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Neste módulo, você estudou os principais fatores que levaram ao desgaste do governo de dom João VI e à consequente independência do Brasil. Assim, destacam-se: Revolução Pernambucana (1817) » Movimento separatista e republicano » Insatisfação com a negligência joanina em relação ao Nordeste Revolução Liberal do Porto (1820) » Deseja o retorno de dom João VI e o fim do absolutismo em Portugal » Exige a “recolonização” do Brasil Em decorrência do movimento ocorrido na cidade do Porto, dom João VI acaba retornando a Portugal e deixando seu filho mais velho, Pedro, como regente do país. Em seu governo são tomadas diversas medidas, que culminam na separação do Brasil em relação a sua metrópole. » Lei do Cumpra-se » Dia do Fico » “Grito do Ipiranga” Independência (1822) Após alguns conflitos, a independência é consolidada, embora não tenha repercutido positiva- mente no cotidiano da maior parte da população, a qual se manteve alijada do processo, realizado “de cima para baixo” pelo então imperador. De maneira geral, a independência manteve diversos traços característicos do modelo anterior, como: » Sistema monárquico » Escravidão » Agroexportação » Dependência econômica externa PARA CONCLUIR PRATICANDO O APRENDIZADO 1 De que forma as ideias iluministas relacionam-se com a Revolução Pernambucana? O Iluminismo influenciou a eclosão da revolução, uma vez que disseminava ideais como o direito de lutar pela liberdade e contra a opressão. 2 Descreva o contexto interno que levou à Revolução Pernambucana de 1817. O contexto da época era marcado por insatisfações de diversas ordens, tais como: o aumento dos impostos na colônia; as secas que afetavam a economia local; a prisão de militares acusados de conspiração contra a Coroa portuguesa e a perda de influência de Pernambuco como importante centro econômico, político e administrativo. Além disso, a revolução sofreu influência de ideais iluministas e da maçonaria da época. 3 Podemos afirmar que a Revolução Liberal do Porto era totalmente liberal? Justifique sua resposta. Não, pois ao mesmo tempo que os reinóis desejavam o retorno do pacto colonial clássico no Brasil também desejavam o fim do absolutismo em Portugal. 4 Por que os comerciantes portugueses estavam insatisfei- tos com a política econômica de dom João VI na colônia? Porque medidas como a abertura dos portos brasileiros e os tratados de 1810 com a Inglaterra prejudicavam os interesses econômicos dos comerciantes lusitanos. 137 H IS T Ó R IA » M Ó D U L O 1 7 PH8_EF2_HIST_C3_129a140_M17.indd 137 4/9/18 9:30 AM 5 Identifique ao menos duas consequências da Revolução Liberal do Porto. Retorno de dom João VI a Portugal; fim do absolutismo; manutenção da abertura dos portos brasileiros; regência de dom Pedro I no Brasil. 6 Qual a importância da Lei Orgânica, criada pela Revolução Pernambucana? Instituiu a liberdade religiosa, de expressão, caracterizando-se como uma espécie de constituição provisória. 7 De que forma o Dia do Fico contribuiu para o processo de independência do Brasil? Tal episódio contribuiu para a percepção portuguesa de que o processo de ruptura se aproximava e das decisões que seriam tomadas por dom Pedro I dali por diante. 8 Podemos afirmar que o processo de independência brasileiro foi pacífico? Justifique sua resposta. Não, pois houve diversos conflitos em algumas províncias que eram contrárias à independência proclamada por dom Pedro I. 1 Observe a imagem e busque no dicionário o significado do termo deputação, presente na legenda. Com base na imagem, analise como se deu o retorno de dom João VI a Portugal. Na imagem, o rei aparece em seu desembarque acompanhado por soldados portugueses e sem uma recepção calorosa da população, o que mostra o contexto de descontentamento do povo português com a situação. 