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EMPREENDEDORISMO DIGITAL

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1 
 
 
 
 
 
 
EMPREENDEDORISMO DIGITAL 
2 
 
 
 
 
RESUMO DA UNIDADE 
 
O objetivo desta Unidade é apresentar aos estudantes os elementos básicos e 
princípios fundamentais para se entender o contexto de criação e desenvolvimento 
de startups. Para isso, serão descritos os principais conceitos de empreendedorismo 
e inovação, bem como suas tipologias e importância para o desenvolvimento das 
nações contemporâneas. Os capítulos seguintes mergulham o leitor no mundo das 
startups, apresentam as diversas perspectivas existentes para entender essa 
modalidade de empresa e demonstra a aplicação de algumas ferramentas, 
consideradas essenciais para a validação dos modelos de negócio. Um caminho 
para a construção de startups é apresentado, bem como seus componentes básicos 
para funcionamento. Espera-se que a leitura deste material resulte em entusiasmo 
para planejar empresas inovadoras, bem como em capacidade técnica para 
implementá-las e desenvolvê-las no mercado. 
 
 
Palavras-chave: Empreendedorismo, Startups, Plano de Negócios, Validação, 
Viabilidade, Negociação. 
 
 
 
3 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 
SUMÁRIO ................................................................................................................... 3 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 4 
CAPÍTULO 1 - EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO .......................................... 6 
1.1 A ESSÊNCIA INOVADORA E CATALIZADORA DO 
EMPREENDEDORISMO............................................................................................. 7 
1.2 COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR E TIPOS DE 
EMPREENDEDORISMO........................................................................................... 14 
1.3 INOVAÇÃO: CONCEITO E TIPOLOGIAS ................................................... 18 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO .......................................................................... 25 
QUESTÕES DE CONCURSOS ................................................................................ 25 
CAPÍTULO 2 - STARTUPS: O PRIMERO PASSO PARA O CRESCIMENTO ...... 33 
2.1 STARTUPS .................................................................................................. 35 
2.2 COMPONENTES PARA A CONSTRUÇÃO DE STARTUPS ....................... 41 
2.3 MINIMUM VIABLE PRODUCT (MVP): UMA ESTRATÉGIA DE VALIDAÇÃO 
PARA STARTUPS .................................................................................................... 47 
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO .......................................................................... 51 
QUESTÕES DE CONCURSOS ................................................................................ 51 
CAPÍTULO 3 - CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE STARTUPS .................... 58 
3.1 CAMINHO PARA A GERAÇÃO DE STARTUPS ......................................... 58 
3.2 PLANO DE NEGÓCIOS ............................................................................... 60 
3.3 APRESENTANDO PARA INVESTIDORES ................................................. 71 
3.4 PRINCÍPIOS DE NEGOCIAÇÃO PARA STARTUPS................................... 75 
CAPÍTULO 3 – RECAPITULANDO .......................................................................... 80 
QUESTÕES DE CONCURSOS ................................................................................ 80 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 87 
FECHANDO A UNIDADE ......................................................................................... 88 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 91 
 
 
 
4 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
A palavra Startup está em alta no mundo econômico, político e corporativo. 
Este sucesso se deu devido ao forte impacto que essa modalidade de 
empreendedorismo exerceu sobre a vida das pessoas nas últimas décadas. 
Dificilmente a vida de algum indivíduo no mundo não tenha sido afetada de alguma 
forma pela criação de uma startup. Isso porque a tecnologia se tornou parte do 
cotidiano das pessoas, e grande parte dessas revoluções tecnológicas surgiram a 
partir do desenvolvimento de pequenas empresas inovadoras, como o Facebook, o 
Google, o Dropbox, a Microsoft, entre outras. 
Estudar o mundo das startups e do empreendedorismo inovador é conhecer 
alguns dos processos que influenciarão o avanço das inovações nos mercados, e 
assim, parte do crescimento econômico das nações. O conteúdo apresentado nesta 
Unidade pretende oferecer subsídios para o aprendizado a respeito dos principais 
conceitos, tipologias e ferramentas úteis para o empreendedorismo e para o 
desenvolvimento de startups. 
No primeiro capítulo, o estudante será atualizado sobre o contexto histórico que 
resultou na lógica de mercado contemporânea, em que o empreendedorismo e as 
inovações assumiram o protagonismo das economias. Por isso, serão apresentadas 
as relações entre esses dois conceitos, bem como as tipologias que conferem as 
diversas variações desses fenômenos. 
O segundo capítulo introduz o conceito de Startup, apresentando duas 
perspectivas distintas que explicam as formas como essa modalidade de 
empreendedorismo está presente nos discursos do mercado. São descritos também, 
alguns componentes mínimos para que essas empresas possam iniciar suas 
atividades em ambientes competitivos. Por fim, uma ferramenta de validação do 
modelo de negócio é ensinada, dando início a apresentação de uma série de 
instrumentos para a criação de startups neste módulo. 
O terceiro capítulo adota uma abordagem mais prática e conduz o estudante 
por possíveis etapas a serem adotadas no processo de criação de desenvolvimento 
de startups. Nesse contexto, surge a oportunidade de apresentar instrumentos de 
planejamento de empresas como o Plano de Negócios Tradicional, e sua “versão 
5 
 
 
 
 
sintética”, o Business Model Canvas (BMC). Além disso, uma valiosa técnica de 
apresentação de ideias para captação de recursos é oferecida, e um resumo sobre 
alguns dos principais fundamentos de negociação é apresentado a fim de auxiliar os 
empreendedores na busca por alcançar seus interesses. 
Espera-se que o conteúdo aqui apresentado seja útil para conscientizar os 
estudantes a respeito do potencial de transformações da inovação nos mercados, 
bem como demonstrar a acessibilidade desse fenômeno na vida dos 
empreendedores a partir da criação e do desenvolvimento de startups. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 - EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
 
Há algumas décadas, era incomum ouvir falar das palavras “inovação”, 
“empreendedorismo” e “startups”. Para os novos entrantes no mercado de trabalho, 
essa realidade pode parecer estranha a princípio, uma vez que esses conceitos se 
tornaram tão presentes nos atuais ambientes corporativos. Mas, é possível perceber 
que a economia global não é a mesma das gerações passadas, e que foi, e continua 
sendo, profundamente transformada pela ascensão das novas tecnologias, que ao 
promover a conexão dos mercados a custos cada vez menores, transformaram não 
somente as linhas de produtos e serviços ofertados, mas também, fatores mais 
profundos da ordem social, como o consumo, as organizações e as relações de 
trabalho. 
O mercado do passado não é o mesmo dos dias de hoje (apesar de ser 
possível perceber os seus resquícios). Para que inovar, se não há concorrência e se 
os produtos e serviços ofertados no mercado atendem as expectativas de lucro? 
Para que empreender, se os riscos são elevados, se o mercado é estagnado, e se 
existem oportunidades de emprego em grandes corporações? Por que startar uma 
empresa com poucos recursos, se existem grandes concorrentes com poder de 
mercado? 
Tais perguntaspoderiam rondar a cabeça de alguns potenciais 
empreendedores do passado, que apesar dos seus impulsos para criar e 
implementar suas ideias de negócios, encontrariam poucos mercados propícios para 
o florescimento do seu empreendedorismo. Nos novos tempos, por outro lado, a 
conexão das economias proporcionou um ambiente fecundo para a criação de novos 
negócios e proliferação de inovações. Um jardim propício para o cultivo de novos 
empreendimentos. 
De fato, nunca se viu tanta proximidade entre os mercados, seja de trabalho ou 
de bens e serviços. Nesse contexto, as perguntas que guardavam em si a raiz do 
negativo, se tornaram afirmativas com tons de imperatividade. Nos dias de hoje, é 
preciso inovar porque há demasiada concorrência, e nossos produtos e serviços já 
não atendem facilmente às expectativas de lucro. Deve-se empreender, os riscos 
são elevados, mas o mercado é dinâmico e com grandes oportunidades de retorno. 
7 
 
 
 
 
Startem novas empresas, mesmo tendo poucos recursos, o poder está diluído no 
mercado e as inovações são as cartas na manga dos novos agentes de sucesso! 
Assim palavras como “Empreendedorismo”, “Inovação” e “Startups” acendem, 
e com elas surgem também grandes transformações. Neste capítulo esse contexto 
será aprofundado, como seus conceitos e suas implicações, para o mercado e seus 
agentes, isto é, para aqueles que o enfrentam e esperam plantar e colher os 
benefícios do empreendedorismo. 
 
