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dentalovesdentaloves ENDODONTIAENDODONTIA APOSTILA FEITA POR @DENTALOVES Apostila de APOSTILA ENDODONTIA Um Recadinho Pra Você! © Obrigada por ter adquirido essa apostila! Saiba que ela foi confeccionada com muito carinho pra auxiliar seus estudos e aprendizado. © Durante os seus estudos, caso apareça alguma dúvida ou você encontre algum possível erro, pode entrar em contato comigo através do e-mail, direct ou WhatsApp. © Todo o conteúdo dessa apostila foi baseado em bibliografia específica, aulas e pesquisas na internet. © É proibida a venda ou distribuição gratuita deste material por outra pessoa que não seja eu, a autora. © No mais, espero que você goste e que te ajude bastante! © Não se esquece de registrar seus estudos com essa apostila e marcar no Instagram @dentaloves, eu vou amar acompanhar! Sumário Anatomia Interna.....................................................................................................................02 Cirurgia de Acesso...................................................................................................................35 Instrumentos Endodônticos....................................................................................................51 Odontometria...........................................................................................................................65 Fundamentos do Preparo Químico-Mecânico.....................................................................85 Sistema Protaper......................................................................................................................93 Medicação Intracanal..............................................................................................................97 Obturação...............................................................................................................................104 Tratamento Endodôntico do Dente 21................................................................................117 Diagnóstico em Endodontia.................................................................................................123 Alterações Pulpares e Perirradiculares................................................................................137 Reabsorção Dentária.............................................................................................................156 Terapêutica em Endodontia.................................................................................................171 Magnificação e Endodontia Mecanizada...........................................................................185 APOSTILA ENDODONTIA Objetivos da Endodontia: Manutenção do elemento na cavidade oral ü Solução de infecções ü Lesões endo-periodontais ü Cárie ü Traumatismos ü Fraturas ü Tratamentos protéticos reabilitadores ü Retratamento endodôntico Os objetivos principais da terapia do canal radicular são a perfeita limpeza, a modelagem de todos os espaços pulpares e a obturação completa desses espaços com material de preenchimento inerte. A presença de um único canal não tratado pode ser a razão da falha. Diagnóstico Cirurgia de acesso Odontometria PQM (preparo químico-mecânico) Obturação Restauração Cirurgia de Acesso Cirurgia de acesso é uma cirurgia para ter acesso à câmara pulpar do dente. Anatomia Interna Do Sistema De Canais Radiculares O profissional deve formar mentalmente a imagem tridimensional de cada dente. Dentes multirradiculares apresentam teto e assoalho da câmara pulpar. O teto e o assoalho possuem colorações diferentes. O assoalho é mais escuro, possui uma cor acastanhadas. Anatomia Da Cavidade Pulpar A cavidade pulpar é o espaço que abriga a polpa dentária. Didaticamente, ela é dividida em câmara pulpar e canais radiculares. Câmara Pulpar: porção coronária da cavidade pulpar É uma cavidade única Geralmente volumosa que aloja a polpa coronária Ocupa internamente o centro da coroa Sua forma se assemelha à superfície externa do dente Nos dentes anteriores, ela é contínua ao canal radicular ANATOMIA Interna APOSTILA ENDODONTIA Nos dentes posteriores, geralmente apresenta o formato de um prisma com seis lados: teto, assoalho e 4 paredes axiais (mesial, distal, vestibular e lingual) O teto tem forma côncava e está localizado abaixo da superfície oclusal, nos dentes posteriores, ou da margem incisal nos dentes anteriores. O teto geralmente apresenta reentrâncias que correspondem às cúspides, mamelões, tubérculos ou outras saliências na coroa: divertículos pulpares O assoalho é a face oposta ao teto No assoalho estão localizadas as entradas dos canais, orifícios e aberturas que conectam a câmara pulpar aos canais radiculares. Com o passar da idade, há uma redução progressiva do volume da câmara pulpar A cor do assoalho pulpar é sempre mais escura que a das paredes e do teto. O assoalho da câmara pulpar é a face oposta ao teto da câmara, onde estão localizadas as entradas dos canais – os orifícios radiculares – aberturas que conectam a câmara pulpar ao SCR CANAL PRINCIPAL: Ocupa a região central do eixo da cavidade pulpar, partindo do assoalho da câmara até o forame apical CANAL COLATERAL: Situa-se mais ou menos paralelamente ao canal principal, podendo ou não alcançar isoladamente o forame apical. Quase sempre apresenta um calibre menor que o canal principal CANAL LATERAL: Parte perpendicularmente da região cervical ou média do canal principal, em direção ao ligamento periodontal CANAL SECUNDÁRIO: Parte obliquamente da região apical do canal principal, em direção ao ligamento periodontal CANAL ACESSÓRIO Deriva de um canal secundário e segue em direção ao ligamento periodontal INTERCONDUTO/INTERCANAL: Pequeno canal que põe em comunicação os canais principais, colaterais ou secundários entre si. Não apresenta comunicação com o ligamento periodontal CANAIS RETICULARES: Resultam do entrelaçamento de três ou mais canais que seguem paralelamente e, conectados por intercondutos, apresentam um aspecto reticulado CANAL RECORRENTE: Parte e retorna ao canal principal, sem alcançar a região apical, percorrendo um trajeto mais ou menos longo na dentina DELTA APICAL: Múltiplas derivações que se encontram próximas ao ápice radicular e que saem do canal principal para terminar na região apical. Dão origem a forames múltiplos ou foraminas, em substituição ao forame único principal. O número de foraminas é variável. ISTMO: Área estreita, em forma de fita, que conecta dois ou mais canais radiculares. APOSTILA ENDODONTIA Os istmos podem apresentar diferentes configurações, e sua prevalência depende do grupo dentário, do nível da raiz e da idade do paciente Anatomia Radicular X Anatomia Do SCR De modo geral, o canal principal acompanha a direção e as assimetrias das raízes, incluindo sua inclinação, curvatura e angulação. Inclinação é um deslocamento do eixo longitudinal da raiz com relação ao da coroa, o que acontece quase sempre no sentido distal. Curvatura é um desvio gradual e paulatino do eixo da raiz que se torna curvo. Angulação consiste em um desvio brusco de uma parte do eixo da raiz com relação ao outro. Variações Morfológicas Radiculares A: inclinação B: curvatura C: angulação APOSTILA ENDODONTIA A inclinação pode ocorrer em um sentido, ao mesmo tempo que curvaturas ou angulações coexistem em outro. Configurações mais comuns da secção transversal da raiz. Formas circular (A), oval (B), de halteres (C) e de rim (D) Canais Radiculares: porção radicular da cavidade pulpar. Ele se afunila progressivamente em direção ao ápice, seguindo o contorno externo da raiz Canal principal: o Forma cônica o É oval na sua secção transversal o Dividido em 3 porções/terços: cervical, médio e apical Geralmentesão achatados ou ovais no sentido mesio-distal ou vestíbulo-lingual, acompanhando a direção das raízes. Reproduz a morfologia externa do dente. Os canais radiculares podem variar em: Número Forma Divisões Fusões Oclusal: teto da câmara pulpar Dente jovem: câmara pulpar mais ampla Dente idoso: deposição contínua de dentina APOSTILA ENDODONTIA Sistema De Canais Radiculares O espaço total na dentina onde se encontra a polpa é chamado de sistema de canais radiculares. O sistema de canais radiculares é dividido em duas porções: a câmara pulpar (localizada na coroa anatômica do dente) e a polpa ou canal radicular (encontrada na raiz anatômica). O canal radicular inicia-se com o formato de um funil, geralmente na linha cervical, e termina no forame apical, onde se abre na superfície radicular no intervalo de 3 mm do centro do ápice radicular. Canais Acessórios: a. São canais diminutos que se estendem nas direções horizontal, vertical ou lateral da polpa para o periodonto. b. Em 74% dos casos, eles são encontrados no terço apical da raiz; em 11% dos casos, no terço médio e, em 15%, no terço cervical. c. Contêm tecido conjuntivo e vasos, mas não suprem a polpa com circulação suficiente para formar uma fonte colateral de fluxo sanguíneo. d. Também podem ocorrer na bifurcação ou na trifurcação de dentes multirradiculares: canal cavo-inter-radicular APOSTILA ENDODONTIA TIPO I: Um único canal se estende da câmara pulpar ao ápice (1). TIPO II: Dois canais separados deixam a câmara pulpar e se juntam no ápice para formar um único canal (2-1). TIPO III: Um único canal deixa a câmara pulpar e se divide em dois na raiz; os dois então se fundem para sair como um único canal (1-2-1). TIPO IV: Dois canais distintos se estendem da câmara pulpar ao ápice (2). TIPO V: Um canal deixa a câmara pulpar e se divide, próximo ao ápice, em dois canais distintos com forames apicais separados (1-2). TIPO VI: Dois canais separados deixam a câmara pulpar, fundem-se no corpo da raiz e finalmente se dividem novamente em dois canais distintos próximo ao ápice (2-1-2). TIPO VII: Um canal deixa a câmara pulpar e divide-se em dois, que então se fundem no corpo da raiz, onde o canal, finalmente, se divide novamente em dois distintos próximo ao ápice (1-2-1-2). TIPO VIII: Três distintos canais separados que se estendem da câmara pulpar ao ápice (3). APOSTILA ENDODONTIA A relação entre os dois orifícios é muito significativa: Quanto mais próximos estiverem, maior é a chance de dois canais estarem unidos em algum ponto da raiz. Com o aumento da distância entre os orifícios de uma raiz, maior será a chance de que os canais permaneçam separados. Quanto maior for a separação dos orifícios, menor será o grau de curvatura do canal. A direção que a lima endodôntica toma quando introduzida no orifício também é muito importante. Se a primeira lima introduzida no canal distal do molar inferior aponta para a direção vestibular ou lingual, o clínico deve suspeitar de um segundo canal. Se dois canais estiverem presentes, eles serão menores que um único canal. APOSTILA ENDODONTIA Anatomia Do Ápice Radicular O conceito clássico de anatomia do ápice radicular é baseado em três divisões anatômicas e histológicas na região apical da raiz: constrição apical (CA), junção dentino-cementária (JDC) e forame apical (FA). A CA é geralmente considerada a parte do canal radicular com o menor diâmetro; é também o ponto de referência que a maioria dos clínicos usa com maior frequência como término apical para instrumentação, debridamento e obturação. O limite CDC é o ponto do canal onde o cemento encontra a dentina. Trata-se do ponto onde o tecido pulpar termina e o tecido periodontal começa. A localização da JDC no canal radicular varia consideravelmente. Em geral, não está na mesma posição que a CA, e a posição estimada é de aproximadamente 1 mm do FA. Da CA, ou o menor diâmetro apical, o canal se alarga à medida que se aproxima do FA, ou o maior diâmetro apical. O FA é uma “circunferência ou uma extremidade circundada, como um funil ou uma cratera, que diferencia a terminação do canal cementário da superfície exterior da raiz”. O diâmetro do forame em indivíduos entre 18 e 25 anos é de 502 μm e em indivíduos acima de 55 anos, é de 681 μm, o que denota o aumento do FA com a idade. O FA não sai normalmente no ápice anatômico, mas aquém deste 0,5 a 3 mm. Essa variação é mais marcante em dentes mais antigos, onde houve aposição de cemento. O forame apical nem sempre coincide com o ápice anatômico, por isso, a importância de se respeitar o limite de 1mm. O canal dentinário é maior e ocupado por tecido pulpar, começa mais amplo e fica mais estreito. O canal cementário é ocupado por tecido periapical, começa estreito e fica amplo. Possui 0,8 a 1mm de extensão e termina no forame apical. APOSTILA ENDODONTIA O forame apical a maioria das vezes ele está desviado para a distal. Quanto maior o achatamento mesiodistal, maior a possibilidade de existirem dois canais independentes, vestibular e lingual. Se a raiz se torna mais cônica apicalmente, maior a possibilidade de esses canais confluírem para somente um forame apical. Além disso, a presença de sulcos radiculares profundos também tem sido correlacionada com o aumento na probabilidade de existência de múltiplos canais em uma raiz. Canal bifurcado Canal fusionado: dois canais que se unem em um só. Delta apical: nos últimos 3mm do ápice há um emaranhado de canais (é o que se chama de área/zona crítica). Apresenta curvatura, estreitamento e emaranhado. Limite CDC: Canal – dentina – cemento Canal dentinário: envolto por dentina Canal cementário: envolto apenas por cemento APOSTILA ENDODONTIA Polpa Tecido conjuntivo frouxo Vasos Nervos Células de defesa/indiferenciadas Incisivo Central Superior Geralmente, apresenta raiz única com canal reto e amplo. Cíngulo proeminente, câmara se apresenta mais ampla e pode encontrar cornos pulpares evidentes; Normalmente inclinação para distal e palatina; A câmara pulpar é estreita no sentido vestibulopalatino e, como os eixos da coroa e da raiz não coincidem, há necessidade de cuidado especial durante o procedimento de acesso ao canal, a fim de não perfurar ou desgastar excessivamente a porção coronária do dente. Após o acesso, a projeção dentinária na face palatina do terço cervical do canal, conhecida como ombro palatino, precisa ser removida para possibilitar acesso direto ao canal radicular. Na maior parte dos dentes (94,9%), a saída do forame apical localiza-se de 0,5 a 1 mm de distância do ápice anatômico. Na região apical, a raiz pode ainda apresentar curvatura abrupta no sentido vestibular, o que muitas vezes não é identificado no exame radiográfico Unirradicular, forma triangular com ápice rombo Raiz desviada para distal (dentro do alvéolo) Irrompe por volta dos 7 a 8 anos Fechamento Apical: 10 anos APOSTILA ENDODONTIA Direção da Raiz: Reta 75% Curvatura vestibular: 9,3% Curvatura distal: 7,8% Terço Apical: forma circular Terço Médio: forma ovalada Terço Cervical: forma cônica triangular Médias de Comprimentos: MÁXIMO 28,5mm MÉDIO 21,8mm MÍNIMO 18mm Possíveis Complicações: ü Ombro palatino (excesso de tecido na região palatina) - tem que desgastar o ombro para a lima entrar o mais reta possível no canal radicular ü Inclinação ou projeção para vestibular (15°) Incisivo Lateral Superior Suas dimensões são menores que as do incisivo central Raiz única com canal amplo, forma cônica triangular com base voltada para APOSTILA ENDODONTIA vestibular e com ligeiro achatamento proximal. Por estar localizado em área de riscoembriológico, pode apresentar diferentes anomalias anatômicas, como raízes múltiplas, fusão, geminação, sulcos radiculares, dens invaginatus, coroa cônica, cúspide talão (dens evaginatus) e canais em forma de “C” ou “S”. Sua raiz é ligeiramente cônica e a secção transversal do canal varia de uma forma ovalada na porção cervical a arredondada no terço apical. A porção apical da raiz pode apresentar curvatura abrupta no sentido distopalatino, o que talvez facilite a formação de degrau, transporte ou perfuração durante o preparo do canal. Ombro palatino precisa ser removido durante o preparo cervical, a fim de facilitar o acesso ao canal radicular Na maioria das vezes, ele tem curvatura no terço apical (IMPORTANTE) Desvio de 5° Irrompe: 8 -9 anos Término da rizogênese: 10 a 11 anos Direção da Raiz: Reta 29% Curvatura Distal: 49,2% Curvatura Palatina: 3,9% Curvatura Vestibular: 3,9% Curvatura Mesial: 3,1% Comprimentos Médios: 29mm (máximo) 23mm (médio) 18,5mm (mínimo) Complicações: Dens in dente (é o dente em que mais ocorre) Pronunciada curvatura (5mm apical) – técnica escalonada TERÇO APICAL Forma circular TERÇO MÉDIO Forma ovalada TERÇO CERVICAL Forma cônica triangular APOSTILA ENDODONTIA Canino Superior É o maior dente permanente e costuma apresentar raiz única com um canal Raiz única, forma cônica triangular de base para vestibular e achatamento mésiodistal O canal radicular costuma ser reto, amplo e relativamente longo, o que exige, na maioria das vezes, o uso de instrumentos de comprimento igual ou maior a 25 mm para seu preparo. Em geral, a secção transversal do canal radicular é ovalada em toda sua extensão, apresentando maior diâmetro vestibulolingual na porção média da raiz. Sua porção apical costuma ser cônica e fina, podendo se curvar abruptamente, sobretudo nos sentidos vestibular ou palatino, o que facilita a ocorrência de perfuração durante o preparo do canal. Dessa maneira, como nos incisivos, a remoção do ombro palatino é essencial para possibilitar acesso direto ao canal radicular e, em razão da proximidade do ápice radicular e da cavidade nasal, é preciso atenção durante a realização de procedimentos cirúrgicos nesta região Direção da Raiz: Reta: 38,5% Curvatura Distal: 19,5% Curvatura Vestibular: 12,8% Curvatura Mesial: 12% Curvatura Palatina: 6,5% APOSTILA ENDODONTIA Complicações: ü Ombro palatino ü Curvatura apical em direção distal ou vestibular (sobreposição de imagens) ü Ápice afilado 1° Pré-Molar Superior Normalmente, apresenta duas raízes (vestibular e palatina) e dois canais com forames independentes. Sendo que o canal palatino tem dimensões ligeiramente maiores que o vestibular. Na porção radicular, a prevalência de sulcos e concavidades é alta. Elas estão localizadas, principalmente, na face mesial da raiz, acima da câmara pulpar ou no aspecto palatino da raiz vestibular. Nesse caso, o preparo do terço cervical do canal ou a inserção de retentores intrarradiculares podem causar desgaste excessivo dessa região, fragilizando a estrutura radicular e favorecendo a ocorrência de perfuração ou fratura. A porção apical da raiz pode apresentar- se muito fina e curva, o que aumenta o risco de perfuração ou rasgamento da raiz em caso de alargamento excessivo. São variações na configuração do sistema de canais radiculares deste dente as raízes fusionadas com canais separados ou interconectados com istmos. Em tais dentes, o orifício de entrada dos canais vestibulares encontra-se normalmente no terço médio, e suas dimensões são menores, o que dificulta sua localização, seu preparo e sua obturação. Assim, é necessária maior ampliação da abertura no sentido mesiodistal para o acesso adequado aos canais vestibulares. A raiz mais ampla é a palatina. TERÇO APICAL Forma circular TERÇO MÉDIO Forma ovalada TERÇO CERVICAL Forma cônica triangular APOSTILA ENDODONTIA TERÇO APICAL Condutos em forma circular totalmente separados TERÇO MÉDIO Condutos em forma circular separados por uma ponte de dentina TERÇO CERVICAL Dois condutos de forma elíptica, unidos por um pequeno istmo Técnica de Plac pra pode ver essas raízes na radiografia Direção da Raiz Vestibular: Reta: 27,8% Curvatura Palatina: 36,2% Curvatura vestibular: 14% Curvatura Distal: 14% Baineta: 5,5% Pseudo-baioneta: 2,5% Direção da Raiz Palatina: Reta: 44,4% Curvatura vestibular: 27,8% Curvatura palatina: 8,5% Curvatura Distal: 14% Baineta: 5,5% 17 APOSTILA ENDODONTIA 2° Pré-Molar Superior Geralmente, apresenta uma raiz com um canal de secção transversal ovalada e maior diâmetro vestibulopalatino Em menor frequência, pode apresentar dois ou três canais separados, originados de apenas um orifício, ou dois canais conectados por istmos. Quando há dois canais que se confluem na porção apical, o canal palatino é o que normalmente apresenta acesso direto ao ápice, devendo ser o conduto de escolha para o início dos procedimentos, tanto de preparo quanto de obturação. Podem existir canais acessórios, mas sua prevalência é menor que nos incisivos. A curvatura na porção apical da raiz é comum e, por estar próxima ao assoalho do seio maxilar, exige cuidados com relação ao tratamento cirúrgico e não cirúrgico dos canais radiculares Se a raiz for muito achatada, ela pode apresentar mais de um conduto 90% possuem uma raiz – com 1 (54%) ou 2 (46%) canais, devido o achatamento proximal Possui raiz única com 2 condutos. 90% - Possuem 1 raiz com 1 (54%) ou 2 (46%) canais, devido o achatamento proximal. 18 APOSTILA ENDODONTIA Direção da Raiz: Reta: 37,4% Curvatura Vestibular: 15,7% Curvatura Distal: 29,5% Baioneta: 7% Pseudo-baioneta: 6% Angulação Distal: 4,4% Tamanho Médio: Irrompimento entre os 10 e 12 anos Término da Rizogênese: 12 e 14 anos TERÇO APICAL Forma elíptica ou circular TERÇO MÉDIO Forma elíptica, alongada TERÇO CERVICAL Conduto de forma elíptica alongada MÁXIMO 26mm MÉDIO 21,6mm MÍNIMO 17mm 19 APOSTILA ENDODONTIA 1° Molar Superior É o mais volumoso dos molares superiores Geralmente apresenta três raízes divergentes (mesiovestibular, distovestibular e palatina) com um total de três ou quatro canais A raiz palatina apresenta maior volume e acesso mais fácil, no entanto, sua porção apical frequentemente se curva no sentido vestibular (54,6% dos casos), o que pode não ser evidente ao exame radiográfico. A raiz distovestibular é cônica, geralmente reta e com apenas um canal, mas pode apresentar dois canais que se unem na porção apical. Ao exame radiográfico, a identificação de raízes mais próximas entre si indica que o orifício do canal distovestibular estará deslocado em direção ao orifício palatino. A raiz mesiovestibular apresenta dois canais (mesiovestibular e mesiopalatino) que se interconectam por istmos em mais de 90% dos casos A posição do orifício do canal mesiopalatino é variada, mas a linha de desenvolvimento presente no assoalho da câmara pulpar (de coloração mais escura), a qual conecta os orifícios da raiz mesiovestibular e palatina, serve como referência para sua localização. Além disso, a presença de um sulco no assoalho pulpar, originado do orifício do canal mesiovestibular, é forte indicativo da existência do segundo canal nesta raiz. O trajeto do canal mesiopalatino mostra- se tortuoso, principalmente em sua porção mais cervical, o que dificulta seu acesso e seu preparo. Além disso, pode apresentar curvatura severa no sentido vestibulopalatino, a qual não é evidente na radiografia. A concavidade no aspecto distal da raiz mesiovestibular favorece ainda a perfuração, caso haja preparo excessivo de sua porção cervical.Em razão da proximidade dos ápices radiculares com o seio maxilar, algumas vezes infecções sinusais podem surgir em decorrência de alterações patológicas nestes dentes Os canais estão localizados na mesial (logo o desgaste será direcionado para essa região, depois da ponte de esmalte) Não tem desvio da raiz, mas é inclinado para lingual 20 APOSTILA ENDODONTIA A raiz mésio-vestibular pode se apresentar com 1 (40%) ou 2 (60%) canais, devido o achatamento proximal. A raiz MV é achatada, apresenta curvatura e geralmente pode apresentar 2 condutos. MÁXIMO 25,5mm MÉDIO 21,3mm MÍNIMO 18mm 21 APOSTILA ENDODONTIA Irrompimento, entre 6 e 7 anos e término entre9 e 10 anos Direção da Raiz Mésio-Vestibular: Reta: 21% Curvatura Distal: 78% Direção da Raiz Disto-Vestibular: Reta: 54% Curvatura Distal: 17% Curvatura Mesial: 19% Pseudo-baioneta: 9% Direção da Raiz Palatina: Reta:40& Curvatura Radicular Apical vestibular: 55% TERÇO APICAL Forma elíptica ou circular para todos os canais TERÇO MÉDIO Forma elíptica alongada de vestibular para palatino e ovalar ou circular para o DV e Palatino TERÇO CERVICAL MV: forma de vírgula para 1 canal e “oitoide” para 2 canais DV: ovalar ou circular P: ovalar ou circular 22 APOSTILA ENDODONTIA 2° Molar Superior Morfologia externa similar ao primeiro molar. Geralmente apresenta três raízes (mesiovestibular, distovestibular e palatina) com três ou quatro canais. Contudo, as raízes são mais curtas, menos divergentes e curvas, com maior tendência ao fusionamento parcial ou total, principalmente entre as raízes mesiovestibular e palatina. Normalmente, há um canal em cada raiz, porém podem existir dois ou três canais, na raiz mesiovestibular, ou dois canais nas raízes distovestibular e palatina. No caso de fusão radicular, a prevalência de canais em forma de C nos terços médio e apical é grande (22%). O formato da câmara pulpar torna-se distorcido e alongado na direção vestibulolingual, podendo os orifícios dos canais se dispor quase que em linha reta, com maior proximidade entre os orifícios dos canais mesiovestibular e distovestibular. Segundos molares com raízes fusionadas podem apresentar também apenas dois canais amplos (vestibular e palatino) e de dimensões similares. 23 APOSTILA ENDODONTIA Irrompimento entre 12 e 13 anos Término da Rizogênese: entre 14 e 16 anos Observar o achatamento proximal na raiz mésio-vestibular, podendo originar 2 canais: mésio- vestibular e mésio-palatino Os 2° molares superiores possuem 3 raízes e a raiz MV pode se apresentar com 1 (60%) ou 2 (40%) canais, devido o achatamento proximal MÁXIMO 27mm MÉDIO 21,7mm MÍNIMO 17,5mm 24 APOSTILA ENDODONTIA Direção da Raiz Mésio-Vestibular: Reta: 22% Curvatura Distal: 54% Direção da Raiz Disto-Vestibular: Reta: 54% Curvatura Mesial: 17% Direção da Raiz Palatina: Reta: 63% Curvatura Radicular Apical Vestibular: 37% 3 Raízes Separadas (53%) Incisivo Central Inferior TERÇO APICAL Forma elíptica ou circular para todos os canais TERÇO MÉDIO Forma elíptica, alongada de vestibular para palatino e ovalar ou circular para o DV e Palatino TERÇO CERVICAL MV: forma de vírgula para 1 canal e “oitoide” para 2 canais DV: ovalar ou circular P: ovalar ou circular 25 APOSTILA ENDODONTIA Os incisivos inferiores são os dentes permanentes que apresentam as menores dimensões e normalmente têm uma raiz com um canal achatado ou oval, estendendo- se da câmara pulpar até o ápice. Raiz única Forma elipsóide com achatamento proximal, podendo determinar a presença de 2 canais: vestibular e lingual é alta a incidência de dois canais (vestibular e lingual) originando-se na câmara pulpar e unindo-se no terço apical, sobretudo no incisivo lateral No caso da presença de dois canais, é necessária a remoção do ombro dentinário da região cervical para facilitar o acesso ao canal lingual durante o preparo. a modificação da posição do acesso coronário na direção incisal favorece a localização e o preparo do canal lingual. A curvatura na porção apical da raiz costuma ser no sentido distolingual, o que pode dificultar procedimentos cirúrgicos perirradiculares, em razão de o ápice estar localizado mais próximo à lâmina óssea lingual Atentar para o ombro lingual Irrompimento entre os 6 – 7 anos Término da Rizogênese entre 9 – 10 anos Terço Cervical, médio e apical: forma elipsóide com achatamento proximal Direção da Raiz: Reta: 65% Curvatura vestibular: 18% Curvatura Distal 15% Pseudo-baioneta: 2% MÁXIMO 27mm MÉDIO 21mm MÍNIMO 17mm 26 APOSTILA ENDODONTIA Direção da Raiz: Reta: 54% Curvatura Distal: 33% Curvatura Vestibular: 11% Baioneta: 1% Angulação: 1% Canino Inferior MÁXIMO 32mm MÉDIO 25mm MÍNIMO 19mm 27 APOSTILA ENDODONTIA A abertura do dente segue a sua inclinação na cavidade bucal Direção da Raiz: Reta: 68% Curvatura Distal: 13% Curvatura vestibular: 7% Curvatura Mesial: 1% Pseudo-baionta: 1% 1° Pré-Molar Inferior Normalmente, este dente apresenta raiz única com um canal amplo de secção transversal ovalada na direção vestibulolingual, que se torna mais arredondada nos terços médio e apical 28 APOSTILA ENDODONTIA O forame mentual pode estar localizado distalmente à sua porção apical ou entre este e o segundo pré-molar inferior, exigindo cuidado quando da realização de procedimentos cirúrgicos perirradiculares. É preciso fazer um desgaste para diminui a curvatura dele (na câmara pulpar) Direção da Raiz Mesial: Reta: 16% Curvatura Distal: 84% Direção da Raiz Distal: Reta: 73,5% Curvatura Distal: 18% Curvatura Mesial: 8,5% 29 APOSTILA ENDODONTIA TERÇO CERVICAL Condutos com forma elíptica e achatamento proximal TERÇO MÉDIO Condutos com forma discretamente elíptica TERÇO APICAL Condutos em forma circular 2° Pré-Molar Inferior Geralmente apresenta raiz única, quase sempre cônica, com um canal. O SCR apresenta menos variações anatômicas que o primeiro pré-molar. A secção transversal do canal costuma ser oval, com seu maior diâmetro no sentido vestibulolingual. O canal lingual, quando presente, tende a divergir do canal principal em um ângulo agudo, o que exige adequação na forma de conveniência da abertura coronária. Em sua porção apical, é frequente a deposição secundária de cemento, o que pode dificultar a localização da saída foraminal 1° Molar Inferior É o maior dos molares inferiores Normalmente, apresenta duas raízes (mesial e distal). Às vezes, podem aparecer três raízes, com dois ou três canais na raiz mesial e um, dois ou três canais na raiz distal. A raiz distal pode apresentar dois canais, que geralmente são mais amplos que os canais mesiais A raiz mesial costuma ser curva no sentido distal. O canal mesiolingual é maior e mais reto que o mesiovestibular Frequentemente, o canal mesiovestibular apresenta-se curvo Pode existir comunicação da câmara pulpar com a região de furca por meio de foraminas. Em casos de necrose pulpar, a 30 APOSTILA ENDODONTIA lesão óssea decorrente dessa comunicação simula a patologia de etiologia periodontal. Irrompe entre 6 – 7 anos Término da Rizogênese entre 9- 10 anos Achatamento proximal na raiz mesial, podendo ocorrer na raiz distal, determinando 2 condutos. 