2 Quais são as principais reinvindicações dos revolucio- nários pernambucanos de 1817? A separação e a independência de Pernambuco em relação ao Brasil e a proclamação da República. Desembarque do rei dom João VI, acompanhado por uma deputação das Cortes, na magnífica Praça do Terreiro do Paço em 4 de julho de 1821, regressando do Brasil. APLICANDO O CONHECIMENTO 3 Leia o trecho. A situação em que ficara a antiga metrópole e o sentimento de orfandade dos súditos pela ausência do monarca e pela situação de dependência em relação a decisões tomadas no Brasil eram extremamente pe- rigosos e exigiam providências. Isso não passava des- percebido pelos ingleses, como registrava dom Rodrigo de Sousa Coutinho, e estes não se furtavam a oferecer conselhos. A volta de D. João. Biblioteca Nacional Digital. Disponível em: <http://bndigital.bn.gov.br/projetos/expo/djoaovi/avoltadjoao.html>. Acesso em: 5 dez. 2017. Segundo o texto, quais fatores levaram à Revolução Liberal do Porto, em 1820? A insatisfação com a permanência de dom João VI no Brasil e as medidas que o monarca vinha tomando desde 1808, como a abertura dos portos, os tratados de 1810, etc. 4 Leia o texto. Em janeiro de 1822, D. Pedro I, ao dizer que ficava, definiu seu destino e do país que adotara como pátria. E foi, nessa fase, o mais apaixonado dos brasileiros, o mais agressivo do jacobinos, o mais furioso antilusitano. Isabel Lustosa. D. Pedro I. São Paulo: Cia. das Letras, 2006. p. 32. A que episódio histórico se refere o trecho? Ao Dia do Fico. R e p ro d u ç ã o /F u n d a ç ã o B ib lio te c a N a c io n a l, R io d e J a n e ir o , R J . 138 H IS T Ó R IA » M Ó D U L O 1 7 PH8_EF2_HIST_C3_129a140_M17.indd 138 4/9/18 9:30 AM 5 Leia o texto: Passar de Reino a Colônia É desar [derrota] É humilhação que sofrer jamais podia brasileiro de coração. A quadrinha acima reflete o temor vivido no Brasil depois do retorno de D. João VI a Portugal em 1821. Ape- sar de seu filho Pedro ter ficado como regente, acirrou-se o antagonismo entre “brasileiros” e “portugueses” até que, em dezembro de 1821, as Cortes de Portugal determina- ram o retorno do príncipe. Se ele acatasse, tudo poderia acontecer. Inclusive, dizia d. Leopoldina, “uma Confede- ração de Povos no sistema democrático como nos Esta- dos Livres da América do Norte”. SCHNOOR, Eduardo. Senhores do Brasil. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 48. Rio de Janeiro, set. 2009. p. 36. (Adaptado) Por que dom João VI resolveu voltar para Portugal em 1821? Por causa das pressões sofridas pelos revoltosos do Porto e do medo de perder o trono por conta das mudanças políticas propostas pelo movimento. 6 Leia o trecho a seguir. O termo independência [...] tinha como proposta fundamental a de construir a “independência nacional”, articulando a monarquia a uma Constituição que estabe- lecesse limites ao poder real e garantisse direitos e liber- dades civis e políticas aos cidadãos do império. OLIVEIRA, Cecília H. S. Repercussões da revolução: delineamento do império do Brasil, 1808/1831. In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo (Org.). O Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p. 18-19. Quais características iluministas podemos perceber no texto? Constituição, limitação do poder real, liberdades e direitos civis. 7 Por que não podemos afirmar que a independência al- terou substancialmente a vida da população brasileira? Porque diversos aspectos, como a dependência externa, a escravidão e os problemas econômicos, mantiveram-se no país. 8 Leia o texto a seguir. Leopoldina acreditava, tal como escreveu a Ma- rialva, que a continuidade da existência de uma corte no Brasil seria “o único meio de preservar a monarquia portuguesa de seu total colapso”. A princesa se dedica- ria intensamente a convencer d. Pedro a ficar no país. Tanto ela quanto Marechal acreditavam que, com a per- manência de d. Pedro, assegurada a união das provín- cias à corte do Rio de Janeiro e com ela a unidade doEstado monárquico, abria-se a possibilidade da adoção de um sistema constitucional que preservasse a autori- dade real. LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I: um herói sem nenhum caráter. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. Analise o papel da imperatriz Leopoldina durante a re- gência de dom Pedro I. Leopoldina atuou de forma efetiva ao enviar uma carta ao pai, o imperador da Áustria, pedindo a ele que, em caso de ruptura, o Império do Brasil fosse reconhecido pela Áustria. Ela argumentara a respeito da importância da legitimação de um sistema monárquico no continente americano. 