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Apostila de endodontia

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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 1 
Endodontia I 
 
Aula 1 
Anatomia dos Dentes 
Superiores e Inferiores 
 
INTRODUÇÃO 
 
A anatomia radicular não varia apenas 
entre os tipos diferentes de dentes, mas 
também em um mesmo tipo de dente, em 
pacientes diferentes. Dispondo na maioria das 
vezes apenas de um exame radiográfico que 
não fornece ao profissional a 
tridimensionalidade do sistema de canais 
radiculares, o endodontista deve estar atento 
para poder observar quaisquer alterações, 
realizando radiografias em angulações 
diferentes, e baseando-se em um apurado 
conhecimento da anatomia radicular, que 
aliado a uma técnica apropriada para o preparo 
biomecânico e obturação dos canais, serão de 
fundamental importância para a correta 
desinfecção e preenchimento do sistema de 
canais radiculares, contribuindo para o sucesso 
dos tratamentos executados. Quaisquer 
espaços não desinfectados e selados no 
interior do sistema de canais, servem de nicho 
para bactérias e contribui para o fracasso do 
tratamento endodôntico. Por falta de 
conhecimento da anatomia radicular muitas 
vezes um canal adicional passa despercebido, 
geralmente também devido a uma cirurgia de 
acesso insuficiente para sua visualização, 
resultando em um tratamento incompleto. 
Ao longo dos anos, diversos métodos 
foram utilizados para o estudo da anatomia 
radicular dos dentes, como por exemplo: 
 
• Injeção de metal fundido no interior dos 
dentes; 
• Injeção de borracha líquida seguida da 
vulcanização no interior dos dentes; 
• Método de cortes histológicos; 
• Investigação direta com auxilio de 
microscópio operatório. 
 
Principais métodos para estudo da anatomia 
radicular: 
 
• Método radiográfico em angulações 
diferentes; 
• Método de diafanização; 
• Microtomografias. 
 
Método de diafanização 
 
O método de diafanização necessita da 
exodontia dos elementos a serem estudados, 
que são posteriormente submetidos à cirurgia 
de acesso, descalcificação com uso de ácidos, 
lavagem, desidratação, diafanização, injeção 
de tinta nanquim pela câmara pulpar até sair 
pelo ápice, e posterior inclusão em blocos 
transparentes de resina. Este método permite 
uma observação tridimensional do complexo 
sistema de canais. 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
 Geralmente a anatomia interna tem 
tendência a acompanhar o formato externo do 
dente. A cavidade pulpar divide-se 
basicamente em: 
 
• Câmara pulpar: compreende a porção do 
sistema de canais radiculares 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 2 
correspondente à porção interna da 
coroa dental. 
 
• Canal radicular: compreende a porção do 
sistema de canais radiculares 
correspondente à porção interna da raiz. 
 
 
O canal radicular divide-se em: 
 
1. Canal dentinário: que corresponde à 
porção que vai do assoalho da câmara 
pulpar até o limite CDC. 
2. Canal cementário: que corresponde à 
porção que vai do limite CDC até o 
forame apical. 
O limite CDC (cemento-
dentina-canal) corresponde à 
área de maior constrição do 
canal radicular, situando-se 
na junção do canal dentinário 
com o canal cementário. O 
forame apical corresponde à 
porção final do canal 
radicular, situa-se geralmente 
de 0,5 a 3mm aquém do ápice 
anatômico do dente, e pode 
apresentar-se com forma 
circular ou atípica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O canal radicular pode ainda de dividir em 3 
terços: 
 
1. Cervical: situa-se adjacente à entrada 
do canal no assoalho da câmara pulpar; 
2. Médio: localizado entre os terços 
cervical e apical; 
3. Apical: situa-se adjacente ao forame 
apical. 
 
 
 
 No terço apical, situam-se o maior 
número de ramificações do canal radicular. As 
diversas ramificações presentes próximas ao 
forame apical denominam-se Delta Apical. 
 
 
 
 Entre as inúmeras ramificações 
existentes no sistema de canais radiculares 
podemos citar: 
 
• Canal colateral: situa-se paralelamente ao 
canal principal, podendo atingir o ápice 
separadamente. 
 
• Canal recorrente: deriva do canal 
principal, segue um trajeto independente, 
voltando a unir-se com o canal principal. 
 
• Canal lateral: deriva do canal principal 
atingindo o periodonto ao nível do terço 
médio ou cervical da raiz. 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 3 
• Canal secundário: deriva do canal 
principal atingindo o periodonto ao nível 
do terço apical da raiz. 
 
• Canal acessório: deriva do canal 
secundário atingindo o periodonto. 
 
• Canal interradicular ou kavo 
interradicular: deriva do assoalho da 
câmara pulpar atingindo o periodonto na 
região de furca. 
 
• Delta apical: são as múltiplas ramificações 
presentes próximas ao forame apical. 
 
• Canal interconduto ou intercanal: fica 
localizado em dentina e coloca em 
comunicação os canais principais. 
 
• Canais reticulares: é o resultado do 
entrelaçamento de três ou mais canais 
que correm quase paralelamente, por 
meio de ramificações do intercanal, 
apresentando um aspecto reticulado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES 
 
A) Quanto a anatomia 
 
• Variam em número, tamanho e forma. 
• Apresentam diferentes divisões, fusões e 
estágios de desenvolvimento. 
B) Quanto ao diâmetro 
 
• Amplo: quando o diâmetro do canal é 
maior ou igual ao diâmetro de uma lima 
35. 
• Mediano: quando o diâmetro do canal 
equivale ao diâmetro de limas 20 a 30. 
• Atresiado ou constrito: quando o 
diâmetro é igual ou menor do que uma 
lima 15. 
 
C) Quanto à direção 
 
• Retilíneo: quando o canal é reto. 
• Curvilíneo: quando o canal apresenta 
curvaturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
D) Quanto ao diâmetro e a curvatura 
 
• Classe I: amplo ou mediano, reto ou com 
curvatura suave, tendo ângulo de até 5º. 
A exploração do canal é acessível até o 
forame apical. 
• Classe II: canal atresiado, com curvatura 
moderada, tendo ângulo de até 20º. 
Acessível até o forame apical. 
• Classe III: canal atresiado, com curvatura 
severa, tendo ângulo superior a 20º. 
Difícil acesso ao forame apical. 
 Existem alguns métodos para a 
determinação do ângulo de curvatura dos canais 
radiculares. Esta determinação nos permite ter 
um parâmetro sobre a fadiga flexural a que as 
limas endodônticas são submetidas no interior 
dos canais radiculares. Ex: Método de Schneider 
e Método Geométrico. 
 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 4 
• Classe IV: canais atípicos. Apresentam 
tipos de canais que não se enquadram nas 
classes anteriores, tais como: 
-Dentes com dupla curvatura radicular; 
-Dentes com dilaceração radicular. 
 
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA 
ANATOMIA RADICULAR 
 
• Conhecimento teórico; 
• Exame radiográfico; 
• Exame clínico e exploração; 
• Exame com microscópio operatório; 
• Exame com câmera intra-oral; 
• Tomografia computadorizada. 
 Alterações na anatomia interna dos 
dentes podem acontecer por diversos fatores. 
Os canais tendem a se tornar mais atrésicos em 
pacientes com idade mais avançada pela 
deposição contínua de dentina secundária que 
ocorre durante toda a vida do dente. Fatores 
irritantes, como por exemplo a cárie, induzem 
a formação de dentina terciária, ou reparadora. 
Calcificações podem estar presentes no 
interior do sistema de canais muitas vezes 
dificultando o acesso necessário para o 
tratamento. Reabsorções internas causam um 
aumento do espaço presente no interior dos 
canais radiculares, causando perda de sua 
continuidade e dificultando a limpeza destas 
áreas. Variações anatômicas e anomalias de 
desenvolvimento podem também estar 
presentes, e é importante saber identificá-las 
para que o tratamento possa ser executado da 
melhor forma possível. 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA RADICULAR DOS 
 DENTES SUPERIORES 
 
INCISIVO CENTRAL SUPERIOR 
 
Os incisivos centrais superiores 
geralmente são dentes que apresentam uma 
câmara pulpar e canal radicular amplos, sendo 
retos na maioria dos casos, e não sendo em sua 
maioria de difícil execução da terapia 
endodôntica. Durante a execução do 
tratamento, deve-seter o cuidado da remoção 
de todo o ombro palatino, permitindo um 
acesso completo ao canal radicular. 
 O dente apresenta uma inclinação 
média de 3º para distal e 15º para palatina. 
 
• Comprimento médio: 21,8mm 
• Comprimento máximo: 28,5mm 
• Comprimento mínimo: 18mm 
 
 
 A câmara pulpar acompanha a forma 
externa da coroa, ocupando a porção mais 
interna do dente, e é de forma semelhante à 
mesma. Apresenta dois ou três divertículos no 
teto, segundo a borda oclusal tenha 
apresentado dois ou três mamelões. 
 Apresenta-se estreita em sentido 
vestíbulo-palatino e larga em sentido mesio-
distal, especialmente na parte mais próxima a 
borda incisal. O canal radicular começa no 
forame apical e corre, alargando-se 
gradualmente, em toda extensão da raiz em 
direção à câmara. É geralmente volumoso e de 
forma cônica, irregular no sentido longitudinal. 
 Apesar de na maioria das pesquisas 
apresentar um canal único em 100% dos casos, 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 5 
já foi relatada a presença de um incisivo central 
superior com duas raízes (LEONARDO, 1991) e 
com dois canais distintos (LOPESS, 2004). 
 
INCISIVO LATERAL SUPERIOR 
 
 Os incisivos laterais superiores 
apresentam-se com diâmetro do canal menor 
que dos incisivos centrais superiores, 
apresentando curvatura na maioria das vezes, 
que pode ser acentuada ou não, o que requer 
uma atenção especial no tratamento 
endodôntico. 
 Durante a execução do tratamento, 
deve-se ter o cuidado da remoção de todo o 
ombro palatino, permitindo um acesso 
completo ao canal radicular. 
 O dente apresenta uma inclinação 
média de 5º para distal, e 20º para palatina, e a 
cavidade pulpar acompanha a forma exterior 
do dente. 
 Apresenta geralmente dois ou três 
divertículos no teto, segundo a borda oclusal 
tenha apresentado os dois ou três mamelões. 
 O diâmetro vestíbulo-palatino do canal 
é maior que o mesio-distal. 
 
• Comprimento médio: 23,1mm; 
• Comprimento máximo: 29,5mm; 
• Comprimento mínimo: 18,5mm. 
 
 
 Segundo Pécora (2002), esses dentes 
estão situados em uma área de grande risco 
embriológico, e inúmeros pesquisadores têm 
relatado casos de anomalias neles. Entre as 
anomalias de desenvolvimento mais comuns 
observadas nesses dentes, podemos citar: 
Dens Invaginatus, Cúspide Talão, e Radicular 
Grooves (depressão radicular). 
 