60% possuem 2 raízes e 3 condutos, porém a raiz distal pode apresentar 1 (60%) ou 2 (40%) condutos, devido ao achatamento proximal TERÇO CERVICAL Condutos com forma elíptica e achatamento proximal TERÇO MÉDIO Condutos com forma discretamente elíptica TERÇO APICAL Condutos em forma circularMÁXIMO 27mm MÉDIO 22mm MÍNIMO 19mm 31 APOSTILA ENDODONTIA Direção da Raiz Mesial: Reta: 16% Curvatura Distal: 84% Direção da Raiz Distal: Reta: 73,5% Curvatura Distal: 18% Curvatura Mesial: 8,5% Variações da cavidade pulpar do primeiro molar inferior, com dois canais na raiz mesial (A), dois canais que se abrem em um forame na raiz mesial (B), um canal na raiz mesial (C) e dois canais na raiz distal (D) 2° Molar Inferior 32 APOSTILA ENDODONTIA A raiz distal é mais ampla e reta. Este dente tem sua morfologia externa semelhante ao primeiro molar inferior, apresentando normalmente duas raízes (mesial e distal) com três ou quatro canais as raízes são mais curtas, com os ápices mais próximos, os canais mais curvos e os dois orifícios mesiais mais próximos. há alta prevalência de anomalias de desenvolvimento, como canais em forma de “C”. Além disso, há maior tendência a fusão parcial ou total das raízes. A porção apical deste dente encontra-se próxima ao canal mandibular, o que exige atenção quanto a se evitar traumatismo mecânico ou químico nos tecidos periapicais durante o tratamento endodôntico ou em caso de cirurgia perirradicular Irrompe entre 11 – 13 anos Término da Rizogênese entre 14 – 15 anos 60% dos segundos molares inferiores possuem 2 raizes 3 condutos Raiz distal pode apresentar 1 (60%) ou 2 (40%) condutos, devido ao achatamento proximal. 33 APOSTILA ENDODONTIA Raiz Distal apresentando 1 conduto (60%) Raiz Distal apresentando 2 condutos (40%), devido ao achatamento proximal Raízes fusionadas apresentando 2 condutos (16%) Fusão de Raízes apresentando apenas 1 conduto (5%) 34 APOSTILA ENDODONTIA Conduto em forma de “C” ou “C Shaped” devido a fusão dos condutos (incidência de 5%) 35 APOSTILA ENDODONTIA Ato operatório no qual expõe a câmara pulpar; Possibilita a chegada no interior da cavidade pulpar; Compreende: Abertura coronária Esvaziamento da câmara pulpar Localização e o preparo da entrada dos canais e o preparo do terço cervical Princípios Que Regem A Abertura Coronária Acesso direto em linha reta ao canal radicular Remoção de todo o teto da câmara pulpar Incluir cornos pulpares, saliência e retenções do teto da câmara pulpar Preservar o assoalho Conservar a estrutura dentária Acesso através das superfícies linguais e oclusais Remoção de restaurações defeituosas, cárie (para evitar contaminação no SCR) Tecido cariado deve ser removido por completo Abertura Coronária Nos Diferentes Grupos Dentais Acesso à câmara pulpar ou trepanação Preparo da câmara pulpar ou forma de contorno Configuração final da cavidade intracoronária ou forma de conveniência Ponto De Eleição Ponto para começar o desgaste Local onde a abertura é iniciada Desgaste da superfície de esmalte Elege um ponto localizado na coroa que permita o acesso retilíneo Cada dente tem seu ponto de eleição específico Na face lingual ou palatina de dentes anteriores e na face oclusal dos dentes posteriores Direção De Trepanação Permitir atingir o interior da câmara pulpar Broca em direção a área de maior volume da câmara pulpar Objetivo: atingir o interior da câmara pulpar Confeccionar um túnel de penetração 36 APOSTILA ENDODONTIA Forma De Contorno Acesso a entrada e interior dos canais radiculares Projetar externamente a anatomia interna do dente Movimento de dentro para fora com a Endo Z (broca sem corte na ponta) Quando “cai no vazio”, atingiu a câmara pulpar O objetivo é conseguir expulsividade nessa forma de contorno Tem uma forma geométrica quando finalizado Forma De Conveniência Forma da cavidade de acesso a câmara Oferece melhor visão do interior da cavidade pulpar Paredes expulsivas Faz desgaste compensatório (em áreas de dentina) Acesso direto à instrumentação Visibilidade adequada dos orifícios Limpeza correta do SCR Cirurgia De Acesso Incisivo Incisivo Central Superior Ponto de Eleição: 2 a 3mm acima do cíngulo em direção incisal (preservando as cristas marginais) Direção de Trepanação o Com a broca esférica diamantada perpendicular a face lingual, realizar desgaste em esmalte o Em seguida, a broca carbide paralela ao longo eixo do dente (para evitar que a broca atinja a vestibular do dente) o ICS – ponta 1014 o ICI – ponta 1012 37 APOSTILA ENDODONTIA A, No dente anterior, a localização inicial do acesso é o centro da coroa na superfície lingual. B, Forma de contorno para dentes anteriores. C, O ângulo de penetração da forma de contorno é perpendicular à superfície lingual. D, O ângulo de penetração para a entrada inicial na câmara pulpar é paralelo ao longo eixo da raiz. E, Remoção completa do teto da câmara pulpar; uma broca carbide esférica é usada para desgastar o corno pulpar, cortando na direção lingual com movimentos de avanço e recuo. Forma de Contorno o Remoção do teto da câmara: broca esférica – tração de dentro para fora o Ligeiramente inclinada para vestibular em relação ao longo eixo do dente e colocada na câmara pulpar, através de suaves movimentos de tração para ampliar a abertura e dar a forma adequada. o Verificar se ainda tem presença de remanescente com sonda exploradora angulada Forma de Conveniência o Configuração final será triangular, com paredes laterais (mesial e distal) expulsivas e remoção do ombro palatino por desgaste compensatório o Uso da Endo Z 38 APOSTILA ENDODONTIA Incisivo lateral superior. Dados anatômicos e de desenvolvimento. Tempo médio de erupção: 8 a 9 anos. Tempo médio de calcificação: 11 anos. Comprimento médio: 22 mm. Curvatura radicular (mais comum para menos comum): distal, reto 39 APOSTILA ENDODONTIA Cirurgia De Acesso Canino Canino superior. Dados anatômicos e de desenvolvimento. Tempo médio de erupção: 10 a 12 anos. Tempo médio de calcificação: 13 a 15 anos. Comprimento médio: 26,5 mm. Curvatura radicular (mais comum para menos comum): distal, reta, vestibular Ponto de Eleição: o No canino superior, 2 a 3mm abaixo do cíngulo o No canino inferior, 2 a 3mm acima do cíngulo o Ponta diamantada esférica nas proximidades do cíngulo (1014) Direção de Trepanação: o Broca diamantada desgasta o esmalte, perpendicular a face lingual o Em seguida, a carbide (3084 e 3083) no sentido do longo eixo do dente até “cair no vazio” Forma de Contorno: o Remoção do teto da câmara pulpar o Confirmar com a sonda exploradora o Quando conseguimos acessar a câmara pulpar, é necessário trocar a broca (troca para a Endo Z, por segurança) 40 APOSTILA ENDODONTIA Forma de Conveniência: o Uso da Endo Z o Forma final losangular de lança para canino superior e oval para o inferior O sistema de canais radiculares do canino superior é semelhante em vários aspectos ao dos incisivos. A maior diferença é que ele é mais largo no sentido vestibulolingual do que no sentido mesiodistal. Outra diferença é que não há cornos pulpares. O seu limite incisal corresponde a uma única cúspide. O contorno da câmara pulpar é oval na JCE. O ombro lingual está presente, o que pode impedir a instrumentação e o debridamento do canal radicular no sentido lingual. A partir desse ponto, o canal radicular permanece oval até o terço apical, quando se torna constrito. Geralmente, só um canal está presente A profundidade mesiodistal é determinada pela profundidade mesiodistal da câmara pulpar. A dimensão é determinada pela câmara pulpar. A dimensão incisogengival é determinada pelo acesso direto e a remoção do ombro lingual. A extensão incisal com frequência atinge 2 a3 mm do limite incisal, para permitir o acesso direto. 41 APOSTILA ENDODONTIA Cirurgia De Acesso Em Pré-Molares Ponto de Eleição: o Na área central da face oclusal (superior) o No inferior, com uma discreta tendência para mesial do dente Direção de Trepanação: o Broca diamantada para desgastar esmalte no sulco central o Broca Carbide, no superior, faz uma pequena inclinação para lingual até atingir a câmara pulpar o No inferior, a broca fica em direção vertical paralela ao longo eixo do dente, com pequena inclinação da haste da broca para lingual para atingir a parte mais volumosa da câmara pulpar. Forma de Contorno: o Com a Endo Z remover o teto da câmara o Nos superiores, fazer movimentos pendulares, no sentido vestíbulo-lingual, para remover o teto o Confirmar a remoção do teto com o auxílio de uma sonda exploradora nº5 o A forma final do pré-molar superior é oval, com achatamento no sentido mésio-distal o A forma final do pré-molar inferior é oval ou circular 42 APOSTILA ENDODONTIA Primeiro Pré-Molar Superior Primeiro pré-molar superior. Dados anatômicos e de desenvolvimento. Tempo médio de erupção: 10 a 11 anos. Tempo médio de calcificação: 12 a 13 anos. Comprimento médio: 20,6 mm. Curvatura radicular (mais comum para menos comum): raiz vestibular lingual, reta, vestibular; raiz palatina reta, vestibular, distal; uma raiz reta, distal, vestibular A maioria dos primeiros pré-molares superiores tem dois canais radiculares, independentemente do número de raízes. A câmara pulpar é considerada mais larga no sentido vestibulolingual do que no mesiodistal. No sentido vestibulolingual, o formato da câmara pulpar mostra os cornos pulpares vestibular e palatino. 43 APOSTILA ENDODONTIA O corno pulpar vestibular é maior. Do nível oclusal a câmara mantém profundidade semelhante ao soalho, que se localiza apical à linha cervical. O orifício palatino é maior que o vestibular. Do soalho, dois canais radiculares com formato arredondado rapidamente se conificam em direção aos ápices, terminando em uma extremidade mais estreita e curva. O canal palatino é mais largo que o vestibular. pode ter uma, duas ou três raízes e canais; é mais comum ter duas Se dois canais estiverem presentes, são chamados vestibular e palatino; três canais radiculares são designados mesiovestibular, distovestibular e palatino. O posicionamento das limas endodônticas ajuda a identificar a anatomia. As raízes são consideravelmente menores e mais estreitas do que nos caninos. Em dentes com raízes duplas, frequentemente esses canais apresentam o mesmo comprimento. O preparo do acesso para pré-molar superior é oval ou em fenda. É também largo no sentido vestibulolingual, estreito no mesiodistal e centralizado mesiodistalmente entre as cúspides. Devido à concavidade mesial da raiz, o clínico deve ter cuidado para não sobre- estender o preparo nessa direção, o que pode resultar em perfuração. 44 APOSTILA ENDODONTIA Segundo Pré-Molar Superior Tempo médio de erupção: 10 a 12 anos. Tempo médio de calcificação: 12 a 14 anos. Comprimento médio: 21,5 mm. Curvatura radicular (mais comum para menos comum): distal, baioneta, vestibular, reta O sistema de canais radiculares é mais largo no sentido vestibulolingual do que no mesiodistal. O dente pode ter uma, duas ou três raízes e canais Dois ou mais canais podem ocorrer em uma única raiz. Os aspectos mesiodistal e vestibulolingual são semelhantes ao primeiro pré-molar. Cornos pulpares vestibular e palatino estão presentes; o corno pulpar vestibular é mais largo. Uma raiz é oval e mais larga no sentido vestibulolingual do que no sentido mesiodistal. Os canais permanecem ovais na câmara pulpar e se conificam rapidamente ao ápice. As raízes são aproximadamente do mesmo tamanho que as do primeiro pré- molar superior, e a curvatura apical é comum, particularmente nas cavidades do seio maxilar. A proximidade desse dente com o seio pode levar à drenagem de abscesso perirradicular para o seio e expô-lo durante a cirurgia apical. Como esse dente tem uma raiz, se dois canais estiverem presentes, eles devem estar paralelos um ao outro e o contorno externo deve ter uma extensão vestibulolingual que permita o acesso direto a esses canais com o primeiro pré- molar com duas raízes divergentes. Se apenas um canal estiver presente, a extensão vestibulolingual é menor e corresponde à largura entre os cornos pulpares vestibular e palatino Se três canais estiverem presentes, o formato externo do acesso é triangular, o mesmo para o primeiro pré-molar 45 APOSTILA ENDODONTIA Cirurgia De Acesso Em Molares Dente Molar Superior Tempo médio de erupção: 6 a 7 anos. Tempo médio de calcificação: 9 a 10 anos. Comprimento médio: 20,8 mm. Curvatura radicular (mais comum para menos comum): raiz mesiovestibular distal, reta; raiz distovestibular reta, mesial, distal; raiz palatina vestibular, reta. É o maior dente em volume e um dos mais complexos na anatomia radicular e dos canais. A câmara pulpar é maior no sentido mesiovestibular e quatro cornos pulpares estão presentes (mesiovestibular, mesiopalatino, distovestibular e distopalatino). O formato da câmara pulpar cervical é romboide, com ângulos arredondados algumas vezes. O orifício do canal palatino é centralizado, o orifício distovestibular é próximo ao ângulo obtuso do soalho da câmara pulpar e o orifício do canal mesiovestibular (MV-1) principal é mesial e vestibular ao 46 APOSTILA ENDODONTIA orifício distovestibular e posicionado em ângulo agudo com a câmara pulpar. O segundo orifício do canal mesiovestibular (MV-2) é localizado palatino e mesial ao MV-1. As linhas imaginárias que conectam os três principais orifícios dos canais (orifício MV, distovestibular [DV] e palatino [P]) formam um triângulo, conhecido como triângulo molar. A raiz palatina é a mais longa, tem diâmetro maior e, geralmente, oferece acesso mais fácil. Pode conter um, dois ou três canais na raiz. A raiz palatina se curva vestibularmente no terço apical, o que pode não ficar evidente na radiografia ortorradial. A raiz distovestibular é cônica e pode ter um ou dois canais. A raiz mesiovestibular requer mais pesquisas do que qualquer outra na boca. Pode ter um, dois ou três canais. Um único canal mesiovestibular é oval e largo vestibulolingualmente; dois ou três canais são mais circulares. Como o primeiro molar superior, em geral, possui quatro canais, o acesso cavitário pode ser romboide, com as extremidades correspondendo aos quatro orifícios (MV- 1, MV-2, DV e P). Duas localizações dos orifícios do canal MV-2 em primeiro molar superior. Ponto de Eleição: o Na área central da face oclusal (geralmente a câmara pulpar está mais pra mesial) o No centro do sulco principal, na fosseta central, para a mesial da ponte de esmalte, no molar superior Direção de Trepanação: o Broca diamantada realiza o desgaste no esmalte, no centro do sulco oclusal o Com a carbide, no molar superior, com leve inclinação para a raiz lingual 47 APOSTILA ENDODONTIA Forma de Contorno: o Com suaves movimentos de dentro para fora a broca vai dando abertura da forma desejada. o Regularizar as paredes da câmara com a Endo Z e fazer a confirmação se tem remanescente com uma sonda nº5 Forma de Conveniência: o Remove a projeção de dentina da parede mesial e promove triangular ou trapezoidal com base maior voltada para vestibular (devido a presença de 2 canais – MV e DV) nos molares superiores. 48 APOSTILA ENDODONTIA A, Remoção do teto e do corno pulpar. A ponta ativa da broca esférica sob o degrau do corno. B, A broca é rotacionada e retirada na direção oclusal para removero degrau. C, Remoção da saliência na dentina. Uma broca Gates- Glidden é posicionada apical ao orifício e retirada em direção oclusal. D, Uma broca diamantada cônica de ponta inativa é usada para unir e afilar as paredes axiais da margem cavosuperficial do orifício. Dente Molar Inferior Volume maior na distal Raizes disposta em mesial e distal 49 APOSTILA ENDODONTIA Ponto de eleição: o Na área central da face oclusal o No inferior, com uma discreta tendência para mesial do dente o Direção de Trepanação: o Leve inclinação para a distal o Broca diamantada realiza desgaste no esmalte, no centro do sulco oclusal o Com a carbide, no molar inferior, leve inclinação para a raiz distal Forma de Contorno: o Com suaves movimentos de dentro para fora, a broca vai dando a abertura da forma desejada. o Regulariza as paredes da câmara com a Endo Z e faz a confirmação se tem remanescente com uma sonda exploradora nº5 Forma de Conveniência: o Remove a projeção de dentina da parede mesial e promove forma triangular ou trapezoidal com base maior voltada para mesial nos molares inferiores Erros De Cirurgia De Acesso 50 APOSTILA ENDODONTIA 51 APOSTILA ENDODONTIA Kit Clínico Bandeja Odontológica Grande Espelho Clínico Nº 5 Pinça Clínica Sonda exploradora Nº 5 (pra ver se ainda tem algum teto ou particularidade) Sonda exploradora de ponta reta (47) Utilizada para verificar as entradas dos condutos (se a ponta prende, é porque achamos um conduto) Instrumental para Abertura Coronária Alta Rotação Contra-ângulo Micromotor Pontas para alta rotação: o Pontas Diamantadas 1012, 1014 e 1016 para abertura o Brocas Carbide 1, 2 e 4 para abertura o Endo Z e Ponta 3083 para refinamento instrumentos Endodônticos 52 APOSTILA ENDODONTIA Brocas De Acesso Coronário A PD vai fazer a remoção do esmalte para que entremos com a broca carbide para a remoção da dentina Acesso coronário: pontas e brocas carbide Refinamento: a ponta na extremidade é inativa (corte somente nas laterais) HL: haste longa Brocas esféricas carbide são usadas amplamente no preparo de acessos cavitários. o Remoção de cárie o Criar o formato do contorno externo inicial o Penetrar no teto da câmara pulpar e removê-lo. Brocas Endo Z ou diamantadas com ponta segura (não têm ponta ativa) são escolhas mais seguras para as extensões das paredes axiais. o Elas podem ser usadas para estender e orientar favoravelmente as paredes axiais da câmara pulpar. o Por não possuírem ponta ativa, as brocas podem se estender ao soalho da câmara pulpar e toda a parede axial pode ser removida e orientada totalmente em um plano da superfície do esmalte ao soalho da câmara pulpar. o Tal técnica produz paredes axiais livres de interferências, enquanto as extensões do acesso final são criadas. Broca Carbide Esférica 53 APOSTILA ENDODONTIA Materiais de Radiologia 1. Filme Radiográfico 2. Colgadura 3. Posicionadores 4. Régua plástica 5. Lupa 6. Cartela de radiografia – 6 espaços Materiais Para Isolamento Absoluto 1. Arco de Ostby Articulado 2. Lençol de Borracha 3. Grampos 54 APOSTILA ENDODONTIA 4. Pinça Perfuradora de Ainsworth 5. Pinça Palmer 6. Fio Dental 7. Tesoura simples: ponta fina e curva 8. Barreira Gengival (pra evitar a presença de saliva) Materiais e Instrumentos Utilizados No PQM Os instrumentos endodônticos agem nesta etapa como agentes mecânicos, tendo ação direta nas paredes do canal radicular. São utilizados para explorar, remover matéria orgânica e ajudar no saneamento e preparo do sistema de canais radiculares. NORMATIVAS Os IE, quanto ao desenho da parte de trabalho, são fabricados obedecendo a diversos critérios. ISO 3630-1 (1992), ANSI/ADA no 58 (1997), ANSI/ADA no 59 (1997) e ANSI/ADA no 101 (2001) Vários fabricantes têm produzido IE denominados especiais, com modificações: o Conicidade o Comprimento da parte de trabalho o Desenho da haste de corte helicoidal o Forma da seção reta transversal e da ponta Para os IE mecanizados, não há especificações normativas quanto a sua fabricação CLASSIFICAÇÃO DOS IE Quanto ao Acionamento: Manual (Extirpa-Polpa, Limas Tipo K, Limas Hedstroen) Rotatórios em Baixa Rotação (Gates- Glidden, Largo) Mecânico (Rotatório e Reciprocante) 55 APOSTILA ENDODONTIA Desenho da parte de trabalho: Farpados Especiais Movimento Executado Limas Alargadores Natureza da Liga Aço inoxidável (mais rigidez) Níquel – Titânio (mais flexibilidade) Processo de Fabricação Torção Usinagem LIGAS METÁLICAS Aço Inoxidável Alto nível de dureza Baixa resistência ao escoamento Elevada tonicidade e tenacidade Alta resistência a corrosão e fratura Níquel-Titânio Mais flexível Memória de forma Superelasticidade PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS As propriedades mecânicas estão associadas ao comportamento dos instrumentos, quando submetidos à ação de forças externas É a capacidade que o material tem para transmitir ou resistir aos esforços que lhe são aplicados. Deformação elástica: a lima volta para sua posição original Deformação plástica: mexe na estrutura da lima, ela não volta mais a sua posição original. A lima pode sofrer flexão (o que é bom para que ela acompanhe a curvatura dos canais) Flambagem: capacidade da lima se curvar sem fraturar diante de um obstáculo, enquanto ela está em movimento 56 APOSTILA ENDODONTIA FABRICAÇÃO DOS IE Torção: girar a lima Usinagem: é como se fosse uma escultura na lima Um instrumento fabricado por usinagem é menos resistente que um fabricado por torção Os IE mecânicos são fabricados por usinagem Os IE de aço inoxidável ou de NiTi podem ser fabricados por torção ou usinagem Instrumentos Especiais: 57 APOSTILA ENDODONTIA BROCAS GATES GLIDDEN Nº 1, 2, 3, 4, 5 e 6 (0,50 a 1,50 mm) O número dela corresponde ao número de ranhuras Usada no preparo do terço cervical A gates numero 1 é equivalente a lima 50 Usada em canais amplos Não deve ser usada em canais curvos Tem que entrar e sair do canal em funcionamento Ponta inativa Comprimentos: 28 e 32mm Limitados a parte reta do canal Movimentos de pincelamento em direção a parte reta do canal Risco de perfuração lateral em canais curvos BROCAS DE LARGO Numeração: 1 a 6 (0,70 a 1,70mm) Atualmente são pouco utilizadas no preparo dos canais radiculares, em virtude de sua maior rigidez e do maior risco de provocarem rasgo radicular do que as brocas de Gates Glidden Ponta inativa EXTIRPA POLPA De aço inoxidável Rígido Fabricado por usinagem Farpado Função: remoção do tecido pulpar (o que pode ser feito com as hedstroen) LIMAS HEDSTROEN São fabricadas por usinagem a partir de fios metálicos de aço inoxidável de seção reta transversal circular. São oferecidas comercialmente nos comprimentos úteis de 21, 25, 28 e 31 mm. As de 21 e 25 mm são as mais empregadas. A parte de trabalho possui 16 mm de comprimento mínimo. A ponta das limas tipo H apresenta a figura de um cone circular. Cones superposto Alta capacidade de corte Usada depois das limas K 58 APOSTILA ENDODONTIA Secção transversal em vírgula Alto poder de corte Não deve ser utilizada para fazer alargamento e limagem Funções: pulpectomia, retirada de corpos estranhos e guta-percha (retratamento) LIMAS ENDODÔNTICAS Normalmente são divididos em 4 séries: • ESPECIAL (06, 08, 10) • 1ª série (15, 20, 25, 30, 35, 40) • 2ª série (45, 50, 55, 60, 70, 80) • 3ª série (90, 100, 110, 120, 130, 140) O diâmetro da pontaé denominado D0, e junto ao intermediário, D16. Em D0 os instrumentos podem apresentar desde 0,06 a 1,40 mm, por serem instrumentos padronizados, há uma tolerância no aumento do diâmetro a cada milímetro ao longo da parte de trabalho, sendo tolerado o aumento de 0,02 mm dos instrumentos de número 06 ao 60, e do 70 ao 140, tolerância de 0,04mm. FUNÇÕES: ü Preparo do canal endodôntico; ü Alargamento do canal para que o mesmo possa ser fechado de forma adequada; ü Moldar o canal após alargar; ü Introduzir e remover qualquer material ou substância do canal; 59 APOSTILA ENDODONTIA ü Remover o nervo de dentro do canal; ü Aspectos físicos, químicos, biológicos e anatômicos nos seus mais variados quesitos PADRONIZAÇÃO DAS LIMAS: Cor do Cabo: escuras possuem número e calibre maiores e as claras possuem número e calibre menores. Numeração: os instrumentos são numerados de tal forma que divididos por 100, correspondam, em milímetros, ao diâmetro do corte da base do guia de penetração do instrumento. Comprimento: o Comprimento da parte ativa: sempre 16mm; o Comprimento do intermediário: variável (21mm; 25mm; 31mm) Diâmetro da Ponta: determina o número do instrumento (ex: 15 – 0,15mm de diâmetro na ponta do instrumento) Cabo: é a extremidade pela qual se empunha um instrumento endodôntico Haste de acionamento: é a extremidade para fixação e acionamento mecânico de um instrumento endodôntico Corpo: é parte de um instrumento que se estende desde o cabo ou haste de acionamento até a extremidade da ponta Intermediário: parte do corpo que se estende do cabo ou da haste de acionamento até a parte de trabalho Parte de trabalho: parte do instrumento que se estende desde a ponta até o término da haste de corte. Representa a soma dos comprimentos da ponta e da haste de corte Ponta: é o extremo do instrumento com perfil cônico. Pode apresentar seção reta transversal cilíndrica ou poligonal 60 APOSTILA ENDODONTIA LIMAS ENDODÔNTICAS – FLEXOFILE/K (SÍMBOLO QUADRADO) 1ª Série 2ª Série Secção quadrangular: lima K Colorinox (quadrado vazado) Secção triangular: lima K flexofile (quadrado fechado) Secção em forma de vírgula ou circular: hedstroen 61 APOSTILA ENDODONTIA A conicidade de um instrumento é a relação entre o aumento no diâmetro por unidade de comprimento (milímetro) da parte de trabalho A conicidade dos instrumentos convencionais é de 0,02mm/mm, ou seja, há um aumento de 2% a cada 1mm da parte de trabalho. Para instrumentos da série ISSO com conicidade 0,02, o aumento de D0 para D16 é de 0,32mm Conicidades maiores têm sido usadas em instrumentos endodôntico especiais de NiTi mecanizados, como valores de 0,04, 0,06, 0,08, 0,10 e 0,12 mm/mm Alguns instrumentos endodônticos especiais de NiTi mecanizados apresentam conicidades variáveis ao longo de sua haste de corte helicoidal cônica. Essa variação pode ser crescente ou decrescente no sentido da ponta do instrumento endodôntico Para instrumentos de mesmo diâmetro D0, quanto menor a conicidade, maiores a flexibilidade e a resistência à fratura por fadiga, estando o instrumento sob flexão rotativa 62 APOSTILA ENDODONTIA INSTRUMENTOS NITI PROTAPER Além dos instrumentos endodônticos, nesta etapa operatória são utilizados: caixa perfurada com o objetivo de organizar os instrumentos; réguas: plástica e milimetrada (simples e calibradora); para o sistema de irrigação e aspiração, cânula de sucção, seringa e agulhas para irrigação; e o tamborel, para colocar as limas que estão em uso. Régua Milimetrada Stop de Silicone Tamborel Cânulas para Aspiração 63 APOSTILA ENDODONTIA Material Para Irrigação Ponta para irrigação com saída lateral 27Gx25mm Seringas para Insulina Seringa Luer – 5ml Copo de Vidro 5ml Sugador Endodôntico Descartável Instrumentos Para Medicação Intracanal SERINGA PARA INSERÇÃO DE MEDICAÇÃO INTRACANAL – MARIO LEONARDO Obturação Do Sistema de Canais Radiculares Na etapa de obturação do sistema de canais radiculares são utilizadas: espátula 24 e placa de vidro para manipulação do cimento endodôntico (figura 16); espaçadores, na técnica de condensação lateral; e calcadores de Paiva, na condensação vertical. Cones De Papel Absorvente E Guta-Percha 64 APOSTILA ENDODONTIA Cimento Endodôntico E Placa De Vidro Espátula De Manipulação Nº24 Espaçadores Digitais Condensadores Duplos De Paiva Mini Maçarico Espátula De Inserção Nº1 65 APOSTILA ENDODONTIA É a medida do comprimento do dente. Para tratarmos endodonticamente um dente é necessário estabelecer o comprimento e o limite de atuação da terapia endodôntica no interior do canal dentinário. Seria ideal, se fosse possível, medir o dente fora da cavidade bucal com auxílio de um paquímetro de precisão. A determinação da odontometria é em grande parte passível de erros, provocados desde distorções da técnica radiográfica, falta de contraste e nitidez, medição da radiografia com régua milimetrada, transferência das medidas obtidas aos instrumentos, por meio de cursores ou limitadores de silicone, entre outros. Normalmente, têm-se a variação de 0,5 a 2,0mm aquém (antes) do vértice radiográfico, dependendo das condições patológicas do remanescente pulpar, dente portador de polpa viva (saudável ou inflamada) ou mortificada. Por exemplo, se obtivermos, pela odontometria, o comprimento de trabalho igual a 20m, antes de iniciar a instrumentação, devemos levar um instrumento endodôntico calibrado nesta medida e, pela avaliação radiográfica nos certificarmos que realmente estamos muito próximos da medida almejada, confirmando o comprimento de trabalho (CT) ou comprimento real de trabalho (CRT). A referência incisal (dentes anteriores) ou oclusal (dentes posteriores), como é um ponto clínico visivelmente controlado pelo operador, precisa compreender um ponto anatômico bem definido para cada canal, que deve ser registrado na ficha clínica do paciente e mantido durante toda a intervenção endodôntica Para determinar o limite de trabalho. Buscar o Limite CDC. A odontometria é importante para: Respeito aos tecidos perirradiculares Correta determinação do limite de trabalho na região apical A Área de Atuação do Endodontista é o canal dentinário! O canal dentinário é dividido em terços: 1. Terço apical (é o mais crítico: ramificações, delta apical, forame) 2. Terço médio Odontometria Odontometria 66 APOSTILA ENDODONTIA 3. Terço cervical O canal dentinário termina no Limite CDC Na radiografia não conseguimos visualizar a constricção do Limite CDC, vemos o Limite Apical/Vértice Radiográfico Distância do Limite CDC até o Vértice radiográfico: 0,5 a 3mm (em média 1mm) Quando eu não determino adequadamente o limite de trabalho, pode ocorrer: Obturação além do forame Desvio do canal radicular Degrau: instrumentação no comprimento errado Pós-operatório sintomático (dor, edema, por ter atingido os tecidos periodontais) Desvios Degraus Obturação Insatisfatória Perfurações na região apical 67 APOSTILA ENDODONTIA Comprimento maior do que o real: Sobre Instrumentação (e como consequência, uma sobre obturação) Comprimento menor que o real: Sub Instrumentação (aquém do Limite de Trabalho, gerando uma Sub Obturação) Exame Radiográfico na Odontometria Para visualizar o canal, precisaremos da radiografia; A radiografia inicial do tratamento endodôntico, além de fazer parte do exame complementar ao diagnóstico clínico provável também será importante para o planejamento do tratamento, como por exemplo para análisedo número de raízes, volume da câmara pulpar e canal radicular, presença de nódulos, reabsorções radiculares ou ósseas perirradiculares, curvaturas radiculares, rizogênese incompleta ou completa, entre outras. Limitações das Radiografias: 1. Imagem bidimensional (gerando superposição de imagens, principalmente em canais multirradiculares) 2. Falta de coincidência do forame apical com o ápice radicular (é o fim da raiz) 3. Curvatura na região apical (visualiza-se melhor curvaturas para mesial/distal) 4. Distorções (alongamento/encurtamento) 5. Cortar o ápice ou coroa • O raio-x inicial deve se aproximar o máximo da realidade. • Manter sempre a centralização do dente em questão para a imagem radiográfica sofrer menores distorções. • Utilizar sempre posicionadores. 