139 H IS T Ó R IA » M Ó D U L O 1 7 PH8_EF2_HIST_C3_129a140_M17.indd 139 4/9/18 9:30 AM 1 Leia o texto a seguir. Decreto das Cortes Portuguesas A 24 de abril de 1821, as Cortes de Lisboa declararam os governos provinciais independentes do Rio de Janeiro, subordinando-os diretamente às Cortes. Antes mesmo que lá chegassem os deputados brasileiros, já tratavam as Cortes, em 29 de setembro de 1821, de assuntos de sumo interesse para o Brasil, decidindo transferir para Lisboa [...] o Conselho da Fazenda, a Junta de Comércio, a Casa de Suplicação e várias outras repartições instaladas no país por d. João VI. Decretava-se a seguir, em 29 de se- tembro, 1º e 18 de outubro a volta do príncipe regente, nomeando-se para cada província, na qualidade do Poder Executivo, um governador de armas, independente das juntas e destacando novos contingentes de tropas para o Rio de Janeiro e Pernambuco. COSTA, Emília Viotti da. Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1976. De acordo com o texto, um dos objetivos da Revolução do Porto, liderada pelas Cortes portuguesas, era o(a): a) substituição das Cortes por um Parlamento. b) eleição direta para os membros do Executivo. c) retorno do príncipe regente para Portugal. d) efetivação da independência do Brasil. e) subordinação do Poder Executivo ao Legislativo. 2 Observe o texto a seguir. A nação independente continuaria subordinada à economia colonial, passando do domínio português à tu- tela britânica. A fachada liberal construída pela elite euro- peizada ocultava a miséria e a escravidão da maioria dos habitantes do país. COSTA, Emília Viotti da. Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1976. Com base no texto, podemos destacar como uma das consequências do processo de independência a: a) dependência econômica em relação à Inglaterra. b) ruptura definitiva dos laços com Portugal. c) eleição do primeiro governante brasileiro. d) criação de leis idênticas à Constituição portuguesa. e) instituição do Estado laico. Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das quest›es sinalizadas com asterisco. 3 Leia o texto a seguir. Logo ao chegar, durante sua breve estada na Bahia, D. João decretou a abertura dos portos do Brasil às na- ções amigas (28 de janeiro de 1808). Mesmo sabendo-se que naquele momento a expressão “nações amigas” era equivalente à Inglaterra, o ato punha fim a trezentos anos de sistema colonial. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 122. Qual é a relação entre a abertura dos portos e a inde- pendência do Brasil? a) Dom João VI decretou a independência pouco tempo depois de sua chegada, em 1808. b) O fim do pacto colonial foi o primeiro passo para a independência, em 1822. c) As ideias iluministas inglesas estimularam a inde- pendência na colônia. d) A insatisfação de dom Pedro I com o governo liberal do pai levou à independência. e) A oposição da elite brasileira em relação à abertura dos portos incentivou a independência. 4 Considere o texto a seguir. É lugar comum na historiografia brasileira contrastar a relativa facilidade da consolidação da Independência do Brasil com o complicado processo de emancipação da América espanhola. [...] Não faltam objeções à tese segundo a qual a consolidação da Independência foi fácil. Seus crí- ticos salientam que a Independência sob a forma de união em torno do Rio de Janeiro resultou de uma luta e não de um consenso geral. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2007. p. 146. Uma comprovação de que o processo de independência brasileiro não foi fácil é a: a) oposição de provinciais em relação ao sete de setembro. b) dificuldade de dom Pedro I se eleger como primeiro imperador. c) perda de territórios durante as lutas de indepen- dência. d) radicalização da luta com a participação de negros e mulatos ao lado da elite. e) rejeição do projeto político instituído por dom Pedro I. DESENVOLVENDO HABILIDADES 140 H IS T Ó R IA » M Ó D U L O 1 7 PH8_EF2_HIST_C3_129a140_M17.indd 140 4/9/18 9:30 AM
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