CANINO SUPERIOR 
 
 Os caninos superiores geralmente são 
dentes de fácil acesso, porém apresentam raiz 
com comprimento maior do que a dos demais 
dentes. Na maioria dos casos, as raízes 
apresentam curvatura no terço apical. 
 Durante a execução do tratamento, 
deve-se ter o cuidado da remoção de todo o 
ombro palatino, permitindo um acesso 
completo ao canal radicular. 
 O dente apresenta uma inclinação 
média de 6º para distal, e 17º para palatina. 
 
• Comprimento médio: 26,4mm; 
• Comprimento máximo: 33,5mm; 
• Comprimento mínimo: 20mm. 
 
 
 A cavidade pulpar apresenta 
geralmente a forma exterior do dente. A 
câmara pulpar tem seu maior diâmetro no 
sentido vestíbulo-palatino, principalmente na 
sua união, não muito nítida, com o canal 
radicular. A câmara pulpar se estreita, 
formando um simples divertículo na sua parte 
mais próxima da face incisal. 
 O canal radicular do canino superior é 
amplo e acessível, de secção oval, e possui 
dimensão vestíbulo-palatina maior que a 
mesio-distal. Na sua quase totalidade dos casos 
segue a curvatura da raiz. 
 Segundo Pécora (1991), os caninos 
superiores apresentam raiz e canal radicular 
únicos. 
 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 6 
PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR 
 
 Segundo De Deus (1992), a cavidade 
pulpar apresenta mais ou menos a forma 
externa do dente. A câmara pulpar 
corresponde à forma da coroa, geralmente 
estreita no sentido mesio-distal e larga na 
direção vestíbulo-palatina. Tem a forma 
cuboide, achatada na direção mesio-distal. 
Estendendo-se em direção às duas cúspides, 
aparecem dois divertículos, sendo o vestibular, 
em geral, mais longo. 
 No assoalho da câmara apresentam-se 
entradas dos canais radiculares; algumas vezes 
apresenta-se em única entrada, comum aos 
dois canais ou ao canal único, quando isso 
ocorre. Possui quase sempre, um canal 
vestibular e um canal palatino, mesmo quando 
a raiz é única. 
 O dente possui uma inclinação média 
de 7º para distal, e 11º para palatina. 
 
• Comprimento médio: 21,5mm; 
• Comprimento máximo: 25,5mm; 
• Comprimento mínimo: 17mm. 
 
 
SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR 
 
 O segundo pré-molar superior, muitas 
vezes descrito como um dente de canal único, 
apresenta alto índice de elementos com dois 
canais radiculares. 
 Sua inclinação média é de 7º para a 
distal e 7º para palatina. 
 
 
 
• Comprimento médio: 21,6mm; 
• Comprimento máximo: 26mm; 
• Comprimento mínimo: 17mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Segundo De Deus (1992), a cavidade 
pulpar apresenta mais ou menos a forma 
externa do dente, e não difere daquela do 
primeiro pré-molar superior, mas os dois 
divertículos do teto, correspondentes às 
cúspides, são aqui quase sempre do mesmo 
tamanho. 
 
PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR 
 
 O 1ºMS é o dente que apresenta maior 
índice de presença de quatro canais 
radiculares. O dente apresenta uma inclinação 
média de 15º para a palatina. 
 
• Comprimento médio: 21,3mm; 
• Comprimento máximo: 25,5mm; 
• Comprimento mínimo: 18mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Segundo De Deus (1992), o 1ºMS possui 
três raízes diferenciadas e geralmente 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 7 
divergentes, e é raro apresenta-las fusionadas 
completamente. O dente apresenta os canais 
mesio-vestibular, disto-vestibular e palatino. 
Entretanto, na maioria dos casos a raiz mesio-
vestibular apresenta dois canais estreitos e por 
vezes pouco acessíveis, podendo em alguns 
casos apresentar até três canais na raiz mesio-
vestibular. São eles: canais vestibular e palatino 
da raiz mesio-vestibular ou canais mesio-
vestibular 1 (MV1) e mesio-vestibular 2 (MV2), 
ou ainda canais mesio-vestibular e mesio-
palatino. Raramente apresenta dois canais na 
raiz disto-vestibular. 
 
SEGUNDO MOLAR SUPERIOR 
 
 Os 2ºMS são dentes que também 
apresentam grande índice de presença do 
quarto canal radicular. O dente apresenta uma 
inclinação média de 5º para mesial, e 11º para 
palatina. 
 
• Comprimento médio: 21,7mm; 
• Comprimento máximo: 27mm; 
• Comprimento mínimo: 17,5mm. 
 A cavidade pulpar apresenta mais ou 
menos a forma exterior do dente. A câmara 
pulpar é ampla, apesar de um pouco mais 
reduzida do que a do 1ºMS. Apresenta sempre 
os três ou quatro divertículos relacionados com 
as cúspides. 
 Quando apresenta com três canais 
radiculares, terá um canal para cada raiz, que 
recebem os nomes de canal mesio-vestibular, 
canal disto-vestiular e canal palatino. O maior e 
mais amplo é o da raiz palatina, e o menor e 
mais estreito é o da raiz disto-vestibular. 
 Quando o 2ºMS apresenta-se com 
quatro canais radiculares, terá dois canais na 
raiz mesio-vestibular, uma na raiz disto-
vestibular e um na raiz palatina, recebendo 
respectivamente os nomes de canal vestibular 
da raiz mesio-vestibular ou MV1, canal palatino 
da raiz mesio-vestibular ou MV2 ou mesio-
palatino, disto-vestibular e palatino. 
Raramente apresenta dois canais na raiz disto-
vestibular. 
 
TERCEIRO MOLAR SUPERIOR 
 
 Os 3ºMS são dentes de difícil acesso e 
com morfologia variada, o que dificulta a 
execução do tratamento endodôntico. O dente 
apresenta uma inclinação média de 11º para 
mesial, e 17º para palatina. As raízes oferecem 
muitas variações quanto a sua morfologia, 
número, direção, inclinações e disposição. São 
tipicamente, três raízes, podendo se 
apresentar independentes e com disposição 
mais ou menos idêntica à do 2ºMS, 
apresentando frequentes fusionamentos 
parciais ou totais. 
 
• Comprimento médio: 19mm. 
 A cavidade pulpar apresenta 
divertículos do teto da câmara em mesmo 
número das cúspides existentes. Os canais 
radiculares apresentam-se muitoirregulares 
quanto ao número, forma, direção e volume. 
De modo geral, pode-se dizer que o número de 
canais e a sua forma relaciona-se com o 
número e a forma das raízes ou ramos 
radiculares. 
 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 8 
ANATOMIA RADICULAR DOS 
 DENTES INFERIORES 
 
INCISIVO CENTRAL INFERIOR 
 
 O incisivo central inferior é um dente 
onde comumente acredita-se encontrar 
apenas um canal, porém a incidência de um 
segundo canal radicular é relativamente alta. É 
importante a remoção de todo o ombro lingual 
na cirurgia de acesso deste elemento para uma 
melhor visualização da câmara pulpar. O dente 
apresenta uma inclinação média de 15º para 
lingual. 
 
• Comprimento médio: 20,8mm; 
• Comprimento máximo: 27,5mm; 
• Comprimento mínimo: 16,5mm. 
 
 
 A cavidade pulpar apresenta mais ou 
menos a forma geral externa do dente. A 
câmara pulpar apresenta-se, de um modo 
geral, com três divertículos não muito nítidos. 
O canal radicular corresponde à forma exterior 
da raiz, tendo, portanto, um pronunciado 
achatamento no sentido mesio-distal, e com 
maior extensão no sentido vestíbulo-lingual. 
 
INCISIVO LATERAL INFERIOR 
 
 O incisivo lateral inferior é um dente 
onde comumente acredita-se encontrar 
apenas um canal, porém a incidência de um 
segundo canal radicular é relativamente alta. É 
importante a remoção de todo o ombro lingual 
na cirurgia de acesso deste elemento para uma 
melhor visualização da câmara pulpar. A 
cavidade pulpar é idêntica à descrita para o 
incisivo central inferior. O dente apresenta uma 
inclinação média de 10º para a lingual. 
 
• Comprimento médio: 22,6mm; 
• Comprimento máximo: 29mm; 
• Comprimento mínimo: 17mm. 
 
 
CANINO INFERIOR 
 
 O canino inferior é um dente que 
apresenta um grande achatamento mesio-
distal ficando amplo no sentido vestíbulo-
lingual. Pode apresentar-se muitas vezes com 
dois canais, sendo necessária também a 
remoção de todo o ombro lingual. O dente 
apresenta uma inclinação média de 3º para 
distal, e 2º para lingual. 
 
• Comprimento médio: 25mm; 
• Comprimento máximo: 32mm; 
• Comprimento mínimo: 19,5mm. 
 
 A cavidade pulpar segue mais ou menos 
a forma exterior do dente. A câmara pulpar é 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 9 
alta e, de modo geral, não apresenta limite 
preciso entre câmara pulpar e o canal ou canais 
radiculares. Tem a sua maior dimensão no 
sentido mesio-distal, nas proximidades da 
cúspide do dente. O canal radicular, em um 
corte transversal tem aspecto de uma fenda 
oval, achatada. Apresenta maior diâmetro no 
sentido vestíbulo-lingual. 
 
PRIMEIRO PRÉ-MOLAR INFERIOR 
 
 Os 1ºPMI podem gerar dificuldade 
durante a execução da terapia endodôntica, 
devido a variabilidade e complexidade de seu 
sistema de canais radiculares. O dente 
apresenta uma inclinação média de 5º para 
distal e 3º para lingual. 
 
• Comprimento médio: 21,9mm; 
• Comprimento máximo: 26,5mm; 
• Comprimento mínimo: 17mm. 
 
 A cavidade pulpar é quase sempre 
representada pela forma exterior do dente. A 
câmara pulpar é geralmente ampla, 
apresentando dois divertículos no teto, sendo 
um vestibular (mais volumoso) e um lingual 
(menor). De modo geral, não há limite preciso 
entre a câmara pulpar e o canal. 
 O canal radicular é geralmente amplo e 
acessível. Sua secção transversal, de acordo 
com a própria raiz, pode ser de forma oval ou 
circular (raro). Apresenta maior volume no 
sentido vestíbulo-lingual. 
 
 
 
 
SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR 
 
 O dente apresenta uma inclinação 
média de 5º para distal e 9º para vestibular. 
 
• Comprimento médio: 22,3mm; 
• Comprimento máximo: 27,5mm; 
• Comprimento mínimo: 17,5mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A cavidade pulpar quase sempre segue 
a forma exterior do dente. A câmara pulpar é 
espaçosa, apresentando-se levemente estreita 
no sentido mesio-distal, com contorno mais ou 
menos triangular, e dois ou três divertículos no 
teto, correspondentes às cúspides e com 
dimensões proporcionais a elas. 
 O canal radicular é geralmente amplo e 
acessível, não apresenta um limite preciso com 
a câmara pulpar, e a sua secção corresponde à 
da raiz, podendo, portanto, apresentar-se de 
forma oval ou circular, com maiores dimensões 
no sentido vestíbulo-lingual, principalmente 
até seu terço médio. 
 
