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1 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | MAD II - VSR = vírus sincicial respiratório. - Trato respiratório – principal via de entrada de patógenos. - Muitos vírus não causam problemas no trato respiratório, mas entram por ele. - Os indivíduos possuem imunidade regional, que são celular especializadas e algumas moléculas que participam da imunidade daquela região. - É preciso alguns mecanismos de defesa, que compreendem, no caso do trato respiratório: - Células epiteliais ciliadas – barreia física contra os microorganismos; - Muco – barreira física e química importante para a fazer a expectoração do microorganismo; - Fluxo de ar; - Anticorpos IgA (anticorpos de mucosa) – barreira do sistema imunológico; - Macrófagos alveolares – que realizam fagocitose em qualquer coisa que seja passível de ser fagocitada; - BALT – no parênquima pulmonar existem um grupo de linfócitos T e B especializados para esse sistema, que recebe esse nome. É um tecido linfóide associado à mucosa (torna mais rápida a ativação dos linfócitos). CASO CLÍNICO Uma mulher de 65 anos de idade chega ao hospital com uma história de 2 dias de febre, tosse, cefaleia e fraqueza generalizada. Ela apresentava bom estado geral antes do início abrupto desses sintomas. Contou que seu filho foi visitá-la e o mesmo estava gripado. O teste rápido deu positivo vírus causador da gripe e o exame molecular RT- PCR de secreção da nasofaringe positivou para um vírus envelopado ssRNA (-) segmentado. A mulher afirma não ter participado da vacinação anual contra a gripe. O diagnóstico foi dado como gripe causado pelo vírus da influenza A subtipo H3N2 (cepa Darwin). Foi recomendado o tratamento com tamiflu e repouso até o desaparecimento dos sintomas. Seu filho também foi diagnosticado com gripe causada por H3N2. - Qual o nome da doença? Gripe ou influenza. - Qual o agente causador da doença? Vírus influenza (nesse caso, do tipo A, que tem subtipo H3N2 – cepa Darwin). - Qual a morfologia do agente causador e os fatores de virulência? Vírus envelopado, ssRNA (-) segmentado. Material genético segmentado (fator de virulência – que facilita a mutação). Pertence à família Orthomixoviridae. - Como é a resposta imune contra o agente infeccioso? Como se trata de um vírus as células do sistema imune que vão atuar contra esse microrganismo são célula NK (mata), Linfócito TCD8+ (mata), TCD4+ (se diferencia no perfil TH1, que vai produzir a citocina interferon, que ativa a NK, tornando ela uma super NK e ativa o TCD8+) e Linfócito B (produção de anticorpos, nesse caso IgG, IgM, IgA). 2 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | MAD II - Quais os sinais e sintomas da doença (patogênese)? Febre, tosse, cefaleia e fraqueza generalizada. - Quais os exames utilizados para o diagnóstico? Teste rápido, RT-PCR. - Como a doença é transmitida? Doença transmitida através de gotículas. - Como a doença é tratada? Com antiviral e repouso. - Existe vacina? Sim. * Influenza A = responsável pelas pandemias (subtipos: H1N1, H3N2, H5N1, H7N9, H10N8, etc) – humanos, suínos, cavalo, mamíferos marinhos e aves. * Influenza B = epidemias sazonais (B/Yamagata e B/Victoria) – exclusivamente em seres humanos. * Influenza C = infecção leve à moderada – humanos e suínos. A/Brisbane/02/2018 (H1N1) - Tipo de vírus: A - Local onde foi isolado: Brisbane - Número da cepa: 02 - Ano que foi isolado: 2018 - Subtipo: H1N1 ss = simple strand (simples fita). ds = double strand (dupla fita). (+) = tem a mesma orientação da replicação viral (5’-3’). (-) = tem a orientação invertida da replicação viral (3’-5’). - O positivo e o negativo são usados apenas em vírus de RNA. - O objetivo do vírus é produzir proteínas virais. - DNA → RNA → PROTEÍNA (considerando o sentido 5’-3’) - DNA → RNA = transcrição (ocorre no núcleo). - RNA → PROTEÍNA = tradução (ocorre no citoplasma). - Os vírus de DNA precisam fazer transcrição e tradução para produzir suas proteínas virais. - Já os vírus de RNA precisam fazer apenas tradução para produzir suas proteína virais. - Os vírus de RNA causam infecções agudas (que vão embora), com exceção do HIV. - Os vírus ssRNA (+) produzem suas proteínas virais mais rapidamente, pois além de ser simples fita, sua fita está na mesma orientação que o meu RNA mensageiro, então, assim que entrar em contato com o citoplasma, imediatamente, é traduzido (sintetiza suas proteínas virais). - O vírus (-) quando entra no citoplasma, tem que trocar o sentido da fita para despois ser traduzido, por isso ele carrega uma enzima para realizar esse processo. 