de honorários da administração ( ) Depreciação do prédio da empresa ( ) Utilização de matéria-prima (transformação) ( ) Aquisição de embalagens ( ) Deterioração do stock de matéria-prima por enchente ( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve ( ) Geração de sucata no processo produtivo ( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material ( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos ( ) Imposto de circulação de mercadorias e serviços ( ) Comissões proporcionais as vendas . 48 UNIDADE Temática 2.2. Classificação de Custos Introução Apósa identificação do custo e do seu objecto de custeio, é necessário avaliar a sua natureza, a sua identificação à uma actividade, o seu comportamento, a sua função, a sua importância e o tempo em que foram calculados de modo que se torne simples a sua análise e interpretação. Atendendo à cada uma dessas categorias, surgirá uma vasta lista de tipologia de custos ligados a gestão de uma organização. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 49 Objectivos específicos ▪ Identificar os custos associados às funções das empresas; ▪ Classificar os custos tendo em conta a sua natureza, função, actividade e o seu comportamento; ▪ Identificar os custos directos e indirectos; ▪ Distinguir o custo do produto do custo do período; ▪ Reconhecer as componentes do custo industrial. Os custos são classificados tendo em conta a seu propósito que pode ser um dos seguintes: 1. Controle Gerencial 2. Tomada de Decisões Gerenciais 1. Para o controle gerencial, os custos configuram-se da seguinte forma: Objecto de referência Configuração do custo 1. Pelo objecto de referência ou natureza econômica. 1. Elementos Ex: Matéria prima, Mão- de-obra 2. De acordo com sua identificação à uma actividade, departamento ou produto 1. Custos diretos. 2. Custos indiretos 3. De acordo com seu comportamento em relação com o volume de produção. 1. Custos variáveis. 2. Custos fixos. 3. Custos : (Mistos) semivariaveis; semifixos 50 4. De acordo com o tempo em que foram calculados ou parâmetro de comparação.. 1. Custos históricos, 2.Custos predeterminados 5. De acordo com a autoridade que se tenha sobre a ocorrência de um custo 1. Custos controláveis 2. Custos não controláveis 6. De acordo com a função na que se incorrem: 1. Custos de produção 2. Custos de distribuição ou venda. 3. Custos de administração 7. De acordo com o tempo em que carregam-se ou se enfrentam aos ganhos: 1. Custos de período. 2. Custos do produto. 2. Quanto ao propósito de tomada de decisões, os custos classificam- se da seguinte forma: Objecto de referência Configuração do custo 1. De acordo com sua importância para a tomada de decisões: 1. Custos relevantes. 2. Custos irrelevantes 3. De acordo com o tipo de sacrifício em que se incorreu. 1. Custo desembolsavel. 2. Custo de oportunidade. 3. De acordo com a mudança originada por um aumento ou diminuição na actividade; 1.Custos diferenciais para um aumento ou diminuição na actividade 2. Custos incrementais. ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%204.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%204.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%204.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%205.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%205.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%205.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%205.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%206.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%206.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%206.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%206.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%206.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%207.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%207.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%207.pptx ../../AppData/Roaming/Microsoft/Word/Presentacion%207.pptx 51 UNIDADE Temática 2.3. O Custo do Produto Introução Em qualquer processo produtivo o objectivo é obter um bem com características diferentes das que inicialmente o mesmo apresentava. Pois, para o efeito são alocados no processo de transformação diversos recursos que somados trazem um valor agregado ao produto, o que chamos de custo do produto. É fundamental que este custos seja conhecido para diveresos fins, como por exemplo, o de controle, o de planificação, e.t.c. Nesta unidade falar-se-á dos elementos que integram o custo de um produto e da sua importância para a formação do preço de venda. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ Conhecer os elementos que integram o custo de produção; ▪ Determinar o Custo de um produto ou serviço; ▪ Determinar o Custo Industrial dos Produtos Vendidos; ▪ Elaborar e analisar a Demonstração de Resultados por Funções. Noções de Produção Os processos produtivos apresentam grandes diferenças entre si e os custos relevantes diferem de indústria para indústria. Importa, portanto, descrever os diferentes ambientes industriais e as implicações das diferentes especificidades ao nível dos conceitos de custo. 52 Entendendo fabricação como a elaboração de produtos, ou seja a sua transformação, Silva (1991) e Pereira et al (1989) referem que a utilização de diversas operações para transformar as matérias-primas se define por fabricação complexa em justaposição a fabricação simples, quando se exige uma só operação. Se as operações se sucederem sem interrupções diz-se tratar-se de fabricação ininterrupta; se estiverem separadas por intervalos de tempo trata-se de fabricação por fases. Há empresas que fabricam um único produto (fabricação uniforme) e empresas que fabricam produtos distintos (fabricação múltipla), sendo que esta última pode ser conjunta ou disjunta (Silva, 1991). Se os diferentes produtos forem obtidos através do mesmo processo de fabrico diz-se tratar-se de fabricação múltipla conjunta. Se os produtos diferentes são obtidos através de processos de fabrico independentes, a fabricação denomina-se de múltipla disjunta. O custo de um produto é formado por tres elementos essenciais: a matéria prima consumida, a mão-de-obra directa e os gastos gerais de fabricação. 1- Matérias-Primas - são as matérias que concorrem directamente na materialização do produto final (produto acabado). O consumo de matéria prima constitui um custo directo do produto, cujo montante dependerá da quantidade consumida e do respectivo custo unitário. Este custo unitário poderá incluir o custo de aquisição – considerando-se como tal todos os custos suportados até a chegada da matéria prima – bem como enventuais custos que se verifiquem internamente e que devam ser imputados às matérias antes de se regista a sua entrada em armazém. A quantidade consumida poderá ser calculada a partir das requisições feitas ao armazém de matérias, onde se deverá registar não só a quanidade requisitada, mas também o 53 objecto de custeio em que vai ser incorporada. O valor a atribuir às matérias consumidades será função do custo e que se econtram registadas em inventário e do critério valorimétrico utilizado – FIFO (Firs In, First Out), LIFO (Last In, First Out), CMP (Custo Médio Ponderado), o outo que a empresa adopte. Portanto, qualquer um deles utiliza a fórmula seguinte,que permite calcular o Inventário Final ou Matéria Prima Consumida. Formula: As compras incluem o preço de factura e todos os gastos verificados com a aquisição dessa matéria. 2- Mão-de-Obra Directa - são remunerações e respectivos encargos do pessoal que trabalha directamente na fábrica. 3- Gastos Gerais de Fabrico/Produção - são todos os restantes gastos imputáveis ao processo de fabrico. Estes gastos são comuns, pelo que, quando se trata de vários produtos a fabricar, é necessário fazer a repartição utilizando vários critérios. • Custo Primo – é a soma do custo das matérias consumidas com a mão-de-obra directa. Custo Primo = MP +
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