PRIMEIRO MOLAR INFERIOR 
 
 Os 1ºMI apesar de serem descritos 
como dentes que apresentam 3 canais e 2 
raízes, podem apresentar a presença de 4 
canais e até mesmo 3 raízes. Também é muito 
frequente a comunicação entre canais da 
mesma raiz (interconduto). O dente apresenta 
uma inclinação média de 10º para distal e 13º 
para vestibular. 
 
• Comprimento médio: 21,9mm; 
• Comprimento máximo: 27mm; 
• Comprimento mínimo: 19mm. 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 10 
 
 A cavidade pulpar segue geralmente a 
forma exterior do dente. A câmara pulpar é 
ampla e quase sempre cuboide. Apresenta, no 
teto, os divertículos relacionados com as suas 
cinco cúspides, e no assoalho, as aberturas dos 
canais radiculares. Na quase totalidade dos 
casos, há nitidez nos limites da câmara pulpar 
com os canais radiculares. Os canais radiculares 
abrem-se nas bordas mesial e distal do 
assoalho da câmara pulpar. Apresentam 
consideráveis variações quanto ao número e à 
forma. Podem apresentar-se geralmente com 
2,3,4 ou 5 canais. 
 
• 2 canais: canal mesial e canal distal; 
• 3 canais: canal mesio-vestibular e 
mesio-lingual na raiz mesial; canal distal 
na raiz distal; 
• 4 canais: canal mesio-vestibular e 
mesio-lingual na raiz mesial; canal 
disto-vestibular e disto-lingual na raiz 
distal; 
• 5 canais: canal mesio-vestibular, mesio-
mesial, e mesio-lingual na raiz mesial; 
canal disto-vestibular e disto-lingual na 
raiz lingual. 
SEGUNDO MOLAR INFERIOR 
 
 Os 2ºMI apresentam características 
parecidas com as do 1ºMI. O dente apresenta 
uma inclinação média de 15º para distal, e 12º 
para vestibular. 
 
• Comprimento médio: 22,4mm; 
• Comprimento máximo: 26mm; 
• Comprimento mínimo: 19mm. 
 
 A cavidade pulpar geralmente segue a 
forma exterior do dente. A câmara pulpar 
mostra-se, quase sempre, menor que a do 
1ºMI, mas com a mesma disposição das 
paredes. Seu teto possui quatro divertículos. 
Pode apresentar 2,3,4 ou 5 canais, com as 
mesmas disposições já descritas para o 1ºMI. 
 
• 2 canais: canal mesial e canal distal; 
• 3 canais: canal mesio-vestibular e 
mesio-lingual na raiz mesial; canal distal 
na raiz distal; 
• 4 canais: canal mesio-vestibular e 
mesio-lingual na raiz mesial; canal 
disto-vestibular e disto-lingual na raiz 
distal; 
• 5 canais: canal mesio-vestibular, mesio-
mesial, e mesio-lingual na raiz mesial; 
canal disto-vestibular e disto-lingual na 
raiz lingual. 
TERCEIRO MOLAR INFERIOR 
 
 O dente apresenta uma inclinação 
média de 20º para distal, e 25º para vestibular. 
O comprimento médio é de 19mm. A cavidade 
pulpar é muito irregular, acompanhando a 
forma exterior do dente. A câmara pulpar 
apresenta variações marcantes, mas 
geralmente acompanha a forma exterior da 
coroa. 
 Os canais radiculares apresentam 
variações bem acentuadas. Assim com o 3ºMS, 
o inferior participa de todas as características 
de irregularidades no que se refere a forma, 
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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 11 
disposição e número de raízes e canais 
radiculares. Pode apresentar-se com um, dois, 
três ou quatro canais. A predominância é de 
dois canais para este dente, sendo um na raiz 
mesial (canal mesial) e outro na raiz distal 
(canal distal). 
 
Aula 2 
 
Alterações na Anatomia 
 
 Alguns tipos de variação anatômica 
encontradas nos dentes podem causar 
alteração na anatomia interna do sistema de 
canais radiculares, gerando algumas vezes 
complicações na execução do tratamento 
endodôntico, dependendo do grau de 
alteração. Seguem abaixo variações 
anatômicas que podem ser encontradas, e a 
influência que podem causar na execução do 
tratamento endodôntico: 
 
• DENS INVAGINATUS OU DENSIN DENTE 
 Anomalia causada pela invaginação 
profunda da superfície da coroa, contornada 
pelo esmalte. Aparenta como se tivesse sido 
formado um dente dentro do outro. Pode 
ocorrer em qualquer dente, mas sua maior 
incidência ocorre nos incisivos laterais 
superiores. Normalmente, esses dentes podem 
apresentar-se coniformes (peg shape). Existem 
3 tipos de Dens Invaginatus, de acordo com a 
classificação de Oehler (1957): 
 
a) Tipo I: a invaginação do esmalte está 
circunscrita à área da coroa dental. 
 
b) Tipo II: a invaginação do esmalte 
estende-se até o terço médio da raiz, 
terminando em um saco cego. 
 
c) Tipo III: a invaginação do esmalte 
estende-se até a região apical do dente, 
de modo a formar diversos forames 
apicais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O Dens Invaginatus do tipo I não 
oferece dificuldade ao tratamento 
endodôntico, uma vez que a invaginação é 
pequena e está situada na coroa dental. O do 
tipo II oferece certa dificuldade ao tratamento 
endodôntico, uma vez que se faz necessária a 
remoção da invaginação do esmalte do interior 
do canal radicular. O Dens Invaginatus tipo III 
oferece dificuldade ao tratamento 
endodôntico, pois deve ser complementado 
com retro-obturação. 
 
• CÚSPIDE TALÃO 
 É uma 
anomalia dental rara 
que se apresenta 
principalmente nos 
incisivos superiores. 
Morfologicamente, essa anomalia se manifesta 
como uma cúspide acessória bem definida que 
se estende a partir da junção cemento-esmalte 
ou região do cíngulo e segue em direção ao 
bordo incisal. Normalmente não representa 
maiores dificuldades para execução do 
tratamento endodôntico. 
 
• DENS EVAGINATUS 
 Essa anomalia consiste em uma 
evaginação anormal do epitélio de esmalte do 
dente afetado. Quando ocorre nos incisivos, 
ocorre evaginação na área do cíngulo desses 
dentes, promovendo uma cúspide extra. A 
presença da cúspide extra nos incisivos 
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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 12 
superiores pode causar problemas de estética, 
cárie em virtude da dificuldade de higienização, 
trauma de oclusão e, ainda, irritação 
traumática da língua durante o ato 
mastigatório. Pode ocorrer também em dentes 
posteriores. No local da evaginação pode 
ocorrer um prolongamento do teto da câmara 
pulpar, aumentando o risco de exposição 
pulpar à medida que ocorre o desgaste da área 
da evaginação pela mastigação. 
 
• CANAL EM FORMA DE C (C-SHAPED) 
 É uma variação 
anatômica que recebe 
este nome pela 
morfologia da secção 
transversal de sua raiz e 
canal radicular. Ao 
invés de apresentar as 
entradas dos canais distintas, o assoalho da 
câmara pulpar oferece uma visão de um 
conduto em forma de faixa, com 180 graus de 
arco, começando geralmente na linha mesio-
lingual e estendendo-se ao redor da face 
vestibular até o final da porção distal da câmara 
pulpar. O 2ºMI é o elemento dentário em que 
o aparecimento de C-Shaped canal é mais 
comum. A ocorrência em 1ºPMI, 1ºMI, 1ºMS e 
2ºMS também já foi encontrada, apesar de 
rara. 
 
• DEPRESSÃO RADICULAR 
 O incisivo lateral 
superior pode apresentar uma 
anomalia de difícil diagnóstico, 
que é a presença da depressão 
radicular (radicular grooves). 
Essa depressão normalmente 
está presente na lingual dos 
incisivos laterais, na área de 
cíngulo e se estende para a raiz, podendo 
cessar em diferentes pontos da região 
radicular. A presença da depressão radicular 
constitui uma via de penetração de 
microrganismos, que alimenta de modo 
definitivo um problema periodontal, não 
gerando alteração significativa na anatomia da 
cavidade pulpar. O diagnóstico precoce dessa 
anomalia é importante, pois o paciente pode 
ser orientado para higienizar estes dentes com 
maior cuidado, reduzindo o risco de instalação 
de uma bolsa periodontal nesta região. 
 
• CORNOS PULPARES PROEMINENTES 
 Os cornos pulpares apresentam maior 
proximidade com a superfície oclusal dos 
dentes. O dente apresenta um maior de risco 
de exposição pulpar pela cárie ou durante um 
preparo cavitário. 
 
• TAURODONTISMO 
 A taurodontia é um tipo de anomalia de 
desenvolvimento dos dentes. Estes dentes 
apresentam um prolongamento acentuado da 
câmara pulpar, raízes pequenas e recebem este 
nome porque assemelham-se aos dentes de 
ruminantes. Durante o tratamento 
endodôntico, apresentam uma dificuldade 
maior para a realização do acesso e 
visualização dos canais, principalmente quando 
as paredes da câmara pulpar aproximam-se em 
sua porção média. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• GEMINAÇÃO 
 Resulta da tentativa de um único 
gérmen dentário de dividir-se, com a 
resultante formação de um dente com 
coroa bífida, e geralmente, uma raiz e um 
canal radicular em comum, não gerando 
alteração significativa na morfologia 
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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 13 
pulpar (a alteração geralmente restringe-se à 
câmara pulpar). 
 
• FUSÃO 
 Resulta na união de dois 
gérmens dentários normalmente 
separados, com a resultante 
formação de um dente unido com 
confluência de dentina. Geralmente 
a cavidade pulpar dos dois dentes 
continuam separadas, mas pode em alguns 
casos haver fusão parcial ou total no sistema de 
canais radiculares. 
 
• CONCRESCÊNCIA 
 É a união de dois 
dentes pelo cemento em 
comum sem confluência da 
dentina subjacente. Não 
gera alteração na morfologia 
do sistema de canais 
radiculares, porém pode 
desenvolver-se após uma lesão inflamatória 
perirradicular, em duas raízes muito próximas, 
quando a área da lesão é reparada em parte 
pela deposição de cemento. 
 
Aula 3 
 
Acesso Cirúrgico dos Dentes 
Superiores e Inferiores 
 
 É o procedimento executado com o 
objetivo de criar um meio de acessar o sistema 
de canais radiculares, para a realização do 
preparo químico-cirúrgico. Todas as fases do 
tratamento endodôntico dependem 
inicialmente do acesso e localização dos canais 
radiculares. 
 Uma cirurgia de acesso bem executada, 
baseada em um conhecimento apurado da 
anatomia da cavidade pulpar, facilita a 
localização do correto número de canais 
presentes nos diversos tipos de dentes. 
 