3 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | MAD II - Um vírus pode possuir material genético linear ou segmentado (que é considerado um fator de virulência). - Os vírus segmentados têm maior chance de sofrer mutações. - Os vírus de DNA são os mais estáveis, pois utilizam o meu sistema de reparo do DNA (não muta com tanta facilidade) - Os vírus de RNA são mais instáveis, portanto, são mais suscetíveis a sofrer mutações. O VÍRUS INFLUENZA - Vírus envelopado; - Família Orthomixoviridae; - ssRNA (-) segmentado. - ss = simple strand (simples fita) - RNA = não precisa entrar no núcleo, sintetiza proteínas para formar os novos vírus a partir do citoplasma. - (-) = tem a orientação invertida da replicação viral. - Pelo vírus ser envelopado, sabemos que uma das profilaxias é lavar as mãos. - Como o vírus é envelopado, no envelope dele possui moléculas que os caracterizam, que fazem ele ser reconhecido. - No caso do influenza A, essas moléculas são: Classificam os vírus em tipos sorológicos - A hemaglutinina é importante para reconhecer a entrada do vírus na célula (penetração do vírus na célula). - A neuraminidase é importante para a saída do vírus da célula. - H3N2 = possui hemaglutinina do tipo 3 e neuraminidase do tipo 2. - Na vacina, o corpo produz anticorpos contra a hemaglutinina e a neuraminidase. - As vacinas, então, são produzidas de acordo com a hemaglutinina e a neuraminidase. - Em cada cepa, o subtipo possui hemaglutinina e neuraminidase variadas, por isso é preciso a revacinação. - Ao lavar as mãos, a hemaglutinina (responsável por fazer o vírus entrar na célula) é destruído. - O material genético ser segmentado facilita suas mutações, o que também faz com que a revacinação seja necessária. - Os vírus de RNA são mais mutáveis, já os de DNA são mais estáveis, pois utilizam o meu próprio sistema de reparo. 4 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | MAD II 1 – RECONHECIMENTO = devido a presença de envelope com hemaglutinina → receptor específico → receptor (hospedeiro) + ligante (vírus) = TROPISMO. - É um reconhecimento específico, pois temos um receptor e um ligante específico, no caso, a hemaglutinina (ligante) e o receptor estará nas células do trato respiratório por quem esse vírus tem tropismo (preferência). 2 – PENETRAÇÃO → injeta o material genético. 3 – BIOSSÍNTESE = produção de proteínas virais (a partir das informações do material genético injetado) → essas proteínas são para produzir os capsídeos, envelopes e realizar replicação (que são importantes para a formação dos novos vírus). 4 – MONTAGEM DA PARTÍCULA VIRAL = utiliza o complexo de Golgi e o retículo endoplasmático rugoso. 5 – LIBERAÇÃO = o vírus quer sair da célula para infectar mais, pode ocorrer por exocitose – pega um pedaço da membrana da célula para formar seu envelope, por brotamento – também pega um pedaço da membrana da célula paraformar seu envelope, ou por lise da célula (mata a célula – somente vírus não envelopado causa lise) – a neuraminidase é importante para atuar nesse processo de saída do vírus (forma as vesículas para que o vírus saia por exocitose ou por brotamento). - Na influenza do tipo A, é graças ao porco que eu tenho mutações (formação de novos subtipos). - O porco pode ser infectado pelo vírus da influenza A que infecta humanos e pelo vírus da influenza A que infecta porcos. Se esse porco for infectado por esses dois vírus concomitantemente, na hora da montagem eu posso ter uma mistura desses segmentos de RNA, criando novos subtipos. Esse processo é chamado de shift antigênico. - Porco = salada mista. Shift antigênico = dois vírus diferentes acabam se comunicando, dando origem a um novo subtipo. Drift antigênico = acontece em todos os vírus de RNA, pois os vírus de DNA não têm sistema de reparo. - O vírus de RNA tem alta taxa de mutação, pois não tem reparo associado. 