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Fichamento CONSTANT, Benjamin. Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos. In: Revista de Filosofia Política, n° 2, 1985 Benjamin Constant começa discorrendo em seu texto os conceitos das duas formas de liberdade. A primeira é a liberdade cujo exercício era tão caro aos povos antigos e a outra liberdade se refere aquela cujo uso é útil para as nações modernas. O sistema representativo, é um sistema de descoberta dos povos modernos, pois a condição da espécie humana na antiguidade não permitia que uma instituição desta natureza fosse implementada e a organização social destes povos os levava a desejar uma liberdade diferente do sistema representativo ( CONSTANT, 1985, pp. 1-2). No que se refere ao entendimento de liberdade para os franceses e ingleses, para eles é o direito de não se submeter senão às leis, de não poder ser preso e nem maltratado pelo efeito da vontade arbitrária de um ou de vários indivíduos. É para cada um o direito de se expressar, de escolher onde quer trabalhar, de dispor de sua propriedade, direito de ir e vir sem precisar de alguma permissão, direito de influenciar sobre a administração do governo, pela nomeação dos funcionários, reivindicações, representações, entre outras ( CONSTANT, 1985, p.2). A liberdade dos antigos, era baseada em exercer coletivamente várias partes da soberania inteira, decidir na praça pública sobre guerra e paz, votar em leis, pronunciar julgamentos, examinar contas entre outros. O indivíduo da antiguidade quase sempre soberano, é escravo em todos os assuntos privados ( CONSTANT, 1985, p. 2). As repúblicas antigas eram fechadas em limites estreitos e todos compravam a segurança, independência, a existência inteira ao preço da guerra, já o mundo moderno, os menores estados são mais vastos que Esparta e Roma durante cinco séculos e é suficientemente esclarecida para não querer fazer a guerra e sua tendência é de paz ( CONSTANT, 1985, p. 3). Outra diferença que o autor propõe no texto sobre liberdade, é que o objetivo dos antigos era a partilha do poder social entre todos os cidadãos de uma mesma pátria e objetivo dos modernos é a segurança dos privilégios privados e eles chamam de liberdade as garantias concedidas pelas instituições a esses privilégios ( CONSTANT, 1985, p.6). Constant também discorre sobre a importância do sistema representativo, que esse sistema não é mais que uma organização com a ajuda de qual uma nação confia a alguns indivíduos o que ela pode ou não quer fazer, esse sistema é uma procuração dada a um certo número de homens pela massa do povo que deseja ter seus interesses defendidos e não tem tempo para defendê-los sozinho. O autor também disserta sobre os perigos da liberdade, e que na antiguidade estava que atentos a necessidade de garantir a participação do poder social, os homens não se preocupavam com direitos e garantias individuais e o perigo da liberdade moderna está remetida a independência privada e na busca por interesses particulares renunciam facilmente do direito de participar do direito político ( CONSTANT, 1985, pp. 12-13).
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