1.1 A ESSÊNCIA INOVADORA E CATALIZADORA DO EMPREENDEDORISMO 
O empreendedorismo é um fenômeno multidimensional e, por isso, sua 
definição não possui consenso na literatura acadêmica. A fim de apresentar uma 
visão geral e aplicável desse conceito, e apontar elementos essenciais de sua 
manifestação, serão aqui resgatadas abordagens teóricas pertencentes à Escola da 
Economia. 
Os primeiros estudos do empreendedorismo são datados do século XVIII. Um 
economista Irlandês, chamado Richard Cantillon, escreveu sobre a figura do 
empreendedor enquanto buscava entender a natureza do comércio gerador de todo 
o desenvolvimento econômico da Grã-Bretanha daquela época. Sobre a figura do 
empreendedor afirmou que se tratava daqueles indivíduos que assumiam os riscos 
da comercialização nos mercados. Gedeon (2010, p. 19, tradução nossa), em sua 
taxonomia do empreendedorismo, destaca que Cantillon definia o empreendedor 
como aquele que “comprava os inputs a determinado preço, para produzir e vender 
posteriormente à preços indeterminados”. 
Essa definição, apesar de gerada em um contexto totalmente diferente dos dias 
de hoje, aponta para a propensão do empreendedorismo à tomada de risco. Isto é, 
desde o início de seus registros históricos, o empreendedor está vinculado ao risco. 
Risco, de maneia bem ampla, é um conceito que indica a probabilidade de algo 
falhar, dar errado. Esse conceito pode ser aplicado em diferentes contextos, um 
animal peçonhento, por exemplo, ao ser enfrentado, oferece riscos de vida aos 
seres humanos. Esse não é, obviamente, o risco sobre o qual se refere o autor ao 
falar de empreendedorismo. A coragem de enfrentar riscos, no caso de Cantillon, 
está estritamente voltada para os negócios. Mais especificamente, para o risco de se 
8 
 
 
 
 
comprar matérias primas, ou itens comercializáveis, a preços estabelecidos e vender 
a preços desconhecidos em outras regiões. 
É interessante perceber que essa prática empreendedora, de comprar e vender 
mercadorias assumindo riscos, ainda é presente nos dias de hoje. Os 
empreendedores eram os grandes comerciantes dos dias de Cantillon, e eram os 
responsáveis pelo abastecimento dos mercados. O mundo mudou, e com ele o 
comércio e a figura do empreendedor. Atualmente, não são os grandes 
comerciantes que são usualmente reconhecidos como “Empreendedores”, mas sim 
os grandes “Inovadores”. Essa transformação conceitual, foi registrada inicialmente 
pela escola de Economia, a mesma da Cantillon, seus detalhes serão apresentados 
nos próximos parágrafos. 
Outro economista que contribuiu para o registro da atividade empreendedora 
na história, foi Jean Baptiste Say. Em seu Tratado de Economia Política de 1816, 
Say descreve o empreendedor como o agente capaz de elevar o valor dos recursos 
que processa, transformando-os em produtos valiosos para o mercado. De maneira 
mais clara, o economista francês se refere aos industriais de sua época, que ao 
aplicar o capital e ao organizar o trabalho de seus colaboradores, eram capazes de 
gerar valor e retornos financeiros de seus investimentos. 
A contribuição de Say para se entender o conceito de empreendedorismo, está 
no meio e nas consequências desse fenômeno para a economia. Além da profunda 
relação com os riscos, já apresentada pelas ideias de Cantillon, o estudo de Say 
laça luz à realidade, na qual o empreendedor lida com um empreendimento, isto é, 
um fator capaz de criar valor para as pessoas com ele evolvidas, algo determinante 
para o dinamismo dos mercados, bem como para o crescimento das economias. 
Mais especificamente, o Empreendedorismo é, nesse sentido, um elemento central 
para a geração de bem-estar econômico, pela sua capacidade de produção de bens 
e serviços, de criação de renda e por ser um catalizador da organização da força de 
trabalho. 
Essa visão é importante para o conhecimento do empreendedorismo, pois 
apresenta o papel do empreendedor na sociedade. Trata-se de um agente que 
assume riscos para implementar suas ideias cujos impactos não se restringem à 
dimensão individual, mas também comunitária. Essa realidade pode ser confirmada 
9 
 
 
 
 
na prática, por exemplo, pela análise do desenvolvimento de países, estados ou 
municípios. O leitor pode perceber que as regiões mais desenvolvidas são aquelas 
nas quais florescem o empreendedorismo. São nesses locais que se encontram a 
maior variedade de produtos, as maiores oportunidades de trabalho e as melhores 
possibilidades de renda. 
 
FIQUE ATENTO 
Existe uma diferença básica entre os conceitos de riscos e incertezas no contexto do 
empreendedorismo. É muito comum a afirmativa de que os empreendedores são 
tomadores de riscos, mas existem divergências teóricas que buscam diferenciar os 
tipos de riscos que caracterizam o empreendedorismo. Pode-se dizer que riscos se 
referem às probabilidades de falha conhecidas a respeito daquilo que se almeja 
alcançar. Nesse contexto, o empreendedor que assume riscos, estaria lidando com 
uma realidade mensurável das probabilidades de seu empreendimento falhar. 
Autores clássicos como Frank Knight, por outro lado, não considera esse tipo de 
risco para caracterizar o empreendedorismo. Para essa abordagem teórica, 
empreendedores seriam aquelas pessoas que apostariam em seus negócios em 
regimes de incerteza, isto é, em situações em que as probabilidades de falhar sejam 
imensuráveis. Esse ambiente incerto ficou conhecido como Risco Knightiano. Essa 
distinção na prática não desqualifica empreendedores que assumem riscos comuns, 
mas é importante para destacar o empreendedorismo manifestado em cenários 
totalmente incertos, muito comuns no contexto da inovação. 
 
Esses são os impactos positivos do empreendedorismo, manifestados pela sua 
capacidade como “catalizador do desenvolvimento”. Vale ressaltar, porém, que nem 
todos os resultados desse fenômeno são benéficos para o desenvolvimento 
humano. A própria literatura econômica destaca os efeitos negativos da produção de 
bens e serviços, a partir do conceito de Externalidade Negativa. De maneira geral, é 
possível classificar a externalidade negativa como um efeito colateral da produção e 
oferta de bens e serviços ao mercado, seja de forma consciente ou não, por parte 
dos empreendimentos. 
10 
 
 
 
 
Exemplos desse fenômeno também podem ser facilmente identificados nas 
cidades, tais como a poluição gerada por alguns negócios, sejam em elevados 
níveis sonoros, ou pela grandequantidade de resíduos produzidos. Podem ser 
entendidos como externalidades negativas também, efeitos lesivos dos 
empreendimentos sobre a vida de seus colaboradores, tais como acidentes de 
trabalho, problemas psicológicos graves e níveis salariais abusivos, resultantes de 
más condições de renda, saúde e segurança para os trabalhadores. 
A nova dinâmica de competição dos mercados tem exigido cada vez mais 
preocupação dos empreendedores com as externalidades negativas de seus 
negócios. Em tempos de branding, em que consumidores buscam se identificar com 
valores organizacionais dos ofertantes, as empresas têm despendido esforços para 
alinhar seus interesses de geração de lucro, com as expectativas dos mercados, 
prezando cada vez mais pela qualidade de vida de seus colaboradores e por 
propósitos de sustentabilidade em seus processos produtivos e comerciais. Essa 
realidade tem gerado oportunidades de mercado para aqueles que oferecem 
respostas inovadoras para as externalidades negativas da produção de bens e 
serviços dos empreendimentos. 
Diante dessa reflexão, convém destacar uma das mais contemporâneas 
características do empreendedorismo: a inovação. Já foi mencionado, nessa seção, 
que se no século XVIIII os empreendedores eram os grandes comerciantes, que 
assumiam os riscos de comprar e vender mercadorias em regiões geográficas 
distintas. Nos dias de hoje, são os grandes inovadores que personificam o 
empreendedorismo na sociedade. Para sustentar esse argumento, basta analisar os 
nomes que surgem no imaginário popular quando o assunto é empreendedorismo. 
Apesar do comerciante, o industrial ou até mesmo os colaboradores mais 
empenhados das empresas serem legítimos empreendedores em dadas 
circunstâncias, são os grandes nomes da vanguarda da tecnologia que são 
resgatados nas aulas sobre o espírito do empreendedorismo moderno. Nesse 
contexto surgem as figuras de empreendedores e inventores contemporâneos, que 
transformaram as realidades de mercado. São frequentemente apresentadas 
histórias como a de William Henry Gates III (Bill Gates), de como criou a Microsoft, 
maior empresa de softwares do mundo. A trajetória de Steven Paul Jobs (Steve 
11 
 
 
 
 
Jobs) e como fundou a Apple e inventou produtos que revolucionaram o mundo. 
Bem como a de outros inovadores que têm liderado as evoluções da tecnologia nos 
mercados. 
Essa ideia de que o empreendedorismo é essencialmente inovador é 
relativamente nova, foi devidamente tratada entre os acadêmicos a partir do século 
XX. A prática da inovação entre os empreendedores, entretanto, é um elemento tão 
antigo quanto o fenômeno do empreendedorismo. A criação de novos produtos e 
serviços, a transformação dos meios de produção, a inclusão das máquinas e 
tecnologias nas fábricas, os aprimoramentos da organização do trabalho humano e 
outras transformações das estruturas produtivas, são características natas da 
evolução dos mercados e desenvolvimento das empresas por meio da aplicação do 
conhecimento técnico nas produções, ou melhor, das inovações no 
empreendedorismo. 
Isso quer dizer que empreendedorismo e inovação sempre foram elementos 
complementares, a ponto de se definirem mutualmente. Afinal, existe 
empreendedorismo sem inovação? E inovação sem empreendedorismo? A resposta 
para essas perguntas é não. O empreendedorismo, por definição é inovador. E a 
inovação sem ser aplicada em empreendimentos é apenas uma invenção. O 
reconhecimento de tal complementariedade é algo que tem sido realizado, 
principalmente, pelas recentes teorias do empreendedorismo. Mais especificamente, 
foi o trabalho do economista austríaco Joseph Schumpeter que lançou luz para o 
caráter inovador do empreendedorismo, e assim, demonstrou o seu efeito sistêmico 
sobre o desenvolvimento econômico das nações. 
 
IMPORTANTE 
O economista austríaco Joseph Schumpeter é considerado o pai da Teoria Moderna 
da Inovação. Sua principal contribuição para a literatura acadêmica foi a descrição 
do papel central das inovações para o desenvolvimento econômico das nações. O 
pensamento do autor inspirou a formação da escola Schumpeteriana, que se tornou 
referência segura para se entender as transformações econômicas do mundo 
moderno. Mais recentemente, surgiram autores considerados Neo-
Schumpeterianos, como Christopher Freeman, Richard Nelson e Sidney Winter, que 
12 
 
 
 
 
apontaram, com mais precisão, os processos da destruição criativa nas economias. 
Os novos pensadores aproximaram as ideias de Schumpeter e a Teoria Darwiniana, 
e destacaram que, assim como ocorre na evolução das espécies, os mercados 
também passam por uma seleção natural, mas neste caso, todo o processo de 
sobrevivência das empresas se dá pela sua capacidade de gerar inovações e 
transformar seus mercados. 
 