PRINCÍPIOS DO ACESSO CIRÚRGICO 
 
1. Remoção de todo o teto da câmara pulpar 
para a retirada dos remanescentes pulpares e 
exposição dos orifícios de entrada dos canais; 
2. Preservação do assoalho da câmara pulpar, 
evitando perfurá-lo e facilitando a localização 
da entrada dos canais, pois a sua integridade 
tende a guiar o instrumento; 
3. Conservação da estrutura dentária, 
prevenindo a fratura e o enfraquecimento do 
esmalte e dentina remanescentes; 
4. Prover formas de resistência para 
permanência total do selamento provisória da 
cavidade de acesso até a colocação da 
restauração final; 
5. Obtenção de acesso reto e livre até a 
primeira curvatura do canal. 
 
FATORES A CONSIDERAR 
 
1. Exame clínico e radiográfico: através deles 
observaremos as condições iniciais dos dentes, 
grau de comprometimento pela cárie, detalhe 
da coroa e raízes, como viabilidade para 
realizar o isolamento, grau de 
comprometimento do assoalho da câmara 
pulpar, observar curvatura das raízes, se o 
dente é passível de intervenção, ou se é 
necessário algum procedimento adicional. 
 
2. Angulação, posição de cúspides e anatomia 
externa: observar a angulação do dente na 
arcada para que se possa seguir corretamente 
o longo eixo do dente no acesso, posição das 
cúspides e anatomia externa para servir de 
referência. A anatomia interna tende a seguir o 
contorno da anatomia externa dos dentes. 
 
3. Mudança na anatomia externa ocasionada 
por restaurações/coroas: tratamentos 
restauradores podem corrigir inclinações para 
conferir funcionalidade aos dentes. Nestes 
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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 14 
casos, pode passar a falsa impressão de que o 
longo eixo do dente segue a direção observada 
na coroa. É importante sempre observar estes 
detalhes comparando com o exame 
radiográfico. 
 
4. Palpação da gengiva inserida e mucosa 
vestibular: o exame radiográfico nos fornece o 
grau de inclinação no sentido mesio-distal.Para 
observar a inclinação aproximada no sentido 
vestíbulo-palatino, ou vestíbulo-lingual, é 
importante fazer a palpação na mucosa, na 
região correspondente à raiz do dente. 
 
5. Em intervenções ou em tratamentos 
previamente iniciados por outro profissional, 
observar a situação do canal: observar 
materiais obturadores utilizados, presença de 
retentores intra-radiculares, se há algum tipo 
de perfuração, desvio, instrumento obstruindo 
o canal etc. 
 
6. Remoção de toda cárie: não temos como 
trabalhar a desinfecção do sistema de canais 
radiculares deixando a câmara pulpar e coroa 
repletas de bactérias não removidas 
mecanicamente. 
 
7. Remoção total da restauração permanente: 
ideal para que se tenha a garantia de que não 
há presença de tecido cariado por baixo do 
remanescente restaurador. 
 
 
 
 
 
 
MANOBRAS OPERATÓRIAS 
 
1. Acesso a câmara pulpar 
 
 Escolhemos um ponto ou área de 
eleição, correspondente geralmente a uma 
posição que direcione ao centro da câmara 
pulpar seguindo-se o longo eixo do dente. 
Depois estabelecemos uma forma de contorno 
inicial que será paralela à forma de contorno 
mais comum encontrada nos mesmos tipos de 
dentes acessados, e define-se por último a 
direção de trepanação que busca geralmente o 
caminho para atingir a porção mais volumosa 
da câmara pulpar. 
 
2. Preparo da câmara pulpar 
 
 Estabelecemos a forma de contorno 
final do preparo cavitário, seguindo a direção 
real encontrada nas paredes da câmara pulpar 
do dente, removendo sempre todo o teto da 
câmara pulpar. 
 
3. Configuração final da cavidade 
intracoronária (forma de conveniência) 
 
 Fazemos um refinamento do acesso, 
com desgaste adicional em algumas paredes, 
quando necessário, de forma a permitir o 
melhor acesso direto dos instrumentos ao 
interior dos canais radiculares. 
 Existem vários tipos de instrumentos 
rotatórios que podem ser utilizadas para a 
realização do acesso cirúrgico dos dentes, 
entre elas podemos citar pontas diamantadas 
ou carbide, esféricas, tronco-cônicas com ou 
sem corte na ponta, brocas específicas para 
acesso como a Endo-Z ou brocas de Mueller 
para baixa rotação. É importante sempre 
definir a melhor escolha dentro da etapa do 
acesso cirúrgico que estiver realizando, 
adequando também o comprimento ideal para 
cada situação. 
 
ACESSO CIRÚRGICO DOS DENTES SUPERIORES 
 
INCISIVOS SUPERIORES 
 
• Ponto de eleição: parte mais central da face 
palatina. 
 
• Forma de contorno inicial: forma triangular, 
com base voltada para a borda incisal. 
Em alguns casos, as paredes do dente podem 
ser reconstruídas para facilitar o isolamento, 
dificultando a penetração de saliva no campo 
de trabalho, e permitir criar um reservatório de 
hipoclorito durante a irrigação. 
 
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 15 
Estende-se de 2 a 3mm da borda incisal, e 
aproximadamente a 2mm do tubérculo 
palatino. A broca corta perpendicularmente 
à superfície do esmalte. 
 
• Direção de trepanação: paralela ao longo 
eixo do dente até penetrar na cavidade 
pulpar. 
 
• Preparo da câmara pulpar: movimentos de 
tração do interior para a superfície do dente 
até que todo o teto tenha sido removido. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: realiza-se o desgaste 
compensatório pela remoção do ombro 
lingual. 
 
 
 
 
 
 
 
CANINOS SUPERIORES 
 
• Ponto de eleição: parte mais central da face 
palatina, semelhante aos incisivos. 
 
• Forma de contorno inicial: forma 
losangular, devido ao divertículo central 
correspondente à cúspide perfurante 
desses dentes, que principalmente nos 
jovens apresenta-se bastante pronunciada. 
A broca corta perpendicularmente à 
superfície do esmalte. 
 
• Direção de trepanação: paralela ao longo 
eixo do dente até penetrar na cavidade 
pulpar. 
 
• Preparo da câmara pulpar: movimentos de 
tração do interior para a superfície do 
dente, até que todo o teto tenha sido 
removido. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: desgaste compensatório 
pela remoção do ombro lingual. 
 
 
 
 
 
 
 
PRÉ-MOLARES SUPERIORES 
 
• Ponto de eleição: área central da face 
oclusal. 
 
• Forma de contorno inicial: forma elíptica 
para o 1ºPMS, por apresentar geralmente 
dois canais, ou ovoide, com maior 
dimensão no sentido vestíbulo-palatino, de 
acordo com a anatomia interna da cavidade 
pulpar. 
 
• Direção de trepanação: inicia-se paralela ao 
longo eixo do dente, até as imediações da 
cavidade pulpar, depois progride-se com 
uma leve inclinação em direção ao canal 
palatino (porção mais volumosa da 
cavidade pulpar) até atingir a cavidade 
pulpar. 
 
• Preparo da câmara pulpar: remoção de 
todo o teto da câmara pulpar. 
Complementa-se a forma ovoide da 
cavidade deixando-a ligeiramente 
expulsiva. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: sondagem dos orifícios de 
entrada dos canais para observação de suas 
direções e analise da necessidade de 
desgaste adicional, a fim de facilitar o 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 16 
acesso direto das limas endodônticas em 
todas as paredes dos canais. 
 
 
 
 
MOLARES SUPERIORES 
 
• Ponto de eleição: na superfície oclusal, no 
centro da fossa mesial. 
 
• Forma de contorno inicial: a abertura deve 
ser estendida do centro da fossa mesial em 
direção distal, até ultrapassar o sulco 
ocluso-vestibular. Configura-se a parede 
vestibular paralela à face do dente. Desse 
ponto distal, segue-se em direção palatina, 
atravessando a fossa central, para daí se 
unir ao ponto inicial, conferindo à cavidade 
uma forma triangular de base voltada para 
vestibular. 
 
• Direção de trepanação: inicia-se 
paralelamente ao longo eixo do dente até 
as imediações da câmara pulpar, a seguir 
utiliza-se uma broca esférica, de tamanho 
compatível, ligeiramente inclinada em 
direção ao canal palatino. 
 
• Preparo da câmara pulpar: movimentos de 
tração para remoção do teto da câmara 
pulpar e preparo das paredes laterais. 
Verificar a presença de convexidade na 
parede mesial da câmara pulpar que pode 
formar um istmo próximo ao assoalho 
encobrindo o canal MV2. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: mais ampla e mesializada no 
1ºMS. Um pouco mais centralizada no 
2ºMS. 
 
ACESSO CIRÚRGICO DOS DENTES INFERIORES 
INCISIVOS INFERIORES 
 
• Ponto de eleição: parte mais central da face 
lingual. 
 
• Forma de contorno inicial: forma triangular, 
com base voltada para borda incisal. 
Estende-se desde aproximadamente 2mm 
da borda incisal até 1 a 2mm do tubérculo 
lingual. A broca corta perpendicularmente à 
superfície do esmalte. 
 
• Direção de trepanação: paralela ao longo 
eixo do dente até penetrar na cavidade 
pulpar. 
 
• Preparo da câmara pulpar: movimentos de 
tração do interior para a superfície do 
dente, até que todo o teto tenha sido 
removido. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: desgaste compensatório 
pela remoção do ombro lingual. 
 
 
 
 
 
 
 
CANINOS INFERIORES 
 
• Ponto de eleição: parte mais central da face 
lingual, semelhante aos incisivos. 
 
• Forma de contorno inicial: forma 
ligeiramente ovalada, em função do seu 
achatamento mesiodistal, extensão cérvico 
incisal e o divertículo incisal mediano. A 
broca corta perpendicularmente à 
superfície do esmalte. 
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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 17 
• Direção de trepanação: paralela ao longo 
eixo do dente até penetrar na cavidade 
pulpar. 
 
• Preparo da câmara pulpar: movimentos de 
tração do interior para a superfície do 
dente, até que todo o teto tenha sido 
removido. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: desgaste compensatório 
pela remoção do ombro lingual. 
 
 
 
 
 
 
 
PRÉ-MOLARES INFERIORES 
 
• Ponto de eleição: posicionado para 
vestibular do sulco central no sentido 
vestibulolingual, e ligeiramente para mesial 
da face oclusal no sentido mesiodistal. 
 
• Forma de contorno inicial: ovóide no 
sentido vestibulolingual, ficando mais 
próximaà cúspide vestibular, devido à 
inclinação para lingual que estes dentes 
apresentam. 
 
• Direção de trepanação: paralela ao longo 
eixo do dente até penetrar na cavidade 
pulpar. 
 
• Preparo da câmara pulpar: movimentos de 
tração do interior para a superfície do 
dente, de acordo com a exigência da 
anatomia pulpar. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: pode ser necessário 
remover a cúspide vestibular quando a 
inclinação da coroa para lingual é muito 
acentuada. 
 
 
 
 
 
MOLARES INFERIORES 
 
• Ponto de eleição: centro da superfície 
oclusal, no sulco central, ligeiramente 
deslocado para mesial. 
 