5 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | MAD II - Como se trata de um vírus, as células do sistema imune que vão atuar contra esse microrganismo são: CÉLULA NK = vai matar a célula infectada; LINFÓCITO TCD8+ = vai matar a célula infectada; LINFÓCITO TCD4+ = se diferencia no perfil TH1, que vai produzir a citocina interferon, que ativa a NK, tornando ela uma super NK e ativa o TCD8+; LINFÓCITO B = produção de anticorpos, nesse caso IgG, IgM e IgA. - Vírus da influenza A consegue inibir a atividade do interferon, inibindo a resposta imunológica, pois interfiro diretamente na célula NK e linfócito TCD8+. - Produção de citocinas pró-inflamatórias, como IL-6, modulando a resposta imunológica, pois vou ter fagocitose de um patógeno, que é intracelular, modulando assim a resposta a favor dele. Por isso ocorre a febre. - Produção de interferon tipo I (IFN-I) e citocinas pró-inflamatórias (TNF, IL-6, IL-β) – ambiente antiviral e liberação de citocinas, como a IL-6 e o IFN-α, coincide com o pico de sintomatologia, assim como de produção de muco, de febre e de carga viral. - Sítio de replicação é no epitélio ciliado da nasofaringe, ocorrendo morte celular por necrose e, consequente descamação. - Presença de muco, movimento ciliar pode impedir a progressão da infecção. - Ocorre grande produção de partículas virais no trato respiratório superior, propagando a doença para outros hospedeiros. - Sintomas: calafrios, cefaleia e tosse seca, seguidos por febre alta (38ºC a 40ºC). Além disso, estão presentes mialgia (dor muscular) generalizada, cansaço excessivo, dor de garganta, coriza e congestão nasal. - RT – PCR (exame molecular) e teste rápido (exame sorológico). - Padrão ouro para o diagnóstico de doenças infecciosas: identificar o patógeno. Para vírus, por ser um parasita intracelular, são utilizados exame moleculares, onde temos a identificação do material genético do vírus. Para vírus de DNA viral é realizado um PCR (reação em cadeia da polimerase) convencional, já no vírus de RNA é realizado um RT – PCR (usado exclusivamente para vírus de RNA). - Exame sorológico (exame imunológico): é o estudo do soro, ou seja, faço coleta de sangue e utilizo o plasmas. Nesse plasma, são procurados os anticorpos contra o patógeno. - IgM (-) e IgG (-) = nunca entrou em contato com o patógeno. - IgM (+) e IgG (-) = acabou de entrar em contato com aquele patógeno. - IgM (+) e IgG (+) = está tento uma infecção. - IgM (-) e IgG (+) = passou pela infeção e está em processo de cura, ou foi vacinado (isso no caso de vírus de RNA, no de DNA a infecção não terá passado). 6 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | MAD II - Para trato respiratório, também pode ser pedido anticorpo IgA. - Para que o diagnóstico seja fechado, é preciso realiza um exame molecular, ou seja, é precisa encontrar qual é o patógeno. - É transmitida por contato direto, gotículas e aerossóis. - É utilizado um antiviral, mais especificamente, no caso do influenza, o Tamiflu, que tem seu mecanismo baseado na inibição do sítio ativo da Neuraminidase vira, bloqueando a expansão da infecção. - Os antivirais podem inibir a primeira e a última etapa da replicação viral (reconhecimento e liberação). - A vacina é de vírus inativo, ou seja, vírus morto. - A vacina protege contra influenza A e influenza B. - A composição estabelecida anualmente pela OMS, com base nas informações dos laboratórios de referência sobre as cepas circulantes. - A vacina é trivalente: - É estudado as cepas que estão circulando no hemisfério norte, pois o inverno é primeiro. - É preciso reconhecer as cepas mais predominantes para fazer a vacina baseado nisso. CASOS CLÍNICOS 1) Uma lactente de 6 meses de idade, previamente saudável, apresenta-se na metade do inverno com uma história de 3 dias de rinorreia, tosse e mal-estar. Várias outras crianças em idade escolar na residência também apresentam sintomas respiratórios. A temperatura da lactente é de 38.5°C, a frequência respiratória é de 70 respirações por minuto e a saturação de oxigênio é de 85% em ar ambiente. A ausculta revela sibilo bilateral com expiração prolongada. A suspeita é de bronquiolite causada pelo vírus sincicial respiratório. O exame de RT-PCR utilizando o aspirado ou lavado nasal do bebê foi positivo para um vírus envelopado ssRNA (-). O tratamento recomendado foi de suporte até que os sinais e sintomas desapareçam. - Qual o nome da doença? Bronquiolite. - Qual o agente causador da doença? Vírus sincicial respiratório. - Família Paramyxoviridae. - Genoma: ssRNA (-), associado proteínas necessárias para a replicação viral. - Envelope: proteína G (adsorção) e proteína F (fusão). 