68 APOSTILA ENDODONTIA Posições das Radiografias Inicial ou de Diagnóstico do tratamento endodôntico, tomada com a técnica do Paralelismo, para dentes anteriores superiores e inferiores o filme periapical deve ser posicionado vertical e, posteriores na horizontal, porém com o picote sempre para incisal ou oclusal. Manter sempre a centralização do dente em questão para a imagem radiográfica sofrer menores distorções Após anamnese, diagnóstico clínico provável, valor do CAD, anestesia, isolamento relativo e absoluto, cirurgia de acesso e exploração / esvaziamento / preparo da entrada do canal, será necessário a utilização de instrumentos endodônticos do tipo K (representados no cabo por um quadrado), stops de silicone e régua calibradora para instrumentos endodônticos autoclaváveis. De acordo com a anatomia do dente observada na radiografia inicial, comprimento e diâmetro, selecionamos o instrumento do tipo K. Com relação ao comprimento, dentes com o CAD até 21mm é óbvio a seleção de limas com 21mm e, respectivamente para os dentes até 25mm e 31mm. O diâmetro é selecionado, por meio da introdução e prova do instrumento previamente calibrado no comprimento desejado (CRI), porém o instrumento a ser provado não deverá ficar folgado nem muito justo no interior do canal, o que representaria respectivamente a possibilidade da lima cair durante a tomada radiográfica, bem como a extrusão (empurrar) tecidos saudáveis ou produtos tóxicos quando da mortificação pulpar para o periápice, acarretando agudização (dor) ou interferindo negativamente no processo de reparo cicatricial pós-tratamento endodôntico. Após a cirurgia de acesso a exploração da entrada do canal é feita com explorador de ponta reta para dentes com a câmara pulpar volumosa e, com lima do tipo K, número 15, 21mm de comprimento e pré- curvada (para ampliar a área de exploração) para dentes que possuem pouco volume na câmara pulpar. O preparo da entrada do canal, normalmente é feito com brocas de Largo e Gates-Glidden de tamanhos compatíveis, respectivamente. O esvaziamento do canal, de forma geral é feito, por meio da associação do hipoclorito de sódio a 2,5% e instrumentos do tipo K, de fino calibre, sempre renovando a substância química, com farta irrigação e aspiração, valendo-se das cânulas fina e calibrosa, respectivamente. 69 APOSTILA ENDODONTIA Quais Os Materiais Necessários? 1. Negatoscópio 2. Lupa 3. Tamborel com limas 4. Limas 5. Stops de silicone 6. Seringa de Irrigação 7. Régua Endodôntica 8. Régua transparente Técnica de Ingle – Sequência técnica 1. Determinar o comprimento aparente do dente (CAD) com a radiografia Pontos de referência: limite oclusal/incisal e limite apical 2. Exploração do canal radicular (lima de menor diâmetro para explorar o dente) Irrigação Conhecer a anatomia interna (sensibilidade) Esvaziamento Lima Tipo K Lima com diâmetro menor do que o diâmetro do canal (marcar no stop da lima a medida CAD – 3mm) – LK 10 (série especial) ou 15 (primeira série) O movimento da exploração é chamado de movimento de cateterismo 70 APOSTILA ENDODONTIA 3. Preparo dos terços cervical e médio (alargar esses terços pra facilitar a entrada dos próximos instrumentos Com brocas gates glidden (vai de 1 a 6 e coloca ela na baixa rotação) Executado após a exploração do canal Ampliar o diâmetro da região cervical do canal Facilitar o acesso Gates Glidden Entrar girando no interior do canal Leve pressão apical (movimento de bicada, 3 ou 4, depois irriga, aspira e passa para a próxima broca) Ordem de diâmetro Acesso retilíneo (para evitar que ela frature) ü Dentes amplos e Retos: diâmetro decrescente da Gates Glidden ü Dentes estreitos e Curvos: utiliza limas protaper com diâmetro crescente ü Gates Glidden em CAD – 4mm ou até o início da curvatura 4. Determinar o comprimento real do instrumento (CRI) – com a régua endodôntica Que lima utilizar? Tem que estar justa no canal No mínimo a lima 15 As limas 8, 10 não devem ser utilizadas (porque são menores) Em dentes multirradiculares, pode-se utilizar vários tipos de limas 5. Introduzir a lima no canal (CRI) e radiografar Lima no CRI > Introduzir no canal > Radiografar O instrumento escolhido deve ser aquele com o comprimento mais próximo do CRI ou CI. O uso de limas números 06, 08 e 10 não são recomendados, devido suas pontas serem muito delgadas e com pequena radiopacidade e praticamente desaparecem, tornando-as C R I = C AD – 3,0mm 71 APOSTILA ENDODONTIA imperceptíveis na imagem radiográfica, sempre utilizar no mínimo o instrumento número 15, caso seja volumoso para o diâmetro do canal, ampliar com limas de número inferiores previamente 6. Determinar a distância ápice – instrumento (DAI) 7. Determinar o CRD (comprimento real do dente) CRT (comprimento real de trabalho) = CRD – 1mm C R D = DAI + C R I 72 APOSTILA ENDODONTIA O DAI pode ser negativo? Pode (seria como uma sobre instrumentação) O DAI pode ser zero? Pode (quando a borda do instrumento fica rente ao ápice) Resumindo: 1. Anestesia 2. Isolamento Absoluto 3. Cirurgia de Acesso 4. Irrigação 5. Medir o CAD 6. Exploração com Lima 10 ou 15 marcada no comprimento CAD – 3mm 7. Alargar os terços cervical e médio com Gates Glidden marcada no comprimento CAD – 4mm 8. Calcular o valor do CRI no comprimento CAD – 3mm 9. Escolher a lima que ficar justa e introduzir no canal e radiografar Qual situação encontra-se correta durante os cálculos para obtenção do “X”? Errado Correto Errado Tenho que deixar o stop rente ao ponto de referência (no caso, a borda incisal) Técnica De Clark 73 APOSTILA ENDODONTIA O método de Clark funciona a partir do princípio de paralaxe. É necessário que o paciente seja submetido a três tomadas radiográficas. Uma das tomadas é feita em posição central e as outras duas variam a angulação para a distal e para a mesial. Dentes Multirradiculares Fazer o comprimento do DAI em cada canalo comprimento do DAI em cada canal Sequência Técnica ü Determinar o CAD ü Realizar a exploração do canal: CAD – 3mm ü Preparo cervical: Broca de Gates: CAD – 4mm ü Determinar o CRI = CAD – 3mm e introduzir a lima no canal e radiografar ü Determinar o DAI ü Calcular CRD = CRI + DAI ü Calcular o CRT = CRD – 1mm Tudo isso com o objetivo de determinar o CRD e o CRT Localizador Apical Eletrônico Determinar o CRD 74 APOSTILA ENDODONTIA As substâncias químicas auxiliares são empregadas no interior do canal radicular com o objetivo de; ü Promover a dissolução de tecidos orgânicos vivos ou necrosados, ü a eliminação, ou máxima redução possível, de microrganismos, ü a lubrificação, a quelação de íons cálcio ü A suspensão de detritos oriundos da instrumentação. Devem apresentar propriedades físicase químicas que as qualifiquem para esse objetivo. São usadas durante a instrumentação dos canais radiculares, desempenhando ações químicas e físicas, concomitantemente com a ação mecânica dos instrumentos endodônticos. Também são usadas após a instrumentação para remover das paredes do canal radicular a smear layer. Geralmente, são utilizadas em forma de soluções líquidas. Preparo Químico-Mecânico Objetivos: Limpeza Modelagem (realizada pelos instrumentos endodônticos, por exemplo as limas, que fazem o desgaste das paredes dentinárias) Ampliação (realizado pelos instrumentos endodônticos) As substâncias químicas auxiliares vão auxiliar na limpeza do SCR, justamente nas áreas em que os instrumentos não conseguem acessar. O objetivo do PQM é a confecção de um canal cônico com menor diâmetro apical e maior coronário. SUBSTÂNCIAS Químicas Auxiliares 75 APOSTILA ENDODONTIA Preparo do Canal Se eu não preparo o canal adequadamente, restam substratos (os microrganismos se proliferam) nele, o que leva a insucesso do procedimento. Toda a extensão do canal radicular deve estar limpa. A haste de corte é cônica para acompanhar a forma do canal radicular Ação mecânica: realizada pelo corte dos instrumentos Ação química: realizada pelas soluções irrigadoras Ação física: irrigação/aspiração (esse processo leva a suspensão de resíduos de polpa, dentina para que possa ser aspirado) Substâncias Químicas Auxiliares Auxiliares da instrumentação e soluções irrigadoras A escolha da substância depende de suas propriedades físicas e químicas São aplicadas com seringa e agulha Ações Físicas: Suspensão de fragmentos Lubrificante (facilitando a ação dos instrumentos Ações químicas: Solvente de tecidos orgânicos (polpa por exemplo) Atividade antimicrobiana Atividade quelante (descalcificar a dentina e permitir que as substâncias penetrem) Suspensão De Fragmentos Tem objetivo de manter os detritos orgânicos e inorgânicos liberados durante a instrumentação (suspensão) Impedir a sedimentação (principalmente na região apical) Detritos podem ser acumulados e causar: o Obstrução do canal (desvios – perfurações) o Forçados a se difundir para os tecidos perirradiculares (agentes irritantes) – causando inflamação e gerando dor 76 APOSTILA ENDODONTIA As substâncias auxiliares têm como função manter os detritos orgânicos e inorgânicos liberados durante a instrumentação do canal radicular, em suspensão, com o objetivo de impedir a sua sedimentação, novamente na região apical. Detritos podem ser acumulados e obstruir o canal, favorecendo desvios e perfurações radiculares ou, em virtude da ação de êmbolo dos instrumentos, podem ser forçados a se difundir para os tecidos perirradiculares, onde atuariam como agente irritante. Antes de a substância atingir uma viscosidade crítica, devemos renová-la, por meio da irrigação- aspiração, o que favorece a remoção dos detritos mantidos em suspensão no interior do canal radicular. A seguir, repete-se o preenchimento da cavidade pulpar com a substância química auxiliar da instrumentação. o Esta renovação deve ser realizada não somente a cada troca de instrumento, mas após um pequeno número de movimentos (5 a 10) imprimidos ao mesmo, durante o preparo do canal radicular. Nos canais atresiados, principalmente, é um erro grave realizar a renovação da solução química auxiliar somente após o instrumento ganhar liberdade em seu interior. A saturação da quantidade de líquido existente no interior do canal, por meio de resíduos oriundos da instrumentação, em vez de favorecer, dificulta o movimento do instrumento endodôntico. Além disso, favorece a extrusão do material além do forame, o que pode provocar reações inflamatórias ou mesmo uma resposta imunológica do organismo. Pequenos volumes de solução existentes no interior dos canais têm suas propriedades esgotadas rapidamente. Para minimizar esse problema, devemos: o Manter a cavidade de acesso preenchida com solução química auxiliar (A movimentação e retirada do instrumento endodôntico no interior do canal favorecem a penetração e renovação do líquido) o Realizar renovações frequentes da solução química auxiliar Lubrificante Durante a instrumentação surgem forças que se opõem ao deslocamento do instrumento A lubrificação ajuda a lima a deslizar no canal O canal sempre deve estar inundado da solução irrigadora Quanto maior a lubrificação, menor a força de atrito Quanto menor a tensão superficial/viscosidade de uma substância, maior será sua capacidade de umectação e penetração. Baixa tensão superficial quer dizer que a substância vai molhar/ se espalhar mais Logo, o ideal é que a substância tenha baixa tensão superficial e baixa viscosidade Quanto menor a tensão superficial de uma substância, maior será sua capacidade de umectação e penetração, aumentando a efetividade da limpeza das paredes do canal radicular. 77 APOSTILA ENDODONTIA Solvente de tecidos orgânicos Dissolver tecidos orgânicos Todo tecido pulpar deve ser eliminado – pois se sobrar, ele servirá de substrato para proliferação bacteriana A capacidade de dissolução depende: o Relação volume de solução/massa de tecido orgânico; o Área de contato com os tecidos; (é importante que a agulha consiga avançar dentro do canal para que possa molhar toda aquela área) o Tempo de ação; o Agitação mecânica/frequência da renovação; (é preciso agitar para que a suspensão ocorra) o Concentração da solução. Atividade Antimicrobiana Microrganismos e seus produtos são os principais responsáveis pela iniciação e perpetuação das patologias pulpo-perirradiculares Eliminação de microrganismo não removidos mecanicamente A infecção do canal radicular usualmente é mista, com predomínio de bactérias anaeróbias. No tratamento endodôntico, a limpeza e a desinfecção dos sistemas de canais radiculares são importantes, sendo logradas pela ação mecânica dos instrumentos, pela ação antimicrobiana das soluções químicas auxiliares da instrumentação e pelo fluxo e refluxo da solução irrigadora Atividade Quelante Capacidade da substância remover íons Consequência: desmineralização da dentina O efeito descalcificante (agente quelante) promove a diminuição da resistência dentinária à ação de corte dos instrumentos Os quelantes usados em Endodontia são substâncias orgânicas que removem íons cálcio da dentina, fixando-os quimicamente. A quelação corresponde à ação dessas substâncias sobre os íons metálicos e o composto dessa adição é denominado quelato. Canais atresiados – alargamento do canal (geralmente ocorre em molares) Durante a instrumentação de canais atresiados, recomenda-se o uso de quelantes para facilitar o trabalho de alargamento do canal. O efeito descalcificante do agente quelante resulta em menor resistência dentinária à ação de corte dos instrumentos endodônticos durante a instrumentação dos canais atresiados. A Substância Química Ideal deve apresentar: 1. Baixa viscosidade; 2. Baixa tensão superficial; 3. Ser Biocompatível; 4. Dissolução de tecidos orgânico vivos ou necrosados; 5. Eliminação ou máxima redução de microrganismos; 6. Lubrificação das paredes do canal; 7. Quelação de íons cálcio; 8. Suspensão de detritos oriundos da instrumentação. 77 APOSTILA ENDODONTIA Hipoclorito de Sódio - NaOCl SQA mais usada mundialmente Velocidade de dissolução/ação antimicrobiana Utilizamos a concentração de 2,5% Comercialmente temos: Líquido de Dakin – NaOCla 0,5% Solução de Milton - NaOCl a 1% Licor/água de Labarraque – NaOCl a 2,5% Soda Clorada - NaOCl de 4 a 6%% - média de 5,25% (solução de Grossman) Quanto mais baixa a concentração de hipoclorito, maior a biocompatibilidade da solução Quanto maior a concentração, maior a capacidade antimicrobiana Reação Aquosa – Componentes: NaOCl + H2O – NaOH +HOCl (ácido hipoclororoso – responsável pela ação antimicrobiana) O ácido hipocloroso é a substância responsável pela atividade antimicrobiana da solução. Assim, em pH ácido, a atividade antimicrobiana da solução será potencializada, apesar de sua estabilidade estar comprometida. A dissolução de tecido pulpar em um pequeno período de tempo somente se dá por um efeito combinado entre o hidróxido de sódio e o ácido hipocloroso oriundos da hidrólise do hipoclorito de sódio, cada um reagindo com determinados componentes da polpa Hidróxido de sódio responsável pela dissolução tecidual: Desnaturação das proteínas – aminoácidos (solúveis) – facilmente eliminadas Esterificação de lipídeos – substâncias solúveis (sabões e ácidos graxos) – diminui TS A capacidade de dissolução tecidual promovida pelo hipoclorito de sódio faz com que fragmentos de tecido pulpar sejam liquefeitos, facilitando, assim, sua remoção do interior do sistema de canais radiculares. A dissolução do tecido pulpar se verifica pelo efeito combinado entre o hidróxido de sódio e o ácido hipocloroso, cada um reagindo com determinados componentes da polpa dentária. O hidróxido de sódio reage com ácidos graxos (óleos e gorduras) presentes na matéria orgânica, formando sais de ácidos graxos (sabão) e glicerol (álcool). Reage também com aminoácidos das proteínas, formando sal e água (reação de neutralização). O ácido hipocloroso reage com grupamento amina dos aminoácidos das proteínas, formando cloraminas e água. Propriedades do NaOCl: ü Excelente atividade antimicrobiana; ü Solvente de mateia orgânica; ü Desodorizante (neutralizar o odor fétido das bactérias); 79 APOSTILA ENDODONTIA ü Clareador; ü Lubrificante; ü Baixa tensão superficial; (capacidade de molhar) ü Detergente (saponificação dos lipídios – gorduras); ü Neutraliza produtos tóxicos. O cloro pode desodorizar por dois mecanismos: ü Atividade letal sobre os microrganismos envolvidos na infecção pulpar; ü Ação oxidativa sobre os produtos bacterianos, neutralizando-os e eliminando o mau odor. Fatores que Interferem nas Propriedades: ü Concentração ü Temperatura ü Quantidade de matéria orgânica (relação volume da solução/massa de tecido) Quanto maior a concentração e temperatura, mais rápida a dissolução tecidual (por isso que agita a agulha dentro do canal, para aumentar a temperatura e, consequentemente a dissolução tecidual). Maior a capacidade de dissolução e atividade antimicrobiana sobre os tecidos orgânicos e sobre os microrganismos. Quanto maior o volume de solução, melhor. Vantagens: Relativamente barato; Rápida atuação; Desodorizante e lubrificante; Atividade antimicrobiana; Relativamente não tóxico; Solvente de matéria orgânica; Concentrações facilmente determinadas; Clareador. Desvantagens: Instável ao armazenamento (oxidante) – luz e aumento de temperatura; Forte odor; Corrosivo; Descora tecidos; Gosto desagradável; Não dissolve partículas inorgânicas; Irritante de pele e mucosa. Perigos: Injeção além do forame (a solução extravasar pelo forame e atingir os tecidos perirradiculares) o Forame alargado o Pressão externa no êmbolo da seringa o O paciente apresentar dor, região edemaciada Acidente com hipoclorito nos tecidos perirradiculares 80 APOSTILA ENDODONTIA Como evitar? o Usando agulhas endodônticas adequadas (projetadas para dispersar o irrigante pela extremidade lateral) o Pressão cuidadosa no êmbolo da seringa o Agulha livre no interior do canal radicular – para promover um fluxo o Usar outras ferramentas de irrigação (PUI – pontas ultrassônicas) CLOREXIDINA – digluconato de clorexidina Agente antibacteriano de amplo espectro Bastante utilizada na periodontia Apresentação líquida ou em gel Concentração 2% A solução de eleição é o Hipoclorito de Sódio Propriedades: Agente antimicrobiano Substantividade (efeito prolongado) – capacidade de aderir à substância dentinária e ir liberando a clorexidina ao longo do tempo) Baixa tensão superficial Biocompatibilidade (relativa ausência de toxicidade) Desvantagens: Não apresenta capacidade de dissolução de tecidos Não tem ação clareadora Não podemos associar Clorexidina com Hipoclorito de Sódio! Associação forma um precipitado com pigmentação marrom-acastanhado Precipitado tóxico Precipitado pode obliterar os túbulos dentinários Em que casos vamos usar Clorexidina? Alergia ao hipoclorito Dentes com Rizogênese incompleta (para não entrar em contato com o tecido periapical) EDTA 17% - ácido etilenodiamino tetracético dissódico Sal derivado de um ácido fraco Começou a ser utilizado em 1957, Ostby – em canais atrésicos Capaz de produzir a quelação de íons cálcio da dentina 81 APOSTILA ENDODONTIA Remove a smear layer (magma dentinário, barro dentinário, lama dentinária, camada de esfregaço): representa a formação de qualquer resíduo produzido pela ação de corte de um instrumento sobre a dentina, esmalte ou cemento o Camada superficial de detritos orgânicos e inorgânicos que reduzem a permeabilidade dentinária: o Raspas de dentina o Fragmentos de polpa o Substâncias químicas o Microrganismos Implicações clínicas de não remover a smear layer: o Obstrui os túbulos dentinários (barreira física); o Reduz a permeabilidade da dentina; o Dificulta a penetração da medicação intra-canal; o Prejudica a adesividade e adaptação dos materiais obturadores. Smear Layer após instrumentação do canal Smear Layer: A porção inorgânica é formada por raspas de dentina e materiais inorgânicos não específicos, oriundos do tecido dentário calcificado. A orgânica pode ter como componentes tecido pulpar vivo ou necrótico, remanescentes de processos odontoblásticos, proteínas coaguladas, células sanguíneas, saliva e bactérias e seus produtos Mesmo após o preparo químico-mecânico do canal, algumas bactérias ainda aí permanecem, assim como nos túbulos dentinários. Na ausência do cemento radicular e na existência de comunicação com o exterior (ligamento periodontal), as bactérias presentes podem iniciar e/ou manter complicações, como reabsorções radiculares e patologias perirradiculares. Nestas condições, a presença da smear layer “protege” as bactérias, impedindo que os medicamentos entrem em contato com as paredes do canal ou, até mesmo, que penetrem nos túbulos dentinários. A remoção da smear layer facilita a penetração dos cimentos obturadores nos túbulos dentinários e melhora a adaptação do cone de guta-percha às paredes do canal, aumentando a eficiência seladora da obturação. O EDTA quela a porção calcificada e expõe o colágeno, sendo que o hipoclorito atua removendo o material orgânico, inclusive o colágeno da matriz. 82 APOSTILA ENDODONTIA Vantagens do EDTA: ü Remove a smear layer ü Aumenta a permeabilidade da dentina ü Permite a penetração da medicação nas áreas inacessíveis a instrumentação ü Ação autolimitante ü Biocompatível com tecidos periapicais Quando devemos usar o EDTA? Uso após o PQM o Irrigação final o Agitação por 3 minutos O EDTA deve ser acondicionado em recipiente e seringa plástica (seringa de insulina) É preciso deixar o EDTA no canal em torno de 3 minutos, agitando-o com uma lima. A última irrigação deve ser sempre com hipoclorito de sódio (para que o NaOCl possa alcançar os microrganismos que estavam no interior dos túbulos) A associação de Clorexidina e EDTA resulta em um precipitado nebuloso branco. Irrigação Final: ü Hipoclorito ü EDTA 3 min ü Hipoclorito Irrigação X Aspiração: Irrigação: corrente líquida no interior da cavidade pulpar Aspiração: ação de atrair, por sucção, fluidos e partículas sólidas de uma cavidade (com cânulas de aspiração) Na Endodontia, a irrigação é realizada concomitantemente à aspiração com o objetivo de renovar a substânciaquímica no interior de um canal radicular e de tornar a limpeza do canal radicular mais efetiva. Em conjunto com a instrumentação e a SQA, constitui uma importante fase do tratamento endodôntico, denominada preparo químico-mecânico dos canais radiculares. São fenômenos físicos distintos São simultâneos Remoção de detritos Redução do número de microrganismos 83 APOSTILA ENDODONTIA A saída lateral da agulha faz com que o líquido saia espalhado, diminuindo a pressão no forame apical Cânulas para aspiração metálica e plástica Técnica Irrigação X Aspiração Princípios Fundamentais da Irrigação/Aspiração: Não prender a agulha Escoado cerca de 1 a 5ml de líquido/min Renovação a cada troca de instrumento e a cada 10 a 15 movimentos Quanto maior o volume de líquido, maior a limpeza O movimento de vai e vem da agulha aumenta a agitação mecânica da solução no interior do canal – maior limpeza Indica-se em média de 15 a 20 ml de líquido para cada canal Irrigação: Irrigar/Aspirar/Inundar ü Início: só na câmara pulpar ü Quanto mais alargar, maior a penetração ü Injetar com leve pressão ü Deixar o espaço para o refluxo ü Até 3mm aquém do CRT ü Fazer o processo antes, durante e depois 84 APOSTILA ENDODONTIA Objetivos: ü Remoção de Detritos o A remoção de detritos do interior do canal é feita pela ação mecânica da haste de corte helicoidal cônica dos instrumentos endodônticos, auxiliada pela irrigação-aspiração. o Os resíduos em suspensão na substância química auxiliar ou sedimentados nas paredes do canal são geralmente removidos a expensas da energia cinética do jato, da turbulência e do refluxo da corrente líquida, que os arrasta para fora do canal radicular. o Considerando que a velocidade do jato é limitada pela pressão dada no êmbolo da seringa, devemos injetar maior volume de solução para melhorar a eficiência da limpeza (remoção de detritos). o É importante a remoção dos detritos do interior do canal radicular, uma vez que podem abrigar microrganismos, dificultando a ação do fármaco utilizado como medicamento intracanal e atuar como irritantes, quando forçados para os tecidos perirradiculares. Além disso, podem alterar a capacidade de selamento da obturação do canal radicular ü Redução do número de microrganismos o A redução do número de microrganismos existentes no interior do canal radicular é conseguida a expensas da corrente líquida que, no refluxo, arrasta grande quantidade de microrganismos para fora do canal. Métodos de Irrigação – Dispositivos para Otimização: Irrigação manual Easy clean PUI (irrigação ultrassônica passiva) Como o canal fica após o PQM: Canal totalmente permeável (livre pra receber medicação intracanal e obturação) 85 APOSTILA ENDODONTIA O PQM tem como objetivo promover a limpeza, ampliação e a modelagem do canal radicular. O objetivo do preparo químico-mecânico é limpar, ampliar e dar forma definida ao canal radicular para que ele possa receber o material obturador. São processos simultâneos Objetivos Limpeza e Desinfecção A limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares visam à eliminação de irritantes como microrganismos, seus produtos e tecido pulpar vivo ou necrosado. Durante o PQM, a limpeza é lograda pela ação mecânica dos instrumentos endodônticos junto às paredes internas do canal radicular principal. Aliada a essa ação mecânica, uma ação de limpeza do sistema de canais é obtida pelo emprego de soluções químicas auxiliares de instrumentação. Estas soluções devem ser dotadas de propriedades solventes de matéria orgânica e de atividade antimicrobiana. Também devem apresentar baixa tensão superficial e baixa viscosidade (grande molhabilidade). Ampliação e Modelagem Visam à confecção de um canal de formato cônico com o menor diâmetro apical e o maior em nível coronário. Esse formato cônico obtido, também chamado canal cirúrgico, deve, obrigatoriamente, conter em seu interior o canal anatômico. Formação de degraus, perfurações e deslocamentos apicais internos ou externos são acidentes indesejáveis, observados na instrumentação de canais curvos. Ligas Ni-Ti apresentam pequenos módulos de elasticidade em relação ao aço inoxidável e, em consequência, permitem a obtenção de instrumentos endodônticos com grande elasticidade, resistência à deformação plástica e à fratura por fadiga. Movimentos de alargamento parcial à direita, alargamento parcial alternado (reciprocante) ou alargamento contínuo imprimidos ao instrumento endodôntico diminuem, significativamente, a incidência de acidentes durante o preparo dos canais radiculares curvos. Consideramos a ampliação, a modelagem, a limpeza e a desinfecção completas quando o planejamento do preparo foi cumprido, utilizando-se diâmetros, conicidades e movimentos dos instrumentos adequados à anatomia do canal, substâncias químicas auxiliares dotadas de atividade solvente e antimicrobiana, assim como irrigações- aspirações eficientes. Fundamentos do Preparo Químico-Mecânico 86 APOSTILA ENDODONTIA Técnica Endodôntica: Cirurgia de Acesso (remoção do teto da câmara pulpar, tendo acesso à polpa e os tecidos radiculares) Tem que permitir o acesso retilíneo do instrumento (dar expulsividade e remover excessos das paredes adjacentes, para que a introdução do instrumento seja facilitada) Odontometria PQM Obturação Técnica Coroa – Ápice Técnica de Oregon Preparo do terço cervical Preparo do terço médio (até o terço médio, todas as limas introduzidas estão na medida CRI) Odontometria Preparo do terço apical (a partir daqui todos os instrumentos devem estar no CRT) Finalidades do Preparo do Canal Radicular: Utilizamos meios mecânicos, meios químicos e meios físicos. Meios Mecânicos: instrumentos Meios Químicos: substâncias químicas auxiliares Meios Físicos: irrigação-aspiração e movimentos realizados Patência Apical É a limpeza foraminal Apenas “passar” o instrumento, sem alargar para não causar uma iatrogenia (como fratura de instrumentos) O canal precisa ser limpo por completo! A patência trabalha no limite do CRD Deve ser feita com instrumento de pequeno diâmetro compatível com o tamanho do dente É possível sentir quando há a passagem do instrumento pela constrição apical Ao final do processo de Limpeza e Modelagem, devemos obter: Forma cônica afunilada em sentido apical Manter a forma original do canal (não provocar desvios, perfurações e trepanação) Manter a posição foraminal (fazer a patência, mas sem alterar o forame) Limite apical e lateral de ampliação adequada A lima só é utilizada no canal principal 87 APOSTILA ENDODONTIA Deformações que podem ocorrer (erros): Planejamento adequado evita acidentes como: Degrau (porque não respeitou a curvatura – forma original do canal, sem ter feito uma pré-curvatura na lima antes de inseri- la no canal) Falso canal Transporte apical externo – ZIP (é o alargamento da região apical) Perfurações Movimentos dos Instrumentos Endodônticos Instrumentos Endodônticos: Limas tipo K Limas tipo K-flex Limas Hedstroen Limas de Ni-Ti Tipos de Movimentos: Movimento de Remoção Movimento de Exploração Movimento de Alargamento Movimento de Limagem Movimento de Alargamento e Limagem 88 APOSTILA ENDODONTIA Movimento de Remoção Este movimento é composto de três manobras: avanço do instrumento endodôntico, rotação de uma a duas voltas à direita sobre o seu eixo e tração em sentido à coroa dentária. O movimento de remoção não promove a ampliação e a modelagem do canal radicular, mas sim, o seu esvaziamento parcial Indicado em situações de dente com vitalidade pulpar, em que a polpa coronária e radicular ainda está presente. É usado na remoção da polpa dentária, sendo que,nesse caso, a penetração do instrumento deve alcançar o segmento apical do canal radicular. Também é indicado na remoção de detritos livres no interior do canal, bolinhas de algodão e cones de papel utilizados com o medicamento intracanal. Sempre em sentido horário Instrumentos que podem ser utilizados: Extirpa-nervos (20, 25 e 30) Limas Hedstroen Movimento de Exploração/Cateterismo É a introdução de um instrumento endodôntico no interior de um canal radicular com finalidade de conhecer a sua anatomia interna. É realizado imprimindo-se ao instrumento pequenos avanços em sentido apical, conjuntamente, com discretos movimentos de rotação à direita e à esquerda com pequenos retrocessos Para dentes com patologia infecciosa, polpa necrosada Avançando gradativamente o instrumento no interior do canal, fazendo pequenos giros à direita e a esquerda, até o stop chegar na referência (CRI) Utilizar preferencialmente instrumentos de pequeno diâmetro (pode ser da 6 a 15), como as limas da série especial (no CRI) É utilizado no cateterismo de canais radiculares amplos. Esse procedimento tem como objetivos o conhecimento da anatomia interna e o esvaziamento inicial do canal radicular, assim como, a determinação da odontometria. Para a realização do movimento de cateterismo, os instrumentos endodônticos de aço inoxidável devem possuir diâmetros menores do que o dos canais radiculares e não necessitam ser pré- curvados (dobrados). 