• Forma de contorno inicial: forma 
trapezoidal com base maior para mesial, 
quando apresenta apenas um canal na raiz 
distal. Quando apresente dois canais na raiz 
distal a parede distal fica mais próxima ao 
tamanho da mesial. 
 
• Direção de trepanação: paralela ao longo 
eixo do dente até penetrar na cavidade 
pulpar. 
 
• Preparo da câmara pulpar: movimentos de 
tração do interior para a superfície do 
dente, de acordo com a exigência da 
anatomia pulpar. 
 
• Configuração final da cavidade 
intracoronária: desgaste compensatório na 
parede mesial, no sentido dos canais 
mesiais. Observar a linha que une os dois 
canais mesiais, secando o assoalho e 
explorando-a em busca do canal 
mesiomesial que pode estar presente neste 
local. 
 
 
 
 
Rectangle
Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 18 
 Atualmente existe uma tendência a 
realizar o acesso cirúrgico de forma mais 
conservadora, removendo o mínimo possível 
de estruturas sadias do dente. É extremamente 
importante que na realização deste 
procedimento, não se comprometa o acesso 
necessário para visualizar e atingir todas as 
paredes da câmara pulpar e canais radiculares, 
permitindo a correta modelagem e obturação. 
 Alguns acessos não convencionais 
podem ser utilizados em algumas 
circunstâncias. O acesso em dentes anteriores 
inferiores pela vestibular pode ser utilizado em 
casos onde a face vestibular encontra-se mais 
destruída do que a lingual, e há necessidade de 
preservar esta face lingual, ou quando há 
necessidade de criar uma melhor via de acesso 
para um canal radicular que esteja sendo 
impossível de se acessar pela lingual. Em 
dentes que serão submetidos ao preparo para 
coroa total, pode ser feito um acesso mais 
direto ao canal pela face incisal em dentes 
anteriores para preservar mais as paredes 
adjacentes. Outras variações de acesso podem 
ser encontradas de acordo com a necessidade 
de cada caso clínico. 
 
ERROS FREQUENTES NO ACESSO CIRÚRGICO 
 
• Desgaste excessivo da porção coronária: 
muito comum em casos onde o canal 
encontra-se parcialmente calcificado com 
maior dificuldade de acesso ao canal. 
• Não remoção do teto da câmara pulpar. 
• Em dente anteriores, não corrigir a 
inclinação da broca para fazer a trepanação. 
Nestes casos ocorrerá uma perfuração pela 
face vestibular. 
• Perfuração de assoalho da câmara pulpar: é 
importante sempre analisar com cuidado as 
radiografias para determinar a amplitude 
da câmara pulpar e distancia necessária 
para a trepanação. 
• Perfuração pela mesial em dentes 
mesializados com coroa reconstruída para 
de adequar à linha de oclusão: observar 
sempre a direção real do longo eixo do 
dente na radiografia, e não apenas 
baseando-se no exame clínico da coroa. 
• Não fazer a sondagem e remoção de 
istmos, ou observar canais adicionais 
presentes no elemento. Em molares 
inferiores por exemplo, quando há 
presença de dois canais na raiz distal, os 
canais tendem a encontrar-se deslocados 
da linha média do assoalho para vestibular 
ou lingual. Quando há presença de apenas 
um canal na raiz distal, este tende a estar 
centralizado na porção distal do assoalho. 
Aula 4 
 
Material e Instrumental 
Endodôntico 
 
LIMAS ENDODÔNTICAS MANUAIS 
 
 
 
Observações: 
 
- A lâmina de corte sempre tem 16mm 
independente da lima, o que varia é o tamanho 
do intermediário. 
- As lâminas devem ter conicidade, e a cada 
milímetro a conicidade aumenta 0,02mm. 
- O nº da lima corresponde ao D0. 
 
Ex: 
 
D0= 0,25mm 
D1= 0,27mm 
D2= 0,29mm 
D3= 0,31mm 
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 19 
Figura 1. Esquema de organização das limas endodônticas na endobox. 
Figura 2. Movimento de rotação alternada. 
 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS 
 
a) Quanto à série 
 
• Especial: 0,6/0,8/10 
• 1ª Série: 15,20,25,30,35,40 
• 2ª Série: 45,50,55,60,70,80 
• 3ª Série: 90, 100, 110, 120, 130, 140 
b) Quanto à cor 
 
• 006: rosa 
• 008: cinza 
• 010: roxa 
 
• 015: branca 
• 020: amarela 
• 025: vermelha 
• 030: azul 
• 035: verde 
• 040: preta 
 
• 045: branca 
• 050: amarela 
• 055: vermelha 
• 060: azul 
• 070: verde 
• 080: preta 
• 090: branca 
• 100: amarela 
• 110: vermelha 
• 120: azul 
• 130: verde 
• 140: preta 
c) Quanto ao comprimento 
 
• 21mm 
• 25mm 
• 28mm 
• 31mm 
 
d) Quanto ao tipo (sessão transversal) 
 
a) Lima tipo K: sessão transversal quadrangular 
□. 
 
b) Lima Flexofile: sessão transversal 
triangular■. 
 
c) Limas tipo Hedstroen: sessão transversal 
circular ○. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CINEMÁTICA DOS INSTRUMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Rotação alternada 
1. Avanço; 
2. Rotação à direita; 
3. Rotação à esquerda; 
4. Retrocesso de 1 a 1,5mm; 
5. Avanço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
especiais 
1ª série 
2ª série 
3ª série 
Rectangle
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 20 
Figura 3. Movimento de limagem. 
Figura 4. Movimento de alargamento e limagem. 
Figura 5. Movimento de cateterismo. 
Observações: 
 
- O ideal é que a lima esteja justa no canal. 
- As limas K e Flexofile são usadas no 
movimento de rotação alternada. 
 
b) Movimento de limagem 
1. Avanço; 
2. Pressão lateral; 
3. Tração. 
 
 
 
 
 
 
 
As limas K, Flexofile e Hedstroen são usadas no 
movimento de limagem. 
 
Obs: a lima Hedstroen faz somente o 
movimento de limagem. 
 
c) Alargamento e limagem 
1. Avanço; 
2. Rotação à direita (1/4 a 1/3 de volta); 
3. Tração com pressão lateral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimento feito somente com a lima K e 
Flexofile. 
 
d) Movimento de cateterismo 
1. Pequenos avanços; 
2. Rotação à direita ou à esquerda; 
3. Pequenos retrocessos. 
 
 
 
Movimento feito com lima especial para o 
reconhecimento do canal. 
 
Aula 5 
 
Radiologia em Endodontia 
 
 A técnica radiográfica mais utilizada na 
endodontia é a periapical, podendo ser 
realizada com filmes convencionais, sensores 
radiográficos e placas de fósforo. 
 Para obter qualidade é necessário 
observar, principalmente: 
 
- Tempo de exposição; 
- Filme; 
- Processamento; 
- Angulação e posicionamento adequados. 
 
PRINCIPAIS CAUSAS DE REPETIÇÕES 
DE IRRADIAÇÕES 
 
• Contraste e/ou densidade ótica incorretos: 
tempo de revelação muito curto, 
temperatura muito baixa. Dificulta detecção 
de pequenos detalhes. 
 
• Superposição: angulação incorreta. 
 
• Distorção: angulação vertical e/ou horizontal 
errada. 
 
• Exposição: superposição ou subexposição. 
 
• Velamento do filme: entrada de luz na câmara 
escura. 
CUIADOS NA PROTEÇÃO DO PACIENTE E EQUIPE 
 
- Avental, colar, parede de chumbo e biombo; 
- Verificação do aparelho (manutenção). 
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 21 
FILMES 
 
 Podem ser de sensibilidade D, E e F. Os 
filmes de sensibilidade E reduziram em 40 a 
50% a dose de radiação necessária para se 
obter uma imagem radiográfica com a mesma 
qualidade dos filmes de sensibilidade D. 
 Segundo Ludlow (2002), o filme Insight 
requer apenas 77% de exposição em relação ao 
filme Ektaspeed Plus e 44% de exposição em 
relação ao filme Ultraspeed. Não há perda de 
contraste ou resolução aos filmes de 
sensibilidade E. 
 
Observações: 
 
- A radiografia é bidimensional; 
- A tomografia computadorizada é 
tridimensional; 
- Na microtomografia ainda não é possível 
trabalhar em pacientes, pois o tempo de 
irradiação é por um tempo longo e o paciente 
deveria ficar imóvel duranteesse tempo. 
 
COMO INTERPRETAR UM EXAME RADIOGRÁFICO 
 
➳Estruturas anatômicas: 
 
• Esmalte: radiopaco, circundando a coroa do 
dente. 
 
• Dentina: tem menos radiopacidade, 
internamente ao esmalte e o cemento. 
 
• Cemento: não tem diferença de 
radiopacidade da dentina. 
 
• Sistema de canais: área radiolúcida no centro 
do dente. 
 
• Espaço do ligamento periodontal: área 
radiolúcida adjacente à raiz. 
• Cortical alveolar ou lâmina dura: linha 
radiopaca que circunda o ligamento 
periodontal. Representa a porção da parede 
do alvéolo onde se inserem as extremidades 
das fibras periodontais. 
 
• Osso alveolar: chamado também de osso 
trabecular ou osso esponjoso. Apresenta-se 
como uma estrutura trabecular radiopaca, 
limitada por espaços radiolúcidos. 
 
• Seio maxilar: é o maior dos seios paranasais, 
mostrando-se como uma área radiolúcida de 
forma arredondada, ovóide ou multiloculada 
e contornos bem definidos por uma linha 
radiopaca que o delimita, devido a uma maior 
densidade de suas paredes. 
 
• Septos ou tubérculos: são frequentemente 
encontrados, parecendo dividir o seio maxilar 
em mais de uma cavidade. 
 
• Processo zigomático da maxila: é uma área de 
forte condensação óssea, onde a maxila se 
articula com o osso zigomático, 
apresentando-se como uma sombra 
radiopaca, em forma de U ou V. Em direção 
posterior, pode notar-se também uma 
estrutura de menor radiopacidade, que é a 
imagem do osso zigomático. 
 
• Canal mandibular: espessa linha radiolúcida 
delimitada por bordas radiopacas, abaixo das 
raízes dos molares e pré-molares, onde corre 
o feixe vásculo-nervoso dentário inferior. 
 
• Espinha nasal anterior: localizada na linha 
média. É observada na porção inferior do 
septo nasal. Aparece radiograficamente 
como uma área radiopaca em forma de V. 
 
• Sombra do nariz: observada, em alguns casos, 
como uma área radiopaca sobreposta as 
raízes dos incisivos superiores ou ao osso 
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 22 
alveolar, aumentando seu grau de 
radiopacidade. 
 
• Fossas nasais: apresentam-se nas 
radiografias periapicais da região de incisivos 
superiores. Em alguns casos, observa-se, nas 
paredes laterais das fossas nasais, estruturas 
menos radiolúcidas que representam as 
conchas nasais inferiores. 
 