7 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | MAD II - Qual a morfologia do agente causador e os fatores de virulência? É um vírus envelopado de RNA simples fita (-) linear. Tendo como fator de virulência a proteína F (presente no envelope) que promovera a fusão células fazendo com que sua proliferação seja mais rápida e faz com que ele escape da ação dos anticorpos. (Sincício: fusão de diversas células). - Formação de sincícios graças a proteína F – fator de virulência. - Auxilia na disseminação do vírus. - Como é a resposta imune contra o agente infeccioso? Linfócito TCD8+, Linfócito TDC4+, Célula NK e Anticorpos (IgG, IgM, IgA). - Quais os sinais e sintomas da doença (patogênese)? Congestão nasal, coriza, tosse, sibilo, dificuldade respiratória e hipóxia. A maioria dos episódios é leve e autolimitada. - Quais os exames utilizados para o diagnóstico? Exame molecular RT-PCR. - Como a doença é transmitida? Por contato direto, gotículas e aerossóis. - Grupo de risco para complicações: bebês prematuros, doença cardiopulmonar e pacientes imunocomprometidos. - Como a doença é tratada? Não existe um tratamento específico, sendo recomendado oxigênio suplementar, higiene nasal e pulmonar, suporte respiratório e nutricional. Porém tem profilaxia para crianças imunocomprometidas, sendo está medicada com Palivizumab onde temos uma imunização passiva, onde a criança recebe anticorpos formados contra o vírus sincicial respiratório. - Existe vacina? Não. 2) Uma estudante universitária de 20 anos de idade vai ao médico queixando-se de inchaço bilateral doloroso perto da mandíbula e da bochecha. Ela descreve que sente dificuldade para comer, engolir e falar. Ela se lembra que teve febre baixa e cefaleia alguns dias antes do início do inchaço. Pelos sinais e sintomas clínicos o 8 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do CampoBeatriz de Paula | @plannedmed | MAD II médico suspeita de caxumba, causada pelo vírus da caxumba. O médico solicita um hemograma e teste de amilase sérica. O resultado do hemograma apresenta linfocitose com aumento expressivo de linfócitos atípicos. Os valores de amilase séria apresentam-se acima dos valores de referência. O diagnóstico foi de caxumba. Estudante relata tomou uma dose da vacina tríplice viral quando criança. - Qual o nome da doença? Caxumba. - Qual o agente causador da doença? Vírus da caxumba. - Qual a morfologia do agente causador e os fatores de virulência? É um vírus envelopado de RNA fita simples linear (-). Tem como fator de virulência as proteínas F e HN. A proteína (F) de fusão faz com que haja fusão entre a célula infectada com outras células facilitando a proliferação do vírus, por torna-la mais rápida, e faz com que ele escape da ação dos anticorpos. Já a proteína HN (hemaglutinina e neuraminidase) auxiliam na penetração e na liberação do vírus, respectivamente, a hemaglutinina sendo o ligante específico para o receptor e a neuraminidase forma as vesículas para que o vírus saia por brotamento e exocitose. - Como é a resposta imune contra o agente infeccioso? Célula NK, Linfócito TCD8+, Linfócito TDC4+ (padrão TH1) e Anticorpos (IgG, IgM, IgA – pois chega ao organismo pelas vias aéreas). - Quais os sinais e sintomas da doença (patogênese)? Dificuldade para comer, engolir, falar, febre baixa, cefaleia e inchaço. - Quais os exames utilizados para o diagnóstico? Hemograma e teste bioquímico (teste de amilase sérica), nesse caso não foi pedido um exame molecular, pois essa doença é patognomônica, podendo ser diagnosticada clinicamente, sendo assim não se faz necessário um exame molecular. - Como a doença é transmitida? Por contato direto, gotículas e aerossóis. - Como a doença é tratada? Não existe um tratamento específico, sendo promovido o tratamento para alívio dos sintomas e repouso. - Existe vacina? Sim, a tríplice viral, que é uma vacina de vírus vivo atenuado.
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