89 APOSTILA ENDODONTIA Movimento de Alargamento O alargamento consiste no giro (movimento de rotação) e no deslocamento compressivo (movimento de avanço) simultâneos de um alargador no interior de um furo (canal radicular). Para que ocorra o alargamento (corte do material), é necessário que o instrumento trabalhe justo no interior de um furo, ou seja, o diâmetro do instrumento deve ser maior que o do furo Pode ser parcial à direita ou Contínuo Parcial à direita o Consiste em um avanço do instrumento gradativo no interior dos canais radiculares com giro à direita e tração o Evita/diminui a formação de degraus o Diminui o risco de fraturas o Utilizar limas tipo K, durante a etapa do preparo do terço apical (neste momento o instrumento está no CRT) o A rotação à direita provoca o avanço do instrumento no sentido apical do canal radicular seguido de corte parcial das paredes dentinárias do canal. o A tração remove a dentina cortada das paredes do canal radicular, ampliando o seu diâmetro. o A principal indicação do movimento de alargamento parcial à direita é no cateterismo de canais atresiados. Alargamento Contínuo Deve ser utilizado também no preparo apical, porém de canais curvos. Instrumentos indicados: Ni-Ti/Protaper Manual (especialmente em casos de canais curvos), Limas Tipo K Girar continuamente o instrumento a direita, avança e retira Giro em sentido horário, remoção no sentido anti- horário Instrumento que também realiza esse movimento: brocas Gates e brocas largos Movimento indicado nesses casos de canais achatados 90 APOSTILA ENDODONTIA Exemplo de canais achatados: canal distal do molar inferior, mais achatado no sentido mésio-distal) Movimento de Limagem/Raspagem Pode ser realizado com Limas Tipo K ou Limas Hedstroen Avançar no interior do canal, realizar uma tração com pressão lateral e retira parte do instrumento, avança novamente focando em outra parede, de forma que possa raspar e limar todas as paredes internas, para que a ponta ativa do instrumento toque todas as paredes e ajude a remover todos os detritos que lá se encontram O movimento de limagem (raspagem) é longitudinal alternativo, caracterizado pelo avanço do instrumento no interior do canal radicular e de tração (retrocesso) linear curto, com a aplicação de uma força lateral contra as paredes dentinárias A cada tração, a lima não deve ser removida do canal. Isso apenas é feito quando esta se encontra com grande liberdade no interior do canal, sendo, então, substituída por outra de diâmetro imediatamente superior. Ele é feito em todas as paredes e repetido por várias vezes por todo o contorno do canal radicular Movimento de Alargamento e Limagem Indicado para quando se realiza retratamento Avançar com o instrumento no interior do canal, leve giro de ¼ à direita, tracionar na parede lateral e retroceder (fazer isso em todas as paredes) Utilizar limas tipo K Sistemas Rotatório e Reciprocante Realizam movimentos de alargamento contínuos Sistemas de lima única Movimento em sentido anti-horário Ex: Wave one, reciproc Técnica de Oregon Modificada Também chamada Coroa-Ápice sem pressão Desenvolvida em 1980 por Marshal e Palpin Esta técnica inovou ao fazer um preparo de cervical para apical reduzindo a extrusão de restos necróticos e produtos microbianos em direção aos tecidos ´perirradiculares. Diminui os Flare Ups, as reicidivas e a sintomatologia durante e no pós-operatório 91 APOSTILA ENDODONTIA Passo a passo: Movimento de Remoção (canal úmido, cirurgia de acesso, localização dos canais, início do movimento de exploração) Movimento de Exploração (Limas da 6 a 15 no CRI) – explorar = conhecer o canal, chamamos de caminho deslizante Preparo dos terços cervical e médio (executado com Gates-Glidden em ordem decrescente de diâmetro com a medida pré-estabelecida do C.A.D – 4mm, compatível com o diâmetro do canal radicular) o Em caso de dentes com canais amplos e retos (ex: incisivos superiores), posso realizar o preparo dos terços cervical e médio com brocas Gates (utilizando em ordem decrescente de diâmetro, no CAD – 4mm) – porém a Gates só tem 19mm, elas entram e saem acionadas (não pode parar ela dentro do canal) o Emprego das brocas Gates Glidden § Devem ser introduzidas girando no sentido horário § Elas não cortam em profundidade, mas sim em lateralidade § O calibre escolhido deve ser compatível com o diâmetro do canal (basear a medida na radiografia de diagnóstico, lima utilizada na exploração) o Aplicar suave pressão com movimentos verticais (entrada e saída) o Finalidade desse preparo: ampliar o diâmetro dos terços médio e cervical para permitir o acesso do instrumento no terço apical, promovendo um acesso mais retilíneo a região apical (simultaneamente irrigação-aspiração) Odontometria o Para o preparo do terço apical, preciso do CRT o Para isso, selecionar a lima que se ajusta no canal no CRI e radiografar o Após radiografia, verificar a distância ápice-instrumento o DAI + CAD = CRD o CRD – 1mm = CRT (Instrumentos nesse valor) Realizar a patência apical – IAF significa instrumento apical foraminal (geralmente lima 10 ou 15 no CRD) o O instrumento patente apical é fundamental na prevenção da compactação apical de raspas de dentina durante a instrumentação, evitando assim agudizações. Preparo dos terços médio e apical o Instrumentos manuais: Limas tipo K, em ordem decrescente de diâmetro até chegar no CRT, onde será confeccionado o batente apical (movimento de limagem) Manter a patência foraminal e a irrigação/aspiração após cada intervenção no canal radicular A primeira lima que chegar no CRT é chamada de instrumento apical inicial (IAI) – é o primeiro instrumento que se ajusta ao canal radicular 92 APOSTILA ENDODONTIA O IAF é o instrumento que manterá o forame limpo ou patente no CRD (IAF vai ultrapassar o forame para fazer a limpeza sem ampliar, o IAI vai ficar 1mm aquém do forame, no comprimento do CRT) Portanto, o diâmetro IAF será menor que o do IAI (diâmetro robusto) Confecção do batente apical: o A partir do IAI, uso as 3 limas subsequentes chegando no CRT, realizando os movimentos de raspagem/limagem para ampliar e modelar (principalmente no terço apical) o Só passa para próxima lima quando ela está folgada no canal (antes, irrigar e aspirare fazer patência) o O preparo dos terços médio e apical é realizado após o preparo cervical, consiste na forma final do preparo. O batente apical após a instrumentação (para que o cone trave no batente e não ultrapasse o forame, evitando lesionar a região periapical) Após determinar o IAI, instrumenta-se o canal com 3 limas subsequentes maiores no CRT, com a técnica da instrumentação seriada, para formação do batente apical. O último instrumento utilizado no canal, é chamado de instrumento memória (IM) e será a referência para o cone na obturação. Após a confecção do batente apical, passar o instrumento patente, mantendo assim o preparo do canal completamente regularizado e pronto para recebr a obturação tridimensional do SCR. Considerações Finais: o O PQM adequado permite uma limpeza efetiva do SCR e favorece uma obturação tridimensional. 93 APOSTILA ENDODONTIA São fabricados com liga Ni-Ti Mais flexíveis e resistentes à fratura Indicada para o preparo do SCR estreitos e curvos e/ou atrésicos (pré-molares e molares) o Maior nível de dificuldade o Limitação dos instrumentos (gates) o Instrumentos Ni-Ti (superelasticidade – menor risco de fraturas) Constituído pelas limas SX, S1, S2, F1, F2 e F3 Sendo constituídos por dois tipos de instrumentos especiais denominados modeladores (shaping files) e de acabamento (finishing files) A conicidade variada ao longo da haste de corte helicoidal cônica permite que os instrumentos protaper® Universal, ao serem empregados no CT, promovam a modelagem de um canal no sentido coroa-ápice. São fabricados na versão manual (cabo) e mecanizada (haste de acionamento). Movimento realizado: de alargamento contínuo Todas as limas têm 16mm de parte ativa SX (19mm de parte ativa + parte inativa), demais (21, 25 e 31mm) SX, S1, S2, F1 e F2: ponta triangular convexa (maior resistência) F3, F4 e F5: ponta triangular côncava (maior flexibilidade, para ser utilizada no terço cervical) Sistema Protaper Universal Manual Shaping files (modeladores): são utilizadas no preparo do terço cervical e médio o SX: laranja o S1: azul o S2: branco o São utilizadas no CRI (CRI = CAD – 3) S i s t e m a Protaper 94 APOSTILA ENDODONTIA Finishing files (finalizadoras): utilizadas na finalização apical o F1: amarelo o F2: vermelho o F3: azul o Limas adicionais: F4 (preto) e F5 (amarelo) o Utilizadas no CRT (CRT = CRD – 1) Instrumentos Modeladores Finalidade: Facilitar o PQM Preparar os terços cervical e médio Limas SX (laranja), S1 (roxo) e S2 (branco) Apresentam conicidade crescente no sentido de D16 Flexibilidade maior do segmento apical desses instrumentos São empregados para alargar o corpo do canal (segmento cervical e médio). Limas Modeladoras SX D0 = 0,19mm D14 = 1,2mm Conicidade 04 É a única lima que se apresenta com 19mm 16mm de ponta ativa Instrumento modelador auxiliar Preparo e modelagem dos terços cervical e médio de canais estreitos e curvos Lima S1: D16 = 1,2mm D0 = 0,17mm Conicidade crescente de 0,2 Terço cervical CRI Lima S2: D0 = 0,20mm D16 = 1,2mm Conicidade crescente de 0,4mm Terço médio CRI 95 APOSTILA ENDODONTIA Finalizadoras ou de Acabamento: Limas F Dilatar o diâmetro do preparo apical CRT Obter uma conicidade adequada e progressiva dos terços médio e apical, respeitando a forma original do canal Lima F1: D0 = 0,2mm Conicidade decrescente D16 = 1,125mm Ponta ativa convexa: maior resistência CRT Lima F2: Conicidade decrescente D0 = 0,25mm D16 = 1,120mm Ponta ativa convexa: maior resistência CRT Lima F3: Conicidade decrescente D0 = 0,3mm D16: 1,120mm Ponta ativa côncava: maior flexibilidade CRT Lima F4: D0 = 0,4mm D16 = 1,14mm Conicidade decrescente CRT Ponta ativa côncava: maior flexibilidade Lima F5 D0 = 0,5mm D16 = 1,13mm Conicidade decrescente CRT Ponta ativa côncava: maior flexibilidade Técnica de Instrumentação 1. Radiografia de diagnóstico 2. Cirurgia de acesso 3. Localização da embocadura dos canais radiculares (com sonda nº 47) 4. Irrigação - aspiração 5. Exploração do canal (limas especiais, 10 e 15 no CRI) 6. Preparo do corpo do canal com SX a. Movimento de alargamento contínuo (horário = à direita/anti-horário = remoção) b. Leve pressão apical (é possível por conta da flexibilidade do instrumento) c. No CRI em rotação completa contínua (alargamento contínuo) 96 APOSTILA ENDODONTIA 7. Preparo do corpo do canal com S1 a. Preparar o conduto nas áreas ainda não instrumentadas b. CRI c. Movimento de alargamento contínuo d. Irrigando e aspirando até a lima ficar “folgada” 8. Preparo do corpo do canal (terço cervical) com S2 a. Utilizada até o CRI b. Movimento de alargamento contínuo c. Irrigando até ficar “folgada” 9. Odontometria a. CAD – 3mm = CRI b. Colocar o instrumento que se ajusta no CRI e faz a radiografia, obtendo o DAI c. A partir do DAI temos o CRD (DAI + CRI = CRD) d. E a partir do CRD temos o CRT (CRT = CRD – 1mm) 10. Há algumas situações em que é necessário retornar com as limas S no canal no CRT: iniciar o preparo do terço médio e apical a. Irrigação b. S1 (no CRT) c. Irrigação d. Patência e. Irrigação f. S2 (no CRT) g. Irrigação h. Patência i. Irrigação 11. Preparo do terço apical F1, F2, F3, F4 e F5 a. Confecção do batente apical b. No CRT c. Movimento de alargamento contínuo d. Sequência: F1 (até ficar confortável/folgada) Irrigação Patência Irrigação F2 Irrigação Patência Irrigação F3 Irrigação Patência Irrigação Caso a lima fique muito folgada (canais muito amplos) passamos para a F4 Irrigação Patência Irrigação F5 Irrigação Patência Irrigação Sequência de remoção da smear layer usando EDTA 17% 12. Medicação intracanal ou obturação definitiva Observações O protocolo do sistema protaper recomenda a instrumentação até a lima F3, porém há casos que é necessário utilizar as demais (pacientes muito jovens com canais relativamente amplos, em que há uma a deposição excessiva de dentina, canais palatinos de 1ºMS, Canais distais de molares inferiores) A obrigatoriedade do protocolo é chegar até a F3 A obturação de canais preparados com protaper é feita com cone único. 97 APOSTILA ENDODONTIA Medicação Consiste na aplicação de um medicamento no interior do canal radicular por um período geralmente mais longo do que de uma consulta e que visa exercer algum efeito terapêutico. Objetivos 1. Eliminar microrganismos que sobreviveram ao PQM 2. Impedir a proliferação dos microrganismos que sobreviveram ao PQM 3. Barreira físico-química 4. Reduzir a inflamação perirradicular 5. Controlar a exsudação 6. Solubilizar matéria orgânica (porque serve de substrato para as bactérias) 7. Neutralização 8. Estimular a reparação Entre cada sessão, é necessário colocar MIC, para evitar a proliferação de microrganismos Eliminar Microrganismos Microrganismos resistentes ao preparo usualmente encontram-se alojados em áreas não afetadas pelos instrumentos e pela substância química auxiliar usada na irrigação A medicação tem que possuir ação antimicrobiana Microrganismos resistentes ao PQM Infecção intratubular: Vários estudos têm demonstrado que a maioria dos patógenos endodônticos tem a capacidade de invadir os túbulos da dentina radicular e instalar uma infecção intratubular Istmos, ramificações, delta, irregularidades O medicamento tem mais chances de atingir tais áreas não afetadas pela instrumentação e pela substância química auxiliar Impedir Proliferação De Microrganismos Selamento coronário – promoção de um ambiente favorável para anaeróbicos Fluxo de fluidos ricos em nutrientes (proteínas, glicoproteínas) Barreira Físico-QuímicaQuímica: efeitos antimicrobianos o Bactérias ® atividade antimicrobiana o Podem atuar como barreira química contra a microinfiltração, eliminando microrganismos e impedindo sua entrada no canal Física: preenche toda a extensão do canal i n n a c a r t l a 98 APOSTILA ENDODONTIA o Medicamentos que preenchem toda a extensão do canal podem funcionar como uma barreira física à invasão de microrganismos provenientes da saliva o Solubilização e permeabilidade do medicamento Canais instrumentados podem ser contaminados/recontaminados e infectados/reinfectados entre as sessões de tratamento por diferentes motivos: microinfiltração através do selador temporário; perda ou fratura do material selador e/ou da estrutura dentária As pastas de hidróxido de cálcio funcionam como barreiras física e química, retardando significativamente a recontaminação do canal quando da exposição à saliva por perda do selador coronário Redução da Inflamação Perirradicular A medicação reduz a intensidade da reposta inflamatória Efeito analgésico Corticosteróides são os mais efetivos (bem efetivos no controle da dor) Controle da Exsudação O exsudato mantém o ambiente úmido, o que impede um selamento adequado Proliferação bacteriana PQM vai necessitar sempre ser revisado (caso após o retorno do paciente, ao retirar o selamento, ainda haja exsudato) O exsudato é considerado persistente quando ainda é observado no canal mesmo após irrigação com NaOCl e secagem com pelo menos 3 a 4 cones de papel absorvente. A presença física desse exsudato cria um ambiente extremamente úmido que impede a obtenção de adequado selamento do canal radicular quando da sua obturação, além de indicar que o tratamento não está sendo eficaz em eliminar a causa da inflamação perirradicular. A persistência de exsudação no canal indica que irritantes permanecem atuando sobre os tecidos perirradiculares. Solubilização da Matéria Orgânica Durante o PQM, a ação do instrumento endodôntico se realiza somente no canal principal, permanecendo inacessíveis os canais laterais, ramificações apicais, istmos e áreas de reabsorções dentárias. Permanência de resíduos (proliferação bacteriana) SQA, fluxo da irrigação – aspiração e MIC Neutralização Dentes com necrose Meio inflamado tem pH ácido Meio infectado: projeção de microrganismos para a região perirradicular, gerando dor Neutralização = canal asséptico Por muito tempo foi o utilizado o Tricresol Formalina 48h, porém não se tem respaldo científico. 99 APOSTILA ENDODONTIA Reparação por Tecido Mineralizado Nos casos de perfurações e reabsorções radiculares, assim como nos dentes com rizogênese incompleta, medicamentos intracanais são utilizados com a intenção de favorecer a reparação por meio da deposição de um tecido mineralizado Perfurações, reabsorções e Rizogênese Promove a formação de tecido mineralizado Ex: hidróxido de cálcio Classificação Química Derivados Fenólicos São potentes agentes antimicrobianos e podem exercer seus efeitos não somente pelo contato direto, mas também por meio da liberação de vapores 1. Eugenol 2. Paramonoclorofenol (PMC) 3. Paramonoclorofenol canforado (PMCC) (apenas esse ainda é utilizado, quando associado ao hidróxido de cálcio – Calen) 4. Cresatina 5. Cresol 6. Timol o Potentes antimicrobianos o Liberação de vapores (mecanismo de ação), ou seja, não precisam estar em contato direto. o Não são mais utilizadas por serem tóxicas aos tecidos perirradiculares (devido a sua alta potência) Aldeídos São fixadores teciduais de pronunciada eficácia. São potentes agentes antimicrobianos, exercendo seus efeitos tanto pelo contato direto quanto pela liberação de vapores ativos Fixadores teciduais (se colocado em contato com polpa viva, ocorre uma necrose dela) Formaldeído – tricresol formalina ou formocresol (muito tóxico) Potentes antimicrobianos Vapores ativos Halógenos Cloro ou Iodo NaOCl – Hipoclorito de Sódio Efeitos destrutivos sobre os vírus e bactérias CHI3 Iodeto de potássio iodetado Bases ou Hidróxidos Ca(OH)2 – Hidróxido de Cálcio 100 APOSTILA ENDODONTIA Atividade antimicrobiana por contato e o efeito de estímulo à formação de barreira mineralizada são propriedades comumente associadas ao emprego dessa substância no interior do canal radicular Atividade antimicrobiana por contato direto com as paredes É necessário terminar o preparo para utilizar o hidróxido de cálcio Sobre o Hidróxido de Cálcio: Pó branco Alcalino (promove neutralização do meio) Formação de barreira dentinária Solubilização de tecido orgânico Hidróxido de cálcio P.A.: misturo com solo fisiológico estéril, manipulo até formar uma pasta Calen: hidróxido já pronto para ser inserido Corticosteróides Atuam sobre o processo inflamatório, inibindo a ação da enzima fosfolipase A2, envolvida na síntese dos derivados do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos), importantes mediadores químicos da inflamação. Possuem efeito inibitório potente sobre a exsudação e a vasodilatação associadas à inflamação. Em Endodontia, são utilizados, por meio de aplicações tópicas para o controle da reação inflamatória, nos casos de periodontite apical aguda de etiologia química ou traumática. Podem também ser utilizados na biopulpectomia, nos casos em que não se realiza a obturação radicular imediata e nas pulpotomias. Antimicrobiano Efeito de controle sobre o exsudato e vasodilatação (vasodilatação: sinal da inflamação, dor) Aplicação tópica para controlar a resposta inflamatória Hidrocortisona, prednisolona e dexametasona são os mais utilizados Antibióticos Inibir o desenvolvimento e matar microrganismos Medicamentos Utilizados PMC = PMCC o Foi melhorado com a canfora o Diminui a toxicidade e potencializa a ação antimicrobiana o Mecha de algodão – durante 48h (não é mais utilizado dessa forma, pois continua tóxico e há substâncias melhores) Tricresol Formalina ou Formocresol Tricresol – 90% formalina Formocresol – 19 a 43% de formalina o Ação antimicrobiana o Irritante aos tecidos vivos o Entre o tricresol e o formocresol: utilizar formocresol Associação (Otosporin) 101 APOSTILA ENDODONTIA o Atenua a intensidade da reação inflamatória o Otosporin: hidrocortisona + sulfato de polimixina B e sulfato de neomicina o Grande poder de penetração tecidual (rápida eliminação e eficiente atuação) Hidróxido de cálcio Pó branco Precisa de um veículo o Inertes: soro, água, glicerina,polietilenoglicol o Biologicamente ativos: PMCC (veículo do calen), clorexidina e iodeto de potássio iodetado o quando associado ao hidróxido de cálcio, o PMCC pode aumentar o raio de atuação da pasta, atingindo microrganismos alojados em regiões mais distantes do local de aplicação da pasta. Alcalino Pouco solúvel em água Propriedades biológicas, físicas e químicas Propriedades: o Ação anti-inflamatória o Ação antimicrobiana o Neutralização de endotoxinas o Indução de reparo por tecido mineralizado o Barreira física e química Utilizado após o PQM (porque ele age por contato direto com as paredes) É o padrão ouro Emprego Dos Medicamentos Biopulpectomia Polpa viva Infecção de dentes com vitalidade pulpar Presença de microrganismos restrita a polpa coronária Meio asséptico Obturação imediata Só não obtura na mesma sessão, caso o paciente chegue com muita dor, uma pulpite exacerbada e nisso, o tecido perirradicular está inflamado, logo usa a MIC para induzir o reparo e reduzir a inflamação) Objetivo da MIC: impedir a contaminação entre sessões Otosporin (usado quando o PQM não foi finalizado) ou Callen A dor quer dizer inflamação, não necessariamente infecção Na polpa viva, não há disseminação de microrganismo pelo canal radicular PQM incompleto: Otosporin o Acesso e remoção da polpa: medicamento em mecha dealgodão ou teflon (estéril) na polpa coronária o PQM parcial: inunda-se o canal, bombeando com lima de pequeno diâmetro o Reduz a inflamação do remanescente pulpar PQM completo: Callen (medicamento de escolha para polpa viva) o Evita ou retarda a contaminação do canal o 7 a 30 dias dentro do dente (para estimular o reparo do tecido perirradicular e diminuir o exsudato) As únicas de formas de contaminar um dente com polpa viva é entre sessões ou devido ao operador (quebra da cadeia asséptica) 102 APOSTILA ENDODONTIA NecropulpectoMia e Retratamento Há infecção no canal radicular Qualquer necrose deve ser medicada Quanto mais evoluída a doença, maior a contaminação Impõe-se o uso de MIC Desobstrução da smear layer para facilitar o acesso da MIC É contraindicado fazer tudo em uma só sessão se o paciente tiver dor ou fístula EDTA (remoção de smear layer) após finalização do PQM PQM Incompleto: NaOCl o Mecha de algodão com tamanho compatível com a câmara pulpar, cobrindo a entrada do canal radicular o Umedece em NaOCl 2,5% o Desinfecção parcial o Barreira química contra recontaminação PQM Completo o EDTA – 3min o Lava com NaOCl, se possível também irrigar com soro fisiológico estéril o Pasta HPG = Callen + PMCC (maior poder antimicrobiano) o Mínimo 7 dias BIOPULPECTOMIA NECROPULPECTOMIA PQM COMPLETO OBTURAÇÃO / CALLEN CALLEN + PMCC PQM INCOMPLETO OTOSPORIN/DECADRON HIPOCLORITO DE SÓDIO PQM completo paciente sem dor, posso obturar na mesma sessão ou colocar callen Pra usar a MIC (callen) é preciso usar o EDTA e depois secar o canal com ponta de papel absorvente estéril Temos 2 Callen: um para polpa viva e outra para polpa necrosada (callen + PMCC) Ultracal (só muda o veículo) 103 APOSTILA ENDODONTIA 1. Rosquear a seringa, colocar a agulha 27 e encaixar o tubete de glicerina 2. Descartar 2 a 3 gotas da glicerina para ter certeza de que a agulha está lubrificada 3. Retirar o tubete de glicerina 4. Colocar o tubete de callen 5. Descartar as gotas iniciais 6. Colocar o stop no CRT 7. Preencher todo o canal com o callen (2mm aquém do CRT) Selamento Coronário Objetivo: selar a coroa Impedir que a saliva e microrganismos adentrem no canal Evitar passagem de MIC para o meio bucal Estabilidade dimensional É ideal que tenha boa adesividade Elevada resistência mecânica Selamentos prontos: coltosol, cavit e cimpat (toma presa com a saliva) Cavidades de acesso simples o Todas as paredes constituintes de estrutura Pronto para uso: coltosol ou cavit Cavidade de acesso complexa o Ausência de uma ou mais paredes dentárias o Restauração do dente antes da realização do tratamento endodôntico 104 APOSTILA ENDODONTIA A obturação é o retrato final do tratamento endodôntico. O momento ideal para a obturação depende das corretas modelagem, limpeza e desinfecção do canal radicular, além da ausência de sintomatologia, possibilidade de secagem e controle microbiológico. A resposta biológica ideal após tratamento corresponde ao selamento apical pela deposição de tecido mineralizado. Dessa forma, o material obturador deve apresentar propriedades físico-químicas que promovam o selamento, além de compatibilidade biológica que favoreça o reparo dos tecidos apicais e perirradiculares. O material ideal deve ser bioativo, sendo capaz de induzir a mineralização apical e o selamento biológico do forame apical. É a fase do tratamento endodôntico que consiste na eliminação/preenchimento de espaços vazios É necessário selar todos os espaços, para evitar infecção secundária (microrganismos que ficaram dentro do canal e se multiplicaram) ou infecção persistente Propriedades Biológicas De Um Material Obturador Ideal: 1. Biocompatibilidade 2. Capacidade de ser reabsorvido nos tecidos perirradiculares 3. Estimular a deposição de tecido de reparação (bioatividade), de preferência por tecido mineralizado em nível foraminal 4. Ação antimicrobiana 5. Não ser mutagênico ou carcinogênico. Propriedades Físico-Químicas De Um Material Obturador Ideal: 1. Facilidade de inserção 2. Tempo de trabalho adequado 3. Capacidade de promover selamento do sistema de canais radiculares 4. Bom escoamento e adesividade 5. Não deve ser solubilizado no interior do canal radicular 6. Ser radiopaco 7. Apresentar pH neutro ou alcalino 8. Não deve promover escurecimento das estruturas dentais, sendo de fácil remoção em casos de retratamento Materiais Obturadores Materiais em estado sólido: cones de guta percha Materiais em estado plástico: cimentos endodônticos 105 APOSTILA ENDODONTIA Guta-Percha Composição: Guta-percha: 19 a 20% o Os cones com maiores porcentagens de guta-percha apresentam maior capacidade de termoplastificação Óxido de zinco: 60 a 75% o Confere rigidez e atividade antibacteriana Radiopacificadores: sulfato de bário (1,5 a 17%) Resinas, ceras e corantes (1 a 4%) Vantagens: 1. Adapta-se bem as irregularidades do canal 2. Boa tolerância pelos tecidos perirradiculares 3. Radiopaco 4. Facilmente plastificado possibilitando seu uso em técnicas de obturação termoplastificadoras e pode ser removida nos casos de retratamento, pois é dissolvida por solventes como eucaliptol, xilol, óleo de laranja, clorofórmio e éter 5. Estabilidade dimensional 6. Não alteram a cor da coroa quando no limite adequado 7. Podem ser facilmente removidos do canal Desvantagens: 1. Pequena resistência mecânica a flexocompressão 2. Pouca adesividade (problema resolvido com o cimento endodôntico) 3. Podem ser deslocados pela pressão (durante a colocação dele no canal) Seguem uma padronização (calibrados): ISSO 6877: são os principais (estandardizados ou padronizados) e auxiliares. Cones Principais: Os cones de guta-percha principais apresentam numeração que corresponde aos diâmetros de ponta dos instrumentos estandardizados O cone é do tamanho do instrumento de memória A técnica de cone único emprega cone de guta-percha de diâmetro e conicidade similares aos da forma final do preparo do canal radicular em associação ao cimento endodôntico D0: diâmetro da ponta de um cone (15 a 140) Comprimento mínimo 28mm Conicidade 0,02mm/mm; 0,04mm/mm e 0,06 mm/mm Auxiliares Preenche os espaços na lateralidade São utilizados para preenchimento dos espaços entre o cone principal e as paredes do canal radicular durante técnicas como a compactação lateral ativa Apresentam forma cônica, com ponta fina para serem inseridos nos espaços abertos pelos espaçadores, no momento da obturação dos canais radiculares. 