Joseph Schumpeter, considerado o economista mais influente da segunda 
metade do século XX, e amplamente citado nos dias de hoje quando o assunto é 
empreendedorismo, definiu o empreendedor como um agente de transformação das 
estruturas de mercado. Trata-se de um ator capaz de afetar o status quo da 
produção a partir da inserção de inovações nos mercados. 
Ao definir a figura do empreendedor dessa forma, o economista estava em 
busca de explicar as causas do desenvolvimento econômico e das corriqueiras 
oscilações da trajetória do crescimento da renda das nações. A resposta para as 
questões enfrentadas pelo autor se encontrava na dinâmica dos mercados, 
promovida, por sua vez, pela inclusão de inovações disruptivas nas empresas, que 
competiam entre si. De forma mais clara, Schumpeter apontou que a evolução das 
economias estava intimamente ligada às aplicações do conhecimento técnico e das 
inovações no sistema produtivo. 
Uma vez que um empreendedor inova no mercado, surge para ele vantagens 
competitivas frente aos seus concorrentes. Essa dinâmica faz com que os 
inovadores vençam a corrida pelo sucesso, criando um ambiente em que produtos, 
serviços e práticas organizacionais menos eficientes sejam constantemente 
descartados e que inovações sejam sempre perseguidas pelas organizações, a fim 
garantir sua sobrevivência. 
Essa dinâmica é causada pelo que o autor nomeou de “Destruição Criativa”. 
Segundo Schumpeter, as inovações aplicadas ao mercado exercem o efeito de 
destruir bens, serviços e práticas antigas, tornando-os obsoletos. Esse processo cria 
novos padrões de demanda e de preferências dos consumidores, fazendo com que 
as empresas concorrentes sejam obrigadas a implementar inovações e a largar 
práticas pré-estabelecidas. 
13 
 
 
 
 
Essas transformações estruturais são a causa das oscilações dos mercados, 
que por sua vez, geram o desenvolvimento das economias. Schumpeter, dessa 
forma, ressalta o papel do empreendedorismo para a evolução econômica e a 
aproxima da prática da inovação. Essa forma de entender esse fenômeno foi 
elaborada no início do século XX, mas se apresenta para os estudiosos do dia de 
hoje com impressionante vigor e contemporaneidade. Isso porque, atualmente, a 
sobrevivência dos grandes players do mercado global reside em suas capacidades 
inovadoras. O que será da Amazon, Google, Microsoft, Apple, Samsung, Facebook, 
Tesla e tantas outras líderes de mercado, se não se preocuparem em lançar 
inovações periódicas? De fato, a inovação é o carro chefe do desenvolvimento e da 
competição de mercado moderna. 
A obsolescência de produtos e serviços virou algo comum na vida dos 
consumidores dos dias de hoje. Duas décadas atrás era comum encontrar 
consumidores preocupados em adquirir itens duradouros. Esse padrão de consumo 
tem mudado drasticamente, as preferências migraram das características de 
durabilidade para as de atualidade. Um exemplo claro é o tempo de vida dos 
aparelhos celulares, não se encontra mais com facilidade os aparelhos telefônicos 
comercializados cinco anos atrás. E os smartphones adquiridos atualmentese 
tornarão obsoletos em breve. 
Esse é o poder da inovação destacada pelo economista Schumpeter. 
Empreendedores dos dias atuais são mais do que nunca chamados a inovar. É uma 
questão de sobrevivência de mercado. Assim, é possível dizer que o 
empreendedorismo moderno é essencialmente arriscado, inovador, transformador e 
catalizador do desenvolvimento. 
As tecnologias e a massificação do conhecimento técnico têm favorecido as 
invenções, os consumidores têm se tornado cada vez mais exigentes e as 
organizações têm apresentado aberturas para a implantação de novidades. Esses 
elementos são indicadores de que são novos tempos no mercado, tempos esses, de 
empreendedorismo inovador! 
14 
 
 
 
 
1.2 COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR E TIPOS DE 
EMPREENDEDORISMO 
O empreendedorismo pode ser entendido não somente como um fenômeno 
manifestado na economia, mas também como um comportamento identificado em 
alguns indivíduos, e em determinadas circunstâncias. Esse pensamento é 
proveniente de uma vertente de estudos do empreendedorismo do campo da 
Administração, mais especificamente da Behavior School. Conhecida também como 
escola comportamental do empreendedorismo, essa comunidade acadêmica foi a 
responsável por estudar as diversas características que definem o que é um 
comportamento empreendedor e por sua aplicação prática nas organizações dos 
dias atuais. 
A Behavior School estabeleceu um contraponto à conhecida “Escola dos 
Traços Empreendedores” (Trait School) que defendia que o empreendedor era um 
indivíduo nato, cujas características e aptidão para o empreendedorismo advinham 
do berço. O pensamento comportamental defendia o contrário, que o 
empreendedorismo não dependia estritamente dos traços naturais dos indivíduos, 
mas sim, de seu comportamento, que poderia ser desenvolvido ao longo do tempo. 
Dessa forma, foi consolidado o pensamento de que não são os traços de 
personalidade os principais fatores determinantes do empreendedorismo, mas o 
comportamento dos indivíduos que se arriscam a empreender. Não se exclui, nessa 
abordagem, que as características natas dos empreendedores facilitam a 
manifestação do empreendedorismo, mas adiciona a essa perspectiva, que os 
empreendedores podem ser formados a partir do aprendizado, seja por meio de uma 
educação empreendedora, uma cultura ou pela prática do empreendedorismo. 
A partir dessa abordagem é possível entender os empreendedores como 
indivíduos que: assumem riscos; aplicam o capital; inovam; tomam decisões; 
lideram; administram; organizam e coordenam; apropriam; contratam; arbitram; 
alocam recursos (HEBERT; LINK, 1989). Nesse sentido, o comportamento 
empreendedor se manifesta na medida que essas ações se desdobram na prática 
de se empreender. 
Essa forma de pensamento teve grande impacto na expansão com conceito e 
da prática do empreendedorismo. A ideia de que empreender é um comportamento, 
15 
 
 
 
 
que pode ser desenvolvido em indivíduos com traços não empreendedores, inspirou 
a busca por se incentivar a manifestação desse fenômeno nos mais diversos 
contextos. Com isso, surgiram novas formas de empreendedorismo, muito 
conhecidas e buscadas nos dias de hoje. 
A mencionar: o Empreendedorismo Corporativo, em que as organizações 
fortalecem uma cultura empreendedora, e a liberdade dos indivíduos para criar, 
arriscar e a gerir seu próprio tempo em busca de soluções inovadoras para 
problemas organizacionais; o Empreendedorismo no Setor Público: em que 
indivíduos ou grupos de servidores públicos, buscam inovar e empreender políticas 
públicas para a criação de valor para o bem comum; o Empreendedorismo Civil: em 
que cidadãos se organizam para empreender projetos inovadores de transformação 
da realidade social que os envolvem, entre outras manifestações, que demonstram a 
abrangência da aplicação do comportamento empreendedor para além das 
fronteiras da dimensão individual e do setor privado. 
O comportamento empreendedor tem sido cada vez mais incentivado, tendo 
em vista a maior complexidade dos desafios enfrentados pelas organizações. Nesse 
contexto a criatividade, a coragem de assumir riscos, a proatividade e a capacidade 
de inovação são elementos chaves para o progresso pessoal dos indivíduos que se 
aventuram no mercado de trabalho moderno. Este, por sua vez, demanda cada vez 
mais características empreendedoras de seus participantes, na expectativa de que 
sejam solucionados os problemas provenientes das transformações dos ambientes 
competitivos e desafiadores em que estão inseridos. Isto é, hoje mais do que nunca 
é necessário que os indivíduos busquem desenvolver características 
empreendedoras, a fim de que, nos mais diversos contextos, seja em suas 
empresas, nas grandes corporações, no setor público, nos movimentos civis, o 
empreendedorismo possa ser manifestado na prática. 
Apesar das diversas modalidades do empreendedorismo existentes, é sempre 
importante lembrar da raiz que inspira suas manifestações. Todo 
empreendedorismo, comportamental ou não, tem como referências o 
comportamento empreendedor manifestado por proprietários-gerentes de 
empreendimentos produtivos do mercado. Isto é, são os líderes de organizações 
16 
 
