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TEORIA POLÍTICA MODERNA EXERCÍCIO DE REVISÃO Davina Silva. 1. Hugo Grotius admite, em sua construção teórica, a validade de guerras bárbaras e violentas. Explique. Hugo Grotius (1583 - 1645), afirma que por meio do exercício da racionalidade constrói um direito internacional que acaba promovendo a sociabilidade entre os Estados permitindo que convivam, mesmo sem alcançar a paz. Desse modo, o jurista refletiu quais eram os elementos essenciais para um guerra justa e uma guerra injusta e argumenta que ao promover essa sociabilidade entre os estados seria preciso o estabelecimento de regras mínimas e se, por algum motivo, houver violação dessas regras proporcionaria uma guerra justa. Por conseguinte, Grotius acredita que a guerra é uma situação global e judicial, ou seja, apesar da guerra ser racional e violenta ela também é uma realidade no sistema internacional, outrossim, é o início de um processo judicial e quando essas vias judiciais e diplomáticas se esgotam, a guerra é a única solução para os conflitos. Dessa maneira, o jurista divide a guerra em três tipos com suas principais características que as tornam legítimas, sendo elas: Guerra Pública, Guerra Privada e Guerra Mista, além disso, há outras causas legítimas para a guerra que seria a recuperação do que é devido por outro Estado e punição do Estado injuriador. Portanto, Grotius argumenta que a guerra só seria justa se sua causa também fosse e que é lícito empreender uma guerra se a principal intenção fosse instaurar uma vida social adequada e manter a ordem na sociedade. 2. Comente como é a passagem do estado de natureza para a sociedade civil, segundo o pensamento de Immanuel Kant. Mencione em sua explicação o imperativo categórico? A teoria contratualista do filósofo Immanuel Kant (1724 - 1804), é fundamentada na ideia da existência de um estado de natureza que não possui um estado jurídico e, por esse motivo, pode ser caótico e com o estabelecimento do contrato social que tem como principal objetivo inserir os indivíduos em um estado civil com uma ordem jurídica e, devido a racionalidade do indivíduo, entendem que para uma sociedade harmônica que garanta a liberdade deve haver leis. Na concepção do contratualista, não se estabelece um contrato social, mas sim um Contrato Originário no qual, antes da formação do estado universal e estável, instaura o princípio de governo político, assim, ele afirma “O contrato originário não é o princípio que estabelece o Estado; antes, é o princípio do governo político e contém o ideal da legislação, da administração e da justiça pública legal". (Os clássicos da política v.2, p. 58). Desse modo, após o Contrato Originário, faz-se necessário introduzir o estado republicano o qual garanta a ordem com base nas leis manifestando a vontade do povo. Nesse contexto, é perceptível que para Kant a lei se torna essencial na passagem do Estado de Natureza para a Sociedade civil. Portanto, apresentando basicamente o Imperativo Categórico atitude sem interesse baseada na razão e o Imperativo Hipotético ação do indivíduo que o desejo e o interesse importa. É interessante observar que, a passagem do indivíduo do estado de natureza para a sociedade civil não é realizada por meio de análises como o imperativo hipotético, mas sim pelo imperativo categórico. 3. Explique como o desenvolvimento da ideia de Soberania de Jean Bodin marcou a história da Teoria Política Moderna. Jean Bodin (1530 - 1596), considerado o grande teórico da soberania, pois sempre estava atento à realidade histórica de sua pátria, apresenta um pensamento de Soberania que em sua opinião é essencial e um elemento inseparável ao conceito de Estado. Logo, afirma que não há Estado sem soberania trazendo uma revolução, visto que, abandonam a ideia de tratar a soberania como categoria histórica e a consideram como como categoria absoluta, marcando a teoria política moderna com a racionalização da política. Assim, Jean Bodin associa a soberania ao poder de elaborar as leis, pois estas seriam a representação da força em uma sociedade política e declara na sua obra "Les Six Livres de la République" (1576), “é o poder absoluto e perpétuo de uma República. [...] Sendo um poder absoluto, a soberania não é limitada nem em poder, nem pelo cargo, nem por tempo certo. Nenhuma lei humana, nem as do próprio príncipe, nem as de seus predecessores, podem limitar o poder soberano”. 4. Explique o Contrato de Social no pensamento de Rousseau. A teoria contratualista, estabelecida por diversos filósofos é a ideia que, a origem da sociedade se deve a partir de um contrato social, onde o indivíduo passa do Estado de Natureza que, não possui ordem ou regras, para a sociedade civil e ao concordar com o contrato cede parte da sua liberdade para garantir a vida e a existência social. Segundo Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778), o homem em seu estado natural é bom, porém precisa lutar pela sobrevivência. Por conta dessa luta, o homem acaba estabelecendo novas técnicas e conhecimentos e gradativamente vai se aproximando de outros indivíduos. O jurista pensa em um Estado que melhore a vida dos homens e diz que é preciso de um novo pacto social, no qual haja condições de igualdade. De fato, na opinião do contratualista a vontade geral deve predominar sobre a vontade particular do indivíduo se tornando necessário que a sociedade reivindique para os governantes melhorias no estado, tornando o voto essencial, como também, a representação política. Rousseau afirma que esse estado era de bondade e paz, sendo o homem naturalmente bom, porém a bondade do estado de natureza é perturbada pela propriedade privada, o que provoca a mudança nesse estado o transformando em estado de guerra de todos contra todos. Portanto, na concepção de Rousseau, a origem do estado está no contrato social, partindo do princípio que o estado foi constituído a partir de um contrato, também entendido como um acordo consenso firmado entre os indivíduos. Desse modo, a sociedade civil ao mesmo tempo que promete a liberdade civil à natural, também possui a possibilidade de corromper o homem originário concedendo à propriedade os males sociais. Outrossim, para o contratualista a renúncia do indivíduo à sua própria vontade faz nascer a vontade da maioria, surgindo um estado democrático.
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