• Fossa sub-nasal ou incisiva: é uma depressão 
óssea existente ao nível dos incisivos laterais 
e caninos superiores, limitada 
posteriormente pela eminência. Pode ser 
visualizada como uma área radiolúcida. 
 
• Canais nutrientes: vistos como linhas 
radiolúcidas, que correspondem aos trajetos 
intra-ósseos das arteríolas ou veias. 
 
• Canal incisivo: duas linhas radiolúcidas de 
forma ovalada, de largura e longitude 
variáveis, exteriormente delimitadas por 
duas linhas radiopacas, que são o registro de 
suas paredes laterais. Localiza-se entre os 
incisivos centrais superiores. 
 
• Forame incisivo: situado à altura do rebordo 
alveolar, entre as raízes dos incisivos centrais 
superiores ou acima de seus ápices. Estes 
podem variar muito no tamanho e no 
formato, aparecendo como áreas 
radiolúcidas ovais, em forma de coração ou 
em forma de diamante. 
 
• Sutura intermaxilar: sutura entre os dois 
processos maxilares. Aparece 
radiograficamente como uma linha 
radiolúcida na linha média, estendendo-se 
desde a crista alveolar entre os incisivos 
centrais superiores até a porção posterior do 
palato duro. 
• Hâmulo pterigoideo: apresenta-se como uma 
imagem radiopaca em forma de gancho, 
situado posteriormente à tuberosidade da 
maxila. 
 
• Tuber da maxila: representa o limite posterior 
do processo alveolar, apresentando-se como 
um osso medular normal com um menor grau 
de radiopacidade, já que é mais esparso e os 
espaços medulares são maiores. 
 
• Fóvea submandibular: é uma área côncava, 
resultante de um adelgaçamento do corpo da 
mandíbula, situada na sua face lingual, abaixo 
dos dentes molares, a qual aloja a glândula 
submandibular. Configura-se como uma área 
radiolúcida, pobremente definida. 
 
• Forame mentoniano: área radiolúcida 
arredondada ou oval, de pequena extensão, 
localizado, na maioria dos casos entre os 
ápices dos dois pré-molares inferiores. 
 
• Tubérculos genianos: são saliências ósseas 
localizadas na porção mediana da mandíbula, 
as quais dão inserção aos músculos milo-
hióide e genioglosso, aparecendo nas 
radiografias periapicais como um anel 
radiopaco abaixo do ápice dos incisivos 
centrais, circundando a foramina lingual. 
 
• Y invertido de Ennis: representa a interseção 
do assoalho da fossa nasal com a parede 
anterior do seio maxilar. Consiste em uma 
estrutura meramente radiográfica em 
decorrência de efeito de projeção. 
 
• Processo coronóide da mandíbula: 
apresenta-se como uma imagem radiopaca 
de contornos nítidos, de forma triangular, 
geralmente superposto à tuberosidade da 
maxila. 
 
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 23 
• Protuberância do mento: é uma área de 
condensação óssea da mandíbula, vista na 
região de incisivos, de tamanho variável, que 
se estende desde a região de pré-molares até 
a sínfese, tendo a forma de uma pirâmide, 
cuja base corresponde à borda inferior da 
mandíbula. 
 
• Linha oblíqua externa: continuação da borda 
anterior do ramo ascendente da mandíbula. 
Apresenta-se como uma faixa radiopaca que 
cruza transversalmente o corpo da 
mandíbula à altura do terço médio das raízes 
dos dentes molares. 
 
• Linha oblíqua interna: apresenta-se como 
uma linha radiopaca que se origina na porção 
média do ramo da mandíbula, cruza-o 
diagonalmente em direção ao corpo ao nível 
dos ápices dos molares. 
 
• Base da mandíbula: linha fortemente 
radiopaca, que é visível em função de um 
maior aprofundamento do filme, excesso de 
angulação vertical ou de uma grande 
reabsorção do rebordo alveolar. 
 
• Forame lingual: pequena área radiolúcida, de 
forma circular, situada na linha média da 
mandíbula, abaixo do ápice dos incisivos 
centrais, aparecendo normalmente no centro 
das espinhas genianas. 
RADIOGRAFIAS REALIZADAS RELACIONADAS AO 
TRATAMENTO ENDODÔNTICO 
 
- Radiografia inicial; 
- Radiografia de odontometria; 
- Radiografia de prova de cones; 
- Radiografia de obturação; 
- Radiografia final; 
- Radiografias de proservação; 
- Demais radiografias necessárias para 
execução da terapia endodôntica em cada caso 
específico. 
 
• Radiografia inicial 
 É o exame que nos fornece os primeiros 
detalhes dos dentes que serão tratados. 
Determinamos através dela a medida do 
comprimento aparente do dente. 
 
• Radiografia de odontometria 
 É realizada com uso de uma lima 
inserida em cada canal radicular, para verificar 
a medida do comprimento aparente do dente, 
fazendo os devidos ajustes quando necessário, 
para determinação do comprimento de 
trabalho e de patência dos canais. 
 
• Radiografia de prova de cones 
 É realizada com uso dos cones de guta-
percha principais que serão utilizados na 
obturação dos canais radiculares, para verificar 
se estão devidamente ajustados no 
comprimento de trabalho (CT). 
 
• Radiografia de obturação 
 É realizada após a inserção dos 
materiais obturadores, para verificar os limites 
apicais da obturação e preenchimento 
adequado dos canais radiculares. 
 
• Radiografia final 
 É realizada após o corte, compactação 
da guta-percha e selamento coronário 
provisório, para documentação e verificação do 
preenchimento adequado da cavidade pupar. 
 
• Radiografias de proservação 
 São realizadas em determinados 
períodos após a conclusão da terapia 
endodôntica para verificação da cicatrização 
dos tecidos peri-radiculares. 
 
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 24 
• Demais situações clínicas 
Na realização de tratamentos diferenciados e 
no uso como recurso semiotécnico para 
diagnóstico. 
 
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS INTRABUCAIS 
E EXTRABUCAIS 
 
• Técnicas Instrabucais 
 
a) Técnica Periapical do Paralelismo 
Faz-seo uso de posicionadores radiográficos. 
 
b) Técnica Periapical da Bissetriz 
O feixe central de raio-x deve ser perpendicular 
à bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo 
do filme e o longo eixo do dente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Posicionamento da cabeça do paciente 
➳Linhas de referência: 
 
1. Maxila: Plano de 
Camper, linha que vai do 
trágus à asa do nariz, e 
Plano Sagital Mediano na 
perpendicular em relação 
ao solo. 
 
2. Mandíbula: Plano de 
Camper, linha que vai do 
trágus à comissura labial na 
horizontal, e o Plano Sagital 
Mediano na perpendicular 
em relação ao solo. 
• Ângulos de incidência do feixe de raios-x 
- Verticais: é dado pelo movimento vertical do 
tubo de raio-x, permitindo que o feixe central 
de raios-x incida perpendicular ao plano 
bissetor, que é o plano do longo eixo do filme e 
o plano de longo eixo do dente. O ângulo 
vertical interfere no comprimento do dente. 
 
- Horizontais: é dado pelo movimento 
horizontal do tubo de raios x. O feixe central 
deve incidir paralelo aos espaços 
interproximais dos dentes, para evitar a 
sobreposição dos mesmos. 
 
Obs: se o ângulo vertical for diminuído, 
ocorrerá alongamento da imagem; se o ângulo 
vertical for aumentado, ocorrerá 
encurtamento da imagem. 
 
• Áreas de incidência do feixe de raios-x 
 O feixe central de raios-x deve ser 
sempre direcionado para o ápice radicular do 
elemento a ser analisado. Utilizam-se também 
para detectar linhas imaginárias de referência 
que orientam para uma posição aproximada da 
posição no qual o feixe central de raios-x deve 
incidir: 
 
➳Linha traçada a partir de: 
 
- Molares: 1cm atrás da comissura palpebral 
externa; 
- Pré-molares: centro da pupila; 
- Caninos: asa do nariz; 
- Incisivos: ápice do nariz. 
 
 Seguindo perpendicular até a 
intersecção com a linha do Plano de Camper 
para dentes da maxila, e linha imaginária 
situada 0,5cm da borda inferior da mandíbula 
para dentes da mandíbula. 
 
• Posicionamento do filme 
- Incisivos e caninos: filme na vertical; 
- Pré-molares e molares: filme na horizontal. 
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 25 
 
Obs: Picote sempre voltado para oclusal ou 
incisal. 
 
• Método de Clark 
 Deslocamento horizontal do tubo de 
raios-x para dissociação de imagens 
sobrepostas em radiografias ortorradial. Se 
deslocarmos para a mesial, a palatina 
acompanha o deslocamento ficando mais 
próxima e a vestibular desloca-se no sentido 
contrário. Se deslocarmos para distal ocorre o 
mesmo. 
 
Figura 6. Método radiográfico de Clark 
para dissociação de canais. 
• Método de Le Master 
 Utilizado quando ocorre sobreposição 
de estrutura anatômica, ajustando o ângulo 
vertical, mudando a posição do filme 
radiográfico, através da colocação de um rolete 
de algodão adjacente ao filme, fixando-o com 
uma fita melhorando as condições do 
paralelismo entre o longo eixo do filme e o 
longo eixo do dente a ser radiografado. 
 
• Técnicas Extrabucais 
 
- Técnica periapical extraoral 
 Utilizada em casos com dificuldade de 
fazer a técnica periapical intraoral, como em 
pacientes com assoalho de boca raso e 
pacientes com muita ânsia de vômito. O filme é 
posicionado externamente à boca do paciente, 
que deve permanecer com a boca aberta. 
 
 
Aula 6 
 
PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO DO 
SISTEMA DE CANAIS RADICULARES 
 
 O preparo químico-mecânico de um 
canal radicular é realizado por meio do 
emprego de instrumentos endodônticos, de 
substâncias ou soluções químicas auxiliares e 
da irrigação-aspiração. Na realização do 
preparo não se pode separar procedimentos 
mecânicos de químicos, visto que o resultado 
final do preparo de um canal radicular decorre 
da interação dos instrumentos endodônticos 
com as substâncias químicas auxiliares e com a 
irrigação-aspiração que se completam. 
 O objetivo do preparo químico-
mecânico é limpar, ampliar, e dar forma 
definida ao canal radicular (modelagem) para 
que ele possa receber o material obturador. 
 
LIMPEZA E DESINFECÇÃO 
 
 A limpeza e desinfecção do sistema de 
canais radiculares visam à eliminação de 
irritantes como microrganismos, seus produtos 
e tecido pulpar vivo ou necrosado, criando um 
ambiente propício para a reparação dos tecidos 
perirradiculares. É importante lembrar que o 
objetivo da desinfecção se aplica somente aos 
casos de necrose e de retratamento, nos quais 
geralmente há infecção do sistema de canais 
radiculares. 
 As substâncias utilizadas durante o 
preparo químico-mecânico devem possuir 
propriedades solventes de matéria orgânica e 
de atividade antimicrobiana, além de 
apresentar baixa tensão superficial e baixa 
viscosidade (grande molhabilidade). 
 