106 APOSTILA ENDODONTIA A técnica de compactação lateral ativa da guta-percha associa um cone de guta- percha principal com cones auxiliares inseridos após abertura de espaços com espaçadores digitais Cimentos Endodônticos Propriedades Necessárias pra ser considerado um bom cimento: 1. Fácil inserção e remoção do canal radicular 2. Ter bom tempo de trabalho 3. Promover selamento 4. Estabilidade dimensional 5. Bom escoamento 6. Radiopaco 7. Não manchar a estrutura dentária 8. Adesividade às paredes do canal 9. Insolúvel nos fluidos 10. Solúvel nos tecidos perirradiculares (pois caso extravase, pode ser visto como corpo estranho e causar uma inflamação) 11. Impermeável no canal 12. Biocompatível 13. Atividade antimicrobiana Classificação dos Cimentos Cimentos a base de OZE (apresenta certa toxicidade) Cimentos contendo Ca(OH)2 Cimentos resinosos Cimentos de Ionômero de Vidro Cimentos biocerâmicos Cimentos a base de OZE Eugenol: o Atividade antibacteriana o Analgésico o Anti-inflamatório o Citotoxicidade Canal úmido: diminui tempo de endurecimento e capacidade de escoamento diminuídos Tempo de trabalho 3 horas Tempo de presa 20 horas Baixaadesão Baixo escoamento Cimentos Resinosos AH 26 (Dentsply/Maillefer) Boa estabilidade dimensional Adesividade Radiopacidade Baixa solubilidade Boa capacidade seladora Bom escoamento Atividade antibacteriana Biocompatibilidade AH Plus (Dentsply/De trey, Alemanha) Excelente comportamento histológico Tecido cementóide (promove o selamento biológico): aumenta a capacidade seladora da obturação, sela o canal cementário 107 APOSTILA ENDODONTIA Boa capacidade seladora Excelente escoamento Atividade antibacteriana Capacidade adesiva (melhor adesão da guta-percha) Cimento contendo Hidróxido de Cálcio Efeitos biológicos excelentes Não é radiopaco (desvantagem) Não tem boa viscosidade Permeável e solubilizado com o tempo (caso o cimento extravase, ele irá se solubilizar, não perpetuando uma inflamação) Sealapex, CRCS, Sealer 26, Apexit Sealer 26 pode vir na forma de pó + líquido (resina) com presa de 48 a 60h o Não possui medida o Manipular em toda a placa de vidro para que suas partículas sejam quebradas o A consistência ideal é quando forma um fio de 2cm sem quebrar (ao levantar a espátula com o cimento) Considerações sobre os Cimentos endodônticos Não há material ideal Embora não promovam perfeito selamento, reduzem significativamente a microinfiltração de fluidos e bactérias Apresentam citotoxicidade reduzida após a presa São incapazes de induzir e/ou perpetuar a lesão periapical Qual O Momento Ideal Da Obturação? PQM completo: limpeza, desinfecção e modelagem feitas Ausência de exsudação persistente o No momento da obturação, necessariamente, devemos secar o canal. o Se, após a remoção da medicação intracanal, observa-se a drenagem de exsudato pelo canal, esse não deve ser obturado. o Primeiro porque isso sugere que o tratamento não está sendo eficaz no controle da infecção do canal ou está sendo realizado de forma inadequada, causando agressão física (sobreinstrumentação) ou química (uso de substâncias citotóxicas) aos tecidos perirradiculares. o Segundo porque a presença de umidade no canal pode interferir nas propriedades físicas do material obturador, causando deficiências no selamento. o Nesses casos, deve-se: § recapitular o preparo químico-mecânico do canal; § aplicar medicação intracanal com pasta hidróxido de cálcio/paramonoclorofenol canforado (PMCC) o Se a ponta do cone vier suja, quer dizer que ainda há exsudato Ausência de sintomatologia o O paciente não deve apresentar sensibilidade à percussão, sensação de dente “crescido” ou dor espontânea. o Esses fatores indicam que o tratamento endodôntico não está sendo eficaz para eliminar a causa do problema e/ou houve erros de procedimento. o A permanência de bactérias em número considerável no SCR, a sobreinstrumentação e o uso abusivo de substâncias químicas de elevada citotoxicidade são as causas mais comuns de sintomatologia persistente. o A sessão de obturação deve ser adiada nessas circunstâncias. 108 APOSTILA ENDODONTIA o Se houver dor durante os 7 dias, deve-se trocar a medicação e obturar posteriormente Ausência de odor o O canal não deverá ser obturado na presença de odor fétido, pois isso indica a permanência da infecção endodôntica, com proliferação de bactérias, particularmente, as anaeróbias. o O preparo químico-mecânico deve ser revisado, o canal, novamente medicado, e a obturação, adiada para uma sessão posterior. Limite Apical de Obturação Material obturador deve se limitar ao interior do canal dentinário Colocar o material no CRT: 0,5 a 1mm aquém do forame Subobturado = aquém do forame – espaço para recolonização Sobretriturado = além do CRT – toxicidade do material a obturação deve preencher toda a extensão do canal preparado, devendo se localizar, sempre que possível, de 0,5 a 1 mm do ápice radiográfico Obturações muito aquém não são indicadas, uma vez que podem deixar vazio um segmento apical muito extenso, no qual microrganismos inevitavelmente poderão se estabelecer. Limite Cervical Acima: escurece O ideal é que fique 2 a 3mm abaixo do limite amelocementário Clinicamente pode-se avaliar com o teste da pinça Coloca-se uma parte da pinça na câmara pulpar A outra ponta na frente do dente Ao fechar ela tem que descer abaixo do limite amelocementário Selamento Apical Bactérias remanescentes que sobreviveram ao PQM constituem um potencial para o fracasso do tratamento endodôntico no longo prazo. Um dos objetivos da obturação é impedir que tais bactérias tenham acesso mantido ou restaurado aos tecidos perirradiculares. As principais regiões que funcionam como potenciais reservatórios de infecções residuais compreendem istmos, túbulos dentinários, canais recorrentes, canais laterais, canais comunicantes, ramificações apicais, recessos de canais ovais/achatados e reentrâncias do canal principal. A principal forma de suprimento de substratos para bactérias que persistem no canal após o preparo ocorre pela percolação de fluidos oriundos dos tecidos perirradiculares, via forame apical ou ramificações apicais, pelo espaço existente 109 APOSTILA ENDODONTIA entre o material obturador e as paredes do canal, resultante de um selamento inadequado. Uma obturação que proporciona um preenchimento apical satisfatório impede ou reduz a entrada de fluidos teciduais no canal e o tráfego de bactérias e seus produtos para os tecidos perirradiculares. Formação de tecido cementário Selamento Coronário O selamento coronário pode ser tão importante quanto o selamento apical, porque a saliva é capaz de dissolver o material obturador utilizado no tratamento endodôntico, resultando na contaminação bacteriana de todo canal radicular. Ao longo do tempo, bactérias da saliva podem atingir os tecidos em redor do ápice, e, subsequentemente, contribuir para o aparecimento ou manutenção da lesão perirradicular. Canais obturados francamente expostos à saliva por perda da restauração coronária têm o potencial de serem contaminados ou recontaminados principalmente graças à solubilização e/ou à permeabilidade do cimento endodôntico. A exposição da obturação do canal à saliva pode ocorrer nas seguintes situações clínicas: o Perda do selador temporário ou da restauração dentária definitiva; o Microinfiltração através do selador temporário ou da restauração dentária definitiva; o Desenvolvimento de cárie secundária ou recidivante; o Fratura do material restaurador e/ou da estrutura dentária. O selamento provisório não deve permanecer por um período longo (superior a 30 dias). Técnica de Compactação Lateral Colocação sucessiva de cones auxiliares lateralmente a um cone principal bem adaptado e cimentado no canal Para a técnica de Oregon Na técnica protaper, não há necessidade de cones acessórios O espaço para os cones auxiliares comumente é criado pela ação de espaçadores. Em canais radiculares onde se consegue, por meio do movimento de alargamento, um preparo do segmento apical com seção reta transversal circular, qualquer técnica de obturação tende a apresentar resultados semelhantes. Porém, nos casos em que o segmento apical apresentar seções retas transversais irregulares (não circular), devemos, se possível, criar um novo batente apical circular ou empregar a obturação com a manobra do tampão apical. Etapas Prévias Anestesia Isolamento absoluto (todas as etapas da endodontia são feitas sob anestesia) Remoção do selamento provisório Só pode tirar o curativo, com o isolamento Vasta irrigação com hipoclorito Remoção da MIC com instrumento de memória Irrigar até o líquido vir limpo, transparente EDTA 17% 110 APOSTILA ENDODONTIA Agitação por 3min (pode ser feita com o cone ou com o instrumento de memória) É ideal que se faça troca de EDTA (pelo menos 3 vezes), porque ele é uma substância autolimitanteNeutralização EDTA: hipoclorito de sódio (para retirar o EDTA) Seleção do Cone Principal É necessário que o cone passe pelos 3 critérios: Inspeção visual (ver se o cone chegou no comprimento do IM) Apreende-se o cone com uma pinça clínica, introduzindo-o no canal até o CT. Após sua retirada, ele não deve apresentar distorções (resultantes de pressão apical exercida durante a introdução de um cone de diâmetro inferior ao do canal preparado). Se o cone não alcança essa medida, outro de diâmetro imediatamente inferior deve ser testado. A recapitulação do preparo com o último instrumento utilizado em todo o CT e uma abundante irrigação/aspiração podem ser de grande valia na remoção de resíduos existentes no interior do canal que impeçam o avanço apical do cone. Critério tátil (significa o cone estar preso no canal) Uma vez que o cone atinja o CT, o que inicialmente é avaliado de forma visual, ele deve oferecer certa resistência ao deslocamento coronário. A resistência ao deslocamento oferecido pelo cone deve ser tanto no sentido coronário quanto no apical. Assim, o cone que alcança o CT não deve ultrapassar essa medida. Critério Radiográfico O cone é posicionado no canal e o dente radiografado para confirmar a exatidão da seleção. Em dentes com mais de um canal, em cada um deverá ser posicionado o respectivo cone, antes da tomada radiográfica. Nesses casos, recomenda-se no mínimo a realização de uma tomada no sentido ortorradial e outra angulada (mesiorradial ou distorradial, usando a técnica de Clark); na dúvida quanto ao limite apical do cone, a seleção deverá ser individualizada, ou seja, canal por canal. 111 APOSTILA ENDODONTIA A radiografia da prova do cone representa a oportunidade final de avaliação de todas as etapas operatórias, mostrando se o limite apical de trabalho está correto e se ocorreram alterações na forma original do canal radicular. Mostrará também, dentro das resoluções proporcionadas pela técnica radiográfica, o ajuste do cone às paredes do segmento apical do canal Selecionado o cone principal, esse pode ser marcado por uma ligeira pressão com uma pinça clínica na região coincidente com o ponto de referência oclusal/incisal, permitindo que o profissional, no ato da cimentação, facilmente consiga reinseri-lo na extensão desejada. O procedimento de seleção deve ser realizado com o canal umedecido pela solução química auxiliar, permitindo, assim, a lubrificação do canal, à semelhança da que será proporcionada pelo cimento obturador. Após a remoção do cone selecionado do canal, ele é mergulhado em um recipiente contendo hipoclorito de sódio, permanecendo aí até o momento de sua cimentação. O mesmo deve ser feito com os cones acessórios. Antes de colocar o cone, é necessário que ele seja desinfetado. Precisa deixar ele embebido em hipoclorito de sódio por pelo menos 3 minutos. O cone principal é escolhido em função do diâmetro em D0 e da conicidade da haste helicoidal cônica do instrumento empregado no preparo apical do canal radicular. Os cones de guta-percha padronizados nas conicidades 0,02, 0,04 e 0,06 mm/mm, geralmente, são os escolhidos. Os cones de maior conicidade preenchem melhor o espaço do canal preparado, reduzindo o número de cones acessórios empregados na obturação. Cone principal equivalente ao IM. Caso não ocorra: Falha na estandardização Presença de resíduos Dificuldade de adaptação do cone: às vezes o cone pode vir com falhas, por ser um material termoplástico Descontaminação dos cones de guta-percha Cones termolábeis (ou seja, não podem ir para a autoclave) Descontaminação por métodos químicos (NaOCl) Imersão no hipoclorito de sódio a 2,5% ou 5,25% por 3 a 5min 112 APOSTILA ENDODONTIA Após a prova do Cone: Secagem do Canal Aspiração Pontas de papel com diâmetro compatível É importante marcar o CRT nela (caso ela venha com exsudato, remarcar a obturação) Preparo do Cimento Obturador Placa de vidro Espátula metálica flexível Cimento: Instrumento de diâmetro inferior ao IM Cone principal A mistura tem que ficar lisa, brilhante e homogênea Fio de 1,5 a 2,5cm Embeber o cone de guta-percha principal no cimento e colocar no canal, com movimentos de bicada (vai e vem de pequena amplitude para ele ir se espalhando) Espaçadores Função: abrir espaço para colocação de cones auxiliares O espaçador a ser utilizado é o de maior diâmetro, que possa penetrar livremente no canal de 2 a 3 mm aquém do comprimento de trabalho (CT), sem transmitir, durante a obturação, força excessiva às paredes do canal. O espaçador não deve penetrar até o CT, porque pode alterar o selamento apical ou provocar o deslocamento no sentido apical do cone principal de guta-percha. Por isso, os espaçadores devem ser usados com limitadores de penetração. 113 APOSTILA ENDODONTIA Compactação Lateral A compactação do material obturador no interior do canal radicular é fundamental para se alcançar a impermeabilidade a fluidos, impedindo a infiltração bacteriana advinda da cavidade bucal, e para a eliminação do espaço vazio propício à proliferação de bactérias remanescentes. Estando o cone principal de guta-percha ajustado no segmento apical do canal, o avanço do espaçador, em virtude de sua forma cônica, promove a compactação ou a adaptação do material obturador nas paredes do canal radicular propiciando um selamento adequado. O espaçador selecionado é introduzido no canal, lateralmente ao cone de guta-percha principal, utilizando-se movimentos simultâneos de penetração no sentido apical e rotação alternada. Espaçador: avanço 1 a 2mm aquém do CT; rotação alternada Retirada do espaçador seguida de colocação imediata do cone acessório com cimento Intorduzir mais cones Re-obturar Re-instrumentar Procede-se, então, à remoção do espaçador com uma das mãos, inserindo-se imediatamente o cone acessório carregado com cimento no espaço criado. Essa rápida inserção impede a perda do espaço criado, que ocorre por causa do retorno do volume de guta-percha para o interior da cavidade pulpar, o que inevitavelmente dificulta a introdução do cone acessório, que deve possuir diâmetro ligeiramente inferior ao do espaçador. Todos esses procedimentos devem ser repetidos até que o espaçador não penetre mais do que a junção dos segmentos médio e cervical do canal. Em dentes com mais de um canal, repetem-se todos os procedimentos, desde a cimentação dos cones principais. Em determinadas circunstâncias, deve-se realizar as obturações dos canais separadamente. Nesses casos, as entradas dos canais não obturados devem ser bloqueadas com cones de papel absorventes. Compactação Vertical Fina As porções dos cones que se projetam para fora da câmara pulpar são cortadas com instrumento aquecido em sentido lateral, de encontro à parede dentinária na embocadura do canal. Imediatamente depois do corte, realiza-se uma compactação no sentido apical, usando-se um compactador sem aquecimento. A compactação vertical da massa obturadora, plastificada pelo calor do corte, deve ser feita repetidamente. 114 APOSTILA ENDODONTIA Encerrando o processo, executa-se, durante um tempo mínimo de três minutos, a compressão do material obturador com um compactador. Esse procedimento reduz, significativamente, o efeito de sua contração volumétrica e aumenta o contato do cimento com as paredes do canal durante a presa, o que diminui a interface do cimento à dentina radicular. Consequentemente, aumenta-se também o selamento da obturação junto ao segmento cervical do canal radicular. Observa-se então se o limite coronário da obturação está em sentido apical à gengiva marginal. Feitos os ajustes, quando necessário, limpa-se completamente a câmara pulpar com álcool etílico, removendo-se todos os resíduos de material obturador. Esses procedimentosobjetivam prevenir o escurecimento da coroa dentária após a conclusão do tratamento endodôntico. Calcador/Condensador de Paiva Aquecer bem com o maçarico até ficar vermelho Cortar o excesso dos cones com instrumento aquecido Compressão vertical do material obturador com instrumento frio Verifica limite coronário Limpeza da câmara pulpar com bolinha de algodão embebida em álcool Raio-X final: para avaliar o limite cervical da obturação e, se necessário, fazer os devidos ajustes Obturação em Sessão Única X Duas ou Mais Sessões Menor tempo Redução dos riscos de contaminação (dentes polpados) ou de recontaminação (dentes despolpados) que pode ocorrer entre as sessões de tratamento. Em casos de tratamento de dentes com polpa viva (biopulpectomia), o tratamento em sessão única deve ser executado quando o fator tempo, a habilidade do operador, as condições anatômicas e o material disponível assim o permitirem. Nos casos de biopulpectomia, deve-se optar pela obturação imediata do canal radicular após o preparo químico-mecânico, sempre que possível. o Essa conduta baseia-se no fato de o canal estar originalmente livre de microrganismos, desde que a cadeia asséptica tenha sido mantida pelo profissional durante os procedimentos intracanais. 115 APOSTILA ENDODONTIA Em casos de necrose pulpar e de retratamento, principalmente quando houver associação com lesões perirradiculares, o canal deve ser obturado em uma segunda sessão, após a permanência de medicação intracanal com a pasta HPG ou HCX por um período de 7 a 14 dias. Técnica de Cone Único A técnica de obturação com cone único basicamente consiste na “cimentação” de um único cone no canal radicular, usualmente do mesmo diâmetro e conicidade do instrumento de memória usado para o preparo apical e assim adaptado à configuração anatômica do canal preparado Essa técnica depende da colocação de um volume suficiente de cimento a ser inserido no canal, sem a utilização de cones acessórios. O volume e espessura do cimento dependem, assim, da adaptação do cone à configuração do canal radicular e da capacidade de dispersão/preenchimento do canal pelo cimento obturador. Vantagens em relação à compactação lateral Procedimento mais simples e rápido Minimiza as forças apical e lateral exercidas nas paredes dos canais radiculares associadas ao emprego de espaçadores e dos cones acessórios Pode ser uma boa opção em canais curvos ou estreitos, onde a compactação lateral está condicionada pelo menor espaço disponível, permitindo uma maior percentagem de área ocupada por guta-percha Apresenta resultados comparáveis aos de outras técnicas, como a de compactação lateral ou termoplástica. Desvantagens Menor adaptação do cone único nos terços médio e coronário da maioria dos canais. o Isso pode gerar áreas com maior quantidade de cimento do que guta-percha Porosidade nos grandes volumes de obturações com alguns cimentos endodônticos convencionais, por contração de presa e risco de dissolução do cimento Menor área de guta-percha em certas configurações anatômicas, como canais ovais, achatados ou em C Manobra do Tampão Apical Na obturação de dentes com necrose pulpar e reabsorção apical visível radiograficamente, assim como em dentes com rizogênese incompleta, podemos empregar essa manobra para diminuir os riscos de extravasamento de material obturador para os tecidos perirradiculares (sobreobturação). O tampão apical consiste na colocação de um material obturador biologicamente compatível com os tecidos perirradiculares no segmento apical do canal radicular (tampão apical), sendo o restante obturado de forma convencional com guta-percha e cimento endodôntico. O tampão apical é utilizado com objetivos mecânico e biológico. o O objetivo mecânico é atuar como um obstáculo ao extravasamento da guta-percha e do cimento utilizado na obturação do canal 116 APOSTILA ENDODONTIA o O biológico é favorecer a reparação por deposição de um tecido mineralizado junto à área crítica apical Como tampão apical, podemos empregar o hidróxido de cálcio (na forma de pó, cimento ou pasta) ou o mineral trióxido agregado (MTA). 117 APOSTILA ENDODONTIA Planejamento baseado em um diagnóstico Considerações Anatômicas Cíngulo proeminente – projeção dentinária (ombro palatino) Canal normalmente único – se afila até se tornar constrito no ápice Direção da raiz reta 1. Raio -x inicial/diagnóstico 2. Anestesia 3. Isolamento absoluto 4. Cirurgia de acesso 5. Irrigação + exploração 6. Odontometria 7. PQM 8. Obturação 9. Restauração Radiografia Deve ter o mínimo de distorção Uso de posicionadores Abrir o filme e retirando a película Colocar a colgadura em cima do picote Revelador (5 segundos) Água (lavagem intermediária) Fixador (dobro do tempo do revelador) Água Avaliar: lupa, negatoscópio e régua transparente Preparar O Paciente Colocar óculos, babador e touca Anestesia Anestésico tópico fora da bandeja Carpule Tubete de anestésico Agulha Isolamento Arco Perfurador Pinça Palmer Grampos (210 para ICS) Lençol de borracha (isolar apenas o dente a ser tratado – na endo) Barreira Gengival entre o lençol de borracha e o dente TRATAMENTO Endodôntico do Dente 21 118 APOSTILA ENDODONTIA Cirurgia de Acesso 1. Acesso direto em linha reta ao canal radicular 2. Incluir cornos pulpares, saliências e retenções do teto da câmara pulpar 3. Remoção de restaurações defeituosas 4. Preservar o assoalho 5. Conservar a estrutura dentária 6. Acesso através das superfícies linguais e oclusais 7. Remoção de todo o teto da câmara pulpar 8. Tecido cariado deve ser removido por completo Observar a inclinação dos dentes Dica: na radiografia tentar visualizar o comprimento com um stop para chegar na câmara pulpar Preparo do Terço Cervical e Médio Uso das brocas Gates Glidden em baixa rotação Utilizadas no CAD – 4mm Ordem decrescente Lembrar que a Gates só tem 19mm Entra funcionando e sai funcionando 119 APOSTILA ENDODONTIA Odontometria Radiografia inicial para medir o CAD (pontos de referência: borda incisal e limite apical radiográfico) Utilizar lupa e negatoscópio transparente Após isso, utilizar uma lima no CRI (CRI = CAD – 3mm) introduzida no canal e radiografar (lima justa no canal; no mínimo a lima 15) As limas 8 e 10 não devem ser utilizadas Com a lima justa, fazer uma nova radiografia Medir o DAI e somar com o CRI que vai dar o valor do CRD Lembrar que a área de atuação do endodontista é o canal dentinário Comprimento de Trabalho = CRD – 1mm Preparo Químico-Mecânico Todas as limas utilizadas no PQM devem estar no CRT A única lima que trabalha no CRD é a da patência apical, chamada de Instrumento Apical Foraminal (IAF) Objetivos: limpar, ampliar e dar forma cônica Técnica de Oregon Modificada (Coroa-Ápice) para o dente 21 Técnica de Oregon Modificada Utilizar limas em ordem decrescente de diâmetro marcadas no CRT Com movimentos de alargamento e limagem Realizar os movimentos mesmo que a lima não chegue no CRT Quando sentir que a lima está deslizando livremente no canal, passar para a próxima (lembrando de irrigar – aspirar e fazer a patência apical) Fazer isso até a lima chegar no CRT 120 APOSTILA ENDODONTIA A primeira lima que chega no CRT (e tem que ficar folgada no canal) passa a ser chamada de Instrumento Apical Inicial (IAI) A partir do IAI, devemos confeccionar o Batente Apical, para que o material obturador trave nele Para confeccionar esse batente, utilizamos 2 a 3 limas acima do IAI (ordem crescente) Se o IAI foi 50, utilizamos as limas 55, 60 e 70 (marcadas no CRT) Se o IAI for a lima 80, ele também será utilizado para o batente já quenão utilizamos as limas de 3ª série A obturação vai ser baseada no Instrumento Memória (IM) IAF no CRD para remover e limpar a região do forame apical 121 APOSTILA ENDODONTIA Ao final do preparo, teremos feito o canal cirúrgico Medicação Intracanal A glicerina que vem no Callen serve para lubrificar a agulha O Otosporin é colocado em uma bolinha de algodão e inserido na cavidade. 122 APOSTILA ENDODONTIA Obturação dos Canais PQM completo Ausência de exsudato persistente Ausência de sintomatologia Ausência de dor Devemos selecionar 2 materiais: os cones de guta-percha (material em estado sólido) e o cimento endodôntico (material em estado plástico) Guta-percha Cimento endodôntico Placa de vidro Espátula 24 Maçarico Espaçadores digitais Pontas de papel absorvente Calcador de Paiva Algodão 1. Visual (quando o cone principal chega no CRT) 2. Tátil (quando o cone trava no CRT) 3. Radiográfico Pegar o cone principal de acordo com o IM, marcar na régua com a pinça no CRT Introduzir no canal e se chegar até a marca, quer dizer que deu certo Realizar radiografia (chamada de prova do cone) Se o cone não trava, o erro ocorreu na odontometria Irrigação final EDTA 17% - remoção da smear layer Se o PQM foi finalizado, posto EDTA e deixado a medicação intracanal, quando o paciente voltar para obturar, é necessário colocar novamente o EDTA, para remover a MIC e o cimento possa adentrar nos túbulos. Desinfecção dos cones com hipoclorito durante 3 a 5min Após a irrigação final (EDTA + NaOCl), secar com cone de papel absorvente (também de acordo com IM) estéril no CRT (utilizar quantos forem necessários) Preparar o cimento Colocar o cone principal o cimento e introduzir no canal Inserir os cones auxiliares com a ajuda dos espaçadores digitais Cortar os cones com o condensador quente Condensar verticalmente com o condensador frio até o limite de corte (não pode deixar guta- percha na região de coroa) Cortar até 2 a 3mm aquém do limite amelocementário Limpar com álcool ou hipoclorito a cavidade 123 APOSTILA ENDODONTIA Especialidade da Odontologia responsável pelo estudo: Polpa dentária Sistema de canais radiculares Tecidos periapicais Doenças que os afligem Visando a manutenção do dente na cavidade bucal e a saúde dos tecidos periapicais. Etapa das atividades em que se busca obter informações sobre os sinais e sintomas das doenças. Baseada na interpretação ponderada dos dados obtidos Identificação da doença Plano de tratamento Abordagem sistemática Capaz de identificar os sintomas Queixa principal História da doença atual História médica pregressa Apectos relativos à dor Capaz de identificar os sinais Recursos semiotécnicos: Inspeção Inspeção do paciente Observação do gestual e expressão facial Estado de saúde geral Pode-se observar: exoftalmia (distúrbio endócrino), volume na região de tireóide, paciente se arrasta (limitações físicas) Entidades patológicas de origem endodôntica: o Edema o Tumefação o Assimetria facial o Alterações na textura e cor da pele Diagnóstico Em Endodontia 124 APOSTILA ENDODONTIA Inspeção Bucal Devemos observar: Edema Alteração de cor na coroa Presença de cáries Presença de fístulas (parúlide: saída do trajeto fistuloso) Fraturas Síndrome do “dente rachado” o Podemos usar uma solução de azul de metileno que irá marcar a linha da fratura ou utilizar a microscopia operatória Estado das restaurações o Se ela está bem adaptada, desadaptada Se a história clínica e os aspectos semiológicos da dor forem compatíveis com elemento dentário portador de polpa viva, a busca deve ser direcionada a cavidades de cárie, restaurações infiltradas e restaurações recentes, de modo a identificar o elemento dentário causador do processo patológico. A. Parúlide associada ao abscesso apical (ou perirradicular) crônico no elemento dentário 36. B. Radiografia periapical do caso. Palpação É uma manobra que pode ser intra e extrabucal para se aferir o grau de sensibilidade dolorosa do paciente em determinada região. Utilizam-se a ponta do dedo indicador, os dedos indicador e médio, ou também o polegar para palpar a região da face que será examinada, buscando fazê-lo também bilateralmente, estabelecendo, assim, as semelhanças e as diferenças entre os lados direito e esquerdo do paciente, investigando alterações Palpação Apical 125 APOSTILA ENDODONTIA Consiste em se tatear a região apical do elemento dentário examinado, fazendo-o delicadamente com a ponta do dedo indicador, verificando se há resposta dolorosa ou, pelo tato, a presença de alterações patológicas de sua forma Obtenção de dados relativos à sintomatologia, aumento de volume e extensão do processo Devemos observar: Localização, forma, limites/extensão e flutuação Realizada na mucosa vestibular e na região apical dos dentes, com a polpa digital Pode ser digital/bidigital; intraoral/extraoral Percussão (Horizontal E Vertical) Deve ser iniciada com delicadeza, empregando-se, de preferência, também o dedo indicador, percutindo a coroa do dente, investigando-se a resposta à percussão com leves toques com as costas do dedo, horizontal e verticalmente. Se essa manobra resultar negativa, fica, então, indicado lançar mão do cabo do espelho, percutindo a coroa do paciente, perpendicularmente à mesma ou no sentido do seu eixo, sempre de forma delicada, evitando o sofrimento desnecessário do paciente A percussão vertical positiva tem sido associada à inflamação de origem endodôntica, enquanto a dor relacionada com a percussão horizontal diz respeito a alterações periodontais. Avaliação clínica da condição inflamatória da região periapical, além de ser útil na localização do dente responsável pela crise álgica difusa Realizar delicadamente Jamais deve ser feita primeiro no dente suspeito, mas antes nos dentes vizinhos Mobilidade Dentária Procedimento clínico simples, empregando-se dois instrumentos metálicos apoiados com firmeza na superfície dentária ou utilizando um instrumento metálico e um dedo Aplica-se força na tentativa de movimentar o elemento dentário em todas as direções A mobilidade patológica ocorre, com mais frequência, no sentido vestibulolingual 126 APOSTILA ENDODONTIA Dessa maneira, gradua-se a mobilidade do seguinte modo: Grau 1 Ligeiramente maior que a normal Grau 2 Moderadamente maior que a normal Grau 3 Mobilidade grave vestibulolingual e mesiodistal, combinada com deslocamento vertical A presença de mobilidade patológica pode ser causada por diversos fatores: o Perda de suporte ósseo do dente o Sobrecarga dentária o Trauma o Hipofunção do dente o Extensão de um processo inflamatório no tecido gengival ou na região perirradicular, após cirurgia periodontal o Processos patológicos dos maxilares que resultam em destruição do osso alveolar ou das raízes dentárias. Tem sido verificado, também, aumento da mobilidade dentária durante a gravidez, associada a ciclo menstrual ou uso de anticoncepcionais. Sondagem Periodontal Na obtenção de um diagnóstico endodôntico é necessário avaliar a condição da estrutura dos tecidos periodontais. Verifica-se o elemento dentário nas suas proximais, pelo menos em três regiões por vestibular e por lingual, não se esquecendo da região de furca. Presença ou ausência de bolsa periodontal com auxílio de uma sonda milimetrada Espaço profundo (bolsa) anormal que se forma entre a gengiva e o dente, provocada por bactérias que se infiltram na raiz do dente abaixo da gengiva 127 APOSTILA ENDODONTIA Exames Complementares Elementos determinantes para o planejamento Exames radiográficos (são os de maior interesse) Nas Periapicais: avaliação da integridade do contorno radicular, assim como doespaço correspondente ao ligamento periodontal e da lâmina dura e do osso alveolar adjacente, é fundamental. o A incidência radiográfica periapical torna possível, além de uma visão panorâmica do dente, observar a largura, o comprimento e o raio da curvatura radicular o Mostra também alterações ósseas perirradiculares resultantes do comprometimento da polpa dental. As alterações perirradiculares inflamatórias produzem alteração nos tecidos que compõem o ligamento periodontal, determinando seu alargamento, com consequente resposta de esclerose ou rompimento da integridade da lâmina dura do osso alveolar. A Interproximal é interessante para visualizar a altura da câmara pulpar o Mostra a coroa dental e o segmento cervical da raiz o Pode-se observar melhor a relação de proximidade entre a polpa dental e as restaurações ou cavidades cariosas, a deposição irregular de dentina ou calcificações que possam modificar a arquitetura da câmara pulpar, e observar o arco de curvatura do segmento cervical do canal radicular, que define o seu perfil de emergência na câmara pulpar. A oclusal para melhor visualizar e delimitar a área de uma lesão, por exemplo A panorâmica serve para avaliar a extensão e envolvimento da lesão assim como a intimidade dos dentes com acidentes anatômicos Tomografia computadorizada de Feixe Cônico Para melhor investigar as prováveis falhas durante o diagnóstico Exames hematológicos Biópsia Interpretação e cruzamento das informações Nem sempre o confronto das informações é conclusivo 128 APOSTILA ENDODONTIA Testes de vitalidade pulpar esses testes apenas apontam a sensibilidade positiva ou negativa da polpa dental, sem, na verdade, apontar o real estágio da higidez pulpar. Para os testes que envolvem a aplicação de estímulo e resposta dolorosa, deve-se estabelecer um código de resposta ao estímulo aplicado, podendo-se, por exemplo, pedir que o paciente erga a mão esquerda assim que ele sentir qualquer desconforto, solicitando também que ele baixe a mão assim que a dor desaparecer. A resposta ao estímulo doloroso poderá resultar nas seguintes respostas das fibras nervosas sensitivas pulpares: o Dentes normorreativos, com polpa normal, cuja resposta ao estímulo seja semelhante para os elementos dentários saudáveis de determinado paciente, principalmente quando forem comparados elementos dentários vizinhos ou homólogos; o Dentes hiper-reativos, com polpa dentária anormal, em que a resposta ao estímulo doloroso acontece com estímulo de intensidade menor que os dentes vizinhos ou homólogos de determinado paciente; o Dentes hiporreativos, com polpa dentária anormal, que apresentam resposta somente com estímulo doloroso muito superior aos elementos dentários vizinhos ou homólogos, ou mesmo ausência de resposta. Esses dados serão muito importantes para ajudar a chegar ao diagnóstico pulpar. Trabalham com a resposta dolorosa – código de resposta ao estímulo aplicado Um dente saudável submetido ao teste de calor ou de frio, vai responder positivamente, com uma dor estimulada e de curta duração Recursos auxiliares do diagnóstico: tem por propósito avaliar a sensibilidade pulpar e pressupor sua vitalidade Testes Térmicos Da anestesia Da cavidade Pulpar elétrico Da transiluminação Sensibilidade pulpar positiva = dente vivo Sensibilidade pulpar negativa = dente morto 129 APOSTILA ENDODONTIA Os túbulos dentinários são preenchidos com fluido que quando estimulados, causam sintomatologia A mudança de temperatura, o ar, as alterações osmóticas podem induzir os odontoblastos a estimulares as fibras nervosas Sem afirmar o real estágio da higidez pulpar! Fibra nervosa é o último componente da polpa a degenerar, o que pode acusar um falso-positivo em casos de necrose O estímulo jamais deve ser feito primeiro no dente suspeito (antes nos dentes homólogos ou vizinhos) Tempo de aplicação não deve exceder 5 segundos Se houver necessidade de repetição do teste, deve-se esperar pelo menos 5 minutos No caso de aproximar demais do periodonto (gengiva), as fibras nervosas periodontais poderão responder ao estímulo, em vez do dente: falso-positivo Fazer o teste aproximadamente no terço médio, devido a menor espessura amelodentinária e maior volume da câmara pulpar 130 APOSTILA ENDODONTIA Testes Térmicos Pelo Frio: Testes mais precisos e confiáveis na avaliação da vitalidade pulpar Ao realizar esse teste, o profissional usa algum artifício para retirar calor do dente Os fluidos refrigerantes mais utilizados são o butano, o diclorodifluormetano13 e o tetrafluoretano No Brasil, encontram-se marcas comerciais que usam uma mistura de butano e propano (Endo Ice – Maquira®; Endo Frost e Endo Ice F − Coltene®; Endo Test – Wilcos®). É necessário: gás refrigerante, pinça e bolinha de algodão (2 a 3x menor que a coroa do dente, para evitar estimular outros dentes) Técnica do uso do gás refrigerante 1. Isolamento do dente (relativo ou absoluto) 2. Aplicação da substância refrigerante sobre cotonete ou pelota de algodão apreendida com pinça durante 5 segundos, no máximo 3. Em caso de necessidade de repetição, aguardar, pelo menos, 5 minutos. Coloca a bolinha de algodão na vestibular e retira assim que o paciente sentir o incômodo, porém observa-se o tempo que o estímulo leva para cessar. Caso o estímulo cesse na mesma hora que foi retirado o algodão, indica que a polpa está saudável. Caso o estímulo demore para passar, é sinal de alguma inflamação pulpar. 131 APOSTILA ENDODONTIA Começar o deste em um dente saudável e depois ir para o dente suspeito, até para comparar e mensurar o estímulo doloroso Respostas falso-positivas ao teste de sensibilidade pulpar ao frio: o Dentes recentemente traumatizados o Dentes portadores de aparelho ortodôntico o Dentes com coroa protética o Dentes com presença de dentina secundária ou reacional o Permanentes com Rizogênese incompleta e decíduos Testes Térmicos Pelo Calor: O calor é transferido ao dente por intermédio de substância ou instrumento previamente aquecido. Isolamento relativo e vaselina passada no dente (para evitar que a guta fique presa ao dente, alterando o resultado do teste) Usamos guta-percha em bastão Diagnóstico diferencial (vasodilatação) quando já tem dano ao tecido pulpar Técnica da aplicação da guta-percha 1. Para o teste pulpar com o bastão de guta-percha se realiza o isolamento (relativo ou absoluto) do dente 2. Aplica-se um gel isolante na superfície do dente (p. Ex., vaselina), para que a guta-percha não fique aderida ao dente 3. Procede-se ao aquecimento e à plastificação da ponta do bastão de guta-percha em chama e faz- se a aplicação da guta-percha sobre a superfície dentária, enquanto esta ainda estiver brilhosa Teste da Anestesia ou Anestesia Seletiva Emprega-se quando o paciente refere uma dor difusa ou reflexa (dor referida), sem definir o dente responsável. Deve-se anestesiar apenas o elemento dentário suspeito de ser o causador da dor, sem anestesiar o dente suspeito de ser aquele que está refletindo a dor. Se a dor cessar após a anestesia, sua hipótese diagnóstica será confirmada, identificando-se o elemento causador (dente algógeno) e o elemento que somente está refletindo a dor (dente sinálgico). Se a dor cessar, o diagnóstico foi confirmado 132 APOSTILA ENDODONTIA Teste Pulpar Elétrico Utiliza a passagem de corrente elétrica, estimulando diretamente as fibras sensoriais Aparelho para teste elétrico: Pulp Tester Serve exclusivamente para determinar se o dente está vivo ou mortificado Não pode ser usado em pacientes portadores de marca-passo Deve ser feito um isolamento relativo antes do teste A presença de restaurações pode dificultar o teste Transiluminação Consiste em exame com uso de um aparelho dotado de uma fibra óptica, aplicando-seum feixe luminoso intenso no elemento dentário, a fim de se poder diagnosticar, por translucidez do esmalte e da dentina, algumas alterações presentes, como: trincas, fraturas, perfurações, cáries interproximais, reabsorções coronárias e escurecimento da área correspondente à câmara pulpar nas necroses pulpares Aparelho transiluminador ou aparelho fotopolimerizador ou tipo LED Teste da Cavidade Último teste a ser realizado É um teste invasivo no qual se estimula o dente suspeito de ser portador de necrose pulpar sem anestesiá-lo previamente, utilizando-se, para isso, uma broca de alta rotação. Muitas vezes apenas o jato de ar ou a água da seringa tríplice, ou mesmo o ar da turbina de alta rotação, são suficientes para que o paciente acuse a resposta dolorosa, mesmo antes da abertura da cavidade. Se a resposta negativa persistir, deve-se avançar com a cirurgia de acesso, até que a trepanação seja obtida. Confirma a ausência de vitalidade Consiste em realizar a cirurgia de acesso do dente suspeito sem anestesia 133 APOSTILA ENDODONTIA Sede: localizada ou difusa/irradiada Aparecimento: provocada ou espontânea Duração: curta ou longa Frequência: intermitente ou contínua Intensidade: leve, moderada ou severa Alteração na intensidade, compostura ou atitude (dor em decúbito) – aumento da circulação sanguínea para a cabeça Dor ao mastigar Aumento ou diminuição de variações de temperaturas de alimentos Dor permanece apenas alguns segundos após a remoção do estímulo Dor apresenta-se difusa (irradiada) – estágios iniciais do processo inflamatório O frio pode exacerbar o desconforto o As mesmas variações térmicas que exacerbam a dor podem amenizar (ex: bolsa de gelo) Presença de dentina exposta ou restaurações defeituosas: sensíveis ao consumo de alimentos doces ou ácidos Posição de decúbito: início ou exacerbação da sensibilidade dolorosa (devido ao aumento da circulação sanguínea para a cabeça) Dor que se repete semanas de forma constante Dor da lesão perirradicular geralmente é uma manifestação contínua Apresentam desconforto: na mastigação, toque ao dente, compressão.. Métodos que mensuram a circulação sanguínea da polpa e não propriamente a resposta dolorosa Fluxometria Laser Doppler o Registro do fluxo sanguíneo não invasivo e indolor o Aparelho extremamente caro Oximetria de pulso: mensura a saturação de oxigênios 134 APOSTILA ENDODONTIA Polpa viva: circulação sanguínea normal e saturação de oxigênio alta Coroas escurecidas podem conotar mortificação pulpar. Observar restaurações visivelmente infiltradas. Dependendo do quadro sintomático, agudo ou crônico: periodontite apical aguda ou periodontite apical crônica, respectivamente Coroas com translucidez alterada (tonalidade amarelada ou opaco-leitosa) podem caracterizar calcificação difusa, dente 21. Características da dor: assintomática, detectável radiograficamente Coroas rosadas (origem hemorrágica) podem significar dentes traumatizados e conseqüente mortificação pulpar, dependendo se tem dor ou não, agudo ou crônico: periodontite apical aguda ou periodontite apical crônica, respectivamente Mancha rósea dente 11, sugerindo reabsorção interna na coroa (câmara pulpar), devido a cor da polpa ser refletiva através da transparência do esmalte. Características da dor: assintomática, detectável radiograficamente 135 APOSTILA ENDODONTIA Lesões cariosas, inspecionar profundidade, exposição pulpar e associar com as características da dor para determinar o diagnóstico e tratamento adequado Restaurações extensas, inspeção de infiltrações Inspeção de trincas e seu envolvimento pulpar, dente 11 Fratura coronária e seu envolvimento pulpar Abrasão cervical dentária associada a escovação nos dentes 31 e 41. Avaliar o envolvimento pulpar Atrição dentária e seu envolvimento pulpar Observar erosão ou defeito de desenvolvimento no 35 e extensa lesão cariosa no 36, podendo ou não ter exposição pulpar Condição periodontal e seu envolvimento pulpar, por meio dos testes de sensibilidade 136 APOSTILA ENDODONTIA Condição periodontal, observar o dente 26, vista vestibular e palatina e seu envolvimento pulpar, por meio dos testes de sensibilidade Presença ou ausência de bolsa periodontal com auxílio da sonda milimetrada As condições periodontais são importantes para distinguir as lesões de origem endodônticas daquelas de origem periodontal. Os testes de sensibilidade pulpar, juntamente com a sondagem periodontal e as radiografias, são essenciais para essa diferenciação. Se a lesão for de origem periodontal, a polpa dental poderá estar com vitalidade. No caso de mortificada, poderá ser uma lesão associada endodôntica e periodontal conjuntamente, conhecida como endo-perio. 137 APOSTILA ENDODONTIA Estrutura interna do dente Tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e inervado Função: formar dentina (nutre e mantem vitalidade) Complexo tecidual: complexo dentino-pulpar Dentina é um tecido mineralizado de natureza tubular Túbulos dentinários: percorrem toda a extensão da dentina, desde a junção Pulpares: 1. Pulpite reversível 2. Pulpite irreversível 3. Necrose pulpar 4. Pulpite transicional Perirradiculares: 1. Periodontite apical aguda 2. Abscesso perirradicular agudo 3. Periodontite apical crônico 4. Granuloma perirradicular 5. Abscesso perirradicular crônico Nomenclatura diagnóstica recomendada pela AAE/ABE (2013) Diagnóstico pulpar Diagnóstico apical Polpa normal Tecidos apicais normais Pulpite reversível Periodontite apical sintomática Pulpite irreversível sintomática Periodontite apical assintomática Pulpite irreversível assintomática Abscesso apical crônico Necrose pulpar Abscesso apical agudo Previamente tratado Osteíte condensante Terapia previamente iniciada Recomendamos o termo perirradicular, em vez de apical, porque ele abrange não somente as lesões na região apical ou periapical (certamente as mais comuns), mas também as lesões inflamatórias que afetam a porção lateral da raiz ou a área de furca. alterações Pulpares e Perirradiculares 138 APOSTILA ENDODONTIA A polpa está livre de sinais e sintomas e responderá positivamente aos testes pulpares térmicos e elétrico, reagindo aos estímulos com resposta dolorosa de intensidade compatível com a excitação provocada. Não exibe nenhum sintoma espontâneo Responde aos testes: os sintomas serão brandos, não causando nenhum desconforto ao paciente e resultando em sensação transitória (desaparece em segundos) As manobras de palpação apical e percussão de um dente com polpa normal resultam em resposta negativa. Radiograficamente, nenhuma evidência de reabsorção, cárie ou exposição pulpar mecânica Pode ser causada por agressão tecidual: o Bactérias o Agressões químicos o Trauma A dor inflamatória causa aumento da pressão dos tecidos Ocorre aumento da vasodilatação local Aumento da permeabilidade capilar, causando edema e comprimindo as terminações nervosas Pode ser influenciada por 2 fibras nervosas: delta A e Tipo C Mielínica Amielínica Rápida condução Fibra periférica Ela que é estimulada pelo teste do frio Lenta condução ao estímulo Baixo limiar de excitabilidade Alto limiar de excitabilidade Dor aguda, provocada, rápida e de curta duração Dor aguda, espontânea de origem pulpar severa e difusa Dor rápida Dor lenta e lancinante Inflamação leve Inflamação progredindo 139 APOSTILA ENDODONTIA No Teste Do Frio (Estimulação Das Fibras Delta A) Vasoconstrição Vasoconstrição Diminuição da pressão interna Diminuição da pressão interna Resposta imediata de dor Alívio (estágios avançados) ou estímulo da dor (estágios iniciais) No Teste Do Calor (EstimulaçãoDas Fibras Tipo C) Vasodilatação Vasodilatação Aumento da pressão interna Aumento da pressão interna Resposta tardia de dor (estimulam fibras nervosas de condução lenta) Resposta imediata de dor Leve alteração inflamatória da polpa (inflamação de fase inicial) Reparação tecidual Apresenta uma sintomatologia provocada de resposta um pouco mais intensa que na polpa normal. Macroscopicamente, se fosse possível observar a polpa inflamada reversivelmente, seu aspecto seria: o Sangramento não abundante cm coloração vermelho vivo e brilhante o Polpa com consistência e resistente ao corte A dor oriunda da estimulação de fibras delta A é resultado da hidrodinâmica do fluido dentinário Levando a uma redução do limiar de fibras delta A e uma hipersensibilidade O desconforto pulpar é experimentado quando um estímulo, como frio ou doce, é aplicado, havendo o aparecimento de uma dor brusca, que tenderá a desaparecer poucos segundos após a sua remoção. Assim, a dor nesses casos é sempre provocada e nunca espontânea. A radiografia periapical assemelha-se à de um dente com polpa normal. A remoção de tecido cariado e restauração apropriada leva à completa remissão dos sintomas evidenciados. 140 APOSTILA ENDODONTIA Diagnóstico: Sintomatologia Exame radiográfico Inspeção clínica Percussão e palpação Teste de vitalidade Tratamento Sinais e Sintomas Usualmente assintomática Dor aguda, rápida, localizada e fugaz, de natureza provocada Queixa mais comum: dor ao frio ou ao comer doces Inspeção Restauração ou lesão de cárie extensa Não há exposição pulpar Testes pulpares Frio e calor: positivo e de curta duração Perirradicular: negativo Tratamento: Conservador Remoção de cárie ou da restauração defeituosa (e/ou extensa) Capeamento pulpar indireto Prognóstico favorável para o dente e para o tecido pulpar A polpa é exposta: fica estabelecida uma área de contato direto com os microrganismos A remoção dos irritantes não é suficiente para reverter o quadro Sem eliminar o agressor, progride para necrose (lenta ou rápida) Em alguns casos, a pulpite irreversível pode se instalar mesmo sem exposição da polpa à cavidade oral Macroscopicamente, quando acessada, a polpa demonstra: o Sangramento discreto com ausência de hemorragia o Coloração vermelho escuro e opaco o Consistência pastosa ou liquefeita e sem resistência ao corte Trata-se de um diagnóstico com base em achados subjetivos e objetivos de que a polpa inflamada vital é incapaz de se recuperar e retornar à sua higidez após a remoção dos fatores que levaram a essa condição inflamatória sendo indicado o tratamento endodôntico não conservador: pulpectomia ou, quando indicada, a pulpotomia 141 APOSTILA ENDODONTIA Sinais e Sintomas Usualmente sintomática ESTÁGIO INTERMEDIÁRIO: Dor Provocada, aguda e localizada Persiste por um longo período de tempo após a remoção do estímulo e o paciente ainda localiza o dente Uso de analgésicos pode ou não ser eficaz ESTÁGIO AVANÇADO: Dor pulsátil, excruciante, lancinante, contínua e espontânea A dor passa a ser difusa ou reflexa O emprego de analgésicos geralmente não apresenta eficácia Inspeção Restauração ou lesão de cárie extensa Exposição pulpar: origem microbiana ou traumática Radiograficamente Lesões cariosas e/ou restaurações extensas, geralmente sugerindo exposição pulpar O espaço do ligamento periodontal apresenta-se normal ou, algumas vezes, ligeiramente espessado Testes pulpares FRIO: Estágios iniciais: positivo Estágios mais avançados: geralmente não há resposta positiva (perda de atividade por hipóxia e degeneração das fibras delta A) Casos sintomáticos: pode causar alívio da dor (efeito vasoconstritor e anestésico) CALOR: Resultado positivo Nos casos sintomáticos, a aplicação de calor exacerba a dor Teste da cavidade: geralmente positivo Perirradiculares: pode ser negativa ou positiva Tratamento: Endodôntico convencional Geralmente não necessita de medicação sistêmica As características podem incluir: o Dor aguda após estímulo térmico (demorando a cessar após a remoção do estímulo, geralmente 30 segundos ou mais) o Dor espontânea (dor não provocada) 142 APOSTILA ENDODONTIA o Dor irradiada (também chamada dor referida ou dor reflexa) Em algumas situações, o paciente pode relatar aumento da dor com aplicação de frio e seu alívio quando entra em contato com uma substância quente. Outras vezes, é o contrário que ocorre (alívio com frio e dor com o quente), o que já foi atribuído ao fato de a fase de pulpite irreversível ser inicial ou tardia, mas o que se pode concluir, clinicamente, é que ambas caracterizam a necessidade de uma intervenção com remoção total ou parcial da polpa envolvida A dor experimentada nesse quadro é importante, podendo ser paroxística, ou seja, uma dor excruciante considerada a de maior intensidade no curso da inflamação pulpar § O paciente pode relatar dor em determinadas mudanças posturais, como dor em decúbito (quando se deita) ou ao curvar-se § O uso de analgésicos e/ou anti-inflamatórios costuma não surtir o efeito desejado § As causas mais frequentemente observadas estão relacionadas com cáries profundas, restaurações extensas ou, ainda, fraturas com exposição pulpar. Em dentes de pacientes jovens, a inflamação crônica da polpa pode resultar na formação de um pólipo, condição conhecida como pulpite hiperplásica. Caracterizada pela proliferação de um tecido polipoide que se projeta a partir da câmara pulpar O pólipo formado, usualmente, torna-se epiteliado, uma vez que as células epiteliais descamadas da mucosa oral são adsorvidas à superfície do tecido granulomatoso, o que contribui para a redução da sensibilidade desse tecido pulpar exposto Assintomático Pacientes jovens com ápice aberto, a inflamação se prolonga e pode se apresentar com ou sem dor Proliferação de um tecido granulomatoso Remoção do pólipo com uma cureta Como consequência da cárie não removida ou outros agentes causadores das alterações pulpares, ocorre necrose e, então, infecção pulpar Caracterizada pelo somatório de alterações morfológicas que acompanham a morte celular em um tecido Dependendo da causa, pode ser classificada como: 143 APOSTILA ENDODONTIA Necrose De Liquefação Tipo mais comum Resulta da ação de enzimas hidrolíticas, de origem bacteriana e/ou endógena (neutrófilos), que promovem a destruição tecidual Necrose de Coagulação Lesão traumática Interrupção do suprimento sanguíneo pulpar (rompimento do feixe vasculonervoso que penetra pelo forame apical), ocasionando isquemia tecidual. Necrose Gangrenosa Tecido que sofreu necrose de coagulação e foi invadido por bactérias que promovem a liquefação Quadro em que será necessário o tratamento endodôntico radical A necrose do tecido pulpar está associada à presença de microrganismos, mesmo nos casos em que a causa da necrose teve origem em fatores não microbianos, como o traumatismo dental Em resposta à agressão e à necrose da polpa dental, o organismo desencadeia processos inflamatórios agudos ou crônicos de defesa na região perirradicular Podendo resultar na formação de cistos e granulomas perirradiculares e, eventualmente, no surgimento de coleções purulentas (abscessos) O aspecto radiográfico de dentes com necrose pulpar variará desde situações em que ainda existirão os padrões de normalidade, passando pelos quadros de espessamento do espaço do ligamento periodontal, podendo ser identificadas as chamadas lesões perirradiculares. Sinais e Sintomas Usualmente assintomática Dor: episódio prévio Inspeção Presença de cáries e/ou restaurações extensas Alteração de cor (escurecimento da coroa, que pode estar relacionado a algum trauma) Testespulpares Frio e calor: negativos Perirradicular: negativo (necrose confinada no canal) Tratamento: Endodôntico convencional Uso de medicação intracanal 144 APOSTILA ENDODONTIA Dinâmica dos processos patológicos pulpar e perirradicular tendo como início um processo de cárie. Tecidos apicais normais não apresentam resposta dolorosa ao teste da percussão e palpação e radiograficamente a lâmina encontra-se intacta, bem como o espaço periodontal está uniforme. Assim como no caso dos testes pulpares, o exame de palpação e percussão deve ser comparativo, iniciando-se por dentes cuja resposta esperada seja a normal. Não exibe sintomatologia O dente responde normalmente aos testes de percussão e palpação Radiograficamente, revela integridade da lâmina dura e do espaço do ligamento periodontal em torno dos ápices de todas as raízes Pulpite reversível. À medida que a cárie avança na dentina em direção à polpa, aumenta a gravidade do processo inflamatório pulpar. Pulpite irreversível. Após exposição pulpar por cárie, a agressão exercida diretamente por microrganismos é intensa e gera inflamação grave e irreversível. Pulpite irreversível e necrose parcial. A infecção avança no canal em direção apical. Necrose e infecção de praticamente toda a polpa radicular, como resultado do avanço apical dos eventos compartimentalizados de agressão, inflamação, necrose e infecção. Estabelecida a infecção na porção apical do sistema de canais radiculares. 145 APOSTILA ENDODONTIA Quando a agressão é persistente e não se resolve pela mobilização dos mecanismos inespecíficos de defesa do hospedeiro, instala-se um processo crônico Se a resposta imunológica não consegue eliminar o agente agressor, ela consegue controlá-lo, confinando-o ao local da agressão. Na persistência do estímulo agressor, as próprias respostas de defesa do hospedeiro, específicas ou inespecíficas, podem gerar o dano tecidual. Abrange: o Lesões na região periapical (mais comuns) o Lesões inflamatórias de origem endodôntica que afetam a porção lateral da raiz ou a área de furca Em alguns casos, a lesão perirradicular pode se desenvolver mesmo antes de os processos de necrose e infecção atingirem o forame apical O desenvolvimento da lesão perirradicular está relacionado: o A respostas imunes inata e adaptativa contra infecção intrarradicular o Na tentativa de conter a propagação da infecção ao osso e outros locais do corpo Geralmente é caracterizada por reabsorção óssea, que permite ao osso recuar estrategicamente para longe da zona infectada, sendo substituído por um tecido inflamado. As principais alterações patológicas que acometem a polpa e os tecidos perirradiculares são de natureza inflamatória e de etiologia infecciosa A inflamação é a principal resposta da polpa e dos tecidos perirradiculares a uma gama variada de estímulos que causam lesão tecidual A intensidade da resposta inflamatória irá variar conforme o tipo de agressão e, principalmente, a sua intensidade Uma vez que a agressão rompe a integridade tecidual, a resposta inflamatória visa localizar e preparar os tecidos alterados para a reparação da região afetada. 146 APOSTILA ENDODONTIA Formas de agressão física (mecânica ou térmica) e química à polpa e aos tecidos perirradiculares. A. Preparo cavitário (agressão mecânica e térmica). B. Sobreinstrumentação (agressão mecânica). C. Sobreobturação (agressão mecânica e química). D. Materiais restauradores temporários ou definitivos (agressão química). E. Ataque ácido da dentina e/ou polpa (agressão química). Se a agressão proveniente da infecção do canal radicular for de alta intensidade, uma lesão perirradicular sintomática se estabelece, podendo evoluir para um abscesso agudo. Se a agressão proveniente da infecção do canal radicular for reduzida pelas defesas do hospedeiro, o quadro cronifica. 147 APOSTILA ENDODONTIA Se a agressão proveniente da infecção do canal radicular for originalmente de baixa intensidade ou for reduzida pelas defesas do hospedeiro, o processo crônico se estabelece e pode levar à reabsorção óssea com a formação de um granuloma e posteriormente um cisto. Inflamação do periodonto apical, em que ocorrem sintomas clínicos de dor à mordida e/ou percussão e palpação apical. Processo degenerativo pulpar: resposta gravemente dolorosa à percussão/palpação e tratamento de canal faz-se necessário. Quando acompanhada de necrose pulpar, as respostas aos testes pelo frio, quente e elétrico são negativas; Restaurações com sobrecontornos oclusais, pontos de contato oclusais prematuros, maloclusões e forças ortodônticas excessivas podem desencadear o seu aparecimento, mesmo com a vitalidade e higidez pulpar (a remoção dos fatores desencadeadores nesses casos levará à remissão total do quadro) Por outro lado, a sobreinstrumentação de canais além da região foraminal, a extrusão de debris, restos necróticos e microrganismos, além da injeção incidental, via forame, de substâncias químicas irritantes, são fatores que podem levar ao aparecimento do quadro de periodontite apical sintomática. Sinal característico e patognomônico: sensação de “dente crescido” o o ligamento periodontal inflamado leva a uma discreta extrusão do elemento, produzindo tal desconforto, no qual o paciente mal consegue tocar o dente com seu antagônico. Agressão (bactérias) de alta intensidade Resposta inflamatória aguda no ligamento periodontal (PAA) Aumento da permeabilidade vascular, gerando edema e pressão hidrostática tecidual O edema comprime as fibras nervosas, causando dor. Espessamento Do Espaço Do Ligamento Periodontal 148 APOSTILA ENDODONTIA Sinais e Sintomas Dor intensa, espontânea e localizada Extrema sensibilidade ao toque do dente Sensação de dente crescido Mastigação usualmente provoca ou exacerba a dor Inspeção Radiograficamente, espessamento do ELP apical Testes pulpares Frio e calor: negativos Perirradicular: positivo ou negativo (depende da extensão da resposta inflamatória) Tratamento: Conservador Endodôntico convencional Medicação intracanal Exsudato controlado O quadro costuma ser doloroso, pela pressão do pus e tumefação dos tecidos moles, frequentemente acompanhadas de manifestações sistêmicas, como prostração, febre, infartamento ganglionar, podendo haver trismo. O inchaço existente pode ser intra e/ou extrabucal e a infecção poderá progredir para a cortical ou espaços medulares do osso – o que caracteriza a osteomielite – ou se difundir pelos tecidos moles como uma celulite, sendo notadamente grave a angina de Ludwig, um tipo de celulite de tecidos moles com risco de morte envolvendo três compartimentos no assoalho da boca, incluindo os espaços submentuais, sublinguais e submandibulares bilateralmente. Resposta inflamatória não consegue eliminar o agente agressor ou reduzir a intensidade da injúria, o que leva a uma exacerbação do processo inflamatório. Inflamação purulenta (bactérias altamente virulentas associadas a infecção), levando a um APA Duração do processo agudo: 72 a 96h – eficaz em reduzir a agressão bacteriana – destruição da arquitetura tecidual A disseminação da infecção para espaços anatômicos da cabeça e do pescoço pode provocar quadros clínicos graves, inclusive com risco de vida. Abscessos são cavidades circundadas por paredes de tecido fibrótico ou de granulação, que contêm pus em seu interior. O aspecto radiográfico dos abscessos apicais dependerá do tempo de evolução do caso, podendo apresentar um espessamento do espaço periodontal e/ou uma imagem perirradicular difusa, mal definida, nesse caso com perda da continuidade da lâmina dura. Poderá também ocorrer o aspecto radiográfico da lesão crônica original, com ou sem radiolucidez difusa associada 149 APOSTILA ENDODONTIA Classificação Quanto A LocalizaçãoDa Coleção Purulenta FASE INICIAL - ÁPICE RADICULAR Restrito ao espaço anatômico apical Aumento gradativo do exsudato purulento: compressão dos tecidos da região Percussão e palpação: exarceba a dor Extrusão e mobilidade dentária Ausência de edema Radiografia normal FASE EM EVOLUÇÃO – REGIÃO SUBPERIÓSTEA Aumento da coleção purulenta no ápice radicular e disseminação para os espaços medulares do osso alveolar – pus na cortical óssea Edema intra e/ou extracelular difuso, sem ponto de flutuação Febre e prostração Exacerbação da dor pela palpação e percussão FASE EVOLUÍDA – REGIÃO SUPRAPERIOSTEAL (REGIÃO SUBMUCOSA) Exsudato purulento rompe o periósteo e o pus invade o espaço submucoso Edema intra e/ou extraoral com ponto de flutuação Febre e prostração Drenagem cirúrgica (cutânea ou mucosa) Dreno para manter aberta a via de drenagem Pode haver destruição óssea perirradicular Tumefação associada a abscesso perirradicular agudo. A. Intraoral, neste caso específico, localizada no palato e associada a abscesso no incisivo lateral superior. B. Extraoral. 