 
 
 
inovadoras nos setores da agricultura, indústria e serviços que materializam mais 
intensamente o conceito de empreendedorismo em sua raiz histórica. 
Nesse sentido, convém destacar os diversos tipos de empreendimentos 
existentes no setor produtivo, apresentando aonde reside o empreendedorismo com 
maiores níveis de inovação. Para isso, convém resgatar o trabalho de Morris et al., 
(2015) que realizou um esforço de síntese de produções científicas de mais de 50 
anos para analisar os diferentes tipos de firmas, classificando-as segundo os 
critérios de orientação para o crescimento, inovação, reinvestimento de ganhos, 
retornos, stakeholders e também, dos principais desafios enfrentados. 
Segundo os autores, são basicamente quatros os tipos de empresas existentes 
nos mercados, a destacar: (i) Empresas de Sobrevivência; (ii) Empresas Estilo de 
Vida; (ii) Empresas de Crescimento Gerenciado e (iv) Empresas de Elevado ou 
Agressivo Crescimento. Cada uma dessas categorias abarcam as diversas 
modalidades de empreendedorismo privado, representando as diferentes 
intensidades de riscos assumidos, oportunidades perseguidas e níveis de inovação 
em suas respectivas realidades. 
Empresas do tipo “Sobrevivência”, segundo os autores, são aquelas cuja razão 
de existir reside na promoção da subsistência básica dos empreendedores e de 
suas famílias. São os tipos de empreendimentos mais comuns entre indivíduos que 
se aventuram em empreender por necessidade, isto é, para suprir a urgência de 
auferir renda em momentos de escassez de recursos financeiros. São usualmente 
empresas informais e de baixa complexidade, inovação e aplicação técnica. Existe 
uma elevada taxa de falência entre firmas dessa categoria, uma vez que concorrem 
em mercado competitivos ofertando pouca variedade de produtos, e porque os 
rendimentos provenientes do negócio são raramente reinvestidos para seu 
desenvolvimento. 
A categoria “Empresas Estilo de Vida” abarca aquelas firmas que apresentam 
um pouco mais complexidade que as de sobrevivência. São exemplos de 
empreendimentos dessa categoria pequenos mercados, padarias, academias, e 
outras organizações que mantêm uma estabilidade de renda para seus proprietários 
ao longo dos anos. Os donos dessas empresas são normalmente seus gerentes, 
que na maioria das vezes aplicam suas vidas para garantir o modesto 
17 
 
 
 
 
desenvolvimento de suas empresas. São firmas que apresentam apenas um 
estabelecimento, aplicam modelos básicos de gestão de negócios e mantêm um 
número fixo de trabalhadores ao longo dos anos. 
Empresas de “Crescimento Gerenciado” são aquelas firmas que crescem de 
maneira estável. Isto é, são organizações mais dinâmicas,que criam novos produtos 
e serviços, expandem suas redes, abrem novos estabelecimentos, e geram impacto 
local e regional a partir de suas operações, conseguindo construir um 
reconhecimento de sucesso em tornos de suas marcas com o passar do tempo. São 
empreendimentos que aplicam conhecimento de gestão e que reinvestem parte de 
seus lucros para o desenvolvimento da própria organização. Os níveis de inovação 
desses estabelecimentos tendem a ser maiores pois se trata de empresas que 
exploram mercados competitivos e que almejam o crescimento. 
 
SAIBA MAIS 
A líder mundial do e-commerce e dona de uma das marcas mais valiosas do 
mercado atual, começou pequena e teve como primeira cede a garagem do seu 
idealizador, o empreendedor Jeff Bezos, em 1994. Essa empresa nasceu com o 
singelo e simples objetivo de vender livros. A forma como propunha comercializá-los, 
entretanto, era um tanto quanto inovadora para a época. Com o nome de Cadabra, a 
empresa vendia livros online, o que permitiu a ela atender, em poucas semanas, 
todo o mercado americano. Já nos seus primeiros anos esse empreendimento 
ofertava um catálogo de mais de 2,5 milhões de livros e já acumulava 148 milhões 
de vendas. Por decisão do seu criador, a empresa passou a se chamar Amazon, 
inspirada no maior rio em extensão e afluentes do mundo, o Rio Amazonas, situado 
no Brasil. Atualmente, a empresa é o maior Marketplace do mundo, emprega 
milhares de pessoas e atende consumidores em todos os continentes. Trata-se de 
um exemplo de empreendedorismo de elevado impacto no setor do comércio. 
Mais informações: https://www.tecmundo.com.br/ciencia/120161-historia-amazon-
pioneira-ecommerce-ebooks-video.htm 
 
O Empreendedorismo de “Elevado ou Agressivo Crescimento”, é uma categoria 
de empresas conhecidas pelo seu alto impacto econômico. São firmas de base 
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/120161-historia-amazon-pioneira-ecommerce-ebooks-video.htm
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/120161-historia-amazon-pioneira-ecommerce-ebooks-video.htm
18 
 
 
 
 
tecnológicas, dotadas de elevada capacidade inovadora e que, por consequência, 
experienciam um crescimento exponencial sustentado por um longo período. São 
empresas intimamente ligadas à criatividade, à busca por oportunidades e até 
mesmo, à criação de mercados. São essas as organizações sustentadas pela 
aplicação intensiva de conhecimento técnico, que se valem da pesquisa e do 
desenvolvimento de produtos e serviços inovadores para o mercado. 
Cada uma dessas categorias de firmas apresenta níveis crescentes de 
complexidade, a começar pelas de “Estilo de Vida” até as de “Elevado Crescimento”. 
Nos dias de hoje empresas de Alto Impacto têm sido cada vez mais valorizadas 
pelos líderes de países que vislumbram o crescimento de suas economias. A criação 
e aplicação de inovações são os atributos principais dessa modalidade de 
empreendimentos, o que faz dessas empresas peças-chaves para a transformação 
dos mercados e desenvolvimento das atividades produtivas. 
 
1.3 INOVAÇÃO: CONCEITO E TIPOLOGIAS 
 
Nesse contexto, em que o empreendedorismo inovador se tornou um 
reconhecido fator para o desenvolvimento econômico, o conceito de inovação 
também se apresenta como um item importante para o entendimento desse 
fenômeno. Em 1990, em Oslo, Noruega, a Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentou o principal manual de referência 
sobre a inovação, suas tipologias e diferenciações. 
Conhecido como Manual de Oslo (OCDE, 2005), este relatório se tornou 
essencial para padronizar os conceitos, metodologias, e outras atividades 
relacionadas ao mundo da inovação, seja no campo acadêmico, produtivo ou 
governamental. Por essa importância, esse material será resgatado para apresentar 
os conceitos de inovação e suas tipologias nesse módulo de ensino. 
OCDE (2005, p.55), Manual de Oslo, define o conceito de inovação da seguinte 
forma: 
Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou 
significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou 
19 
 
 
 
 
um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local 
de trabalho ou nas relações externas OCDE (2005, p.55). 
É possível perceber pelo conceito apresentado em Oslo, que a inovação é um 
fenômeno que se manifesta pela atividade de implementar algo novo e que seja 
significantemente melhorado. Esta definição está voltada principalmente para os 
ambientes produtivos do setor privado, ou seja, o campo empresarial. Nesse 
sentido, a aplicação de inovações, segundo o Manual, é realizada no contexto das 
empresas, seja por meio da criação de novos produtos, novos processos, métodos 
de marketing ou transformações organizacionais. 
Um requisito básico para que uma ideia criativa implementada seja 
considerada inovação é a caraterística de ser considerada algo “novo”. O leitor pode 
perceber que se trata de um termo relativamente amplo. Pode-se perguntar, o que é 
algo novo? Ou melhor, novo para quem? Por isso, o Manual de Oslo apresenta uma 
perspectiva sobre o grau de novidade da inovação 
Para que algo seja considerado uma inovação, deve cumprir o papel de ser um 
elemento novo primeiramente para a empresa. Ou seja, se um produto, processo, 
organização ou método de marketing profundamente modificado é novo para a firma 
onde é instalado, já pode ser considerado uma inovação. Existe, porém, graus mais 
profundos de inovação segundo sua escala de novidade. O Manual de Oslo aponta 
que uma inovação pode ser nova também para o mercado ou para o mundo. 
O conceito de inovação que seja “novo para o mercado” remete para contextos 
em que a empresa seja a primeira em seu mercado a aplicar uma determinada 
solução inovadora. Nesse contexto, o mercado se refere às empresas e seus 
concorrentes, e pode incluir também a região demográfica e uma linha de produtos e 
serviços. Quando há uma inovação, ela é “nova para o mundo”, indica que a 
empresa desenvolveu uma inovação até então desconhecida para todos os 
mercados e indústrias, sejam eles domésticos ou internacionais. 
Inovações de graus de novidade “de mercados e do mundo” tem como 
consequência a manifestação de empresas líderes, a níveis mercadológicos e 
globais respectivamente. Isso porque a aplicação de soluções inovadoras tende a 
criar condições de vantagens competitivas para as organizações que as 
desenvolvem. O sucesso das organizações inovadoras tende a incentivar outros 
20 
 
 
 
 
players do mercado a seguirem a trajetória das líderes, fazendo com a inovação seja 
disseminada nas economias. 
O processo de disseminação das inovações é um fator essencial para o 
desenvolvimento das economias, seja devido ao aprimoramento dos meios de 
produção, ou pelo crescimento da qualidade dos produtos e serviços acessados 
pelos consumidores em geral. Um exemplo de inovação que gerou uma 
transformação dos mercados e das atividades sociais em diferentes níveis em todo o 
mundo, foi a criação dos microprocessadores e dos computadores pessoais. 
O Apple I, criado por Steve Jobs, foi lançado no mercado em 1976 e é 
considerado o primeiro computador pessoal da história. Foi uma inovação com 
escalas de novidade para o mundo. Com uma breve reflexão, o leitor pode perceber 
as dimensões imensuráveis dos efeitos dessa inovação para os dias de hoje. A 
própria atividade de educação EAD, que nesse exato momento está sendo exercida 
por meio da leitura dessa apostila, deve sua existência ao desenvolvimento da 
computação e da disseminação dos computadores pessoais na sociedade. Uma 
inovação que ajudou a moldar o mundo, como é conhecido nos dias de hoje. 
O computador pessoal é um exemplo de Inovação de Produtos. O Manual de 
Oslo, define esse tipo de inovação da seguinte forma: 
Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou 
significativamente melhorado no que concernea suas características ou usos 
previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, 
componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras 
características funcionais (OCDE, 2005, p. 57). 
Esse tipo de inovação abrange melhorias nas características ou formas de uso 
tanto em bens, quanto em serviços. A diferença entre essas duas formas de 
produtos reside na tangibilidade de seus itens. Bens são em sua maioria tangíveis, 
podem ser comprados em determinado momento e consumidos em outras ocasiões, 
podem ser estocados e movidos. Serviços, por outro lado, são produtos intangíveis, 
ou seja, apresentam natureza abstrata. De maneira mais clara, um corte de cabelo, 
por exemplo, é um serviço. Trata-se de um produto abstrato, que não pode ser retido 
pelo consumidor, nem pelo seu ofertante. O serviço é experienciado pelo 
consumidor no momento em que é aplicado por aquele que o presta. 
21 
 
 
 
 
 Inovações em produtos, são normalmente fruto da aplicação do conhecimento 
e de novas tecnologias capazes de transformar as características de bens e 
serviços, de modificar substancialmente a forma como os consumidores os 
experienciam. O exemplo dos computadores pessoais, previamente descrito, 
demonstra uma inovação sobre um bem. A inclusão de uma interface gráfica para 
demonstrar ao usuário o que ocorria no computador durante seus processos, 
representa uma significativa melhoria desse tipo de produto e no seu uso, promovido 
pelo Apple I. O ensino EAD, por outro lado, pode ser considerado uma inovação de 
serviço, por transformar a maneira como o conhecimento e a certificação profissional 
é exercida na sociedade. 
 