AMPLIAÇÃO E MODELAGEM 
 
 A ampliação e modelagem visam, por 
meio da instrumentação, à confecção de um 
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 26 
canal de formato cônico com o menor 
diâmetro apical e o maior nível coronário. 
 
ETAPAS DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO 
 
1. Cirurgia de acesso; 
2. Odontometria provisória; 
3. Sondagem e exploração; 
4. Preparo-químico mecânico; 
5. Odontometria definitiva; 
6. Finalização do preparo químico-
mecânico; 
7. Obturação endodôntica. 
PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO – PQM 
 
• ODONTOMETRIA 
 Pode se feita de duas formas: através da 
radiografia, onde medimos o dente pela 
radiografia (método de Ingle) ou através da 
medida eletrônica, utilizando um localizador 
apical. 
 
a) Método radiográfico (de Ingle) 
 Deve-se medir com a régua milimetrada 
a radiografia inicial do ápice à incisal/oclusal. A 
medida obtida é chamada de CAD 
(comprimento aparente do dente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: é aparente pois pode haver distorção na 
radiografia, podendo ocorrer alongamento ou 
encurtamento do dente. 
 
1. Odontometria provisória 
- CAD: comprimento aparente do dente; 
- OP: odontometria provisória; 
- CIL: comprimento inicial de limpeza 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: OP – 2mm é a margem de segurança. 
 
• TÉCNICA COROA-ÁPICE OU CROWN-DOWN 
Nesta técnica, a limpeza é feita do terço 
cervical avançando para o ápice. 
 
1. Sondagem 
Tem objetivo de localizar a entrada dos canais, 
e é feita utilizando a sonda Rhein. 
 
2. Exploração do canal radicular 
 Seu objetivo é fazer o reconhecimento 
anatômico, para detectar a forma do canal, seu 
diâmetro e a presença de possíveis 
calcificações. A exploração é realizada com as 
limas da série especial (06,08 e 10) e deve-se 
ajustar o cursor no comprimento da OP e 
introduzir no canal, fazendo movimento de 
cateterismo para reconhecimento do canal. O 
cursor para na incisal/oclusal após atingir a 
medida necessária. 
 
- Fundamentos: 
 
1. Lima compatível (série especial); 
2. Comprimento pré-estabelecido (OP); 
3. Cinemática de uso do instrumento – 
movimento de cateterismo. 
 
Figura 7. Método radiográfico de Ingle. 
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 27 
- Passo a passo da técnica: 
 
1.Deve-se iniciar o PQM realizando a irrigação 
do canal com hipoclorito de sódio e testar a 
lima no canal (que deve estar justa dentro 
dele), ajustando o cursor no CIL (15mm). 
Introduzir a lima que melhor se ajusta no canal, 
neste exemplo, a lima K55, e então deve-se 
introduzir fazendo o movimento de 
alargamento e limagem, até que a lima fique 
frouxa no canal e o cursor atinja a 
incisal/oclusal quando introduzir 15mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.Após essa etapa, deve-se escolher a próxima 
lima que será menor que a lima inicial, neste 
caso, a lima K50. Deve-se avançar de 2 em 2mm 
em direção ao ápice de uma lima para outra, 
ajustando o cursor agora em 17mm. Deve-se 
introduzir a lima fazendo movimento de 
alargamento e limagem. Quando ficar frouxa 
no canal, deve-se tirá-la e coloca-la no 
tamborel. Em seguida, irrigar, aspirar e irrigar 
novamente, e fazer a recapitulação até a OP 
(24mm) com a lima especial. Troca-se a lima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.Com a próxima lima K45, deve-se avançarmais 2mm, ajustando o cursor em 19mm e 
introduzir a lima até que o cursor atinja a 
incisal/oclusal. Deve-se introduzir a lima 
fazendo movimento de alargamento e 
limagem. Quando ficar frouxa no canal, deve-
se tirá-la e coloca-la no tamborel. Em seguida, 
irrigar, aspirar e irrigar novamente, e fazer a 
recapitulação até a OP (24mm) com a lima 
especial. Troca-se a lima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.Com a próxima lima K40, deve-se avançar 
mais 2mm, ajustando o cursor em 21mm e 
introduzir a lima até que o cursor atinja a 
incisal/oclusal. Deve-se introduzir a lima 
fazendo movimento de alargamento e 
limagem. Quando ficar frouxa no canal, deve-
se tirá-la e coloca-la no tamborel. Em seguida, 
irrigar, aspirar e irrigar novamente, e fazer a 
recapitulação até a OP (24mm) com a lima 
especial. Troca-se a lima. 
 
 
 
 
 
 
 
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Hurian Machado – Odontologia UNIG 
 
 28 
Figura 8. Obs: em 24mm, a lima correta é a 
K30, e não a K35 como descrito na imagem. 
5.Com a próxima lima K35, deve-se avançar 
mais 2mm, ajustando o cursor em 23mm e 
introduzir a lima até que o cursor atinja a 
incisal/oclusal. Deve-se introduzir a lima 
fazendo movimento de alargamento e 
limagem. Quando ficar frouxa no canal, deve-
se tirá-la e coloca-la no tamborel. Em seguida, 
irrigar, aspirar e irrigar novamente, e fazer a 
recapitulação até a OP (24mm) com a lima 
especial. Troca-se a lima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Com a próxima lima K30, deve-se avançar 
mais 1mm, ajustando o cursor do tamanho da 
OP (24mm) e introduzir a lima até o cursor 
parar na incisal/oclusal, chegando na OP 
(24mm). Não deve fazer movimento, apenas 
introduzir e radiografar com a lima dentro do 
canal, para ajustar ficando 1mm aquém do 
ápice. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: a recapitulação com a lima especial é feita 
para evitar a obstrução do canal. 
 
 
 
 
 
2. Odontometria definitiva 
 
• Determinação do CT – comprimento de 
trabalho (1mm aquém do ápice 
radiográfico); 
• Determinação do CP – comprimento de 
patência (comprimento total do dente). 
Situações: 
 
• Se ao radiografar estiver 2mm aquém: 
avançar mais 1mm e radiografar novamente. 
Neste caso, o CT será 25mm (24mm + 1mm= 
25mm); 
• Se ao radiografar estiver no ápice: recuar 
1mm e radiografar novamente. Neste caso, o 
CT será 23mm (24mm – 1mm= 23mm). 
 
 Isso pode acontecer devido as 
alterações que podem ocorrer na radiografia 
inicial, causando aumento ou diminuição da 
imagem quando medimos a OP. Por isso, ao 
determinarmos o CT (comprimento de 
trabalho), a OP deve ser esquecida. 
 
- Finalização do PQM: 
 
• Batente apical: ombro apical confeccionado 
no CT; 
• Patência: limpeza do milímetro final do canal 
radicular. 
 Após definir o comprimento de 
trabalho, com a lima que ficou justa (K30), 
deve-se fazer movimento de alargamento e 
limagem até que a lima fique frouxa no canal, 
Rectangle
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 29 
irrigar/aspirar/irrigar e fazer a patência 
(recapitulação) com uma lima da série especial 
no comprimento de patência (CP), fazendo 
movimento de cateterismo. 
 Para confeccionar o batente, deve-se 
utilizar além da lima K30, a lima K35 e K40. Com 
a lima K35, deve-se fazer o movimento de 
alargamento e limagem, irrigar/aspirar/irrigar, 
e fazer a recapitulação na patência. Logo após, 
com a lima K40, deve-se fazer o movimento de 
alargamento e limagem, irrigar/aspirar/irrigar e 
fazer a recapitulação na patência. 
 
Obs: A obturação do canal 
também deve ser feita 1mm 
aquém do ápice e para isso é 
preciso criar uma barreira, que é 
o batente. Sua função é criar um 
ombro impedindo que o 
material obturador extravase via canal. Ele 
deve ser feito no comprimento de trabalho, 
1mm aquém do ápice. É confeccionado sempre 
com a lima que ajustou no CT e mais duas limas 
mais calibrosas. 
 
- IMPORTANTE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 7 
 
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS NO PREPARO 
 DOS CANAIS RADICULARES 
 
 Os meios químicos utilizados no 
preparo biomecânico dos canais radiculares se 
dão pelas soluções irrigadoras. O emprego 
dessas substâncias químicas tem como 
objetivo promover a limpeza, ampliação e 
modelagem do canal radicular. Dentre essas 
soluções auxiliares da instrumentação 
endodôntica, as mais comumente utilizadas em 
endodontia são os compostos halogenados, 
quelantes, ácidos, peróxidos e detergentes, 
além de associações e/ou mistura dessas 
substâncias. 
 
PROPRIEDADES FISICO-QUÍMICAS DAS 
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 
 
1. Solvente de matéria orgânica; 
 
2. Quelante (são substâncias que tem a 
capacidade de remover a smear layer e 
capturar íons cálcio da dentina, tornando-a 
menos mineralizada e “amolecida”, facilitando 
dessa forma a instrumentação do canal); 
 
3. Atividade antibacteriana; 
 
4. Suspensão de fragmentos; 
 
5. Lubrificante; 
 
6. Baixa tensão superficial (leva a um melhor 
molhamento); 
 
7. Umectante (molhamento). 
 
 
 
 
Obs: a explicação da técnica de PQM descrita 
acima foi feita através de um exemplo para 
simplificar o entendimento, logo, essas medidas e 
limas citadas NÃO são uma regra geral para todos 
os casos clínicos. Cada canal possui medidas 
diferentes e consequentemente limas diferentes 
deverão ser utilizadas. 
 
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 30 
1. COMPOSTOS HALOGENADOS 
 
A) HIPOCLORTIO DE SÓDIO (NAOCL) 
- Agente bactericida; 
- Solvente de matéria orgânica; 
- Possui baixa tensão superficial (maior 
umectação); 
- Possui pH alcalino (neutraliza o meio, 
dificultando a sobrevivência de bactérias); 
- Promove a saponificação de lipídeos; 
- Agente desodorizante; 
- Aumenta a permeabilidade dentinária; 
- Agente clareador. 
O hipoclorito de sódio pode ser encontrado em 
diferentes concentrações: 
 
• Hipoclorito de Sódio 0,5% com ácido bórico 
(Solução de Dakin) 
• Hipoclorito de Sódio 0,5% com bicarbonato 
de sódio (Solução de Dausfrene) 
• Hipoclorito de Sódio a 1% com 16% de 
Cloreto de Sódio (Solução de Milton) 
• Hipoclorito de Sódio 2,5% (Solução de 
Labarraque) 
• Hipoclortio de Sódio 4-6% (Soda de 
Clorada) 
Obs: Quanto mais concentrado o liquido é, 
maior é a sua eficácia. Entretanto, maior é sua 
toxicidade para o organismo. 
 
B) CLOREXIDINA 
- Atividade antibacteriana (bacteriostático ou 
bactericida); 
- Substantividade (efeito prolongado após o 
uso); 
- Usada em pacientes alérgicos ao hipoclorito 
de sódio; 
- Usada em dentes com forames amplos; 
- Relativa ausência de toxicidade. 
 