150 APOSTILA ENDODONTIA Sinais e Sintomas Não responde bem ao uso de analgésicos Dor espontânea, pulsátil, lancinante e localizada Pode ou não apresentar evidências de envolvimento sistêmico Tumefação intra e/ou extraoral pode estar presente Inspeção Radiograficamente, espessamento do ELP apical: Resultado do edema que causa uma ligeira extrusão do dente do alvéolo Extensão direta da necrose e da infecção pulpar: agudização de um granuloma ou cisto: observa-se a presença de destruição óssea perirradicular (área radiolúcida) Mobilidade dentária e ligeira extrusão dentária Testes pulpares Frio e calor: negativo Em raras ocasiões, os testes de calor e elétrico podem oferecer falsos resultados, em virtude da presença de líquido no canal oriundo da necrose por liquefação Os testes de frio e de cavidade são os mais seguros Perirradiculares (percussão e palpação): positivo Deve ser realizado com extrema cautela, pois a sensibilidade pode ser exagerada Tratamento: Drenagem da coleção purulenta com eliminação do agente agressor A drenagem é feita via canal radicular e/ou incisão da mucosa O canal deve ser limpo e desinfetado, preferencialmente na consulta de emergência Medicação intracanal Tratamento endodôntico 151 APOSTILA ENDODONTIA Vias De Disseminação E Drenagem Do Abscesso O abscesso irá se disseminar por áreas de menor resistência e a proximidade do ápice com a cortical óssea também irá ditar se a tumefação será por vestibular ou lingual/palatina. DENTES INFERIORES, CORTICAL VESTIBULAR A via de disseminação poderá ser o fundo do vestíbulo mandibular, se o ápice do dente envolvido estiver localizado acima da inserção do músculo bucinador (dentes posteriores) ou mentoniano (dentes anteriores) DENTE ANTERIOR INFERIOR, CORTICAL VESTIBULAR A via de disseminação poderá ser o espaço mentoniano, se o ápice do dente envolvido estiver localizado abaixo da inserção do músculo mentoniano DENTE ANTERIOR INFERIOR, CORTICAL LINGUAL A via de disseminação poderá ser o espaço submentoniano, se o ápice do dente envolvido estiver localizado abaixo da inserção do músculo milo-hióideo DENTES INFERIORES, CORTICAL LINGUAL A via de disseminação poderá ser o espaço sublingual, se o ápice do dente envolvido estiver localizado acima da inserção do músculo milo- hióideo DENTES POSTERIORES INFERIORES, CORTICAL LINGUAL A via de disseminação pode ser o espaço submandibular, se o ápice do dente envolvido estiver localizado abaixo da inserção do músculo milo-hióideo Se os espaços submentoniano, sublingual e submandibular forem envolvidos ao mesmo tempo, o quadro é denominado angina de Ludwig, que ainda pode avançar para os espaços faríngeo e cervical, resultando em obstrução das vias aéreas e em risco à vida Os segundos e terceiros molares inferiores também podem drenar para o espaço pterigomandibular. Infecções resultantes da anestesia troncular do nervo alveolar inferior também podem atingir esse espaço. DENTES POSTERIORES SUPERIORES, CORTICAL VESTIBULAR A via de disseminação poderá ser o fundo de vestíbulo, se o ápice do dente envolvido estiver localizado abaixo da inserção do músculo bucinador DENTES SUPERIORES, CORTICAL PALATINA A via de disseminação poderá ser o palato. Os dentes comumente envolvidos são o incisivo lateral superior, o primeiro pré-molar superior e os molares superiores (raiz palatina). INCISIVO CENTRAL SUPERIOR, CORTICAL VESTIBULAR A via de disseminação poderá ser a base do lábio superior, se o ápice do dente envolvido estiver localizado acima da inserção do músculo orbicular da boca. CANINO E PRIMEIRO MOLAR SUPERIORES, CORTICAL VESTIBULAR A via de disseminação poderá ser o espaço infraorbitário ou canino, se o ápice do dente envolvido estiver localizado acima da inserção do músculo levantador do ângulo da boca 152 APOSTILA ENDODONTIA Consiste na inflamação e na destruição do periodonto apical de origem pulpar, e, nesses casos, não há dor ou ela é muito discreta Quadro relacionado a dentes portadores de necrose pulpar A lesão perirradicular assintomática em fase inicial, se não tratada, pode evoluir para a formação do granuloma, que é caracterizado por reabsorção óssea e substituição do osso reabsorvido por um tecido mole com inflamação crônica. No exame radiográfico, manifesta-se a radiolucidez apical. Resposta inflamatória associada a PAA é eficaz na redução da intensidade da agressão A resposta cronifica, resultando em um PAC Se o agente agressor for incialmente de baixa intensidade, a inflamação crônica no ligamento periodontal pode se estabelecer sem ser precedida por uma resposta inflamatória aguda Patologia perirradicular mais comumente encontrada A partir do momento que há reabsorção óssea detectada na radiografia ou na tomografia computadorizada de feixe cônico, e na ausência de sintomas, uma lesão perirradicular assintomática está estabelecida. Infiltrado inflamatório crônico com elementos de reparação (tecido granulomatoso que substitui o osso reabsorvido) Na periferia (circunscrevendo a lesão): cápsula (fibras colágenas) No granuloma, após o tratamento endodôntico, o granuloma começa a reduzir e há formação óssea na área (por isso que é necessário acompanhar o caso depois) Detectada radiograficamente: quantidade suficiente de osso é reabsorvida Sinais e Sintomas Assintomático (episódios prévios de dor) Presença de cárie profunda ou de restauração extensa associada ou não a cárie reicidivante O ELP encontra-se normal ou espessado Testes pulpares Frio e calor: negativos Perirradiculares: negativos Tratamento: endodôntico convencional com uso de MIC 153 APOSTILA ENDODONTIA Sinais e Sintomas Usualmente assintomático Presença de cárie profunda ou de restauração extensa O dente pode apresentar escurecimento Testes pulpares Frio e calor: negativos Perirradicular: negativo Radiograficamente Principal elemento do diagnóstico Área radiolúcida associada ao ápice radicular ou lateralmente a raiz, bem circunscrita com perda da integridade da lãmina dura Cárie e/ou restauração extensa Tratamento: Conservador Não é necessária uma cirurgia perirradicular (paraendodôntica) Sempre originado de um granuloma, que se tornou epiteliado Mantida a causa, que é a infecção situada no interior do sistema de canais radiculares, a proliferação epitelial assume maiores proporções, gerando lojas no interior das aglomerações de células epiteliais. Está formado o cisto perirradicular. Nem todo granuloma necessariamente progride para cisto Resultado de uma infecção endodôntica de longa duração Cisto consiste em uma cavidade patológica que contém material fluido ou semissólido,composto principalmente por células epiteliais degeneradas Sinais e Sintomas Assintomáticos Encontra associado a uma drenagem intermitente ou contínua (fístula intra ou extraoral) Presença de cárie profunda ou de restauração extensa 154 APOSTILA ENDODONTIA Testes pulpares Frio e calor: negativo Perirradicular: negativo Tratamento: Endodôntico convencional Cirurgia perirradicular Acompanhar o paciente para ver se o granuloma reduz, se não reduzir quer dizer que virou um cisto e aí é necessária a cirurgia perirradicular para remover a lesão Resulta do egresso gradual de irritantes do canal radicular para os tecidos perirradiculares, com consequente formação de exsudato purulento no interior de um granuloma/cisto. Também pode se originar da cronificação do abscesso perirradicular agudo. Sua característica clínica principal é a presença de fístula. O conteúdo purulento não fica confinado, sendo eliminado pela via de menor resistência Pode se originar da cronificação do APA Sinais e Sintomas Dor intensa, espontânea e localizada Extrema sensibilidade ao toque do dente Sensação de dente crescido Mastigação usualmente provoca ou exacerba a dor Inspeção Achados radiográficos: Área de destruição óssea perirradicular Os limites da área radiolúcida podem não ser bem definidos Cáries e/ou restaurações profundas Testes pulpares Frio e calor: negativo Perirradicular: positivo ou negativo (depende da extensão da resposta inflamatória) Tratamento: Endodôntico convencional 155 APOSTILA ENDODONTIA A. Fístula intraoral. B. Fístula extraoral. Um cone de guta-percha foi introduzido na fístula para seguir seu trajeto e indicar o dente responsável (fistulografia). Fístula ativa ou não, usualmente localizada ao nível da mucosa alveolar Fistulografia (rastreamento radiográfico de fístulas) Quando o paciente apresenta uma fístula cuja origem precise ser esclarecida, pode-se introduzir um cone de guta-percha delicadamente através do trajeto fistuloso, desde sua saída (parúlide) até o ponto em que encontre resistência Uma radiografia será então realizada, e o dente responsável, detectado, identificando-se também a sua causa. Mudanças da microbiota Queda da resistência do hospedeiro Invasão bacteriana na região periapical Diagnóstico diferencial: presença radiograficamente de lesão periapical Abscesso fênix 156 APOSTILA ENDODONTIA \o\oo\\\o\\\\\\o\\\o\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ \\\o\oo\\o\\\\\\\\\oo\oo\oooo\\\o\o\\\\\\\\\\\\ Definida como um evento fisiológico ou patológico decorrente, principalmente, da ação de células clásticas ativadas, sendo caracterizada pela perda progressiva ou transitória de cemento ou cemento e dentina. Os tecidos mineralizados do dente não são normalmente reabsorvidos, enquanto o osso é continuamente remodelado. Fenômeno estritamente local e podem ser induzidas por fatores traumáticos e/ou infecciosos. Os tipos de traumatismos mais envolvidos são: o Luxação lateral o Intrusão o Avulsão seguida de reimplante o Fratura radicular o Fratura coronária (com lesão de luxação). A necrose pulpar associada a lesões perirradiculares, assim como os movimentos ortodônticos intempestivos, dentes impactados, traumatismo oclusal ou tecido patológico (cistos ou neoplasias), também são relacionados como fatores etiológicos das reabsorções dentárias. Quando um traumatismo dentário ocasiona ruptura do feixe vasculonervoso apical de um elemento dentário, a polpa entra em necrose e as bactérias presentes na saliva ou no sulco gengival REABSORÇÃO Dentária 157 APOSTILA ENDODONTIA poderão invadir e colonizar a cavidade pulpar através de túbulos dentinários que possam estar expostos à cavidade bucal ou ao sulco gengival O traumatismo poderá acarretar o aparecimento de micro e macrofissuras de esmalte, que também funcionam como vias para a invasão bacteriana Além da injúria traumática que representa o fator desencadeante, a infecção pulpar que representa o fator de manutenção poderá perpetuar a reabsorção dentária de natureza inflamatória. A reabsorção de um dente permanente poderá ser decorrente de traumatismo dentário; de um processo inflamatório crônico do tecido pulpar e/ou periodontal; ou, ainda, ser induzida por meio da pressão exercida pela movimentação ortodôntica dentária, neoplasias ou devido à erupção dentária. Na patologia das reabsorções dentárias, normalmente há envolvimento pulpar, periodontal ou pulpo- periodontal. Osteoclastos o Essa célula participa do processo de remodelação óssea, por reabsorver osso o A diferenciação anormal ou redução no número de osteoclastos pode resultar em osteosclerose o O excesso de atividade osteoclástica incluem osteoporose, artrite reumatóide, mieloma múltiplo, metástase de câncer, doenças periodontais e lesões perirradiculares. As atividades osteoblástica e osteoclástica são processos fisiológicos normais do tecido ósseo, o qual sofre reabsorção e aposição, como parte de um processo contínuo de remodelação. Os tecidos mineralizados dos dentes permanentes não sofrem remodelação e, portanto, não são normalmente reabsorvidos. Eles são protegidos, na superfície radicular, pelo pré-cemento (cementoide) e por cementoblastos e, na cavidade pulpar, pela pré-dentina e por odontoblastos A perda da integridade da camada de odontoblastos e cementoblastos que reveste a pré-dentina e o pré-cemento, respectivamente, causada mecânica ou quimicamente, permite o acesso de células clásticas ao tecido mineralizado e predispõe à reabsorção. Cemento Tecido semelhante ao osso; Mais resistente ao processo reabsortivo Apenas o terço apical da raiz dental é recoberto por cemento celular, onde estão 158 APOSTILA ENDODONTIA situados os cementócitos, enquanto o restante da raiz é recoberta por cemento acelular. Entre a camada de cemento periférica e a dentina radicular, encontra-se uma camada de cemento intermediária que parece ser mais hipercalcificada que a dentina adjacente e o cemento periférico. As possíveis razões para o cemento ser significativamente menos afetado por reabsorção do que o osso incluem: o Presença de pré-cemento. o Restos epiteliais de malassez podem, de alguma forma, proteger o cemento contra reabsorção. o Cementoblastos formam uma camada que reveste a superfície radicular e podem também exercer papel protetor por não responderem a estímulos reabsortivos como o fazem as células que revestem o osso. o Ausência de vascularização do cemento. Osteoclasto para a célula capaz de reabsorver osso e odontoclasto para a que reabsorve o dente. O osteoclasto pode existir em dois diferentes status funcionais – o móvel e o reabsortivo Em função da superfície dentária afetada em: Reabsorções externas: quando se iniciam na superfície radicular externa; Reabsorções internas: quando se iniciam nas paredes da cavidade pulpar Reabsorções internas – externas (perfurantes): quando o processo reabsortivo se estabelece nas superfícies radiculares externas e internas, ocorrendo a comunicação entre as áreas de reabsorção. o Nesses casos, geralmente, não é possível identificar em que superfície dentária iniciou-se o processo de reabsorção. Pode iniciar-se em qualquer ponto da superfície radicular nos dentes erupcionados completamente. No exame radiográfico; fica mantido o contorno da cavidade pulpar, havendo superposição do canal radicular sobre a área irregular da reabsorção externa Os tecidos mineralizados dos dentes permanentes não são normalmente reabsorvidos A superfície radicular é protegida pelo pré-cemento ou cementoide e pela camada de cementoblastos. As camadas de cementoblastos e pré-cemento são sensíveis a pequenas agressões físicas, químicas ou biológicas que poderão danificá-las, removendo-as ou acelerandoa mineralização do pré- cemento. Estes eventos expõem áreas de cemento que serão colonizadas por células clásticas, dando início à reabsorção dentária externa. A agressão responsável pela lesão dos cementoblastos e do pré-cemento também induz, na região, um processo inflamatório, propiciando um acúmulo maior de mediadores locais da reabsorção. 159 APOSTILA ENDODONTIA Observada nos reimplantes, transplantes e luxações Qualquer traumatismo dentário capaz de provocar um dano irreversível ao ligamento periodontal e/ou à superfície radicular pode desencadear uma reabsorção substitutiva Também denominada reabsorção por substituição A luxação intrusiva e a avulsão dentária, pela extensão do dano ao ligamento periodontal, são os traumatismos responsáveis pelo maior número de reabsorções substitutivas. Na ausência do ligamento periodontal, ou de parte dele, assim como do fator ou fatores antirreabsortivos, o tecido ósseo fica intimamente justaposto à superfície radicular, estabelecendo uma anquilose dentoalveolar. o Essa união direta entre o osso e a raiz favorece a atração e ligação de células clásticas à superfície radicular. o Devido ao ciclo normal de remodelação óssea, o dente anquilosado se converte em parte integrante deste sistema; assim, a raiz é substituída gradualmente por osso É dependente da destruição do ligamento periodontal. A polpa não está envolvida no processo Em caso de grandes injúrias do ligamento periodontal (mais de 20% da superfície radicular), o número de células vitais remanescentes do ligamento periodontal é muito pequeno ou mesmo inexistente, permitindo que as células osteogênicas se movam da parede do alvéolo e colonizem a superfície radicular danificada. Consequentemente, há formação de tecido ósseo em contato direto com a raiz dentária. o Esse fenômeno é denominado anquilose dentoalveolar. A substituição progressiva dos tecidos dentários pelo osso é denominada reabsorção substitutiva. A anquilose dentoalveolar e a reabsorção substitutiva não podem ser revertidas porque o tecido ósseo reabsorve e remodela durante toda a vida. Clinicamente: É assintomática. O dente anquilosado mostra-se imóvel (sem mobilidade fisiológica) e, frequentemente, em suboclusão/infraoclusão Permanece estável no arco, até uma pequena porção remanescente de raiz O som à percussão é metálico (alto), claramente diferente dos dentes adjacentes. Pode revelar a anquilose, mesmo antes da radiografia. Radiograficamente Desaparecimento do espaço pericementário Substituição contínua da raiz por osso, a qual se origina no segmento apical As margens da reabsorção são irregulares. 160 APOSTILA ENDODONTIA O traumatismo, além do dano à estrutura periodontal, pode afetar o suprimento neurovascular apical para a polpa dentária Pode ocorrer obliteração da cavidade pulpar ou necrose pulpar Nos dentes com necrose, pode ocorrer um processo infeccioso com superposição de uma reabsorção dentária externa substitutiva, a qual, conforme vai progredindo, se encontra com zonas de tecido pulpar necrosado e infectado. O tratamento endodôntico geralmente consegue conter o processo infeccioso, mas não a reabsorção externa substitutiva. O tratamento ortodôntico é contraindicado em dentes anquilosados ou com reabsorções substitutivas. Ou de superfície É uma reabsorção externa que paralisa sem qualquer intervenção É autolimitante e prontamente reparada Pode se estabelecer em qualquer ponto situado ao longo da raiz dentária. A reabsorção é paralisada porque: o A área danificada da raiz e o processo inflamatório instalado não têm magnitude suficiente para manter e dar continuidade à reabsorção o Um fator inibidor da reabsorção presente na dentina é maior do que o estímulo recebido pelas células clásticas oriundo de pequenas agressões ao complexo protetor da raiz o A polpa não está envolvida. Etiologia: lesões traumáticas de baixa intensidade localizadas nos tecidos de sustentação do dente, como a concussão e a subluxação. Raramente são observadas no exame radiográfico São autolimitantes e reparam-se espontaneamente, por meio de neoformação cementária, com restabelecimento do contorno original da raiz. Ao exame clínico: o dente apresenta-se com características de normalidade e nenhum tratamento está indicado, em função de a reparação ocorrer espontaneamente. Pode ser provocada por tratamento ortodôntico, dentes impactados, erupções dentárias, cistos, neoplasias e traumatismo oclusal Cessa, desde que removida a causa, estando a polpa dentária hígida 161 APOSTILA ENDODONTIA Contudo, em determinadas circunstâncias, nas quais a remoção cirúrgica da causa possa comprometer a integridade do feixe vasculonervoso pulpar, o tratamento endodôntico se faz necessário. Quando o tratamento ortodôntico é a causa e o estímulo para a reabsorção, ela cessará após a remoção da força. Nos casos de dentes vitais em que não há paralisação, a reabsorção pode estar associada à patologia pulpar (inflamação pulpar). o Nestes casos, a terapia endodôntica é indicada na tentativa de cessar a reabsorção. A reabsorção está localizada com mais frequência na região apical dos dentes do que nas paredes laterais. Progride continuamente Sua paralisação exige a intervenção do profissional que retira ou elimina o fator de manutenção presente no interior do canal radicular Podem ser classificadas em: o Reabsorção dentária externa apical o Reabsorção dentária externa do segmento médio o Reabsorção dentária externa cervical. Reabsorção Dentária Externa Apical É uma reabsorção dentária progressiva localizada no ápice radicular e ocorre em dentes portadores de necrose pulpar e lesão perirradicular crônica. O processo é progressivo, provocando desde pequenas perdas de substâncias, imperceptíveis ao exame radiográfico, até grandes destruições que podem comprometer o sucesso do tratamento endodôntico A. Região apical normal. B. Aspecto histológico da reabsorção. C. Aspecto radiográfico. Reabsorção dentária externa apical presente em dente com tratamento endodôntico. Polpa necrosada e infectada constitui-se no principal fator etiológico. As bactérias no interior do sistema de canais radiculares promovem uma inflamação crônica nos tecidos perirradiculares que induzem a liberação de mediadores químicos, como interleucinas, prostaglandinas e TNF que podem estimular ou ativar as células clásticas que promovem a reabsorção óssea e dentária apical. 162 APOSTILA ENDODONTIA A sobreinstrumentação pode desencadear a reabsorção inflamatória apical. o Porém, a continuidade da reabsorção está ligada à presença de um estímulo de manutenção, epresentado por uma lesão perirradicular crônica. Clinicamente: É assintomática. Sintomas que podem levar a seu diagnóstico estão associados à inflamação perirradicular. Radiograficamente Observam-se áreas radiotransparentes no ápice radicular e no osso adjacente. Geralmente, há um encurtamento da raiz, representado por um plano perpendicular ao eixo radicular. A reabsorção, na maioria das vezes, é irregular, podendo ser mais acentuada em uma das faces da raiz, adquirindo o aspecto denominado bico de flauta. Outras vezes, além do encurtamento da raiz, a reabsorção adentra o canal em sentido coronário. O tratamento deve ser direcionado ao combate da infecção endodôntica. A instrumentação deve ser realizada em toda a extensão do canal remanescente buscando-se, com os instrumentos mais calibrosos, criar um batente ligeiramente aquém da margem mais reabsorvida. A. Encurtamento da raiz. B. Reabsorção adentra o canal. C. Manutenção do lúmen do canal. D. Bico de flauta. Reabsorção Dentária Externa Lateral Progressiva Estabelecida nos segmentos médio e/ou apical da superfície radicular A face externa da raiz é, normalmente,bem protegida pelo ligamento periodontal e pelo cemento. o Se o ligamento periodontal for perdido, ocorrerá anquilose. Injúrias traumáticas de baixa intensidade, como oclusão traumática, concussão e subluxação, geralmente não causam necrose pulpar. Após o dano mecânico na superfície da raiz, o tecido lesado será eliminado pela resposta inflamatória local e ocorrerá a reparação com novo cemento e ligamento periodontal, devido à ausência de estímulos para a continuação da resposta inflamatória (reabsorção dentária externa lateral transitória). 163 APOSTILA ENDODONTIA No exame clínico pode demonstrar uma flutuação, ou até mesmo uma fístula. Também está presente em dentes cujos canais foram tratados de maneira deficiente Resposta inflamatória no periodonto = tecido de granulação Ao lado dessa área, a superfície radicular sofre uma reabsorção intensa, Radiograficamente: Perda contínua de tecido denta Associada a zonas radiolúcidas persistentes e progressivas no osso adjacente Podem estar localizadas nas faces laterais (mesial e distal) ou vestibular ou palatina da raiz dentária. Quando localizadas nas faces vestibular ou lingual, as lesões (reabsorções) movem-se com as variações de angulagem horizontal radiográfica. Devido à falta de comunicação com a cavidade pulpar, é possível distinguir claramente o contorno do canal radicular, por meio da área radiolúcida de reabsorção. o Essas características diferenciam as reabsorções externas das internas. Normalmente, a reabsorção não atinge o lúmen do canal – reabsorção externa não perfurante. Às vezes, o processo pode penetrar no canal radicular ou, durante a instrumentação, ocorrer a comunicação – reabsorção externa perfurante Não Perfurantes Realiza-se o tratamento endodôntico em dentes com necrose ou o retratamento endodôntico, dando ênfase ao combate da infecção endodôntica A instrumentação deve ser realizada, visando à limpeza e à modelagem do canal radicular. Injúrias mais graves, como luxações ou avulsões (causam a ruptura dos vasos sanguíneos do forame apical e necrose pulpar isquêmica) Bactérias então alcançarão o canal radicular, através de microrrachaduras do esmalte-dentina ou de túbulos dentinários expostos, estabelecendo-se, em 2 a 3 semanas, um processo infeccioso endodôntico. A reabsorção dentária externa localizada na superfície radicular, vencendo a barreira estabelecida pelo cemento, deixará expostos túbulos dentinários adjacentes. Bactérias presentes no canal podem atravessar os túbulos e alcançar os tecidos periodontais laterais e provocar uma resposta inflamatória (RDELProgressiva) 164 APOSTILA ENDODONTIA Solução de hipoclorito de sódio a 2,5% é usada como substância coadjuvante do preparo. A smear layer deve ser removida e uma medicação intracanal, usada. Medicamento intracanal: pasta HPG com contrastante (iodofórmio ou óxido de zinco). o Damos preferência ao uso desta pasta, em função de ela, ao preencher o canal radicular, revelar, radiograficamente, a presença ou não de possível comunicação com a área de reabsorção. A seguir, realiza-se o selamento coronário. renovamos a pasta de hidróxido de cálcio 7 dias após a sua colocação inicial. Persistindo a tumefação, renovamos o PQM e o medicamento, a cada 7 dias. Não havendo sintomas clínicos, retiramos a pasta e obturamos o canal radicular. Reabsorção dentária externa lateral não perfurante. Sequência radiográfica. A. Inicial. B. Após preparo e colocação da pasta HPG com agente contrastante. C. Após obturação, controle de 2 anos. Perfurantes (Interna – Externa) uso de um medicamento intracanal é imprescindível, tendo como objetivo eliminar bactérias, preencher todo o canal e a região da perfuração (reabsorção). pasta HPG com contrastante. Após o uso da pasta HPG, com finalidade antimicrobiana, podemos obturar o canal e a área reabsorvida definitivamente. devemos usar material obturador contendo hidróxido de cálcio. O canal deve ser obturado pela técnica de compactação lateral. O material obturador deve preencher o canal radicular e a área reabsorvida Reabsorção dentária externa lateral perfurante. Sequência radiográfica. A. Inicial. B. Obturação convencional do segmento apical do canal. Preenchimento da área de reabsorção com pasta de hidróxido de cácio com veículo oleoso. Controle de 2 anos. 165 APOSTILA ENDODONTIA Reabsorção Dentária Externa Cervical Invasiva É progressiva Localização: no segmento coronário da raiz, no sentido coroa- ápice, além do epitélio juncional do dente. Outros nomes: reabsorção inflamatória subepitelial da raiz ou reabsorção cervical Resulta de uma reação inflamatória do ligamento periodontal advinda de estímulo microbiano oriundo do sulco gengival ou mesmo do canal radicular. Pode ocorrer: o Mais apicalmente na superfície radicular. o Em dentes reimplantados e anquilosados, em infraoclusão, ou dentes luxados. o Dentes com polpa viva ou dentes tratados endodonticamente. Bactérias do sulco gengival que estimulam e mantêm a resposta inflamatória no periodonto (através dos túbulos dentinários), no nível da união da raiz. Na área inflamada e infectada, há produção e liberação de mediadores químicos da reabsorção que ativarão as células clásticas a reabsorverem a dentina e o osso. o Produtos bacterianos também contribuem para a progressão da reabsorção. É assintomática e, geralmente, detectada por meio do exame radiográfico. Os dentes unirradiculares são, geralmente, os afetados, e o processo tende a ser lento. A polpa não está envolvida e os testes de sensibilidade estarão dentro de limites normais. Em estados avançados, o tecido de granulação pode ser observado solapando o esmalte da coroa dentária, dando-lhe uma aparência rosada. o Esta mancha rósea é oriunda do ligamento periodontal, e não da polpa dentária. o Nestas condições, geralmente o esmalte é fraturado, promovendo a comunicação da reabsorção com o sulco gengival A mancha rósea tem sido tradicionalmente descrita como um sinal patognomônico da reabsorção radicular interna, localizada na região coronária e oriunda da polpa dentária. Em consequência, muitos casos de reabsorção cervical são mal diagnosticados e tratados como reabsorção radicular interna. 