FIQUE LIGADO 
Existe uma diferença fundamental entre inovações e invenções. O fato de uma 
empresa ter inventado determinado dispositivo, tecnologia de processos ou métodos 
de marketing ou de organizações, não implica que tais elementos sejam 
considerados inovações. Para que uma invenção se torne inovação é necessário 
que esta seja aplicada nas organizações, e que ofereçam retornos positivos para as 
empresas. A invenção precede a manifestação das inovações nos mercados. 
 
O Manual de Oslo ainda apresenta outras formas de inovação além da 
relacionada aos produtos. Existem também inovações em Processos, em Métodos 
de Marketing e em Organizações. 
A Inovação de Processos refere-se à implementação de métodos de 
produção ou distribuição significativamente melhorados nas empresas. Nessa 
categoria de inovação, estão incluídas a aplicação de novas técnicas, novos 
equipamentos ou softwares que resultam na transformação dos processos 
produtivos e distributivos das organizações. Se por um lado, inovações em produtos 
se referem à novidades aplicadas nos outputs das empresas, as inovações em 
processos estão relacionadas à aprimoramentos dos meios de produção, que 
resultam em bens e serviços. 
Novidades em métodos de produção, podem ser alcançadas por meio da 
aplicação de novas técnicas, novos equipamentos ou sistemas computacionais, que 
22 
 
 
 
 
auxiliam na redução de custos, aumento da produtividade, na qualidade do produto, 
ou outros retornos positivos para as organizações. Inovações em métodos de 
distribuição, também são inovações de processos, e se referem à implementação de 
novidades que modificam substancialmente a oferta e o alcance de bens e serviços 
para os consumidores. 
Nesse contexto de Inovação de Processos estão inclusos exemplos de 
aplicação de sistemas de controle financeiro, ou da produção, por meio das novas 
tecnologias da informação (TICs). Além desses, é possível destacar, por exemplo, a 
tecnologia de rastreamento de entregas, como uma inovação de processo, no 
campo dos métodos de distribuição de bens e serviços. 
OCDE (2005, p.59) define que “uma Inovação de Marketing é a 
implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na 
concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em 
sua promoção ou na fixação de preços”. Assim como em outros tipos de inovação, é 
possível inovar em marketing quando há a introdução de soluções novas, que 
resultam em mudanças significativas, mas em atividades organizacionais 
relacionadas à oferta dos produtos e serviços para os potenciais consumidores. 
Estão inclusas nesse tipo de inovação, melhorias substanciais em embalagens, 
posicionamento de mercado, precificação e promoções de bens e serviços. 
Mudanças em embalagens referem-se à elaboração de novos designes dos 
produtos, isto é, transformações sobre suas formas e aparência, sem que sejam 
modificadas, entretanto, suas características funcionais e de uso. O posicionamento 
de mercado das marcas também pode ser inovado. Isso ocorre quando as empresas 
introduzem novos canais de vendas em sua estratégia de oferta, como por exemplo, 
vendas online, franquias, cartão fidelidade e outras medidas. 
Inovações de Marketing em preços não se referem à simples variação de 
preços historicamente estabelecidos para bens e serviços ofertados pelas empresas. 
Essa forma de inovação se manifesta pela aplicação de mecanismos inovadores 
para a precificação de bens e serviços no mercado. Exemplos dessa forma de 
inovação, podem ser encontrados em empresas que aplicam novos métodos de 
variação de preço conforme a identificação da demanda. Por fim, novas estratégias 
de promoção, também são consideradas como inovação em Marketing. São 
23 
 
 
 
 
exemplos desse fenômeno, mudanças implementadas na forma como os produtos 
são promovidos pelas organizações, seja pela inclusão de novos meios de 
comunicação, ou por estratégias de apresentação totalmente criativas. 
A última forma de inovação apresentada pelo Manual de Oslo é a do tipo 
organizacional. Sobre ela OCDE (2005, p. 61) afirma “uma Inovação 
Organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas 
de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas 
relações externas”. São exemplos dessa forma de inovação, transformações intra-
organizacionais que visam a satisfação e maior produtividade dos colaboradores. 
A implementação de novas rotinas de trabalho, que incentivem a troca de 
conhecimento, ou a criação de estruturas hierárquicas horizontalizadas, que 
garantam a autonomia dos colaboradores para a tomada de decisão e para o 
comportamento empreendedor, são potenciais inovações em organização. Além 
desses exemplos, também pode-se incluir as novas práticas de relação inter-
organizacionais que se desdobram no cenário corporativo contemporâneo. Tais 
como, parcerias institucionais para P&D, participação de empresas em ambiente de 
open source e outras medidas que impactam favoravelmente na transformação e 
aprimoramento das organizações. 
 
SAIBA MAIS 
Inovações podem ser precedidas por invenções inéditas que necessitam de 
proteção por parte do poder público. Para que os proprietários de inovações possam 
explorá-las comercialmente sem que sejam copiados por seus concorrentes, é 
necessário que as novidades criadas sejam patenteadas segundo a lei dos países 
onde são comercializadas. Uma Patente é uma concessão pública que assegura o 
direito de propriedade e comercialização de invenções, por um certo período e em 
determinado território. No Brasil, a administração de patentes é confiada ao Instituto 
Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e sob o regimento da Lei de Propriedade 
Industrial. Sobre os procedimentos de pedido de patentes e suas categorias, é 
possível encontrar informações no site institucional do governo brasileiro: 
http://www.inpi.gov.br/home 
24 
 
 
 
 
Conhecer as mais diversas formas de empreendedorismo e inovação é uma 
atividade importante para os empreendedores, também para os aspirantes à 
atividade empreendedora. Em um mercado de trabalho e de bens e serviços cada 
vez mais competitivo, o empreendedorismo inovador surge comoum imperativo para 
a sobrevivência organizacional e para a promoção do desenvolvimento econômico e 
do bem-estar social como um todo. 
A atividade inovadora tem como insumo básico o conhecimento. Inovações em 
produtos, serviços, marketing e em organizações são, na verdade, a manifestação 
da aplicação da capacidade criativa das pessoas e do trabalho em equipe. Grandes 
transformações dos mercados foram realizadas inicialmente por grupos 
relativamente pequenos de pessoas, que se empenharam a desenvolver inovações 
impactantes e a solucionar problemas específicos. No próximo capítulo será 
apresentado o conceito de startups e porque esse tipo de organização se tornou a 
semente para o florescimento das grandes corporações que lideram as economias 
na contemporaneidade. 
 
25 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
Questão 1 
Ano: 2017. Banca: CONSULPLAN. Órgão: TRE-RJ. Cargo: Analista Judiciário. 
Nível: Fácil. 
A Administração Pública, atualmente, tem como paradoxo principal a 
necessidade de ser empreendedora, isto é, aproveitar as oportunidades de mercado, 
e o problema de como financiar as novas oportunidades. O processo de inovação 
das instituições públicas é bastante complexo e enfrenta muitas dificuldades. São 
considerados fatores restritivos à prática empreendedora, EXCETO: 
a) Estão acima do conceito de lucro. 
b) Visão a longo prazo das lideranças. 
c) Não tem o cliente como foco principal. 
d) Suas receitas são baseadas num orçamento. 
 
Questão 2 
Ano: 2018. Banca: IBFC. Órgão: SEPLAG-SE. Cargo: Especialista em Políticas 
Públicas e Gestão Governamental. Nível: Médio 
O empreendedorismo governamental ocorre quando os gestores públicos 
aproveitam os recursos disponíveis de formas novas e melhores, buscando a 
satisfação e o benefício dos cidadãos. O conceito de empreendedorismo 
governamental surgiu com o livro Reinventando o Governo - como o espírito 
empreendedor está transformando o poder público, de Osborne e Gaebler. Sobre o 
tema assinale a alternativa correta: 
a. Um governo empreendedor pretende controlar a economia, seja por 
meio direto ou indireto, bem como concentrar a gestão das atividades 
empresariais na administração pública 
b. Para um modelo de empreendedorismo governamental deve se buscar o 
desaparecimento do Estado, para que a administração pública conte, 
cada vez mais, com características próprias da iniciativa privada 
26 
 
 
 
 
c. Um governo empreendedor atua estrategicamente buscando gerar 
receitas, e não despesas, ampliando as prestações dos serviços 
públicos e considerando os gastos sob uma perspectiva de investimento 
d. O conceito de empreendedorismo governamental prestigia, em diversos 
aspectos, a manutenção da burocracia do Estado como critério para seu 
próprio funcionamento 
 
Questão 3 
Ano: 2019. Banca: COMPERVE. Órgão: Prefeitura de Parnamirim - RN. Cargo: 
Administrador Nível: Fácil. 
Empreendedorismo é um tema muito recente na área de administração pública, 
pois sua origem esteve vinculada à identificação de pessoas ousadas que 
procuravam realizar seus intentos por meio da montagem de seu próprio negócio. 
Na esfera da organização pública, há pessoas que realizam atividade técnica, 
empreendedora, gerencial e de controle. Nesse caso, o empreendedor 
a. concebe a ideia de um novo projeto. 
b. planeja todos os passos para realizar um novo projeto. 
c. acompanha o novo projeto em todas as suas fases. 
d. avalia os resultados alcançados com o novo projeto. 
 