2. QUELANTES 
 
a) EDTA (Ácido Etilenodiamino Tetracético 
Dissódico) 
 
- Solução salina, derivada de um ácido fraco; 
- Promove a quelação de íons cálcio da dentina; 
- Remove a smear layer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Indicações 
- Canais calcificados e atrésicos; 
- Remoção da smear layer. 
 
• Reação de quelação 
 Na presença de uma solução aquosa de 
EDTA no interior do canal radicular, o fosfato 
de cálcio (parte inorgânica da dentina) sofre 
dissociação, fazendo com que o EDTA capture 
o íon cálcio, e com isso, a dentina se torna 
menos mineralizada e um pouco “amolecida”, 
facilitando o processo de instrumentação. 
 
• Remoção da smear layer 
 
Figura 9. Fotomicrografias da dentina mostrando sua superfície 
antes e após a remoção da smear layer. Na segunda imagem 
pode ser observada a superfície dentinária sem a smear layer e 
com os túbulos dentinários expostos. 
- EDTA 17g 
- Água destilada 100ml 
- Hidroxido de sódio 9,8ml 
 
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3. ÁCIDOS 
 
a) ÁCIDO CÍTRICO 
 
- Possui efeito antimicrobiano; 
- Usado somente para remoção da smear layer. 
 
4. PERÓXIDOS 
 
A) PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (água oxigenada 
– não é mais utilizado) 
 
B) PERÓXIDO DE URÉIA (RC-PREP E ENDO-PTC) 
– usado juntamente com o hipoclorito de 
sódio. 
 
- Ação detergente; 
- Lubrificante. 
 
O peróxido de uréia pode ser encontrado 
comercialmente de duas formas: 
 
 
 
 
 
 
 
 O ENDO PTC ou RC-PREP associado ao 
hipoclorito de sódio, causa uma reação do 
peróxido de uréiacom o cloro, causando uma 
efervescência e consequente suspensão de 
fragmentos. 
 
Obs: o peróxido de uréia é usado somente com 
hipoclorito de sódio em baixas concentrações 
(0,5 a 1%). 
5. DETERGENTES 
 
Essas substâncias fazem o processo de 
adsorção da molécula de lipídeo. 
 
- Possui baixa tensão superficial; 
- Alto poder de umectação; 
- Promove a remoção de gordura; 
- Não possui poder bactericida. 
 
Obs: São substâncias usadas somente ao final 
do procedimento para remover a oleosidade 
deixado por substâncias como o peróxido de 
uréia. Quando se usa somente o hipoclorito de 
sódio não há necessidade de utilizar o 
detergente, somente em caso de utilizar o 
peróxido de uréia. 
 
6. ÁGUA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO 
 
- Solução de Ca(OH)2 pró-análise + água 
destilada; 
- Atividade antimicrobiana; 
- Poder hemostático; 
- Usada em casos de dentes com vitalidade. 
 
MATERIAL UTILIZADO PARA IRRIGAÇÃO 
 
- 1 cânula; 
- 1 seringa descartável para o hipoclorito de 
sódio; 
- 1 seringa descartável para o EDTA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Endo PTC 
- Peróxido de uréia 
- Tween 80 
- Carbovax 
 
• RC-PREP 
- Peróxido de uréia 
- EDTA 
- Carbovax 
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Figura 12. Cones de Guta-
Percha principais. 
Figura 11. Cones de Guta-
Percha acessórios. 
Figura 10. Instrumentais necessários 
para obturação endodôntica. 
Aula 8 
 
Obturação endodôntica 
 
 O propósito da obturação é selar toda a 
extensão da cavidade endodôntica, desde a sua 
abertura coronária até o seu término apical, ou 
seja, o material obturador deve preencher todo 
o espaço ocupado anteriormente pela polpa, 
proporcionando um selamento tridimensional. 
 
Quando fazer? 
 
- Preparo químico-mecânico completo; 
- Ausência de exsudação; 
- Ausência de sinais e sintomas; 
- Restauração provisória intacta. 
 
Características ideias para os 
materiais obturadores 
 
- Biocompatibilidade; 
- Ação antimicrobiana; 
- Fácil manipulação e aplicação no canal; 
- Radiopacidade; 
- Bom escoamento; 
- Fácil remoção parcial ou total; 
- Estabilidade dimensional; 
- Impermeabilidade; 
- Aderência; 
- Tempo de trabalho adequado. 
 
Técnicas de obturação 
 
- Técnica de Condensação Lateral; 
- Técnica de Condensação Vertical; 
- Técnica da Guta-percha Termoplastificada; 
- Técnica Híbrida; 
- Técnica da Compressão Hidráulica. 
 
 
 
 
Técnica de Condensação lateral 
 
• MATERIAL NECESSÁRIO: 
- Cone principal; 
- Espaçadores; 
- Cones acessórios; 
- Cimento endodôntico; 
- Placa de vidro (estéril); 
- Espátula nº 24 (flexível); 
- Calcadores endodônticos; 
- Lamparina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• CONES DE GUTA-PERCHA 
➳ Composição: 
 
- Guta-Percha (19 a 20%); 
- Óxido de Zinco (60 a 75%); 
- Radiopacificadores (sulfato de bário – 1,5 a 
17%); 
- Resinas, ceras e corantes (1 a 4%). 
 
 
 
 
 
 
 
➳ Propriedades: 
 
- São biocompatíveis; 
- São radiopacos; 
- Possuem estabilidade dimensional; 
- Não alteram a cor do dente; 
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Figura 13. Inspeção visual. 
- Podem ser facilmente removidos do canal 
radicular; 
- Têm pouca adesividade. 
 
• CIMENTOS ENDODÔNTICOS 
a) Cimentos à base de Óxido de Zinco e Eugenol 
 
- Cimento de Grossman; 
- Procosol; 
- Fill Canal; 
- Endofill; 
- Endométhasone; 
- Cimento de Rickert. 
 
b) Cimentos contendo Hidróxido de Cálcio 
 
- Sealapex; 
- Selaer 26. 
 
c) Cimentos Resinosos 
 
- AH 26; 
- Sealer 26; 
- AH Plus; 
- Sealer Plus. 
 
• TÉCNICA DE CONDENSAÇÃO LATERAL 
1) Anestesia 
 
2) Isolamento absoluto 
 
3) Remoção do selamento provisório 
 
4) Irrigação com hipoclorito de sódio 
 
5) Desinfecção dos cones de Guta-Percha 
 
A desinfecção é feita numa cuba contendo 
hipoclorito de sódio por 1min. 
 
6) Seleção do cone principal 
 
A seleção é feita de acordo com a última lima 
utilizada para confecção do batente. 
 
 
➳ Inspeção visual 
 
Com uma régua milimetrada, deve-se medir o 
CT no cone e marcar. Em seguida, deve-se 
introduzir o cone no canal para verificar se está 
atingindo a medida necessária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
➳ Inspeção tátil 
 
Com uma pinça, deve-se fazer uma pressão 
para sentir se o cone está travado (justo) no 
canal. 
 
Figura 14. Inspeção tátil. 
➳ Inspeção radiográfica 
 
Fazer uma radiografia com o cone de Guta-
Percha dentro do canal, que é a radiografia de 
prova de cones. 
 
 
Figura 15. Inspeção radiográfica. 
Obs: feita a seleção do cone, deve-se tirá-lo de 
dentro do canal e coloca-lo numa gaze, até que 
seja feita a preparação do dente. 
 
 
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Figura 16. Túbulos dentinários 
desobliterados após aplicação de EDTA. 
Figura 17. irrigação com 
hipoclorito de sódio. 
Figura 18. Secagem do canal radicular. 
Figura 20. Introdução do cone 
principal no canal radicular. 
Figura 19. Manipulação do cimento endodôntico. 
7) Remoção da Smear Layer 
 
Deve-se injetar EDTA dentro do canal com uma 
seringa até encher completamente e aguardar 
3min. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8) Irrigação com hipoclorito de sódio 
 
É feita irrigação com hipoclorito de sódio para 
neutralizar a ação do EDTA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9) Secagem do canal radicular 
 
A secagem é feita com cânulas finas de 
aspiração e cones de papel absorvente, até que 
os cones saiam secos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10) Preparo do cimento endodôntico 
 
 
 
 
 
11) Obturação do canal radicular 
 
• Cone principal: deve-se passar o cone no 
cimento e introduzir no canal até a marcação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Cones acessórios: deve-se introduzi-los com 
auxílio dos espaçadores, sempre 
introduzindo o espaçador entre a Guta-
Percha e a parede de dentina. Deve-se tirar o 
espaçador com uma mão e com a outra já 
introduzir o cone. Quando o espaçador e os 
cones não entrarem mais, deve-se fazer a 
radiografia. 
 
Figura 21. Introdução do cone acessório 
com auxílio do espaçador. 
• Raio-x de controle de qualidade: feita para 
verificar se o canal está totalmente 
preenchido. 
 
Figura 22. Radiografia de qualidade. 
 
 
 
 
 
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Figura 23. Calcador 
endodôntico sendo aquecido. 
Figura2. 24 Corte da Guta-
Percha. 
Figura 23. Compressão vertical da Guta-Percha. 
Figura 25. Selamento provisório. 
• Corte da Guta-Percha na cervical: deve-se 
aquecer o calcador endodôntico na 
lamparina e cortar a Guta-Percha na cervical 
do dente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Compressão vertical da Guta-Percha: feita 
para deixar a coroa livre. 
 
 
 
 
 
 
 
• Limpeza da câmara pulpar: deve-se limpar o 
excesso de cimento da câmara pulpar com 
bolinhas de algodão embebidas em álcool. 
 
Figura 24. Limpeza da câmara pulpar. 
• Selamento provisório: feito para evitar 
infiltração coronária, até que o paciente faça 
a restauração definitiva. Deve-se aplicar 1 a 
2mm de cimento provisório, e logo após 
preencher toda a cavidade com CIV selando 
toda a câmara pulpar, com no mínimo 3mm 
de espessura. 
 
 
 
 
 
• Raio-x final. 
 
Figura 26. Raio-x final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 36 
Aula 9 
 
Acidentes com Hipoclorito de Sódio 
 
 A irrigação dos canais radiculares é um 
importante passo no debridamento e 
desinfecção dos canais e é parte integrante dos 
procedimentos do tratamento endodôntico. O 
irrigante atualmente mais utilizado é o 
hipoclorito de sódio (NaCOL), devido a sua 
forte atividade antimicrobiana e a sua 
capacidade de dissolver o tecido orgânico vital 
e necrótico. O hipoclorito de sódio pertence ao 
grupo dos compostos halogenados. É um 
agente citotóxico que, quando em contato com 
os tecidos vivos, causa hemólise e ulceração, 
inibe a migração dos neutrófilos e provoca 
lesões a nível das células endoteliais e 
fibroblastos. 
 A principal desvantagem do uso do 
hipoclorito de sódio no tratamento dentário 
está relacionada a sua toxicidade

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