166 APOSTILA ENDODONTIA Radiograficamente: Quando localizada nas faces proximais da superfície radicular, é caracterizada por uma área radiolúcida no interior da raiz, que se expande na dentina em sentidos coronário e apical. a sondagem revela paredes duras e resistentes. A reabsorção óssea sempre acompanha a reabsorção cervical, com imagens que se confundem com bolsas infraósseas de origem periodontal. Quando vestibular ou lingual, a imagem radiográfica depende da extensão da área reabsorvida. o Inicialmente, uma radiolucidez próxima à margem cervical será observada. o Com o progresso da reabsorção sobre a dentina, a área radiolúcida pode estender-se em sentidos apical e coronário. o Devido à falta de comunicação com a cavidade pulpar, é possível distinguir o contorno do canal, identificado por linhas radiopacas através da área radiotransparente da reabsorção cervical. Pode se apresentar clínica e radiograficamente na superfície radicular como uma cratera ampla ou como uma pequena abertura Dependendo da extensão e do local da reabsorção, a osteotomia poderá ser indicada. O tratamento endodôntico poderá ou não ser indicado, em função da quantidade de dentina que separa o assoalho da área reabsorvida do lúmen do canal radicular. Reabsorção Cervical Invasiva Quando as células reabsortivas penetram na dentina e causam reabsorção dela entre o cemento e pré-dentina. A polpa se mantém vital. Esse processo espalha-se ao redor do canal radicular depositando tecido duro de aparência osteíde. Radiograficamente, não apresentaum padrão ou modelo definido que possa caracterizá-la; entretanto, revela uma área radiolúcida irregular, geralmente superposta ao canal radicular, que conserva a sua forma original. A lesão move-se com as variações de angulagem horizontal radiográfica. 167 APOSTILA ENDODONTIA Reabsorção dentária externa cervical invasiva. Abertura ampla na superfície radicular. Retratamento endodôntico e tratamento cirúrgico da reabsorção. O acesso à área de reabsorção será via canal radicular e não cirúrgico, por via externa. Pode iniciar-se em qualquer ponto da superfície da cavidade pulpar. Podem ser transitórias ou progressivas. transitórias Envolvem apenas a perda de odontoblastos e pré-dentina São autolimitantes e reparadas por novo tecido duro que pode preencher a lacuna de reabsorção. Progressivas continuam além do local em que a dentina foi exposta após a perda dos odontoblastos e pré- dentina. Quanto ao mecanismo do processo reabsortivo, são classificadas em inflamatória e substitutiva. Se caracteriza pela reabsorção da face interna da cavidade pulpar, por células clásticas adjacentes ao tecido de granulação da polpa. Resulta de uma inflamação crônica pulpar Fatores Etiológicos: traumatismo e a infecção O traumatismo e o superaquecimento do dente, por preparo cavitário, podem danificar os odontoblastos e pré-dentina, fazendo com que a reabsorção se instale além do tecido de granulação. Histologicamente A polpa coronária apresenta uma zona com tecido pulpar necrosado e infectado e esse é o fator de manutenção do processo de reabsorção. para a reabsorção interna progredir, os túbulos dentinários contaminados devem promover a comunicação da área necrosada com a área do canal com tecido vital. Nos casos em que não há uma área de necrose pulpar, a reabsorção interna é dita transitória. 168 APOSTILA ENDODONTIA Clinicamente: Assintomática diagnosticada durante exame radiográfico de rotina A dor pode estar presente, se a perfuração da coroa ocorrer (mancha rósea) e o tecido metaplásico ficar exposto ao meio oral. Parte da polpa coronária apresenta-se, frequentemente, necrótica, enquanto o segmento pulpar remanescente permanece com vitalidade, podendo, assim, responder ao teste de sensibilidade pulpar. Localização Pode ocorrer em qualquer região da cavidade pulpar que apresente polpa viva. Se ocorrer na coroa, a rede vascular do tecido de granulação pode ser vista através do esmalte como um ponto róseo (mancha rósea) Radiograficamente apresenta-se como uma área radiolúcida caracterizada por um aumento uniforme, de aspecto ovalado, do canal radicular. Reabsorção dentária interna inflamatória. Não perfurante. A. Molar inferior. B. Incisivo central superior. C. Canino inferior. D. Incisivo central superior. E. Incisivo central superior. 169 APOSTILA ENDODONTIA São Divididas Em Não Perfurantes E Perfurantes (Interna−Externa) Reabsorção dentária interna inflamatória. A. Não perfurante. B. Perfurante. Não Perfurantes O tratamento endodôntico deve ser realizado prontamente, com o intuito de paralisar o processo. Este cessa quando remove a polpa, tendo em vista a interrupção da circulação sanguínea que nutre as células clásticas. Perfurantes O tratamento pode ser não cirúrgico e cirúrgico. O tratamento não cirúrgico é semelhante ao empregado na reabsorção dentária externa perfurante O cirúrgico depende do tamanho e da localização da reabsorção. É realizado após o tratamento do canal radicular. Quando localizada na região cervical: Os procedimentos cirúrgicos empregados são semelhantes aos de reabsorção cervical. o Dependendo da extensão e da localização da reabsorção interna perfurante, a exodontia deve ser indicada. Quando localizada no terço apical, é indicada a remoção apical. Em outros segmentos da raiz, quando acessível, procede-se ao fechamento do defeito, com materiais indicados para as obturações retrógradas. Radiograficamente Aumento irregular da cavidade pulpar O contorno pulpar não é mantido, não havendo a superposição da cavidade pulpar sobre a área de reabsorção. Revela ausência da linha radiopaca de demarcação entre o canal radicular e a imagem da reabsorção na dentina. Histologicamente Há metaplasia do tecido pulpar normal por tecido ósseo medular. A reconstituição contínua do tecido ósseo, a expensas da dentina, é responsável pelo aumento gradual da cavidade pulpar. 170 APOSTILA ENDODONTIA Etiologia: Traumatismo, geralmente, de baixa intensidade. Localiza-se na coroa dentária e nos segmentos radiculares cervical e médio. Dependendo da localização e da possibilidade de acesso à área de reabsorção, o tratamento endodôntico pode ser instituído, com intuito de paralisar o processo. Primeiro material biocerâmico: MTA Podem ser utilizados em: 1. Cirurgias apicais 2. Capeamento pulpar 3. Procedimentos regenerativos 4. Reparos de defeitos causados por perfurações acidentais 5. Reabsorções dentárias Ocorre o contato direto entre o biomaterial e os tecidos vivos, e dessa forma, a bioatividade é uma propriedade essencial para a mineralização e o reparo tecidual Promove a biomineralização A substituição dos agentes radiopacificadores permitiu o uso para dentes anteriores, uma vez que não provocam o manchamento na estrutura dental BIO-C Repair, um cimento reparador biocerâmico pronto para uso (putty o Dentre as suas principais características, o fabricante destaca a indução da regeneração tecidual, a ação antibacteriana pelo elevado pH, a inibição da infiltração bacteriana pela expansão de presa e a adesão química à dentina. 171 APOSTILA ENDODONTIA Procedimentos preventivos não invasivos a procedimentos operatórios/cirúrgicos Tratamento Endodôntico o Procedimento doloroso Endodontia moderna: prevenção e tratamento assintomático Tratamento pautado em evidências clínicas A medicação sistêmica coadjuvante ajuda nesse processo Diagnóstico: entender a causa do problema para depender menos de medicamentos É preciso avaliar: o Perfil do paciente o Prognóstico o Manifestações sistêmicas o Alteração Pulpar o Dor Pulpar o Alteração Perirradicular o Dor Periapical Não subestime a anamnese e exame físico Nem sempre a queixa do paciente é o problema principal Diagnóstico Possíveis: 1. Polpa normal 2. Pulpite reversível (tratamento mais conservador) 3. Pulpite irreversível assintomática 4. Pulpite irreversível sintomática 5. Necrose pulpar 6. Tecidos apicais normais 7. Periodontite apical aguda 8. Periodontite apical crônica 9. Abscesso perirradicular agudo 10. Abscesso perirradicular crônico (característica importante: trato fistuloso) Os tipos marcados em amarelo são os casos em que o paciente apresentará dor Os demais casos necessitam apenas de procedimento local Tudo o que for crônico: o paciente não sente dor Quando temos alteração nos tecidos apicais, quer dizer que a infecção extravasou o forame e está causando inflamação Casos em que o paciente ainda pode sentir dor: Terapêutica Em Endodontia 172 APOSTILA ENDODONTIA Paciente estava sem dor e passa a sentir dor Caso crônico que agudiza Causas: Microrganismos e seus produtos o Extrusão apical o Aumento do potencial de oxirredução o Introdução de novos microrganismos Iatrogenias o Sobreinstrumentação o Instrumentação incompleta o Extravasamento de substância irrigadora o Perfurações Emergência verdadeira que se desenvolve entre as sessões do tratamento – dor ou tumefação A dor é devido a uma agressão Ocorre entre as sessões, antes do PQM Deve-se irrigar e realizar um PQM mais efetivo, colocar medicação intracanal e prescrever medicamentos É relativamente normal Ligeiro desconforto previsível Espontaneamente nos primeiros dias(24h) Pacientes livres de sintomas até 6 dias Se houver expectativa de dor pós-operatória, pode-se prescrever um analgésico para o paciente Se a dor for aguda e persistente: o Em caso de obturação adequada: prescrever analgésicos o Em caso de sobreobturação: aguardar 7 dias o Em caso de obturação inadequada: retratamento Paciente já chega com dor Maior probabilidade de dor durante e após procedimento endodôntico. Quais os medicamentos indicados nesses casos e como prescrever? Arsenal terapêutico útil que permite o desenvolvimento do atendimento de modo racional e com maior margem de segurança. Devemos prescrever o medicamento certo, na dose certa e na hora certa. O manejo eficaz do paciente com dor endodôntica envolve 3 etapas: Diagnóstico Tratamento dentário adequado Medicamentos (analgésicos ou anti-inflamatórios) o O uso de analgésicos com anti-inflamatórios dependerá da expectativa de dor e da intensidade da dor 173 APOSTILA ENDODONTIA Princípios gerais do tratamento da dor: Identificar: Origem Intensidade (aguda ou crônica) Iniciar com o menos potente (porém eficaz) O ideal é não utilizar, mas se for o caso, utilizar com cautela Monitorizar efeitos adversos (conhecimento da droga) Grupo de medicamentos que diminuem ou interrompem as vias de transmissão nervosa, reduzindo a percepção de dor (nocicepção) Dor: experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano tecidual potencial ou real. Percepção: interpretação complexa da excitação sensorial integrada com emoções (medo, ansiedade, memória de experiências prévias – subjetiva) Indicações: Pulpopatias (pulpite reversível ou irreversível sintomática) o Periodontite apical aguda o Abscesso perirradicular agudo o Agressão a região periapical (ultrapassando o limite CDC ou pelo uso de substâncias irritantes) o Dor após obturação o Flare-Up Consulta adicional: limitação de tempo, inabilidade do operador, dor perirradicular ou problemas anatômicos Analgésicos de ação periférica Agem no local, inibindo a ação dos mediadores pró-inflamatórios que geram o estímulo da dor Analgésicos de ação central Atuam diretamente no sistema nervoso central, alterando completamente a percepção da dor pelo organismo Classificação Opioides/Narcóticos e Não Opióides/Não Narcóticos (ação leve ou moderada) Opióides Codeína 60 a 80mg/dia Geralmente se usq associada ao paracetamol (tylex) Cloridrato de tramadol Comprimido 50mg (Sylador) Cápsulas 50mg (Tramal) Tramal Retard 100mg (utilizado apenas em casos de extrema dor) A cada 8 horas 174 APOSTILA ENDODONTIA São prescritos em receituário de controle especial (2 vias) Utilizados em casos de expectativa de dor muito altas Não Opióides Empregador por um período curto: dor aguda de baixa intensidade (prescrever por 24 a 48h, no máximo 3 dias) PARACETAMOL TYLENOL DÔRICO SONRIDORACETOFEN RESFENOL DIPIRON A ANADOR ANALGEX ANALGIN BARALGIN MAGNOPIR OL NOVALGINA 175 APOSTILA ENDODONTIA Paracetamol Analgésico e Antitérmico Quase não exerce ação anti-inflamatória Seguro em gestantes e lactantes, crianças e idosos Hepatotoxicidade (não deve ser prescrito associado a drogas com potencial hepatotóxico – nimesulida) Uso com prilocaína (metahemoglobinemia) Contraindicação: História de alergia ao medicamento ou de alergia aos sulfitos (varfarina sódica) Comprimidos de 500 e 750mg Solução (gotas): 100mg/ml ou 200mg/ml 1 gota/Kg (máximo 30kg) Intervalos de 4 em 4h ou de 6 em 6h (a escolha do intervalo dependerá da expectativa e da intensidade da dor) Dose máxima: 4000mg/dia Não exceder 1000mg na mesma dose Dipirona Analgésico e Antitérmico Quase não exerce ação anti-inflamatória Uso máximo de 7 dias Toxicidade a medula óssea: por isso não é recomendado para pacientes imunodeprimidos Depressor dos nociceptores: indicado para dores já instaladas Comprimido de 500mg ou 1g Solução em gotas 500mg/ml o 1 gota/Kg (máximo 30kg) Solução endovenosa ou intramuscular: 2ml Intervalo entre as drogas: 4 em 4h ou 6 em 6h Diminuição da P.A. Associações: Paracetamol + Cafeína: Dorex o Comprimido (500mg + 25mg) Paracteamol + Cafeína: Sonridor Caf o Comprimido (500mg + 65mg) Paracetamol + Diclofenaco + Carisoprodol + Cafeína: Tandrilax o Comprimido (300mg + 50mg +35mg) o É mais forte por conter anti-inflamatório Dipirona + Cafeíina + Orfenadrina: Dorflex o Comprimido (300mg + 50mg + 35mg) o Ação analgésica e relaxante muscular 176 APOSTILA ENDODONTIA Opções Aanalgésicas não convencionais São AI de potente ação analgésica Clonixinato de Lisina (Dolamin): Comprimido 125mg) Cetorolaco de Tometamina (Toragesic): Comprimido 10mg sublingual) Maleato de Flupirtina (Katadolon): Cápsula 100mg Substâncias ou medicamentos que combatem a inflamação nos tecidos Classificação: o Esteroidais, Hormonais, Corticosteróides ou Corticóides (agem na fosfolipase A2: início da cascata da inflamação) o Não esteroidais ou Não Hormonais (agem na COX: inflamação aguda) Medicação pré e pós-operatória em intervenções endodônticas, quando houver expectativa de resposta inflamatória de maior intensidade! Tratamento da dor já instalada (urgências), como coadjuvantes dos procedimentos de ordem local. Limitar o uso da droga, pois é usado para dores agudas (prescrito por 2 a 5 dias) Uso preventivo: quando se tem expectativa de dor Uso terapêutico: quando o paciente já chega com dor Indicações: o Pulpite irreversível o Abscesso perirradicular agudo o Periodontite apical aguda o Agressão a região periapical (ultrapassando o limite CDC ou pelo uso de substâncias irritantes) o Dor após obturação o Flare-Up Consulta adicional: limitação de tempo, inabilidade do operador, dor perirradicular ou problemas anatômicos Ibuprofeno Eleição para crianças, gestantes e idosos Alivium, Ibufran, Advil De primeira escolha Comprimidos e drágeas de 600mg Solução oral gotas 100mg/ml 1 gota/kg (máximo 30 gotas) 6/6h ou 8/8h Dose máxima: 2400mg Dor pós endodôntica: Ibuprofeno + Paracetamol 1g (interessante em casos de flare-up por ser uma dor mais intensa) 177 APOSTILA ENDODONTIA Nimesulida Arflex: 200mg (utilizado uma vez ao dia) Maxsulid: 400mg Hepatotoxicidade Scaflam (nome comercial mais conhecido) Comprimidos 100mg Suspensão oral 50mg/ml 12/12h Meloxicam Movatec Piroxicam Comprimidos 7,5mg/15mg 24/24h Diclofenaco Dor já instalada De segunda escolha Cataflam, Voltaren Comprimido/drágea 50mg 8/8h Anti-Inflamatórios Não Hormonais ou Não Esteroidais Derivados do ácido propiônico Flanax, Naproxin (Naproxeno) Profenid (cetoprofeno) Posologia Naproxeno: 10x mais potente que o Ibuprofeno o Adulto: 550mg de 8/8h o Criança: 5 a 7mg/kg de 8/8h Cetoprofeno: o Adulto: 50mg de 8/8h (Via oral ou Intramuscular) o Crianças: 1mg/kg de 8/8h Corticóides Pode ser prescrito antes do procedimento: analgesia preemptiva Dor aguda moderada a severa Dose única (não produz efeitos adversos clinicamente significativos, diminui a necessidade exagerada de analgésicos) Mais seguros para serem empregados em gestantes ou lactantes, hipertensos, diabéticos, nefropatas e hepatopatas com doença controlada. Dexametasona (Decadron 4mg) o Dose única de 8mg (antes do procedimento) o 1 vez por dia por 3 dias Betanetasona (Celestone 2mg) o Dose única de 4mg o 12/12h por 3 dias (dose de manutenção em casos mais crônicos) Prednisona (Metilcorten 20mg) o Dose única o 8/8h ou 12/12h por 3 dias 178 APOSTILA ENDODONTIA Antibióticos Substâncias químicas produzidas por microrganismos vivos, capazes de inibir ou destruir germes patogênicos Erros de3 prescrição podem levar a: Resistência bacteriana Desquilíbrio da microbiota intestinal Tornar o paciente Susceptívela reações alérgicas Infecções fúngicas Nunca esquecer que a descontaminação local é o principal tratamento associado a infecção endodôntica (os antibióticos apenas irão auxiliar nas defesas do organismo) 1° Caso De Indicação De Antibiótico Na Endodontia Abscesso Perirradicular Agudo Quando houver uma tumefação difusa com envolvimento sistêmico (febre, mal estar, linfadenite regional ou trismo) ou se não conseguiu tratar naquele mesmo dia Prescrever uma dose de ataque (dose maior de 2 comprimidos para aumentar os níveis plasmáticos do antibiótico e nos dias seguintes 1 comprimido a cada 8h, no caso da amoxicilina) Tumefação localizada e sem envolvimento sistêmico: drenagem via incisão e/ou via canal seguido pelo PQM completo – NÂO precisa de antibiótico 2° Caso De Indicação De Antibiótico Na Endodontia Avulsão Dentária Há indicação porque houve contato com superfície contaminada Mesmo com a delicada lavagem do dente, há Danos as fibras residuais do ligamento periodontal, o que aumenta o risco de reabsorção por substituição pós implante Os antibióticos irão evitar a proliferação de microrganismos e favorecerão o reparo do ligamento periodontal Cloridrato de Cloxicilina (de escolha nesses casos de avulsão): inibe a ação dos osteoclastos 3° Caso De Indicação De Antibiótico Na Endodontia Sintomatologia e Exsudação Persistente Procedimentos de instrumentação e MIC não estão sendo suficientes Infecção persistente Reagudizações 4° Caso De Indicação De Antibiótico Na Endodontia Infecções Progressivas Caso evolui muito rápido Início rápido de inchaço (dentro de 24h) 179 APOSTILA ENDODONTIA Infecção disseminada Casos em que não se deve utilizar Pulpite irreversível sintomática Periodontite apical aguda Necrose e lesão periapical Casos com fístula (seria um abscesso crônico) Abscesso perirradicular agudo com edema flutuante localizado Dose de Ataque Infecção já instalada Uso profilático em paciente de risco O procedimento endodôntico gera bacteremia: via de entrada sistêmica (alvéolo) Pacientes imunodeprimidos Diabéticos descompensados Pacientes propensos a desenvolver um quadro de bacteremia Endocardite bacteriana Pacientes com próteses ortopédicas Pacientes recebendo quimioterapia (Se a contagem de leucócitos for inferior a 2500) Transplantes de medula óssea (Se a contagem de leucócitos for inferior a 2500) Regime profilático o Bochechos com antisséptico o Gluconato de clorexidina a 0,12% imediatamente antes do procedimento para reduzir a incidência ou a magnitude de bacteremias Pacientes não alérgicos à penicilina: o Amoxicilina: 2g e 50mg/kg 1h antes do procedimento Pacientes alérgicos à penicilina o Clindamicina: 600mg e 50mg/kg o Azitromicina ou Claritromicina: 500mg e 15mg/kg 1h antes do procedimento Opções parenterais 180 APOSTILA ENDODONTIA Infecção Endodôntica Não ocorre remissão espontânea Antibioticoterapia sistêmica não resolve! Polpa necrosada não tem suprimento sanguíneo (células de defesa e antibióticos não chegam no local) Infecção mista Etiologia polimicrobiana Infecção inicial: o Bactérias gram-positivas o Anaeróbios e anaeróbios facultativos (Streptococcus ssp. Lactobacillus ssp. Actinomyces ssp.) Infecção em evolução: o Bactérias gram-negativas (prevotella) – mais resistentes o Anaeróbias (mais resistentes) facultativos e estritos É preciso administrar o antibiótico em uma concentração adequada O medicamento deve sensibilizar o microrganismo Antibiótico deve ser de amplo espectro Deve ter máxima toxicidade seletiva Os efeitos se devem a sua ação específica sobre determinados alvos estruturais ou metabólicos dos microrganismos O antibiótico que age na parede celular (amoxicilina) é bactericida – causa a morte da bactéria o O bom de ser bactericida é porque o combate à infecção vai depender menos do sistema imunológico do paciente Antibióticos de interesse em endodontia CLASSE MEDICAMENTO MECANISMO DE AÇÃO Penicilinas (P- Lactâmico) Penicilinas G E V, Amoxicilina E Ampicilina Bactericida, inibe a síntese de parede celular Cefalosporinas (P- Lactâmicos) Cefalexina, Cefalotina, Cefaclor, Cefadroxila, Ceftazidima, Ceftriaxona Bactericida, inibe a síntese de parede celular (reação alégica cruzada às penicilinas) Lincosamidas Clindamicina Bacteriostático (bactericida em alta concentração), inibe a síntese protéica por ligação a subunidade do ribossomo bacteriano Nitromidazol Metronizadol Bactericida, dano ao DNA Quinolonas Ciprofloxacin, Moxifloxacin Bactericida, inibe a ação da DNA girasse ou topoisomerase Macrolídeos Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina Bacteriostático, inibe a síntese protéica por ligação à subunidade 50S do ribossomo bacteriano Tetraciclinas Tetraciclina, Minociclina, Cloxiclina Bacteriostático, inibe a síntese protéica por ligação à subunidade 30S do ribossomo bacteriano Antibióticos que atuam na parede celular: Agem na parede celular Praticamente atóxicos, exceto por reações de hipersensibilidade Penicilinas e cefalosporinas 181 APOSTILA ENDODONTIA Amoxicilina Padrão ouro em qualidade Fármaco de primeira escolha Rápida absorção Níveis sanguíneos mais prolongados Baixa toxicidade Bactericida Baixo custo Eficácia contra os prováveis microrganismos presentes em infecções odontogênicas Amoxil: nome comercial mais comum Cápsulas de 500mg Comprimidos de 500mg de 8/8h Comprimidos de 875mg de 12/12h Suspensão oral 250mg/5ml Reduz a eficácia de contraceptivos orais Cindamicina Licosamida Recomendado como 2ª opção nas infecções orodentais Para alérgicos à penicilina Bem absorvido por via oral – bacteriostático sp Atinge concentrações ósseas similares às concentrações plasmáticas: excelente penetrabilidade óssea, em outros tecidos e abscessos Seu uso pode acarretar Diarreia e colite pseudomembranosa o Seleção da bactéria clostridium difficile o Dor abdominal o Diarreia amarelo esverdeada o Presença de sangue e muco nas fezes Dalacin C Colite pseudomembranosa Cápsulas 300mg Suspensão oral 75mg/5ml de 6/6h Macrolíodeos Possui alta eficácia em gram positivos e menos em gram negativos e anaeróbios Eritromicina agem melhor em gram positivos, logo não será tão eficaz em casos de infecção disseminada Infecção disseminada contém muito gram negativa e aneróbia Azitromicina tem maior espectro contra Streptococcus e stafilococcus Opção para paciente alérgico a amoxicilina Atividade bactericida: maior concentração em tecidos infectados por se agrupar dentyro dos neutrófilos e por ter meia vida prolongada Eritromicina: o Deve ser evitada em pacientes com doença hepática o Apresentações: comprimido 500mg e suspensão oral 250mg/5ml de 6/6h Azitromicina: comprimido 500mg, doses diárias 182 APOSTILA ENDODONTIA Associação de antimicrobianos Casos mais graves, incluindo condições com risco de morte: associações podem ser necessárias – efeitos microbianos otimizados, com espectro de ação ampliado Infecções avançadas/persistentes Bactérias produtoras de betalactamase Amoxicilina + Clavulanato de Potássio: Clavulin Inibidor da competividade da enzima beta-lactamase Apresentação: 500mg + 125mg o Intervalo das doses: 8 em 8h/7 dias Bactérias produtoras de beta lactamase impedem a ação da penicilina O clavulanato se liga a lactamase, permitindo a ação da penicilina Sulbactam: semelhante ao clavulanato Nomes comerciais: Sino clav (875mg), Lânico, Atak clav Amoxicilina + Metronidazol: Flagyl Ação bactericida: anaeróbios estritos gram-negativos 250mg de 8 em 8h/7 dias Como prescrever? Realizada em 2 vias (farmácia + paciente) Validade em todo território nacional Válida por 10 dias a contar da data de emissão Poderá conter prescrição de outras categorias de medicamentos (não sujeitos a controle especial) Injeçãoalém do forame: o Forame alargado o Pressão extrema no êmbolo da seringa Precauções devem ser tomadas com o uso de NaOCl para evitar a propagação da solução nos tecidos circundantes. O reconhecimento deve ser precoce do acidente com NaOCl e o gerenciamento imediato adequado. Como identificar? Dor aguda Edema Hiperemia Equimose (coleção de sangue sem limites definidos) Parestesia Dormência na região Como evitar? Utilizar agulhas endodônticas adequadas: projetadas para dispersar o irrigante pela extremidade lateral 183 APOSTILA ENDODONTIA Pressão cuidadosa no êmbolo da seringa Agulha livre no interior do canal radicular (para promover um fluxo) Usar outras ferramentas de irrigação (pontas ultrassônicas) O que fazer caso aconteça? Irrigação imediata com solução salina (soro) Iniciar o tratamento da resposta inflamatória para controlar a dor Corticóides: controle do edema e hiperalgesia o Administrar ampola de Betametasona (4mg intramuscular) - imediatamente o Prescrever Decadron 4mg de 8/8h por 3 dias, depois por mais 3 dias de 12/12h (formato de desmame) Antibiótico: prevenir infecção secundária o Administrar 1g de amoxicilina: dose única o Primeiras 24h: compressas de gelo – intervalos de 15min No caso de equimoses: compressas quentes no período de 24h Prescrever Dipirona 1g para controle da dor Mantém intactos seus reflexos protetores Drogas usadas para diminuir a ansiedade e a tensão Em pequenas doses recomendadas não causam danos físicos ou mentais Utilizados quando os métodos não farmacológicos não funcionam Derivados Benzodiazepínicos: GABA = ácido gama-aminobutírico (principal neurotransmissor do SNC) o Diminuição da propagação dos impulsos excitatórios o Regulação do tônus muscular o Os benzodiazepínicos vão aumentar a ação do GABA Apresentam outros efeitos desejáveis: o Aumenta o limiar da dor o Diminuição do metabolismo basal (potencializando o efeito do AL) o Redução do fluxo salivar e do reflexo do vômito o Relaxamento da musculatura esquelética o Inalteração da pressão arterial e frequência cardíaca o Manutenção da glicemia em níveis aceitáveis nos diabéticos 184 APOSTILA ENDODONTIA Principais Benzodiazepínicos NOME GENÉRICO INÍCIO DE AÇÃO ADULTOS IDOSOS CRIANÇAS ADMINISTRAÇÃO (DOSE ÚNICA) Diazepam (Valium) 30 – 45min 5 a 10mg 5mg 0,2 a 0,5mg/kg 40 a 60min antes da intervenção Lorazepam (Lorax) 60 - 120min 1 a 2mg 1mg ---------- 1,5 a 2h antes da intervenção Alprazolam (Frontal) 60 – 90min 0,5 a 0,75mg 0,25mg ---------- 20 a 30min antes da intervenção Midazolam (Dormonid) 30min 7,5 a 15mg 7,5mg 0,2 a 0,35mg/kg 20 a 30min antes da intervenção Conclusão Medicação sistêmica é um recurso válido como coadjuvante na terapia endodôntica. A instauração ou não de terapia local e a avaliação do paciente são de fundamental importância para eleição da terapia sistêmica correta. 185 APOSTILA ENDODONTIA Modelagem/Ampliação Sanificação Limpeza Dr. Gary Carr em 1990, foi lançado o primeiro microscópio operatório Além de ampliar a imagem, ele permite que o dentista trabalhe numa posição ergonômica. Vantagens: o Aliar iluminação à ampliação do campo operatório o Iluminação e magnificação o Melhora na ergonomia e na biossegurança o Capacidade de comunicação com os pacientes e outros profissionais da área de saúde MAGNIFICAÇÃO APLICAÇÃO 3x Exame clínico, visualização do rosto e das estruturas adjacentes, anestesia, isolamento absoluto, incisão e rebatimento de tecidos moles, entre outras aplicações. 5x Maior campo visual e profundidade de imagem 8x Remoção de restaurações e tecido cariado, acesso coronário, preparo e obturação dos canais radiculares, selamento de perfurações, plastia gengival, osteotomia, apicectomia, retropreparo e retro-obturação 12,5x Diagnóstico de trincas, localização de canais, remoção de instrumentos fraturados, inspeção do ápice radicular após apicectomia e retropreparo, entre outras aplicações. 19x Menor campo visual e profundidade de imagem requer maior intensidade de luz Magnificação e Endodontia Mecanizada 186 APOSTILA ENDODONTIA 1976: especificação n°28 – normas para fabricação de limas e alargadores Aço inoxidável Cabo plástico colorido Parte ativa 16mm Conicidade padrão 0,02mm/mm Diâmetro da ponta ativa 1915: Limas tipo K – Kerr Manualfacture Ligas de aço carbono são muito rígidas e possuem um alto grau de fraturas Haste Triangular: (Flexofile) é mais flexível (Tipo K) Haste Quadrangular: K-File Colorinox (tipo K) Haste em forma de vírgula: Limas Hedstroen (tem um poder de corte maior) Vem sendo mais utilizada para remover polpa, corpo estranho ou guta-percha Das limas manuais, a Hedstroen é a única que não é fabricada por usinagem 187 APOSTILA ENDODONTIA Limas fabricadas por usinagem são menos resistentes que as limas fabricadas por torção As de aço inoxidável são mais rígidas em comparação com as de Ni-Ti Limas Mecanizadas fornecem: o Previsibilidade o Otimização o Qualidade Exemplos: o Reciproc Blue o Reciproc One File Endo o Wave One Gold Glider o Wave One Gold o Easy o PathFile o Protaper Next o Protaper Gold Todas possuem maior flexibilidade John McSpaden – 1990: Instrumentos Rotatórios de Ni-Ti 188 APOSTILA ENDODONTIA Sistema Reciproc É possível trabalhar o canal com um único instrumento Ligas M-Wire (maior resistência a fadiga cíclica) Instrumento único Mais flexibilidade Conicidade constante 3mm Preparos conservadores dos terços cervical e médio Possui 3 limas: R25, R40 e R50 189 APOSTILA ENDODONTIA Reciproc Blue Mais flexibilidade Mais resistência a fadiga cíclica Dentes com curvaturas acentuadas Canais atrésicos Sistema Wave One Ni-Ti M-Wire Conicidade constante nos primeiros 3mm Conicidade regressiva 3 Limas: Small, Primary e Large Wave One Gold Liga tratada com ciclos de aquecimento e resfriamento Melhoria na resistência e flexibilidade Secção transversal: paralelograma Diminui efeito de rosqueamento Conicidade constante 3mm, regressiva 4 Limas: Small, Primary, Medium e Large Vantagens: o Redução no tempo operatório o Impacto na curva de aprendizagem o Capacidade de explorar e negociar o canal 190 APOSTILA ENDODONTIA “Pavimentação do caminho”: para dar maior lisura a superfície das paredes do canal Alisar as paredes antes de trabalhar com os instrumentos do PQM, melhorando a exceução do tratamento e a vida útil do instrumento Diminui o índice de fraturas do instrumento por torção ou fadiga Significa alargar a entrada dos condutos Pode ser feito com gates, limas manuais, SX, Wave One... dentalovesdentaloves APOSTILA FEITA POR @DENTALOVES