Questão 4 
Ano: 2019 Banca: CS-UFG Órgão: UFG Prova: Administrador. Nível: Médio 
O risco é inerente à própria atividade da empresa e às características do 
mercado em que opera. Esse risco independe da forma como a empresa é 
financiada, restringindo-se exclusivamente às decisões de investimentos e ativos, 
relaciona-se à possibilidade de a empresa não atingir os resultados esperados. Tais 
variáveis estão relacionadas ao risco 
a. de mercado. 
b. econômico. 
c. financeiro. 
d. de investimento 
 
27 
 
 
 
 
Questão 5 
Ano: 2017 Banca: PUC-PR Órgão: JUCEPAR - PR Prova: Administrador. Nível: 
Difícil. 
“Plataformas digitais estão transformando os pipelines de negócios. Os 
modelos tradicionais de negócios estão tendo que se adaptar a essa nova realidade 
em que consumidores, fabricantes e fornecedores colaboram em plataformas digitais 
para desenvolver, vender e aprimorar produtos e serviços”. 
Alstyne, Marshall W. Pipelines, Plataformas e novas regras de estratégia. HBR 
Brasil. Disponível em: http://hbrbr.uol.com.br/pipelines-plataformas-e-novas-regras-
de-estrategia/ Acesso em set/17. (Adaptado) 
Nesse movimento, gigantes do varejo como Walmart estão tendo que adotar o 
modelo de empresas de tecnologia, como a Apple, para se lançar nos mercados 
digitais. O desafio nesse modelo de negócio está, além de novos processos internos 
de trabalho e de liderança, em compreender os papéis dos diferentes atores e 
encontrar meios de orquestrar as participações, mantendo suas vantagens 
competitivas seguras em meio à abertura para maior colaboração. Do outro lado, as 
plataformas requerem dos agentes regulatórios maior flexibilização de regras 
anteriormente criadas para os pipelines para controlar o funcionamento desses 
negócios, sem impedir sua evolução. Essa visão de novo modelo de negócio e 
desafios regulatórios pode ser exemplificado pelo que atualmente está se 
observando com as discussões sobre 
a. sistema de regulamentação dos planos de saúde. 
b. modelo de regulamentação do UBER. 
c. papel do governo no incentivo ao empreendedorismo digital. 
d. papel do governo na flexibilização da legislação trabalhista. 
 
Questão 6 
Ano: 2015. Banca: IF-RS. Órgão: IF-RS. Cargo: Professor - Administração. 
Nível: Médio 
O empreendedorismo social se tornou um movimento global com objetivo de 
efetivar uma mudança social positiva. Em relação ao tema, é INCORRETO afirmar: 
28 
 
 
 
 
a. O empreendedorismo social é um processo que envolve o uso e a 
combinação inovadores de recursos para buscar oportunidades para 
catalisar mudanças sociais e/ou atender necessidades sociais. 
b. O processo empreendedor fala sobre o empreendedorismo social 
resultar na criação, valorização, realização e renovação de valor. O valor 
social deriva de atividades empreendedoras que buscam resolver 
problemas relacionados a pessoas e a problemas do planeta, 
independente de orientação para o lucro. 
c. A principal diferença entre o empreendedorismo tradicional e o 
empreendedorismo social é a missão pretendida. O empreendedorismo 
social desenvolve empreendedorismos com a missão de resolver um 
problema social premente. 
d. O empreendedorismo social é um processo que inclui a identificação de 
um problema social específico e uma solução para resolvê-lo; a 
avaliação do impacto social, o modelo de negócios e da sustentabilidade 
do empreendimento. 
e. O empreendedorismo social é uma forma de empreendedorismo 
aplicado somente nos setores sem fins lucrativos. 
 
Questão 7 
Ano: 2015 Banca: IF-SC Órgão: IF-SC Prova: Professor – Administração. Nível: 
Médio 
Em uma visão empreendedora, para uma ideia tornar-se oportunidade superior, 
os mais bem-sucedidos empreendedores, capitalistas de risco e investidores 
privados entendem que ela deve apresentar certas características. Assinale a 
alternativa que contenha CORRETAMENTE essas características. 
a. A geração de uma área de novos negócios nas empresas, garantida por 
sistemas e controles contábeis. 
b. A criação de novos produtos e serviços para a empresa, preocupando-
se com o fluxo de caixa positivo. 
29 
 
 
 
 
c. Qualidades de ser atraente, durável e em tempo oportuno e estar 
estabelecida em um produto ou serviço que cria ou agrega valor para 
seu comprador ou usuário final. 
d. Um desempenho centrado em agregar valor ao produto, independente 
do impacto financeiro para a empresa.e. Como característica fundamental, a criação de serviços complementares 
ao negócio e estar ancorada no tendimento de um diferente mercado. 
 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE 
Com base no texto, disserte sobre a seguinte questão: 
“Há 100 anos Henry Ford lançou a moderna linha de montagem em sua fábrica 
em Highland Park, nas proximidades de Detroit, com a qual provocou uma 
transformação radical da produção e da sociedade norte-americana. Ao reduzir 
drasticamente o custo de produção com partes padronizadas e uma montagem mais 
eficiente, a Ford conseguiu levar o luxo, a comodidade e a liberdade do automóvel 
às massas. Outras indústrias logo adotaram esta inovação e, atualmente, tudo, de 
cereais a caixões, é feito em linhas de montagem”. 
Fonte: https://exame.abril.com.br/negocios/ha-um-seculo-a-linha-de-montagem-
da-ford-mudava-a-sociedade/. Acesso em: 29 de Março de 2020. 
Tendo em vista as profundas novidades implementadas pela Linha de 
Produção de Ford, como você classificaria esse tipo de Inovação? Justifique sua 
resposta. 
 
TREINO INÉDITO 
Com base no conceito de empreendedorismo e suas implicações, assinale a 
afirmação INCORRETA. 
a) Os estudos de Schumpeter trazem para o campo do empreendedorismo o 
caráter inovador desse fenômeno. Ao criar o conceito de Destruição Criativa o autor 
abriu espaço para entender os efeitos do empreendedorismo na economia 
contemporânea. 
https://exame.abril.com.br/negocios/ha-um-seculo-a-linha-de-montagem-da-ford-mudava-a-sociedade/
https://exame.abril.com.br/negocios/ha-um-seculo-a-linha-de-montagem-da-ford-mudava-a-sociedade/
30 
 
 
 
 
b) Empresas de Estilo de Vida são aquelas que promovem a subsistência 
básica dos empreendedores. São classificadas nessa categoria, empresas 
individuais, de baixo valor agrado em seus produtos ou serviços e receitas mínimas. 
c) Empresas do tipo “Crescimento Gerenciável” são aquelas que criam uma 
forte marca local e regional. Ao longo do tempo se desenvolvem de maneira estável, 
mantendo o reinvestimento de seus ganhos para o crescimento da organização. 
d) A ideia de que existe um comportamento empreendedor que possa ser 
assumido pelos indivíduos em determinadas circunstâncias, advém dos estudos da 
Behavioral School, que inspirou a ampliação do conceito do empreendedorismo para 
ambientes relacionados ao setor privado. 
e) Conhecidas como gazelas, empresas de crescimento agressivo são firmas 
de base tecnológica, dotadas de elevada capacidade inovadora e crescimento 
exponencial. São firmas orientadas por buscas de oportunidades e criação de 
mercados, normalmente presentes no mercado nacional e internacional. 
 
NA MÍDIA 
VISÃO DE FUTURO E AÇÃO NO PRESENTE: O PROCESSO DE INOVAÇÃO 
PARA EMPRESAS 
Um dos maiores desafios do mundo corporativo é identificar as tendências do futuro 
para aplicá-las no presente. O tempo que um produto e uma empresa se mantêm 
relevantes no mercado é cada vez menor. Portanto, quem não se atualizar com 
novas tecnologias, novos modelos de negócio e novos formatos de gestão irá ficar 
para trás. 
Segundo os especialistas, uma das melhores formas de inovar em produtos e 
processos é buscando benchmark, isto é, inspiração de outras organizações. 
“Benchmark é entender o que o restante do mundo está fazendo de interessante e 
descobrir como se apropriar disso e aplicar em seu negócio”, define Eduardo Glitz. 
“Sempre tem alguém, em algum canto do mundo, fazendo o que você faz de um 
jeito melhor”, completa. 
Na mesma linha, Marcelo Maisonnave, sócio da StartSe e cofundador da Warren, 
afirma que não há melhor forma de se aprimorar do que “sentindo na pele” as 
transformações da nova economia. “Só quem chega lá na China, tenta pagar um 
31 
 
 
 
 
lanche com cartão de crédito no aeroporto e não é aceito, ela percebe que aquele 
lugar funciona em outro ritmo, em outra plataforma”, revela. Na China, predominam 
os pagamentos digitais, realizados com o smartphone por meio dos apps Alipay e 
WeChat. “É a mesma coisa quando eu cheguei no Vale do Silício e um carro 
autônomo passou na minha frente”, diz, sobre a tecnologia que já é testada nas vias 
públicas da região. 
Fonte: StarteSe 
Autor: João Ortega 
Data: 24 de março, 2020 
Leia a notícia na íntegra: https://www.startse.com/noticia/startups/processo-
inovacao-empresas 
 
NA PRÁTICA 
Com a pulverização dos benefícios financeiros provenientes do empreendedorismo, 
muitas empresas passaram a desejar a manifestação do comportamento 
empreendedor por parte de seus colaboradores. Essa vontade, entretanto, muitas 
vezes, não é correspondida na prática pelo simples fato de os indivíduos não se 
sentirem confortáveis para assumir riscos e inovar dentro da empresa. Esse contexto 
é agravado quando não são oferecidas recompensas claras para aqueles que se 
propõem a dedicar um esforço extra para a criação e implementação de novas 
soluções dentro da firma. 
O distanciamento da teoria e da prática, isto é, da implementação do comportamento 
empreendedor no discurso da empresa sem que seja, entretanto, construído um 
ambiente pró-empreendedorismo, é tão eficiente quanto não se fazer nada. Ou pior, 
em determinadas situações, o comportamento empreendedor pode se tornar 
banalizado na cultura da firma, dificultando tentativas futuras de transformação 
organizacional por meio do empreendedorismo. 
O aprimoramento das empresas a partir do incentivo ao comportamento 
empreendedor, passa por uma quebra de paradigmas e pela transformação de toda 
estrutura de incentivos das empresas. Modelos burocráticos de organização, em que 
todos os processos e tarefas sejam pré-definidos e controlados massivamente pela 
hierarquia, tendem a asfixiar a criatividade dos colaboradores e desestimular a 
https://www.startse.com/noticia/startups/processo-inovacao-empresas
https://www.startse.com/noticia/startups/processo-inovacao-empresas
32 
 
 
 
 
implementação de novas ideias para a solução de problemas e para o 
aprimoramento das atividades empresariais. 
A criação de uma cultura empreendedora passa pelo estabelecimento de uma 
organização Adhocrática, que ofereça maior autonomia aos indivíduos, para que se 
sintam confortáveis em criar e implementar projeto “fora da caixa”, assumindo riscos 
e colhendo os possíveis retornos dos benefícios que suas ideias tendem a gerar 
para a organização. Uma estrutura hierárquica horizontalizada, manifestada pela 
formação de equipes orientadas para a solução de problemas intra-organizacionais, 
também é bem-vinda. Somente a partir de esforços nesse sentido, os proprietários 
conseguirão concretizar a teoria do empreendedorismo na prática organizacional de 
maneira sustentável no longo prazo. 
 
PARA SABER MAIS 
Filme sobre o assunto: Steve Jobs (Universal, 2015) 
Livro: SERAFIM, L. (2012). O Poder da Inovação: Como alavancar a Inovação da 
sua Empresa (Ed. 1). Editora Saraiva. 
 
Acesse os links: 
- 3 frentes para salvar a inovação no Brasil 
Disponível em: <https://endeavor.org.br/> 
- Sebrae 
Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae> 
https://endeavor.org.br/
33 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 - STARTUPS: O PRIMERO PASSO PARA O CRESCIMENTO 
 
A contextualização a respeito do ambiente competitivo que envolve as 
empresas nos mercados, apresentada no primeiro capítulo, é o primeiro passo para 
entender a ascensão de um modelo de negócio bastante conhecido nos dias de 
hoje: as Startups. Uma breve comparação entre a economia século passado e a 
economia contemporânea fornece argumentos para se entender as transformações 
dos modelos de negócio ao longo do tempo. 
No passado, com o desenvolvimento da divisão do trabalho, da padronização 
dos produtos e da aplicação de tecnologias e inovações em máquina e 
equipamentos e de produção, o mundo industrial se encontrou diante de uma seara 
de oportunidades para o crescimento e geração de lucro. Não eram muitos os 
players domercado que conseguiam atender os consumidores em massa, e elevada 
era a demanda por bens processados, uma vez que era ascendente o número de 
pessoas que deixavam a produção do campo para se instalarem nas cidades que se 
formavam. 
Esse contexto foi favorável para a ascensão das grandes corporações, que 
atendiam os mercados de forma colossal, ofertando produtos padronizados e 
assumindo papeis monopolistas ou oligopolistas em seus territórios. O setor da 
indústria se tornou o carro chefe das economias e os modelos de negócio prezavam 
pelos ganhos de escala, eficiência, redução dos custos e aumento da produtividade. 
Por isso, era estratégico que uma mesma empresa de ponta se tornasse proprietária 
de toda a cadeia de produção que com ela se relacionava, desde a matéria prima, 
da manutenção, até a distribuição dos produtos processados. 
 
FIQUE LIGADO 
O termo “Ganhos de Escala” advém do conceito de “Economia de Escala” que, por 
sua vez, se refere à possibilidade de uma firma reduzir seus custos totais na medida 
em que aumenta sua produção. Esse conceito pode parecer estranho de início, mas 
ocorre com muita frequência na prática, principalmente em indústrias que ofertam 
produtos a partir dos mesmos recursos, como maquinário, por exemplo. Economias 
de Escala ocorrem porque os custos fixos (que independem da produção) podem ter 
34 
 
 
 
 
seu valor diluído na quantidade de bens e serviços produzidos. São exemplos de 
custo fixo: o aluguel, os salários do administrativo, os gastos com máquinas e 
equipamentos. Estes valores terão que ser pagos pelos empreendedores 
independentemente do quanto se produz em suas empresas. Por isso, o aumento 
do volume de produção garante a diluição desses custos na quantidade produzida, e 
oferece ganhos, “Ganhos de Escala”. 
 
Com o desenvolvimento da tecnologia de informação, comunicação e logística, 
os mercados começaram a sofrer mudanças estruturais profundas. As trocas 
passaram a assumir proporções cada mais globais e a variedade de produtos e 
serviços começou a ser um diferencial para o sucesso das vendas. Esse contexto 
afetou diretamente as empresas que dependiam de produtos padronizados, 
forçando-as a se adaptarem à pluralidade de oferta. Além disso, se tornou mais 
barato terceirizar setores da produção do que ter propriedade de todos os processos 
da cadeia produtiva. 
O crédito se tornou mais acessível para novos empreendedores e com ele a 
possibilidade de perseguir oportunidades nos mercados. É nesse contexto que foi 
fundamentada a base para a construção das economias como experienciamos nos 
dias de hoje. Com o crescimento da concorrência e com a proliferação dos 
empregos, os consumidores se tornaram cada vez mais exigentes, criando 
oportunidades para o empreendedorismo, mas também gerando a necessidade de 
inovações para a sobrevivência das firmas. 
Com isso, a história testemunhou a proliferação das organizações de pequeno 
e médio porte, que conseguiam atingir níveis satisfatórios de renda e de poder de 
mercado. Ocorreu a horizontalização das economias e termos como 
“Reengeneering”, “Downsizing” e “Terceirização” passaram a ser comuns no mundo 
corporativo. Assim, também, ficou conhecido o conceito de “Startups” e se tornou 
valorizada a criação de organizações de pequeno porte, com pequenas equipes e 
com poucos recursos, mas que guardavam (e ainda guardam) o potencial de fazer 
grandes transformações. 
 
35 
 
 
 
 
2.1 STARTUPS 
 
Diante dos argumentos previamente expostos, é possível perceber que os 
tempos de hoje são favoráveis para o empreendedorismo, uma vez que os 
mercados têm aberto oportunidades para negócios especializados, e por existir uma 
estrutura institucional favorável para o desenvolvimento de Startups, seja pelo apoio 
financeiro nas diversas modalidades de financiamento, ou pela estrutura formada em 
torno da troca de conhecimentos, por mentorias, coaching, e desenvolvimento 
conjunto de pesquisas aplicadas. Apesar da presença notória dessas firmas na 
sociedade dos dias de hoje, é possível que existam dúvidas a respeito do seu 
conceito. Nesse sentido, convém que seja respondido o seguinte questionamento: o 
que de fato é uma Startup? 
O conceito de Startup não apresenta consenso na literatura acadêmica e nem 
mesmo entre os empreendedores da área. É possível, entretanto, definir esse 
fenômeno a partir de, pelo menos, duas perspectivas, que não necessariamente se 
contradizem, mas que se complementam, a depender do objetivo do interlocutor. 
Essas conceituações enfatizam, na realidade, diferentes critérios para definir uma 
startup, sendo os principais deles o número de colaboradores de uma empresa, o 
tempo de vida das firmas e o espírito do negócio. Tais abordagens são exploradas 
nas próximas linhas. 
 O primeiro conceito de startup a ser apresentado está relacionado ao estágio 
de maturidade da organização. Sabe-se que, assim como acontece com os 
organismos vivos, as empresas também apresentam um ciclo de vida, normalmente 
composto por estágios iniciais, ascensão, estabilização e, na maioria dos casos, 
queda e falência. Não necessariamente todas as organizações perpassam essas 
fases, muitas não chegam a crescer, e algumas, as mais icônicas, conseguem 
sobreviver por gerações, estendendo o seu ciclo de vida por décadas (Ex: Coca-
Cola, Mars Incorporated, Hersheys). 
Lundström e Stevenson (2006), ao desenvolverem seu modelo de políticas 
públicas de Empreendedorismo e Micro e Pequenas Empresas (MPE) oferecem uma 
visão interessante sobre a prática empreendedora, e permitem a identificação da 
Startup como uma fase do processo de criação e desenvolvimento de empresas. 
36 
 
 
 
 
Para os autores a trajetória de desenvolvimento das organizações consiste em cinco 
fases básicas: (i) fase de conscientização; (ii) fase de pré-startup; (iii) fase de 
startup; (iv) fase de pós-startup; (v) manutenção e expansão dos negócios. A Figura 
1 ilustra as fases do processo apresentado pelos autores. 
 
Figura 1 - Startup como fase do Empreendedorismo 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
 
Como é possível perceber pela análise da Figura 1, a Startup corresponde à 
terceira fase do processo do empreendedorismo. As 5 etapas apresentadas pelos 
autores visam representar os passos da idealização, construção e manutenção de 
uma empresa. A primeira fase, a de Consciência, visa descrever a propensão do 
indivíduo a assumir o empreendedorismo como opção de vida. Indica uma fase de 
potencial empreendedorismo, quando as pessoas passam a enxergar a atividade de 
“abrir a própria empresa” como uma opção de vida. É comum nesse período, as 
pessoas identificarem oportunidades de mercado, analisarem suas aptidões e seus 
pontos fortes, para possivelmente enfrentarem o mercado. 
Fase de
Consciência
Fase de
Pré-Startup
Fase de
Startup
Fase de
Pós-Startup
Fase de
Manutenção/
Expansão
37 
 
 
 
 
Entre os potenciais empreendedores, existem aqueles que dão o primeiro 
passo para o empreendedorismo. A Fase de Pré-Startup indica um conjunto de 
atividades comuns no empreendedorismo nascente. Nesse período os indivíduos 
passam a levar a sério seus anseios de abrir a própria empresa, e são aplicados os 
primeiros recursos (tempo e dinheiro) para o desenvolvimento da ideia de negócio. 
São realizados estudos sobre a oportunidade explorada, são criados os planos de 
negócio, desenvolvidos os produtos e serviços, traçados os projetos, formadas as 
equipes. 
Se possível, são testados os protótipos dos produtos e serviços. Ainda nessa 
fase, é comum que sejam buscadas fontes de financiamento do negócio em 
modalidades de bancos comerciais, corwndfunding, investimento anjo e outras 
formas. Todo o processo de construção do Modelo de Negócio deve ser feito nesse 
período, possibilitando aos empreendedores colocar em prática sua proposta na 
fase de Startup. 
A fase de Startup é momento em queos empreendedores enfrentam o 
mercado, abrem suas empresas e iniciam a oferta de produtos e serviços. Esse 
período é considerado o mais instável da vida das organizações, trata-se do 
momento quando ocorrem as maiores taxas de falência entre os empreendimentos 
(MORAIS, 2015). Isso ocorre porque na etapa de Startup há a confrontação entre a 
teoria do negócio, idealizada no processo de Pré-Startup, e a prática do 
empreendedorismo. Quanto maiores as diferenças entre o planejamento do 
empreendimento e a realidade encontrada no momento de Startup, maiores são os 
problemas e os desafios para a consolidação do negócio no mercado. 
Por esse motivo, a construção de uma Startup deve ser pensada e planejada 
com detalhes, é importante que a aceitação dos produtos e serviços pelo mercado 
seja previamente testada, e que as expectativas de crescimento e viabilidade do 
negócio sejam baseadas em dados factíveis. As chances de sobrevivência de uma 
firma aumentam à medida que os anos passam. Lundström e Stevenson (2006) 
apontam que a fase de Startup apresenta a mesma duração do tempo de 
instabilidade vivido pelos novos empreendimentos, que seria aproximadamente de 
quarenta e dois meses. Essa perspectiva está alinhada com as métricas do Global 
Entrepreneurship Monitor (GEM). 
38 
 
 
 
 
Após esse período, espera-se que as empresas iniciam seu processo de 
consolidação nos mercados e vivam uma fase de preparação para o crescimento. 
Estas características correspondem à quarta etapa do processo, a fase de Pós-
Startup. Trata-se do momento em que os empreendedores se adaptam aos desafios 
dos mercados e também dos apresentados pela sua própria Startup. São 
estabelecidas as relações com os principais Stakeholders da organização e detalhes 
da estratégia de mercado e da estrutura organizacional são alinhados dentro da 
empresa. A cultura da organização começa a ser institucionalizada, bem como as 
principais rotinas dos colaboradores, garantindo a produtividade e as raízes para o 
futuro crescimento da firma. 
A última fase apresentada pelos autores é a etapa de Manutenção e Expansão 
das firmas. É nesse momento que as empresas criadas expandem suas atividades 
e seus negócios. Nem todos os empreendimentos conseguem atingir níveis 
elevados de crescimento, mas espera-se que em todos eles, ocorra níveis mínimos 
de aprimoramentos ao longo do tempo. Esse é um elemento-chave para a 
sobrevivência das firmas, independentemente do tipo de empreendedorismo em que 
se classificam (Sobrevivência, Estilo de Vida, Crescimento Gerenciado, ou 
Crescimento Agressivo). 
É comum nos dias de hoje, que as Startups sejam associadas a empresas de 
crescimento agressivo, devido à pulverização desse conceito se dar em contextos 
de inovação. Mas, como o leitor pôde perceber pelo modelo de Lundstrom e 
Stevenson (2006), Startup também se apresenta como uma fase no processo de 
maturidade dos empreendimentos, sejam eles quais forem. Nesse sentido, todas as 
empresas em um dado momento, poderiam ser consideradas como Startups, pelo 
simples fato de serem entrantes no mercado. 
 
VOCÊ SABIA? 
Stakeholders, ou Agentes de Interesse, são todos os indivíduos que apresentam 
interesse no empreendimento, seja pela sua capacidade de afetar as decisões e 
operações organizacionais, ou por serem de alguma maneira afetados por elas. O 
estudo dos Stakeholders é uma importante atividade para a construção e 
implementação do Planejamento Estratégico das organizações. Existem 
39 
 
 
 
 
Stakeholders classificados como “internos” às organizações, que apresentam com 
ela uma ligação direta, tais como os Colaboradores, Investidores e Proprietários, 
bem como aqueles classificados como “externos”, que apresentam ligações indiretas 
com a empresa, como, por exemplo, os Fornecedores e Consumidores. O 
Mapeamento de Stakeholders classifica os agentes segundo seus graus de 
interesse e poder de influência sobre a organização, e configura uma valiosa 
ferramenta para a gestão das estratégias das empresas, principalmente em seus 
estágios iniciais, quando enfrentam seus primeiros desafios. 
 
A definição de Startup como uma etapa de abertura de novos negócios, 
entretanto, não é a mais conhecida pelas pessoas, apesar de ser aplicada na 
linguagem em vários contextos do mercado. Nesse sentido, convém que seja 
apresentada uma segunda perspectiva sobre Startups que, por sua vez, é bastante 
comum no contexto do empreendedorismo inovador. 
Neil Blumenthal, um dos fundadores da Warby Parker, empresa varejista e 
inovadora do mercado Americano, define uma Startup como “uma empresa que 
trabalha para resolver problemas, quando a solução não é óbvia e quando o 
sucesso não é garantido”1. Essa definição resume, de certa forma, uma segunda 
perspectiva sobre Startups a ser apresentada neste módulo, isto é, que a entende 
como a “Materialização do Empreendedorismo Inovador”. 
O conceito de Startup sobre essa perspectiva, não está limitado à uma fase 
que as empresas tendem a viver em seu processo de desenvolvimento, existem 
organizações consolidadas que nunca chegaram a ser uma Startup. Mais 
especificamente, para que uma firma seja considerada uma Startup, devem ser 
consideradas algumas características que as firmas nessa modalidade de 
empreendimentos têm em comum. 
Primeiramente, as Startups são essencialmente inovadoras. As definição 
apresenta Startups como empresas que resolvem problemas, quando a solução não 
é óbvia, indica necessidade de Inovações para que uma Startup seja criada. Nesse 
contexto, é impotante ressaltar que esse conceito não se limita ao ambiente 
 
1
 Mais informações podem ser acessadas no site https://www.the-itfactory.com/startup-
knowledgebase/en/article/what-is-a-startup/ 
40 
 
 
 
 
tecnológico. A associação desse tipo de firma com a tecnologia é defivamente justa 
devido às inúmeras empresas inovadoras que surgiram devido ao desenvolvimento 
de novas tecnologias para o mercado. As inovações, porém, vão além do fator 
tecnológico, e se extendem ao conceito de “aplicação de Ideias Inovadoras” para a 
solução de problemas complexos. 
Por conta dessa característica básica, as Startups nascem assumindo 
riscos. O propósto de solucionar problemas de mareira inovavadora, faz com que o 
investimento nesse tipo de firma se enquadre em um portifólio de risco, com o 
potencial de elevados retornos futuros. Em consonância com a perspectiva de 
Lunsdstrom e Stevenson (2006), as Startups são empresas jovens, o tempo em 
que essas organizações permanecerão nessa modalidade, entretanto, depende do 
seu crescimento e do seu tamanho, em termos de número de colaboradores (uma 
métrica comum é que startups se limitam ao número de 100 colaboradores no time, 
mas trata-se de uma métrica que pode ser relativizada). 
Por fim, vale destacar que Startups são direcionadas para o crescimento. 
Está na raiz das Startups buscar o crescimento, de preferêcia acelerado, que tomam 
proporções imensuráveis em seu início. Essa característica está intimamente 
associada à busca por solucionar problemas por meio da inovação, cujos resultados 
guardam o potencial de serem amplamente aceitas pelo mercado. 
Por esse motivo, usualmente, Startups assumem modelos organizacionais 
flexíveis. Uma vez que o futuro desse tipo de organzação seja incerto, devido às 
possibilidades de enfrentamento de profundas modificações em um curto espaço de 
tempo, seja pelo crescimento acelerado ou por quedas bruscas, as startups são 
forçadas a adotar modelos adaptáveis de organização, e a assumir uma gestão 
adaptativa de pessoas, que valoriza a criatividade e a relisiência dos colaboradores. 
 
SAIBA MAIS 
O conceito de Scaleup tem se tornado cada vez mais conhecido no mundo da 
inovação e das Startups. Mas, o que é um Scaleup Business? A revista Forbes traz 
essa resposta com base nos dados da OCDE

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